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Apontamentos sobre lei 11343 Drogas

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DISCIPLINA: DIREITO PENAL IV - Prof. Juenil Antonio dos Santos DROGAS - LEI 11.343/2006
	1. Noções gerais.
	A lei 11.343/2006, que dispõe sobre medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas.
	A nova lei institui um novo órgão denominado Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre drogas - SISNAD, com a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção de usuários e dependentes de drogas e a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
	Art. 1o  Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único.  Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Art. 2o  Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único.  Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
	
	2. Nova terminologia para substâncias entorpecentes
	A nova lei optou por usar o termo drogas, em vez da expressão substância entorpecentes ou que determine dependência física ou psíquica.
	Com a nova lei foi adotado um conceito legal desta categoria jurídica chamada drogas, conforme artigo 1º, parágrafo único da lei.
	Esta nova nomenclatura espelha a terminologia adotada pela Organização Mundial de Saúde - OMS, que abandonou o uso dos termos "narcóticos" ou substâncias entorpecentes.
	Caberá ao Ministério da Saúde, consoante o art. 14, I, do decreto 5.921/2006, publicar listas atualizadas periodicamente das substâncias ou produtos capazes de causar dependência.	
Art. 14.  Para o cumprimento do disposto neste Decreto, são competências específicas dos órgãos e entidades que compõem o SISNAD:
I - do Ministério da Saúde:
a) publicar listas atualizadas periodicamente das substâncias ou produtos capazes de causar dependência;
b) baixar instruções de caráter geral ou específico sobre limitação, fiscalização e controle da produção, do comércio e do uso das drogas;
c) autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, ressalvadas as hipóteses de autorização legal ou regulamentar;
d) assegurar a emissão da indispensável licença prévia, pela autoridade sanitária competente, para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais;
e) disciplinar a política de atenção aos usuários e dependentes de drogas, bem como aos seus familiares, junto à rede do Sistema Único de Saúde - SUS;
f) disciplinar as atividades que visem à redução de danos e riscos sociais e à saúde;
g) disciplinar serviços públicos e privados que desenvolvam ações de atenção às pessoas que façam uso ou sejam dependentes de drogas e seus familiares;
h) gerir, em articulação com a SENAD, o banco de dados das instituições de atenção à saúde e de assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas;
3. Terminologia da Organização Mundial da Saúde (OMS)
	A organização mundial de saúde adotou, segundo informes contidos em publicação da secretaria nacional antidrogas - SENAD (um guia para a família), a seguinte terminologia, no que refere a drogas:
	Experimentador
	Pessoa que experimenta drogas, leva por curiosidade
	Usuário ocasional
	Pessoa que utiliza uma ou várias drogas quando disponíveis.
	Usuário habitual
	Pessoa que uso frequente, sem ruptura de vínculos afetivos e sociais.
	Usuário dependente
	Pessoa que usa a droga de formar frequente e exagerada, com rupturas dos vínculos afetivos e sociais
	Dependência
	Quando a pessoa não consegue largar a droga, porque seu organismo se acostumou com a substância e sua ausência provocas sintomas físicos (quadro chamado de síndrome de abstinência).
	Escalada
	Quando a pessoa passa do uso de drogas leves para as mais pesadas.
	Tolerância
	Quando o organismo da pessoa se acostuma com a droga e passa a exigir doses maiores para conseguir os mesmos efeitos.
	Poliusuário
	Pessoa que utiliza combinação de várias drogas simultaneamente
	"Overdose"
	Dose excessiva de uma droga, com graves implicações físicas e psíquicas, podendo levar a pessoa à morte por parada respiratória e ou cardíaca.
4. Substância entorpecente ou que determina dependência física ou psíquica.
Drogas
	As drogas  são definidas como toda substância, natural ou não, que modifica as funções normais de um organismo. Também são chamadas de entorpecentes ou narcóticos. A maioria das drogas são produzidas à partir de plantas(drogas naturais), como por exemplo a maconha, que é feita com Cannabis sativa, e o Ópio, proveniente da flor da Papoula. Outras são produzidas em laboratórios (drogas sintéticas), como o Ecstasy e o LSD. A maioria causa dependência química ou psicológica, e podem levar à morte em caso de overdose. . Existem exames médicos que conseguem detectar a presença de várias drogas no organismo – são chamados de Exames Toxicológicos.
