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Nome: Fabiano Pereira
R.A. : 21708167
Turma: 1B
Texto: SADEK, Maria Teresa. “Maquiavel: cidadão sem fortuna, intelectual de virtù”, em WEFFORT, Francisco (org.). Os Clássicos da Política, vol. 1. São Paulo: Ática, 1995. Pp. 11-24 
	No presente texto, a autora Maria Tereza Sadek fala sobre a popularidade do termo “maquiavélico” e que esse está ligado à ideia de falsidade, astúcia, traição, entre outros termos pejorativos. Acerca do tema, a autora alega que isso é um mito e que todos podem usar o termo como ad hominem a fim de desqualificar o inimigo (SADEK, 1995, p.13).
Apesar da alegação de mito, a própria autora admite que “não há tirano que não tenha sido visto como inspirado por Maquiavel” (Ibidem, p. 14). A autora enfatiza, sem deixar claro, que Maquiavel escreveu sobre “liberdade” e que ofereceu “preciosos conselhos” para a conquista da liberdade e sua salvaguarda, ainda que esse tenha inspirado tantos tiranos. 
A autora cita Rousseau que alega que “Maquiavel, fingindo dar lições aos Príncipes, deu grandes lições ao povo”. Contudo, não se entende de onde vem tal fingimento. Se de fato Maquiavel quisesse dar lições ao povo, sua obra provavelmente se chamaria A Plebe ao invés de O Príncipe. (Ibidem, p. 14)
Se de fato a interpretação de O Príncipe é equivocada e sua intenção seria alertar o povo contra o mau gestor, Maquiavel não logrou êxito e sua atitude foi contraproducente, pois seus “valiosos conselhos” agradaram vários ditadores e em nada ao povo. 
Após sofrer demissão e prisão, Maquiavel demonstra rancor em ter sido desprezado em sua carta a F. Vettori, em 10/12/1513 onde admite ter malignidade em seu destino e de que “deste retiro forçado nasceram as obras do analista político.“ (Ibidem, p. 16) 
 Seguindo o texto a autora fala de como Maquiavel encarava o Estado. Este não era algo ideal, mas um Estado “real”, daí a ênfase na verità effettaule ou verdade real/efetiva das coisas. 
Em prol de manter um Estado estável, este deve ser construído por homens que evitem o caos e a barbárie (Ibidem, p. 18). Aqui não se consegue dissociar a ideia de uso da força para governar, como num Estado ditatorial. 
Adiante a autora alega que o mundo da política não leva ao céu, isso de fato nem se questiona, porém contrapõe que a ausência da política é o “pior dos infernos”. Seria muito interessante ter a opinião de Sócrates acerca do tema, já que a política de sua época fora seu algoz.
A autora lembra que o poder político tem uma origem mundana. Nasce da própria “malignidade” que é intrínseca à natureza humana. Além disso, o poder aparece como a única (sic) possibilidade de enfrentar o conflito, (...). Aqui vê-se Maquiavel endossar o uso da força/poder como forma de coerção. (Ibidem, p. 20)
A autora descreve o pensamento de Maquiavel que lembra regimes ditatoriais como o nazista em confronto com opositores políticos:
“Assim, quando a nação encontra-se ameaçada de deterioração, quando a corrupção alastrou-se, é necessário um governo forte, que crie e coloque seus instrumentos de poder para inibir a vitalidade das forças desagregadoras e centrífugas.” (SADEK, 1995, p.20).
Adiante, a autora fala sobre a oportunidade e o acaso (virtú x fortuna) e como Maquiavel via tais eventos naturais. Maquiavel negava o fato de o destino ser uma força da providência divina e o homem ser sua vítima impotente (Ibidem, p. 22). Ele acreditava que cada um pode fazer seu “próprio destino” agindo no momento certo. A virtú se usada de forma apropriada poderia manter o poder, ainda assim, não há garantias de que o domínio permaneça.
A autora lembra que o virtuoso procurará criar instituições que “facilitem” o domínio. Uma dessas instituições se chamam leis e é uma das armas usadas para evitar interposição de rivais (Ibidem, p. 23).
 O sucesso do uso da virtú se mede pela manutenção do poder, não pelo bem da sociedade (Ibidem, p. 23). Esse momento ideal de agir (virtú) pode ser sintetizado pela frase de Maquiavel: “fazer o mau de uma vez e o bem aos poucos.” 
A autora lembra que as qualidades do príncipe para Maquiavel não seriam as virtudes cristãs, mas sim os vícios. Ou seja, sem qualquer desprendimento fazer o mau se isso for necessário para manter o poder. Na verdade, a autora lembra que os ditames da moralidade convencional podem significar a ruína para o “príncipe”. O príncipe então deve se guiar pela necessidade de manter o poder e dos meios pra mantê-lo. É agir conforme as circunstâncias sem apego a qualquer código moral e aparentar (sic) possuir qualidades valorizadas pelos governados. “ O jogo entre a aparência e a essência sobrepõe-se à distinção tradicional entre virtude e vícios (Ibidem, p. 23).
Ao final do texto a autora alega que a política possui “ética e lógica própria” (Ibidem, p. 23). Que a política tem lógica própria, não se questiona, pois tal lógica pode ter axiologia positiva ou negativa. Contudo, não há tal coisa como “ética própria”. Existe o ético e o antiético. Qualquer relativização que flexibilize a noção de ética é a manifestação da antiética em si.

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