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Princípio da insignificância STF 2012

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ESQUEMAS de aulas 
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PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
Atualizado até o dia 17/09/2012 (acompanhe as atualizações no site) 
 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
Origem 
Quem primeiro tratou sobre o princípio da insignificância, no direito penal, foi Claus Roxin, em 1964. 
Busca raízes no brocardo civil minimis non curat praetor (algo como “o pretor – magistrado à época – não 
cuida de coisas sem importância). 
 
Terminologia 
Também é chamado de “princípio da bagatela”. 
 
Previsão legal 
O princípio da insignificância não tem previsão legal no direito brasileiro. 
Trata-se de uma criação da doutrina e da jurisprudência. 
 
Natureza jurídica 
O princípio da insignificância é uma causa supralegal de exclusão da tipicidade material. 
É um postulado hermenêutico voltado à descriminalização de condutas formalmente típicas (Min. Gilmar 
Mendes). 
“O princípio da insignificância – que deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e 
da intervenção mínima do Estado em matéria penal – tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade 
penal, examinada na perspectiva de seu caráter material.” (Min. Celso de Mello). 
 
Tipicidade material 
A tipicidade penal divide-se em: 
a) Tipicidade formal (ou legal): é a adequação (conformidade) entre a conduta praticada pelo agente e a 
conduta descrita abstratamente na lei penal incriminadora. 
b) Tipicidade material (ou substancial): é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido pelo tipo penal. 
 
Verificar se há tipicidade formal significa examinar se a conduta praticada pelo agente amolda-se ao que 
está previsto como crime na lei penal. 
Verificar se há tipicidade material consiste em examinar se essa conduta praticada pelo agente e prevista 
como crime produziu efetivamente lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido pelo tipo penal. 
 
Primeiro se verifica se a conduta praticada pelo agente se enquadra em algum crime descrito pela lei penal. 
 Se não se amoldar, o fato é formalmente atípico. 
 Se houver essa correspondência, o fato é formalmente típico. 
 Sendo formalmente típico, é analisado se a conduta produziu lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico 
que este tipo penal protege. 
 Se houver lesão ou perigo de lesão, o fato é também materialmente típico. 
 Se não houver lesão ou perigo de lesão, o fato é, então, materialmente atípico. 
 
Princípio da insignificância e tipicidade material 
Assim, se o fato for penalmente insignificante significa que não lesou nem causou perigo de lesão ao bem 
jurídico. Logo, aplica-se o princípio da insignificância e o réu é absolvido por atipicidade material, com 
fundamento no art. 386, III, do CPP. 
O princípio da insignificância atua, então, como um instrumento de interpretação restritiva do tipo penal. 
 
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Exemplo de aplicação do princípio da insignificância: 
João subtrai, para si, um pacote de biscoitos do supermercado, avaliado em 8 reais. 
A conduta do agente amolda-se perfeitamente ao tipo previsto no art. 155 do CP. 
Ocorre que houve inexpressiva lesão ao patrimônio do supermercado. 
 
O princípio da insignificância somente pode ser aplicado para as infrações de menor potencial ofensivo? 
NÃO. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O princípio da insignificância pode, em tese, ser aplicado 
para delitos de menor, médio ou alto potencial ofensivo, a depender da situação em concreto e do crime a 
que se refere. 
 
O princípio da insignificância é baseado apenas no valor patrimonial do bem? 
NÃO. Além do valor econômico, deve-se analisar outros fatores que podem impedir a aplicação do 
princípio, como, por exemplo: 
 o valor sentimental do bem (ex: uma bijuteria que pertenceu a importante familiar falecido). 
 a condição econômica da vítima (ex: furto de bicicleta velha de uma vítima muito pobre); 
 as condições pessoais do agente (ex: furto de bombom no supermercado praticado por policial em serviço); 
 as circunstâncias do delito (ex: furto de cartucho de impressora praticado pelo preso dentro da penitenciária); 
 e as consequências do delito (ex: furto de bicicleta que era o único meio de locomoção da vítima). 
 
 
Requisitos OBJETIVOS para aplicação do princípio (também chamados de VETORES): 
O Min. Celso de Mello (HC 84.412-0/SP) idealizou quatro requisitos objetivos para a aplicação do princípio 
da insignificância, sendo eles adotados pela jurisprudência do STF e do STJ. 
Segundo a jurisprudência, somente se aplica o princípio da insignificância se estiverem presentes os 
seguintes requisitos cumulativos: 
a) mínima ofensividade da conduta; 
b) nenhuma periculosidade social da ação; 
c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e 
d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
 
Qual é a diferença entre cada um desses requisitos? 
Não sei. Acho que ninguém sabe ao certo. Os julgados que mencionam esses requisitos não explicam o que 
seja cada um deles, até porque alguns parecem se confundir. A doutrina critica esses critérios. Paulo 
Queiroz, por exemplo, afirma que esses requisitos ficam andando em círculos. 
Desse modo, não se preocupe em diferenciá-los. Decorá-los é suficiente. 
 
