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AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia FISIOTERAPIA EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA Aula 06: Abordagem fisioterapêutica das disfunções dos membros superiores AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Temas dessa aula 1. Abordagens Fisioterapêuticas das Disfunções dos Membros superiores. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Avaliação cinético funcional dos membros superiores Uma das articulações periféricas mais comumente tratadas nos serviços de fisioterapias, com certeza é a do ombro. O conhecimento da anatomia, biomecânica e da funcionalidade dessa articulação é de suma importância para se desenvolver uma programa de tratamento eficaz para os pacientes com disfunção do ombro (DONATELLI, 2010). A articulação também recebe o nome de complexo do ombro em decorrência de várias articulações, sendo necessárias para proporcionar o úmero no espaço. O complexo ombro geralmente é discutido no meio científico como: articulação acromiclavicular, esternoclavicular, escapulotorácica e glenoumeral. (DONATELLI, 2010) Fonte: Donatelli- Fisioterapia do Ombro, 2010. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Avaliação O propósito de toda a avaliação é identificar seus sintomas, e determinar a história do seu problema atual, identificar fatores médicos coexistentes que podem afetar tento o problema atual quanto seu tratamento e estabelecer o provável nível de irritabilidade do problema. (DONATELLI, 2010) Devemos começar com a anamnese completa, depois localizar e descobrir a natureza e comportamento da dor. Não devemos esquecer da avaliação cervical. A observação tem papel importante e tem base em três componentes: a) Simetria; b) Postura; c) Atividades dinâmicas do dia a dia, esportes e atividades de trabalho. (DONATELLI, 2010) AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Avaliação Segundo Donatelli (2010), depois dos movimentos ativos e da observação, o Fisioterapeuta deve experimentar fazer os movimentos passivos, com o objetivo de identificar restrições específicas em cada articulação. É importante distinguir restrição muscular de restrição de tecido não contrátil. É importante avaliar também o lado não envolvido com o problema. Isso serve de guia para futuro tratamento. • Amplitude Passiva de Movimento AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Avaliação do complexo do ombro Como falado nos slides anteriores, a avaliação do complexo do ombro, bem como de qualquer outra articulação, inclui elementos subjetivos e objetivos da prática propedêutica e inclui: Histórico da lesão; Inspeção; Palpação; Exame funcional; Testes resistidos; Testes especiais; Exames neurológicos. Obs: isso já foi visto na disciplina de Avaliação Cinético Funcional. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia A dor • Início, rápido nas doenças inflamatórias ou agudização de doença degenerativa e insidioso nas doenças degenerativas; • Localização difusa ou bem definida. Notar que a dor do ombro pode irradiar até ao cotovelo, mas não passa desta articulação, o que pode diferenciar de radiculagia com origem na coluna cervical; • Relação da dor com os movimentos do ombro. O arco doloroso do ombro é um caso típico de relação com o movimento. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Instabilidade Segunda queixa mais frequente na patologia do ombro. Deve-se anotar quando surgiu o primeiro episódio, se este foi traumático e a idade em que surgiu. No caso de uma luxação do ombro surgida em um jovem, a probabilidade de uma instabilidade recorrente é elevada. Pesquisar a relação entre os episódios de instabilidade e os movimentos ou gestos desportivos, bem como a interferência que estes factos têm no doente. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Limitação do movimento Um número significativo de afecções do ombro cursa com limitação dos movimentos. Procurar relacionar a limitação do movimento com a: • Dor (comum nas causas inflamatórias e traumáticas); • Diminuição da força muscular (presente nas doenças neuromusculares); e • Limitação de causa mecânica (como nos casos de ombro congelado, doença artrósica ou sequelas de fraturas com consolidação viciosa). AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Outros dados importantes • Qual é a idade do doente? • Houve um traumatismo? Qual foi o seu mecanismo? • Qual a lateralidade? AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Exame físico Avaliação geral para determinar que procedimentos específicos de observação estão indicados. O exame das outras articulações adjacentes e uma avaliação da postural global não devem ser esquecidos. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Inspeção O doente deve ser observado desnudado da cintura para cima, de modo a observar, globalmente, o ombro e estruturas adjacentes. Essa observação permite perceber alterações como a observada na figura ao lado, que de outro modo passariam despercebidas. A avaliação deve ser efetuada de forma a observar as superfícies anterior, lateral e posterior. Fonte: Dr. Fernando Fonseca. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Inspeção Devem ser anotadas as deformidades da coluna cervical e torácica, com anotação do formato de eventuais deformidades, quer no plano frontal quer no plano sagital. Vista Anterior: É importante observar os pontos de referência ósseos, incluindo a clavícula, a articulação esternoclavicular e a articulação acromioclavicular. Fonte: Dr. Fernando Fonseca. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Vista anterior Fonte: ortopedia Dr. Gustavo Borgo Luxação acromioclavicular Fratura da clavícula Fonte ortopedia Dr. Eduardo Neri AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Vista posterior Observar os pontos de referência óssea, incluindo a coluna torácica, a escápula, o acrômio, a articulação acromioclavicular e as estruturas de tecidos moles, incluindo a parte superior do músculo trapézio, músculos supraespinhoso, infraespinhoso, redondo (teres) maior, redondo menor e deltoide. A posição da escápula é fundamental, de modo a permitir o despiste de alterações neuromusculares, tal como apresentado na figura ao lado: uma sequela de lesão do nervo acessório (XI nervo craniano), que pode ser atingido por um traumatismo cervical, durante uma biopsia ganglionar cervical ou cirúrgica da glândula tireoide. a) Vértice inferior da escapula; b) Bordo medial da escapula; c) Espinha da escapula. Fonte:Dr. Fernando Fonseca. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Palpação Palpação das estruturas e de referenda óssea, designadamente: 1. A articulação esternoclavicular, despistando se existe dor ou edema; 2. A clavícula, procurando a existência de deformidades, edema e, eventualmente, mobilidade normal; 3. A articulação acromioclavicular, com despiste de elevação da clavícula (sinal da tecla). Fonte: Souza Z. Marcial, 2001 AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Palpação As estruturas musculares, como: 1. Músculos supraespinhoso; 2. Músculo infraespinhoso; 3. Músculo deltoide. Estruturas tendinosas, tais como: 1. Tendões da coifa dos rotadores; 2. Longa porção do músculo bíceps braquial. Fonte: Souza Z. Marcial, 2001 AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Avaliação dos movimentos ativos Fo n te: M agee J. D avid . 2 0 0 2 AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Goniometria Elevação ou abdução no plano escapular de 0 a 180⁰ Posição inicial: paciente em pé ou sentado sem apoio nas costas, membro superior junto ao corpo, pendentes, para evitar maior deslocamento do paciente. Haste colocada em plano paralelo com o tronco do paciente, alinhamento da escápula, o fulcro no centro da cabeça umeral. Fonte: Dr. Fernando Fonseca AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Goniometria - Extensão do ombro 0 a 50 de ADM Movimento no plano sagital, para trás, até aproximadamente 50°. Para sua medida, a haste proximal é colocada na projeção do tronco, o fulcro, sobre a cabeça umeral, e a haste distal, na projeção do úmero. Fonte: Dr. Fernando Fonseca AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Goniometria - Flexão no plano sagital0 à 180⁰ Fonte: Dr. Fernando Fonseca AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Goniometria - Adução do ombro 0 à 75⁰ O goniômetro é posicionado horizontalmente, a haste proximal perpendicular ao plano frontal e voltada para frente. O fulcro é colocado sobre a extremidade acromial, e a haste distal sobre a projeção umeral Fonte: Dr. Fernando Fonseca AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Goniometria - Rotação medial do ombro de 0 a 70°de ADM Fonte: Dr. Fernando Fonseca Goniômetro posicionado com a haste proximal voltada para frente, em um plano sagital, o fulcro, abaixo do olecrano, a haste distal, ao longo do eixo do antebraço. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Goniometria - Rotação lateral do ombro 0 a 90°de ADM Ombro a 90°de abdução e cotovelo a 90° de flexão e palma da mão paralela ao solo (0°), pede-se ao paciente para rodar o antebraço para cima. Vai de 0 a 90°. Fonte: Dr. Fernando Fonseca AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Movimentos globais do complexo do ombro Podemos começar pelos movimentos escapulotorácicos. O paciente deve ficar em Decúbito lateral (DL), figura ao lado. Fazer mobilização nas direções crânio caudal e anteroposterior. Fo n te: So u za Z. M arcial, 2 0 0 1 AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Movimentos globais do complexo do ombro Ainda em DL, devemos fazer a mobilização passiva da escápula para verificar se existe alguma aderência da mesma. Fonte: Souza Z. Marcial, 2001 AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Ritmo Escapulotorácico A avaliação do ritmo escapulotorácico é de grande importância para verificar algumas patologias do complexo ombro. Hoje é de conhecimento que a síndrome do impacto, discinese escapular, tem relação direta com a alteração do ritmo escapular. O ritmo deve ser iniciado pela medida, em centímetros, da distância entre o ângulo inferior