Buscar

Psicologia Jurídica - Aula 07 - As inter-relações familiares

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Psicologia Jurídica - Direito
	Profª Ms. Cecilia Santos	 Apostila 07
As inter-relações familiares: casamento, conflito conjugal, separação e guarda de filhos.
Modelos de família no Brasil. Avaliação Psicológica em Processos de Guarda e Regulamentação de Visitas. Síndrome da Alienação Parental
No campo do direito de família, são reconhecidas as contribuições da psicologia jurídica, propiciando maior compreensão da personalidade dos atores envolvidos, do desenvolvimento da dinâmica familiar e social, dos novos contornos e arranjos familiares – que nem sempre têm como referencia a família nuclear e tradicional. 
... “embora as relações entre esposo e esposa, pais e filhos tenham se transformado, a ponto de algumas análises apontarem a redução do significado da família no processo de socialização, no entanto, a família continua a ser importante, sobretudo pelo papel de transmitir a subjetividade, relacionada ao controle e à expressão dos sentimentos.” (Romanelli, 2006)�. 
Processo de formação e rompimento do vínculo familiar
O conceito de família...
... no contexto contemporâneo, a estabilidade e a intensidade dos laços afetivos entre seus integrantes ganham relevância, em lugar da exclusiva consanguinidade ou dos papéis tradicionalmente atribuíveis a cada um deles, tamanha a variedade e a complexidade das estruturas de convivência que se desenvolvem.
Segundo Correa (1993), a família patriarcal, baseada na manutenção da propriedade e de interesse políticos, bem como na constituição de um núcleo homogêneo, onde predominava a dominação masculina, a submissão da mulher, o casamento entre parentes e a negação das diferenças, foi, ao longo do tempo, substituída pela família conjugal moderna, na qual predomina a satisfação de impulsos sexuais afetivos. E, talvez por isso mesmo, a família continua a ser importante, sobretudo porque inclui a transmissão da subjetividade relacionada ao controle e à expressão dos sentimentos.
A formação de vínculos afetivos se dá em um processo que envolve afeto, corresponsabilidade, tolerância, segurança, entre outros aspectos. É evidente que crianças e adultos são mais felizes e podem desenvolver melhor seus talentos quando se sentem seguros e protegidos.
Além desses aspectos positivos, o processo de formação de vínculos inclui outros negativos, que podem levar a frustrações, mágoas e resentimentos, que permeiam por muito tempo a vida conjugal e que podem culminar na dissolução da união. 
Tipos de família conforme a Cartilha do Divórcio para os Pais da Escola Nacional de Mediação e Conciliação – ENAM: 
Tradicional ou nuclear – pai, mãe e filhos vivem todos juntos. 
Monoparental – os filhos vivem apenas com um dos pais. 
Recomposta ou reconstituída – o pai ou a mãe voltou a se casar com outra pessoa. 
Alargada ou ampliada – outros parentes (avós, tios e primos) vivem com a família nuclear (pais e filhos). 
Binuclear – composta pelos dois lares que se formam após o divórcio de pessoas que tiveram filhos. Ambos os pais continuam responsáveis pelos cuidados dos filhos, atendendo às suas necessidades afetivas, espirituais, econômicas e físicas. 
Homoparental – os dois ascendentes são do mesmo sexo, sejam homens ou mulheres.
Maria Berenice Dias in Manual de Direito das Famílias destaca algumas configurações familiares no capitulo intitulado Famílias Plurais das quais destacamos as seguintes�: 
Família Matrimonial - decorre do casamento como ato formal, litúrgico. 
Família Informal / Concubinato - conforme o Código Civil - Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.
Família Poliafetiva - é a relação afetiva entre mais de duas pessoas. Não se trata bigamia, não são amantes e, inclusive, a relação entre os poliafetivos deve ser exclusiva, como se todos fossem casados entre si. Os poliafetivos podem inclusive lavrar escritura pública para documentar a relação entre si �.
Família Substituta - Excepcionalmente, portanto, como na hipótese em que a família natural não seja capaz de garantir direitos e garantias decorrentes do princípio da proteção integral (maus-tratos, abandono, dependência a entorpecentes, orfandade etc.), promover-se-á a colocação da criança e adolescente, sempre tendo em vista o melhor interesse destes, em uma família substituta, esta que compreende três espécies: a guarda, a tutela e a adoção. 
Família Unipessoal - é a composta por apenas uma pessoa. Recentemente, o STJ lhe conferiu à proteção do bem de família, como se infere da Súmula 364: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. (03/11/2008) Euclides de Oliveira30 destaca que a proteção dada pela referida Súmula se dá em resguardo ao direito constitucional de moradia�.
Casamento e separação
Casamento
O Código Civil, art. 1.511, diz que “o casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges”.
União estável - O Código Civil “Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.”
A guarda dos filhos e o exercício do poder familiar devem respeitas o mesmo disciplinamento concernente ao casamento formal
Dissolução e rompimento do vínculo familiar
Código Civil - Art. 1.579. O divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos.
A separação implica em fim da conjugalidade e não da parentalidade.
... Nas varas de família, o fim do relacionamento conjugal deve ser entendido não só como um drama judicial, mas também como uma situação que envolve aspectos afetivos e emocionais muito fortemente marcados, ainda eu não expressamente denunciados pelas partes. 
Na separação, observam-se diversas figura a se intercambiar ao longo do processo; algumas vêm de modo manifesto, outras, em atitudes e comportamentos que deixam implícitos os reais interesses das partes.