	As pessoas que tentam abandonar as drogas podem sofrer com a Síndrome de Abstinência, que são reações do organismo à falta da droga.
	O tráfico de drogas é chamado de narcotráfico. Algumas dessas substâncias são utilizadas em medicamentos (drogas lícitas), outras são proibidas em quase o mundo todo (drogas ilícitas).
	Abaixo os principais tipos de drogas:
Drogas Naturais
Maconha: uma das drogas mais populares, a maconha é consumida por meio de um enrolado de papel contendo a substância. É feita a partir da planta Cannabis sativa. Existe a variação chamada Skunk, com um teor de THC bastante elevado, bem como o Haxixe.
Ópio: droga altamente viciante, o Ópio é feito a partir da flor da Papoula. Os principais efeitos são sonolência, vômitos e náuseas, além da perda de inteligência (como a maioria das drogas). Opiáceos: codeína, heroína, morfina, etc.
Psilocibina: é uma substância encontrada em fungos e cogumelos, a Psilocibina tem como principal efeito as alucinações. Também é utilizada em pesquisas sobre a enxaqueca.
DMT – Dimetiltriptamina: A principal consequência do seu consumo são perturbações no sistema nervoso central. Utilizada em rituais religiosos.
Cafeína: é o estimulante mais consumido no mundo – está no café, no refrigerante e no chocolate.
Cogumelos Alucinógenos: alguns cogumelos, como o Amanita muscaria podem causar alucinações.
Nicotina
Drogas Sintéticas
Anfetaminas – Seu principal efeito é o estimulante. É muito utilizada no Brasil por caminhoneiros, com o objetivo de afastar o sono e poder dirigir por longos períodos.
Barbitúricos – Um poderoso sedativo e tranquilizante, causa grande dependência química nosseus usuários.
Ecstasy – Droga altamente alucinógena, causa forte ansiedade, náuseas, etc.
LSD – Outro poderoso alucinógeno que causa dependência psicológica.
Metanfetamina – Era utilizada em terapias em muitos países, mas foi banida pelo uso abusivo e consequências devastadores da droga.
Drogas Semi-Sintéticas
Heroína – A heroína é uma das drogas mais devastadores, altamente viciante – causa rápido envelhecimento do usuário e forte depressão quando o efeito acaba.
Cocaína e Crack – A cocaína é o pó produzido a partir da folha de coca, e o crack é a versão petrificada dessa droga. Altamente viciante, deteriora rapidamente o organismo do drogado, causando também perda de inteligência, alucinações, ansiedade, etc.
Morfina – É uma droga utilizada principalmente para o alívio de dores em todo o mundo. Também causa dependência química nos seus usuários.
Merla – droga produzida a partir da pasta de coca.
Oxi – outra droga derivada da pasta de cocaína.
Outras Drogas: inalantes, solventes, bebidas alcoólicas, cigarro
Bebidas Alcoólicas
Boa noite Cinderela: Boa noite Cinderela é um coquetel de drogas, dentre as quais: Lorax, Rohypnol, Lexotam, GHB (ácido gama-hidroxibutírico) e Ketamina (Special K). Elas são encontradas normalmente na forma de compridos ou líquidos.
	Essas drogas agem diretamente no sistema nervoso central, podendo provocar amnésia durante a intoxicação. A pessoa perde a consciência de seus atos, a capacidade de discernimento, apresenta dificuldade de resistir a ameaças, se sujeita a ordens de estranhos, entre outros.
Cola de Sapateiro
Inalantes
Lança Perfume: O lança perfume é considerado uma droga, feita a partir de solventes químicos e assim como a cola de sapateiro é um dos solventes mais consumidos no Brasil. Trata-se de uma combinação de éter, cloreto de etila e uma essência de perfume. Tudo isso é embalado industrialmente em tubos sobre pressão, onde o líquido ao ser liberado forma um jato congelante que em contato com o ar evapora rapidamente.
5. DOS CRIMES E DAS PENAS
5.1. Considerações iniciais
a) Caráter duplo da lei:
A nova lei de drogas adota orientação político criminal de caráter dúplice: de um lado, a prevenção para o uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes; de outro, incrementa repressão ao tráfico.
