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DIREITO CIVIL

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DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: períodos arcaicos com figuras de 
Estado e sociedades sem muita organização. 
 
1- Direito romano: nosso código civil é baseado no direito romano. 
A) Jus civile: a sociedade tinha relações comerciais sem interferência do Estado, que 
viu dois problemas com isso: não tinha controle dessas relações e não podia 
tributar, já que não participava, com isso não lucrava. Surgiu então a ius civile, que 
é um conjunto de normas que visava regulamentar as relações comerciais entre os 
particulares. É relevante para nós hoje em dia porque foi o primeiro registro de 
criação de direito civil. Mas não tinha cunho obrigatório, era facultativo e tinha a 
intenção de ser atrativo. Se, por exemplo, A e B optassem por comercializar com o 
ius civile quem fazia cumprir as normas eram os representantes estatais (pretores 
ou sacerdotes). Os representantes estatais primeiramente faziam um contrato 
formal (simplesmente pelo registro e fácil controle do Estado). A negociação era 
feita TOTALMENTE com intervenção estatal, não mais pelo particular, não tinha 
nenhuma possibilidade de autonomia se escolhesse o ius civile. Até então não 
havia nenhum atrativo. O Estado começou a tribular sobre os negócios dos 
particulares, cobrando pela sua atuação. 
B) Nexum: é a execução forçada garantida pelo Estado com a incidência do vínculo 
sobre a pessoa devedora. Esse era o grande atrativo, era a grande vantagem do ius 
civile, o nexum era uma lei que fazia parte do ius civile. Nexum = atar/ligar. O 
Estado ligava a pessoa devedora à dívida. O Estado fazia um registro dando início à 
execução forçada, por período vitalício a pessoa devedora virava escravo para 
compensar o eventual prejuízo que proporcionou ao credor. Porém, havia 
situações que o Estado tomava decisões parciais, se a pessoa inadimplente fosse, 
por exemplo, um destaque na sociedade ou um poderio, o nexum não era aplicado 
para ele. Foi percebendo isso que a sociedade começou a deixar de lado o ius 
civile, porque não havia total garantia, e como era optativo, caiu em desuso. O 
Estado procurou o legislador para tornar o ius civile atrativo novamente. 
C) Lei papiria poetelia: para trazer de volta a atração da ius civile, essa lei foi criada, 
com objetivo de pôr fim ao nexum. Manteve a execução forçada, mas com base na 
constrição patrimonial. É o exemplo do cheque que volta duas vezes e vai para a 
execução patrimonial, hoje em dia, porque na época da lei papiria o representante 
estatal simplesmente ia na casa do inadimplente e pegava o bem que ele achava 
necessário para pagar a dívida. Com isso a sociedade voltou a usar o ius civile mais 
satisfeita. 
2- Direito germânico: tinha seus valores calcados no cumprimento da palavra. Copiou 
muita coisa do direito romano e inovou no seguinte: se houvesse um devedor 
inadimplente o mesmo pecou duas vezes, tem que responder duas vezes, pagar a 
dívida E também pagar pela quebra da palavra. Punia o devedor frente ao credor pelo 
prejuízo e frente à sociedade pela quebra da palavra. 
 Responsabilidade civil X penal: são as duas responsabilidades que o devedor 
responde. Civil = dever de pagar por eventuais danos causado pelo 
descumprimento de sua palavra, de seu contrato. Penal = o dever de responder 
pela sua conduta ilícita, eram penas de extrema barbárie. Essa divisão de civil e 
penal de hoje foi copiada do direito germânico. 
3- Legislação francesa: tem origem do direito romano. Já tinha o direito civil dividido em 
ramos, não como é hoje, mas tinha uma tendência de reconhecimento de contratos 
formais, porém tutelava os contratos informais também. Somente o patrimônio 
respondia pela dívida. O Estado também lucrava com as relações, mas trouxe o que é 
primordial para nós hoje, o diferencial dele... 
 Autonomia de vontades X intervencionismo estatal: o Estado não intervém nos 
dias de hoje, porque há a autonomia de vontades no cunha de relações puramente 
patrimoniais (que versam sobre direito disponível). Direito das obrigações também 
pode ser conhecido como direito pessoal, porque a relação jurídica constitui-se 
para unir duas vontades de dois sujeitos (que é o objeto primordial para o direito 