É possível a aplicação do princípio da insignificância para réus reincidentes ou que respondam a outros 
inquéritos ou ações penais? 
Trata-se de tema ainda polêmico na jurisprudência do STF e do STJ, havendo decisões recentes nos dois 
sentidos. 
Não deveria, portanto, ser cobrado em provas objetivas. No entanto, em se tratando de concursos, tudo é 
possível, conforme veremos mais abaixo. 
Posição que eu penso ser a mais segura para as provas (até o presente momento): 
A existência de circunstâncias de caráter pessoal desfavoráveis, tais como o registro de processos criminais em 
andamento, a existência de antecedentes criminais ou mesmo eventual reincidência não são óbices, por si só, ao 
reconhecimento do princípio da insignificância. 
Assim, em tese, é possível aplicar o princípio da insignificância para réus reincidentes ou que respondam a 
inquéritos ou ações penais. No entanto, existem muitos julgados do STF e do STJ que, no caso concreto, 
afastam esse princípio pelo fato do réu ser reincidente ou possuir diversos antecedentes de práticas 
 
 
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delituosas, o que, segundo alguns Ministros, dá claras demonstrações de ser ele um infrator contumaz e 
com personalidade voltada à prática delitiva. 
Nesses casos, aplicar o princípio da insignificância seria um verdadeiro incentivo ao descumprimento da 
norma legal, especialmente tendo em conta aqueles que fazem da criminalidade um meio de vida. 
Desse modo, no caso concreto, a existência de antecedentes pode demonstrar a reprovabilidade e 
ofensividade da conduta, o que afastaria o princípio da bagatela. 
 
Nesse sentido, veja essa prova aplicada pelo CESPE ano passado: 
(Juiz Federal/TRF5 – 2011) No caso de o agente ser reincidente, não se aplica o princípio da insignificância 
para o reconhecimento da atipicidade material da conduta delituosa, pois deve-se evitar a fragmentação do 
delito em condutas que, isoladamente, sejam objetivamente insignificantes, mas que, analisadas em conjunto, 
fragilizem a segurança do ordenamento jurídico. (gabarito oficial: apontou esta assertiva como ERRADA) 
 
Houve recurso de alguns candidatos contra essa questão, mas o CESPE não deu provimento, respondendo 
da seguinte forma: 
“Segundo a jurisprudência consolidada do STJ e também no Supremo Tribunal, a existência de condições 
pessoais desfavoráveis, tais como maus antecedentes, reincidência ou ações penais em curso, não impedem 
a aplicação do princípio da insignificância. Nesse sentido: STJ - HC 176.006/MG, Rel. Ministro OG 
FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 04/11/2010, DJe 13/12/2010.” 
 
Reitero, no entanto, que o tema é polêmico atémesmo porque essa assertiva considerada errada pelo CESPE 
está de acordo com alguns julgados do STJ, como é o caso do REsp 1206030/MG (transcrito mais abaixo). 
 
Tão logo haja uma definição sobre o assunto (se houver) eu trago a informação para você. 
 
Veja alguns precedentes: 
 
Negando a aplicação para reincidentes e pessoas com inquéritos em curso: 
1ª Turma do STF: 
 (...) A tese de irrelevância material da conduta praticada pelo recorrente não prospera, tendo em vista ser ele reincidente em 
práticas delituosas. Esses aspectos dão claras demonstrações de ser ele um infrator contumaz e com personalidade voltada à 
prática delitiva. (...) 
(RHC 112870, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em 05/06/2012) 
 
2ª Turma do STF: 
III – Infere-se dos autos que o paciente dá mostras de fazer das práticas criminosas o seu modus vivendi, uma vez que possui 
diversos antecedentes referentes à prática de crimes contra o patrimônio, respondendo a outras ações penais e, mais, já fora 
condenado por receptação, o que denota a reprovabilidade e ofensividade da conduta. (...) 
(HC 110711, Relator(a) p/ Acórdão Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, julgado em 14/02/2012) 
 
5ª Turma do STJ: 
 (...) A lei seria inócua se fosse tolerada a reiteração do mesmo delito, seguidas vezes, em frações que, isoladamente, não 
superassem certo valor tido por insignificante, mas o excedesse na soma. E mais: seria um verdadeiro incentivo ao 
descumprimento da norma legal, mormente tendo em conta aqueles que fazem da criminalidade um meio de vida. (...) 
(REsp 1206030/MG, Rel. Min. Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado em 21/06/2012) 
 
Admitindo a aplicação para reincidentes: 
2ª Turma do STF (julgados do Min. Gilmar Mendes): 
Habeas corpus. 2. Ato infracional análogo ao crime de furto tentado. Bem de pequeno valor (R$ 80,00). Mínimo grau de lesividade 
da conduta. 3. Aplicação do princípio da insignificância. Possibilidade. Precedentes. 4. Reincidência. Irrelevância de considerações 
de ordem subjetiva. 5. Ordem concedida. 
(HC 112400, Relator Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 22/05/2012) 
 
 
 