A nova lei transita no fio da navalha, entre a cruz e a caldeirinha, tentando equilibrar os pratos da prevenção e da repressão: afirma o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e liberdade, compromete-se com a diversidade e com uma abordagem multidisciplinar, reconhece a necessidade de equilíbrio, a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso e da repressão à produção e ao tráfico. Nada obstante o discurso conciliatório, o pendor repressivo da Lei nº 11.343/06 é inegável e reafirma a opção do legislador pelo alargamento do campo punitivo.
b) Marcas distintivas da Lei 11.343/2006
O novo diploma legal, nesse passo, possui duas marcas distintivas: 
1) sanciona a aquisição, a guarda, o depósito, o transporte, o porte, o semeio, o cultivo e a colheita para consumo pessoal com sanções não privativas de liberdade.
2) agrava a repressão ao tráfico e à produção não autorizada, inclusive com a criação de novas figuras típicas, como o informante colaborador do tráfico (reclusão de 2 a 6 anos) e o financiador do tráfico (reclusão de 8 a 20 anos), majorando a pena mínima do tráfico e figuras equiparadas de 3 para 5 anos de reclusão, vedando ainda fiança, sursis, graça, indulto, anistia, liberdade provisória e substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
I. Artigo 28
Art. 28.  Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1o  Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2o  Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o 
juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3o  As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4o  Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5o  A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
§ 6o  Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
§ 7o  O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
Art. 29.  Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.
Parágrafo único.  Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.
Art. 30.  Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
Considerações sobre o artigo:
1. Polêmica sobre a não incriminação do porte para uso pessoal
Há quem sustente ter optado a nova lei pela não incriminação do porte para consumo pessoal ao argumento de que a Lei de Introdução ao Código Penal apenas considera crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa e que o mesmo artigo traz somente a pena de advertência e duas penas restritivas de direito.
A não cominação de pena de reclusão ou detenção ao porte para consumo pessoal não desnatura o indiscutível caráter penal da norma em questão. O art. 5º da Constituição Federal dispõe que a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, a privação ou restrição da liberdade, a perda de bens, a multa, a prestação social alternativa e a suspensão ou interdição de direitos. 	A locução “entre outras” deixa evidente que o rol é meramente exemplificativo. Continua sendo, portanto, o porte para uso próprio uma infração penal de menor potencial ofensivo.
Não houve, portanto a descriminalização da pose de droga para consumo, mas apenas diminuição da carga punitiva. 
Assim se posicionou o STF:
Art. 28 da Lei 11.343/2006 e Despenalização
A Turma, resolvendo questão de ordem no sentido de que o art. 28 da Lei 11.343/2006 (Nova Lei de Tóxicos) não implicou abolitio criminis do delito de posse de drogas para consumo pessoal, então previsto no art. 16 da Lei 6.368/76, julgou prejudicado recurso extraordinário em que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro alegava a incompetência dos juizados especiais para processar e julgar conduta capitulada no art. 16 da Lei 6.368/76. Considerou-seque a conduta antes descrita neste artigo continua sendo crime sob a égide da lei nova, tendo ocorrido, isto sim, uma despenalização, cuja característica marcante seria a exclusão de penas privativas de liberdade como sanção principal ou substitutiva da infração penal. Afastou-se, também, o entendimento de parte da doutrina de que o fato, agora, constituir-se-ia infração penal sui generis, pois esta posição acarretaria sérias consequências, tais como a impossibilidade de a conduta ser enquadrada como ato infracional, já que não seria crime nem contravenção penal, e a dificuldade na definição de seu regime jurídico. Ademais, rejeitou-se o argumento de que o art. 1º do DL 3.914/41 (Lei de Introdução ao Código Penal e à Lei de Contravenções Penais) seria óbice a que a novel lei criasse crime sem a imposição de pena de reclusão ou de detenção, uma vez que esse dispositivo apenas estabelece critério para a distinção entre crime e contravenção, o que não impediria que lei ordinária superveniente adotasse outros requisitos gerais de diferenciação ou escolhesse para determinado delito pena diversa da privação ou restrição da liberdade. Aduziu-se, ainda, que, embora os termos da Nova Lei de Tóxicos não sejam inequívocos, não se poderia partir da premissa de mero equívoco na colocação das infrações relativas ao usuário em capítulo chamado "Dos Crimes e das Penas". Por outro lado, salientou-se a previsão, como regra geral, do rito processual estabelecido pela Lei 9.099/95. Por fim, tendo em conta que o art. 30 da Lei 11.343/2006 fixou em 2 anos o prazo de prescrição da pretensão punitiva e que já transcorrera tempo superior a esse período, sem qualquer causa interruptiva da prescrição, reconheceu-se a extinção da punibilidade do fato e, em consequência, concluiu-se pela perda de objeto do recurso extraordinário.