Assim, o juiz e o advogado podem ter de lidar com litigantes representando diversos papeis, consciente ou inconscientemente.
Há o cônjuge manipulador, que irá articular os fatos e a própria audiência de modo a atrair para si as atenções que deseja.
Aparece o vitimizado, o que, em termos de relações de gênero evidencia-se sobremaneira nas questões relativas à violência doméstica.
O cônjuge dependente economicamente muitas vezes poderá ceder em aspectos fundamentais imaginando que com isto poderá garantir a manutenção de suas necessidades básicas. Há o dependente afetivo que cede a uma separação consensual imaginando, assim, ganhar as atenções do parceiro e a possibilidade de reatar a convivência apenas suportada, mas não compartilhada plenamente.
Utiliza-se o termo separação para indicar processos de rompimento de vínculo familiar, em sentido lato, refere-se às modalidades jurídicas de separação, divórcio e dissolução de união estável. 
A respeito do poder familiar, o Código Civil estabelece, em seus artigos 1.630 ao 1.638, que este será exercido por a pai e mãe; havendo, porém, divergências quanto ao exercício do mesmo por qualquer um ou ambos, poderão recorrer ao juiz para solucionar o desacordo.
Do Poder FAMILIAR
 Seção I
Disposições Gerais
Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entrepais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos.
Art. 1.633. O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da mãe; se a mãe não for conhecida ou capaz de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor.
 Seção II
Do Exercício do Poder Familiar
Art. 1.634.  Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:     
I - dirigir-lhes a criação e a educação;     
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;      
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;     
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;     
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;     
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;      
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;     
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.      
Da Suspensão e Extinção do Poder Familiar
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
I - pela morte dos pais ou do filho;
II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único;
III - pela maioridade;
IV - pela adoção;
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
Art. 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro.
Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros que casarem ou estabelecerem união estável.
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
A destituição do poder familiar refere-se a maus-tratos e direitos negligenciados ou descumpridos. Em geral, chegam ao Judiciário depois que todas as instâncias familiares falharam ou se instalou um quadro grave em relação à integridade da criança ou adolescente. 
Ao Estado também cabe zelar para que todos os membros da família tenham seus direitos respeitados. Assim, a Constituição Federal estabelece que: 
Artigo 227 - "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão."
No Código Penal Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
A tutela jurídica é necessária para salvaguardar os direitos e garantir a punição daqueles que desrespeitarem tais direitos.
Silva (2003, p.10) afirma que muitas pessoas buscam o judiciário com a esperança de que o poder decisório do juiz resolva seus problemas emocionais. Ocorre, porém, uma transferência da responsabilidade para a figura do juiz, buscando nele solução mágica e instantânea para todos os conflitos. 
Nas relações de continuidade, é especialmente produtivo e desejável que os conflitos sejam levados à Mediação.
Aplicação da psicologia nas questões judiciais
No direito de família torna-se imprescindível à atuação do psicólogo. As questões familiares são mais amplas e complexas. Não se limitam à letra fria e objetiva da lei, esta nem sempre é suficiente para dirimir as questões familiares levadas ao judiciário. A psicologia, como ciência do comportamento humano, vem, através de seu aparato, buscar compreender elementos e aspectos emocionais de cada indivíduo e da dinâmica familiar, e assim, encontrar uma saída que atenda adequadamente as necessidades daquela família, que muitas vezes passam despercebidas nos litígios judiciais.
As duas atuações de destaque da psicologia jurídica no direito de família são a perícia psicológica e a de assistente técnico.
A perícia psicológica é importante para a compreensão da dinâmica familiar e da comunicação verbal e não-verbal de cada um dos indivíduos. O psicólogo perito deve ser imparcial e neutro para escutar as mensagens conscientes e inconscientes do grupo familiar e através de procedimentos específicos fornecer subsídios à decisão judicial, apresentando sugestões, com enfoques psicológicos que possam amenizar o desgaste emocional das envolvidos, e principalmente preservar a integridade física e psicológica dos filhos menores.
O assistente técnico é um psicólogo autônomo contratado pela parte para reforçar sua argumentação no processo e complementar o estudo psicológico feito pelo perito. É como um consultor da parte, mas seu trabalho deve sempre atender aos princípios da ética profissional à qual está sujeito, e não deve limitar a uma visão parcial. Precisa, para resguardar a qualidade de seu trabalho, obter informações acerca da dinâmica familiar completa, e assim fornecer subsídios à decisão judicial que, a princípio são favoráveis ao seu cliente, mas servem também para compreender o contexto familiar integral e identificar as reais necessidades dos membros da família.
Essa interação do trabalho dos psicólogos, perito e assistente com o dos juristas objetiva evitar que o confronto familiar se agrave ou se perpetue, minimizando os danos que por ventura venham sofrer seus envolvidos, especialmente crianças e adolescentes.
A atuação do Psicólogo nos Processos de Família
Nos casos de processos de família, como a separação conjugal, disputa de guarda dos filhos, regulamentação de visitas e outros, os psicólogos são nomeados peritos pelos Juízes, são encarregados de fazer avaliações psicológicas de todas as pessoas que compõem o caso a ser julgado, utilizam-se, também de entrevistas, técnicas de exame e investigação, de acordo com a natureza e gravidade do caso. Elaboram um laudo pericial com um parecer indicativo ou conclusivo. Esse laudo oferece ao Juiz elementos do ponto de vista psicológico, para que ele possa decidir o processo com novas bases de conhecimento além do Direito.