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5ª Turma do STJ: 
2. A existência de circunstâncias de caráter pessoal desfavoráveis, tais como o registro de processos criminais em andamento, a existência 
de antecedentes criminais ou mesmo eventual reincidência não são óbices, por si só, ao reconhecimento do princípio da insignificância. 
3. O princípio da insignificância opera diretamente no tipo penal, que na hodierna estrutura funcionalista da teoria do crime, leva 
em consideração, entre outros, o desvalor da conduta e o desvalor do resultado. 
4. Nesse viés, as condições pessoais do possível autor, tais como reincidência, maus antecedentes, comportamento social etc, não 
são consideradas para definir a tipicidade da conduta. Tais elementos serão aferidos, se caso, quando da fixação da eventual e 
futura pena. (...) 
(AgRg no REsp 1305209/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 14/08/2012) 
 
6ª Turma do STJ: 
(...) Não é empecilho à aplicação do princípio da insignificância a existência de condições pessoais desfavoráveis, tais como maus 
antecedentes, reincidência ou ações penais em curso (...) (AgRg no HC 214.828/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, 
julgado em 02/08/2012) 
 
Diferença no caso de concursos da Defensoria ou MP: 
Se você estiver fazendo uma prova prática (exs: alegações finais, recurso) ou oral da Defensoria ou do 
Ministério Público, entendo que é recomendável, após expor a divergência existente na jurisprudência, 
posicionar-se defendendo a “tese institucional” e para isso precisará apresentar argumentos. Ei-los: 
 
É possível a aplicação do princípio da insignificância em favor de réus reincidentes 
ou que respondam a outros inquéritos ou ações penais? 
Defensoria: SIM Ministério Público: NÃO 
Se o fato é insignificante, é porque não há 
tipicidade material. Ora, não pode um fato ser 
considerado atípico para o réu se ele for primário e 
esse mesmo fato ser reputado como típico se o 
acusado for reincidente. Ou o fato é típico ou não é, 
não importando as condições pessoais do agente, 
considerando que estamos analisando o “fato” 
criminoso. 
 
Assim, para a incidência do princípio da 
insignificância, devem ser examinadas as 
circunstâncias objetivas em que se deu a prática 
delituosa, o fato em si, e não os atributos inerentes 
ao agente. 
 
Se forem analisadas as condições subjetivas do réu 
para se aplicar ou não o princípio da insignificância, 
estará sendo dada prioridade ao direito penal do 
autor em detrimento do direito penal do fato. 
 
As condições pessoais do autor somente devem ser 
aferidas quando da fixação da eventual e futura pena. 
 
Principais defensores dessa corrente: 
Ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes. 
Se o réu é reincidente em práticas delituosas essa 
circunstância revela clara demonstração de que ele 
é um infrator contumaz e com personalidade 
voltada à prática delitiva. 
 
A lei seria inócua se fosse tolerada a reiteração do 
mesmo delito, seguidas vezes, em frações que, 
isoladamente, não superassem certo valor tido por 
insignificante, mas o excedesse na soma. E mais: 
seria um verdadeiro incentivo ao descumprimento 
da norma legal, mormente tendo em conta aqueles 
que fazem da criminalidade um meio de vida. 
 
O princípio da insignificância não pode ser acolhido 
para resguardar e legitimar constantes condutas 
desvirtuadas, mas para impedir que desvios de 
conduta ínfimos, isolados, sejam sancionados pelo 
direito penal, fazendo-se justiça no caso concreto. 
 
O fato de haver outras condenações, ações penais 
ou inquéritos revela, assim, a reprovabilidade e 
ofensividade da conduta, vedando a aplicação da 
insignificância. 
 
Principais defensores dessa corrente: 
Ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Lewandowski 
 
 
O princípio da insignificância pode ser reconhecido mesmo após o trânsito em julgado da sentença 
condenatória? 
SIM. HC 95570, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em 01/06/2010. 
 
 
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IMPORTANTE 
Crimes nos quais a jurisprudência RECONHECE a aplicação do princípio da insignificância: 
 
1. FURTO (SIMPLES OU QUALIFICADO) 
Algumas observações importantes sobre a insignificância no crime de furto: 
 No caso do furto, o princípio da insignificância não pode ter como parâmetro apenas o valor da res 
furtiva (coisa subtraída), devendo ser analisadas as circunstâncias do fato e o reflexo da conduta do 
agente no âmbito da sociedade, para então se decidir sobre seu efetivo enquadramento na hipótese de 
crime de bagatela. 
 O simples fato do furto ser qualificado não impede a aplicação do princípio da insignificância, podendo 
este ser afastado de acordo com as peculiaridades do caso concreto. 
 Não se aplica o princípio da insignificância se o crime de furto é praticado mediante ingresso subreptício na 
residência da vítima, com violação da privacidade e tranquilidade pessoal desta (STF HC 106045). 
 Não se aplica o princípio no caso de furto de água potável mediante ligação clandestina (REsp 984.723-RS). 
 
Qual é a diferença entre o furto insignificante e o furto de pequeno valor? 
O delito do art. 155 do CP prevê a figura do furto privilegiado ou mínimo no § 2º, com a seguinte redação: 
Art. 155 (...) § 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a 
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
 
Ao se referir ao pequeno valor da coisa furtada, esse dispositivo prevê uma causa de redução de pena 
(critério de fixação da pena) e não uma hipótese de exclusão da tipicidade. 
 
A jurisprudência, em geral, afirma que “pequeno valor”,para os fins do § 2º do art. 155, ocorre quando a 
coisa subtraída não ultrapassa a importância de um salário mínimo. 
 
