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Resenha de Geografia Econômica - Paul Claval Geografia Econômica e Economia

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Universidade Estadual do Ceará – UECE
Centro de Ciências e Tecnologias – CCT
Curso de Licenciatura em Geografia 
Disciplina: Geografia Econômica 
Professor: Dr. José Meneleu Neto
Aluno: Rian Kelvin Sousa do Nascimento
Resenha de: CLAVAL, Paul. Geografia Econômica e Economia. Geotextos, vol. 1, n.1, 2005. p.11-27.
O autor do texto, Paul Claval, nasceu na França em 1932 e é considerado um dos maiores geógrafos da atualidade. Suas obras (aproximadamente 40 livros e mais de 700 artigos) são referência mundial no estudo da geografia, principalmente no que concerne à história do pensamento geográfico e sua fundamentação epistemológica. Paul Claval, é atualmente professor emérito do Departamento de Geografia da Universidade de Sorbonne e foi agraciado com o Prêmio Vautrin Lud de 1996 – considerado equivalente do Prêmio Nobel da Geografia, outorgado a cada ano desde 1992.
Em Geografia Econômica e Economia, de Paul Claval, o autor inicia destacando a importância de refletir sobre o avanço das relações entre geografia econômica e economia para entender a geografia econômica moderna. Para isso, ele separa esse avanço em 4 fases. Tais fases apresentam-se bem delimitadas e com os eventos espacializados e complementados pela linha temporal empregada pelo autor.
A primeira fase tem Pierre Dockes como exemplo, que apresentou como o conhecimento de economia se desenvolveu devido a observação do papel do espaço, no fim do século dezoito. Dockes apresentou esse desenvolvimento relatando que os problemas de riqueza e produção está diretamente ligado com espaço e a solução para essa questão estava na localidade geográfica. Por isso, muitas atividades produtivas já se encontravam situadas no litoral. Esse desenvolvimento aconteceu também com a observação de Richard Cantillon da vida econômica como um circuito. No século dezoito já era observada a produção de riquezas no meio rural e a sua troca na cidade. Assim nasceu a relação entre natureza da cidade e hierarquia urbana. Por último, em 1770 houve uma mudança, o papel do espaço se tornou irrelevante na economia. Adam Smith afirmava que a responsabilidade do governo com a produção das firmas e mercados era fundamental para ascensão econômica. Essa ideia permaneceu até 1930.
A segunda fase, apresenta o desenvolvimento paralelo da economia com três disciplinas que estudavam os problemas espaciais na economia. Sendo elas: a teoria das relações econômicas internacionais, a economia espacial e a geografia econômica. O livre comercio como causa do desenvolvimento econômico da Europa central e ocidental e Estados Unidos, o processo lento de desenvolvimento da economia espacial e as primeiras ideias de possibilidades de desenvolvimento sustentável foram alguns fatores que marcaram essa fase. Assim como os principais pensadores e contribuintes o próprio autor da política de livre comércio, David Ricardo, um visionário de sua época. David Ricardo teve seus ideais consolidados por Eli HeckScher, Bertil Ohlin e Paul Samuelson.
A terceira fase marca a reconciliação entre economia e geografia econômica. Com o liberalismo, a crise econômica cresceu, por isso fez-se necessário a intervenção do governo para uma nova direção na economia. Assim, um novo ambiente intelectual muda os países desenvolvidos e industrializados. A problemática estava pautada nos estudos dos fatores que levavam a um crescimento econômico e no liberalismo econômico como causa da grande crise econômico. A geografia aparece nesse momento como uma disciplina aplicável, desenrolando-se aí a geografia teorética quantitativa e seus modelos matemáticos e explicativos.
A quarta e última fase apresenta uma relação entre a evolução contemporânea e um novo contexto econômico, a globalização tem papel importantíssimo nessa fase, que é marcada pela internacionalização de empresas e a rapidez dos fluxos de informação e os desequilíbrios ecológicos provocados pelo homem em escala mundial. Neste momento a ciência assume um novo papel, saindo de servidora de estratégias para o Estado e passando a dedicar-se na construção de uma sociedade mais justa. Paul Krugman tem papel importantíssimo nesta fase, já que é a partir dele que a economia começa a levar em conta o papel do espaço na vida econômica, pautando suas teorias nos circuitos de informação. O Marxismo aparece como uma teoria a ser reformulada, David Harvey apresenta a primeira gama de soluções em seu livro Os limites do Capital, seguido pelo economista francês Aglietta, que apresenta mais uma solução para os problemas relacionados ao papel do espaço no marxismo.
Paul Claval trabalha ainda com os problemas ligados com esse novo avanço para a Economia e a Geografia. A comércio global é intensificado e daí derivam diversos problemas, como, intensa urbanização, problemas culturais, sociais e as intensas problemáticas ambientais.
Na conclusão da referida obra, o autor deixa claro que por muito tempo a economia ficou isolada do restante da geografia e essa situação começa a mudar a partir de 1950. O papel dessa geografia econômica é maior que no passado contribuindo de forma significativa para os estudos econômicos e culturais. O texto em si apresenta uma linguagem relativamente fácil, contudo, faz-se necessária a utilização de fontes extras, para entender o papel e as teorias de alguns autores citados ao longo da obra, contudo, isso não diminui a intensa necessidade desta referida obra no planejamento da cadeira de Geografia Econômica, afinal, entendendo-se nosso passado é que podemos prever as eventuais mudanças futuras.

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