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Resumo de estágio básico I. O que é comunicação? É uma das principais competências essenciais para a atuação do psicólogo. É o processo cognitivo através do qual enviamos e recebemos mensagens, com a inclusão de um significado. Quais são os elementos obrigatórios do processo de comunicação humana? Emissor, mensagem, meio ou canal, receptor, retorno ou feedback e contexto. Quais são as principais ferramentas de trabalho do psicólogo? Falar e ouvir/ escutar. É por meio da comunicação (eficiente, eficaz e efetiva) que o profissional da Psicologia avalia o seu atendido, suas características pessoais, comportamentos, sentimentos, comunicação, pontos fortes e dificuldades do e é por meio da comunicação que intervém nesses aspectos observados/ escutados (aconselhando, interpretando, sugerindo, encaminhando, questionando, etc). Além de ser importante manter uma postura não-verbal coerente com a fala, e de ouvir atenta e criticamente. Em outras palavras, uma boa comunicação depende de pensamento e reflexão. Quais são as dimensões da ação comunicativa? Ética Técnica – forma, conteúdo, meio, etc. Psíquica – atitude. Comunicação é uma competência = CHA (Conhecimento, habilidade, atitude). Pressupõe uma atitude, conhecimentos e habilidades. Fale um pouco a respeito da escuta clínica: É importante destacar neste sentido que a atitude de quem se coloca na postura de ouvinte é ativa, é a de quem não está presente como um mero espectador, receptor ou transmissor de informações. A escuta analítica – a diferença entre ouvir e escutar: Existe uma diferença fundamental entre ouvir e escutar. Tal diferença, sutil muitas vezes, chegando a passar despercebida na maioria dos casos, é bastante relevante para o trabalho do psicólogo. Ouvir está mais ligado ao sentido da audição, ao próprio ouvido, logo à capacidade de ouvir. Assim, pode-se dizer que a escuta retém o discurso do outro. Não devemos esquecer que o que se escuta, na maioria, são coisas cujo significado só é identificado posteriormente. A ESCUTA PSICOLÓGICA E A SAÚDE MENTAL Desde os anos setenta, o processo da reforma psiquiátrica vem alterando conceitos e práticas na atenção aos transtornos mentais. Este movimento está focado na desinstitucionalização e na implementação de uma ampla rede comunitária de serviços substitutivos. Este direcionamento da reforma psiquiátrica está voltado para o cuidado dos pacientes com transtornos severos e persistentes, e para a implantação de Centros de Atenção Psicossocial. Este processo tem suscitado mudanças no modelo de atenção e, consequentemente, no modo de prestar cuidado em Psicologia. Abre-se para a Psicologia um campo mais abrangente, no que diz respeito às práticas relacionais e com foco no sujeito em sua integralidade. O estabelecimento do vínculo necessário com o usuário e favorável ao tratamento só é possível por meio de uma escuta qualificada que transcende questões superficiais e aparentes, e permite a quem escuta assumir uma conformação capaz de mergulhar na subjetividade e particularidade do modo que cada um manifesta seu sofrimento mental. Os elementos necessários para uma escuta qualificada são a liberdade, confiança, compreensão, paciência, prontidão para ajuda, atenção, abertura à fala para a fluência dos conteúdos mais profundos, não recriminação e sigilo. A escuta utiliza da ferramenta terapêutica empatia, um modo de comunicação entre sujeitos que acontece independentemente da intenção consciente, permitindo que se estabeleça um tipo de troca subjetiva sem a intervenção da fala. A relação manifesta-se como campo transferencial, na qual o psicoterapeuta ocupa o lugar de suposto-saber, adotando, assim, uma estratégia onde o sujeito tenha sua palavra, seja escutado na sua singularidade, e possa também escutar e apropriar-se desse discurso. Os usuários consideram a escuta indispensável para suas vidas e entendem que se a mesma estivesse presente desde cedo teriam alcançado mais resultados positivos, relacionados à sua terapêutica. A humanização deve fazer parte sempre da prática da Psicologia. A escuta qualificada possui potencial terapêutico quando adequadamente realizada, e contribui para a melhoria da atenção centrada na pessoa com transtorno mental. Esta escuta acessa o campo humano subjetivo, a partir do momento que é realizada qualificadamente, pois, para a pessoa em sofrimento mental, significa resolução de problemas, disponibilidade, compreensão, confiança e respeito. Quando oferecida, melhora a condição e expressão do usuário; quando deficiente, dificulta tais expressões, corroborando com o agravamento do estado mental e da manutenção da baixa qualidade de vida.
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