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Etonocentrismo Projeto de Pesquisa Met. Científica UniCEUMA

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CEUMA UNIVERSIDADE
COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO 
EDNEY FERREIRA PEREIRA
ETNOCENTRISMO: a contribuição do etnocentrismo para o etnocídio dos povos indígenas.
São Luís
2016
EDNEY FERREIRA PEREIRA
ETNOCENTRISMO: a contribuição do etnocentrismo para o etnocídio dos povos indígenas.
Projeto de pesquisa apresentado como requisito para obtenção de nota na disciplina Metodologia Científica da Universidade CEUMA.
Prof. **********************************
São Luís
2016
Sumário
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO	4
1.1 TEMA	4
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA	4
1.3 PROBLEMA	4
1.4 HIPÓTESES	4
2. JUSTIFICATIVA	5
3. OBJETIVOS	6
3.1 GERAL	6
3.2 ESPECÍFICOS	6
4. REFERENCIAL TEÓRICO	6
5. METODOLOGIA	9
6. CRONOGRAMA	10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	11
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
1.1 TEMA 
Etnocentrismo: a contribuição do etnocentrismo para o etnocídio dos povos indígenas.
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Esta pesquisa terá como alvo central o estudo sobre o etnocentrismo, enfatizando a sua contribuição para extermínio cultural dos povos indígenas.
1.3 PROBLEMA 
De que forma a distorção da história possibilitou uma visão etnocêntrica da sociedade a respeito dos índios?
1.4 HIPÓTESES
Através do modo como os livros didáticos criam modelos de etnocentrismo.
A maneira como os meios de comunicação tratam de forma diferenciada, casos de intolerância relacionados à cultura indígena.
A forma como a presença dos índios em suas terras nativas é vista como um empecilho para o “progresso”.
2. JUSTIFICATIVA
Analisando os diversos debates na atualidade a respeito do relativismo cultural e etnocentrismo, percebe-se que este último, esteve ao longo da história, caminhando lado a lado com a sociedade, e essa relação, visão etnocêntrica X sociedade, perdura até os dias de hoje.
Mesmo como uma visão do mundo em que o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência. No etnocentrismo, se misturam tanto elementos intelectuais e racionais quanto elementos emocionais e afetivos, podendo ser vistos respectivamente, como a dificuldade de pesarmos a diferença e como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, dentre outros.
Se considerarmos que durante muito tempo, atos de intolerância originados do etnocentrismo não eram punidos, pelo contrário, eram muitas vezes motivados, não é difícil concluir que as atitudes da sociedade contemporânea e a dificuldade que temos de aceitar o diferente, é resultado de um modo de pensar que foi difundido no passado e que de certa forma se fixou no fundo de nossas memórias.
Talvez o etnocentrismo seja, dentre os fatos humanos, um daqueles de maior unanimidade, podendo ser considerado um fenômeno global, uma vez que este problema não é exclusivo de uma determinada época nem de uma única sociedade.
Os meios de comunicação e os livros didáticos, também possuem um papel de grande importância na formação de nossas idéias a respeito da cultura do “outro”.
Os livros didáticos, em função de sua natureza, carregam um valor de autoridade, ocupando um lugar de supostos donos da verdade. Através deles, circula um saber altamente etnocêntrico em relação aos índios.
É importante ressaltar que ao estudarmos esses livros, nós vamos assimilando o seu conteúdo e assim levamos para a vida, mesmo que de forma inconsciente, aquilo que aprendemos neles.
Dessa forma, esta pesquisa torna-se importante porque procura entender, fundamentado em análises bibliográficas, como a sociedade, baseada na história, criou modelos etnocêntricos sobre os povos indígenas.
3. OBJETIVOS
3.1 GERAL
Analisar como a visão etnocêntrica contribuiu para o extermínio da cultura indígena.
3.2 ESPECÍFICOS
Identificar como os meios de comunicação reforçam a intolerância cultural.
Descrever a maneira que os livros didáticos criam modelos de etnocentrismo.
Entender porque a presença indígena em determinados locais representa um empecilho para o desenvolvimento, do ponto de vista da agropecuária.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
Dentro do âmbito dos estudos sobre as questões culturais, emerge o etnocentrismo como ponto de debate, com obras representativas de visões do mundo fundamentadas rigidamente em modelos axiológicos específicos, como autores que julgaram o outro a luz de seus próprios referenciais (RAMOS, 2010). Este fato é compreensível, considerando que quando certo grupo entra em contato com práticas culturais diferentes da sua, o estranhamento e o medo são reações comuns.
Aí, então, de repente, nos deparamos com um “outro”, o grupo do “diferente” que, às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando faz é forma tal que não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este “outro” também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo e, ainda que diferente, também existe. (ROCHA, 1994, p. 8)
Segundo Rocha (1994), este choque gerador do etnocentrismo nasce, talvez, na constatação das diferenças. Esta é ameaçadora, porque fere nossa própria identidade cultural. Assim, mergulhados em uma perspectiva extremamente etnocêntrica, criamos conclusões equivocadas e preconceituosas a respeito do “outro”. “O grupo do “eu” faz, então, da sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa.” (ROCHA, 1994, p. 9)
Neste contexto, a tendência etnocêntrica privilegiou um universo de representações, catalogando a insignificância das demais culturas. Trata-se da imposição de valores pertencentes a um grupo preponderante sobre outros, visando obviamente o favorecimento daqueles que dominam, a velha lógica da sobreposição da versão dos vencedores sobre os derrotados, quer seja no campo ideológico, político, social, econômico, etc. (RAMOS, 2010).
Pierre Clastres (1975 apud SILVA, 2015), afirma que qualquer sociedade vê a si própria como “superior”, encarando as outras com uma visão etnocêntrica (isto é, com etnocentrismo, com o uso de seus próprios valores e padrões culturais como medida para avaliar a sociedade do “outro”), mas apenas as sociedades com Estado, com dominantes e dominados, portanto passam do etnocentrismo para o etnocídio, ou seja, não toleram essas diferenças e buscam eliminá-las pela força.
Quando falamos de extermínio cultural ou etnocídio, não estamos nos referindo ao assassinato em massa de um grupo humano ou étnico, mas sim, da destruição de qualquer traço remanescente de uma cultura, seja material, como ferramentas, símbolos ou objetos artísticos que possuam representação cultural, seja imaterial, como língua, lendas ou crenças religiosas. Dessa forma o etnocídio pode ser entendido como “[...] a destruição sistemática de modos de vida e de pensamento de povos diferentes daqueles que empreendem essa destruição.” (CLASTRES, 1980, p. 56)
