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Consolidação de Fraturas

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AULA 03: FRATURAS 
Fisioterapia em ortopedia e traumatologia 
FISIOTERAPIA EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA 
Aula 03: Fraturas 
AULA 03: FRATURAS 
Fisioterapia em ortopedia e traumatologia 
Objetivos dessa aula 
1. Processo de consolidação; 
2. Biomecânica das Fraturas e da Consolidação óssea; 
3. Método de tratamento das Fraturas; 
4. Complicações das Fraturas. 
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Processo de consolidação das Fraturas 
Fratura é um processo puramente mecânico, mas inicia reações biológicas importantes, como a reabsorção 
óssea e a formação de osso (calo). 
 
 Consolidação óssea primária e secundária. 
 
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Consolidação óssea primária 
• Esse tipo de consolidação ocorre com o contato direto e 
íntimo entre os ossos fraturados; 
• É necessário existir uma compressão, a fim de unir a 
fratura; 
• A consolidação óssea primária do osso cortical é lenta. 
Isso faz com que as lacunas no local da fratura não 
fiquem unidas. Nesse caso, existe a necessidade de uma 
fixação rígida por compressão; 
• Um bom exemplo é as placas de fixação rígida que 
impedem qualquer tipo de movimento; 
• A estabilidade absoluta diminui a tensão no local da 
fratura a ponto de permitir a cicatrização direta sem um 
calo visível; 
• O processo de consolidação depende basicamente da 
reabsorção osteoclástica do osso, seguida pela formação 
osteoblástica de osso novo (HOPPENFELD S., 2001). 
Fonte: Hoopenfeld S., 2001 
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Consolidação óssea primária 
A pré-carga compressiva mantém o contato íntimo 
entre dois fragmentos, desde que a compressão no 
local da fratura exceda as forças de tração que agem 
na extremidades dos fragmentos 
Fonte: Princípios AO do tratamento das fraturas, 2000. 
• Aspectos básicos de mecânica 
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Consolidação óssea primária 
Se a quantidade de fricção for maior do que a força 
que tende a deslocar a fratura ao longo do seu plano, 
a estabilidade absoluta será mantida. 
Fonte: Princípios AO do tratamento das fraturas, 2000. 
• Produção de fricção 
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Consolidação óssea secundária 
• A consolidação óssea secundária consiste de mineralização e substituição por osso de uma matriz 
cartilaginosa com um aspecto, na imagem radiológica, característico de formação de calo ósseo 
(HOPPENFELD S., 2001); 
• Permite micromovimentos no local da fratura; 
• Formação osteoblástica; 
• Aparecimento precoce de calo ósseo; 
• Esse é o tipo mais comum de consolidação óssea. Ex: haste intramedular de Künstscher. 
 
O processo desse tipo de consolidação segue uma sequência: 
1. Fase inflamatória; 
2. Fase reparativa; 
3. Fase de remodelação. 
 
Veremos a seguir cada fase. 
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Consolidação óssea secundária 
• O agente traumatizante produz uma força de cisalhamento pela linha fisária com formação de 
hematoma e de exsudado inflamatório; 
• De 1 a 7 dias após a fratura; 
• Com presença de cartilagem ou de osso; 
• Vasodilatação e hiperemia nas partes moles; 
• Presença de neutrófilos, macrófagos e fibroblastos; 
• Presença de fibrilas de reticulina e colágeno; 
• Presença de osteoclastos. 
• Fase de inflamação 
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Consolidação óssea secundária 
• Pode durar vários meses; 
• Essa fase é caracterizada pela diferenciação de células mesenquimatosas pluripontentes; 
• Três semanas após a fratura, em 40% de todo o processo não existe processo inflamatório; 
• Ocorre aumento da vascularização e neocrescimento para dentro do calo da fratura, com presença de 
tecido fibroso. 
• Fase reparativa ou Calo Mole 
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Consolidação óssea secundária 
• Esse estágio começa quando as extremidades da fratura estiverem unidas pelo calo mole; 
• O estágio do calo duro estende-se até que os fragmentos estejam bem firmes e unidos por 
neoformação óssea (3 a 4 meses); 
• A substituição do calo mole por calo duro acontece por ossificação endocondral e formação óssea 
intramembranosa (Princípios AO do tratamento das fraturas, 2001). 
• Fase do calo duro 
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Consolidação óssea secundária 
• Nessa fase, a remodelação do osso pode levar meses ou anos para se completar; 
• Consiste em atividades osteoblásticas e osteoclásticas que resultam na substituição do osso reticulado 
desorganizado e imaturo por osso lamelar, organizado e maturo, aumentado a estabilidade do local 
que sofreu a fratura (HOPPENFELD S. 2000). 
 
