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fichamento processo civil , alexandre camara. Novo CPC 2015

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CAMARA, Alexandre Freitas, O novo processo civil brasileiro / Alexandre Freitas Câmara. – 2. Ed. – São Paulo: Atlas, 2016.
CAPÍTULO 1. Conceito de execução.
Execução é a atividade processual de transformação da realidade prática. Trata-se de uma atividade de natureza jurisdicional, destinada a fazer com que aquilo que deve ser, seja. Dito de outro modo: havendo algum ato certificador de um direito (como uma sentença, ou algum ato cuja eficácia lhe seja equiparada), a atividade processual destinada a transformar em realidade prática aquele direito, satisfazendo seu titular,
Chama-se execução. É, pois, uma atividade destinada a fazer com que se produza, na prática, o mesmo resultado prático, ou um equivalente seu, do que se produziria se o direito tivesse sido voluntariamente realizado pelo sujeito passivo da relação jurídica obrigacional. A princípio, o que se espera é que o devedor da obrigação a realize voluntariamente, adimplindo com seu dever jurídico (ou seja, executando voluntariamente a prestação). Caso não ocorra a execução voluntária, porém, é lícito ao credor postulara execução forçada.
Da execução em geral
Com a nova sistemática, há dois tipos de atuação jurisdicional: cognitiva e executória. No processo de conhecimento, a atividade é essencialmente intelectiva: o juiz ouve os argumentos do autor e do réu, colhe as provas, pondera as informações trazidas e emite um comando, declarando se o autor tem ou não o direito postulado e se faz jus à tutela jurisdicional. Já no de execução, atividade do juiz é desenvolvida para tornar efetivo o direto do exequente, que o executado resiste em satisfazer por conta própria. A atividade já não intelectiva, mas de alteração da realidade material, na busca da satisfação do direito, que não foi voluntariamente observado.
No processo de conhecimento e na execução (seja ela processo ou mera fase) há um conflito de interesses, que deve ser solucionado pelo Judiciário. Mas o tipo de conflito é distinto: no primeiro recai sobre a existência do direito alegado pelo autor em face do réu. Na execução, o conflito é de inadimplemento. O direito do autor está reconhecido, mas o réu recusa-se a satisfazê-lo espontaneamente, sendo necessária a intervenção do Judiciário para torná-lo efetivo.
No processo de conhecimento, o juiz cria a norma do caso concreto por aplicação da lei geral e abstrata ao caso específico que lhe é submetido. Da sentença surgirá uma ordem, que deve ser cumprido pelo réu. Se a obrigação for paga, não há necessidade da execução.
Se houver o inadimplemento, o devedor estará sujeito à sanção executiva, um conjunto de providências determinadas pelo juiz para que se alcance a satisfação do direito do credor, ainda que contra a vontade do devedor.
CAPÍTULO 2. Requisitos da execução.
São dois os requisitos para que haja interesse de executar: o inadimplemento do devedor e a existência de título executivo, sem os quais haverá carência de ação.
Enquanto não houver inadimplemento, faltará ao credor interesse para promover a execução. O CPC, art. 580, caracteriza como inadimplente o devedor que satisfaça obrigação líquida, certa e exigível, consubstanciada em título executivo. 
Na execução, o juiz determinará as providências necessárias para assegurar ao credor a obtenção de resultado prático o mais próximo possível daquele que seria alcançada se o devedor tivesse cumprido espontaneamente a sua obrigação. Há casos em que o cumprimento específico da obrigação é inviável, se nem a obtenção de resultado prático equivalente for possível, a obrigação resolver-se-á em perdas e danos.
Titulo executivo.
É por lei considerada requisito indispensável para qualquer execução, junto com o inadimplemento do devedor. Trata-se de um ato jurídico com aptidão para permitir a incidência da responsabilidade patrimonial. Assim, o título executivo é o ato jurídico capaz de legitimar a prática dos atos de agressão a serem praticados sobre os bens que integram um dado patrimônio, de forma a tornar viável sua utilização na satisfação de um crédito.
A função do título executivo vincula-se a uma das “condições da ação”, o interesse de agir. Aquele que, não dispondo de título executivo, demanda a execução forçada é “carecedor de ação” por se ter valido de via processual inadequada para fazer valer em juízo sua pretensão.
 O título executivo é o ato jurídico que faz da execução a via processual adequada para que se postule tutela jurisdicional, assegurando o legítimo interesse de agir in executivis. O título executivo é o ato jurídico, e não o documento que o representa.
Titulo executivo judicial.
Os títulos executivos judiciais encontram-se, no CPC, enumerados no art. 515. Além deles, porém, há outros, os quais podem ser encontrados em outros dispositivos legais. É o caso, por exemplo, da decisão concessiva de tutela provisória, a qual não reconhece a exigibilidade de obrigação, uma vez que é fundada em cognição sumária e não exauriente, de modo que não lhe é possível certificara existência da obrigação exigível.
São eles enumerados do artigo 515 do CPC:
Decisões que reconhecem a exigibilidade da obrigação.
Decisão homologatória de autocomposição judicial.
Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza.
Decisão que adjudica quinhão sucessório.
Decisão judicial que aprova crédito de auxiliar de justiça.