Em nosso Estado, a situação dos povos indígenas é desesperadora, visto que o etnocídio é maior em relação a outros estados. Essas mazelas são oriundas da falta de atuação governamental, a saber: os reduzidos espaços de terras, verdadeiros confinamentos de índios; a discriminação dentro do próprio Governo que não oportuniza os trabalhadores indígenas, nem mesmo nos órgão que desenvolvem a política indigenista; o amontoado de índios que se transformaram as penitenciárias do Estado (SILVA, 2015).
Os indígenas só podem existir no Brasil como gravura. Apreciados como ilustrações de um passado superado, os primeiros habitantes dessa terra, com sua nudez e seus cocares, uma coisa bonita para se pendurar em algumas paredes ou estampar aqueles livros que decoram mesas de centro. Os indígenas têm lugar, se estiverem espalhados ainda que em quadros. No presente, sua persistência em existir é considerada inconveniente, de mau gosto. (BRUM, 2016, on-line)
No passado, os índios são alegoria.“Olha, meu filho, como eram valentes os primeiros habitantes desta terra.” No presente, são “empecilhos ao desenvolvimento”. “Olha, meu filho, como são feios, sujos e imundos esses índios fajutos.” Os índios precisam ser falsos porque suas terras são verdadeiras e ricas, interessam ao agronegócio e a presença dos índios nelas, está atrapalhando a exploração e o “progresso” (BRUM, 2016).
Muito dessa imagem do índio é formada durante a nossa passagem pela escola, onde nós temos contato com diversos livros didáticos, muitos deles carregados de idéias etnocêntricos e visões axiológicas que criam ou distorcem as nossas concepções sobre determinadas culturas, dentre elas a indígena.
Em seu livro “O que é etnocentrismo”, Everardo Rocha fala do estudo que fez sobre as imagens do índio nos livros didáticos de História do Brasil, onde percebeu que “através deles circula um “saber” altamente etnocêntrico – honrosas exceções – sobre os índios.” (ROCHA, 1994, p.16). 
Ele ressalta que alguns livros colocavam que os índios eram incapazes de trabalhar nos engenhos de açúcar por serem indolentes e preguiçosos, e que um número significativo de livros didáticos começa informando que os índios andavam nus (ROCHA, 1994). Esses fatos podem soar normal para nós, que já assimilamos essas informações e querendo ou não, já fixamos essa visão etnocêntrica no fundo de nossas memórias, porém, se buscarmos relativizar esse nosso modo de ver e tentar entender o lado do índio, chegaremos a conclusão que o que parece errado para nós, não é errado para eles, ou seja, a nossa concepção de trabalho e idéia de nudez, não é melhor ou pior, é apenas diferente da deles, sendo assim, devemos respeitar a forma de vida deles.
Em seu estudo, Rocha (1994) também coloca que o índio é, para o livro didático, apenas uma forma vazia que empresta sentido ao mundo dos brancos e que em outras palavras, seria “alugado” na História do Brasil para aparecer por três vezes em três papéis diferentes.
O primeiro papel que o índio representa é no capítulo do descobrimento. Ali, ele aparece como “selvagem”, “primitivo”, etc. Isto era para mostrar o quanto os portugueses colonizadores eram “superiores” e “civilizados”. O segundo papel do índio é no capítulo da catequese. Nele o papel do índio é o de “criança”, “inocente”, etc., para fazer parecer que os índios é que precisavam da “proteção” que a religião lhes queria impingir (ROCHA, 1994).
O terceiro papel é muito engraçado. É no capítulo “Etnia brasileira”. Se o índio já havia aparecido como “selvagem” ou “criança”, como iriam falar de um povo – o nosso – formado por portugueses, negros e “crianças” ou um povo formado por portugueses, negros e “selvagens”? Então aparece um novo papel e o índio, num passe da mágica etnocêntrica, vira “corajoso”, “altivo”, cheio de “amor à liberdade”. (ROCHA, 1994, p.17 e 18)
A “indústria cultural” – TV, jornais, revistas, publicidade, certo tipo de cinema, rádio – também fornece frequentemente exemplos de etnocentrismo. Nesse universo é criado sistematicamente um enorme conjunto de “outros”, que servem para reafirmar uma série de valores de um grupo dominante que se auto-promove a modelo de humanidade. (ROCHA, 1994)
Como se isso não bastasse, grande parte desses veículos de comunicação, atuam de tal maneira, que excluem da mídia, ou melhor, escondem da sociedade que se utiliza deles, fatos ocorridos com pessoas que não fazem parte desse grupo dominante, como foi o caso do jovem índio, Vitor Pinto, de dois anos, assassinado com uma lâmina enfiada no pescoço.
Sua morte sequer virou destaque na imprensa nacional. Se fosse meu filho, ou de qualquer mulher branca de classe média, assassinado nessas circunstâncias, haveria manchetes, haveria especialistas analisando a violência, haveria choro e haveria solidariedade. [...] Mas Vitor era um índio. Um bebê, mas indígena. Pequeno, mas indígena. Vítima, mas indígena. Assassinado, mas indígena. Perfurado, mas indígena. Esse “mas” é o assassino oculto. Esse “mas” é serial killer. (BRUM, 2016, on-line)
Dessa forma atua o chamado etnocentrismo, com suas sutilezas, violências e persistências que estão presentes desde o início da história, com seus atos de intolerância, preconceitos, etnocídios, etc. Para contornar essa situação, a sociedade deve optar pelo relativismo cultural, promovendo a aceitação do “outro”, de modo que este possa agir da forma que julgar melhor, sem ser discriminado por isso, só assim conseguiremos construir uma sociedade justa e igualitária.
5. METODOLOGIA
A metodologia a ser percorrida será a pesquisa documental em livros e sites que respondam de forma clara e coerente os objetivos, para que assim se possa compreender as peculiaridades que levaram ao prolongamento de um problema histórico, que é o etnocentrismo, como ênfase em suas consequências para os povos indígenas.
Segundo Gil (2011) a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Esta vantagem se torna particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. A pesquisa bibliográfica também é indispensável nos estudos históricos. Em muitas situações, não há outra maneira de conhecer os fatos passados senão com base em dados secundários. De acordo como ele, a pesquisa documental se assemelha muito à pesquisa bibliográfica, visto que a única diferença entre as duas está na natureza das fontes. 
A pesquisa será de caráter qualitativo e quantitativo, uma vez que ambos se complementam nesse processo de investigação. A pesquisa é enquadrada como qualitativa quando é entendida como um processo que se preocupa não apenas com a mensuração do resultado, mas entende-lo numa perspectiva situacional do ambiente. E a segunda fará análises e interpretações dos dados estatísticos obtidos por meio de tabelas e gráficos que serão organizados no decorrer deste estudo (LOPES et al., 2006; RICHARDSON et al., 2012).
6. CRONOGRAMA
	
