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Assédio Sexual

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Prévia do material em texto

FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS CARLOS-FUPAC 
FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE UBERLÂNDIA 
 
 
 
BRUNA SOUZA SILVA 
JOSÉ MÁRIO TEIXEIRA ROSA 
KAMILLA APARECIDA DA SILVA MACHADO 
PRISCILA PEREIRA SILVA 
RAFAEL MENDES DE ALMEIDA 
THIAGO MIRANDA DE JESUS 
 
 
 
 
 
ASSÉDIO SEXUAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uberlândia 
2016 
 
 
BRUNA SOUZA SILVA 
JOSÉ MÁRIO TEIXEIRA ROSA 
KAMILLA APARECIDA DA SILVA MACHADO 
PRISCILA PEREIRA SILVA 
RAFAEL MENDES DE ALMEIDA 
THIAGO MIRANDA DE JESUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASSÉDIO SEXUAL 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Seminário apresentado à Faculdade 
Presidente Antônio Carlos Uberlândia, sob 
orientação da Prof.ª Dr.ª Lurdes Lucena, do curso 
Direito 1° Período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uberlândia 
2016 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 - INTRODUÇÃO................................................................................................................... ..4 
2 - DEFINIÇÃO DE LIBERDADE SEXUAL...........................................................................4 
3 - ASSÉDIO SEXUAL..............................................................................................................5 
3.1 - CONCEITO........................................................................................................................5 
3.2 – ELEMENTOS CARACTERIZADORES..........................................................................5 
3.3 - CONDUTAS DE NATUREZA SEXUAL.........................................................................6 
3.4 - REJEIÇÃO A CONDUTA DO AGENTE.........................................................................6 
3.5 – DIFERENÇAS ENTRE ASSÉDIO E CANTADA(PAQUERA)......................................7 
4 - PODER E ASSÉDIO SEXUAL............................................................................................8 
5 - ESPÉCIES DE ASSÉDIO SEXUAL..................................................................................10 
5.1 - ASSÉDIO SEXUAL POR CHANTAGEM.....................................................................10 
5.2 - ASSÉDIO SEXUAL POR INTIMIDAÇÃO....................................................................11 
6 - A QUESTÃO DA CULPA CONCORRENTE...................................................................13 
6.1 - CULPA CONCORRENTE...............................................................................................13 
6.2 - O CONLUIO ENTRE VÍTIMA E ASSEDIANTE..........................................................13 
7 - A FIGURA MASCULINA E O ASSÉDIO SEXUAL........................................................14 
8 - COMPORTAMENTO DO ASSÉDIO NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS...................14 
9 - CONSEQÜÊNCIAS DO ASSÉDIO SEXUAL................................................. ..................16 
9.1 - PARA VÍTIMA................................................................................................................16 
9.2 - CARACTERIZAÇÃO DA DESPEDIDA INDIRETA....................................................17 
9.3 - REPARAÇÃO PATRIMONIAL E DANO MORAL......................................................18 
9.4 - PARA O AUTOR.............................................................................................................19 
9.5 - DISPENSA POR JUSTA CAUSA...................................................................................20 
9.6 - RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL......................................................................20 
9.7 - CONSEQÜÊNCIAS CRIMINAIS...................................................................................21 
9.8 – F OCO EM SAÚDE PARA A VITIMA E QUEM PRATICA O ATO...........................22 
10 - PREJUÍZOS PARA O EMPREGADOR...........................................................................22 
11 - DA PRODUÇÃO DE PROVAS.......................................................................................23 
12 - O ASSÉDIO SEXUAL ALÉM DO ÂMBITO CORPORATIVO....................................27 
13 - O ASSÉDIO SEXUAL NO BRASIL................................................................................28 
13.1 LEGISLAÇÃO PENAL E O ASSÉDIO SEXUAL..........................................................29 
14 - ESTATÍSTICAS DO TEMA.............................................................................................31 
14.1 - ANÁLISE AMOSTRAL................................................................................................31 
14.2 - ANÁLISE ESTATÍSTICA.............................................................................................33 
14. 3 - ANÁLISE REGIÃO GEOGRÁFICA...........................................................................33 
15 - CALÚNIA (DENÚNCIA CALUNIOSA).........................................................................33 
16 - AÇÕES FEITAS CONTRA A REDUÇÃO DO ABUSO SEXUAL................................35 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................36 
 
REFERÊNCIAS...................................................................... ..................................................37 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Falar sobre assédio sexual, é na verdade falar sobre um grave problema da sociedade. Com base nesse 
contexto, este trabalho conceituará os principais tópicos sobre este assunto. 
Constantemente ouvimos falar algo sobre o crime de assédio sexual, mas uma minoria da população, 
realmente, tem conhecimento deste tema. No decorrer deste trabalho iremos tratar realmente no que 
consiste o “assédio sexual”, que muitas vezes, vemos leigos ou quem não tem conhecimento sobre o 
assunto, usando essa terminologia Assédio Sexual , para se referir a algo completamente diferente do 
crime de assédio sexual propriamente dito, trataremos também das sanções disciplinares, além de 
mostrar o resultado do cenário atual através de estatísticas realizados por alunos da UNIPAC-
Uberlândia. 
Faremos uma abordagem, neste trabalho procurando sintetizar vários tópicos, permitindo uma visão 
panorâmica e esclarecedora, para que possamos passar esse conhecimento e até ajudar a sociedade 
enfrentá-la. 
 
 
2. LIBERDADE SEXUAL 
Antes de Adentrarmos ao tema principal deste trabalho, para termos um fácil entendimento 
mais a frente, é necessário discorrer sobre liberdade sexual. 
A Professora Maria Helena Diniz, em seu “Dicionário Jurídico”, entende que “liberdade sexual” 
pode ser definida como: 
LIBERDADE SEXUAL. Direito penal. Direito de disposição do 
próprio corpo ou de não ser forçado a praticar ato sexual. Constituirão 
crimes contra liberdade sexual: o ato de constranger mulher à conjunção 
carnal, mediante violência ou grave ameaça; o atentado violento ao 
pudor, forçando alguém a praticar ato libidinoso diverso da conjunção 
carnal; a conjunção carnal com mulher honesta, mediante fraude, a 
praticar ato libidinoso. 
Nessa mesma linha de raciocínio destaca Munoz Conde: 
à liberdade sexual, entendida como aquela parte da liberdade referida ao 
exercício da própria sexualidade e, de certo modo, a disposição do próprio 
corpo, aparece como bem jurídico merecedor de uma proteção específica, 
5 
 
não sendo suficiente para abranger toda sua dimensão a proteção genérica 
concedida à liberdade geral. 
Então podemos considerar que a liberdade sexual, nada mais é do que de forma individual a 
pessoa ter a liberdade de fazer o que bem entende com seu próprio corpo dentro dos limites da 
lei. 
 
3. ASSÉDIO SEXUAL 
3.1 - CONCEITO 
Assédio sexual é toda tentativa, por parte do superior hierárquico (chefe), oude quem detenha poder hierárquico sobre o subordinado, de obter dele favores 
sexuais por meio de condutas reprováveis, indesejáveis e rejeitáveis, com o uso 
do poder que detém, como forma de ameaça e condição de continuidade no 
emprego. Pode ser definido, também, como quaisquer outras manifestações 
agressivas de índole sexual com o intuito de prejudicar a atividade laboral da 
vítima, por parte de qualquer pessoa que faça parte do quadro funcional, 
independentemente do uso do poder hierárquico”. Cartilha do Ministério da 
Saúde – 2011 
Através da lei 10.224/2001 introduziu-se no Código Penal o crime de assédio sexual no art. 
216-A, com a seguinte definição: 
 
Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, 
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou 
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”. 
Pena: detenção de 1(um) a 2( dois) anos. 
 
 
 3.2 ELEMENTOS CARACTERIZADORES 
 
 
Para que haja o crime de assédio sexual, é preciso a presença do assediador (sujeito ativo), assediado 
(sujeito passivo), e que o ato seja de natureza sexual, que haja rejeição deste ato pela vítima e que 
exista repetição dos atos praticados pelo agente. 
 
Paulo Viana de Albuquerque Jucá, na Revista Jurídica LTr, vol.61, n° 2 em fevereiro do ano de 1997 
dispôs o que é necessário à configuração do assédio sexual: 
 
6 
 
que a conduta tenha conotação sexual, que não haja receptividade, que seja 
repetitiva em se tratando de assédio verbal e não necessariamente quando o 
assédio é físico (...) de forma a causar um ambiente desagradável no trabalho, 
colocando em risco o próprio emprego, além de atentar contra a integridade e 
dignidade da pessoa, possibilitando o pedido de indenização por danos físicos 
e morais.. 
 