Sentença penal condenatória transitada em julgado.
Sentença arbitral.
Decisão homologatória de sentença estrangeira e decisão concessiva de exequatur a carta rogatória para cumprimento de decisão interlocutória estrangeira. 
Títulos executivos extrajudiciais.
	Os títulos executivos extrajudiciais não são jurídicos estudados por outras áreas do Direito. Isto se diz por que tais títulos são atos contrato de seguro de vida, fenômeno estudado pelo Direito Civil, a que o Direito Processual Civil agrega eficácia executiva, transformando-os em títulos executivos.
São eles:
Letra de cambio, nota promissória, duplicata, cheque e debênture.
Confissão de divida constante de escritura publica, ou outro documento assinado pelo devedor.
Confissão de divida por documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas.
Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução.
Contrato de seguro de vida em caso de morte.
Credito decorrente de foro e laudêmio.
Inscrição no termo de divida ativa da fazenda publica.
Credito documentalmente comprovado, de aluguel de imóvel e de encargos acessórios da locação.
Credito referente às contribuições a condomínio edilício.
Credito de serventia notarial ou de registro, relativo à emolutamentos ou outras despesas devidas pelos atos por ela praticados.
Demais títulos que, por disposição expressa, recebem da lei eficácia executiva.
Liquidez, certeza e exigibilidade.
O próprio CDC estabelece estes três elementos para a validade do título executivo. “Art. 783 A execução para a cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.”
Obrigação certa é aquela que define os elementos objetivos e subjetivos da obrigação, isto é, quem é credor, que é o devedor, o que se deve, quanto se deve e quando se deve.
Obrigação exigível é aquela que não está sujeita a qualquer tipo de condição ou termo.
E a obrigação líquida é aquela quantificada ou, pelo menos, quantificável. Trata-se da possibilidade de verificação do valor da obrigação.
Inadimplemento.
 Para que ocorra a execução é preciso que tenha havido o não pagamento da obrigação.
O art. 786 disciplina o assunto em causa: “A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.”
 As partes têm obrigações recíprocas e o cumprimento de uma delas não pode ser exigida enquanto não implementada da outra. Assim, o executado poderá exonerar-se da obrigação depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz suspenderá a execução, não permitindoque o credor a receba, tal entendimento encontra-se no artigo 787 do CPC:
“Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo.”
Há duas hipóteses de inadimplemento: o absoluto e o relativo.
Inadimplemento absoluto são as obrigações específicas (obrigação de entrega de coisa, obrigação de fazer, ou não fazer) traz a impossibilidade da obrigação e a sua execução, torna a conversão em obrigação de pagar perdas e danos. E o inadimplemento relativo ou mora que configura que o inadimplemento não impossibilita o cumprimento da obrigação, pois permanece viável a execução em relação à própria obrigação inadimplida. Normalmente, a mora presume-se, basta o advento do termo ou implemento da condição para o cumprimento da obrigação sem que esse ocorra para que configure o inadimplemento. 
Competência para execução.
O julgamento do conflito de competência cabe, em regra, ao tribunal a que estejam vinculados os juízos em conflito. Assim, por exemplo, havendo conflito de competência entre juízos estaduais de Alagoas, seu julgamento caberá ao Tribunal de Justiça daquele Estado. Do mesmo modo, havendo conflito de competência entre um juízo federal de Pernambuco e outro do Rio Grande do Norte, a competência para julgar o incidente será do Tribunal Regional Federal da Quinta Região (art. 108, I, e, da Constituição da República).
Segundo os artigos que disciplinam o Código de Processo Civil:
A execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeito;
Tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles;
Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no local onde for encontrado ou no foro de domicílio;
Havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
A execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
 	É do Supremo Tribunal Federal a competência para julgar os conflitos de competência entre o STJ e qualquer outro tribunal, entre tribunais superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal (art. 201, I, o, da Constituição da República). É do Superior Tribunal de Justiça, ressalvados os casos de competência do STF, julgar conflitos de competência entre quaisquer tribunais, bem como entre tribunal e juízo a ele não vinculado ou entre juízos vinculados a tribunais diversos (art. 105, I, d, da Constituição da República).
Ação de Execução
A ação de execução é instruída pelo juiz, que formula o pedido de execução e os outros atos. Possui as mesmas características de uma ação de conhecimento: é pública, autônoma, abstrata, condicionada e independente.
Assim, tem-se que a ação de execução deve ser aplicada pela sanção da jurisdição, sendo que nenhuma alegação quanto à efetiva existência do direito a sanção possa ser feita no próprio processo de execução.
Cumulação de demandas executivas.
Segundo o artigo 780 “O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.” 
Tal regra é aplicável apenas ao processo autônomo de execução, e não ao cumprimento de sentença. 
Os requisitos necessários são: 
a) identidade do credor; 
b) identidade do devedor; 
c) o juiz deve deter competência absoluta para processar todos os pedidos executivos;
d) todos os pedidos devem ser submetidos à mesma forma de processo executivo, admite-se apenas a cumulação subjetiva quando o título faz menção a vários credores ou devedores.
 
CAPÍTULO 4. Partes e terceiros na execução, responsabilidade patrimonial.
