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A VÍTIMA E VITIMOLOGIA

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PSICOLOGIA E DIREITO
VITIMOLOGIA
03 2017 (III)
1A/1B/1C
“Muitas pessoas buscam o judiciário com a esperança de que o poder decisório do juiz resolva seus problemas emocionais. O que ocorre, porém, é uma transferência da responsabilidade para a figura do juiz, buscando nele uma solução mágica e instantânea para todos os conflitos.“ (Silva, 2003, p.10)
É de suma importância um estudo em profundidade da vítima e das condições em que ela sofreu o delito: pode-se afirmar que a vítima sofre, com frequência, um severo impacto psicológico que se acrescenta ao dano material ou físico provocado pelo delito. A vivência criminal se atualiza, revive e perpetua. A impotência gente ao mal e ao temor de que se repita produz ansiedade, angústia, depressões...etc. 
Vitimologia: é a ciência que estuda a vítima sob os pontos de vista psicológico e social, na busca do diagnóstico e da terapêutica do crime, bem como da proteção individual e geral da vítima. 
Tem por objetivo estabelecer o nexo existente na dupla penal, o que determinou a aproximação entre vítima e delinquente, a permanência e a evolução desse estado. 
Os interesses da Vitimologia:
 
- Prevenção do delito; 
- Desenvolvimento metodológico-instrumental;
- Formulação de propostas de criação e reformulação de políticas sociais;
- Desenvolvimento continuado do modelo de Justiça Penal;
Prevenção do delito: por meio da identificação de medidas de natureza preventiva, tais como o policiamento, iluminação, identificação e neutralização de pontos de vulnerabilidade entre outros. 
Dessa forma há que se destacar o estudo:
do comportamento do delinquente em relação à vítima;
do comportamento da vítima em relação ao delinquente;
da influência do comportamento da vítima para a ocorrência do evento criminoso;
dos fatores que levam a vítima a reagir ou não contra aquele(s) que a vitimizam;
Desenvolvimento metodológico-instrumental: inclui a obtenção e o desenvolvimento de informações destinadas à análise técnico-científica dos fatores que envolvem os delitos, tais como, local de residência, sexo, idade, nível econômico e cultural da vítima e do autor do ato infracional, propiciando estudos de correlação e projetos de atuação sobre os elementos causais. 
Formulação de propostas de criação e reformulação de políticas sociais: condizentes com a atenção e reparação devida à vítima pelos múltiplos tipos de danos que sofre, entre eles, econômicos, sociais e psicológicos. 
Podem incluir ações destinadas a restabelecer a tranquilidade e eliminar o medo, restaurando condições de vida ajustadas ao comportamento solidário e à confiança no sistema de justiça. 
Desenvolvimento continuado do modelo de Justiça Penal: esta preocupação possui grande importância do ponto de vista da percepção dos indivíduos em relação ao sistema como um todo porque, inegavelmente, o que as vítimas mais esperam, de imediato, é que seja feita justiça.
 
Tal desenvolvimento prevê atualidade e consistência do ponto de vista social, cultural, tecnológico e econômico, sem perder de vista os aspectos humanos e conjugando o respeito à individualidade com a preservação dos direitos da coletividade. 
Entretanto, o conceito de justiça encontra-se longe de ser absoluto e recebe influência de local, costumes, leis vigentes e condições particulares de cada indivíduo envolvido nas situações em que existe o delito. 
Vítima: pessoa que sofreu alguma perda, dano ou lesão, seja em sua pessoa propriamente dita, sua propriedade ou seus direitos humanos, com resultado de uma conduta que:
- constitua uma violação da legislação penal nacional;
- constitua uma violação dos princípios sobre direitos humanos reconhecidos internacionalmente; 
- de alguma forma implique um abuso de poder por parte das pessoas que ocupem posições de autoridade política ou econômica;
CLASSIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS
Vítima completamente inocente ou vítima ideal: aquela que não tem nenhuma participação no evento criminoso. A ocorrência é uma fatalidade à qual não teria a vítima como se furtar. O delinquente é o único culpado pela produção do resultado.
Trata-se do indivíduo que viaja diariamente no trem do subúrbio, de maneira totalmente comprimida, compartilhando espaço com os delinquentes que ali se encontram para furtar-lhe a carteira, aproveitando-se da situação.
Outros exemplos: sequestros, roubos qualificados, vítima de bala perdida etc.
Vítima menos culpada que o delinquente ou vítima por ignorância: aquela que contribui de alguma forma para o resultado danoso. Atrai o ato criminoso ao se comportar de maneira diferenciada, chamando a atenção para si. 
Uma pessoa que usa joias enquanto passeia por uma área conhecida por ser violenta e frequentada por delinquentes.
Outros exemplos: deixar objetos de valor expostos nos veículos em estacionamentos de rua nas cidades grandes
CLASSIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS
- Vítima tão culpada quanto o delinquente: o indivíduo que se submete a adquirir mercadoria naquela galeria onde se concentram distribuidores de objetos contrabandeados ou mesmo aquele que se submete ao estelionato. 
Outros exemplos: estelionato pela torpeza bilateral, como no caso daquele que adquire o “bilhete premiado”; ou ainda meninas que se aproveitam da escuridão da rua para namorar e, um dia, acontece algo que ela não estava disposta a passar....
Vítima mais culpada que o delinquente: presente nos casos onde há uma injusta provocação da vítima, como no caso em que o ladrão invade a residência, porém encontra resistência e acaba sendo morto pela vítima. 
Outros exemplos: lesões corporais e homicídios privilegiados
CLASSIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS
Vítima unicamente culpada: também chamada de falsa vítima, como aquela que esconde o carro para receber o dinheiro do seguro, ou mesmo aquela que se machuca propositadamente para alegar agressão do cônjuge.
Outros exemplos: aquele que embriagado se joga na frente do veículo que transita regularmente na avenida. 
Vítima indeterminada ou indefinida : aquela que é vítima de uma violação de direitos coletivos (aqueles de que são titulares, de forma indivisível, um grupo de pessoas ligadas entre si) ou de direitos difusos (cujo titular é um número indeterminado de pessoas ligadas por uma circunstância de fato).
Exemplos: crimes ambientais, contra a economia popular, contra a saúde coletiva entre outros

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