3.3 - CONDUTAS DA NATUREZA SEXUAL 
É quase impossível elaborar uma lista com todos os diferentes tipos de condutas que podem 
configurar o delito de assédio sexual, no entanto, citaremos alguns exemplos como: comentários 
sobre o corpo e situação familiar; elogios atrevidos; passeios a lugares parados; aproximações 
ousadas ( roçar, mão boba) ;sugestão de filmes sexuais; carícias; piadas atrevidas; pedido de 
favores; promessa de promoção ou demissão e até ameaça. 
É importante ressaltar que todas atitudes levantadas acima se não vierem com a intenção de 
alcançar alguma vantagem sexual não é caracterizado o assédio, e também é preciso analisar 
com cautela, pois se o subordinado aceita com tranquilidade as intimidades, também não se 
caracteriza assédio, pois para esse fim é necessário negação da outra parte. 
Também temos que enfatizar-se que não é o ponto de vista do assediado ou do assediador que 
deve se caracterizar o assédio, tendo em vista que os costumes variam de sociedade para 
sociedade e de tempos em tempos, então é a comunidade que produzirá os elementos capazes 
de definir os limites entre uma aproximação normal e o assédio, como por exemplo: “as vezes 
em uma cultura um abraço pode não ser assédio em outras sim e vice-versa.” 
 
3.4 REJEIÇÃO À CONDUTA DO AGENTE 
 
Para que a configuração do assédio sexual se configure claramente, é crucial que este 
comportamento seja rejeitado pelo seu destinatário. O assédio considera sempre uma conduta 
sexual indesejada, não se considerando como tal o simples galanteio. 
Sobre o entendimento do Jurista Rodolfo Pamplona Filho, em razão de pessoas trabalharem 
muito tempo juntos por longas horas, desempenhando atividades habituais, esse tipo de 
7 
 
ambiente de trabalho facilita a aproximação de indivíduos, e nada impede que nesse contato 
frequente, colegas de trabalho tenham entre eles um relacionamento amoroso. Enquanto esse 
relacionamento for de vontade dos dois, não há de que se falar em questões jurídicas na relação 
do labor. 
Portanto, pode acontecer em que uma paixão florescida somente em um não seja correspondida 
pelo outro, e caso ocorra a insistência do primeiro e a circunstância se dê em funcionários de 
diferentes níveis hierárquicos ou entre empregador e empregado, em que uma pessoa é capaz 
de decidir o futuro da outra dentro do ambiente de trabalho, caracteriza-se assédio sexual, se 
ocorrer por parte do assediante pressões ou ameaças afins de obter favores sexuais da vítima. 
Para Ernesto Lippmann a participação voluntária da vítima em manter relações sexuais com seu 
superior hierárquico, descaracteriza o assédio sexual, advertindo: 
Creio que a conduta de quem diz ter sido obrigada a consentir em fazer sexo 
com o superior para não perder o emprego, tendo praticado o ato repetidas 
vezes, não tem por que ser prestigiada pelo Direito. Neste caso, há 
cumplicidade e não humilhação. A atitude correta seria a oposta, ou seja, a 
resistência às pretensões do sedutor, e esta é a que merece uma reparação 
Por isso é importante que as pessoas que estejam se sentindo vítima de assédio sexual, mostre 
claramente de que seus atos são indesejados e inoportunos. Uma vez que isso não ocorre 
descaracteriza-se o assédio sexual. 
 
3.5 - DIFERENÇA ENTRE ASSÉDIO E CANTADA( PAQUERA) 
 
 
No dicionário Michaelis: 
 
“Assédio sexual: 
a) insistência inoportuna com intenções sexuais; 
b) constrangimento em alguém com o intuito de obter favorecimento sexual, 
prevalecendo o agente de sua condição de superior hierárquico.” 
“Cantada: 
1-Conversa hábil e cativante com que se tenta seduzir ou conquistar alguém. 
2-Tentar seduzir alguém com palavras ou frases galantes e envolventes; 
passar uma conversa em.” 
8 
 
Com os significados acima, facilmente conclui-se que o que difere assédio sexual de cantada é 
o respeito a mulher e o interesse dela na interação, ou seja, se ela corresponder no interesse. A 
cantada como elogio afins de conquista tem como intuito agradar a mulher, deixa-la bem, a 
cantada pejorativa caracteriza o assédio sexual partindo do lado masculino ou feminino, 
independe da vontade do assediado e não leva em conta se o mesmo irá ou não gostar . 
A jornalista Karin Hueck elaborou uma pesquisa online que “revelou que 99,6% das 7.762 
mulheres que participaram da pesquisa já sofreram algum tipo de assédio sexual ou verbal 
enquanto estavam na rua, no transporte público, no trabalho e na balada.” 
““Linda”, “Gostosa” e “Delícia” são algumas das cantadas mais listadas pelas participantes. 
Destas, 83% diz não levar em consideração como algo positivo, e 90% disseram já ter trocado 
de roupa com medo do assédio que poderia sofrer ao sair de casa.” 
Segundo Aparecida Gonçalves(Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as 
Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo federal) esses tipos de 
cantadas configuram assédio moral e sexual, na medida em que há um constrangimento das 
mulheres que, ao passarem nas ruas, são obrigadas a ouvir o que não querem. 
Para a professora de Antropologia da USP Heloísa Buarque de Almeida a reciprocidade é 
essencial para determinar o que é uma manifestação saudável de interesse de uma pessoa por 
outra. 
“A grande diferença é que uma coisa é uma paquera e outra coisa é uma cantada. A paquera 
pressupõe que a menina está lá também olhando para este homem, que há uma reciprocidade, 
um interesse mútuo.” 
 
4 - PODER E ASSÉDIO SEXUAL 
A participação da mulher no mercado profissional e a liberalização dos costumes provocaram 
reviravolta nos domínios antes masculinos, especialmente em locais de trabalho. Há pouco 
tempo, a mulher que trabalhava fora do lar considerada uma séria candidata à vadia, pois a 
moral da época manifestava que, para a mulher vencer a seleção ou merecer uma promoção, 
condição ter de se submeter ao “famoso” teste do sofá. 
9 
 
Quanto mais uma mulherera bem-sucedida em seu trabalho, mais era mal vista e caluniada. As 
mães contra a vontade de suas filhas de trabalharem fora de casa, os pais sentiam-se ofendidos, 
os possíveis maridos ficavam assustados com as imagens e os comentários que os amigos fariam 
sobre as suas noivas. 
 
Com trabalho, dedicação e muita paciência, as mulheres conseguiram ampliar sua participação 
no mercado, onde hoje, uma visão distorcida como sua posição tem perdido espaço, ainda que 
não tenha desaparecido completamente e afinal, continuamos vivendo em uma sociedade 
machista, onde o machismo não é uma mentalidade exclusivamente masculina. A necessidade 
de complementar o orçamento doméstico presente na vida de parte dos casais e uma maior 
reivindicação dos direitos iguais entre os gêneros conduziram à uma aceitação maior ou mesmo 
à naturalização da presença das mulheres nos ambientes de trabalho, isso não significa que 
necessariamente essa presença seja confortável ou que tudo se passe sem conflito. 
 
Persiste ainda um mal necessário de que a gente tem de engolir. Existem profissões que antes 
eram particularmente consideradas de grande risco e muito sujeita a uma vitimação potencial 
no imaginário coletivo, que agrava algumas relações inevitáveis entre: o médico e a enfermeira, 
o professor e a aluna, o diretor e a atriz, o patrão e a secretária. Normalmente essas relações 
acontecem entre um superior e um subordinado, sendo que quase sempre, o primeiro vem do 
sexo masculino. 
 
Quando buscamos um pouco mais no passado, especialmente em um passado escravagista 
brasileiro, encontramos o senhorio, dono não apenas do trabalho, mas também do corpo e da 
alma de sua serva. 
 
Assédio sexual não é simplesmente uma cantada, é chantagem. O aspecto visível ou óbvio 
nestas situações de assédio sexual é que na maioria dos casos não se trata de relações entre os 
iguais, entre os pares, nos quais a negativa pode ocorrer em maiores consequências para quem 
está fazendo se recusando. Verifica-se também que o assédio sexual está entre os desiguais, na 
questão de gênero masculino e feminino, mas porque um dos elementos na relação dispõe de 
formas de penalizar o outro lado. Constitui-se não apenas um pedido constrangedor, que produz 
um embaraço e um vexame, pois um convite por mais indelicado que seja, pode ser não aceito, 
mas há também explicita a diferença entre o convite e a intimação entre um convite e uma 
intimidação, entre convidar e acuar o outro também. 
10 
 
A questão de haver um poder nas relações com o assédio sexual, não é uma prática nova no 
Brasil ou uma ação considerada em uma consequência, no desenvolvimento econômico dos 
últimos anos. É verdade que conforme aumenta a participação das mulheres no mercado de 
trabalho, cresce também a sua exposição aos riscos pertinentes. Também é verdade que cada 
vez mais, as mulheres têm feito merecer o respeito e a admiração de seus superiores. Eles 
reconhecem que uma presença maior das mulheres nos locais de trabalho veio a modificar as 
feições de organizações e balançou o meio masculino em diversas formas, pois a mulher tem 
sua preocupação de ficar sempre aprendendo e além de precisar em provar ser mais competente 
do que um homem, mesmo quando ocupam vários cargos bem semelhantes. 
 