 
Partes
O procedimento executivo terá um (ou mais de um) sujeito a ocupar posição ativa e, de outro lado, um (ou mais de um) sujeito a ocupar posição passiva. A quem ocupa posição ativa dá-se o nome de exequente. Quem ocupa posição passiva é chamado de executado. Tem legitimidade ativa para a execução aquele a quem a lei confere título executivo (art. 778). Assim, aquele que a sentença reconhece como credor, o credor apontado no cheque ou na nota promissória, aquele em favor de quem se confessa um crédito, entre outros, são legitimados ativos para a execução. E sua legitimidade ativa é originária. 
Outro legitimado ativo originário é o Ministério Público (art. 778, § 1°, I), nos casos previstos em lei. É o que se dá, por exemplo, com o reconhecimento de legitimidade ativa executiva do Ministério Público para a execução de sentença proferida em “ação civil pública” (art. 97, do CDC). 
Há, ainda, legitimados secundários (ou supervenientes): o espólio, os herdeiros ou sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito reconhecido no título executivo (art. 778,§ 1, II); o cessionário, quando o direito reconhecido no título executivo lhe tiver sido transferido por ato inter vivos (art. 778, § 1, III; arts. 286 a 298 do CC); o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou Convencional (arts. 346 e 347 do CC). Todos estes podem não só instaurar a execução, mas nela prosseguir em caso de morte do exequente original, não dependendo a sucessão processual de consentimento do executado (art. 778,§ 2°). 
Há também a legitimidade passiva (secundária ou superveniente): o espólio ou os sucessores do devedor original (art. 779, II); o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo (art. 779, III; art. 299 do CC); o fiador do débito constante de título executivo extrajudicial (art. 779, IV), mas não o fiador de débito representado por título judicial, salvo se tiver participado do processo de conhecimento (art. 513, § 5°) o responsável titular do bem vinculado por garantia real (hipoteca, penhor, anticrese) ao pagamento do débito (art. 779, V); ou o responsável tributário, assim definido em lei (art. 779, VI; art. 121, parágrafo único, II, do CTN). Contra todos eles pode a execução instaurar-se ou passar a se desenvolver (ingressando o legitimado secundário no processo por sucessão processual).
Responsabilidade patrimonial. 
A atividade executiva é essencialmente patrimonial. Significa isto dizer que os atos executivos incidem sobre bens do executado, e não sobre seu corpo (com a única exceção da prisão civil do devedor de alimentos, constitucionalmente autorizada). 
Chama-se responsabilidade patrimonial à sujeitabilidade de bens à execução, de modo que os bens sobre os quais tal responsabilidade incide ficam sujeitos a suportar atos executivos, podendo vir a ser usados para a satisfação do crédito exequendo. 
 Por conta disso, estabelece o art. 789 que o executado responde “com todos os seus bens presentes e futuros” pelo pagamento do débito, excluídos apenas aqueles bens que a lei ressalve, declarando como não sujeitos à execução (os chamados bens impenhoráveis).
Ficam, porém, sujeitos à execução outros bens que não pertencem ao executado. É o caso, por exemplo, dos bens “do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória” (art. 790, I). É que, condenado o devedor a entregar um bem determinado ao credor, e se constatando que o aludido bem não se encontra mais com o devedor, tendo sido alienado a um terceiro, sucessor a título singular, é preciso reconhecer a possibilidade de buscar-se o bem no patrimônio do adquirente. 
Também ficam sujeitos à execução os bens “do sócio, nos termos da lei” (art. 790, II). É que há casos em que o patrimônio do sócio responde pelas obrigações da sociedade. É o caso das sociedades em nome coletivo, por exemplo, em que os sócios, necessariamente pessoas naturais, respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigaçõessociais (art. 1.039 do CC). Os bens do devedor ficam sujeitos à execução ainda quando estejam em poder de terceiros (art. 790, III), como se dá, por exemplo, no caso de bem móvel do devedor que esteja empenhado (art. 1.431 do CC).
Também, ficam ainda sujeitos à execução os bens de cônjuge ou companheiro, nos casos em que os seus bens, próprios ou da meação, respondem pela dívida (art. 790, IV), o que acontece quando esta tenha sido contraída a benefício da família. 
Sujeitam-se à execução, também, os bens do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica (art. 790, VII). A desconsideração da personalidade jurídica só poderá ocorrer após observado procedimento em que, garantido o prévio e efetivo contraditório, se tenha dado àquele cujo patrimônio se quer alcançar a possibilidade de debater se seria ou não o caso de se promover a desconsideração. Impende, portanto, que se observem as normas que disciplinam o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 
Por fim, respondem pela execução bens que tenham sido retirados fraudulentamente do patrimônio do executado, ou sobre os quais se tenha fraudulentamente constituído um 
gravame (art. 790, V e VI). São os casos de fraude contra credores e de fraude à execução.
CAPÍTULO 5. Princípios da execução. 
Princípio da autonomia da execução.
A execução rege-se pelo princípio de sua autonomia estrutural, ou seja, corre um processo próprio e autônomo.
Princípio do título
Para que o bem seja executado é necessário a prévia existência de um título executivo
(arts. 786, 783, 803, I) seja na fase de cumprimento de sentença (art. 784). 