Desse modo, se a coisa subtraída é inferior a um salário mínimo, esta conduta poderá receber dois tipos de 
valoração pelo juiz: 
a) Ser considerada insignificante: resultando na absolvição por atipicidade material. 
b) Ser considerada furto privilegiado: continuando a ser crime, mas com os benefícios do § 2º do art. 155 do CP. 
 
Se a coisa subtraída é inferior a um salário mínimo, mas não é ínfima, chegando perto do valor do salário 
mínimo, a jurisprudência entende que não deve ser aplicado o princípio da insignificância, mas tão somente 
o furto privilegiado. 
 
Se o bem subtraído é bem inferior a um salário mínimo, sendo de valor ínfimo, estando longe do valor do salário 
mínimo, há de ser aplicado o princípio da insignificância, que é mais benéfico que o furto privilegiado. 
 
Trata-se de uma diferenciação que, na prática, acaba sendo muito subjetiva, variando de acordo com o 
caso concreto. O importante é que você saiba que, para a jurisprudência, pequeno valor e valor 
insignificante não são sinônimos. 
 
O primeiro, autoriza o reconhecimento da atipicidade da conduta. O segundo, é uma causa de diminuição 
prevista no art. 155, § 2º, do CP, sendo chamada de furto privilegiado: 
Pequeno valor do bem subtraído (art. 155, § 2º) Valor insignificante do bem subtraído 
Até um salário mínimo Não há um parâmetro objetivo, mas, por óbvio, deve ser 
menor que um salário mínimo 
Se a coisa furtada é de pequeno valor e o condenado é 
primário, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de 
detenção, diminuí-la de 1/3 a 2/3, ou aplicar somente a 
pena de multa. 
Se o valor da coisa furtada é insignificante, o juiz irá 
absolver o réu por falta de tipicidade material. 
Ex: furto de um relógio que custa 500 reais. Ex: furto de um relógio que custa 90 reais. 
 
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2. LESÃO CORPORAL 
Há um julgado do STF reconhecendo a aplicação do princípio da insignificância no caso do crime de lesão 
corporal consistente no desferimento de um único soco, após injusta provocação da vítima (HC 95445/DF, 
rel. Min. Eros Grau, 2.12.2008). 
 
 
3. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA 
Qual é o valor máximo para ser considerado insignificante? 
STF e STJ → R$ 10.000,00 
 
Assim, se o valor do tributo devido for igual ou inferior a 10 mil reais, não há crime de sonegação fiscal, 
aplicando-se o princípio da insignificância. 
 
Qual o parâmetro para se chegar a esse valor como insignificante? 
Esse valor foi fixado pela jurisprudência tendo como base o art. 20 da Lei n. 10.522/2002, que determina o 
arquivamento das execuções fiscais cujo valor consolidado for igual ou inferior a R$ 10.000,00. Em outros 
termos, a Lei determina que, até o valor de 10 mil reais, os débitos inscritos como Dívida Ativa da União 
não serão executados. 
Segundo a jurisprudência, não há sentido lógico permitir que alguém seja processado criminalmente pela 
falta de recolhimento de um tributo que nem sequer será cobrado no âmbito administrativo-tributário. 
Nesse caso, o direito penal deixaria de ser a ultima ratio. 
 
Esse valor é considerado insignificante tanto no caso de tributos federais, como também estaduais ou 
municipais? 
NÃO. Esse parâmetro de R$ 10.000,00 vale, a princípio, apenas para os crimes que se relacionam a tributos 
federais, considerando que é baseado no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, que trata dos tributos federais. 
Assim, esse é o valor que a União considera insignificante. 
 
Para fins de crimes de sonegação fiscal que envolvam tributos estaduais ou municipais, deve ser analisado 
se há ato normativo estadual ou municipal dispensando a execução fiscal no caso de tributos abaixo de 
determinado valor. Esse será o parâmetro para a insignificância. 
 
Esse valor de R$ 10.000,00 permanece ainda hoje? 
Recentemente, foi publicada a Portaria MF nº 75, de 29/03/2012, na qual o Ministro da Fazenda 
determinou, em seu art. 1º, inciso II, “o não ajuizamento de execuções fiscais de débitos com a Fazenda 
Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).” 
Desse modo, tem sido defendida a tese de que o novo parâmetro para análise da insignificância penal nos 
crimes tributários passou de R$ 10.000,00 (de acordo com o art. 20 da Lei n. 10.522/2002) para R$ 
20.000,00 (com base na Portaria MF nº 75). 
 
Já existem decisões reconhecendo essa nova tese de que o valor insignificante passa a ser de 20 mil reais? 
SIM. 
 
