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TEXTUALIDADE E ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA - Prof Meire Nogueira

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TEXTUALIDADE E ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA
Profa.: Meire Mara Coelho Nogueira
Conceito de texto
A palavra "texto" é bastante usada na escola e também em outras instituições sociais que trabalham com a linguagem. Apesar de corrente, o termo não é de fácil definição. 
Texto é um todo organizado de sentido, delimitado por dois brancos e produzido por um sujeito num dado tempo e num determinado espaço.
A palavra texto provém do latim textum, que significa “tecido, entrelaçamento”. Há, portanto, uma razão etimológica para nunca esquecermos que o texto é um tecido verbal, resultado da ação de entrelaçar unidades e partes de tal modo que as ideias nele contidas formem um todo coeso e coerente. Daí podermos falar em textura ou tessitura de um texto: é a rede de relações que garantem sua coesão, sua unidade.
Leia o texto a seguir e faça as atividades propostas:
O texto escrito
A luta que os alunos enfrentam com relação à produção de textos escritos é muito especial. Em geral, eles não apresentam dificuldades em se expressar através da fala coloquial. Os problemas começam a surgir quando esse aluno tem necessidade de se expressar formalmente, e se agravam no momento de produzir um texto escrito. Nesta última situação, ele deve ter claro que há marcantes diferenças entre falar e escrever.
Na linguagem oral, o falante tem claro com quem fala e em que contexto. O conhecimento da situação facilita a produção oral. Nela, o interlocutor, presente fisicamente, é ativo, tendo possibilidade de intervir, de pedir esclarecimentos, ou até de mudar o curso da conversação. O falante pode ainda recorrer a recursos que não são propriamente lingüísticos, como gestos ou expressões faciais. Na linguagem escrita, a falta desses elementos extratextuais precisa ser suprimida pelo texto, que se deve organizar de forma a garantir a sua inteligibilidade.
Escrever não é apenas traduzir a fala em sinais gráficos. O fato de um texto escrito não ser satisfatório não significa que seu produtor tenha dificuldades quanto ao manejo da linguagem cotidiana, e sim que ele não domina os recursos específicos da modalidade escrita.
A escrita tem normas próprias, tais como regras de ortografia - que, evidentemente, não é marcada na fala -, de pontuação, de concordância, de uso de tempos verbais. Entretanto, a simples utilização de tais regras e de outros recursos da norma culta não garante o sucesso de um texto escrito. Não basta, também, saber que escrever é diferente de falar. É necessário preocupar-se com a constituição de um discurso, entendido aqui como um ato de linguagem que representa uma interação entre o produtor do texto e o seu receptor; além disso, é preciso ter em mente a figura do interlocutor e a finalidade para a qual o texto foi produzido.
Para que esse discurso seja bem-sucedido deve constituir um todo significativo e não fragmentos isolados justapostos. No interior de um texto devem existir elementos que estabeleçam uma ligação entre as partes, isto é, elos significativos que confiram coesão ao discurso. Considera-se coeso o texto em que as partes referem-se mutuamente, só fazendo sentido quando consideradas em relação umas com as outras.
Durigan, Regina H. de Almeida et alli. A dissertação no vestibular.In: A magia da mudança – vestibular Unicamp:Língua e literatura. Campinas, Unicamp, 1987.p.13-4.
1. O Primeiro parágrafo nos fala da capacidade de expressão dos alunos. Qual o contraste apontado?
2. Quais as diferenças entre o falar e o escrever levantados no segundo parágrafo?
3. Um texto escrito mal formulado não representa necessariamente falta de domínio da linguagem cotidiana. Justifique essa afirmação com base no terceiro parágrafo.
4. Releia atentamente o último parágrafo e responda:
a) O que um texto não deve ser?
b) O que é um texto coeso?
5. Você, ao escrever, fiscaliza seu trabalho, procurando construir textos coesos? Como?
Leitura
O leitor traça planos, estratégias para obter, avaliar e utilizar informação e, assim, construir significados, compreender o texto lido. As estratégias de leitura se constroem e se modificam, pois o leitor desenvolve seus modos de ler através da leitura. Nós utilizamos as estratégias abaixo ao mesmo tempo e, muitas vezes, inconscientemente.
a) Estabelecimento de objetivos: o leitor se dirige ao texto com metas e procura o tipo de informação de que necessita. Quando não se tem objetivos de leitura, não se sabe que tipo de informação procurar.
b) Seleção: o leitor elege os índices mais relevantes e úteis para não ficar sobrecarregado de informações desnecessárias;
c) Antecipação: capacidade de antecipar o texto com base nas pistas do mesmo; o leitor prevê o que ainda não apareceu a partir de índices como gênero do texto, autor, título, contexto de produção. Por exemplo, o leitor, ao deparar-se com um texto de Esopo, certamente antecipará que se trata de uma fábula, há animais como personagens e uma moral ao término da história.
d) Inferência: percepção do que não está dito no texto de forma explícita, ou seja, deduções que podem ser confirmadas ou não no decorrer do texto. O leitor tenta adivinhar as informações das ‘entrelinhas’. Tais predições não são casuais; elas se baseiam nas pistas dadas pelo próprio texto, pelo conhecimento conceitual e linguístico do leitor.
e) Verificação: o leitor é o responsável pelo controle de sua própria leitura; é ele que pode confirmar se foi capaz de compreender o texto, de construir sentido a partir dele, por isso faz a análise da compreensão, permitindo confirmar ou rejeitar as deduções realizadas durante a estratégia de inferência, por exemplo.
Atividades
1) Orlandi (1998), ao tratar da polissemia da noção de leitura, afirma: 
Quando se lê, considera-se não apenas o que está dito, mas também o que está implícito: aquilo que não está dito e que também está significando. (...) Saber ler é saber o que o texto diz e o que ele não diz, mas o constitui significativamente. (ORLANDI, 1998, p. 11) 
Com base na afirmação acima, responda à questão proposta.
“Feliz ano novo e pás na terra aos homens de boa vontade”. (Sugestão de um leitor de O Estado de São Paulo para a Campanha de Combate à Miséria).
O trocadilho entre pás e paz não é casual, nem um fato isolado, mas a aplicação de um mecanismo de construção de sentido, comum na língua. Com base nisso e considerando as condições de produção, comente o efeito de sentido que conseguimos depreender deste enunciado.
2) “Os acidentados foram socorridos num pronto socorro do SUS, mas saíram de lá sãos e salvos”.
O efeito de humor e o tom satírico desse enunciado é produzido pelo uso inusitado de que operador argumentativo? Explique esse uso.
3) Agora, reescreva as frases abaixo, sem alterar o significado básico. Inicie as novas frases da forma indicada e siga as instruções, quando houver.
A- Na mesma semana que morreu Ayrton Senna, morreu atropelada no Rio, mais precisamente na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, uma empregada doméstica chamada Rosilene.
-use um sinônimo para “precisamente”
Uma empregada doméstica chamada Rosilene.....................................................
B- Durante uma hora os carros passaram por cima de seu corpo, a ponto de só ser reconhecida através das impressões digitais que restaram.
-use a conjunção “visto que”
Ela só foi reconhecida..............................................................
C- O Brasil inteiro chorou a morte de Senna, mas poucos souberam do fim trágico de Rosilene.
Embora o Brasil inteiro .......................................................
4) Considere como verdadeiras as seguintes proposições:
P1: Se História é complexo, então Matemática é simples.
P2: Estudar coisas complexas é a única coisa que estimula Luiz.
Sabe-se que Luiz sente-se estimulado a estudar Matemática. Dessa forma, é correto afirmar que Luiz
(A) considera que História é algo complexo.
(B) não gostade estudar Matemática.
(C) gosta de estudar Matemática, pois acha simples.
(D) sente estímulo para estudar História.
(E) não vê complexidade em História.
(Enade) Leia e relacione os textos a seguir.
	O Governo Federal deve promover a inclusão digital, pois a falta de acesso às tecnologias digitais acaba por excluir socialmente o cidadão, em especial a juventude.
(Projeto Casa Brasil de
inclusão digital começa
em 2004. In: MAZZA,
Mariana. JB online.)
	
