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DIREITO PENAL IV AULA 1 Expositiva

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DIREITO PENAL IV
Crimes contra a Administração Pública 1
Tema:Crimes praticados por Funcionário Público I
Prof. Juenil Antonio dos Santos
	NOÇÕES PRELIMINARES
	O Código neste título, ocupa-se de infrações penais que atentam contra o correto funcionamento do aparato estatal, em seus aspecto externo (relação do Estado com o indivíduo) e interno (referente à organização estatal propriamente dita ou às relações do ente público com seus servidores).
	Muitos dos fatos reunidos nesta classe de ilícitos, em especial aqueles em que o sujeito ativo é servidor que se encontra no desempenho de suas funções, têm natureza pluriobjetiva; significa dizer que constituem, além de infrações penais, ilícitos administrativos.
	Outra nota marcante neste setor do Código consiste em que grande parte dos comportamentos antijurídicos aqui reunidos são lesivos não só ao Estado, enquanto pessoa jurídica de direito público, mas sobretudo à população em geral, que direta ou indiretamente arca com os efeitos concretos do ato cometido.
	I - CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
	Compreende, em sua concepção lata (empregado pelo código), a atividade desempenhada pelo Estado visando à consecução de seus fins. Engloba tantos atos praticados na esfera do Poder Executivo quanto do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público, sem falar dos entes da Administração Pública indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedade de economia mista).
	Assim, a ideia de Administração Pública no contexto da proteção jurídico-penal há de ser entendida em sentido funcional, isto é, como o conjunto das funções que o Estado assume para a consecução de seus fins.
	
	1.1. Conceito de funcionário público	
	O conceito de funcionário publico não é o mesmo que previsto no Direito Administrativo. No caso penal, é considerado como tal a pessoa que exerce função pública, ainda que sem remuneração. Aplica-se este conceito a toda legislação penal, inclusive especial. (veja art. 327 CP).
	Obs.: os jurados, no Tribunal do Júri também aqui se enquadram, conforme artigo 445 do Código de Processo Penal.
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.   (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
	1.2. Distinção entre crimes funcionais próprios e impróprios.
	Os crimes funcionais próprios são aqueles em que só podem ser praticados por funcionários publico, isto é, quando ausente tal condição, desaparece por completo o delito (atipicidade total ou absoluta) . 
Exemplo: a prevaricação ocorre quando o funcionário retarda ou deixa de praticar ato de ofício, ou o pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal (art. 319 do CP); se um particular realiza conduta semelhante no desempenho de sua profissão ou atividade não comete delito algum, uma vez que o fato é penalmente atípico.
	Já os crimes funcionais impróprios são aqueles em que, retirada a qualidade especial do sujeito ativo, a figura típica se transforma (atipicidade relativa), ou seja, há um fato típico correspondente que pune os não funcionários, quando realizam ações ou omissões semelhantes.
Exemplo: o peculato-furto, de sua parte, é crime funcional impróprio, pois a conduta descrita no artigo 312, § 1º, quando cometida exclusivamente por particular, configura furto (art. 155)
	1.3. Conceitos de funcionário público e, funcionário público por equiparação, previstos no Código Penal (Art. 327, § 1º CP).
	Equipara-se a funcionário público quem exerce emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviços contratada ou conveniada para execução de atividade típica da Administração Pública.	
	 1.4. Distinção entre o conceito de funcionário público, previsto no Código Penal, e autoridade pública, prevista na Lei n 4898/1965: natureza das funções exercidas; aplicação do princípio da especialidade e derrogação tácita de dispositivos do Código Penal.
	Autoridade pública é aquela pessoa que investida na função pública tem efetivamente o poder de decisão, mando, figurando como competente e responsável pelo ato administrativo.
 	Agente público é aquela pessoa que executa as ordens da autoridade púbica praticando os atos executórios, ou seja, não tem o poder de mando, figurando como competente para a prática do ato administrativo.
	1.5. A aplicação do principio da insignificância aos crimes contra Administração Pública.
	Na doutrina e na jurisprudência, existem dois entendimentos conflitantes. A última orientação do STF é no sentido de ser possível a adoção do princípio da insignificância nos delitos contra a Administração Pública. No caso apreciado, o STF aplicou o princípio da insignificância do crime de peculato-furto, absolvendo o acusado por atipicidade da sua conduta.