O Papel do Psicólogo Jurídico na Avaliação da Guarda dos Filhos
Procedimentos de Avaliação
Os procedimentos de avaliações jurídicas referentes à guarda dos filhos são muitas complexas devido ao conhecimento exigido, entretanto, não existe um modelo padrão que possibilite uma boa intervenção, o que existe é uma atuação profissional no qual o psicólogo jurídico esteja preocupado com o bem-estar da criança e desenvolva um trabalho nos mais altos padrões de ética e fidedignidade.Os especialistas em guarda dos filhos classificaram os diferentes procedimentos na seguinte ordem de importância: entrevista clinica com os pais, entrevista clinica com a criança, observação pais-filho, testagem psicológica dos pais, história da criança por meio de uma entrevista psicológica com a criança, contato com a escola e o médico, contatos com parentes e outras pessoas significativas e uma visita domiciliar. (Bow e Quinnel apud Huss, 2011).
As avaliações de guarda dos filhos tendem a ser extremamente conflituosas para o psicólogo e também para as outras partes envolvidas. Há duas partes que estão obviamente lutando pelo seu filho ou filhos e os divórcios são frequentemente situações muito mobilizadoras. Além disso, o psicólogo forense pode ser a pessoa a quem uma das partes ou ambas as partes culpam por um acordo de guarda desfavorável. (HUSS, 2011).
É sabido que essa é uma área de grande complexidade, mas espera-se que a prática do profissional de psicologia jurídica seja realizada através de um trabalho interdisciplinar, conjugando aspectos jurídicos e psicossociais, a fim de fornecer um bom embasamento no que concerne ao processo decisório da guarda dos filhos. Uma avaliação bem feita pode evitar situações constrangedoras ou conflitos inesperados no futuro.
O Papel do Psicólogo Forense na Guarda dos Filhos
O papel do psicólogo junto a um pedido de avaliação forense pode se dar: a)como perito oficial, quando designado pelo juiz no decorrer do processo, b) em função de seu desempenho profissional em uma instituição pública; c) a pedido de uma das partes litigantes, quando é conhecido com perito assistente. (CUNHA, 2000).
Aquele que realiza essas avaliações deve ser um especialista não só em saúde mental adulta, mas também em psicopatologia da infância, desenvolvimento da infância moral e práticas de paternagem. Um avaliador deve ter habilidades em uma variedade de métodos de avaliação e ser capaz de sintetizar essas informações de muitas pessoas de uma maneira clara e focada. (HUSS,2011).
A finalidade do psicólogo no campo jurídico e nas decisões de guarda dos filhos é de oferecer subsídios nas intervenções judiciais a partir de uma ótica psicológica como o intuito de atenuar as consequências psicológicas na criança após a separação consensual ou litigiosa.
A mediação familiar executada por profissionais psicólogos apresenta uma escuta diferenciada por incluir elementos que outros profissionais não consideram, tais como, aspectos emocionais ou aqueles que transcendem o discurso objetivo e podem ser compreendidos como a manifestação da subjetividade e da presença de conteúdos inconscientes. (CRUZ, 2005).
A psicologia utilizará a mediação para atuar em diversas situações conflitantes, nesse caso, direcionará seu olhar para as questões familiares ou conjugais com o intuito de ser uma via alternativa e complementar na resolução dos problemas no que tange à guarda dos filhos. Para realizar tal mediação, o psicólogo deverá ter habilidades específicas, atitudes e conhecimentos que possam fazer uma interseção entre a Psicologia e o Direito, contribuindo com um modelo responsável e coerente de atuação.
Perícia e Assistência Técnica
A interface entre direito e psicologia fica bastante evidente no direito de família; entre outras intervenções, é conhecida a atuação do psicólogo em perícias envolvendo guarda de filhos e adoção.
A importância da perícia psicológica fundamenta-se na possibilidade de verificar qual a dinâmica familiar e as interações entre os membros daquela família. A análise psicológica realizada, pelo processo de psicodiagnóstico (que inclui entrevistas, leitura dos autos, observação e testes psicológicos), tem por objetivo trazer aos autos elementos que auxiliem o magistrado na decisão. 
 Atuação do psicólogo difere bastante no psicodiagnóstico clínico com fins terapêuticos e na perícia judicial. 
	Diferenças entre psicodiagnóstico clínico e perícia psicológica (Castro, 2003)
	
	Psicodiagnóstico Clínico
	Perícia Psicológica
	Objetivo
	Questões que angustiam os pais da criança 
	Auxiliar do juiz em processo judicial
	Procura
	Espontânea
	Convocação das partes
	Encerramento
	Faculdade de findar o procedimento quando assim o entenderem
	Devem submeter-se até o fim do processo psicodiagnóstico
	Veracidade
	Não há interesse em mentiras ou dissimulações
	Dissimulação e mentira de forma consciente com a intenção de ganhar a causa ou de livrar-se de uma punição
	Sigilo
	As informações ficam restritas a quem procurou o atendimento
	As informações fazem parte de um processo, que podem até contribuir na criança de jurisprudência, modificando não só a situação imediata das partes envolvidas, mas transformando a coletividade.
	Apresentação dos resultados
	Prontuários de pacientes com anotações diversas conforme a linha teórica adotada
	Laudos que obedecem ao rigor ético e técnico com diagnóstico e prognóstico. 