Obs: 
A consolidação de uma fratura pode, na verdade, não ser absolutamente um processo de consolidação, 
mas, ao invés, um processo de regeneração (BRIGTON, 1984). 
 
• Fase de Remodelação 
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Processo de consolidação das fraturas: 
 Estabilidade; 
 
 Aumento da resistência no local da fratura (Princípios AO do Tratamento de Fraturas, 2000). 
• Vantagens do calo ósseo 
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Processo de consolidação das fraturas: 
 Bloqueio articular; 
 
 Deformidades ósseas; 
 
 Compressão de estruturas vasculonervosa (Princípios AO do Tratamento de Fraturas, 2000). 
• Desvantagens do Calo ósseo 
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Biomecânica das fraturas e da consolidação óssea 
 A fratura de um osso, na maioria das vezes, produz uma situação completamente instável; 
 
 Contrapondo essa afirmativa, o mesmo não acontece nas fraturas metafisárias impactadas; 
 
 As fraturas não deslocadas, com periósteo intacto, bem como as fraturas por abdução da extremidade 
proximal do colo femoral e as fraturas em “galho verde” são relativamente estáveis (Princípios AO do 
tratamento das fraturas, 2001) 
• Mecânica 
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Biomecânica das fraturas e da consolidação óssea 
Do ponto de vista mecânico, o osso pode ser examinado levando em consideração dois níveis: 
 
• No primeiro nível, o osso pode ser visto como um material com propriedades mecânicas que são 
passíveis de verificação em laboratórios; 
• Isso quer dizer que pode-se medir a quantidade de deformação sob cargas, podemos medir a 
velocidade e o mecanismo com o que é capaz de suportar até a sua falha 
 
(Traumatismo do sistema Musculoesquelético, John A. Hipp & Wilson C. Hayes, 2000). 
 
• Mecânica 
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Biomecânica das fraturas e da consolidação óssea 
• Levando em consideração os vários modos de 
carregamento que ocorrem nos ossos inteiros, podem 
resultar em padrões de fratura característicos; 
• Quando um osso é carregado em tensão, o osso 
diafisário normalmente fratura devido as tensões de 
tração ao longo de um plano, que é aproximadamente 
perpendicular à direção de carregamento; 
• Quando carregado em compressão, o osso irá falhar ao 
longo de planos que são oblíquos ao eixo longo do osso; 
• Quando o osso é submetido à flexão, altos esforços de 
tração irão se desenvolver no lado convexo, enquanto 
altos esforços de compressão irão se desenvolver no 
lado côncavo. 
 (Traumatismo do sistema Musculoesquelético, John A. Hipp, 
& Wilson C. Hayes, 2000). 
• Mecânica 
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Biomecânica das fraturase da consolidação óssea 
• Uma superfície transversa de fratura ocorre no lado 
da tração, enquanto uma superfície oblíqua de 
fratura é encontrada no lado compressivo; 
• Duas superfícies de fratura ocorrem comumente no 
lado compressivo, criando uma cunha solta de osso 
que, às vezes, é chamada de fragmento de borboleta 
(Traumatismo do sistema Musculoesquelético, John 
A. Hipp, & Wilson C. Hayes, 2000). 
 
 (Traumatismo do sistema Musculoesquelético, John A. Hipp, 
& Wilson C. Hayes, 2000). 
• Mecânica 
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Biomecânica das fraturas e da consolidação óssea 
• Outros padrões de carregamento traumático podem 
levar o osso a uma combinação de carregamento 
axial, de flexão e torcional, que pode mudar os 
relatados anteriormente; 
• O osso também pode sofrer fratura decorrente de 
uma única carga que é maior do que sua capacidade 
de sustentação (carga de falha final); 
• Cargas repetidas também podem levar o osso a 
fadigar e, ocasionalmente, à fratura. 
 
 (Traumatismo do sistema Musculoesquelético, John A. Hipp, 
& Wilson C. Hayes, 2000). 
• Mecânica 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Fratura sem estabilização 
 
A natureza tenta estabilizar 
 
Como isso acontece? 
 
