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AULA Teoria Geral do Crime aplicação da lei penal

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CURSO DIREITO – 2° PERÍODO
DA APLICAÇAO DA LEI PENAL
CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO
Aplicaçao da Lei penal
Da lei penal no Tempo: 
- Princípio da continuidade das leis – depois de cumprir todas as fases do processo legislativo previsto na CF, a lei penal ingressa no ordenamento jurídico e, assim como as demais leis em geral, vigora até ser revogada por outro ato normativo de igual natureza. 
Aplicação da lei penal
DIREITO PENAL INTERTEMPORAL E O CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO:
- as regras e os princípios que buscam solucionar o conflito de leis penais no tempo constituem o direito penal intertemporal. 
Base legal – art. 5º, XL, CF e arts. 2º e 3º, CP 
Regra geral – aplica-se a lei vigente quando da prática da conduta (tempus regit actum). 
        Lei penal no tempo - CP
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.  
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Aplicação da lei penal
EXCEÇOES: as exceções são verificadas em razão de surgirem leis penais que disciplinam, total ou parcialmente, a mesma matéria. E, se o fato tiver sido praticado durante a vigência da lei anterior, PODEM OCORRER:
a) A lei cria uma nova figura penal – novatio legis incriminadora;
b) a lei posterior se mostra mais rígida em comparação com a lei anterior - lex gravior
c) A lei posterior extingue o crime – abolitio criminis 
Aplicação da lei penal
D) a lei posterior é benigna em relaçao à sançao penal ou à forma de seu cumprimento (lex mitior);
E) a lei posterior contém alguns preceitos mais rígidos e outros mais brandos 
Aplicação da lei penal
Novatio legis incriminadora – é a lei que tipifica como infraçoes penais comportamentos até entao considerados irrelevantes.
- A nova lei (neocriminalizaçao) somente pode atingir situaçoes consumadas após a entrada em vigor. Não poderá retroagir – Eficácia para o futuro. (CF, art. 5º, XL)
Aplicação da lei penal
Lei penal mais grave – lex gravior
- Lei penal mais grave é a que de qualquer modo implicar tratamento mais rigoroso às condutas já classificadas como infraçoes penais. 
- na expressão de qualquer modo: deve ser considerada de forma ampla a considerar como exemplo: aumento de pena, criaçao de qualificadora, agravante genérica ou causa de aumento da pena, imposiçao de regime prisional mais rígido, aumento do prazo prescricional, supressão de atenuante genérica ou causa de diminuição da pena etc. 
- a lei mais grave somente terá aplicação a fatos posteriores à sua entrada em vigor. Jamais retroagirá. 
Essa regra tem incidência sobre todas as leis com conteúdo material, seja no CP (parte geral ou especial) ou nas leis penais especiais) . 
Aplicação da lei penal
Abolitio criminis e Lei posterior benéfica
Abolitio criminis – é a nova lei que exclui do ambito do Direito Penal um fato até então considerado criminoso. 
- encontra previsao legal – no art. 2º, CP
- natureza jurídica – de causa de exclusao da punibilidade (art. 107, III, CP)
Aplicação da lei penal
A lei abolicionista não respeita coisa julgada. Ocorre que, a coisa julgada é um direito constitucional, mas mesmo se tratando de direito constitucional, a garantia pode atingir a coisa julgada quando utilizada pelo indivíduo contra o Estado. 
O art. 2º da CP não ofende a art. 5º, XXVI, da CF, pois o mandamento constitucional tutela a garantia individual e não o dir. de punir do Estado. 
Aplicação da lei penal
Ademais, o art. 2º diz que a abolitio criminis apaga todos os efeitos penais primários e secundários. 
Porém, os efeitos civis (extrapenais) da sentença penal permanecem intactos, podendo a condenação ser executada no cível. 
Já o art. 2º, parágrafo único, traz a lex militor, é a lei que favorece o agente sem descriminalizar o fato. Lei mais favorável também não respeita a coisa julgada.
Aplicação da lei penal
Depois do trânsito em julgado, quem irá aplicar a lei mais favorável?
Depois do trânsito em julgado, quem aplica a lei mais benigna depende do caso concreto. Se de aplicação meramente matemática (causa de diminuição em razão da menoridade do agente) é o juiz da execução (Súm. 611, STF e art. 66, I, da Lei Execução Penal); se conduzir a juízo de valor (pequeno prejuízo à vítima), aí cabe revisão criminal.