 
O novo Código de Processo Civil brasileiro (Lei nº 13.105/15) estabelece dispositivos referentes à perícia em dois capítulos do Livro I: Capítulo III - - Dos Auxiliares da Justiça do Título IV, arts. 149 e 156 a 158. Que tratam do perito como auxiliar a serviço da justiça e estabelecem os critérios para sua habilitação e nomeação; e a Seção X – da Prova Pericial, do Capitulo XII, Arts. 464 a 480, que estabelecem os procedimentos para a realização da perícia e o seu valor probante no processo civil. 
Entretanto, é importante observar que o CPC/2015 (assim como o anterior, 1973) não conceitua perícia em nenhum dos artigos mencionados. O Art. 464, Caput limita-se a afirmar que a prova pericial consiste nos procedimentos de exame, vistoria ou avaliação, sem, contudo, definir tais procedimentos:
“Art. 464 – Novo CPC/2015. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.”
Entretanto, se houver alguma possibilidade técnica (ou ausência de necessidade) para realização da perícia, o juiz poderá indeferi-la, nas hipóteses do parágrafo 1º do referido Art. 464 do Novo CPC/2015, a saber:
“Art. 464.  A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando:
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.”
Assim, pode-se afirmar que a perícia psicológica (que será analisada mas detidamente) consiste em um exame que se caracteriza pela investigação e análise de fatos e pessoas, enfocando-se os aspectos emocionais e subjetivos das relações entre as pessoas, estabelecendo uma correlação de causa e efeito das circunstâncias e buscando-se motivação consciente (e inconsciente) para a dinâmica familiar do casal e dos filhos. Através dessa investigação, o perito psicólogo poderá apurar, com muito mais precisão, a responsabilidade de cada um dos membros da família pelo estado das relações e sugerir ao juiz a melhor solução para garantir o equilíbrio emocional de todos, resguardando-se os direitos fundamentais das crianças e adolescentes envolvidos no litígio. Essas conclusões são, então, consubstanciadas em um laudo que será juntado aos autos, e/ou mediante depoimento pessoal em juízo. 
Tratando-se de laudo pericial, deve-se assinalar a importância do extremo cuidado dos profissionais psicólogos ao elaborá-lo e da necessidade de o juiz (e outros operadores da justiça) analisar o laudo sob uma perspectiva sistêmica.
Esse cuidado se impõe porque, nas entrevistas necessárias à sua elaboração, o psicólogo estará diante de pessoas em franco litígio, propensas a comportamentos extremos na defesa daquilo que consideram seus interesses e, muitas vezes, com o franco objetivo de simplesmente obter vantagens em relação a seus oponentes, ainda que isso possa prejudicar outros envolvidos. Mentira e má-fé convivem costumeiramente, com o desejo de vingança e, no transcurso da batalha jurídica.
Além dos peritos, podem atuar no processo os assistentestécnicos, indicados pelas partes, e ainda o assistente técnico da promotoria. O trabalho realizado pelo assistente técnico reforça o princípio do contraditório, significando que as partes poderão fornecer provas, testemunhas e discutir qualquer etapa da prova conduzida pela perícia. 
A perícia psicossocial, em geral, é realizada por técnicos (psicólogos e assistentes sociais), funcionários do próprio fórum, constituído-se, portanto, em peritos do juízo. Há casos, porém, em que o juiz pode encaminhar para outros peritos de sua confiança. A perícia pode ser solicitada pelo representante do Ministério Público ou pelos advogados das partes. 
Shine (2003, p. 68) diz que a prova pericial aparece como meio de suprir a carência de conhecimentos técnicos de que se ressente o juiz para a apuração dos fatos litigiosos. 
Guarda de filhos
O Código Civil no CAPÍTULO XI - Da Proteção da Pessoa dos Filhos trata das questões de guarda e apresentamos na sequência os artigos vigentes após a promulgação da LEI Nº 13.058, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2014 que altera os arts. 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para estabelecer o significado da expressão “guarda compartilhada” e dispor sobre sua aplicação.
Código Civil – Guarda unilateral e compartilhada
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. 
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. 
§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos. 
I – (revogado.) 
II – (revogado.) 
III – (revogado.) 
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos. 
§ 4º (Vetado.) 
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: 
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; 
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. 
§ 1º Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas. 
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. 
§ 3º Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe. 
§ 4º A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral ou compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. 
§ 5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. 
§ 6º Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação. 
Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de separação de corpos, em sede de medida cautelar de guarda ou em outra sede de fixação liminar de guarda, a decisão sobre guarda de filhos, mesmo que provisória, será proferida preferencialmente após a oitiva de ambas as partes perante o juiz, salvo se a proteção aos interesses dos filhos exigir a concessão de liminar sem a oitiva da outra parte, aplicando-se as disposições do art. 1.584. 
Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais. 
Art. 1.587. No caso de invalidade do casamento, havendo filhos comuns, observar-se-á o disposto nos arts. 1.584 e 1.586. 
Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não perde o direito de ter consigo os filhos, que só lhe poderão ser retirados por mandado judicial, provado que não são tratados convenientemente. 
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação. 
Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados os interesses da criança ou do adolescente. 
Art. 1.590. As disposições relativas à guarda e prestação de alimentos aos filhos menores estendem-se aos maiores incapazes.
Alienação Parental
Segundo o psiquiatra norte-americano Richard Gardner, a alienação parental consiste em programar uma criança para que ela odeie um de seus genitores sem justificativa, por influência do outro genitor com quem a criança mantém um vínculo de dependência afetiva e estabelece um pacto de lealdade inconsciente.
A alienação parental  pode, entretanto, ser praticada por pessoa bastante presente no núcleo familiar (tio, tia, sobrinho, sobrinha, avô, avó, etc). Nessa situação, evidenciam-se insinuações do tipo “... vou contar para você, mas fica entre nós, uma coisa que seu pai fez ...”.
