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A Geologia do diamante

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
NÚCLEO DE GEOCIÊNCIAS – NuGeo
Mini-Simpósio de Sistema Terra I – Processos Endógenos
GEOLOGIA DO DIAMANTE
Discente: Giovana Aguilar Duarte
Docente: Matheus Kuchenbecker
16 de Fevereiro de 2016 – Diamantina, Minas Gerais
SUMÁRIO
	
	1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 4
	2. A DESCOBERTA DO DIAMANTE ..................................................... 4
	3. GÊNESE DO DIAMANTE ................................................................... 5
		3.1. Tipos de depósitos do diamante ............................................ 5
		3.2. Depósitos primários de diamante .......................................... 6
		3.3. Depósitos secundários de diamante ..................................... 7
	4. CONCLUSÃO ..................................................................................... 8
	5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 8
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RESUMO
O diamante, um mineral composto pelo elemento carbono (C), é um dos mais importantes e conhecidos que existem, seja por suas propriedades físicas, que lhe confere certa singularidade se comparado aos outros minerais, por sua utilização como matéria prima nos mais diversos setores da humanidade ou, por último, mas não menos importante, por sua importância histórica, cultural e econômica, que é riquíssima, extensa e conhecida por grande parte da humanidade, principalmente por estudiosos. Por essas razões, o conhecimento da geologia desse mineral, que iniciou sua formação há milhões de anos atrás, revela muitas informações sobre ele, estas que devem ser compreendidas para que, de fato, seja entendido como ocorre a sua gênese e em que locais ela pode ocorrer.
1. INTRODUÇÃO
	O conhecimento dos processos que culminam na gênese do diamante, bem como onde e como eles ocorrem é essencial para que se compreenda a geologia desse mineral. A formação do diamante é datada de milhões de anos atrás e para se conhecer todos os processos ligados a ela foram necessárias muitas décadas e testemunhos de diversos profissionais da área.
2. A DESCOBERTA DO DIAMANTE
	O diamante é um dos (se não o mais) minerais mais conhecidos que existem. É considerado uma das pedras preciosas mais raras e caras do mundo na atualidade, o que provavelmente é conseqüência de sua baixa ocorrência e principalmente de sua extração, que no século XVIII, principalmente no Brasil, era intensa. 
	Esta pedra tão preciosa e cobiçada, até hoje, pelos conhecimentos do homem, é a mais dura do mundo, e é constituída por um único elemento: o carbono, assim, definiu Darcy Pedro Svizzero (2006), “O diamante é a variedade polimórfica do elemento químico carbono que se cristaliza na classe m3m (hexaoctaedral) do sistema cúbico de simetria.”.
	A descoberta desse mineral se deu na Índia por volta de 3500 a.C., na região de Golconda, através da prática do garimpo em depósitos aluvionares. Por via de caravanas o diamante era transportado para o Ocidente e, então, comercializado. Mas, nesta época, ele era símbolo de poder, visto que era portado apenas por reis e raríssimas pessoas de riqueza similar. Em meados de 1725 o diamante foi descoberto em aluviões nas margens do Rio Jequitinhonha, em Minas Gerais, mais precisamente em garimpos de ouro na Vila Tijuco (Diamantina). 
	Mais tardiamente, o diamante também foi encontrado na África do Sul, na vila de Kimberley, onde os garimpeiros descobriram a sua fonte primária, a rocha que foi então chamada de kimberlito, identificada após a observação de uma estrutura vulcânica distinta e desconhecida, a qual foi alvo de diversos pesquisadores americanos e europeus. O kimberlito ocorre principalmente em zonas cratônicas. 
	