- Guarde: a lei será sempre aplicada pelo órgão do Poder Judiciário em que a açao penal estiver em trâmite. 
Aplicação da lei penal
Resumo: 
Retroatividade da lei penal mais benéfica
 ----
-------\-----------Fato -------------\---------------
(Lei A – mais grave) 			(Lei B – mais favorável)
- A lei B (mais favorável) aplica-se aos fatos praticados após sua entrada em vigor, e também retroage para alcançar fatos cometidos durante o período em que a lei A (mais grave) estava em vigor. 
Aplicação da lei penal
Da ultratividade da lei mais benéfica
 ----
________/ _____Fato __________/________
Lei A (mais favorável) 		Lei B (mais severa)	
- Praticado o fato quando estava em vigor uma lei, mais favorável, será por ela regulado mesmo após a sua revogação por lei mais grave. (Lei penal mais grave jamais retroagirá)
Aplicação da lei penal
Lei posterior e vacatio legis
Lei abolicionista pode retroagir na vacatio legis? 
Primeira corrente: é possível, sabendo que a finalidade primordial da vacatio legis é tornar a lei conhecida não faz sentido que aqueles que já se inteiraram do seu teor fiquem impedidos de lhe prestar obediência, em especial, quando o preceito é mais brando. - - Art. 28, Lei de Drogas, usuário.
Aplicação da lei penal
Segunda corrente: não é possível, pois é desprovida de eficácia jurídica e social devendo imperar a lei vigente. 
- Durante o período da vacatio legis, a lei penal não pode ser aplicada, mesmo que ela seja mais favorável ao réu. Esta lei ainda não tem eficácia, sendo impossível sua incidência no caso prático. (Ex.: CP de 1969 – Decreto-lei n. 1004/1969), possuía diversas disposiçoes mais favoráveis ao reu, se comparado ao CP de 1940. 
Aplicação da lei penal
Combinaçao de leis penais (lex tertia)
Fazendo-se um confronto entre a lei anterior e a lei posterior, a segunda tem uma parte mais benéfica e outra mais gravosa em relação à primeira. Desse modo, aplica-se uma “terceira lei” (lex tertia), resultado da combinação das duas leis. Pergunta-se: 
É possível?
Aplicação da lei penal
Primeira corrente: não é admissível a combinação de leis, pois, ao proceder assim, o juiz ofende o princípio da separação dos Poderes, penetra em campo exclusivo e privativo do legislador, tornando-se legislador positivo, que é absolutamente proibido (Nelson Hungria e Damásio e a 1ª turma do STF - RHC 94802). (teoria da ponderaçao unitária ou global)
Segunda corrente: admite-se o procedimento judicial gerador da lex tertia, pelo menos em casos especiais. Pois se o juiz pode aplicar o “o todo de uma lei ou de outra para favorecer o sujeito, pode escolher parte de uma ou de outra para o mesmo fim”, consoante a doutrina moderna e a 2ª turma do STF – HC 95435. (teoria da ponderaçao diferenciada)
- Hoje - O STF – rapidamente retomou sua posiçao tradicional, voltando a acolher a teoria da ponderaçao unitária ou global, de modo a repelidr a combinaçao de leis penais, em homenagem aos princípios da reserva legal e da separação dos Poderes do Estado, sob o argumento de ser vedada ao Poder Judiciário a criaçao de uma terceira pena (HC 97.221/SP – Min. Gilmar Mendes – 2ª. Turma – j. 19.10.2010 – informativos 605, 594, 570)
Aplicação da lei penal
STJ – não admite a combinaçao de leis penais. Assunto analisado – incidência do art. 33, §4º, da Lei 11.343/2006 – nos crimes praticados na vigência da antiga lei de drogas (Lei 6368/1976) – (HC 112.647/SP – Min Jorge Mussi– 5ª. Turma – j. 04.11.2008.
- O STJ limita-se a facultar ao réu a escolha entre o regramento antigo e o atual, pois deve incidir em sua integralidade a legislaçao que mais o favoreça, a nova ou a lei antiga, mas nunca partes de cada uma delas.
- O Código Penal Militar (Decreto-lei 1.001/1969) – em seu art. 2º, §2º, proibe expressamente a combinaçao de leis. 
Aplicação da lei penal
Lei penal intermediária
- é possível , em caso de sucessão de leis penais, a aplicação de uma lei intermediária mais favorável ao réu, ainda que não seja a lei em vigor quando da prática da infração penal ou a lei vigente à época do julgamento. 
Ex.: Ao tempo da conduta estava em vigor a Lei A, sucedida pela Lei B, encontrando-se em vigor ao tempo da sentença – a Lei C. 
- nada impede a aplicaçao da lei B, desde que se trate, entre todas, da mais favorável ao agente. 
- Essa é a posição do STF (RE – 41.8876/MT, Min. Sepulveda Pertence , 1ª. Turma – j. 30.-3.2004)
Aplicação da lei penal
Como tratar a sucessão de lei penal no caso de continuidade delitiva?
 
