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REVISÃO PARA AV1 DE HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO (Bruno Mozer de Azevedo) O direito brasileiro é baseado na tradição romano-germânica (civil law) que prega que o direito deve ser criada por agentes legislativos de forma geral e apenas aplicadas pelos juízes. Ao contrário do common law, direito de tradição anglo-saxônica onde a base é a jurisprudência, ou seja, o direito é criado pelos juízes quando estes criando um precedente, esse precedente irá nortear decisões futuras. Após a América ser dividida entre Portugal e Espanha pelo Tratado de Tordesilhas houve preocupação em colonizar o país, para tanto, Portugal divide o país em Capitanias Hereditárias, grandes porções de terras que eram doadas a nobres para que esses pudessem colonizar a colônia e gerar riqueza para Portugal. A Carta de doação era o instrumento legal, pelo qual o rei passava a posse da capitania para o donatário, em usufruto. - As cartas forais, eram documentos que atribuíam os direitos e deveres do donatário e do rei, estabeleciam entre outras coisas os tributos a serem pagos. - As Sesmarias, eram documentos que normatizavam a distribuição de terras destinadas a produção de cana-de-açúcar, essa distribuição é por conta do donatário. O donatário distribuía terras aos sesmeiros(latifundiários) que tinham que, além de plantar e gerar lucro, povoar o local, construir vilas, entre outros. Nesse momento institui-se no Brasil o Patrimonialismo, que é a apropriação do que é público pelo privado. Os latifundiários assumem as obrigações que seriam do rei, de proporcionar serviços básicos e construir as vilas. Temos a lei personalizada, cada dono de terras, em seu domínio aplicava a lei a seu jeito. O clientelismo e o nepotismo eram práticas comuns. Para organizar a Capitania o donatário nomeava algumas pessoas para cargos específicos: - Provedor Mor, administrava a Capitania - Ouvidor Mor, era o juiz - Capitão Mor, responsável pela segurança A coroa também criou uma equipe administrativa com o objetivo de ajudar as equipes dos donatários a gerir a colônia, essa equipe era formada pelo Governador Geral, que também nomeava seu Ouvidor Mor, Capitão Mor e Provedor Mor. Estrutura do Judiciário Brasileiro no Século XVI > Juiz de Órfão (para heranças, órfãos e menores) Ouvidor Mor > Juiz Ordinário (cidade) > Juiz de Vila (juiz letrado responsável pela vila) Estrutura do Judiciário Brasileiro nos Séculos XVII e XVIII O judiciário monárquico era municipal(provincial). 3ª instância: Casa de Suplicação (Portugal) 2ª instância: Tribunal da Relação (Salvador/Rio de Janeiro) 1ª instância: - Ouvidor Geral - Juiz Ordinário/Comarca - Juiz de Fora (percorrias as cidades e fiscalizava a aplicação da lei) - Juiz de Órfãos - Juiz Fazendário (fiscalizava a contabilidade e a cobrança de tributos) Constituição Imperial de 1824 - Outorgada(imposta) - monarquia hereditária, - estado confessional(não separava a religião da política, o imperador era o chefe da Igreja), - Poder Moderador - Contradição entre Liberalismo x Realidade do Brasil. Como era possível manter os princípios sociais liberais, como igualdade numa sociedade escravocrata, latifundiária e com a mulher sendo reduzida socialmente? O Executivo, era representado pelo Imperador + conselho de estado + ministros O legislativo era representado pela assembleia geral, unicameral, constituída de senadores(vitalícios) e deputados provinciais. Nos municípios tínhamos os vereadores que compunham as câmaras. O voto era indireto, censitário e para homens acima de 25 anos. O judiciário era composto pela Justiça Militar, para crimes militares e na justiça comum: 3ª Instância: Superior Tribunal de Justiça 2ª Instância: Tribunal de Relação 1ª Instância: Juiz Ordinário e Juiz de Paz (juiz de conciliação, para causas de menor gravidade e eleito) Direitos políticos: o eleitor comum tinha de ter uma renda mínima de 100 reis, esses eleitores elegiam o eleitor