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RESUMO/ANOTAÇÃO - Lei Penal no Tempo

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LEI PENAL NO TEMPO – ARTIGO 2.º, CP.
 
A lei começa a produzir efeitos após a sua entrada em vigor, passando a regular todas as situações futuras (regra) e passadas (exceção).
 
A entrada em vigor equivale ao nascimento da lei.
Após esse momento, a lei vige até que outra posterior a revogue
(art. 2.° da LICC).
 
 A revogação (equivale à morte da Lei) pode ser expressa ou tácita.
 Expressa: a lei posterior declara textualmente que a anterior não mais produz efeitos.
 Tácita: a lei posterior não determina expressamente a revogação da anterior, mas com esta é incompatível ou regula inteiramente a matéria antes tratada.
 
O fenômeno jurídico pelo qual a lei regula todas as situações ocorridas durante seu período de vida, isto é, de vigência, denomina-se atividade (regra). 
Quando a Lei regula situações fora do seu período de vigência, ocorre a chamada extra-atividade (exceção).
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ABOLITIO CRIMINIS –Artigo 2.º caput
A nova Lei deixa de considerar como infração um fato que era anteriormente punido.
Natureza Jurídica: Extinção da punibilidade – Art. 107, III, CP
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS – Art. 2º, § único:
Efeitos: Exclui todos os efeitos jurídico-penais do comportamento antes considerado infração.
Importância prática:
a persecutio criminis, ainda não foi movimentada: o IP ou Ação Penal não pode ser iniciado;
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Cessação dos efeitos da condenação:
Condenação é ato do juiz, sob a forma de sentença que transforma a pena abstrata em concreto.
Rol dos culpados:
O nome do réu é riscado do rol dos culpados; vida pregressa. Se vier a praticar outra infração, a conduta anterior não o prejudicará.
Efeitos civis: A obrigação civil de reparação do dano causado constitui efeito secundário da condenação (Art. 91, I, CP).
A Lei nova descriminante não exclui essa obrigação. O Art. 2.º diz: “efeitos penais”, perdurando os de natureza civil. Ex. Adultério.
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	A extra-atividade pode ocorrer com situações passadas ou futuras:
retroatividade - quando a lei regula situações passadas, ou seja, ocorridas antes do início de sua vigência.
ultra-atividade - quando se aplica, mesmo após a cessação de sua vigência.
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Lei nova incriminadora: A Lei que incrimina novos fatos é irretroativa, uma vez que prejudica o sujeito.
Sujeito que realiza o fato na vacatio legis: Não pratica crime, uma vez que a Lei penal adquire obrigatoriedade quando entra em vigor.
Novatio legis in pejus: Se agrava a situação do sujeito, não retroage.
Crime continuado: Art.71. Aplica-se a lei nova, ainda que mais gravosa.
 Sum. 711 STF.
Competência para a aplicação da Lei posterior mais benéfica:
 se antes da sentença: cabe ao próprio juiz ou tribunal
se após a sentença transitada em julgado: cabe ao juiz das Execuções. Súmula 611 do STF – Art. 66, I da LEP
 
Combinação de Leis: Há duas posições:
não se admite a combinação de leis para favorecer o agente, pois estaria o juiz criando uma terceira Lei, o que não é permitido.
Admite a combinação: Damásio, Celso Delmanto, Mirabete: se o juiz pode aplicar o “todo” de uma ou outra Lei, poderá também mesclar.
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LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA – ART. 3.º
Leis excepcionais: São aquelas promulgadas em casos de calamidade pública, guerras, revoluções, epidemias, etc.
Leis temporárias: São as que possuem vigência previamente fixada pelo legislador. Terá vigência até certa data.
Princípio da reserva legal: Não derrogam o citado princípio, uma vez que não se aplicam a fatos ocorridos antes de sua vigência.
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Características:
Auto-revogação: O término da vigência das leis excepcionais e temporárias não depende de revogação por lei posterior, fugindo à regra geral. Fala-se em auto-revogação.
Ultra-atividade: Elas são ultra-ativas, pois continuam a serem aplicadas aos fatos praticados durante a sua vigência, uma vez que se assim não fosse, todos os que tivessem desobedecido a sua norma nos últimos dias de vigência ficariam impunes e assim, uns seriam condenados, outros não.
Exemplo: Durante uma revolução, o legislador estabelece como crime “passar em determinada ponte”. João realiza a conduta punível, e no transcorrer do processo, termina a revolução. Ocorre auto-revogação da Lei Penal excepcional. O criminoso pode ser condenado.
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ARTIGO 4.º - Tempo do Crime
Tempo do crime é o momento em que ele se considera cometido.
A determinação do tempo em que se reputa praticado o delito, tem relevância jurídica não somente para fixar a Lei que o vai reger, mas também para fixar a imputabilidade do sujeito etc.
Teorias:
Teoria da Atividade – Considera praticado o crime no momento da prática da ação ou omissão.
Teoria do Resultado (do Evento ou Efeito) – Considera o tempus delicti o momento da produção do resultado.
Teoria Mista (ou da Ubiqüidade) – Tempus delicti é indiferente, o momento da ação ou do resultado.
O CP adotou a Teoria da Atividade. Foi também a Teoria adotada pela Lei dos Juizados Especiais Criminais (artigo 63, Lei 9.099/95).

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