5. ESPÉCIES DE ASSÉDIO SEXUAL 
 
 
5.1 ASSÉDIO SEXUAL POR CHANTAGEM (ASSÉDIO SEXUAL “QUID PRO 
QUO”) 
 
Assédio sexual por chantagem é aquele praticado por algum superior tendo em vistas 
vantagens vinculadas ao meio empregatício por meio de favores de cunho sexual. Neste caso, 
o assediador, com a promessa de ganho de alguma vantagem constrange a vítima, cuja 
concessão dependa totalmente da anuência deste. Onde o assediado só terá vantagem sobre 
algo se aceitasse a oferta do autor, sabendo que só poderá consegui-lo com a recomendação 
do mesmo. Para se caracterizar assédio sexual por meio de chantagem deve haver antes de 
tudo uma relação de hierarquia entre o assediador e o assediado. Pois com este poder, o 
superior impõe o ato de natureza sexual não desejado ao seu subordinado, para que o mesmo 
consiga adquirir vantagens trabalhistas, desta forma agredindo a dignidade do trabalhador. Em 
acórdão elaborado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região verifica-se o assédio 
sexual por chantagem, no qual apresenta-se parte: 
(...) Quanto à alegação do recorrente de inexistência de favorecimento e 
existência de ‘jogo de sedução’, merece destaque o trecho do parecer do d. 
Ministério Público, verbis: “Não se diga que inexistiu prova de favorecimento 
às vítimas em troca de favores sexuais como sustentado nas razões recursais, 
pois o próprio Recorrente confirma a ameaça disparada contra uma das 
assediadas, na parte final de fls. 1519, verbis: ‘...Você deve estar pensando que 
é a melhor mulher do mundo... Afinal pode dizer não quantas vezes quiser... 
Pode? Eu nunca deixei de tentar algo que me parece ser bom. Só me resta uma 
coisa a dizer. Azar o seu, o que perdeu seria algo que você, com certeza, nunca 
teve. Beijos, Ramos’ (grifamos) A transcrição deste e-mail enviado pelo 
Recorrente afasta a tese sustentada pelo Recorrente de que não houve proposta 
11 
 
de favorecimento à vítima em troca de favores sexuais, pois demonstra com 
clareza a chantagem dirigida a uma das vítimas, e não mero jogo de sedução 
entre os interlocutores, como quer fazer parecer aos olhos da Justiça... (fls. 
151/ 152). 
 
O assédio sexual por chantagem é conhecido pela troca de favores, é isto por aquilo(quid pro 
quo;) 
5.2 ASSÉDIO SEXUAL POR INTIMIDAÇÃO (“ASSÉDIO SEXUAL 
AMBIENTAL”) 
 
Assédio sexual por intimidação é aquele praticado através de insinuações ou solicitações 
inoportunas sexuais onde o único objetivo é prejudicar o assediado, gerando para o mesmo 
desconforto no ambiente de trabalho. Embora este não seja um tipo de assédio criminalizado, 
pois o Código Penal apenas tipificou o assédio sexual por chantagem, pode ocorrer rescisão 
indireta ou até mesmo a dispensa via justa causa do assediador. 
O assédio sexual por intimidação tem como objetivo interferir no desempenho do assediado, 
fazendo com que o mesmo se prejudique nas suas funções. Com isto se cria um ambiente de 
trabalho tenso e hostil. 
Em importantíssima decisão da Excelentíssima Juíza Presidenta do 3° Tribunal Regional do 
Trabalho Alice Monteiro de Barros, autora de diversos artigos e livros sobre o tema, aborda o 
assédio sexual por intimidação, no qual transcreve-se parte: 
“(...) A avaliação do pleito exige estudo sobre a definição de assédio 
sexual, matéria que tem apresentado novos problemas para o Direito do 
Trabalho, principalmente em face das várias atitudes culturais que se 
devem sopesar na elaboração desse conceito o qual se encontra em 
franco desenvolvimento na legislação dos países. 
Esses conceitos destacam o ‘assédio sexual por chantagem’e o ‘assédio 
sexual por intimidação’. 
Através da Lei n 10.224, de 15 de maio de 2001, introduziu-se no Código 
Penal Brasileiro o art. 216-A, tipificando o assédio sexual como crime. 
O comportamento delituoso consiste em ‘constranger alguém com o 
intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o 
12 
 
agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência 
inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função’. A pena é de 
detenção de um a dois anos. 
Além do assédio como figura delituosa, a doutrina tem apontado o 
assédio por intimidação, que, embora não seja crime, autoriza a rescisão 
indireta e a reparação por dano moral. 
O ‘assédio por intimidação’ caracteriza-se por ‘incitações sexuais 
importunas, por uma solicitação sexual ou outras manifestações da 
mesma índole, verbais ou físicas, com o efeitode prejudicar a atuação 
laboral de uma pessoa ou de criar uma situação ofensiva, hostil, de 
intimação ou abuso no trabalho’. 
O aspecto relevante para a caracterização do assédio sexual é, portanto, 
o comportamento com conotação sexual, não desejado pela vítima e com 
reflexos negativos na sua condição de trabalho. A conduta do assediador 
compreende um comportamento físico ou verbal de natureza sexual, 
capaz de afetar a dignidade do homem ou da mulher no local de trabalho 
(...)”. 
 
Normalmente o que ocorre nestes casos é que o ambiente de trabalho do assediado se torna 
um local totalmente desconfortável, em decorrência do comportamento do assediador, onde a 
vítima muitas das vezes é humilhada, importunada e até mesmo em público esses fatos 
ocorrem. 
O que ocorre em muitos casos é que o assediante passa deixar a entender que a vítima só esta 
atuando profissionalmente naquele cargo, por ser mulher e por possuir qualidade femininas 
interessantes ao mesmo. 
Entretanto, neste caso não existe a obrigatoriedade de hierarquia entre assediante e assediado, 
este tipo de assédio muita das vezes ocorre entre colegas de trabalho que possui a mesma 
posição dentro da empresa. 
 
 
 
 
13 
 
6. A QUESTÃO DA CULPA CONCORRENTE 
 
 
6.1 CULPA CONCORRENTE (PROVOCAÇÃO PELA VÍTIMA) 
Em alguns ambientes é exigido determinados tipos de conduta social, que deve ser observada, 
inclusive como uma cláusula contratual, em diversos tipos de atividades. O termo “conduta” se 
aplica desde a vestimenta com que se vai ao trabalho e até mesmo posturas e formas de falar, o 
que pode soar como algo extremamente razoável. Em alguns ambientes de fato, como igrejas, 
universidades, hospitais, exigem determinadas vestimentas que não seriam exigíveis, por 
exemplo, em locais de trabalhos ao ar livre, academias etc. 
Sendo assim, se a vítima possui o hábito de se vestir de uma forma que irá causar provocações, 
ou se pactua livremente com certas intimidades em público, não há como deixar de reconhecer 
que, desta forma, a mesma está assumindo o risco de receber propostas de natureza sexual. 
Não defendendo a conduta dos assediadores, mas considerando importante, que muita das vezes 
um ato agressivo sexualmente é apenas uma resposta a conduta da vítima. 
Em conclusão, o comportamento da alegada vítima, no ambiente de trabalho, bem como sua 
“vida pregressa”, devem ser levados em consideração na hora de se avaliar se um ato pode ser 
enquadrado ou não como assédio sexual. 
 
6.2 O CONLUIO ENTRE VÍTIMA E ASSEDIANTE 
 
O tema do assédio sexual tem sido um grande motivo para reflexões sobre o tema da 
litigância de má fé. 
Por causa das vultosas indenizações que se tem notícia no direito comparado, é fato que, tem-
se falado muito em supostas “armações” entre alegada vítima e o suposto assediador com o 
intuito de lesionar terceiros envolvidos. 
Na área trabalhista, isto vem se tornando cada vez mais “tentador”, uma vez 
que o direito positivo brasileiro estabelece a responsabilidade civil do 
empregador com culpa presumida por ato de seus prepostos, conforme se 
verifica dos artigos 1521/1523 do vigente Código Civil brasileiro e a Súmula 
14 
 
341 do Supremo Tribunal Federal que dispõe: “É presumida a culpa do patrão 
ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto”. 
 
7. A FIGURA MASCULINA E O ASSÉDIO MORAL 
Habitualmente, quando analisamos o devido tema, automaticamente já correlacionamos a 
vítima mulher. Porém o homem também pode se tornar vítima por assédio de uma mulher ou 
até mesmo por outro homem, no entanto, quando analisamos as estatísticas verifica-se que é 
algo muito raro uma vez que a sociedade possui uma visão inferiorizada das mulheres. 
Até então o “mind set” da civilização são de que homens são mais viris. Esta cultura e forma 
de pensamento paralelamente compara as mulheres como ferramentas, itens de consumo, algo 
que nasce para servir as necessidades do homem. Logicamente estas visões são criadas quando 
analisamos de forma segmentada o tema de assédio sexual. 
Com estas visões, o assédio neste caso torna-se um bem, algo que fortalece a masculinidade do 
homem, sendo inclusive, alternativa para se colocar a frente de seus demais colegas de 
profissão. 
Claro os dados e relatos descritos acima não possuem o objetivo de tornas as mulheres como 
“coitadas” ou “vítimas”, mas apenas para ilustrar que nos dias atuais o homem não sofre tanto 
a prática do assédio quanto a mulher, e ainda mantém as posições machistas em relação a ela. 
Friso, que o assédio sexual, é caracterizado nas relações empregatícias, nas relações entre 
professores e alunos, e vice-versa, e ainda na relação de profissionais liberais, tais como 
médicos, odontólogos, psicólogos, etc., para com seus pacientes. Mas, fora desta situação, não 
há que falarmos desta prática ilícita. 
 