“Delito de peculato-furto. Apropriação, por carcereiro, de farol de milha que guarnecia motocicleta apreendida. Coisa estimada em treze reais. Res furtiva de valor insignificante. Periculosidade não considerável do agente. Circunstâncias relevantes. Crime de bagatela. Caracterização. Dano à probidade da administração. Irrelevância no caso. Aplicação do princípio da insignificância. Atipicidade reconhecida. Absolvição decretada. HC concedido para esse fim. Voto vencido.Verificada a objetiva insignificância jurídica do ato tido por delituoso, à luz das suas circunstâncias, deve o réu, em recurso ou habeas corpus, ser absolvido por atipicidade do comportamento.”STF HC 112388 / SP  21/08/2012       
	Entretanto, o STJ tem orientação no sentido oposto.
 “O entendimento firmado nas Turmas que compõem a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que não se aplica o princípio da insignificância aos crimes contra a Administração Pública, ainda que o valor da lesão possa ser considerado ínfimo, uma vez que a norma visa resguardar não apenas o aspecto patrimonial, mas, principalmente, a moral administrativa.” STJ AgRg no REsp 1275835/SC 01/02/2012
	Salvo na hipótese de descaminho:
“O Estado é o sujeito passivo do delito de descaminho, o que enseja a aplicação do princípio da insignificância, como causa supralegal de exclusão da tipicidade, apenas quando a conduta imputada na peça acusatória não chegou a lesar o bem jurídico tutelado, qual seja, a Administração Pública em seu interesse fiscal. A atual jurisprudência das Cortes Superiores utiliza o art. 20 da Lei n.º 10.522/02 como parâmetro para aferir a inexpressividade penal da conduta de descaminho, que se refere ao arquivamento, sem baixa na distribuição, das execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional de valor consolidado igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Diante da habitualidade criminosa no Recorrido não há como se afirmar o desinteresse estatal à repressão do delito por praticado.” REsp 1322847/SP 15/08/2012
	Em síntese, em regra, o STJ não aceita a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a Administração Pública, salvo no caso do crime de descaminho (art. 334, CP). Neste último, os dois requisitos são: ausência de habitualidade e inexpressividade da conduta.
 	II  CRIMES FUNCIONAIS
	O capítulo I (arts. 312 a 326) trata dos chamados crimes funcionais, aqueles em que a condição de funcionário público figura como elementar ou circunstância especialdo tipo.
	
	2.1. Sujeitos do crime
	Todos os crimes constantes do capitulo I são próprios (delicta propria), justamente por exigirem do sujeito ativo a condição de funcionário público. Particulares poderão ser enquadrados nesses delito, desde que concorram mediante coautoria ou participação, ao fato praticado por funcionário público.
	A participação de particulares na situação acima aventada, porquanto a qualidade de funcionário, elementar de tais infrações, a eles se comunica por força do art. 30 do CP. Esta comunicabilidade, entretanto, depende da efetiva ciência pelo particular de que coopera com o funcionário público.
	Exemplo: se uma pessoa auxilia um oficial de promotoria a, prevalecendo-se da facilidade proporcionada pelo cargo, subtrair computadores do Ministério Público, responde por peculato-furto (art. 312, §, 1º), se ciente da qualidade de seu comparsa, e por furto (art. 155), se a desconhecer.
	2.2. CAUSA DE AUMENTO DE PENA
	Segundo o art. 327,§ 2º "A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público". (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
	2.3. EFEITOS DA CONDENAÇÃO
	A condenação criminal produz uma série de efeitos penais (principais e secundários) e extrapenais.
	São extrapenais específicos os que repercutem em outro ramo do direito, que não o penal, e que só se aplicam a alguns crimes, sempre mediante expressa declaração na sentença.
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação 	dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
	2.4. OBJETIVIDADE JURÍDICA E AÇÃO PENAL
	Todos os crimes funcionais possuem como objeto jurídico a Administração Pública. Secundariamente, a norma também protege o patrimônio do particular afetado pela conduta do agente.
	A ação penal é sempre pública incondicionada, seja por força do art. 100, caput do CP, seja em razão do art. 24, § 2º, do CPP.
	2.5. ASPECTOS PROCESSUAIS
	Os delitos dos arts. 312 a 326 , seguem o rito previsto nos arts. 513 a 518 do CPP. 
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
        Art. 513.  Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.
        
	Art. 514.  Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
        Parágrafo único.  Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar.
        
	Art. 515.  No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para a resposta, os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado ou por seu defensor.