Pela contração muscular 
 
Pelo hematoma e edema 
 
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ras, 2001. 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Fratura com tratamento conservador 
 
Tração 
 
A figura mostra que a força redutora da fratura, 
perpendicular ao eixo longo, diminui com o alinhamento. 
 
Assim, a mobilidade ampla é reduzida, enquanto o 
micromovimento persiste (a/b c) à estabilização da 
fratura com gesso, agindo como um tutor, reduzindo a 
mobilidade sem eliminá-la. O gesso é um tutor muito 
rígido. 
 
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Métodos de tratamento das fraturas 
 Fonte: Hoppenfeld S., 2000. 
• Fratura com tratamento conservador 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Muitas técnicas hoje estão disponíveis para o tratamento das fraturas esqueléticas. 
 
O cirurgião, dependendo da sua experiência, tem uma quantidade imensa de material a sua escolha. 
 
Porém, um fator que é de grande importância e que não pode ser esquecido em todas as fraturas é a 
necessidade de suficiente estabilidade para alcançar a consolidação da fratura. 
• Método de fixação 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Método de fixação: fixação interna 
 
Haste Intramedular 
 
• Permite boa estabilidade contra movimentos de 
flexão e forças de cisalhamento perpendiculares a 
seu eixo longo; 
• Ineficaz contra torque, não evitando encurtamento 
axial; 
• Evolução – haste mais sólidas, com autobloqueio, 
suportando movimentos torcionais. 
Fonte: Hoppenfeld S., 2000 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Haste intramedular depende de: 
 
 Diâmetro da haste; 
 Geometria e números dos pinos; 
 Arranjo espacial; 
 Flexibilidade e flexão, que dependem do encaixe 
dentro do canal medular. 
 
 
Fonte: Hoppenfeld S., 2000 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Método de fixação: 
 
Placas de compressão 
 
• São placas metálicas com superfícies curvas que 
se encaixam na superfície do osso e são fixadas 
por parafusos, de tal modo que é criada uma 
compressão no local da fratura; 
• São placas com a finalidade de reduzir e fixar 
anatomicamente o local da fratura; 
• São utilizadas na extremidade superior, 
particularmente o radio e a ulna; 
• É um tipo de consolidação primária, devido à 
rigidez da fixação, compressão no local fraturado; 
• A consolidação primaria é lenta, exigindo um 
longo período de não sustentação peso (3 meses 
em média). 
 
Fonte: Hoppenfeld S., 2000 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Método de fixação: 
 
Placas de contra forte 
 
• São placas geralmente utilizadas na tíbia 
proximal; 
• São utilizadas com parafusos de compressão e 
parafusos tipo de madeira para criar uma 
redução anatômica da fratura; 
• O paciente não deve sustentar peso; 
• Em média, leva-se 8 semanas para sustentação 
de peso. 
 
Fonte: Hoppenfeld S., 2000 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Método de fixação: 
 
Pinos, Fios e Parafusos 
 
• O fio de Kirschner (fio K) é um dispositivo metálico 
de compartilhamento de estresse secundário; 
• Permite um micromovimento no local fraturado; 
• Pode ser aplicado isoladamente ou em conjunto 
com outro tipo de fixação; 
• Assim que ocorrer a consolidação, retira-se o fio. 
 
Fonte: Hoppenfeld S., 2000 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Método de fixação: 
 
Parafusos de compressão 
 
• É utilizado para fraturas com mais de um 
fragmento; 
• O corpo liso do parafuso atravessa o local 
fraturado e a parte rosqueada estende-se até a 
parte distal ou lateral da fratura; 
• É um dispositivo de tensão e, portanto, não se 
deve colocar carga precoce. 
 
Fonte: Hoppenfeld S., 2000 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Método de fixação: 
 
Placa e parafuso deslizante para quadril 
 
• É um dispositivo especial para fratura proximal 
do fêmur; 
• Geralmente, é usado nas fraturas 
intertrocantéricas do fêmur. 
 
Fonte: Hoppenfeld S., 2000 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Método de fixação: 
 
Placa de compressão condilar de 95° 
 
• Utilizada para fraturas supracondilares da parte 
distal do fêmur; 
• Dispositivo de tensão, porque é difícil fixar 
rigidamente. 
 