8. COMPORTAMENTO DO ASSÉDIO NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS 
 
Dificilmente haverá uma organização onde não tenha ocorrido ainda pelo menos um caso de 
assédio sexual. Infelizmente também será difícil encontrar uma empresa em que o tratamento 
utilizado no caso não envolveu o desligamento da vítima, ainda que forma espontânea. 
 
15 
 
O assédio sexual pode ser um caso onde provoca uma grande tristeza, revolta e grande 
indignação. Entristece pelo lado patético, pequeno, mortal, miserável e revolta pela maneira 
que ocorre e provoca indignação pela impunidade que acontece os que o cerca. Impunidade que 
vem haja vista a indiferença seja também pelo escárnio. O esperto humilha publicamente as 
vítimas por várias vezes. O brasileiro adora em falar sobre sexo, mas não do sexo de conflitos 
e daí a uma tendência em banalizar a questão, e é só um passo. Outra vez ocorre nosso lado 
cultural escapista surge em socorro de um perverso. 
 
A lei brasileira não existe ainda a figura do assédio sexual. Assistimos a uma grande discussão 
em que as alterações que deverão ser elaboradas no novo código penal, substituindo o que está 
em vigor desde 1940 e que não mais transmite uma boa parte dos problemas enfrentados na 
modernidade. Existem várias propostas em pauta, inclusive de crime passível de multa ou prisão 
que pode variar de seis meses a dois anos. Muitos veem que a justiça do trabalho seria mais 
eficiente e adequada para poder tratar do assunto, visto que podem forçar as empresas a encarar 
esse problema. Como o assédio ainda não consta na CLT e nem no Código Penal, as ocorrências 
raramente são registradas em delegacias como uma perturbação da tranquilidade ou o 
constrangimento ilegal. Um dos textos em pauta propostos considera crime assediar alguém 
com a violação de dever do cargo pertinente, ministério ou profissão, exigindo direta ou 
indiretamente a prestação de favores sexuais como uma condição para criar ou conservar o 
direito, ou para atender as pretensões da vítima. 
 
Independente que haja desdobramentos jurídicos e legais que possam vir a serem aceitos na lei, 
acreditamos que as organizações tenham ou deveriam ter um grande interesse em controlar esse 
tipo de ocorrência em seu meio. Admitir a todos que não é uma questão fácil, mas em muitos 
casos concordam que é uma questão necessária. Existem várias formas de as organizações 
assumirem a retaguarda nesse aspecto e não deixarem de esperar que esse tipo de situação 
precise necessariamente de ser intermediado pela Justiça. 
 
Grande parte das empresas tem interesse em desenvolver ambientes internos e externos 
saudáveis, onde o respeito e a dignidade do outro não seja apenas mais um discurso no vazio, 
mas algo realizado em seu cotidiano. Sabe-se que as organizações buscam construir uma 
imagem de seriedade, de respeito e de confiança que sefundamenta em vários pilares. 
Entretanto, existem vários meios dentro das organizações para disseminar as políticas contra 
esse tipo de situação. É necessário que pessoas e empresas se conscientizem que o assédio 
16 
 
sexual não é apenas uma brincadeira, nem uma implicância pessoal, nem um anseio 
incontrolável, nem um ato inconsequente e muito menos uma cantada infeliz. Não há uma 
negativa absolutamente, o papel dos tribunais é avaliar se as organizações de hoje estão mais 
preparadas para lidar com essa questão e suas antecessoras em meados das décadas de 60, 70 e 
80. Existe uma grande preocupação com a qualidade do ambiente e dos relacionamentos, onde 
as empresas têm hoje uma grande necessidade de lucros e de produtividade, onde a elevação do 
comprometimento dos seus colaboradores. Nenhuma empresa tem o seu desempenho ou a sua 
imagem melhorada porque nunca ocorreu um assédio. Por outro lado, quando ocorre algo dessa 
natureza, o estrago já está feito e evidentemente, quanto maior for à divulgação, maior será o 
dano. 
 
 
9. CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO SEXUAL 
9.1PARA A VÍTIMA 
O assédio sexual, tem muitas das vezes agressões físicas as vítimas, mais as psicológicas são 
as mais frequentes. Mais embora as duas sejam de formas diferentes elas tem suas drásticas e 
tristes consequências em comum. Além de gerar transtornos, mudanças na personalidade, auto 
estima baixa, falta de motivação, falta de concentração, dificuldade de integração e interação 
com as pessoas de trabalho e pessoas do cotidiano. 
São consideradas consequências psicológicas do assédio sexual a readaptação sexual, afetiva 
e interpessoais de ligamentos diretos com pessoas, em relação a outras pessoas, já que se torna 
difícil a confiança em quem seja. Os sintomas apresentados de primeiro momento são a 
depressão, ansiedade, inconfiança, medos, isolamento social, queixas somáticas. Transtorno de 
stress, comportamentos regressivos e agressivos, pensamentos autodestrutivos, problemas 
escolares e até mesmo pensamentos suicidas. 
 Essa situação não prejudica somente a vítima, prejudica também a empresa que expõe seu 
nome a essa situação e gera custos operacionais já que deixa a vítima sem nenhuma 
produtividade e baixa motivação. Aumentando os erros do serviço, temos a consequência 
psicológica pela vítima e a consequência econômica ao dono da empresa. Já que ela não terá 
mais interesse em produzir nada tudo reside em déficit para o empregador. Os sintomas 
apresentados pelas vítimas são diversos e variam de acordo com a intensidade do caso. 
17 
 
A conduta assediante, se mostra por vários fatos: Informações internas, rivalidades, inveja, 
ausência de uma boa relação humana, e até mesmo a perversidade de muitas pessoas. 
Resumindo a vítima é colocada sob pressão o tempo todo, seja por medo de falar e perder o 
emprego ou por ninguém acreditar já que é difícil de se provar, e por diversos outros fatores. 
Os sintomas apresentados pelas vítimas de assédio variam de acordo com a intensidade da 
agressão. 
 
9.2 CARACTERIZAÇÃO DA DESPEDIDA INDIRETA 
 
O assédio sexual também caracteriza-se, do ponto de vista do direito do positivo brasileiro, é 
uma hipótese de despedida indireta (ou demissão forçada, como prefere denominá-la José 
Martins Catharino) da vítima, que as vezes por não aguentar mais, medo ou por intimidação 
toma essa decisão. 
 
 Entre as atitudes que a vítima poderá tomar contra a prática do assédio, está em conjuto a 
despedida indireta, em decorrência do descumprimento das normas de contrato estabelecido 
pelo empregador, por fazer do ambiente de trabalho, um lugar que deveria saudável e tranquilo, 
um verdadeiro lugar de medo e raiva, chegando ao maior grau de tristeza e indignação para 
ela. 
 
O empregador por agir fora dos padrões de moralidade e respeito comum e estar desrespeitando 
as normas a serem cumpridas estará descumprindo obrigação contratual e dando à outra parte 
o direito de rescindir o pacto laboral. Podendo levar o empregado encontrado em causa justa 
em ato praticado pelo empregador, impedindo-o de continuar a manter o contrato de trabalho. 
Levando ele a ser despedido por justa causa, pagando multa e até sendo preso. 
 
Os Tribunais Regionais convergem na possibilidade de despedida indireta em casos de assédio 
sexual, veja-se a ementa, in verbis: “ASSÉDIO SEXUAL. RESCISÃO INDIRETA. A 
empregada que sofre assédio sexual por superior hierárquico, registrando a ocorrência e sem 
que a administração empresarial tome quaisquer providências, tem autorizada a rescisão 
indireta do contrato de trabalho”. Reafirmando, a rescisão indireta do contrato de trabalho pode 
ser aquela que ocorre em presença de uma justa causa cometida pelo empregador, ou seja, os 
donos da empresa, seus diretores, seus prepostos, seus altos empregados, visto que, o 
18 
 
empregado é contratado para trabalhar e não para atender aos desejos sexuais do empregador. 
 
9.3 REPARAÇÃO PATRIMONIAL E DANO MORAL 
A vítima sofrendo todas as consequências danosas físicas, psicológicas insculpidas pelo 
assédio, poderá pleitear na justiça uma reparação material e moral pelos prejuízos sofridos. O 
artigo 5° da Constituição da República, em seu inciso V, assegura à vítima, não só o direito de 
resposta, mas também o direito à indenização por danos materiais, morais ou à imagem. 
Ao sofrer o assédio sexual a vítima, terá direito à indenização pelas perdas diretas (dano 
emergente) com o ato ilegal, mas também pelo que deixou de ganhar, e perdeu devido aos atos 
do infrator. Conforme o artigo 1059 do Código Civil. A vítima terá direito a um valor em 
pecúnia, visto não ser possível devolver a dignidade e a honra perdidos em toda a jornada de 
processo. 
Esta indenização é para tanto tentar amenizar as lesões à integridade corporal, como também 
as morais, já que elas não possuem valores reais em dinheiro, suposto como uma perda 
psicológica. (Aloysio Santos) repisa o que vem a ser dano patrimonial: 
Dano material é, portanto, aquele que lesiona o patrimônio da pessoa, 
causando a perda ou avaria do conjunto de bens ou de um apenas, 
tornando-o inútil ao uso ou para o comércio ou somente reduzindo o seu 
valor. Não é por outra razão que ele também é denominado ‘dano 
patrimonial’.” 
 
Já o dano moral atinge outras espécies de bens, os imateriais que como os patrimoniais, são 
suscetíveis de indenização em pecúnia resumindo- se em uma dor interna. 
 