Não há necessidade de haver um título executivo que caiba a parte apresentar como substrato de seu requerimento a execução, pois tal requerimento não tem vez. Título nesta situação estaria apenas para atuar executivamente de oficio, o juiz teve antes de atuar cognitivamente.
Princípio da realidade da execução e da responsabilidade patrimonial
Segundo este princípio, normalmente a execução reca sobre o patrimônio do executado e não à pessoa, mas há exceções, como é o caso da remoção com uso de força do bem imóvel. Há também, a possibilidade de prisão civil pelo não pagamento de pensão alimentícia.
Princípio do menor sacrifício do executado
Segundo o artigo 805 “Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.”
Assim, deve-se buscar a solução que menos prejudique o devedor.
Podemos citar alguns dispositivos do Código que tratam do assunto:	
- O devedor pode pedir a substituição do bem penhorado por outro. “No prazo de 10 dias depois de intimado da penhora, desde que prove que não trará prejuízos ao credor e será menos oneroso para ele.”, conforme o artigo 847;
- O direito do devedor requerer a substituição do bem penhorado fora do prazo. “A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.”, conforme artigo 848, parágrafo único;
- O devedor ficar como depositário dos bens penhorados.
 	-Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos de difícil remoção ou quando anuir o exequente, conforme artigo 840, parágrafo 2°;
- Proibição de arrematação de bens do devedor por preço vil. “Não será aceito lance que ofereça preço vil.”, conforme artigo 891;
- Impenhorabilidade de determinado bens do devedor, conforme artigos 833, 834;
- Possibilidade do executado requerer no prazo para embargos, o pagamento em até seis parcelas mensais, como deposito inicial de trinta por cento do valor do debito, conforme artigo 916.
Principio da disponibilidade da execução.
Segundo determina o artigo 789, busca-se com a execução a satisfação do crédito. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva (art.775). Entretanto, como disciplina o artigo 778, parágrafo 1° “Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.” “Inciso III: O cessionário quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato inter vivos.”
CAPÍTULO 14. Execução para entrega de coisa.
Execução para a entrega da coisa.
Quando se trata de execução para entrega de coisa certa, fundada em título executivo extrajudicial, a demanda deve ser proposta por petição inicial que deverá preencher os requisitos estabelecidos pelos artigos 77, V, 319, 320 e 798. Estando corretamente elaborada a petição inicial, será determinada a citação do executado para, no prazo de quinze dias, satisfazer a obrigação, entregando a coisa devida (art. 806). Do mandado de citação constará, desde logo, a ordem para imissão na posse (caso a coisa a ser entregue seja imóvel) ou busca e apreensão (no caso de se tratar de bem móvel), cujo cumprimento se dará de imediato se o executado não promover a entrega da coisa no prazo (art. 806, § 2°). 
No caso de o executado entregar a coisa, será lavrado termo de entrega, sendo considerada satisfeita a obrigação. A execução, neste caso, só prosseguirá para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver (art. 807).
Coisa alienada a terceiro
Verificando-se que foi alienada a coisa a ser entregue quando já era litigiosa, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido depois de depositá-la em juízo (art. 808). Isto decorre do fato de que os bens do adquirente respondem pela execução quando esta é fundada em direito real ou em obrigação reipersecutória (art. 790, I).
Se a coisa se tiver deteriorado, não for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente, o exequente terá o direito de receber perdas e danos, além do próprio valor da coisa (art. 809).
Conversão em execução genérica 
O credor poderá receber a obrigação pecuniária no lugar do bem nas seguintes situações: 
(a) quando a coisa não lhe é entregue; 
(b) quando a coisa deteriorou-se;
 	(c) quando a coisa não é encontrada;
 	(d) quando o credor não pretende que a atividade executória se volte contra terceiro que adquiriu a coisa.
Se no título constar o valor da coisa, este que deverá ser cumprido. O credor deverá apresentar para demonstrativo e para avaliação da coisa, podendo haver perdas e danos e em seguida sua liquidação pelo que rege o artigo 809, parágrafo 2° “Serão apurados o valor da coisa e os prejuízos”.
E ainda, segundo o artigo 809, parágrafo 1°, o credor deverá apresentar sua estimativa: “Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial.” 
Benfeitorias indenizáveis 
Assim, disciplina o CPC, caso tenham sido realizadas no bem a ser entregue benfeitorias indenizáveis feitas pelo executado ou por terceiros de cujo poder ela tenha sido retirada, a liquidação prévia é obrigatória (art. 810), a fim de se verificar o valor a ser pago a título de indenização pelas benfeitorias.
Constatada a existência de saldo em favor do executado ou de terceiros, o exequente o depositará para poder haver a coisa (art. 810, parágrafo único, I). Já no caso de haver saldo em favor do exequente, este poderá cobrá-los nos autos do mesmo processo (art. 810, parágrafo único, II).
Obrigação de coisa incerta.
 A expressão “coisa incerta” indica que a obrigação tem objeto indeterminado, mas não totalmente, porque deve ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. É, portanto, indeterminada, mas determinável. Falta apenas determinar sua qualidade. 