RE 430105 QO/RJ, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 13.2.2007. (RE-430105)
2. Objetividade jurídica: tutela da saúde pública. Secundariamente, a vida e a saúde de cada cidadão.
3. Sujeitos:
a) Ativo: qualquer pessoa
b) Passivo: o Estado
4. Conduta: representado por 5 verbos: "adquirir" (conseguir, comprar), "guardar" (conservar, manter, ter em depósito), " ter em depósito" (manter armazenado, reservado), "Transportar" (levar de um local para outro), "trazer consigo" (tem em poder, portar). 
	Trata-se neste caso de crime de ação múltipla, ou seja, a pratica de mais de uma conduta não implica concurso de crimes,mas um único delito). 
	Consumo pessoal: para determinar se a droga destina-se a consumo pessoal, o juiz deve atender à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
5. Objeto material: droga.
6. Norma penal em branco: Cabe ao Ministério da Saúde publicar periodicamente listas atualizadas sobre substâncias e produtos considerados drogas.
7. Elemento normativo: traduz-se pela expressão "sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar".
8. Elemento subjetivo: dolo
9. Consumação: com a pratica de qualquer das modalidades de conduta. Tentativa: não se admite.
Aspectos especiais:
1. A conduta fumar e o uso pretérito da droga:
A lei não pune as condutas de usar drogas e fumar maconha ou outro entorpecente semelhante. As únicas condutas puníveis são adquirir, guardar, ter em depósito,transportar, trazer consigo. Portanto, somente poderá ser punido o agente se, ao fumar ou consumir a droga, a estiver trazendo consigo, oportunidade em que estará configurada essa ultima modalidade de conduta típica. Igualmente não se pode punir o uso pretérito da droga, pois, se esta já foi consumida, ausente se encontra a materialidade necessária à tipificação.
2. Plantação para consumo pessoal:
O legislador equiparou a semeadura, cultivo ou colheita de plantas à posse para consumo pessoal. Para determinar se a droga destina-se a consumo pessoal, o juiz deve atender à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente (art. 28, § 2º).
3. Posse de sementes
A mera posse de semente não configura o delito se inexistente o princípio ativo da droga, gerador da dependência física e psíquica.
4. Prisão em flagrante
O art. 28, §2º veda expressamente a prisão em flagrante do agente que for surpreendido na posse de drogas para consumo pessoal.
II. ARTIGO 33 - TRÁFICO DE DROGAS
Art. 33.  Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o  Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:     (Vide ADI nº 4.274)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
§ 3o  Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
§ 4o  Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.     (Vide Resolução nº 5, de 2012)
2.1. Objetividade jurídica: tutela da saúde pública. Secundariamente, a vida e a saúde de cada cidadão.
2.2. Sujeitos:
a) Ativo: qualquer pessoa
b) Passivo: o Estado; secundariamente, o consumidor da droga.
2.3. Conduta: Vem representada pelos verbos: Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar e fornecer 
2.4. Objeto material: droga.
Norma penal em branco: Cabe ao Ministério da Saúde publicar periodicamente listas atualizadas sobre substâncias e produtos considerados drogas.
2.5. Elemento normativo: traduz-se pela expressão "sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar".
2.6. Elemento subjetivo: dolo
2.7. Consumação: com a pratica de qualquer das modalidades de conduta.
2.8. Tentativa: Admite-se nos crimes instantâneos, não nos permanentes.[1: é instantâneo porque a consumação ocorre num só momento, num instante, sem continuidade temporal. Para identificá-los basta analisar o verbo descrito no tipo penal. São verbos do tipo que não permitem uma permanência no tempo, exigem uma conduta instantânea: subtrair, destruir, adquirir, constranger, praticar. Ou seja, não é possível que alguém subtraia um objeto e continue subtraindo-o ao longo do tempo, ou destrua um bem em umaconduta constante, permanente. ]
2.9. Instigação, induzimento ou auxilio ao uso
§ 2o  Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:     (Vide ADI nº 4.274)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
	Neste crime a consumação é antecipada à simples conduta do agente, dispensando um resultado naturalístico. Induzir significa criar um propósito inexistente. Instigar significa reforçar propósito existente. Auxiliar é fornecer meios materiais, no caso, para consumo de drogas.