paroquial, que deveriam ter renda superior a 200 reis, estes representavam a paróquia nas eleições para deputados provincial, que por sua vez elegiam os senadores. O deputado provincial poderia também se candidatar a vereador e juiz de paz. Direitos liberais: Direito à vida, liberdade de expressão e locomoção, igualdade, propriedade, propriedade artística, ensino primário gratuito, igualdade entre homens e mulheres, vida privada. Estado de Direito: Todos estão subordinados à lei, inclusive o próprio estado. Caso concreto 4 a) É possível se falar em independência dos poderes na Carta de 1824? Por quê? Não é possível, porque o Imperador, interferia desnecessariamente nos outros poderes. Representante do poder moderador, deveria ser uma espécie de intermediário, mediando as relações entre executivo e legislativo, mas tinha total controle sobre toda a estrutura política, não permitindo uma independência dos poderes. b) Como dispositivos constitucionais da Carta de 1824 acabaram por referendar aspectos de um continuísmo absolutista típico do período pré-constitucional? A constituição de 1924, definia uma monarquia hereditária, onde o Imperador era o chefe do executivo, além disso dava poderes quase que ilimitados ao Imperador, permitindo que ele reinasse quase que absoluto, ele tinha poderes para aprovar e vetar leis c) No âmbito penal, é possível afirmar que os Códigos Penal de 1830 e Processual Penal de 1832 encontram bases na Constituição de 1824? Explique. O código de processo penal, com propostas liberais, encontrava bases na constituição de 1924, já o código penal se contrapunha em muitos pontos a constituição, principalmente em relação a algumas penas. Código Penal de 1930 Reflete a preocupação das elites em controlar as camadas populares e escravos contra rebeliões, insurreição, conspiração, etc. Passa a idade penal para 14 anos. Ia contra a constituição de 1824 em muitos aspectos. Em 1831 cria-se a guarda nacional, qualquer pessoa poderia comprar uma farda e patrulhar as ruas, isso atribuiu grande poder aos latifundiários, que compravam a farda e passaram a ser conhecidos como coronéis e tinham seu exército privado. Ato adicional 1934 Tinha o objetivo de modernizar o estado a partir do modelo dos EUA. Caráter descentralizador, ampliou o poder dos estados. Caso concreto 5 Do ponto de vista político, o que significou o Ato Adicional de 1834? Deu mais autonomias às províncias, autorizando a formação de assembleias legislativas, polícias e corpo de funcionários provinciais. Cite duas medidas relevantes contidas no Ato Adicional de 1834. Extinção do conselho de Estado, criação do distrito federal, criação das assembleias legislativas provinciais, as províncias poderiam cobrar tributos e criar uma polícia e funcionários próprios. Ato de Interpretação Tem por objetivo centralizar o poder no Brasil e maior controle social. Extingue a função de juiz de paz, antecipa a maioridade de Pedro II, extingue as assembleias legislativas provinciais bem como suas polícias e funcionários. (1850) Lei de Terras: tenta regulamentar a propriedade e posse de terras no país. (1850) Código Comercial: Tinha por finalidade regulamentar todas as relações comerciais e bancárias no país. O Reg 737/738 regulamentou a aplicação do código comercial. (1850) Lei Eusébio de Queiroz: Encerra o tráfico de escravos no país. (1871) Lei do ventre livre: aos 8 anos o escravo estaria livre se pudesse comprar a alforria, se não deveria trabalhar até os 21 anos para compra-la.