ATIVIDADES PROGRAMADAS
	MESES/2014
	
	Nov
	Dez
	Jan
	Fev
	Mar
	Abr
	Mai
	Jun
	 Jul
	Pesquisa Bibliográfica Preliminar
	 X
	 X
	 X
	 
	 
	 
	 
	 
	
	Elaboração de Resumos
	
	 X
	 X
	 X
	
	
	
	
	
	Revisão Bibliográfica
	
	
	 X
	 X
	 
	
	
	
	
	Tabulação e Análise dos Dados
	
	
	
	 X
	 X
	 X
	 
	
	
	Discussão
	 
	 
	 
	 
	 
	X 
	 X
	 
	
	Elaboração do Relatório Final
	
	
	 
	
	
	
	
	 X
	 X
	Envio do Artigo para Publicação
	
	
	
	
	
	
	
	
	 X
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUM, Eliane. 1500, o ano que não terminou, obtido via internet: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/01/04/opinion, Acesso em nov. 2016
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência: pesquisas de antropologia política. Porto: Cosac & Naify, 1980.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
LOPES, Jorge(Coord.). O fazer do trabalho científico em ciências sociais aplicadas. Recife: Universitária, 2006.
RAMOS, Fábio Pestana. Etnocentrismo e historiografia: a distorção do outro na história, obtido via internet: http://www.fabiopestanaramos.blogspot.in/2010/08, Acesso em nov. 2016.
RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. 11ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
SILVA, Wilson Matos. Extermínio cultural dos povos indígenas, obtido via internet: http://www.progresso.com.br/m/opinião, acesso em nov. 2016.

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