        Parágrafo único.  A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações.
        Art. 516.  O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.
        Art. 517.  Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I.
        Art. 518.  Na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.
Obs.: de acordo com o STJ, a defesa preliminar do art. 514 do CPP somente será necessária quando a ação penal não for baseada em inquérito policial, mas em peça de informação (Súmula 330 do STJ). Contudo, o STF já entende de modo diverso, determinando a obrigatoriedade desta manifestação em todas as acusações relativas a delitos funcionais afiançáveis, ainda quando lastreadas em elementos informativos.
SEGUNDA TURMA
Art. 514 do CPP e Defesa Preliminar
A circunstância de a denúncia estar embasada em elementos de informação colhidos em inquérito policial não dispensa a obrigatoriedade, nos crimes afiançáveis, da defesa preliminar de que trata o art. 514 do CPP (“Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.”). A Turma, com base nesse entendimento, deferiu habeas corpus para anular, desde o início, ação penal instaurada para apurar suposta prática dos delitos de peculato e extorsão em concurso de agentes (CP, artigos 312 e 158, caput e § 1º, c/c os artigos 69 e 29) em desfavor de servidor público que não fora intimado a oferecer a referida defesa preliminar. Precedentes citados: HC 85779/RJ (DJU de 29.6.2007) e HC 89686/SP (DJU de 17.8.2007).
HC 96058/SP, rel. Min. Eros Grau. 17.3.2009. (HC-96058)
	
DOS CRIMES EM ESPÉCIES
2.6. ARTS. 312 E 313 - PECULATO
1. VALOR PROTEGIDO (OBJETIVIDADE JURÍDICA):
	Em todas as modalidades, a administração pública, a propriedade pública ou particular e a probidade administrativa.
2. REPARAÇÃO DE DANOS:
A reparação de danos opera efeitos extremamente benéficos no peculato culposo (art. 312, § 2º) podendo gerar a extinção da punibilidade.
No peculato doloso, permite a aplicação do art. 16 do CP (arrependimento posterior) ou da atenuante genérica dos arts. 65, III, b (quando anterior a sentença de primeiro grau) ou 66 (nos demais casos)
Serve como condição para progressão de regime (art. 33, § 4º do CP).
Causa de aumento de pena (art. 327,§ 2º) já visto acima.
3. ART. 312, CAPUT, PECULATO PRÓPRIO
3.1. Tipo objetivo: o peculato próprio consubstancia tipo misto alternativo, já que pode se cometido mediante duas condutas alternativamente ("apropriar-se" ou "desviar").
3.2. Peculato-apropriação (1a. parte).
Conceituação: dá-se quando o funcionário público em cuja posse legítima se encontra o bem, passa a agir como se fosse dono. Por exemplo: agente que toma para si livros e periódicos, doados a universidade federal, impedindo sua utilização pelo público (crime funcional impróprio).
Ação Nuclear: consiste em apropriar-se, isto é, tomar como seu, agindo como verdadeiro proprietário. Este comportamento pode ser cometido por ação (apropriação propriamente dita) ou omissão (negativa de restituição). Pressupõe em ambos os casos que o sujeito legitimamente tenha a posse do objeto, em razão do cargo público que ocupa e, a partir de um dado momento, passa a agir como se dono fosse.
Três requisitos são exigidos para a configuração típica do peculato:
	a) Posse lícita e legítima
	b) Inversão do ânimo da posse
	c) Posse decorrente do cargo público3.3. peculato-desvio (2a parte)
Conceituação: outra modalidade de peculato próprio consiste em desviar o bem (dinheiro, valor ou outro bem móvel, público ou particular), cuja a posse deriva do cargo público ocupado, em proveito próprio ou alheio
Ação Nuclear: indica o fato de mudar o curso, o destino, descaminhar bem que detém licitamente, em razão do cargo. O desvio deve dar-se em benefício (material ou moral, como prestígio político) do próprio funcionário ou terceiro (elemento subjetivo específico). Quando a alteração do destino ocorre em favor da própria Administração, não há peculato-desvio, mas emprego irregular de verbas públicas (art. 315).
3.4. Tipo subjetivo: o peculato próprio constitui delito doloso, exigindo-se a consciência e a vontade de concretizar os elementos objetivos do tipo penal.