As consequências para a criança, em geral, indicam sintomas como depressão, incapacidade de adaptar-se aos ambientes sociais, transtornos de identidade e de imagem, desespero, tendência ao isolamento, comportamento hostil, falta de organização e, em algumas vezes, abuso de drogas, álcool e suicídio. Quando adulta, incluirão sentimentos incontroláveis de culpa, por se achar culpada de uma grande injustiça para com o genitor alienado.
O laudo psicológico, nos casos de a alienação parental , assume notável importância por vários motivos:
as consequências de alterar a situação existente, quando as sementes do ódio foram plantadas com muita eficiência pelo alienador, a ponto de se tornar difícil a separação entre o real e o imaginário, podem ser de extrema gravidade. Um exemplo, infelizmente real, é o caso em que um dos cônjuges conseguiu a inversão de guarda e, alguns dias depois, assassinou a criança;
o profissional de psicologia, inconscientemente, encontra-se sujeito a interpretar os falsos relatos sob os efeitos de acontecimentos de sua vida pessoal, com o risco de afetar a neutralidade e a impessoalidade; daí a importância de que os laudos, ao mesmo tempo em que devem receber a devida valorização e importância, também devem ser analisados criticamente pelos operadores do Direito;
o tempo, inimigo atroz dos casos de família, devido à necessidade de providências imediatas que preservem a integridade física, psíquica e ou patrimonial dos interessados, recomenda a oitivaatenta, ampla, em profundidade, desprovida de preconceitos e de crenças pessoais a respeito da situação e das pessoas envolvidas, em uma tentativa de neutralizá-lo, uma vez que as limitações de percepção da criança podem comprometer a noção de realidade;
são conhecidos os casos de advogados que incentivam, muitas vezes por um estilo de conduta desenvolvido ao longo de anos, a prática da a alienação parental , desconhecendo a extensão dos danos ocasionados;
a a alienação parental  não se resume a este ou àquele cônjuge: ela também pode ser praticada por avós ou outros membros da família, principalmente quando estes apresentam relacionamento próximo e frequente com a criança.
O profissional da psicologia, ao realizar uma perícia ou atuar na mediação, assim como o operador do direito, deve ter claro esses aspectos, nem sempre manifestos, uma vez que na disputa pela guarda dos filhos podem estar latentes características que levem à a alienação parental . Buscar o equilíbrio entre as partes contribui para minimizar essa possibilidade, como ilustra o caso seguinte.
Caso 8.1 – A raiva de Maria Helena
Jamil separou-se de sua esposa, Maria Helena, com quem era casado há sete anos. Desse relacionamento nasceram os filhos Caio e Manoela, seis e três anos respectivamente. Na separação consensual, foi acordado que Maria Helena ficaria com a guarda de ambos os filhos do casal, Jamil pagaria pensão alimentícia, no valor mensal de R$ 450,00 e que as crianças teriam direito a visitar o pai quinzenalmente, pernoitando na casa deste.
Seis meses após esse acordo, Jamil inicia novo relacionamento com Joana, permitindo que esta more consigo e compartilhe plenamente a convivência com seus filhos.
Maria Helena, então, procura um advogado pleiteando modificação na regulamentação das visitas, alegando que suspeita de maus-tratos por parte da nova companheira de Jamil; solicita que as visitas dos filhos sejam supervisionadas.
Buscando a veracidade dos fatos, ficou demonstrado no processo judicial que Maria Helena, descontente com o novo relacionamento de Jamil, passou a agir de modo a distanciar os filhos deste, levando-os a firmar uma imagem negativa do pai, com sérias consequências para todos.
As situações mais frequentes que levam a crer numa possível alienação parental  podem ser demonstradas com frases do tipo:
•“Cuidado ao sair com seu pai, ele quer roubar você de mim.”
•“Sua mãe abandonou vocês.”
•“Seu pai não se importa com você.”
•“Sua mãe me ameaça, vive me perseguindo.”
•“Seu pai só quer comprá-lo com tantos presentes, na verdade, não se importa com você.”
•“Sua mãe é uma desequilibrada.”
•“Lembre-se de que quando seu pai estava aqui só lhe dava surras, como podemos acreditar que agora ele lhe tratará bem?”
•“Só podia ser filho de um FULANO.” Agride o pai e destrói a autoestima da criança…
Alguns pais e mães transferem para a relação do filho do casal com o outro cônjuge seus próprios medos e frustrações, mágoas e adversidades. Raros pais e mães conseguem comunicar ao filho a situação do modo mais límpido e imparcial; também raras vezes, encontra-se mãe (ou pai) que, tendo sofrido com as ausências do lar, do então cônjuge, com as noites de espera e vigília, consegue falar ao filho sobre a ausência do pai (ou da mãe) sem passar suas próprias frustrações, ponderando, por exemplo, que: “você estava esperando o papai e ele não veio, pode ter tido algum inconveniente, algum problema de última hora, você gostaria de telefonar ao papai e falar com ele?”
Na guarda de filhos e regulamentação de visitas, as decisões devem ser criteriosas o suficiente para amenizar possíveis danos, já fatalmente implicados no processo de separação. Veja-se o caso seguinte:
Caso 8.2 – A lei acima da criança?
Casal divorciado, criança, ainda bebê amamentada no seio materno, fica sob os cuidados da genitora, garantido o direito de visitas ao pai, em acordo judicial.