TRF da 3ª Região: 
(...) II - A Portaria MF nº 75, de 22 de março de 2012, publicada em 26 de março de 2012, em seu artigo 1º, determina o não ajuizamento 
de execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais). 
III - A Portaria MF nº 75 revogou expressamente a Portaria MF nº 49, de 1º de abril de 2004, que autorizava o não ajuizamento das 
execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional de valor consolidado igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Dentro desse 
contexto, o valor a ser considerado como limite para aplicação do princípio da insignificância é o de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). (...) 
(RSE 00091566120074036106, Desembargadora Federal Cecilia Mello, TRF3 - Segunda Turma, e-DJF3 Judicial 1 DATA:30/08/2012) 
 
 
 
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TRF da 4ª Região: 
PENAL. SONEGAÇÃO FISCAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. PRINCIPAL INFERIOR A VINTE MIL REAIS. APLICAÇÃO. 
Aplicável o princípio da insignificância no delito de sonegação fiscal quando o valor do crédito tributário, excluídos os juros de mora 
e as multas fiscais, é inferior ao parâmetro de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) instituído pelo artigo 1º, inciso II, da Portaria MF nº 75 
de 22/03/2012. 
(TRF4, QUOACR 5001339-09.2010.404.7113, Oitava Turma, Relator p/ Acórdão Luiz Fernando Wowk Penteado, D.E. 03/07/2012) 
 
E o STJ e o STF? 
Ainda não se pronunciaram sobre o tema. 
Desse modo, até o dia de hoje, o que prevalece, na jurisprudência dos Tribunais Superiores, é que se aplica 
o princípio da insignificância, nos crimes tributários, para tributos devidos até o limite de R$ 10.000,00. 
 
4. DESCAMINHO 
O descaminho é também considerado um crime contra a ordem tributária, apesar de estar previsto no art. 
334 do Código Penal e não na Lei n. 8.137/90. 
Desse modo, aplica-se o princípio da insignificância ao crime de descaminho, valendo as mesmas 
explicações acima mencionadas quanto ao valor que pode ser considerado insignificante. 
 
5. CRIMES AMBIENTAIS 
Admite-se o princípio da insignificância no caso de crimes ambientais. Esta é a posição do STF (HC 
112103/MG) e do STJ (CC 100852/RS). 
 
 
IMPORTANTE 
Crimes nos quais a jurisprudência NÃO reconhece a aplicação do princípio da insignificância: 
 
1. ROUBO 
Não se aplica ao crime de roubo porque se trata de delito complexo que envolve patrimônio, grave ameaça 
e a integridade física e psicológica da vítima, havendo, portanto, interesse estatal na sua repressão (STF 
RHC 111433). 
 
2. TRÁFICO DE DROGAS 
Não se aplica ao tráfico de drogas, visto se tratar de crime de perigo abstrato ou presumido, sendo, 
portanto, irrelevante a quantidade de droga apreendida. 
 
3. MOEDA FALSA 
Ainda que seja apenas uma nota e de pequeno valor, não se aplica o princípio por tratar-se de delito contra 
a fé pública, havendo interesse estatal na sua repressão. 
O bem violado é a fé pública, a qual é um bem intangível e que corresponde à confiança que a população 
deposita em sua moeda, não se tratando, assim, da simples análise do valor material por ela representado. 
 
4. CONTRABANDO 
Não se aplica o princípio da insignificância no caso de contrabando, tendo em vista o desvalor da conduta 
do agente (HC 110964, RelatorMin. Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 07/02/2012). 
O caso mais comum e que pode cair na sua prova é o de contrabando de cigarros. 
 
O contrabando e o descaminho estão previstos no mesmo tipo penal (art. 334 do CP). Por que não pode ser 
utilizado o mesmo critério do descaminho para o contrabando no que tange à insignificância? 
Descaminho Contrabando 
Corresponde à entrada ou à saída de produtos PERMITIDOS, 
todavia elidido, no todo ou em parte, o pagamento de direito 
ou de imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo 
consumo da mercadoria. 
Corresponde à conduta de importar ou exportar mercadoria 
PROIBIDA. 
 
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Desse modo, no delito de contrabando, o objeto material sobre o qual recai a conduta criminosa é a 
mercadoria PROIBIDA (proibição absoluta ou relativa). 
Em outras palavras, o objetivo precípuo dessa tipificação legal é evitar o fomento de transporte e 
comercialização de produtos proibidos por lei. 
No contrabando não se cuida, tão somente, de sopesar o caráter pecuniário do imposto sonegado, mas, 
principalmente, de tutelar, entre outros bens jurídicos, a saúde pública. 
Em suma, no contrabando, o desvalor da conduta é maior, razão pela qual se deve afastar a aplicação do 
princípio da insignificância (STF HC 110.964). 
 
5. ESTELIONATO CONTRA O INSS (ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO) 
A jurisprudência considera que esse tipo de conduta contribui negativamente com o deficit da Previdência. 
Defende-se que, não obstante ser ínfimo o valor obtido com o estelionato praticado, se a prática de tal 
crime se tornar comum, sem qualquer repressão penal da conduta, certamente se agravará a situação da 
Previdência, responsável pelos pagamentos das aposentadorias e dos demais benefícios dos trabalhadores 
brasileiros. Daí porque se afere como elevado o grau de reprovabilidade da conduta praticada. 
Desse modo, o princípio da insignificância, não pode ser aplicado para abrigar conduta cuja lesividade 
transcende o âmbito individual e abala a esfera coletiva. 
(HC 111918, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em 29/05/2012) 
 
6. ESTELIONATO ENVOLVENDO FGTS 
(...) a conduta da paciente é dotada de acentuado grau de reprovabilidade, “na medida em que a fraude foi 
perpetrada contra programa social do governo que beneficia inúmeros trabalhadores”. Essa circunstância, 
aliada à expressividade financeira do valor auferido pela paciente à época dos fatos, inibe a aplicabilidade 
do postulado da insignificância ao caso concreto. 
(HC 110845, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em 10/04/2012) 
 
7. ESTELIONATO ENVOLVENDO O SEGURO-DESEMPREGO 
Não se aplica o princípio da insignificância para estelionato envolvendo o seguro-desemprego considerando 
que se trata de bem protegido a partir do interesse público (HC 108674, Relator Min. Marco Aurélio, 
Primeira Turma, julgado em 28/08/2012). 
 