A vítima se vê constrangida e humilhada em sofrer o assédio e muito mais em ter que comunicar 
a empresa do fato. A humilhação e problemas que podem decorrer desta violência são às vezes 
irreparáveis. A indenização ao empregado por assédio sexual pode ser pleiteada na Justiça de 
Trabalho e essa é uma posição pacífica entre os doutrinadores e os tribunais brasileiros. 
A parte mais difícil de todo processo costuma ser as provas do delito e talvez por isso o motivo 
de tão baixa denúncias desta natureza nos tribunais brasileiros, além do constrangimento as 
vítimas tem de denunciarem, para que não percam seus empregos ou talvez não consigam outro 
com facilidade, além do medo de serem julgadas perante a sociedade. 
Um detalhe relevante nas questões de indenização moral decorrente de assédio sexual vem se 
19 
 
tornando tão frequente que vem preocupando as empresas, já que o que se argumenta é que o 
empregador deve zelar pelos seus empregados, sendo portanto, responsável pelos danos 
sofridos por estes, ainda mais, se o agressor não tiver condições pagar a indenização. A empresa 
se torna responsável pelo ressarcimento. 
Por isso muitas pessoas e empresas estão mudando as formas de seus contratos de trabalho a 
serem assinados com futurosempregados já como uma prevenção para o futuro. Há uma clara 
tendência de as empresas colocarem cláusulas referentes ao assédio sexual nos contratos, 
tentando garantir o ressarcimento em eventual problema, como sendo responsável por seus 
próprios atos dentro da empresa em termos de danos morais em crime de assédio praticado. 
 
9.4 PARA O AUTOR 
Pela permanência da integridade das relações humanas e sociais, não pode o culpado ficar 
impune depois da sua prática. Ele deve arcar com os prejuízos produzidos à vítima, tanto 
materiais (a vítima perdeu o emprego, não conseguiu sua promoção, etc.) e outros como 
integridade, equilíbrio emocional ética, humilhação entre outros. A indenizar moralmente, 
tentando restabelecer a ordem e o equilíbrio na vida do assediado. 
 
As consequências são analisadas em três ordens: trabalhista (aplicação de penas disciplinares 
ao agente ativo, com advertência ou suspensão, dispensa por justa causa, com base no art. 482, 
“b”, da CLT, qual seja, a incontinência de conduta, que se liga diretamente à moral e a desvios 
de comportamento sexual, além de outros prejuízos futuros como dificuldade nos 
relacionamentos sociais e em conseguir outro emprego), civil (responsabilidade patrimonial 
direta pelo dano causado) e criminal (aplicação de sanções penais, caso os atos praticados se 
enquadrem em tipo previamente existente). 
 
O Congresso Nacional então decreta, no artigo 1° - O decreto lei n° 2.848, de 07 de dezembro 
de 1940, que no artigo 136- A, depreciar, de qualquer forma, e reiteradamente, a imagem ou o 
desempenho de servidor público ou empregado, em razão de subordinação hierárquica 
funcional ou laboral, sem justa causa, ou trata-lo com rigor excessivo, colocando em risco ou 
afetando sua saúde física ou psíquica pode acarretar uma pena de um a dois anos de reclusão, 
com multa. Temos também o acordo com o artigo 216 do Código Penal, o assédio sexual 
caracteriza-se por constrangimentos e ameaças com a finalidade de obter favores sexuais feita 
por alguém normalmente de posição superior à vítima. A pena é de detenção e varia entre um 
20 
 
e dois anos, caso o crime seja comprovado. A mesma legislação enquadra como Ato Obsceno 
(artigo 233) quando alguém pratica uma ação de cunho sexual (como por exemplo, exibe seus 
genitais) em local público, ou para alguém em particular, a fim de constranger ou ameaçar 
alguém. A pena varia de 3 meses a um ano, ou pagamento de multa. 
 
9.5 DISPENSA POR JUSTA CAUSA 
Uma das consequências para o agente do ilícito é ser dispensado por justa causa, por ter Uma 
das consequências para o agente do ilícito é ser dispensado por justa causa, por ter cometido 
ato de incontinência de conduta gravíssimo, não podendo mais, permanecer naquele ambiente 
que tanto prejudicou. A prática do assédio sexual contra os empregados ou empregadas, por 
parte do outro trabalhador, que exerce função superior a do assediado, e, por isto mesmo, 
encontra-se na condição de preposto do empregador, pode ser justa causa para a rescisão do 
contrato de trabalho. É assim que a doutrina e a jurisprudência têm feito. 
 
Os Tribunais do País também entendem que a incontinência de conduta sexual gera a prática 
de assédio sexual e consequente justa causa. Para tanto o assédio sexual no âmbito trabalhista 
encontra-se tipificado como incontinência de conduta prevista na alínea b do artigo 482 
consolidado hipótese autorizadora da dispensa por justa causa ante o uso do poder pelo 
assediador para obter favores sexuais de outras empregadas no local de trabalho tolhendo suas 
vítimas do exercício de sua liberdade. A influência de conduta está relacionada ao mau 
comportamento do trabalhador no ambiente de trabalho. 
 Para a caracterização desse procedimento, não é necessário que o trabalhador tenha praticado 
o ato concreto que gere prejuízo ou danos ao basta uma conduta imoral ou de má-fé, 
incompatível com o comportamento que deve se ter na atuação de empregado ou de qualquer 
cidadão comum. 
 
9.6 RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL 
 
Em diversos países, o agente que pratica o assédio sexual, é responsável diretamente, pelo 
pagamento dos danos sofridos pelo trabalhador, independentemente da responsabilidade da 
empresa em fazê-lo. No Brasil, o direito trouxe a previsão de responsabilizar diretamente o 
21 
 
agente pelos pagamentos dos prejuízos, mas com presunção de culpa do empregador pelos atos 
de seus empregados e prepostos. 
 
Tal o fato, não exclui possibilidades do empregador acionar o empregado, para ressarcimento 
dos gastos que ele gerou ao ato para o qual foi condenado. Se houver provas ou se ficou 
comprovado que o empregado agiu com dolo, poderá o empregador objetivar qualquer desconto 
para que possa ver ressarcido de todos seus prejuízos causados por conta do cidadão. 
 
O dano material é na maioria das vezes reversíveis já que se é caro a indenização, porque ela é 
avaliada em vários sentidos. Já o dano moral atinge outras espécies de bens, os imateriais, que 
possuem maior valor de indenização já que são mais irreversíveis que os patrimoniais. São a 
honra, a imagem, a liberdade que estarão sendo violentados. 
 
Compreende-se assim que o trabalhador ou trabalhadora vítima de assédio sexual tem direito 
não apenas às verbas rescisórias, caso saia do seu local de trabalho , mas também a indenização 
por danos morais. 
 
9.7 CONSEQUÊNCIAS CRIMINAIS 
 
Como se pôde constatar, as consequências do assédio sexual são de várias ordens e cada caso 
com sua exceção, podendo prejudicar a imagem da empresa, afetar custos, vendas, despesas e 
o que é mais grave, atingir muitas vezes de maneira irreparável a vítima, que sofreu 
humilhações e desconfianças no ambiente de trabalho. 
 
Além das consequências, trabalhistas (justa causa) e civil (responsabilidade patrimonial e 
moral), deve se considerar, a responsabilidade criminal, ressaltando que a lei penal brasileira 
criminaliza somente o assédio sexual por chantagem. Assim, a esfera penal deve ser a última a 
ser instaurada, pois limita sobremaneira a possibilidade de enquadramento e responsabilização 
do autor. 
 
Outros sim, em se tratando do crime de assédio, por força da previsão penal de um a dois anos 
de detenção, não pode ser objeto de apreciação pelos Juizados Especiais Criminais, posto que 
22 
 
a sanção para delitos apreciáveis naquele juízo não pode ultrapassar a um ano (Lei n. 
9.099/95, art. 61). 
 
 
9.8 FOCO EM SAÚDE PARA A VÍTIMA E QUEM PRÁTICA O ATO 
A pessoa mais atingida com o crime de assédio sexual, sem nenhuma dúvidas é a vítima. O 
ambiente desfavorável gerado pelas agressões pode conduzir a um prejuízo na mente da pessoa, 
e no rendimento do trabalhador, prejudicando suas promoções, transferências ou quaisquer 
outras evoluções profissionais que possa ter, pois cria um ambiente inadequado e de grandes 
decepções, com extrema pressão psíquico e emocional do empregado . Além de prejudicar 
totalmente a vida particular, por estes motivos as vezes é necessário um acompanhamento em 
saúde a vítima. 
 
10. PREJUÍZOS PARA O EMPREGADOR 
 
Os recursos humanos consideram esse tipo de situação como um grande problema a ser 
encarado. Buscam desenvolver políticas de conscientização, levando para discussão em vários 
níveis organizacionais. A própria discussão já é uma forma de prevenir. Sem levar em conta o 
descrédito que os excessos provocam, uma organização pode incorporar sem maiores 
transtornos as preocupações mais recentes da sociedade. Se essa questão é de momento, ela é 
também de futuro. Pois o meio feminino tende a aumentar em todos os setores e em todos os 
níveis hierárquicos. Além do reflexo direto de uma sociedademais aberta ao diálogo, tende a 
comportar-se em diferentes arranjos amorosos. Isso eleva a possibilidade de que as 
organizações sejam cada vez mais um palco para vários tipos de ocorrências infelizes. 
Ressaltamos que em muito das vezes as mulheres têm sido as vítimas principais do assédio 
sexual, mas nada impede que um homem também possa vir a receber o assédio e não sendo 
necessariamente uma mulher, nem mesmo uma linda mulher do outro lado. Não adianta 
desqualificar a questão alegando que o homem pode reagir com mais facilidade, o que é 
necessariamente verdadeiro. Exatamente pelo modo cultural e também para ele será uma 
chantagem ou uma maldição que poderia ter sido evitada. 
 