Durante o período de três anos, o pai não visitou o filho, recebendo notícias esporádicas deste por telefone.
Recentemente, procurou a mãe exigindo as visitas do filho, com pernoite deste em sua casa. Diante da negativa da mãe, procurou um advogado para exigir seus direitos assegurados no acordo.
De posse do termo de acordo, o advogado assegura-lhe seus direitos. Diante da indagação do pai: e se a criança não quiser vir comigo?, O advogado busca na lei o instituto da busca e apreensão de menores.
Busca e apreensão de filho requer muita parcimônia, cuidados e critérios em sua determinação, principalmente quando a criança não se encontra em situação de risco. Em geral, trata-se de medida agressiva com sensíveis consequências para todos os envolvidos, mais marcadamente para as crianças, que percebem na força pública, na figura do policial, o extremo conflito a que chegaram seus pais.
Na disputa judicial, ex-casais trazem como característica o fato de ainda estarem envolvidos na dor, na desilusão e na raiva pelo fracasso da relação.
A sentença judicial visa solucionar conflitos e não perpetuá-los. Os juízes julgam as condutas humanas e buscam dirimir os conflitos baseados na lei; a interdisciplinaridade com a psicologia jurídica auxilia a revelar motivações e comunicações latentes de um indivíduo em determinada ação, como nos conflitos familiares.
Reveste-se de elevada complexidade o papel do juiz. Na fala do alienante, o culpado é sempre “o outro” (o cônjuge, o ex-cônjuge, um parente bastante presente, um avô, uma avó). Percebe-se que, na ânsia de atingir o desafeto, fere-se a criança. Nessa guerra tudo vale – das mais simples às mais sórdidas acusações, verdadeiras ou falsas. A preservação da criança fica tanto mais dificultada quanto maior a demora na realização da perícia e solução do processo. Torna-se pungente a situação em que se comprova a falsidade da denúncia, muitas vezes após longo trâmite, com inimagináveis prejuízos psicológicos para a criança e para a parte denunciada. Como reparar o dano de uma alienação que se arrastou durante anos?
O juiz recebe a história já filtrada pelo relato dos fatos. O advogado o recebe distorcido pela emoção do cliente. O apoio técnico do psicólogo e do assistente social pode constituir o elemento essencial para a decisão criteriosa.
É relativamente comum, no adolescente, o sentimento de culpa ao perceber o dano causado ao pai ou à mãe que sofreu a alienação, por sentir-se utilizado como instrumento de vingança, causando profunda dor e humilhação na pessoa amada. Tal tipo de sentimento pode conduzir a tratamentos médicos e psicológicos de custos elevados (não apenas da criança, mas também do que sofreu a alienação), que constituem dano patrimonial. Em muitas situações, o dano moral mostra-se notório, pelo prejuízo ocasionado no círculo de relacionamento, também cabendo a reparação.
A interface entre a psicologia e o direito nas varas de família, quer na compreensão e leitura que o magistrado faz do processo, quer nas perícias psicológicas, fica evidente quando a busca da solução judicial perpassa pela representação simbólica que o rompimento da relação conjugal traz para as partes.
Observe-se a plausibilidade da hipótese de a pessoa que pratica a a alienação parental  desconhecer que emite esse comportamento. Ela pode tê-lo aprendido de diversas formas, desde criança e ao longo da vida, e considerá-lo dentro de padrões de normalidade, posto ser esse o seu estilo de relacionamento interpessoal!
Algo que se deve considerar é a reabilitação do alienante, da mesma maneira que existe a preocupação em se provocar alterações comportamentais em pessoas com outros tipos de disfunções. Trata-se de levar essa pessoa a experimentar novas formas de se comunicar, dominar outra linguagem para expressar seus sentimentos e desejos. Possivelmente, sem orientação especializada, persistirá comunicando-se de modo inadequado, com prejuízo para todos os envolvidos.
A respeito dos aspectos psicológicos ligados a essa síndrome temos que: 
A criança vive um conflito de lealdade exclusivafrente aos seus genitores.
Há por parte de um ou ambos os genitores, confusão entre conjugalidade e parentalidade.
A criança sofre as consequências do sentimento de vingança do ex-cônjuge em relação ao outro,
O filho reproduz com o guardião a Síndrome de Estocolmo, na qual o sequestrado se identifica com o sequestrador. 
Alguns chamam de “Síndrome de Alienação Parental”, outros de “implantação de falsas memórias”, lavagem cerebral, destruição da personalidade; há quem a relacione com o exercício de uma parentalidade hostil agressiva; quase todos a caracterizam como uma agressão relacional. Há quem afirme que a criança desenvolve um estado psicológico similar ao da Síndrome de Estocolmo. Existem também referências de que as crianças que padecem de formas profundas da Síndrome da Alienação Parental sofrem efeitos similares aos que são estudados pela Psicologia da Tortura. Todos concordam que estamos perante uma vitimização e um abuso da criança. A Síndrome se manifesta, em geral, no ambiente da mãe das crianças, notadamente porque sua instalação necessita muito tempo e porque é ela que tem a guarda na maior parte das vezes.
Quando os genitores estão psicologicamente debilitados, os aspectos de natureza persecutória, de conteúdos predominantemente paranóide, ligados ao ataque e defesa, podem instaurar uma crise. Esta crise será capaz de desencadear um processo de alienação do outro cônjuge. 
Identificação do genitor alienador e seus comportamentos clássicos
Para o genitor alienador, ter o controle total de seus filhos e destruir a relação deles com o outro genitor é uma questão de vida ou morte, quer dizer, é tudo ou nada para o alienador, que não é capaz de reconhecer seus filhos senão simbioticamente. 