8. CRIME MILITAR 
O princípio da insignificância não é aplicável no âmbito da Justiça Militar, sob pena de afronta à autoridade, 
hierarquia e disciplina, bens jurídicos cuja preservação é importante para o regular funcionamento das 
instituições militares (HC 108512, Relator Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 04/10/2011) 
Existem julgados em sentido contrário (v.g., HC 107638), mas eu penso que prevalece não ser possível. 
 
 
IMPORTANTE 
Crimes nos quais existe DIVERGÊNCIA na jurisprudência: 
 
1. CRIMES COMETIDOS POR PREFEITOS 
STF: possibilidade 
Ex-prefeito condenado pela prática do crime previsto no art. 1º, II, do Decreto-Lei 201/1967, por ter 
utilizado máquinas e caminhões de propriedade da Prefeitura para efetuar terraplanagem no terreno de 
sua residência. 3. Aplicação do princípio da insignificância. Possibilidade. (...) 
(HC 104286, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 03/05/2011) 
 
STJ: não pode ser aplicado 
Não é possível a aplicação do princípio da insignificância a prefeito, em razão mesmo da própria condição 
que ostenta, devendo pautar sua conduta, à frente da municipalidade, pela ética e pela moral, não 
havendo espaço para quaisquer desvios de conduta. (...) 
(HC 148.765/SP, Rel. Min. Maria Thereza De Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 11/05/2010) 
 
 
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Obs: não deveria ser cobrada, mas se caísse em uma prova objetiva, eu marcaria a alternativa que afirma 
não ser possível a aplicação do princípio. 
 
 
2. PORTE DE DROGA PARA CONSUMO PESSOAL 
 STJ: não é possível aplicar o princípio da insignificância (HC 174.361/RS). 
 STF: pode ser aplicado o princípio da insignificância (HC 110.475/SC). 
 
Obs: não deveria ser cobrada, mas se caísse em uma prova objetiva, eu marcaria a alternativa que afirma 
ser possível a aplicação do princípio, tendo em vista ser a decisão mais recente. 
 
 
3. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
1ª) NÃO se aplica o princípio da insignificância. 
Posição do STF 
2ª) PODE ser aplicado o princípio da insignificância. 
Posição do STJ 
O bem jurídico tutelado pelo delito de apropriação 
indébita previdenciária é a subsistência financeira 
da Previdência Social. Logo, não há como afirmar-se 
que a reprovabilidade da conduta atribuída ao 
paciente é de grau reduzido, considerando que esta 
conduta causa prejuízo à arrecadação já deficitária 
da Previdência Social, configurando nítida lesão a 
bem jurídico supraindividual. 
O reconhecimento da atipicidade material nesses 
casos implicaria ignorar esse preocupante quadro. 
(HC 102550, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, 
julgado em 20/09/2011) 
O entendimento desta Corte é no sentido de 
reconhecer a aplicabilidade do princípio da 
insignificância em se tratando do crime de 
apropriação indébita previdenciária nos casos em 
que o valor suprimido não ultrapasse R$ 10.000,00 
(dez mil reais), mesmo patamar utilizado para se 
reconhecer a aplicabilidade do mencionado 
princípio nos casos do delito de descaminho. 
(AgRg no REsp 1214866/RS, Rel. Min. Og Fernandes, 
Sexta Turma, julgado em 07/02/2012) 
 
 
 
4. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
A jurisprudência do STJ e do STF é dissonante. O STJ tem jurisprudência majoritária no sentido de que não é 
possível a aplicação do princípio da insignificância em caso de crimes contra a Administração Pública. Por 
outro lado, a Segunda Turma do STF tem entendido pela possibilidade (HC 107.370/SP, HC 104.286/SP). 
 
 
5. MANTER RÁDIO COMUNITÁRIA CLANDESTINA 
Há certa polêmica. 
O STF já admitiu: 
(...) Consta dos autos que o serviço de radiodifusão utilizado pela emissora é considerado de baixa potência, não tendo, deste 
modo, capacidade de causar interferência relevante nos demais meios de comunicação. 
II – Rádio comunitária localizada em pequeno município do interior gaúcho, distante de outras emissoras de rádio e televisão, bem 
como de aeroportos, o que demonstra que o bem jurídico tutelado pela norma – segurança dos meios de telecomunicações – 
permaneceu incólume. (...) 
(HC 104530, Relator Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, julgado em 28/09/2010) 
 
Existem julgados de alguns Tribunais Regionais Federais no mesmo sentido, ou seja, sustentando que pode 
ser aplicado o princípio da insignificância se a rádio era de baixa potência, assim considerada a inferior a 25 
watts. No caso de concursos para juiz federal, é importante verificar qual é a posição do TRF para o qual 
você está prestando o certame. 
 