3. GÊNESE DO DIAMANTE
3.1 Tipos de depósitos do diamante
	As fontes primárias do diamante são rochas vulcânicas mantélicas, chamadas de kimberlito, orangeíto e lamproíto. 
Os kimberlitos, da mesma forma que os orangeítos, são encontrados sob a forma de condutos cônicos alongados de até 2 km de extensão na vertical, com mergulhos laterais abruptos em torno de 80o . Já o lamproíto ocorre em condutos com a forma de uma taça, cuja altura na vertical geralmente é menor do que 500 m. (SVIZZERO, 2006, p.58).
	Segundo Chaves & Chambel (2003), os depósitos secundários do diamante podem ser de origens: aluvionar, costeira, marinha ou eólica, que comportam divisões, ou sub-ambientes de sedimentação que podem ser característicos. Ainda, afirmam que a concentração do diamante, independente do seu tipo de ocorrência ou de exploração, o conteúdo médio de diamantes é relativamente baixo, seja nas fontes primárias ou secundárias. 
	Os diamantes se formaram no manto superior da Terra (Fig.1) em temperaturas extremamente quentes, que variam de 1100-1500ºC e há aproximadamente 3300 ma atrás. Essa formação ocorreu, provavelmente e preferencialmente em zonas frias e sólidas do manto do que em zonas quentes e líquidas (fluidas), o que fez com que as rochas frias e inalteradas servissem de caminho para a percolação de magmas profundos e que fariam o transporte dos diamantes na forma de xenocristais (que ocorrem no interior de xenólitos) até a superfície da Terra.
Fig.1. As camadas da Terra e a formação dos diamantes.
Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/diamantes1.htm
3.2 Depósitos primários de diamante
	Antes dos anos 70, apenas a rocha kimberlítica era associada geneticamente ao diamante, mas através do auxílio da difração de raios X e também de uma microssonda eletrônica, pesquisadores e estudiosos da área obtiveram informações que até então eram inéditas no tocante a gênese do diamante. Segundo Svisero (1992), foi constatado que o diamante possui dois grupos de inclusões singenéticas, são elas: grupo peridotítico, no qual estão incluídos olivina, enstatita, diopsldio, magnésio cromita e magnésio ilmenita; e o grupo eclogítico, que reúne onfacita, piropo-almandina, ferro cromita, ilmenita, coesita, rutilo, corlndon e clanita. 
	O peridotito é a rocha encontrada em maior quantidade no manto terrestre, já o eclogito “é um tipo bastante invulgar de rocha, [...] são indicadores de ambientes de alta pressão e alta temperatura”. 
O estabelecimento desses dois grupos paragenéticos distintos bem como a presença de diamantes em xenólitos de eclogitos e peridotitos em kimbertitos, motivou a procura de outras fontes além da tradicional kimbertítica. (SVISERO, 1992, p. 123)
	Essa informação foi peça chave para que, então, outra fonte primária de depósito de diamantes fosse descoberta: os lamproítos. A novidade foi anunciada em 1982 na Conferência Internacional de Kimberlitos, que ocorreu na França, através da descoberta de uma intrusão (Argyle) na Austrália, que continha alto teor de diamantes.
	É importante frisar que os diamantes não se cristalizam nos magmas de kimberlitos ou lamproítos, essas rochas são apenas “veículos de transporte” para que eles, que são xenocristais, sejam expelidos pelas intrusões do manto e cheguem até a crosta. Nem sempre essas rochas conterão, essencialmente, diamantes em sua composição, uma vez que elas poderão não ter atingido zonas férteis do manto.
	A ascensão dos diamantes até a crosta se deu através de erupções vulcânicas, estas que geraram uma espécie de cone, que são as intrusões das fontes primárias citadas acima. Nelas, o magma tinha como função “empurrar” furiosamente os diamantes e outros fragmentos de minerais e rochas para a superfície em questão de poucas horas.
	Além dos processos metalogenéticos que geraram os diamantes, tem-se também a ocorrência deles no espaço sideral, o que se tornou uma afirmação plausível depois de ter sido encontrado o espectrodo diamante em poeira cósmica de nebulosas. No entanto, esses diamantes não despertam interesse econômico, apenas científico, uma vez que ele auxilia no complemento às informações sobre a gênese dos diamantes.
	
3.3 Depósitos secundários de diamante
	Levando-se em conta as condições da superfície terrestre, as fontes primárias do diamante são pouco estáveis se considerarmos a sua composição mineralógica. Dessa forma, o intemperismo é notoriamente ativado e tem como função, através da água, transportar as partículas que desagrega pelos cursos d’água, nestas partículas estão inclusos também os diamantes. 
	A resistência do diamante faz com que ele possa ser transportado e sobreviva às longas distâncias percorridas, até que encontre um ambiente de sedimentação que cesse os caminhos percorridos por ele. Nesse processo de intemperização, somente os minerais mais resistentes, incluindo o diamante, conseguem permanecer praticamente intactos e se depositam em áreas mais favoráveis. Aqueles minerais menos resistentes desagregam-se em partículas finas. Desse processo é que são provenientes os depósitos secundários, que estão relacionados com a dependência do ambiente em relação à hidrografia do local, como exemplo tem-se também os depósitos litorâneos e marinhos.
	Diversos tipos de depósitos secundários podem ser enumerados, segundo Chaves & Chambel (2003), são eles: depósitos em conglomerados antigos, dobrados; depósitos em conglomerados antigos, não dobrados; depósitos coluvionares; depósitos de terraços; depósitos de lezírias (planíceis aluvionares, grupiaras dos garimpeiros); depósitos do leito dos rios; depósitos litorâneos e depósitos off-shore (cascalhos depositados no fundo do mar).
4. Conclusão
	Perante as diversas informações reafirmadas a respeito do diamante, é notória a sua importância no mercado mundial, seja na forma de gema ou na sua utilização para outros fins que tenham por objetivo auxiliar o ser humano em suas atividades. Dessa forma, é perceptível a necessidade do conhecimento da sua geologia, uma vez que isso é um procedimento altamente necessário para que essa pedra tão preciosa e, muitas vezes rara, seja corretamente identificável e, por conseguinte, extraída. 	 
5. Referências Bibliográficas
1. CHAVES, M.L. & CHAMBEL, L. Diamante: A pedra, a gema, a lenda. São Paulo: Oficina de textos, 231 p., 2003.
2. D.P. SVISERO. Gênese do diamante: uma revisão dos conhecimentos atuais. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/bigsp/article/viewFile/54843/58493. Acessado em: 12Fev2016.
3. D.P. SVIZZERO. As múltiplas facetas do diamante. Revista USP, São Paulo, n.71, p. 52-69, setembro/novembro 2006.
4. Fig.1: Disponível em: http://ciencia.hsw.uol.com.br/diamantes1.htm. Acessado em: 12fev2016.

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