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Caso 8

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ...
Processo nº (somente se o problema trouxer esta informação)
NOME DO ADVOGADO, advogado inscrito na OAB sob o nº ......, com escritório nesta Comarca, na ......, vem, muito respeitosamente, perante Vossa Excelência, impetrar 
ORDEM DE “HABEAS CORPUS” COM PEDIDO DE LIMINAR,
Com fulcro no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, e artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal, em favor de NOME DO PACIENTE, nacionalidade, casado, profissão, portador da carteira de identidade nº ....., inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob o nº ........, residente e domiciliado na Rua ... nº ..., nesta Capital, atualmente recolhido no presídio ......por ordem de ......, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I – DOS FATOS
	Michel da Silva foi preso em flagrante no dia 10 de julho de 2012 pela pratica do crime previsto no art. 16, § único, IV da Lei 11.343/06. No ato de prisão em flagrante constavam s depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão.
	Michel fora preso em razão de uma notitia criminis realizada por sua mulher Angelina da Silva afirmando que o mesmo possuía armas dentro de casa com numeração raspada e que isso a assustava.
	Diante da informação e com o consentimento de Angelina, os policiais se dirigiram a casa onde o casal residia e após uma intensa busca no imóvel, encontraram três revólveres caibre 38 com a numeração raspada, em um armário dentro do quarto. Em outro armário, os policiais encontraram 50 munições. Em seguida, encontraram uma pequena trouxinha de maconha.
	Perguntado sobre a posse do material encontrado, Michel afirmou que adquiriu as armas de em Angra dos Reis de um amigo, e quanto à maconha, disse que era para seu uso pessoal.
	O auto de prisão em flagrante foi devidamente lavrado e distribuído ao juízo da 22ª Vara Criminal da Capital, onde foi requerida a sua liberdade provisória, que foi negada pelo juiz ao argumento de que se tratava de crime grava, haja vista o preso possuir 03 revolveres com numeração raspada em sua residência e em razão do depoimento da sua esposa que afirma ser ele um homem agressivo.
II – DO DIREITO
Entrementes, a respeitável decisão não merece prosperar, pois não possui amparo legal.
Da Liminar
 
O fato de o paciente estar preso, por si só, justifica o pedido liminar, pois a violência à liberdade de locomoção está configurada. Ademais, o paciente, que jamais foi preso, está sendo acusado pela suposta prática do crime de porte ilegal de arma, não sendo cabível que apenas o teste de sua mulher seja o suficiente para cercear a sua liberdade.
Dessa forma, desnecessário ressaltar que a integridade física do acusado está em perigo, estando justificada a apreciação sumária deste pedido, bem como que presentes os requisitos ensejadores da liminar, razão pela qual se requer a concessão da liminar para o fim de .....
Da inexistência dos pressupostos da prisão preventiva
Ademais, a gravidade do delito também não justifica a segregação da liberdade do acusado, como já decidiu o Superior Tribunal de Justiça em casos análogos, sendo relevante para a concessão da liberdade provisória a análise dos pressupostos do artigo 312 do Código de Processo Penal, não bastando a mera declaração de tutela à ordem pública sem a devida comprovação:
HABEAS CORPUS. PEDIDO DE LIBERDADE INDEFERIDO. PORTE DE ARMA DE USO RESTRITO E PORTE DE ARMA. GRAVIDADE ABSTRATA DO DELITO. MOTIVAÇÃO INIDÔNEA. FUNDADO RISCO DE REITERAÇÃO DELITIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA. 1. A gravidade abstrata do delito não serve de amparo à manutenção da prisão preventiva. 2. O risco de reiteração delitiva, fator concreto que justifica a manutenção da custódia cautelar, pode ser extraído de elementos como inquéritos e ações penais em curso. Precedentes. 3. Ordem parcialmente concedida, cassada em parte a liminar, com determinação, por consequência, da constrição cautelar do primeiro paciente, sem prejuízo de o Juízo de origem substituir a medida extrema por outra, mais branda, se assim entender pertinente.
(STJ - HC: 299267 SP 2014/0174536-3, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de Julgamento: 06/11/2014, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 25/11/2014)
Finda a discussão acerca dos elementos subjetivos, que, apesar de irrelevantes nesse momento, mereciam atenção em razão da fundamentação dada pelo Meritíssimo Juiz da 22ª Vara Criminal, passo a expor os pressupostos do artigo 312 do Código de Processo Penal.
Segundo o referido dispositivo, “A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal”. No caso em tela, está comprovado, por meio dos documentos anexados, que o paciente é primário, jamais foi preso em sua vida e possui endereço fixo. Segundo o Meritíssimo Juiz, a ordem pública está em risco pela suposta “agressividade do agente”.
Entretanto, causa estranheza a asserção do magistrado, com fundamentação oposta às provas juntadas aos autos, pois, como já dito, o acusado jamais foi preso em sua vida. 
“Paciente que, além de ostentar condições pessoais favoráveis – jovem de 23 anos, estudante técnico de tecnologia da informação, primário, sem antecedentes criminais, com família constituída e residência fixa com os pais -, não representa qualquer risco à sociedade. Ausência da real necessidade da manutenção da medida constritiva” (STF - HC 97.998 - SÃO PAULO/SP – MINISTRO EROS GRAU - j. 04.03.2009). 
Vale ressaltar que a prisão em flagrante ocorreu com base na presunção da prática delituosa, com base no art. 16, § único, IV da Lei 11.343/06. Portanto, causa perplexidade a afirmação acerca da periculosidade e risco à ordem pública, pois não há elementos, até o momento, que comprovem essa tese.
Por fim, os demais pressupostos da prisão preventiva – garantia da ordem econômica, conveniência da instrução criminal e a aplicação da lei penal – não estão caracterizados, tampouco comprovados.
Tratando-se a segregação preventiva de medida excepcional, e ausentes os requisitos legais que a justifiquem, faz-se imperiosa a libertação imediata do acusado, sob o risco de coação ilegal à liberdade de locomoção. Destarte, inexistentes os fundamentos legais para a prisão do paciente, é imperiosa a decretação da liberdade do paciente.
III – DO PEDIDO
Ante ao exposto, é a presente impetração para requerer seja oficiada a autoridade coatora, a fim de que esta preste informações, intimando-se o membro do Ministério Público para que se manifeste, assim como a concessão da ORDEM DE HABEAS CORPUS em favor de MICHEL DA SILVA, mantendo-se a liminar anteriormente concedida, com o fim de que seja restituída sua liberdade, com fundamento legal no artigo 648 do CPP, inciso I.
Nestes termos, pede deferimento.
Local, data 
Advogado

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