 Assim, disciplina o artigo 811 do CPC:
 “Quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber a escolha.”
O executado será citado para entregar a coisa individualizada no prazo de 15 dias. (artigos 806 e 813).
CAPÍTULO 13: Obrigação de fazer e não fazer.No processo de execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundado em título executivo extrajudicial, o juiz ao despachar positivamente a petição inicial fixará multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida (astreinte).
Caso o valor da multa esteja previsto no título executivo, mas seja excessivo, terá o juiz o poder de reduzi-lo (art. 814, caput e parágrafo único). “Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título extrajudicial, ao despachar à inicial, o juiz fixará multa por período de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida.”
Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título e for excessivo, o juiz poderá reduzi-lo.
Quando o objeto da execução por título extrajudicial for uma obrigação de fazer, o processo se instaurará através do ajuizamento de uma petição inicial. Tendo este preenchido todos os seus requisitos, o juiz determinará a citação do executado para satisfazê-la no prazo que o juiz
assinar, se outro não estiver previsto no título executivo.
	Optando o exequente por ver realizada a prestação (fungível) por terceiro, deverá requerer ao juiz que autorize o terceiro a satisfazê-la à custa do executado art. 817 “Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro, é lícito ao juiz autorizar, a requerimento do exequente, que aquele a satisfaça à custa do executado.” Caberá ao juiz, então, aprovar uma proposta de terceiro, o que só poderá fazer depois de ouvir as partes.
Aprovada a proposta, incumbirá ao exequente adiantar os valores necessários para o pagamento do terceiro.
Realizado o serviço pelo terceiro, o juiz ouvirá as partes no prazo de dez dias e, não havendo impugnação, considerará satisfeito o direito do exequente art. 818 “Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 (dez) dias e, não havendo impugnação, considerará satisfeita a obrigação. Parágrafo único. Caso haja impugnação, o juiz a decidirá.” 
Verificando o juízo da execução que o terceiro contratado não realizou a prestação no prazo, ou que o fez de modo incompleto ou defeituoso, poderá o exequente requerer ao juiz, no prazo de quinze dias, que o autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do terceiro contratado art. 819 “Se o terceiro contratado não realizar a prestação no prazo ou se o fizer de modo incompleto ou defeituoso, poderá o exequente requerer ao juiz, no prazo de 15 (quinze) dias, que o autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do contratante.” O juiz, então, ouvirá o terceiro contratado no prazo de quinze dias, em seguida mandará avaliar o custo das despesas necessárias.
Concluída a atividade necessária para a realização da prestação por terceiro, o exequente poderá, então e finalmente prosseguir na execução (agora convertida em execução por quantia certa) contra o devedor, para dele obter o valor que teve de pagar ao terceiro contratado.
Sendo infungível a prestação, e só sendo possível, portanto, que a obrigação seja realizada por ato do próprio devedor, poderá o exequente requerer ao juiz que estipule um prazo para seu cumprimento sob pena de multa art. 821 “Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la.”
Obrigação de não fazer
No que diz respeito à assim chamada “execução das obrigações de não fazer”, impende fazer uma consideração. É que não existe mora nas obrigações de não fazer. Afinal, como são obrigações negativas, não há como se cogitar de atraso no descumprimento. O que pode haver é o inadimplemento, o qual ocorrerá quando o devedor praticar o ato que estava obrigado a se abster de realizar. Será, então, o caso de se buscar, através do processo judicial, o desfazimento daquilo que não poderia ter sido feito, estabelece o art. 822 “Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava obrigado por lei ou por contrato, o exequente requererá ao juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo.”
CAPITULO 7. Execução por quantia certa.
	O procedimento padrão da execução por quantia certa se inicia como não poderia deixar de ser, pelo ajuizamento de uma petição inicial.
Esta petição deverá vir instruída com o título executivo extrajudicial art. 798, I, a “Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - instruir a petição inicial com: a) o título executivo extrajudicial”, e com demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da demanda executiva art. 798, I, b “O demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa.” Este demonstrativo deverá indicar o índice de correção monetária adotado, a taxa de juros aplicada, os termos iniciais e finais de incidência dos índices de correção monetária e da taxa de juros, a periodicidade da capitalização de juros, e a especificação dos descontos obrigatórios realizados, como seria o caso do desconto de imposto de renda retido na fonte art. 798, parágrafo único. O juiz proferirá despacho liminar positivo, determinando a citação do executado. Neste pronunciamento serão fixados, desde logo, honorários advocatícios, os quais serão invariavelmente de dez por cento sobre o valor da execução, a serem pagos pelo executado art.827 “Ao despachar à inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.”
	Proferido este despacho liminar positivo, poderá o exequente obter certidão de que a execução foi admitida pelo juízo, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos à penhora, arresto ou indisponibilidade art. 828 “O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.”
Citação.
	O executado será citado para, no prazo de três dias (contado da citação, nos termos do art. 829 “O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação.” O que afasta a incidência das regras previstas no (art. 231), efetuar o pagamento da dívida exequenda. 