das obrigações). Tudo isso veio da legislação francesa, que pôs fim ao 
intervencionismo estatal e criou o código com base na autonomia de vontades dos 
sujeitos. Afastou o Estado somente na CRIAÇÃO da obrigação, na EXECUÇÃO 
FORÇADA o Estado vem intervir. Autonomia = criação. Intervenção = execução. 
4- CC, 2002: pode ser formal ou verbal, mas há tendências em contratos formais, que 
surgem sempre pela autonomia de vontades, trabalha com a responsabilidade civil, o 
Estado não é necessário, mas aparece se a obrigação não for cumprida 
espontaneamente, a execução forçada é exclusivamente para constrição patrimonial 
(só no patrimônio). 
5- Figuras híbridas: é um instituto que pertence a dois ou mais ramos do direito, no 
nosso caso só do direito civil. São classificados com uma espécie de obrigação, são 
denominados obrigação propter rem (em prol da coisa) ou ob rem (que é abreviação 
de propter rem). 
6- Distinções fundamentais entre direitos reais e direitos pessoais: são os ramos em que 
nossas figuras híbridas vão oscilar. Pessoais = obrigacionais e reais = das coisas 
(propriedade de bem imóvel). As características a seguir são todas de direito real, que 
são exceção e que diferem do direito pessoal que é a regra. A relação jurídica no 
direito real liga uma lei a um bem, a relação jurídica no direito pessoal liga as vontades 
de dois ou mais sujeitos. Tudo aquilo que é propriedade ou que surge da propriedade 
em razão da lei é direito real. Ex: IPTU pode ser direito real porque liga uma obrigação 
de pagar bem imóvel, uma obrigação que vem da imposição da lei pelo Estado. Mas 
também pode ser direito pessoal, que pode ter uma cláusula no contrato de locação 
que diz que o inquilino que deve pagar o IPTU enquanto mora na casa alugada, porque 
a cláusula surgiu em razão do acordo de vontades do locador e do locatário (mas não 
há a possibilidade de, se o inquilino não pagar, a proprietária mostrar o contrato de 
aluguel, porque são institutos diferentes, são duas relações jurídicas distintas. 
A) Legalidade ou tipicidade: os direitos reais somente existem se a respectiva figura 
estiver prevista em lei. Só é direito real o que estiver previsto em lei, pode ser 
muito parecido, mas se não for exatamente igual o disposto em lei, não será 
direito real. Direito pessoal não precisa de lei, porque surge a partir da vontade das 
partes. 
B) Taxatividade: a enumeração legal dos direitos reais é taxativa (numerus clausus), 
ou seja, não admite ampliação pela simples vontade das partes. É uma 
consequência da legalidade, só é ampliado em rigor da lei (nem ordem judicial, 
SOMENTE lei). Direitos pessoais não são taxativos, porque sempre pode haver um 
tipo novo obrigacional criado pela vontade das partes, tem rol exemplificativo 
(numerus apertus). 
C) Publicidade: primordialmente para os bens imóveis por se submeterem a um 
sistema formal de registro que lhes imprime essa característica. Só geram efeitos 
se revestido de publicidade, todo direito real tem que ter assentamento no 
registro civil, é primordial para o direito real. No direito pessoal não é necessário 
isso, não precisa ter registro em cartório, pode, mas não é obrigado. 
D) Eficácia erga omnes: os direitos reais são oponíveis a todos indistintamente, tem 
efeito contra todos! Inclusive contra o Estado. No direito pessoal os efeitos 
gerados são somente entre as partes. 
E) Inerência ou aderência: o direito real adere à coisa, acompanhando-a em todas as 
suas mutações. 
F) Sequela: como consequência da característica anterior o titular de um direito real 
poderá perseguir a coisa afetada para buscá-la onde se encontre e em mãos dequem quer que seja. 
G) Ex de inerência e sequela: A hipoteca a casa para B porque tem uma dívida com 
ele, A vende a casa da C, que vende para D, etc... a hipoteca acompanha a casa, A 
não paga sua dívida a B, então B procura a casa até chegar a D, para recuperar a 
hipoteca. Mesmo D não tendo relação jurídica com B e mesmo se D não soubesse 
que a casa era hipotecada, porque hipoteca é pública, se D pesquisasse saberia. 
7- Conceito: É UMA RELAÇÃO JURÍDICA (QUE AFASTA MORAL/RELIGIÃO) ENTRE UM 
SUJEITO ATIVO E UM SUJEITO PASSIVO, DE CUNHO PATRIMONIAL, PROVISÓRIO, CUJO 
O OBJETO É EXIGIVEL ESPONTÂNEA OU COATIVAMENTE (COERCITIVAMENTE). 
 