23 
 
Além do autor e da vítima, o assédio sexual prejudica e muito o empregador. À medida que 
produz prejuízos imagem da empresa, a rentabilidade e a produção. Mas a empresa deve prestar 
demasiada atenção é com relação a responsabilidade que terão pela indenização em 
condenações judiciais gerada pelo ato acediosos de seu empregado e responsabilizando-se 
pelos danos causados aos seus empregados ou prepostos. 
 
Com efeito, o Código Civil dispõe acerca da responsabilidade do empregador em decorrência 
dos danos produzidos pelos atos de seus prepostos. Assim, não existe a necessidade de dolo do 
empregador, bastando que tenha agido com culpa, deixando de tomar atitudes importantes e 
fundamentais que evitariam o crime. 
 
 
11. DA PRODUÇÃO DE PROVA 
 
No meio jurídico a prova de qualquer fato é de extrema importância. Para que assim, tenha a 
responsabilização do assediador, em qualquer da esferas, penal, cível ou trabalhista em 
decorrência do assédio sexual é imprescindível que a vítima do caso tenha o mínimo possível 
de lastro probatório para comprovar o direito que foi alegado. 
 
A prova judicial da prática do assédio sexual no meio trabalhista possui uma grande dificuldade 
de sua comprovação, uma vez, que na maioria das vezes a conduta ocorre de forma oculta, 
tendo à vítima a difícil missão de provar o fato. Diante disso e para melhores resultados para a 
descoberta do caso, alguns princípios devem ser aplicados e respeitados no momento da 
probatória, para assim de evitar atos injustos. 
 
Para que se possa reger o processo probante do assédio sexual no ambiente de trabalho, alguns 
princípios devem ser utilizados: necessidade da prova, unidade da prova, proibição da prova 
obtida por meio ilícito, livre convencimento do juiz ou persuasão processual, obrigatoriedade, 
contraditório e da ampla defesa, aquisição processual e imediação. 
 
 
24 
 
PRINCÍPIO DA NECESSIDADE DA PROVA: 
Conforme Bezerra (2008, p.554) ‘‘ As alegações das partes em juízo não são suficientes para 
demonstrar a verdade ou não de determinado fato é necessário que a parte faça prova de suas 
alegações, pois os fatos não provados são inexistentes no processo. ’’ 
 
PRINCÍPIO DA UNIDADE DA PROVA 
 
As provas devem ser apresentadas em conjunto, devendo ser analisadas em um todo de forma 
unitário e não de forma isolada. Porém, no caso do assédio sexual, por existir uma grande 
dificuldade para comprovação dos fatos por ausência ou insuficiência de prova, nada impede 
que o Juiz resolva por uma ou outra parte. 
 
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA PROVA OBTIDA POR MEIO ILÍCITO 
 
Todas as partes não devem agir de má-fé, só podendo apenas serem acolhidas em juízo provas 
legais e moralmente legítimas. Não podendo ser aceitas provas ilícitas, devendo estas ser 
descartadas do processo (artigo, 5 ,LVI, da CR/88). 
 
PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ OU PERSUASÃO 
PROCESSUAL 
 
O princípio do livre convencimento do juiz opõe ao preceito da veracidade legal. Onde o mesmo 
pode julgar sem atentar, fundamentalmente, para a prova dos atos, recorrendo a meios que 
esquivam ao controle das partes, no sistema da persuasão racional. O juiz, verificando somente 
às provas do processo, formará seu convencimento com livre-arbítrio e conforme sua 
consciência. Este princípio está firmado no artigo 131 do CPC. 
Para o assédio sexual o princípio em tela, talvez seja o mais utilizado no caso, pelo fato da 
impossibilidade da aquisição de provas no processo. Com este sentindo, deve o Juiz recorrer a 
outros métodos que achar merecedores, sem ficarem adstrito a provas existentes ou inexistentes 
dos fatos. 
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE 
 
A prova é do interesse das partes e também do interesse do Estado. Sendo assim o juiz possui 
uma grande liberdade na condução do processo probatório. 
 
 
25 
 
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
 
Este é um princípio constitucional basilar, onde as partes podem se manifestarem mutuamente 
sobre as provas apresentadas em juízo, podendo se opor a mesma. Assim, os litigantes têm que 
ter oportunidades iguais tanto de requerimento e produção para apresentarem suas provas no 
ato processual adequado (artigo. 5, II da CR/88). 
 
PRINCÍPIO DA IMEDIAÇÃO 
 
O poder de direção do processo cabe ao Juiz (artigo 765 da CLT) é ele quem verifica 
prontamente a atividade probatória apresentada pelas partes, podendo também buscar diferentes 
atividades para maiores esclarecimentos dos fatos, estando tal princípio firmado com o artigo 
848 da CLT, que permite ao juiz interrogar os litigantes. 
 
No lastro probatório do assédio sexual, junto com o princípio do livre convencimento do Juiz 
este também se caracteriza por ser um princípio importante sendo o interrogatório feito a ambas 
as partes, sendo na maior parte das vezes, o único meio de prova que prova a conduta de que o 
assédio ocorreu. 
 
PRINCÍPIO DA AQUISIÇÃO PROCESSUAL 
A prova produzida e introduzida nos autos do processo passa a integrá-lo, sendo irrelevante 
quem a produziu. 
Estes princípios são de grande importância no ato processual do assédio sexual, tendo em vista 
a existência de dificuldade probatória da conduta. Assim, os princípios servem para orientar a 
instrução jurisdicional, servindo com pilar para o Juiz e as partes litigantes. 
 
Obter-se prova do assédio sexual ocorrida no ambiente de trabalho é extremamente difícil, pois 
a maioria das vezes o ato não acontece de maneira pública e notória. “De fato, o assédio sexual 
não é ato que se pratique, normalmente, às claras, na presença de diversas pessoas, em lugares 
públicos, mas sim ‘à boca miúda’, de portas fechadas, em locais restritos [...].” (PAMPLONA, 
2001, p. 147). 
 
Desta forma, requerer prova legítimas para a comprovação do assédio sexual é uma tarefa 
difícil, podendo assim gerar grande impossibilidade no seu cumprimento, devendo assim, o 
26 
 
julgador ser compassivo no momento de copilar a prova do assédio sexual, para que não cometa 
nenhum ato injusto, 
 
Ainda que aceita indícios e provas indiretas os meios de prova utilizados pela parte deve ser os 
meios legais, não só os estabelecidos na nossa Constituição ou nas normas infraconstitucionais, 
mas aqueles moralmente legítimos que podem provar o fato alegado. 
Assim, como meios de provas a vítima pode reunir: mensagem de celular, cartas, e-mails, 
roupas rasgadas, prova testemunhas e até mesmo a gravação de conversa. 
 
A prova testemunhal é feita por um terceiro, distinto das partes do processo, que presta 
depoimento, por ter conhecimento próprio dos fatos narrados pelas partes. Segundo Aduz 
Bezerra (2008) afirma que a prova testemunhal é um do meios mais inseguros, nesse caminho, 
Martins alega (2007, p.332) “Entretanto, a prova testemunhal é a pior prova que existe, sendo 
considerada a prostituta das provas, justamente por ser a mais insegura. ’’ isso porque muitas 
das vezes a testemunha não tenha armazenadona memória todo fato, trazendo ao processo 
incertezas ou até mesmo nem presencio o fato mais depõe em favor de uma das partes. 
 
A prova testemunhal tornou-se o meio mais aplicado, pôr na maior parte das vezes ser a única 
maneira dos litigantes fazerem a prova de suas alegações. Portanto, ainda que se entenda que a 
prova testemunhal seja um meio inseguro e que os meios documentais sejam mais eficazes, 
cabe salientar que a prova testemunhal é sempre aceitável, devendo ser descartada somente nos 
casos já provados por documento, confissão da parte ou que só possa ser provado por meio de 
documento ou exame pericial, conforme consubstancia o artigo 400 do CPC. 
 
Como se pode notar existe um grande problema na constatação da conduta do assédio, sexual 
no ambiente de trabalho, assim os Órgãos Trabalhistas, muitas vezes vem aceitando o 
depoimento da própria vítima, como prova dos fatos, pautado pela dificuldade da comprovação 
do assédio e por seu acontecimento ser de forma implícita, segundo Lippmann (2005, P. 34/35): 
 A questão da prova no assédio torna-se mais grave, na medida em que 
geralmente e praticada as portas fechadas, o que poderia levar a conclusão 
precipitado de que a única maneira de provar o assédio seria a palavra da 
vítima contra o do ofensor, especialmente quando a não houver testemunhas 
presentes. 
 