	É de se obervar que manifestação pela descriminalização da maconha não está incluído no conceito deste crime, conforme decisão do STF.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (Med. Liminar)  - 4274
Origem:DISTRITO FEDERAL	
Entrada no STF:21/07/2009
Relator:	MINISTRO AYRES BRITTO	
Distribuído:	20090731
Partes:	Requerente: PROCURADOR-GERLA DA REPÚBLICA (CF 103, 0VI) 
Requerido :PRESIDENTE DA REPÚBLICA CONGRESSO NACIONAL
Dispositivo Legal Questionado
 Art. 033, § 002º, da Lei nº 11343, de 2006.
 Lei nº 11343, de 2006.
/#
 Art. 033 - (...)
 § 002º - Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indeviso de
droga:
 Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem)
a 300 (trezento) dias-multa.
Fundamentação Constitucional
- Art. 005º, 0IV, 0IX e XVI
- Art. 220
/#
Resultado da Liminar 
Prejudicada 
Decisão Plenária da Liminar
Resultado Final
Procedente
Decisão Final
 O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, julgou procedente a ação direta para dar ao § 2º do artigo 33 da Lei nº 11.343/2006 interpretação conforme à Constituição, para dele excluir qualquer significado que enseje a proibição de manifestações e debates públicos acerca da descriminalização ou legalização do uso de drogas ou de qualquer substância que leve o ser humano ao entorpecimento episódico, ou então viciado, das suas faculdades psicofísicas. Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Impedido o Senhor Ministro Dias Toffoli. Falou, pelo Ministério Público Federal, a Vice-Procuradora-Geral da República Dra. Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira.
 - Plenário, 23.11.2011.
 - Acórdão, DJ 02.05.2012.
Data de Julgamento Final
Plenário
Data de Publicação da Decisão Final
Acórdão, DJ 02.05.2012
Decisão Monocrática Final
2.10. Oferecimento de droga para consumo conjunto (tráfico privilegiado)
§ 3o  Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
	Para a caracterização do crime de tráfico privilegiado são exigidos três elementos:
a) elemento subjetivo positivo:" para juntos consumirem". A conduta traduz a situação,por exemplo "roda de fumo", onde os usuários consomem juntos a droga, sem intenção de arrecadação de clientes para o tráfico.
b) Elemento subjetivo negativo: "sem objetivo de lucro". A intenção do agente é o consumo de drogas e não sua mercancia. 
c) Oferecimento eventual: o oferecimento deve dar-se "eventualmente", ou seja, sem constância ou habitualidade, sob pena de caracterizar-se o crime de tráfico.
2.11. Causa de diminuição de pena
§ 4o  Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.     (Vide Resolução nº 5, de 2012)
	O §4º traz uma causa de diminuição de pena. Anteriormente não era possível a conversão em penas restritivas de liberdade, mas por força de uma decisão do STF que julgou inconstitucional esta parte, o agente pode ter a conversão em penas restritivas de liberdade.
ATO DO SENADO FEDERAL
 Faço saber que o Senado Federal aprovou, e eu, José Sarney, Presidente, nos termos do art. 48, inciso XXVIII, do Regimento Interno, promulgo a seguinte
RESOLUÇÃO Nº 5, DE 2012.
Suspende, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução de parte do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.
O Senado Federal resolve:
Art. 1º É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus nº 97.256/RS.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Senado Federal, em 15 de fevereiro de 2012.
Senador JOSÉ SARNEY - Presidente do Senado Federal
2.12. Apelação em liberdade.
	O art. 59 desta lei veda a possibilidade do agente apelar em liberdade. Entretanto, a lei de crimes hediondos, com nova redação dada pela lei 11.464/2007, estabelece que "em caso de sentença penal condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade".
Lei 8072/90, art. 2º:
§ 3o  Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
III - Aparelhagem para a produção de substancia entorpecentes
Art. 34.  Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
3.1. Objetividade jurídica: tutela da saúde pública. Secundariamente, a vida e a saúde de cada cidadão.
3.2. Sujeitos:
a) Ativo: qualquer pessoa
b) Passivo: o Estado. Secundariamente, o consumidor da droga.
3.3. Conduta: Vem representada pelos onze verbos (Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer) integrantes do artigo, traduzindo tipo misto alternativo, em que a prática de mais de uma conduta não implica concurso de crimes, mas um único delito.