3.5. Sujeitos do crime
a) Sujeito ativo: o peculato exige uma condição especial do sujeito ativo, o qual deve ser necessariamente funcionário público (art. 327 do CP). O particular pode figurar com coautor ou partícipe do crime, posto que a qualidade exigida pelo tipo a ele se comunicará, na forma do art. 30 do CP.
b) Sujeito passivo: é o Estado, mais precisamente o ente da Administração Pública cujo bem foi objeto de apropriação e a coletividade, em segundo plano, lesada com o prejuízo econômico experimentado pelo erário.
3.6. Consumação e tentativa: consuma-se o delito com a efetiva apropriação, desvio ou subtração do objeto material. A tentativa é admissível.
3.7. Classificação: crime próprio, material, plurissubsistente e funcional.
3.8. Forma culposa: ocorre quando o funcionário público concorre para que outrem se aproprie, desvie ou subtraia o objeto material em razão de sua inobservância ou dever de cuidado objetivo necessário (§ 2.°). Dispõe o §3.° que, na hipótese de reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
3.9. Ação penal: pública incondicionada.
JURISPRUDÊNCIA:
"O peculato é crime próprio, no tocante ao sujeito ativo; indispensável a qualificação - funcionário público. Admissível, contudo, o concurso de pessoas, inclusive quanto ao estranho ao serviço público. Não se comunicam as circunstâncias e condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime (CP, art. 30)" (STJ - HC - Rel. Luiz Vicente Cemicchiaro - j. 04.10.94 - DJU 12.12.94).
"É também imputável como réu de peculato quem não seja servidor público, desde que haja contribuído ou participado da ação, em tese criminosa, de quem o seja; será tido então e em tese como coautor" (STF
- HC - Rel. Clóvis Ramalhete - RTJ 100/140).
4. PECULATO-FURTO OU PECULATO IMPRÓPRIO
é previsto no § 1º, do art. 312 do Código Penal. Nessa modalidade, o funcionário pode: 1) realizar a subtração; ou, 2) voluntária e conscientemente, concorrer para que outro subtraia o objeto material. Nos dois casos, o funcionário não tem a posse ou detenção do objeto material, pois, se tivesse, o delito seria o do caput, mas tem facilidade, dada sua condição de funcionário público, de subtrair ou permitir que outrem subtraia o objeto material.
Na modalidade de concorrência, cometem o delito o funcionário e um terceiro, aplicando-se a regra do art. 30 do Código Penal.
É preciso observar que o funcionário tem que se valer da facilidade proporcionada pela sua condição. Assim, por exemplo, se o funcionário arromba a porta da repartição vizinha e subtrai objetos lá contidos, responde por furto qualificado e não por peculato, pois não terá se valido de facilidade.
Esta modalidade também admite tentativa.
5. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM
previsto no art. 313 do Código Penal.
Tutela a Administração Pública.
Trata-se de delito próprio, somente podendo ser cometido por funcionário público. O sujeito passivo é o Estado, diretamente, e a vítima da fraude, indiretamente. Pode surgir um terceiro lesado: o dono do dinheiro, caso não seja a vítima da fraude – ex.: A entrega dinheiro a B, seu contador, que o repassa a C, funcionário público, a fim de pagar determinada multa. Este, vendo que recebeu dinheiro a mais, apropria-se do excesso.
Consumação e tentativa: consuma-se o delito com a efetiva apropriação. Admite-se a tentativa.
Classificação: crime próprio, material, plurissubsistente e funcional.
6. PECULATO-CULPOSO
é descrito no § 2º, do art. 312. Nessa forma, o funcionário público, por negligência, imprudência ou imperícia, concorre para a prática do crime de outrem, seja também funcionário público ou simples particular. O sujeito facilita a outrem a subtração, apropriação ou desvio do objeto material. 
É imprescindível que o sujeito tenha a posse ou detenção do objeto material diante da atividade por ele realizada na Administração Pública. Se o terceiro também for funcionário público e se aproveita da facilidade de acesso que tem junto à repartição pública, concorrendo a conduta culposa de outro, este responde por peculato culposo e aquele pelo delito do art. 312, § 1º do CP.
O § 3º do art. 312, que permite a extinção da punibilidade ou a redução da pena, aplica-se apenas ao peculato culposo e, somente ao funcionário público que agiu com culpa, não se estendendo ao agente que subtraiu o objeto.
Exemplo de peculato culposo – A é responsável pelo almoxarifado de uma Prefeitura. Em determinado momento, esquece o cadeado do depósito aberto e B, funcionário que trabalha na repartição ao lado, se aproveita da situação para entrar no depósito e retirar diversos objetos.