Vale ressaltar, contudo, que há julgados do STJ no sentido de que não se aplica o princípio da 
insignificância. Nesse sentido: AgRg no REsp 1101637/RS (5ª Turma); AgRg no REsp 1169530/RS (6ª Turma). 
 
 
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É possível a aplicação do princípio da insignificância para atos infracionais? 
SIM. Trata-se de posição pacífica no STF e STJ. 
Como regra, o Estado é obrigadoa aplicar as medidas previstas no ECA, considerando que elas possuem 
caráter educativo, preventivo e protetor. No entanto, excepcionalmente, diante de peculiaridades do caso 
concreto, é possível que o Estado deixe de aplicar essas medidas quando for verificado que o ato infracional 
praticado é insignificante (princípio da insignificância). 
Não é razoável que o direito penal (ou infracional) e todo o aparelho do Estado-polícia e do Estado-juiz se 
movimentem no sentido de atribuir relevância típica a situações insignificantes. 
Conclusão: o princípio da insignificância é aplicável aos atos infracionais, desde que verificados os requisitos 
necessários para a configuração do delito de bagatela (STF HC 112400/RS). 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Julgue os itens a seguir: 
1) (Delegado/RJ – 2009) O princípio da insignificância releva uma hipótese de atipicidade material da 
conduta. ( ) 
 
2) (Juiz/TJMG -2009) A tipicidade material surgiu para limitar a larga abrangência formal dos tipos penais, 
impondo que, além da adequação formal, a conduta do agente gere também relevante lesão ou perigo 
concreto de lesão ao bem jurídico tutelado. ( ) 
 
3) (Promotor/GO – 2010) A tipicidade material do fato depende, dentre outros requisitos, da existência de 
resultado jurídico relevante e da imputação objetiva da conduta. ( ) 
 
4) (Promotor/MG – 2007) O princípio da insignificância atua como: 
a) instrumento de mensuração da ilicitude da conduta; 
b) interpretação restritiva do tipo penal; 
c) limitação da culpabilidade do agente; 
d) extinção da punibilidade; 
e) diminuição da pena. 
 
5) (Juiz Federal/TRF5 – 2011) No caso de o agente ser reincidente, não se aplica o princípio da 
insignificância para o reconhecimento da atipicidade material da conduta delituosa, pois deve-se evitar 
a fragmentação do delito em condutas que, isoladamente, sejam objetivamente insignificantes, mas 
que, analisadas em conjunto, fragilizem a segurança do ordenamento jurídico. ( ) 
 
6) (Juiz/TJTO – CESPE – 2007) O fato de o réu possuir antecedentes criminais impede a aplicação do 
princípio da insignificância. ( ) 
 
7) (Juiz Federal/TRF1 – 2011) O princípio da insignificância tem incidência, apenas, nas condutas 
tipificadas como infração penal de menor potencial ofensivo, que, por si só, possuem valoração 
legislativa acerca do desvalor da ação e do resultado, por meio da proporcional e adequada reprimenda 
à lesão ao bem jurídico protegido, sendo este o substrato legal na aplicação do princípio. Os demais 
crimes, por serem social e penalmente relevantes, afastam a incidência do referido princípio. ( ) 
 
8) (Juiz/TJTO – CESPE – 2007) O pequeno valor da res furtiva, por si só, autoriza a aplicação do princípio da 
insignificância. ( ) 
 
 
 
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9) São sinônimas as expressões “bem de pequeno valor” e “bem de valor insignificante”, sendo a 
consequência jurídica, em ambos os casos, a aplicação do princípio da insignificância, que exclui a 
tipicidade penal. ( ) 
 
10) (Analista STF – CESPE – 2008) É cabível a aplicação do princípio da insignificância para fins de 
trancamento de ação penal em que se imputa ao acusado a prática de crime de descaminho. ( ) 
 
11) (Analista STF – CESPE – 2008) Uma vez aplicado o princípio da insignificância, que deve ser analisado 
conjuntamente com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado, a própria 
tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material, é afastada ou excluída. ( ) 
 
12) (Analista MPU – CESPE – 2010) De acordo com entendimento jurisprudencial, não se aplica o princípio 
da insignificância aos crimes ambientais, ainda que a conduta do agente se revista da mínima 
ofensividade e inexista periculosidade social na ação, visto que, nesse caso, o bem jurídico tutelado 
pertence a toda a coletividade, sendo, portanto, indisponível. ( ) 
 
13) (AGU – CESPE – 2012) É inaplicável o princípio da insignificância aos crimes contra a administração 
pública, pois a punição do agente, nesse caso, tem o propósito de resguardar não apenas o aspecto 
patrimonial, mas, principalmente, a moral administrativa. ( ) 
 
14) (Juiz Federal/TRF2 – 2009) Em decisões recentes, o STJ tem entendido inaplicável o princípio da 
insignificância nos crimes contra a administração pública, ainda que o valor econômico da lesão possa 
ser considerado ínfimo, porque a norma busca resguardar não somente o aspecto patrimonial, mas a 
moral administrativa. ( ) 
 