27 
 
Sendo assim, diante da questão de insuficiência e da dificuldade de comprovação probatório da 
conduta do assédio sexual no ambiente laboral o poder judiciário vem sendo mais maleável 
quanto aos meios de provas trazidas aos autos no caso de assédio sexual no ambiente de 
trabalho. 
Aceitando dessa forma, provas que talvez se considerasse ilícitas, como as gravações 
ambientais, bem como provas únicas, como o testemunho de uma pessoa que presenciou o fato 
ou até mesmo o depoimento isolado da vítima. 
Atente-se, porém que apesar da insuficiência de provas e os órgãos estarem mais flexíveis 
quanto aos meios de provas, tal conduta, deve ser feita de forma bem cautelosa, uma vez que, 
a conduta de assédio sexual é grave. Devendo o Juiz não só utilizar de seu poder de livre 
convencimento, mas, observar os princípios basilares que regem a instrução probatória, para 
que não ocorra falsas denúncias e acarrete em injustas condenações. 
 
12. O ASSÉDIO SEXUAL ALÉM DO ÂMBITO CORPORATIVO 
 
Vem crescendo também os casos de assédio sexual fora do âmbito de trabalho, segundo uma 
pesquisa realizada em São Paulo o número de mulheres que realizaram denúncias de assédio 
sexual desde o ano passado até o presente momento foram triplicados, essas denúncias vieram 
de assédios sexuais ocorridos dentro de ônibus, as famosas encoxadas, diante superlotação de 
ônibus, trens e metrôs que circulam na capital paulista, usuários se espremem uns contra os 
outros em busca de espaço. Esse roçado facilita "mãos bobas" nada bobas, sussurros 
indecorosos e encoxadas propositais, reportados por uma a cada três paulistanas entrevistadas 
pelo Datafolha em pesquisa sobre assédio. 
Segundo o levantamento, que entrevistou 1.092 homens e mulheres, o transporte público é o 
local onde mais ocorre assédio às mulheres da cidade: 35% dizem já ter sido alvo de algum 
tipo de assédio nesses apertos. 22% delas dizem ter sofrido assédio físico, enquanto 8% foram 
alvo de assédio verbal e 4% de ambos. 
28 
 
Em seguida ao transporte público, os palcos de assédio são a rua (33%), a balada (19%) e o 
trabalho (10%). 
 
13.LEGISLAÇÃO PENAL E O ASSÉDIO SEXUAL 
 
Todos, além de inúmeros outros direitos, tem o direito de dispor de seu corpo da forma que lhe 
convier, observando sempre, os limites impostos para o convívio social. Sendo assim, qualquer 
ato de violação do princípio basilar, é visto como violação da lei. 
Qualquer pessoa, seja por dolo ou culpa, fere a liberdade sexual de outrem, sofrerá as 
imposições legais impostas pela lei, bem como, qualquer pessoa, seja por dolo ou culpa, fere 
ou prejudica a integridade moral ou física de alguém, terá que reparar o dano causado. 
Com o advento da Lei n°. 10.224, de 15.05.2001, por força do artigo 216-A, o assédio sexual 
foi incluído no Código Penal Brasileiro, através do Decreto-Lei n° 2.848/40, finalizando um 
capítulo na história jurídica brasileira e iniciando para muitos um grande temor. 
Hoje, a prática de assédio sexual no Brasil é crime, tendo o processo de criminalização 
primeiramente se materializado com o Projeto Lei n° 424, de 1995, de autoria da Deputada 
Raquel Capiberibe (PSD-AM), apresentado na Câmara dos Deputados, em 28.03.1995. 
Logo após este projeto, adveio o da Senadora e hoje Ministra Benedita da Silva (PT-RJ), 
apresentando no Senado da República, em 16.08.1995, que recebeu o n° 235/95. Durante a 
tramitação desse projeto de lei, houve um substitutivo de autoria do Senador José Bianco (PFL-
RO) e, posteriormente, uma Emenda em Plenário de autoria do Senador Jéferson Peres (PDT-
AM). 
Marta Suplicy criou o Projeto de Lei n° 2.493/96-CD,que na época era Deputada Federal, e a 
Senadora Benedita da Silva criou o Projeto de Lei n°157/97, que propunha a inclusão do assédio 
sexual na CLT como ilícito trabalhista. 
Mas em 1999 que foi criado o Projeto de Lei n° 61 que resultou na lei que vigora hoje feito pela 
Deputada Iara Bernardi aprovado pelo Congresso nacional em 1999. 
29 
 
 13.1. LEGISLAÇÃO 
A Lei n◦ 10.224 de 15 de Maio de 2001 
Comparado com outros países, a regulamentação da conduta do assédio sexual no Brasil veio 
tardiamente. 
A Lei n° 10.224, de 15 de Maio de 2001, introduziu no Código Penal (Decreto-Lei n° 2.848, 
de 1940), no Capítulo dos Crimes contra a liberdade Sexual, o delito de assédio sexual, com a 
seguinte redação, in verbis: 
“Art. 216-A. Constranger alguém, com intuito de obter vantagem 
ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua 
condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao 
exercício de emprego, cargo ou função: pena - detenção, de 1 
(um) a 2 (dois) anos.” 
Doutrinadores brasileiros se manifestaram com críticas ao texto da lei, considerando o 
mesmo incompleto por deixar determinador “vazios” para regulamentação de algumas 
situações, bem como, assédio entre professor e aluno e etc. 
Para caracterizar o assédio se este foi praticado pelo superior ao subordinado, exige-se a 
condição “sine quo non”. 
Em resumo, o assédio sexual, com a introdução da lei ora citada, que altera o dispositivo do 
código penal artigo 216 a partir de maio de 2001,visa penalizar qualquer indivíduo homem ou 
mulher, podendo ser definido como um constrangimento físico, moral ou de qualquer outra 
natureza, dirigido a homem ou mulher, com inafastáveis insinuações sexuais, visando a 
prática de ato sexual, prevalecendo-se o autor de determinadas circunstâncias que o põe em 
situação de superioridade em relação à pessoa assediada, seja em razão do seu emprego, da 
sua função ou do seu cargo, a fim de obter vantagens e prática sexual. 
 
A jurisprudência produzida pelos Tribunais pátrios preconizam pela responsabilidade do 
empregador quanto da prática do assédio sexual, visto ser de sua obrigação, a guarda da 
idoneidade e tranquilidade dos seus empregados. Analisa-se a ementa, in verbis: 
 
30 
 
ASSÉDIO SEXUAL NO LOCAL DE TRABALHO. DANO MORAL. 
RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR. O empregador tem o dever de 
assegurar ao empregado, no ambiente de trabalho, a tranquilidade 
indispensável às suas atividades, prevenindo qualquer possibilidade de 
importunações ou agressões, principalmente as decorrentes da libido, pelo 
trauma resultante às vítimas. 
No mesmo sentido, o Tribunal da 03ª Região estabeleceu o que se segue na ementa in verbis: 
ASSÉDIO SEXUAL. DANOS MORAIS. Demonstradaa prática de ato lesivo à 
honra e à dignidade da obreira, em face do comportamento assediante dos 
prepostos, de conotação sexual, resta configurado o dano moral, que deve ser 
reparado pelo empregador, a teor do disposto nos artigos 2°/CLT, 159 e 1521, 
III, do Código Civil. 
O doutrinador e jurista Aloysio Santos, como outros estudiosos, conformam-se no sentido de 
responsabilizar a empresa objetivamente pela desídia causada ao seu empregado: 
Assim sendo, se o assediante é o próprio empregador, incorrerá em 
responsabilidade civil, inclusive por dano moral. Se for seu empregado, 
representando-o ou não, a responsabilidade também será sua, sem afastar a 
responsabilidade patrimonial do assediador, o que poderá ser objeto de lide 
própria regressiva ou, como nos parece cabível, de denunciação da lide no 
processo trabalhista correspondente. 
Apresentando outra posição, José Pastore e Luiz Carlos Amorim Robortella, julgam que a 
responsabilidade do empregador pela prática do assédio, deve ser vista com cautela, veja-se: 
Não se deve erigir em critério absoluto a responsabilidade objetiva do 
empregador quanto ao assédio praticado nas relações de trabalho por 
seus agentes ou prepostos. Seria instituir um enorme risco à atividade 
empresarial e estimular verdadeira febre de indenizações. 
Por isto que as medidas preventivas se fazem tão importantes em empresas. O problema é mais 
complexo quando se trata do empregador literalmente como autor do crime. Nestes casos, a 
vítima se encontra solitária e demasiadamente pressionada para não tomar qualquer atitude, 
pois na maioria dos casos, certamente poderá perder seu emprego. Rescindir o contrato por 
despedida indireta, por atentado a boa fama ou à honra do empregado parece ser a solução, mais 
adequada, principalmente porque não terá mais condições de permanecer no mesmo ambiente 
de trabalho com o assediador. 
A empresa também pode ser responsabilizada objetiva e subsidiariamente, e arcar com o 
pagamento da indenização ao assediado por danos morais, além das verbas rescisórias, caso o 
autor não esteja em condições de fazê-lo. Isso faz com que as empresas tenham que assumir 
31 
 
desde logo uma política de prevenção à prática do assédio, como algumas já vêm 
desenvolvendo e com grande êxito. 
 