7. REPARAÇÃO DO DANO E EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
	A reparação do dano só gera a extinção da punibilidade no caso de peculato culposo e, mesmo assim, se ocorrer antes do trânsito em julgado da sentença, conforme determina o § 3º do art. 312 do CP. Caso a reparação do dano aconteça após o trânsito em julgado da sentença, no peculato culposo, haverá redução da metade da pena. 
	A reparação deve ser integral, ou seja, em muitos casos, não bastará a simples devolução do objeto.
8. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS 
EM SISTEMA DE INFORMAÇÃO
(Previsto no art. 313-A do Código Penal)
8.1. Tutela o patrimônio público e o respeito à probidade administrativa.
8.2- Sujeitos do delito
Ativo – funcionário público (pode haver concurso com particular).
Passivo – o Estado, diretamente; o particular que sofreu o dano, indiretamente.
8.3.- Consumação e tentativa
Consumação – com a concreção de qualquer das condutas (não se exige obtenção da vantagem almejada, nem que haja o dano). Tentativa: admissível.
9. PECULATO ELETRÔNICO: PECULATO HACKER
(Previsto no art. 313-B do Código Penal)
9.1. Tutela a Administração Pública e a integridade e confiabilidade do seu sistema de informações ou programas informáticos
9.2. A conduta nuclear consiste nos atos de modificar ou alterar sistema de informações ou programas de informática. Modificar quer dizer mudar por completo o sistema. Alterar significa efetuar mudanças parciais.
9.3. Tipo subjetivo: o fato é somente incriminado sob a forma dolosa. O servidor atuou com a consciência e vontade de alterar ou modificar o sistema de informações ou software da Administração Pública.
9.4. Sujeitos do delito
Ativo – funcionário público 
Passivo – o Estado.
9.5. Consumação e tentativa
Consumação – com a concreção de qualquer das condutas (não se exige obtenção da vantagem almejada, nem que haja o dano). Tentativa – admissível.
9.6. Causa de aumento de pena: parágrafo único.
10. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO.
(Previsto no art. 314 do Código Penal.)
10.1. Tutela a Administração Pública – respeito à ordem, regularidade e segurança de livros oficiais e documentos de natureza pública ou privada que devem manter-se íntegros. 
10.2. Conduta nuclear: extraviar, significa descaminhar, fazer desaparecer fraudulentamente. Sonegar: conduta omissiva de tirar às escondidas, deixar de relacionar ou apresentar. Inutilizar, significa fazer perecer, retirar a utilidadedo objeto, total ou parcialmente.
10.3. Tipo subjetivo: dolo, o qual abrange a consciência e a vontade de extraviar, sonegar ou inutilizar.
10.4. Sujeitos do delito.
Ativo: funcionário público 
Observação:
a) se o autor do fato for particular ou outro funcionário não responsável pela guarda do livro ou documento, tipifica o artigo 337 CP.
b) Se for advogado ou procurador tipifica o artigo 356 do CP
Passivo – o Estado através do ente público titular do livro ou documento e o particular interessado no registro suprimido.
10.5. Consumação e tentativa
Consumação – trata-se de crime formal. O seu momento consumativo corresponde ao efetivo extravio ou inutilização ou sonegação. 
Tentativa – admissível nas modalidades de extravio e inutilização. Impossível na modalidade de sonegação, que é crime omissivo.
11. EMPREGO IRREGULAR DE RENDAS PÚBLICAS
( previsto no art. 315 do Código Penal.)
11.1. Tutela a Administração Pública e a probidade administrativa 
11.2. Conduta nuclear: utilizar verbas ou rendas públicas em desconformidade com aquela prevista em, lei, porém em prol da administração.
Exemplo: Administrador que manda construir um pórtico na entrada da cidade com verbas previstas para construir escolas.
11.3. Tipo subjetivo: dolo, o qual abrange a consciência e a vontade de realizar a conduta prevista.
11.4. Sujeitos do delito.
Ativo: funcionário público encarregado de dar as verbas ou rendas públicas o destino previsto em lei.
Passivo – o Estado através do ente público titular das verbas públicas.
 
11.5. Consumação e tentativa
Consumação – com o efetivo desvio. Tentativa – admissível 
12. CONCUSSÃO
( previsto no art. 316 do Código Penal.)