Fonte: Hoppenfeld S., 2000 
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Métodos de tratamento das fraturas 
Método de fixação: 
 
Fixador Externo 
 
• Os aparelhos atuais de fixação externa, com 
amplas variedades de configurações de armação 
e opções de estabilidade, permitem ao cirurgião 
utilizá-los em várias situações clinicas para 
melhor consolidação óssea; 
• Também permite monitorar a progressão 
biomecânica da consolidação da fratura.; 
• É utilizado em fraturas expostas associadas a 
extensas lesões de tecidos moles. 
Fonte: Hoppenfeld S., 2000 
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Complicações das fraturas 
• O sistema esquelético tem por função a proteção às estruturas neurovasculares dos membros contra 
traumatismos, assim como o crânio protege o cérebro; 
• As estruturas neurovasculares sujeitas à lesão estão localizadas profundamente no membro próximo 
ao esqueleto; 
• Um exemplo é o plexo braquial situado na axila e na face interna do braço, protegido contra 
traumatismo pelos elementos esqueléticos do ombro; 
• É importante lembrar que, no momento do trauma, os fragmentos decorrentes da fratura podem estar 
desalinhados, podendo levar à laceração ou danificar nervos e vasos ou comprimir e envolver essasestruturas no local da fratura (Clinical Syposia vol. 43, n°3, James D. Heckman, 1993). 
• Traumas Neurovasculares 
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Complicações das fraturas 
Paralisia do Nervo Radial 
 
• O nervo radial percorre o sulco espiral da diáfise 
do úmero, onde ele é bem protegido; 
• Quando ocorre uma fratura da diáfise do úmero, 
o fragmento danificado pode lesionar o nervo 
radial; 
• A manipulação agressiva da fratura durante uma 
redução fechada também pode afetar o nervo no 
local da fratura (Clinical Syposia vol. 43, n°3, 
James D. Heckman, 1993). 
Fonte: Clinical Syposia vol. 43, n°3, James D. Heckman, 1993 
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Complicações das fraturas 
Paralisia do Nervo ciático 
 
• A paralisia do nervo ciático geralmente é 
decorrente de luxação ou fratura luxação; 
• Se existir luxação articular, as estruturas 
neurovasculares que estão aderidas ao tecidos 
moles ao redor das articulações têm, portanto, 
menor tendência a escapar do dano; 
• A luxação do quadril, por exemplo, mostra uma 
incidência de 15% de paralisia do nervo ciático, 
levando ao pé caído. (Clinical Syposia vol. 43, 
n°3, James D. Heckman, 1993). 
Fonte: Clinical Syposia vol. 43, n°3, James D. Heckman, 1993 
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Complicações das fraturas 
Síndrome da dificuldade respiratória do adulto 
 
• Essa síndrome se desenvolve frequentemente 
dentro das 72 horas posteriores à fratura de 
ossos longos; 
• A patogênese dessa síndrome é desconhecida 
em função dos inúmeros fatores envolvidos. 
• Embolia pulmonar e edema pulmonar causados 
por sobrecarga líquida ou insuficiência cardíaca, 
aspiração de conteúdo gástrico, atelectasia e 
pneumonia. 
(Clinical Syposia vol. 43, n°3, James D. Heckman, 
1993). 
 
Obs: mais detalhes na disciplina Fisioterapia 
Cardiorrespiratória Fonte: Clinical Syposia vol. 43, n°3, James D. Heckman, 1993 
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Complicações das fraturas 
• Os traumas expostos ou luxações que acometem as camadas protetoras de tecidos moles geralmente 
as contaminam; 
• O hematoma que surge do trauma é um excelente meio para crescimento bacteriano, que resulta em 
celulite aguda, abscesso ou infecção crônica profunda do osso (osteomielite); 
• Em contraste com a osteomielite aguda hematogênica do adolescente, a infecção pós-traumática 
aguda envolve uma área já lesionada por trauma e /ou cirurgia; 
• A infecção pós-traumática deve ser sempre cirúrgica e agressiva, com o antibiótico tendo um papel 
adjuvante. 
 