	A citação será feita, preferencialmente, por oficial de justiça. Isto não é expresso no texto do CPC, que, a rigor, sequer veda a citação postal nos processos executivos (art. 247), mas o art. 830 é expresso em atribuir incumbências ao oficial de justiça que não consegue efetivar desde logo a citação, o que demonstra que é ao oficial de justiça que incumbe à diligência de citação. Citado o executado, caso o pagamento seja inteiramente efetuado dentro desse prazo de três dias, o valor dos honorários ficará automaticamente reduzido à metade, art. 827, §1º “No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade.” Não efetuado o pagamento no prazo, prosseguirá o procedimento executivo, motivo pelo qual do mandado de citação constarão, também,
a ordem de penhora e a avaliação art. 829 §1º “Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação do executado.”
	Pode acontecer de o oficial de justiça não encontrar o executado. Neste caso, deverá proceder ao arresto de tantos bens quantos bastem para garantir a execução art. 830 “Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução.”
Arresto.
	O arresto é uma medida executiva e não cautelar, motivo pelo qual deve-se evitar confusões, na verdade, uma antecipação de penhora. A conversão do arresto em penhora se dá de pleno direito, independentemente de lavratura de qualquer termo, e os efeitos da penhora retroagirão à data do arresto. Não tendo sido encontrado o executado para citação, e efetivado pelo oficialde justiça o arresto. Não tendo sido encontrado o executado para citação, e efetivado pelo oficial de justiça o arresto, faz-se necessária a realização de novas diligências, pelo próprio oficial de justiça, que deverá, nos dez dias seguintes, procurar o executado por mais duas vezes, em dias distintos.
Havendo suspeita de ocultação, o oficial de justiça promoverá a citação com hora certa art. 830, § 1º “Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.” 
Não sendo possível a realização da citação pessoal, e não sendo caso de se efetivar a citação com hora certa, deverá o exequente requerer a citação do executado por edital art.830, § 2º “Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma vez frustradas a pessoal e a com hora certa.”
Penhora.
	Penhora é o ato de apreensão judicial dos bens que serão empregados, direta ou indiretamente, na satisfação do crédito exequendo.
	A penhora produz efeitos de duas ordens: processuais e materiais.
O primeiro efeito processual da penhora é garantir o juízo
O segundo efeito processual da penhora é o de individualizar os bens que suportarão a atividade executiva. Como já se viu em passagem anterior deste trabalho, o executado responde pelo cumprimento da obrigação com todos os seus bens.
O terceiro e último efeito processual da penhora é gerar, para o exequente, direito de preferência. É que pode acontecer de incidirem, sobre o mesmo bem, duas ou mais penhoras.
A penhora deverá recair sobre tantos bens (penhoráveis, claro) quantos bastem para garantir o pagamento integral do débito exequendo atualizado, acrescido de juros, das despesas processuais e dos honorários advocatícios art. 831. Por conta disso, é expressa a lei processual ao estabelecer que não se fará a penhora quando for evidente que o valor que poderá ser obtido com a expropriação dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução art. 836.
Deve a penhora, preferencialmente, observar a ordem prevista no art. 835. Perceba-se, porém, que é prioritária a penhora de dinheiro, art. 835§1º “É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.” Somente sendo possível alterar a ordem prevista no caput do art. 835 em relação aos demais bens, o que levará em conta as circunstâncias do caso concreto.
Tratando-se de execução de crédito garantido por algum “ônus real” (como a hipoteca ou o penhor, por exemplo), porém, a penhora recairá, obrigatoriamente, sobre a coisa dada em garantia e, se esta pertencer a terceiro, será ele também intimado da penhora art. 835, §3º “Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora.”
	A penhora é realizada mediante a lavratura de um auto ou de um termo, que deverá conter a indicação do dia, mês, ano e lugar em que a apreensão foi feita; os nomes do exequente e do executado; a descrição do bem penhorado, com suas características e a nomeação do depositário dos bens art. 838 “A penhora será realizada mediante auto ou termo.”
	No caso de penhora de móveis, semoventes, imóveis urbanos deverão o bem ficar preferencialmente, sob a guarda de depositário judicial art. 840, II “os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisitivos sobre imóveis urbanos, em poder do depositário judicial.”
	Imóveis rurais máquinas, utensílios e instrumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, desde que prestada caução idônea, ficarão depositados com o executado art. 840, III
	Seja lá qual for o bem, porém, será possível nomear-se depositário o executado quando se tratar de bem de difícil remoção ou se com tal nomeação concordar o exequente art. 840, §2º. 
	Formalizada a penhora, dela será imediatamente intimado o executado art. 841. Essa
intimação será feita na pessoa do advogado do executado ou à sociedade de advogados que ele integre art. 841, §1º. Caso o bem penhorado seja imóvel (ou algum direito real sobre imóvel) e o executado seja casado, deverá ser intimado também seu cônjuge, salvo se o regime do casamento for o da separação absoluta de bens art. 842.
	Recaindo a penhora sobre bem gravado por penhor, hipoteca anticrese ou alienação fiduciária, deverá ser intimado, também, o credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário art. 799, I.
Modificações da penhora.
	Intimado o executado da penhora, dispõe ele do prazo de dez dias para requerer a substituição do bem penhorado, devendo para tanto comprovar que a substituição lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente art. 847. Qualquer que tenha sido o bem indicado em substituição, o executado tem o ônus de lhe atribuir valor, especificando os ônus e encargos a que esteja sujeito art. 847, § 1º, V.