(1885) Lei do hexágenario: Aos 60 anos o escravo poderia comprar a alforria. (1988) Lei Áurea: Abolição da escravatura. Caso concreto 6 b) Há quem afirme que a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários foram concebidas de forma estratégicas para a manutenção da escravidão. Explique essa afirmação, fundamentando-se em dispositivos das próprias Leis. R: Isso realmente foi verdade, enquanto os organismos internacionais pressionavam o fim da escravidão, os que precisavam da mão-de-obra escrava foram procrastinando essa ruptura. Era muito raro, naquela época, que um escravo chegasse à idade de 60 anos, era normal morrerem antes dos 40. Além disso, os nascimentos de negros não tinham registro exato, então seria muito difícil dizer qual era a idade, seja de uma criança ou de um idoso. O valor da alforria era algo também limitador à liberdade do escravo, pois seu dono deveria ser ressarcido do valor do mesmo, e em geral os escravos, principalmente das senzalas, não tinham renda. c) É possível correlacionar a abolição da escravatura com a crise vivenciada pelo Segundo Reinado que levou a queda da Monarquia no Brasil? Justifique sua resposta. R: Sim, é possível. Os cafeicultores, latifundiários do Sudeste estavam insatisfeitos com os prejuízos tomados em decorrência da abolição da escravatura e com a posição da monarquia em relação a isso, logo retiraram seu apoio político à monarquia. Isso foi um dos fatores que influenciaram a queda da monarquia no Brasil. Revanchismo políticos. Estados Unidos do Brasil – Constituição de 1891 Modelo parcial do modelo americano. Foi promulgada, instituiu uma República Federal Presidencialista, Estado Laico e o Distrito Federal, o Rio de Janeiro. O executivo foi descentralizado, em união e estados membros. O presidente/vice eram eleitos por voto direto, por 4 anos e sem reeleição. Nos Estados, os Governadores eleitos tinham a função de organizar os municípios. O legislativo era bicameral, senadores e deputados eram eleitos por voto direto, nos estados membros, a assembleia legislativa era composta por deputados estaduais. E nos municípios os vereadores. O judiciário tinha instâncias federais e estaduais, diferente do que tínhamos no período monárquico, além da justiça militar. Os juízes passaram a ter cargo vitalício, inamovível e tinha direito a irredutibilidade de vencimentos. União: Superior Tribunal Federal Tribunal Superior Federal Juízes Federais Estados: Tribunais de Justiça Juízes Estaduais Direitos Políticos: Voto para homens, alfabetizados, maiores de 21 anos, facultativo e aberto, proibição expressa do voto da mulher. Direitos liberais: Mantém-se os da Constituição de 1824. Estado de Direito: Legalidade. Criação dos registros civis (cartórios), casamento civil passa a ser obrigatório. Caso Concreto 7 a) Analisando algumas características da Constituição de 1891, tais como: Unidade Federativa, Sistema Presidencialista, divisão de poderes, separação entre Estado/Igreja Católica e casamento civil, é possível correlacionar estas posições assumidas pelo Estado brasileiro com o modelo de organização política adotado pelos Estados Unidos? Explique. R: Sim, no que foi possível nós copiamos a constituição americana, o padrão de excelência do Brasil já era os EUA. b) O regime do Padroado foi mantido pela Constituição de 1891? Justifique. R: O regime do padroado não foi mantido. Houve a separação entre Estado e a Igreja. c) Que razões teriam levado o governo republicano a produzir o Código Penal mesmo antes de organizar o Estado republicano por meio de uma constituição? R: A republica recém criada necessitava ser protegida. Logo eles necessitavam de controle social. O código penal assume esse papel 1927 – Código de Mello Mattos: 1ª legislação de menores do Brasil, idade penal de 18 anos. Era Vargas 1930-1945 Precedentes: Insatisfação política, patrimonialismo, coronelismo, insatisfação dos militares, corrupção, voto de cabresto, etc. Quebra da bolsa de Nova York, inflação, desemprego, racha nas oligarquias que mantinham a política do café com leite, insatisfação com o sistema eleitoral fraudulento. Código Eleitoral – 1932 - Voto Obrigatório e secreto para homens alfabetizados acima de 18 anos e mulheres maiores de 21 anos, alfabetizadas e com emprego público, para as demais o voto era facultativo bem como para maiores de 60 anos. - Analfabetos não votavam. - Cria o sistema proporcional de voto em legenda.
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