Apesar de cometido o delito em continuidade delitiva, para fins da pena, considera-se que só um crime foi praticado. 
 
Se quando ele começou a praticar o crime ‘A’ com pena de 1 a 4 anos e quando do 3º crime (crime continuado) a lei era ‘B’ com pena de 2 a 8 anos. Esse crime sofre as penas da lei A ou B?
 
Aplicação da lei penal
1ª Corrente – se vários crimes em continuidade delitiva (art. 71, CP) são praticados sob a égide de duas leis, sendo uma mais grave, o conflito resolve-se pela aplicação do princípio da retroatividade ou ultratividade da lei mais benéfica. 
2ª Corrente – aplica-se a lei vigente ao término da cessação da continuidade. O agente que prosseguiu na continuidade delitiva após o advento da lei nova tinha a possibilidade de motivar-se pelos imperativos desta ao invés de persistir nas práticas de seus crimes. Submete-se, portanto, ao novo regime, ainda que mais grave, sem violação ao princípio da legalidade. 
Aplicação da lei penal
 A 2ª corrente hoje está sumulada no STF - 
 Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Aplicação da lei penal
Lei penal temporária e Lei penal excepcional
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Aplicação da lei penal
Lei temporária em sentido estrito: é aquele que tem pré fixado em seu texto o tempo de sua vigência. Geralmente é de curta duração. 
Lei temporária em sentido amplo ou lei excepcional: é a que atende as transitórias necessidades estatais, tais como guerras, calamidades, epidemias etc. perdura por todo o tempo excepcional.
- são classificadas como leis intermitentes. Possuem ultratividade, pois se aplicam ao fato praticado durante a sua vigencia, embora decorrido o período de sua duração (temporária) ou cessadas as circunstâncias que a determinaram (excepcional). 
Aplicação da lei penal
a ultratividade do art. 3º é necessária, pois do contrário se sancionaria o absurdo de reduzir as disposições destas leis a uma espécie de ineficácia preventiva em relação aos fatos, por elas validamente vetados, que fossem cometidos na eminência do vencimento.
Aplicação da lei penal
As leis penais em branco e o conflito de leis penais no tempo
Como fica a alteração do complemento da norma penal em branco? 
Norma penal em branco depende de um complemento que pode ser da mesma espécie normativa (imprópria – homóloga ou hereróloga) ou espécie normativa diversa (própria).
Aplicação da lei penal
Alterando-se o complemento existe retroatividade ou irretroatividade?
1ª C – quando o complemento da norma penal em branco for lei, a sua alteração benéfica retroagirá. Se o complemento é norma infra legal, o decisivo é saber se foi alterada a própria matéria da proibição com redução da área de incidência do tipo ou pura e simples atualização de valores monetários etc.. Na primeira hipótese retroage; na segunda, não retroage. (Francisco de Assis Toledo)
Aplicação da lei penal
Exemplos: 
Art. 236, CP proíbe casar tendo impedimentos – essa norma é complementada pelo CC que traz o rol de impedimentos. Vamos supor que o CC é alterado e é retirado o impedimento – estamos diante de norma penal em branco imprópria e quem casou com o impedimento que deixou de ser é retroativa. 
 