Além disso, a penhora sempre poderá ser substituída por dinheiro, a que se equiparam a fiança bancária e o seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da petição inicial acrescido de trinta por cento art. 835, §2º, por fim, caso se verifique, no curso do processo, que o valor de mercado dos bens penhorados sofreu alteração significativa, poderá ser deferida a substituição. Ocorrendo a substituição da penhora, será lavado novo termo, conforme disposto no art. 849.
Penhora de frutos e rendimentos
	Ordenada a penhora de frutos e rendimentos, será nomeado pelo juiz um administrador-depositário, o qual será investido de todos os poderes concernentes administração do bem e ao gozo de seus frutos e utilidades, perdendo o executado a faculdade de fruir do bem até que o exequente seja pago do principal atualizado, acrescido de juros, custas e honorários advocatícios art. 868.
A nomeação do administrador-depositário pode recair sobre o exequente ou o executado, desde que com isso concorde a parte contrária.
Não havendo acordo, será nomeado profissional qualificado para o desempenho da função art. 869. O administrador submeterá à aprovação judicial a forma de administração e a de prestar contas art.869, §1º “O administrador submeterá à aprovação judicial a forma de administração e a de prestar contas periodicamente.”
A penhora de frutos e rendimentos de bens será eficaz perante terceiros a partir da publicação da decisão que a conceda. No caso de penhora de frutos e rendimentos de imóvel alugado, o inquilino pagará o aluguel diretamente ao exequente, salvo se houver administrador art. 869, §3º. Não estando alugado o bem (móvel ou imóvel), o exequente ou o administrador poderá celebrar contrato de locação, ouvido previamente o executado art. 869,§4º. As quantias recebidas pelo administrador serão entregues ao exequente, a fim de serem imputadas ao pagamento da dívida art. 869, §5º. 
Avaliação.
	A avaliação é encargo do oficial de justiça art. 870, salvo se forem necessários conhecimentos especializados e o valor da execução comporte caso em que será nomeado um avaliador, com prazo não superior a dez dias para entregar o laudo. O oficial de justiça, para realizar a avaliação, realizará uma vistoria e elaborará um laudo, tudo devendo constar de documentos a serem anexados ao auto de penhora, em cão de pericia, será realizado por avaliador e o laudo apresentado no prazo e assinado pelo juiz. Em ambos os
Casos, será preciso especificar os bens avaliados, com suas características.
	Deve-se realizar só uma avaliação de cada bem penhorado. Admite-se, porém, e em caráter excepcional, a realização de segunda avaliação art. 872. Feita a avaliação do bem penhora, deverá o juiz ouvir sobre ela as partes.
Expropriação dos bens
	Realizada a avaliação dos bens penhorados, é chegado o momento de praticar os atos de expropriação.
Através dos atos expropriatórios se fará com que o executado perca a propriedade (ou outrodireito) que tem sobre o bem penhorado lhe seja retirado, independentemente de sua vontade, por força da atuação estatal, claro que nãos e fará aqui a venda dos bens penhorados. Há três técnicas expropriatórias previstas no CPC: adjudicação, alienação (que pode ser por iniciativa particular ou por leilão judicial) e expropriação de frutos e rendimentos do bem penhorado (art. 825).
Adjudicação. 
	Consiste na retirada do bem penhorado do patrimônio do executado para que seja ele transferido para o patrimônio do exequente, que o recebe em pagamento da dívida. Só pode ela ocorrer mediante requerimento do exequente, que deverá oferecer pelo bem penhorado preço não inferior ao da avaliação art. 876. Requerida a adjudicação, o executado será intimado para se manifestar. A intimação será feita pelo diário oficial se o executado tiver
advogado constituído nos autos, por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou se não tiver advogado constituído, ou por meio eletrônico, quando, tratando-se de pessoa jurídica que não seja microempresa ou empresa de pequeno porte, não tiver advogado constituído nos autos art. 876, § 1º, III. Caso o executado tenha sido citado por edital e não tenha constituído advogado, sua intimação é dispensável art. 876, §3º. Caso o valor do crédito seja inferior ao da dívida exequenda, o exequente depositará de imediato a diferença, que ficará à disposição do executado.
	Algumas outras pessoas são legitimadas a adjudicar os bens penhorados, pagando preço não inferior ao da avaliação.
O primeiro legitimado é o co-proprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada a fração ideal art. 876, §5º. São também legitimados a adjudicar os titulares dos direitos reais de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora incidir sobre a nua-propriedade. Também têm legitimidade para adjudicar o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora anteriormente averbada, quando a penhora recair sobre bens com tais gravames, caso não seja o credor, de qualquer modo, parte na execução. 
Aperfeiçoada a adjudicação, serão expedidos a carta de adjudicação, que será apresentada no cartório de imóveis, e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de adjudicação de bem imóvel. No caso de bem móvel, bastará expedir mandado de entrega da coisa ao adjudicatário art. 877, § 1º, I e II.
A carta de adjudicação conterá a descrição do bem, com a indicação de sua matrícula e registros, além da cópia do auto de adjudicação e a prova da quitação do imposto de transmissão.