O genitor alienador não respeita regras e não costuma acatar as decisões judiciais, presumindo que tudo lhe é devido, e que as regras são para os outros, mas não para ele, que julga a nada se submeter,
O genitor alienador é, muitas vezes, identificado como uma pessoa sem consciência moral, incapaz de se colocar no lugar do outro, sem empatia sequer com os filhos, e, sobretudo, sem condições de distinguir a diferença entre a verdade e a mentira, lutando para que a sua verdade seja a verdade também dos outros, levando os filhos a viver como falsos personagens de uma falsa existência. Busca por todos os meios, controlar o tempo dos filhos com o outro genitor e monitorar os sentimentos deles, vendo como bom apenas aquilo que é bom para si e mau para o outro, fingindo hipocritamente querer ajudar os filhos e o outro genitor, dando uma impressão de ser preocupado e colaborador quando, na realidade, se apresenta como um leão dominador vestido de cordeiro. 
Por não ser cooperativo, o genitor alienador oferece grande resistência a ser examinado por um especialista independente, pois teme que este possa descobrir suas manipulações, suas cenas e seus jogos, de fato.
Comportamentos frequentes do genitor alienador
Sentimentos destrutivos de ódio
Sentimentos de Ciúmes
Sentimentos de ódio exacerbados por fatores econômicos: 
Sentimentos de superproteção do alienador em relação aos filhos
Mudanças súbitas ou radicais: 
Sentimentos inadequados de cuidado dos filhos: 
Sentimentos de medo e de incapacidade perante a vida
	Comportamentos Clássicos de um Genitor Alienador
	Recusar ou dificultar passar as chamadas telefônicas aos filhos;
	Organizar várias atividades com os filhos durante o período que o outro genitor deve normalmente, exercer o direito de visitas;
	Apresentar o novo cônjuge aos filhos como sua “nova mãe” ou seu “novo pai”; 
	Desvalorizar e insultar o outro genitor na presença dos filhos;
	Recusar informações ao outro genitor sobre as atividades em que os filhos estão envolvidos (esportes, atividades escolares, grupos teatrais, escotismo, etc.);
	Falar de maneira descortês do novo cônjuge do outro genitor;
	Impedir o outro genitor de exercer seu direito de visita;
	“Esquecer” de avisar o outro genitor de compromissos importantes (dentista, médico, psicólogo);
	Envolver pessoas próximas (sua mãe, seu novo cônjuge, etc.) na lavagem cerebral de seus filhos;
	Tomar decisões importantes a respeito dos filhos sem consultar o outro genitor (escolha de religião, escolha da escola, etc.);
	Trocar (ou tentar trocar) seus nomes e sobrenomes;
	Impedir o outro genitor de ter acesso às informações escolares e/ou médicas dos filhos;
	Sair de férias sem os filhos e deixá-los com outras pessoas que não o outro genitor, ainda que este esteja disponível e queira ocupar-se dos filhos;
	Falar aos filhos que os presentes do outro genitor são inadequados ou feios e proibi-los de usá-los;
	Ameaçar punir os filhos se eles telefonarem, escreverem ou se comunicarem com o outro genitor de qualquer maneira;
	Culpar o outro genitor pelo mau comportamento dos filhos;
	Interceptar as cartas e os pacotes mandados aos filhos. 
Consequências - O processo de Alienação Parental gera um profundo sentimento de desamparo, sintomas, que poderão ser expressos tanto no corpo, por um processo de somatização, quanto por um comportamento antissocial. 
Instaura vínculos patológicos, promove vivências contraditórias da relação entre pai e mãe, cria imagens distorcidas da figura dos dois, gerando um olhar destruidor e maligno sobre as relações amorosas em geral. Esses conflitos podem aparecer na criança sob a forma de ansiedade, medo, insegurança, isolamento, tristeza, depressão, hostilidade, desorganização mental, dificuldade escolar, baixa tolerância à frustração, irritabilidade, enurese, transtorno de identidade ou de imagem, sentimento de desespero, culpa, dupla personalidade, inclinação ao álcool e às drogas; em casos mais extremos, a ideias ou comportamentos suicidas.
A Síndrome, uma vez instalada, enseja que o menor, quando adulto, padeça de um grave complexo de culpa por ter sido cúmplice de uma grande injustiça contra o genitor alienado. Por outro lado, o genitor alienante passa a ter papel de principal e único modelo para a criança, que no futuro tenderá a repetir o mesmo comportamento. Os efeitos da Síndrome podem se manifestar por meio de perdas importantes: morte de pais, familiares próximos, amigos etc. Como decorrência, a criança (ou o adulto) passa a revelar sintomas diversos: ora apresenta-se como portadora de doenças psicossomáticas, ora mostra-se ansiosa, deprimida, nervosa e, principalmente, agressiva. Por essas razões, instalar a Alienação Parental em uma criança é considerado um comportamento abusivo pelos estudiosos do tema, da mesma forma que os de natureza sexual ou física. Afeta também o genitor alienado, além dos demais familiares e amigos, privando a criança do necessário e salutar convívio com todo um núcleo afetivo do qual faz parte e ao qual deveria permanecer integrada. 
LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010.
	Mensagem de veto
	Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990.
Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre a alienação parental. 
Art. 2o  Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
Parágrafo único.  São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros:  
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; 
II - dificultar o exercício da autoridade parental; 
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoaisrelevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; 
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; 
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. 
Art. 3o  A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda. 