Comparando a proposta com a charge, pode-se concluir que 
(A) o conhecimento da tecnologia digital está democratizado no Brasil.
(B) a preocupação social é preparar quadros para o domínio da informática.
(C) o apelo à inclusão digital atrai os jovens para o universo da computação.
(D) o acesso à tecnologia digital está perdido para as comunidades carentes.
(E) a dificuldade de acesso ao mundo digital torna o cidadão um excluído social.
A alfabetização midiática e informacional tem como proposta desenvolver a capacidade dos cidadãos de utilizar mídias, bibliotecas, arquivos e outros provedores de informação como ferramentas para a liberdade de expressão, o pluralismo, o diálogo e a tolerância intercultural, que contribuem para o debate democrático e a boa governança. Nos últimos anos, uma ferramenta de grande valia para o aprendizado, dentro e fora da sala de aula, têm sido os dispositivos móveis. Como principal meio de acesso à internet e, por conseguinte, às redes sociais, o telefone celular tem sido a ferramenta mais importante de utilização social das diferentes mídias, com apropriação de seu uso e significado, sendo, assim, uma das principais formas para o letramento digital da população. Esse letramento desenvolve-se em vários níveis, desde a simples utilização de um aplicativo de conversação com colegas até a utilização em transações financeiras nacionais e internacionais. (WILSON, C. et al. Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de professores. Brasília: UNESCO, 2013 (adaptado)).
A partir dessas informações, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. Uma pessoa letrada digitalmente tem capacidade para localizar, filtrar e avaliar informação disponibilizada eletronicamente e para se comunicar com outras pessoas por meio de Tecnologias de Informação e Comunicação.
PORQUE
II. No letramento digital, desenvolve-se a habilidade de construir sentidos a partir de textos que se conectam a outros textos, por meio de hipertextos, links e elementos imagéticos e sonoros. 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
(A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I
(B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
(C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
(D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
(E) As asserções I e II são proposições falsas.

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