12.1. Tutela a Administração Pública, bem como a moralidade e probidade administrativa. 
	Concussio deriva do latim concutere, que designa o ato de balançar uma árvore a fim de fazer cair-lhe os frutos.
12.2. Conduta nuclear: a ação nuclear dá o tom da gravidade da conduta: exigir, ou seja, impor, determinar, constranger alguém de modo direto.
Elemento normativo: vantagem indevida, ou seja ilícita.
"O particular que ceder à exigência não cometerá crime algum. Não há que se falar em corrupção ativa (art. 333), porquanto tal ilícito exige que ofereça ou prometa vantagem indevida a funcionário (não se pune a conduta de dar ou entregar). O particular é vitima da concussão e se entregou a vantagem, o fez em razão da ameaça."
11.3. Tipo subjetivo: dolo.
11.4. Sujeitos do delito.
Ativo: funcionário público 
Passivo – o Estado através do ente público que pertence o autor da conduta.
 
11.5. Consumação e tentativa
Consumação – como crime formal, se realiza no momento da exigência. Tentativa – admissível 
OBSERVAÇÕES: CONCUSSÃO E EXTORSÃO (ART. 158). Ao uso de violência ou grave ameaça não pode ser considerado o crime de concussão, mas sim extorsão
EXCESSO DE EXAÇÃO.
(Previsto nos §§ 1º e 2º do art. 316 do Código Penal)
Tutela o normal desenvolvimento dos encargos funcionais, por parte da Administração Pública e a conservação e tutela do decoro desta. 
 Sujeitos do delito.
Ativo – funcionário público encarregado da arrecadação, sendo admissível o concurso com particular.
Passivo – a Administração Pública, diretamente; o particular lesado, indiretamente.
 Consumação e tentativa.
Consumação – na primeira modalidade, com a simples exigência. Na segunda modalidade, com a cobrança vexatória ou gravosa, não autorizada em lei. Tentativa – inadmissível, salvo na modalidade escrita.
12. Corrupção passiva.
(Prevista no art. 317 do Código Penal)
Tutela o normal funcionamento, a transparência e o prestígio da Administração Pública.
12.1- Sujeitos do delito.
Ativo – funcionário público, admitindo-se a participação de particular.
Passivo – o Estado.
12.2- Consumação e tentativa.
Consumação – no instante em que a solicitação chega ao conhecimento do terceiro, ou em que o funcionário recebe a vantagem ou aceita promessa de tal entrega. Tentativa – na solicitação, só é possível na forma escrita; no recebimento e na aceitação, não se admite a tentativa. Ou o funcionário recebe / aceita e o crime está consumado, ou não recebe / aceita e o fato é atípico.
12.3- Classificação doutrinária.
Trata-se de crime instantâneo, formal e próprio.
13- Facilitação de contrabando ou descaminho.
(Previsto no art. 318 do Código Penal)
Tutela a Administração Pública.
Contrabando consiste na importação ou exportação de produtos proibidos. Já descaminho significa a entrada ou saída do território nacional de produtos lícitos com burla ao pagamento de impostos aduaneiro.
13.1- Sujeitos do delito.
Ativo – só pode ser cometido por funcionário público.
Passivo – Estado.
13.2- Consumação e tentativa.
Consumação – com a realização da conduta, omissiva ou comissiva, de facilitação, mesmo que não haja a efetiva prática do contrabando ou descaminho (delito formal).Tentativa – admissível, na modalidade comissiva.
14- Prevaricação.
(Previsto no art. 319 do Código Penal)
Tutela a Administração Pública.
14.1- Sujeitos do delito. 
Ativo – funcionário público, podendo haver concurso com particular.
Passivo – o Estado, diretamente. Se particular sofrer dano, será sujeito passivo indireto. 
14.2- Consumação e tentativa.
Consumação – com a omissão, o retardamento ou realização do ato contra disposição expressa de lei. Tentativa – na omissão e no retardamento, inadmissível. Na prática do ato, é admissível.
14.3- Semelhanças e dessemelhanças com corrupção e concussão.
Na corrupção, há um ajuste entre o corrupto e o corruptor, o que inexiste na prevaricação. 
Na concussão, o agente exige uma vantagem, enquanto na prevaricação, a intenção é satisfazer um interesse ou sentimento pessoal, independentemente de qualquer vantagem.
15- Condescendência criminosa.