14. ESTATÍSTICAS DO TEMA 
Com o objetivo de se chegar uma melhor análise do tema, trazemos neste documento uma visão 
quantitativa. 
14.1 ANÁLISE AMOSTRAL 
Para isto, foi realizada uma pesquisa em campo com uma quantidade de amostras específicas, 
incluindo estudantes de diversas áreas de atuação, profissionais de empresas privadas/públicas 
bem como pessoas que executam atividades remuneradas de forma autônoma. 
Abaixo os principais indicadores identificados: 
1 – Você sabe o que significa assédio sexual? 
 
 
 
 
 
 
 
2 – Você acredita que assédio sexual é encontrado apenas dentro de empresas? 
 
 
 
 
 
Gráfico 1 
Gráfico - 2 
32 
 
3 - Se o "chefe" de uma empresa pratica o assédio, qual seria seu julgamento sendo o dono da 
empresa 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 - Você concorda com a aplicação da Lei do Brasil sobre o tema 
 
Gráfico- 4 
Grande parte das pessoas correlacionam o assédio sexual sendo algo diretamente ligado ao 
âmbito profissional e não se referindo aos demais locais abrangentes. Além disto, há um alto 
volume de pessoas que não procurariam entender bem a situação com a comunicação (33,3%), 
sendo possível criar-se um risco de assédio moral em caso de erros em entendimento, 
difamações e etc.. Também é possível identificar um alto volume de pessoas que não concordam 
com as leis aplicadas no país. No entanto não podemos garantir a efetividade deste número 
mediante a falta de conhecimento do tema referido junto a sociedade. 
 
 
Gráfico- 3 
33 
 
 14.2 ANÁLISES ESTATÍSTICAS 
Uma pesquisa feita com 2.285 mulheres entre 14 e 24 anos, com renda familiar de até R$ 6 mil, 
moradoras de 370 cidades brasileiras, revela que 94% delas já foram assediadas verbalmente e, 
77%, sexualmente. Entre os crimes cometidos, 72% ocorreram com desconhecidos. São as 
famosas "encoxadas" no transporte público, a "passada de mão" durante um passeio ou o beijo 
forçado na balada. O estudo foi feito pela ONG ÉNois Inteligência Jovem, em parceria com 
Instituto Vladimir Herzog e o Instituto Patrícia Galvão. 
De acordo com a pesquisa, 90% já deixaram de fazer algo por medo da violência, 
“especificamente por serem mulheres”. 
Além disso, de acordo com dados da pesquisa, 82% das mulheres já sofreram algum tipo de 
preconceito por serem do sexo feminino - 23% em casa, 39% na escola ou na faculdade e 14% 
no trabalho. A paulista Vanessa Oliveira, de 21 anos, conta que já tentou se candidatar a uma 
vaga de emprego para edição de vídeos, no entanto, foi vetada - apenas - por ser mulher. “Ele 
me disse que a vaga era somente para homens”, conta. 
 
14.3 ANÁLISE POR REGIÃO GEOGRÁFICA 
De acordo com a pesquisa, 86% das brasileiras já sofreram algum tipo de assédio sexual fora 
de casa. A região Centro Oeste aparece com o maior número de casos, 92%, seguida do Norte, 
com 88%, Nordeste e Sudeste, com 86% e o Sul do País, com 85%. Entre as formas de assédio, 
o assobio aparece no topo do ranking, seguido por olhares, comentários e xingamentos. 
 
15. CALUNIA (DENÚNCIA CALUNIOSA) 
Quando se fala de calúnia, a primeira referência de muitas pessoas é a difamação e a injuria. 
Mais as três apesar de abordar as mesmas coisas possuem distinções diferentes. Difamação de 
acordo com o Art. 139 é – 
 Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação, com pena 
detenção, de três meses a um ano, e multa. Injúria de acordo com o Art. 140 – 
é injuriar alguém, ofendendo lhe a dignidade ou o decoro: Pena, detenção de 
um a seis meses ou multa. 
34 
 
E a calunia é a exceção da verdade, caluniar alguém é um delito, é um fato definido como crime, 
calunia é a afirmação desprovida de verdade que ofende a honra e a reputação de alguém. No 
amplo jurídico é um crime que consiste numa falsa acusação contra alguém, caracterizado como 
um ato de má fé. De acordo com o Art.138 do decreto. Lei n° 2.848 de 07 de dezembro de 1940: 
“Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato 
definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, 
a propala ou divulga. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
Exceção da verdade 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o 
ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº 
I do art. 141; 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido 
foi absolvido por sentença irrecorrível.” 
 
A ação de calunia pode ser vista em vários sentidos e diversos aspectos e lugares , na rua, na 
escola no trabalho e em vários outros lugares, algumas pessoas de má fé usam isso para causar 
danos a outra, seja ele psicológico, material ou profissional. Ela é a falsa acusação de ato 
causado ou ato não ocorrido, vemos com frequência esse fato no nosso dia a dia, com falsas 
acusações para prejudicar outras pessoas, as vezes por poder, por raiva, inveja. Enfim, causar 
um dano sobre a conduta da outra. 
Seja ele empregador ou de quem tenha o maior poder hierárquico sobre o empregado, na 
maioria das vezes de obter dele favores sexuais, através de condutas questionáveis, 
indesejadas e rejeitadas, com o uso do poder que detém como forma de ameaça e condição de 
continuidade no emprego. Temos também o outro lado que a pessoaque faz a calunia se passa 
por vítima, mentindo para prejudicar a profissionalmente ou por ridicularização espontânea. 
Resumindo sob o prisma do Direito do Trabalho, se o assédio é iniciativa de um empregado 
em relação a outro colega de trabalho, poderá o assediador ser dispensado por justa causa. Se 
o autor do assédio é o empregado poderá postular a rescisão indireta do contrato de trabalho. 
Em ambas as situações o pleito abordará também sobre indenização por danos morais dada a 
violação do direito a intimidade assegurado no Art. 5° da constituição federal. 
35 
 
16. AÇÕES PARA REDUÇÃO DO ABUSO SEXUAL 
 
Atualmente temos ferramentas que mapeiam diversas instituições para denúncias de casos que 
violem direitos humanos (violência sexual, trabalho infantil, violência sexual, violência física 
etc.), facilitando a pessoa achar o endereço e telefone da instituição mais próxima para relatar 
alguma violação ou ligar diretamente para o Disque 100, Ouvidoria Nacional responsável por 
receber, examinar e encaminhar as denúncias de violações de direitos humanos. 
No entanto, as criações de ferramentas não possuem um efeito de reduzir drasticamente o alto 
número de assédios sexuais identificados. É necessário que o “mind set” das empresas e 
sociedades sejam alterados. Abaixo alguns exemplos de ações que podemos citar com foco na 
melhoria do indicador atual: 
 Investimento de ações educativas, treinamento a gestores e profissionais de diferentes 
níveis hierárquicos; 
 Inclusão forte dos direitos humanos na cultura organizacional das empresas; 
 Acompanhamento anual do indicador, incluindo se possível nas pesquisas de clima 
organizacionais; 
 Um bom canal de comunicação (ouvidoria), para criação da imparcialidade e melhor 
proteção das vítimas; 
Vale salientar que tais ações além de melhorar o clima dentro das empresas, reduzem 
drasticamente o custo com processos abertos pelo empregado contra o empregador. 
 
 
 
 
 
36 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Este trabalho teve como propósito elaborar um conjunto de tópicos para através deste, se 
conhecer e esclarecer sobre o tema assédio sexual, que é um grande problema da sociedade. 
Conforme se viu no decorrer deste trabalho, houve um grande avanço desde a criação da lei 
10.224 de 15 de Maio de 2001, mas conclui-se que o Brasil precisa de medidas mais eficazes 
contra o assédio sexual, pois nesta lei há diversas lacunas que não estão resguardada. 
Conclui-se também que o assédio sexual ocorre também em diversos lugares mais 
principalmente nas relações de trabalho, e o sexo da pessoa que comete e/ou sofre a conduta 
lesiva é irrelevante. O crime pode ser cometido por homem x mulher; mulher x homem; homem 
x homem e mulher x mulher. 
Para que este trabalho não se limitasse a teoria, buscou junto ao público por meio de enquete 
do google feita exclusivamente para este trabalho, saber o que eles sabem sobre assédio Sexual, 
se sabem onde ocorre, e se conhecem a lei que resguarda contra o assédio. Pode-se chegar, 
assim, a algumas conclusões: que o público em sua maioria tem conhecimento sobre o que é o 
assédio sexual, e tem a consciência de que este não ocorre somente dentro das empresas, mas 
também constatou-se que as pessoas tem alguma dúvida em como agir se for acometido de 
assédio e não tem tanto conhecimento da lei e do que dela se trata. 
Então além de uma legislação mais eficaz, precisa-se de ser feita campanhas publicitárias afim 
de encorajar as vítimas a sempre denunciarem e de forma educativa esclarecer a toda sociedade 
do que realmente se trata e de como se agir em um possível caso de assédio, porque não adianta 
somente criar leis severas para punir, se a grande parte da sociedade continua vendo as mulheres 
como inferiores. Cabe aos nossos legisladores juntamente com os órgãos e ong’s competentes 
através de debates até com a própria população tentar achar uma saída para que cada vez menos 
este tipo de crime nascido em épocas patriarcais possa aparecer em pleno século XXI. 
E para finalizar, lembramos que na nossa Constituição Federal de 1988 em seu Art.5 diz no 
parágrafo: “X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”. 
37 
 
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