Art. 4o  Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso. 
Parágrafo único.  Assegurar-se-á à criança ou adolescente e ao genitor garantia mínima de visitação assistida, ressalvados os casos em que há iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou do adolescente, atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para acompanhamento das visitas. 
Art. 5o  Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial. 
§ 1o  O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso, compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra genitor. 
§ 2o  A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados, exigido, em qualquer caso, aptidão comprovada por histórico profissional ou acadêmico para diagnosticar atos de alienação parental.  
§ 3o  O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência de alienação parental terá prazo de 90 (noventa) dias para apresentação do laudo, prorrogável exclusivamente por autorização judicial baseada em justificativa circunstanciada. 
Art. 6o  Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: 
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; 
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; 
III - estipular multa ao alienador; 
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; 
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; 
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; 
VII - declarar a suspensão da autoridade parental. 
Parágrafo único.  Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar. 
Art. 7o  A atribuição ou alteração da guarda dar-se-á por preferência ao genitor que viabiliza a efetiva convivência da criança ou adolescente com o outro genitor nas hipóteses em que seja inviável a guarda compartilhada. 
Art. 8o  A alteração de domicílio da criança ou adolescente é irrelevante para a determinação da competência relacionada às ações fundadas em direito de convivência familiar, salvo se decorrente de consenso entre os genitores ou de decisão judicial. 
Art. 9o  (VETADO)  Art. 10.  (VETADO)  
Referências
serafim, Antonio de Pádua & saffi Fabiana. Psicologia e práticas forenses. São Paulo: Manole, 2012.
Cesca, Taís Burin. (2004). O papel do psicólogo jurídico na violência intrafamilar: possíveis articulações. Psicologia & Sociedade, 16(3), 41-46. Retrieved March 09, 2016, from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822004000300006&lng=en&tlng=pt.
TRINDADE, Jorge. Manual de psicologia Jurídica para Operadores do Direito. 7 ed. Ver. Atual. E ampli. – Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2014. 
MOUTA, João. Síndrome de Alienação Parental in Seminário “(Com)textos da Criança”. 2008.
http://pais-para-sempre.blogspot.com.br/2008/02/sndrome-de-alienao-parental.html
Barufi, Melissa Telles e Araújo, Sandra Maria Baccara. ALIENAÇÃO PARENTAL; Vidas em Preto e Branco. Escola Superior de Advocacia OAB/RS Associação Brasileira Criança Feliz. Porto Alegre, abril de 2012.
http://www.brasilsemgrades.com.br/downloads/cartilha_alienacao_parental.pdf
MIRANDA, Alex Barbosa Sobreira. O Papel do Psicólogo Jurídico na Avaliação da Guarda dos Filhos. Psicologado: Janeiro 2013.
https://psicologado.com/atuacao/psicologia-juridica/o-papel-do-psicologo-juridico-na-avaliacao-da-guarda-dos-filhos © Psicologado.com
Cartilha do Divórcio para os Pais – ENAM – Ministério da Justiça
http://www.cnj.jus.br/images/imprensa/cartilha_divorcio_pais.pdf
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9 ed. ver. atual e ampl. São Paulo: Editora dos Tribunais, 2013. TRINDADE, Jorge. Manual de Psicologia Jurídica para operadores do direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado. 2014.
DA SILVA, Denise Maria Perissini. Psicologia Jurídica no processo civil brasileiro; a interface da psicologia com o direito nas questões de família e infância. 3 ed. Ver. Atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016
Sugestões Complementares
Aula: Falsas Memórias – Profª Caroline Marafiga – disponível em: http://pt.slideshare.net/tlvp/aula-falsas?from_action=save
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Violência intrafamiliar: orientações para prática em serviço / Secretaria de Políticas de Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 96 p.: il. – (Série Cadernos de Atenção Básica; n. 8) – (Série A. Normas e Manuais Técnicos; n. 131) ISBN 85-334-0436-0 1. Violência domiciliar. 2. Profissionais em saúde. 3. Saúde pública. I. Brasil. Ministério da Saúde. II. Brasil. Secretaria de Políticas de Saúde. III. Título. IV. Série. NLM HQ 809 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_19.pdf
Sugestão de vídeos 	 https://www.youtube.com/watch?v=ZN2zmKUP9HI Guarda compartilhada 
� FIORELLI, José Osmir. Psicologia Jurídica. 7. Ed. São Paulo: Atlas: 2016. Capítulo 8 Psicologia e direito civil
� DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9 ed. ver. atual e ampl. São Paulo: Editora dos Tribunais, 2013. Capitulo 2 – Famílias Plurais
� Poliafeto � HYPERLINK "http://tatunarede.com.br/blog/leonardosacra/o-que-%C3%A9-o-poliamor-ou-rela%C3%A7%C3%A3o-poliafetiva-conhe%C3%A7a-algumas-peculiaridades-e" �http://tatunarede.com.br/blog/leonardosacra/o-que-%C3%A9-o-poliamor-ou-rela%C3%A7%C3%A3o-poliafetiva-conhe%C3%A7a-algumas-peculiaridades-e� 
� FAMÍLIAS PLURAIS OU ESPÉCIES DE FAMÍLIAS. Daniel Barbosa Lima Faria Corrêa de Souza � HYPERLINK "http://www.faimi.edu.br/revistajuridica/downloads/numero8/especies.pdf" �http://www.faimi.edu.br/revistajuridica/downloads/numero8/especies.pdf�
� PAGE \* MERGEFORMAT �10�

Outros materiais