Alienação
	Existem dois modos de alienar bens penhorados (art. 879): por iniciativa particular e em leilão judicial (que pode ser eletrônico ou presencial).
A alienação por iniciativa particular pode ocorrer mediante requerimento do exequente, cabendo a ele próprio promover a alienação, podendo o encargo ser atribuído a um corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário (art. 880). Não havendo corretor ou leiloeiro público credenciado no lugar em que tramita o processo, a indicação do profissional que atuará será de livre escolha do exequente art. 880, § 4º, o juiz fixará um prazo para que ela seja promovida, devendo definir também a forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garantias e, se for o caso, a comissão a ser paga ao corretor ou leiloeiro art. 840, §1º.
A alienação por iniciativa particular será formalizada por termo nos autos, o qual deverá ser assinado pelo juiz, pelo exequente, pelo adquirente e, se estiver presente, pelo executado. Não tendo havido adjudicação nem alienação por iniciativa particular, será o caso de se tentar realizar a alienação em leilão judicial art. 881.
Há uma clara preferência pela alienação por iniciativa particular, em detrimento da que se realiza em leilão judicial. E não é difícil entender as razões para isso. É que na alienação realizada em leilão judicial há uma grande probabilidade de que o bem penhorado seja expropriado por preço inferior à avaliação, autorizado expressamente pelo art. 891, parágrafo único. O leilão judicial será realizado, preferencialmente, por meio eletrônico, só podendo ser presencial quando sua efetivação eletrônica não for possível art. 882.
Já o leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz da execução art. 882, §3º. Em qualquer caso, o leiloeiro público responsável pelo leilão judicial será nomeado pelo juiz. Admite-se, porém, que o exequente indique um leiloeiro público de sua confiança art. 883. É atribuição do leiloeiro assegurar a mais ampla publicidade ao procedimento do leilão art. 887, sendo obrigatória a publicação do edital pelo menos cinco dias antes da data marcada para o leilão presencial ou para o início do leilão eletrônico (art. 887, § 1o). O edital deve ser publicado na internet, indicado o site pelo juízo, e conterá descrição detalhada e, se possível, ilustrada, dos bens a serem leiloados.
Além do edital destinado a dar publicidade ao leilão judicial, algumas pessoas têm o direito de serem intimadas pessoalmente, com pelo menos cinco dias de antecedência, da sua realização (art. 889); são elas: o executado; o coproprietario; o titular de usufruto; o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfície; o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora anteriormente averbada.
O preço mínimo fixado pelo juiz para a arrematação é o preço mais barato pelo qual se pode arrematar o bem em leilão público. Não se admitirá, pois, lanço inferior ao preço mínimo. Pertencendo o bem imóvel levado a leilão a pessoa incapaz, será preciso que ele alcance, no leilão, pelo menos oitenta por cento do valor da avaliação. Caso contrário, o juiz o confiará à guarda e administração de depositário, adiando a alienação por prazo não superior a um ano art. 896.
Aquele que fizer o maior lanço arrematará o bem, devendo o pagamento ser feito de imediato, através de depósito judicial ou por meio eletrônico. Pode o juiz, porém, estabelecer alguma outra forma de pagamento que se aceite.
Arrematado o bem, o arrematante ou seu fiador terá de pagar o preço no prazo estabelecido pelo juiz e, caso não o faça, será imposta sanção consistente na perda da caução que tenha sido prestada, em favor do exequente, voltando os bens a novo leilão, em que não será admitida a participação daquele arrematante ou de seu fiador (art. 897).
A carta de arrematação conterá a descrição do imóvel, com referência à sua matrícula ou individuação e aos seus registros, a cópia do auto de arrematação e a prova do pagamento do imposto de transmissão, além da indicação da existência de eventual ônus real ou gravame art.901, § 2º.
Execução de alimentos
		O processo da execução de alimentos fundada em título extrajudicial se instaura, evidentemente, pelo ajuizamento de uma petição inicial, a qual deverá conter todos os requisitos de qualquer petição inicial de execução por quantia certa. Estando a petição inicial corretamente elaborada, o juiz mandará citar o executado para que, no prazo de três dias, efetue o pagamento das parcelas vencidas antes da instauração do processo e também das que se vencerem no seu curso. No mesmo prazo, porém, será lícito ao executado provar que tais parcelas já estavam pagas ou apresentar justificativa acerca da impossibilidade de efetuar o pagamento art. 911.
Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento e será aceita pelo juiz.
De todo modo, sempre será possível ao exequente que não pretenda ver o executado correr o risco de ser preso a possibilidade de postular.
a execução pelo procedimento padrão, abrindo mão deste procedimento especial que foi criado em seu favor, caso em que se observará o disposto nos arts. 824 e seguintes. Neste caso, porém, se a penhora recair sobre dinheiro, eventual concessão de efeito suspensivo aos embargosdo executado não impedirá que o exequente levante, mensalmente, a importância das prestações que forem se vencendo art.913
Bibliografia:
CAMARA, Alexandre Freitas, O novo processo civil brasileiro / Alexandre Freitas Câmara. – 2. ed. – São Paulo: Atlas, 2016.

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