15) (DPU – CESPE – 2010) Considere a situação hipotética em que Ricardo, brasileiro, primário, sem 
antecedentes, 22 anos de idade, e Bernardo, brasileiro, 17 anos de idade, de comum acordo e em 
unidade de desígnios, tenham colocado em circulação, no comércio local de Taguatinga/DF, seis 
cédulas falsas de R$ 50,00, com as quais compraram produtos alimentícios, de higiene pessoal e dois 
pares de tênis, em estabelecimentos comerciais diversos. Considere, ainda, que, ao ser acionada, a 
polícia, rapidamente, tenha localizado os agentes em um ponto de ônibus e, além dos produtos, tenha 
encontrado, na posse de Ricardo, duas notas falsas de R$ 50,00 e, na de Bernardo, uma nota falsa de 
mesmo valor, além de R$ 20,00 em cédulas verdadeiras. Na delegacia, os produtos foram restituídos 
aos legítimos proprietários, e as cédulas, apreendidas. Nos termos da situação hipotética descrita e 
com base na jurisprudência dos tribunais superiores, admite-se a prisão em flagrante dos agentes, 
considera-se a infração praticada em concurso de pessoas e, pelas circunstâncias descritas e ante a 
ausência de prejuízo, deve-se aplicar o princípio da insignificância. ( ) 
 
16) (Juiz Federal/TRF1 – 2009) Ainda que seja a nota falsificada de pequeno valor, descabe, em princípio, 
aplicar ao crime de moeda falsa o princípio da insignificância, pois, tratando-se de delito contra a fé 
pública, é inviável a afirmação do desinteresse estatal na sua repressão. ( ) 
 
17) (Promotor/PI – CESPE – 2012) Tratando-se de crime de contrabando, aplica-se, conforme o montante 
do imposto sonegado, o princípio da insignificância. ( ) 
 
18) (Juiz Federal/TRF2 – 2011) O crime de contrabando não se caracteriza enquanto não houver decisão 
definitiva no processo administrativo fiscal acerca da constituição do tributo devido, admitindo-se, em 
juízo, a incidência do princípio da insignificância. ( ) 
 
19) (Juiz/TJPA – 2012) Aplica-se o princípio da insignificância ao crime de estelionato, ainda que cometido 
em detrimento de entidade de direito público. ( ) 
 
 
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20) (Juiz/TJPA – 2012) A tentativa de furto de bens avaliados em R$ 400,00 sempre enseja a aplicação do 
princípio da insignificância ante o inexpressivo valor da res furtiva. ( ) 
 
21) (Juiz/TJES – CESPE – 2012) A jurisprudência do STJ é firme no sentido da aplicabilidade do princípio da 
insignificância ao delito de moeda falsa, caso o valor das cédulas falsificadas não ultrapasse a quantia 
correspondente a um salário mínimo. ( ) 
 
22) (Juiz/TJES – CESPE – 2012) A aplicação do princípio da insignificância, que deve ser analisado em 
conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado, objetiva excluir 
ou afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. ( ) 
 
23) Segundo a jurisprudência do STJ, é aplicável o princípio da insignificância ao peculato, desde que o 
prejuízo causado ao erário não ultrapasse um salário mínimo e o agente seja primário. ( ) 
 
24) (Juiz Federal/TRF5 – CESPE – 2011) O comércio de cópias grosseiras de CDs e DVDs em centros urbanos, 
para o sustento próprio do agente e de sua família, impõe a aplicação dos princípiosda insignificância e 
da adequação social e conduz à atipicidade da conduta, em tese violadora de tipo penal protetivo da 
propriedade imaterial. ( ) 
 
25) (Juiz Federal/TRF5 – CESPE – 2011) Não se admite a aplicação do princípio da insignificância em relação 
ao funcionamento de estação de rádio no período de dois meses entre o vencimento de licença 
ambiental e a concessão, em definitivo, de nova autorização pela autoridade administrativa. ( ) 
 
26) (Juiz do Trabalho/TRT1 – 2010) Conforme iterativa jurisprudência do STJ, o fato de se tratar de furto 
qualificado constitui motivação suficiente para impedir a aplicação do princípio da insignificância. ( ) 
 
27) (OAB – set/2012) Em relação ao princípio da insignificância, assinale a afirmativa correta. 
a) O princípio da insignificância funciona como causa de exclusão da culpabilidade. A conduta do 
agente, embora típica e ilícita, não é culpável. 
b) A mínima ofensividade da conduta, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau de 
reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica constituem, para o Supremo 
Tribunal Federal, requisitos de ordem objetiva autorizadores da aplicação do princípio da 
insignificância. 
c) A jurisprudência predominante dos tribunais superiores é acorde em admitir a aplicação do princípio 
da insignificância em crimes praticados com emprego de violência ou grave ameaça à pessoa (a 
exemplo do roubo). 
d) O princípio da insignificância funciona como causa de diminuição de pena. 
 
Gabarito 
1. C 2. C 3. C 4. Letra B 5. E 6. E 7. E 8. E 9. E 10. C 
11. C 12. E 13. anulada 14. C 15. E 16. C 17. E 18. E 19. E 20. E 
21. E 22. C 23. E 24. E 25. E 26. E 27. Letra B

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