O art. 2º, VI, L. 1.521/51 pune crime contra a economia popular consistente em vender bem acima da tabela do governo – o crime depende de um complemento que e uma portaria que traz uma tabela. Vamos supor que a tabela proibia vender carne acima de 20,00, por causa da inflação a portaria é alterada e aumenta o valor para 40,00. Essa alteração beneficia quem vendeu carne entre 20,00 e 40,00? Estamos diante de norma penal em branco própria e tem que analisar se houve mudança na proibição ou mera atualização? Houve mera atualização e então essa mudança é irretroativa.
Aplicação da lei penal
Lei 11.343/06 – lei de drogas – que precisa ser complementada para esclarecer o que são drogas. Vamos supor que foi abolido o lance perfume da portaria. Houve abolitio criminis? Retroage ou não? Sim, retroage.
2ª C – não interessa se o complemento advém de lei ou de ato infralegal, pois a retroatividade depende exclusivamente do caráter temporário ou definitivo da norma. Se temporário, não retroage (art. 3º, CP); se definitivo, retroage (art. 2º, CP). Capez. 
Aplicação da lei penal
LEI 11.106/05
ANTES
 
Art. 219, CP – rapto violento
 
Art. 220, CP – rapto consensual
 
Aplicação da lei penal
DEPOIS
Art. 148, §1º, V, CP (migração típica – princípio da continuidade normativo típica)
Foi abolido (supressão da figura criminosa – abolitio criminis)
Aplicação da lei penal
ABOLITIO CRIMINIS
Supressão formal: a intenção do legislador é não mais considerar o fato criminoso. 
Supressão do conteúdo proibitivo
Ex.: sedução (art. 217); rapto consensual (art. 220); adultério (art. )etc. 
Aplicação da lei penal
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO TÍPICA
Alteração formal: aqui a intenção do legislador é continuar considerando o fato criminoso. 
Manutenção do conteúdo proibitivo. Houve apenas uma migração do conteúdo para outro artigo. 
Ex.: atentado violento ao pudor virou do art. 214 para o art. 213 (estupro).
O art. 219 virou o art. 148, §1º, V. (rapto violento para seqüestro e cárcere privado para fins libidinosos)
Aplicação da lei penal
Questão: 
1) (TRF – 1ª Regiao -2006) – Cuidando-se da lei penal no tempo: 
A) a lei penal inconstitucional, mais favorável, pode e deve ser aplicada, retroagindo. Aplicação da lex mitior inconstitucional. 
B) Na hipótese de três leis sucessivas: quanto ao fato praticado na vigência da primeira lei, a lei posterior, ou seja, a segunda lei, que não é a do tempo do crime, retroagirá, por ser mais benigna 
Aplicaçao da Lei penal
Para alcançar o fato praticado na vigência da primeira, mas não poderá ser ultrativa em relação à terceira lei, que não é a do tempo que o mesmo foi julgado, e assim, essa ultima deverá ser aplicada ainda que menos benigna;
C) Ofende a coisa julgada a aplicaçao da lei nova mais benigna;
D) se a norma que completa a lei penal foi revogada ou foi alterada por outra mais favorável
Aplicaçao da Lei penal
ao agente, estando ligada a uma circunstância temporal ou excepcional, é de aplicar-se o princípio da retroatividade da lei mais benigna.
Resposta em seu caderno. Analise cada uma e responda com fundamento.
Aplicação da lei penal
Do conflito aparente de leis penais
Material de apoio na xerox – Direito Penal – parte Geral – Damasio, Mirabete, Cleber Masson e Cezar Roberto Bitencourt
	
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
	
	Anterioridade da lei 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Lei penalno tempo 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Lei excepcional ou temporária
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Tempo do crime 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Territorialidade 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Lugar do crime 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Extraterritorialidade 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
Pena cumprida no estrangeiro 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Eficácia de sentença estrangeira 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; 
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único - A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. 
Contagem de prazo 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
Frações não computáveis da pena 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
Legislação especial 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
Relação de causalidade 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
Superveniência de causa independente
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Relevância da omissão 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
Tentativa 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Arrependimento posterior 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Crime impossível 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Art. 18 - Diz-se o crime: 
Crime doloso 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
Agravação pelo resultado 
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.
Erro sobre elementos do tipo 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
Descriminantes putativas 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo
Erro determinado por terceiro
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
Erro sobre a pessoa
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticaro crime. 
Erro sobre a ilicitude do fato
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. 
Coação irresistível e obediência hierárquica 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir- se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. 
Legítima defesa 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

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