da escápula e o processo espinhoso ao mesmo nível (T7 ou T8). Fo n te: So u za Z. M arcial, 2 0 0 1 AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Deslizamento cranial da articulação esternoclavicular Deslizamento caudal Deslizamento posterior Artrocinemática - movimentos acessórios A avaliação dos movimentos acessórios ou jogo articular são necessários para a boa funcionalidade da articulação. Se qualquer movimento do jogo articular for constatado ausente, ou diminuído, este movimento deve ser restaurado antes de qualquer movimento voluntário funcional possa ser completamente realizado (MAGEE, 2002). Os testes para os movimentos do jogo articular, na maioria das vezes, é semelhante às utilizadas na restauração da mobilidade normal em casos de restrição. (SOUZA, 2001). Fo n te: So u za Z. M arcial, 2 0 0 1 AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Artrocinemática - movimentos acessórios Deslizamento anterior e posterior Articulação acromioclavicular Deslizamento anterior Fonte: Souza Z. Marcial, 2001 AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Artrocinemática - movimentos acessórios Deslizamento posterior gleno umeral Deslizamento inferior Fonte: Souza Z. Marcial, 2001 AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Artrocinemática - movimentos acessórios Deslizamento lateral Fonte: Souza Z. Marcial, 2001 Deslizamento anterior AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro A capsulite adesiva do ombro (CAO) ou ombro congelado é, entre as síndromes dolorosas do ombro, a que mais tem suscitado controvérsias, tanto do ponto de vista diagnóstico como terapêutico. Segundo Ferreira Filho (2005), isso se deve aos aspectos ainda obscuros da sua etiopatogenia, à sua historia natural, às características clínicas semelhantes às da distrofia simpaticorreflexa e à sua associação com doenças aparentemente sem relação direta com o ombro (SESCAD, 2014). É uma doença similar à doença de Dupuytren, que afeta mais mulheres entre os 40 e os 60 anos com um quadro clínico de dor, limitação de movimento, distúrbio do sono e depressão (LECH, 2004). AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro 1896 – Duplay – bursite subacromial 1931 – Pary – Tendinite do Bíceps 1932 – Pasteur – Degeneração do Manguito 1934 – Codman – Cápsula inflamada 1945 – Nevasier – Tendinite do bíceps 1951 – De Palma – Múltiplas causas 1969 – Lundberg – Degeneração do Manguito 1973 – MacNab – Doença autoimune• Histórico da doença AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro Existe discordâncias se o processo patológico subjacente à CA é uma condição inflamatória ou relacionada à fibrose. Dutton (2010) afirma que há evidências significativas apoiando a hipótese de que a mudança patológica subjacente à CA seja a inflamação sinovial com subjacente fibrose capsular, dependendo do estágio da doença. • Anatomopatologia e etiopatologia Figura: a) cápsula norma e b) cápsula inflamada. Fonte: bristbane Knee and Shoulder clinic ,2015. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro Segundo Osvandré Lech, essa alteração patológica ainda não é bem conhecida. Obs. Alterações no sistema nervoso autônomo podem estar envolvidas. Acompanhado a angiogênese, há evidências de crescimento de uma nova formação de nervo no complexo capsuloligamentar de pacientes com CA, o que pode explicar a resposta de dor aumentada. • O que determina essa patologia? AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro • Acentuada neoformação vascular subjacente; • Áreas de proliferação fibroblástica; • Deposição de colágeno; • Alterações degenerativas da matriz colágena da cápsula articular; • Moderado infiltrado linfo-histocitário. Obs: A fibrose e a retração precoce do ligamento coracoumeral, que preenche os espaços entre os tendões do supraespinhal e do subescapular, são fatores importantes na limitação da rotação externa do úmero (FERREIRA FILHO, 2005; JOSPT, 2013). • Exame histológico realizado por Ferreira et. al. (2005): AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro • O desencadeamento biológico (inflamação, proliferação, fibrose e remodelação) e da fibrose consequente é desconhecido, embora seja provável que exista um sistema multifatorial. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro A classificação da dor e da incapacidade do ombro tem como objetivo a correta intervenção e informação do prognóstico. Duas classificações são propostas na literatura: 1. Médica – proposta por Zucherman, que classificou a CA em primária/idiopática ou secundária 2. Fisioterapeutas – baseada no nível de irritabilidade. • Classificação AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro Primária – caracterizada por uma perda idiopática, na qual não é possível identificar a causa desencadeadora ou a doença associada, progressiva e dolorosa dos movimentos ativos e passivos do ombro., em particular da rotação externa, o que faz o indivíduo limitar gradualmente o uso do braço (SESCAD, 2014). Representa cerca de 25% dos ombros congelados. • Classificação Secundário – é consequência de uma patologia conhecida e pode influenciar o prognóstico da lesão. Por exemplo: os indivíduos com CA relacionada ao diabetes dependente de insulina têm o curso da doença mais prolongado e difícil, fraturas viciosas. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro Realizar um sistema de classificação de CA com base no nível de irritabilidade (alta, moderada, baixa), o que facilita a elaboração do tratamento fisioterápico. É importante lembrar que a classificação com base na irritabilidade não é baseada no tempo de lesão, mas, sim, na sintomatologia. Em geral, os pacientes nos estágios iniciais da CA têm alta irritabilidade, enquanto que os pacientes nos estágios finais têm baixa irritabilidade. • Proposta do Grupo JOSPt – Kelley et.al. (2009, 2013). AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro Diabetes Doenças autoimunes Tiroidepatias Doenças degenerativas da coluna cervical Doenças intratorácicas (pneumopatias) Infarto agudo do miocárdio Doenças intracranianas Doenças psiquiátricas • Fatores de risco AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro Quatro estágios da CA, estão no quadro ao lado. • Estágios Fonte: sescad,2014. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro A CA pode ser confundida com muitas outras patologias e seu diagnóstico pode ser por exclusão, o que, por muitas vezes, retarda o tratamento e prejudica o paciente. O quadro ao lado mostra uma comparação entre CA e instabilidade Glenoumeral (GU) e Síndrome do Impacto. • Diagnóstico diferencial Fonte: sescad,2014. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro O RX simples é normal. A artrografia é um bom exame para verificar a integridade do manguito e o volume articular (geralmente diminuído). • Exames complementares AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro A intervenção da CA pode ser feita por meio de tratamento conservador – cinesioterapia para ganho de ADM, terapia manual, mobilização articular, liberação miofascial e pontos de gatilho, e modalidades terapêuticas – e intervenção cirúrgica. • Intervenção AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro Intervenções múltiplas têm sido descritas em pesquisas para tratamento da CA (KELLEY et.al., 2013), e estão emergindo evidências de alta qualidade sobre essas intervenções, como demonstram as diretrizes de práticas clínicas para CA do JOSPT. • Tratamento conservador Fonte: Lech O. Fundamentos em Cirurgia do Ombro, Ortopedia e Reabilitação. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Capsulite adesiva do ombro A literatura têm mostrado evidência (nível A) de que a injeção intra-articular de corticosteroide combinada com mobilização do ombro e exercícios de alongamentos é o tratamento mais efetivo para o alívio da dor e para a melhora da função a curto prazo (quatro a seis semanas), se comparado apenas com a mobilização e o alongamento. (KELLEY et. al., 2013; DIERCKS & GEBTLE, 2004) • Tratamento conservador Fonte: Lech O. Fundamentos em Cirurgia do Ombro, Ortopedia e Reabilitação. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Saiba mais • http://www.periodicos.capes.org.br • www.pedro.org.au/portuguese • www.orthopaedicsandtraumajournal.co.uk • www.sbto.org.br AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Saiba mais ANDREWS JR.; HARRELSON, G.L.; WILK, K. E. Reabilitação Física do Atleta. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2005. DONATELLI A. Robert. Fisioterapiado ombro. 4. ed. São Paulo: Ed. Phorte, 2010. DUTTON, Mark. Fisioterapia Ortopédica, Exame, Avaliação e Intervenção. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2010. FERREIRA FILHO, A. A. Capsulite adesiva. Ver. Bras. Ortop. 2005,40 (10): 565-74. KELLEY, M.J. et. al. Shoulder pain and mobility deficits: adhesive capsulites. J. Orthop. Sports Phys. Ther. 2013 may. 43 (5) : A1-31. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Saiba mais KELLEY M. J.; MCCLURE, P. W.; LEGGIN, B. G. Frozen Shoulder: evidence and a proposed model guiding reahabilitation. J. Orthop. sports Phys. Ther. 2009 Feb.; 39 (2): 135-48. LECH, O. Fundamentos em Cirurgia do Ombro, Ortopedia e Reabilitação. 2. ed. Rio de janeiro: Revinter, 2004. LECH, O. et. al. Membro superior: abordagem fisioterapêutica das patologias ortopédicas mais comuns. Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 2005. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Saiba mais MAGEE J. David. Avaliação Musculoesquelética. 3. ed. São Paulo: Ed. Manole, 2002. PINTO, M. V. M. Fototerapia: Aspectos Clínicos da Reabilitação. São Paulo: Ed. Andreoli, 2011. SOUZA Z. Marcial. Reabilitação do complexo do Ombro. 1. ed. São Paulo: Ed. Manole, 2001. AULA 06: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DISFUNÇÕES DOS MEMBROS SUPERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Fraturas do úmero proximal; Fraturas do cotovelo; Fraturas do punho; Técnicas e métodos fisioterapêuticos para tratamento das disfunções dos membros superiores. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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