OBS: O antibiótico deve ser ministrado somente na ausência de uma diagnóstico claro. Caso contrário, 
pode-se levar a uma osteomielite crônica. 
• Infecção 
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Complicações das fraturas 
• Infecção 
• Estudos de Gustilo e Anderson apontam para 
um risco mínimo de infecção com as feridas do 
tipo I, se o debridamento cirúrgico for feito 
rapidamente; 
• A cronicidade persistente aumenta geralmente 
com a gravidade do ferimento; 
• O quadro ao lado mostra a tabela de Gustillo-
Anderson para lesões de partes moles e 
fraturas expostas. 
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Complicações das fraturas 
• Infecção 
• Continuação da tabela de Gustillo-
Anderson, mostrando a gravidade da 
infecção com o aumento da ferida; 
 
• Sugestão aos professores: verificar 
atualizações no site da AO: 
http://www.aopublishing.org 
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Complicações das fraturas 
• Infecção 
Manifestações iniciais precoces (menos de duas 
semanas) 
 
• A manifestação inicial precoce de uma 
infecção aguda é caracterizada por sintomas 
clínicos e valores laboratoriais patológicos 
dentro das primeiras duas semanas; 
• É importante que o médico, fisioterapeuta ou 
enfermeiro distinga claramente infecção de 
distúrbios da cicatrização, necrose das bordas 
da incisão e hematoma pós-traumático/pós-
operatório (Princípios AO do tratamento das 
fraturas, 2001). 
Distúrbios da cicatrização – o retardo da 
cicatrização costuma ocorrer juntamente com a 
contaminação local. Se o corpo mantiver seus 
mecanismos de defesa, os sinais clínicos de 
infecção, febre, edema e dor estarão ausentes; 
Necrose das bordas da incisão – bordas 
desvitalizadas tornam-se necróticas; 
Hematoma da ferida – hematoma localizado 
provê um meio para infecção. Se houver 
liquidificação ou deiscência da sutura, há risco de 
contaminação (Princípios AO do tratamento das 
fraturas, 2001). 
 
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Complicações das fraturas 
• Infecção 
 Manifestações iniciais retardadas/tardias de infecção (mais de duas semanas) 
 
Geralmente, esse tipo de infecção acontece de forma silenciosa (escondida), se espalhando 
despercebidamente pelo paciente e por toda a equipe de atendimento. 
 
Isso ocorre, na maioria das vezes, por administração de antibióticos inespecíficos. 
 
 
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Complicações das fraturas 
• Infecção 
 
Tópicos adicionais: 
 
• Infecções relacionadas ao implante; 
• Osteomielite (crônica, negligenciada); 
• Artrite infecciosa; 
• Deformidade de rotação; 
• Encurtamento; 
• União tardia ou não união; 
• Deformidade com o crescimento; 
• Osteonecrose. 
 
Treinamento 
Debata com seu professor a respeito das 
perguntas abaixo: 
1. Em fraturas expostas da tíbia tipo III-B de 
Gustillo-Anderson, a enxertia óssea deve ser 
realizada nos primeiros 10 dias após 
tratamento inicial? 
2. O que vem a ser miosite? Qual a diferença 
entre a miosite ossificante circunscrita e a 
miosite ossificante progressiva? 
3. O que vem a ser uma osteomielite 
hematogênica? 
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Fisioterapia em ortopedia e traumatologia 
Saiba mais 
BROWNER, B. D.; JUPITER, J. B.; LEVINE, A. M.; TRAFTON, P. G. 
Traumatismos do sistema Musculoesquelético. Vol. 1 e 2. São 
Paulo: Ed. Manole, 2000. 
 
HECKMAN D. James. Clinical Symposia. Vol. 43, n. 3 – 
Novartis. 
 
HOPPENFELD, Stanley; MURTHY, L. Vasantha. Tratamento e 
Reabilitação de Fraturas. São Paulo: Ed. Manole, 2001. 
 
KIERSZENBAUM, L. Abraham. Histologia e Biologia Celular. 
Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2004. 
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Saiba mais 
RÜEDI, T. P.; MURPHY, W. M. Princípios AO do Tratamento de 
Fraturas. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2002. 
 
TONG, G O.; BAVONRATANAVECH, S. Manual de Tratamento 
de Fraturas da AO: Osteossíntese com Placa Minimamente 
Invasiva (MIPO). Porto Alegre: Ed. Artmed, 2009. 
 
TORTORA, J. Gerard. O Corpo Humano: fundamentos de 
Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2000. 
 
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Fisioterapia em ortopedia e traumatologia 
Saiba mais 
• http://www.periodicos.capes.org.br 
 
• www.pedro.org.au/portuguese 
 
• www.orthopaedicsandtraumajournal.co.uk 
 
• www.sbto.org.br 
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Fisioterapia em ortopedia e traumatologia 
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
 
Resposta metabólica lesional ao trauma; 
 
Fases de cura das feridas; 
 
Lesão e reparação dos tecidos especializados; 
 
Luxação e entorse; 
 
Mecanismos de lesão. 
AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO.

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