3.4. Objeto material: maquinário.
3.5. Elemento subjetivo: dolo
3.6. Consumação: com a pratica de qualquer das modalidades de conduta.
3.7. Tentativa: Admite-se apenas nas condutas de fabricar, adquirir vender, fornecer, transportar e distribuir.
IV - Associação para o tráfico
Art. 35.  Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único.  Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
4.1. Objetividade jurídica: tutela da saúde pública. Secundariamente, a vida e a saúde de cada cidadão.
4.2. Sujeitos:
a) Ativo: qualquer pessoa
b) Passivo: o Estado. Secundariamente, o consumidor da droga.
4.3. Conduta: Vem representada pelo verbo associar-se.
4.4. Objeto material: 
4.5. Elemento subjetivo: dolo
4.6. Consumação: com a efetiva associação, independentemente da prática dos delitos dos arts. 33, caput e §1º e 34 da lei 11.343/2006.
4.7. Tentativa: não se admite.
V - Financiamento ou custeio do tráfico de drogas 
Art. 36.  Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:'
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
5.1. Objetividade jurídica: tutela da saúde pública. Secundariamente, a vida e a saúde de cada cidadão.
5.2. Sujeitos:
a)Ativo: qualquer pessoa
b) Passivo: o Estado. Secundariamente, o consumidor da droga.
5.3. Conduta: Vem representada pelo verbo "financiar", que significa prover às despesas de alguma atividade e "custear", que significa correr com as despesas de algo.
Financiador é quem emprega capital em busca do retorno financeiro, participando dos riscos da atividade. O financiador não pode participar do tráfico de drogas. Se assim o fizer, sendo financiador e traficante, estará configurado um único crime: o de tráfico, como a causa de aumento de pena do art. 40, VII, da Lei.
5.4. Elemento subjetivo: dolo
5.5. Consumação: com a efetivo financiamento
5.6. Tentativa: se admite
VI - Colaboração ao tráfico (art. 37)
Art. 37.  Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
6.1. Objetividade jurídica: tutela da saúde pública. Secundariamente, a vida e a saúde de cada cidadão.
6.2. Sujeitos:
a) Ativo: qualquer pessoa
b) Passivo: o Estado. Secundariamente, o consumidor da droga.
6.3. Conduta: Vem representada pelo verbo "colaborar", que significa ajudar, auxiliar, trabalhar em conjunto. Deve o agente colaborar como informante.
Partícipe ou coautor: o agente só deve atuar como informante. Se participar do crime de alguma forma, será partícipe ou coautor do tráfico.
6.4. Elemento subjetivo: dolo
6.5. Consumação: com a efetiva colaboração.
6.6. Tentativa: se admite
VII - Prescrição Culposa
Art. 38.  Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
Parágrafo único.  O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.
7.1. Objetividade jurídica: tutela da saúde pública. Secundariamente, a vida e a saúde de cada cidadão.
7.2. Sujeitos:
a) Ativo: médicos, farmacêuticos, dentistas ou profissional de enfermagem.
b) Passivo: o Estado. Secundariamente, o ministrado
7.3. Conduta: Vem representada pelo verbo "prescrever", que significa indicar, receitar. "Ministrar", que significa dar, fornecer administrar.
7.4. Elemento subjetivo: culpa
7.5. Consumação: com a realização das condutas incriminadas.
7.6. Tentativa: não se admite. Vicente Grego ressalva a hipótese de envio de receita pelo correio, que vem a ser interceptada pela autoridade, caso em que seria possível a tortura.
7.7. Efeito da condenação: parágrafo único
VIII - Condução de Embarcação ou aeronave após o consumo de drogas.
Art. 39.  Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único.  As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.
8.1. Objetividade jurídica: tutela da saúde pública. Secundariamente, a vida e a saúde de cada cidadão.
8.2. Sujeitos:
a) Ativo:qualquer pessoa.
b) Passivo: a coletividade
8.3. Conduta: Vem representada pelo verbo "conduzir", que significa controlar, dirigir. Deve o condutor ter consumido drogas.
8.4. Elemento subjetivo: dolo
8.5. Consumação: com a realização da conduta incriminada.
8.6. Tentativa: não se admite. 
8.7. Penas acessórias.
IX - Causas de aumento de pena
Art. 40.  As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
X - Colaboração voluntária
Art. 41.  O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.
	Trata-se da figura de delação premiada. Cumpre esclarecer que o dispositivo aqui não permite o perdão judicial.
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