(Previsto no artigo 320 do Código Penal)
Tutela a dignidade e a eficiência da máquina administrativa.
15.1- Sujeitos do delito.
Ativo – funcionário público.
Passivo – Estado.
15.2- Consumação e tentativa.
Consumação – com a simples conduta negativa (omissão do funcionário em responsabilizar o subordinado ou em levar o fato ao conhecimento da autoridade competente). Tentativa – tratando-se de crime omissivo, não se admite a tentativa.
16- Advocacia administrativa.
(Previsto no art. 321 do Código Penal)
Tutela a Administração Pública.
16.1- Sujeitos do delito. 
Ativo – funcionário público, admitindo-se participação de particular.
Passivo – o Estado.
16.2- Consumação e tentativa.
Consumação – com a realização do primeiro ato de patrocínio, independentemente de o funcionário obter algum resultado pretendido. 
Tentativa – admissível.
O art. 322, segundo a melhor doutrina perdeu a sua vigência em razão da lei 4.898/65 - Abuso de Autoridade
17- Abandono de função.
(Previsto no art. 323 do Código Penal)
Tutela a Administração Pública (regularidade da prestação de serviços públicos).
17.1- Sujeitos do delito.
Ativo – funcionário público regularmente investido em cargo público.
Observar que o tipo penal fala apenas em “cargo público”. Pelo princípio da estrita legalidade, não se pode considerar, portanto, o emprego público para fins deste dispositivo.
Passivo – o Estado.
17.2- Consumação e tentativa.
Consumação – como afastamento do exercício do cargo público por tempo juridicamente relevante, ou seja, tempo suficiente para criar perigo de dano para a continuidade do serviço.
Tentativa – trata-se de delito omissivo próprio e, portanto, não se admite tentativa.
17.3- Formas qualificadas.
Há duas formas qualificadas:
Quando o abandono causa prejuízo (art. 323, § 1º do CP) – para o tipo simples (caput), basta a probabilidade de dano. Se este ocorre, a pena é agravada. Trata-se de uma hipótese de delito exaurido, em que o resultado da conduta qualifica o tipo. O prejuízo é público, isto é, causado aos serviços de natureza pública, não abrangendo o prejuízo de natureza particular.Quando o abandono ocorre em local compreendido na faixa de fronteira (art. 323, § 2º do CP) – considera-se “faixa de fronteira” a situada a 150 Km da nossa divisa com outros países. A qualificadora se justifica, pois, o abandono do cargo, nestes locais, gera maior risco aos interesses nacionais.
18- Exercício funcional ilegalmente antecipado 
ou prolongado.
(Previsto no artigo 324 do Código Penal)
Tutela a regularidade da Administração Pública.
18.1- Sujeitos do delito. 
Ativo – funcionário público. Esta é a qualidade do sujeito ativo que distingue o delito previsto no art. 324 do CP, do crime de usurpação de função pública (art. 328), cometido por particular.
Passivo – o Estado.
18.2- Consumação e tentativa.
Consumação – com a realização do primeiro ato de ofício indevido (antes de satisfeitas as exigências legais, ou depois da exoneração, remoção, substituição ou suspensão).
Tentativa – admissível.
 
19-Violação de sigilo funcional.
(Previsto no artigo 325 do código Penal)
Tutela a Administração Pública, no que concerne ao interesse de manter em segredo certos fatos da vida funcional. Trata-se de um delito expressamente subsidiário (vide preceito secundário)
19.1- Sujeitos do delito.
Ativo – funcionário público. A maioria da doutrina entende que o funcionário aposentado ou posto em disponibilidade também pode ser sujeito ativo, pois não perdem o vínculo com a Administração. Damásio entende que se o funcionário estava DEMITIDO ao tempo do fato, inexiste crime. 
	O terceiro que recebe as informações não responde pelo crime, salvo se induziu, instigou ou auxiliou o funcionário a praticá-lo, caso em que haverá participação.
Passivo – o Estado, diretamente. O Particular prejudicado pela revelação do segredo também pode ser sujeito passivo indireto.
19.2- Consumação e tentativa.
Consumação – com a revelação do segredo ou com sua facilitação. Não é necessária a ocorrência de qualquer resultado danoso, pois trata-se de crime formal.
Tentativa – na revelação, admissível na modalidade escrita. Na facilitação, admissível quando o terceiro, por circunstâncias alheias à vontade do agente, não toma conhecimento do conteúdo do segredo.

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