ESTRUTURA DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL 
 
1- Sujeitos: elemento primário da obrigação. É o indivíduo que pactua (vincula 
diretamente) e faz surgir o acordo de vontades. São duas polaridades. Só consegue 
definir o sujeito da obrigação quando define quem é o sujeito do objeto. Tem que ser 
determinado, mas há exceção. 
A) Ativo: é o indivíduo que tem o direito de exigir o objeto da obrigação, é o credor 
da obrigação. 
B) Passivo: é sempre o indivíduo que tem que entregar o objeto da obrigação, é o 
devedor da obrigação. 
 Determinável: é a exceção. É aquele que, num primeiro momento (na formação 
do contrato) não será devidamente identificado; mas, caso a obrigação seja 
cumprida, posteriormente o sujeito será identificado. Permite a possibilidade 
futura de identificação. Ex: atos unilaterais – é a publicidade da manifestação da 
vontade, não há vontade de duas partes, somente de uma, mas ainda sim há a 
obrigação. Recompensa para animal perdido que é objeto de recompensa, o dono 
do animal é passivo e quem encontrar o animal é ativo, por exemplo. 
2- Objeto: é tudo aquilo que é pactuado e que motiva o surgimento da obrigação, pode 
ser, portanto, qualquer coisa. A doutrina divide em duas espécies. 
Ex: João contrata Maria. João e Maria são sujeitos. João é ativo e Maria é passivo, 
levando em conta que o contrato de serviço é o objeto. O dinheiro que Maria irá 
receber de João é CONTRAPRESTAÇÃO (valor a ser pago pelo objeto da obrigação, é 
um elemento da obrigação, mas é secundário). Portanto, João é credor e Maria é 
devedora da obrigação, que é o serviço. 
A) Direto ou imediato: é tudo aquilo que primeiro se faz na obrigação e que visa o 
seu cumprimento. O CC chama de prestação. 
B) Indireto ou mediato: é tudo aquilo que se faz em caráter secundário e que encerra 
a obrigação. O CC chama de objeto (objeto propriamente dito). 
Ex: Ana contrata um marceneiro. Ana é credora, o marceneiro é devedor, o armário é 
o objeto. Prestação – momento de confecção do armário. Objeto – entrega do armário 
pronto. | prestação e objeto – aulas (porque, neste caso, o objeto é imaterial, não tem 
como distinguir. São distintos, mas coincidem num mesmo elemento). 
 Prestação possível, lícita e determinável: a prestação e o objeto são tutelados se 
em consonância com o direito. Possível = é aquela prestação que pode ser 
cumprida juridicamente. Lícita = aquela que não contraria disposição em lei. 
Determinável = é aquela em que o seu objeto será identificado por suas condições 
genéricas (a lei chama de coisa incerta) – art. 243, CC. condições genéricas = 
gênero [espécie] e quantidade. Ex: um carro Wolksvagem, pode ser qualquer 
Art. 243. A coisa incerta será 
indicada, ao menos, pelo gênero e 
pela quantidade. 
carro, desde que seja wolksvagem, não é seguro contratar assim, mas é possível 
existir obrigação só com isso. 
3- Provisoriedade: TODAS as obrigações são provisórias, terão início e fim definidos pelo 
contrato ou pela lei. Não quer dizer que será cumprido em um curto espaço de tempo, 
mas que não será vitalício. Art. 331, CC. quando não tiver vencimento as obrigações 
serão exigíveis imediatamente. Para a obrigação não contrariar o aspecto da 
provisoriedade. Maria empresta dinheiro para Ana hoje e não estipula vencimento, a 
lei autoriza Maria a cobrar hoje mesmo. 
4- Vínculo jurídico: é a possibilidade de se aferir valores econômicos na orbigação. É 
identificado em três elementos/momentos distintos: objeto (apresenta cunho 
patrimonial normalmente); contraprestação (se a coisa for imaterial, por exemplo) e 
indenização (toda obrigação, sem execução está ligada a um eventual 
descumprimento com dever de indenização/perdas e danos). É o elemento que torna 
a obrigação exigível. É a ligação de dois sujeitos judicialmente. É necessária a presença 
de dois elementos para haver o vínculo. 
A) Debitum (Schuld): débito ou dívida da obrigação, ou seja, o OBJETO da obrigação. 
B) Obligatio (Haftung): a doutrina denomina de responsabilidade. É o poder de exigir 
o debitum de forma coativa(ou coercitiva – é o poder de levar a pessoa à justiça, 
com intervenção do Estado). 
 
CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS OBRIGAÇÕES: são gerais porque têm por base os elementos da 
obrigação. São as espécies que vamos estudar no código ao longo do semestre. 
 
1- Positivas e negativas: positivas – são aquelas que consistem na prática de 
determinada conduta feita pelo devedor em favor do credor. Realiza algo, faz algo. Se 
vende o carro, tem que praticar o ato de entregar o carro para cumprir a obrigação. 
Negativas – são aquelas que consistem na abstenção pela prática de determinada 
conduta feita pelo devedor em prol do credor. É diferente de omissão, porque é 
vontade declarada. Por lei poderia praticar, mas por força contratual o devedor se 
declara a não fazer. BASE: prestação de obrigação. 
 
Há três tipos bases de obrigação: dar, fazer e não fazer. As outras espécies surgem dessas. 
 
2- Simples e conjuntas/cumulativas: simples - ocorre quando a prestação recai em uma 
só coisa, singular ou coletiva. Conjuntas/cumulativas – ocorre quando o objeto recai 
sobre muitas coisas e todas devem ser pagas ou cumpridas. BASE: tem que analisar o 
objeto da obrigação para classificar. Por exemplo: A credor de B que deve um boi – 
SIMPLES. A credor de B que deve um boi e um cavalo – CUMULATIVO. A credor de B 
que deve 100 bois, sendo 50 nelore e 50 x – CUMULATIVO (porque houve 
descriminação de espécie no contrato). 
3- Instantâneas e periódicas/de execução continuada: instantâneas – são aquelas que se 
exaurem em um só ato ou em um só fato. Não quer dizer que é imediato, pode ate ser, 
mas não necessariamente. Ex: ato de ENTREGA de uma compra é um momento único. 
Periódicas/de execução continuada: solve-se a obrigação em trato sucessivo ou 
continuado num espaço de tempo mais ou menos longo. É cumprido por etapas, se 
realizará de período em período. Ex: aluguel, que paga mensalmente, mora, paga, 
mora, paga, etc. PORÉM tem que analisar direitinho as condições do contrato, porque 
o aluguel pode ser tanto periódico como instantâneo (quando for contrato por 
temporada, por exemplo, que paga o período todo de uma só vez). BASE: analisa a 
forma de cumprimento das obrigações. 
4- Alternativas/disjuntivas: embora exista pluralidade de prestações o devedor só está 
distrito (vinculado) a uma delas. Art. 252, CC – ainda vamos trabalhar mais a fundo 
Art. 331. Salvo disposição legal em 
contrário, não tendo sido ajustada 
época para o pagamento, pode o 
credor exigi-lo imediatamente. 
Art. 252. Nas obrigações 
alternativas, a escolha 
cabe ao devedor, se outra 
coisa não se estipulou. 
§ 1o Não pode o devedor 
obrigar o credor a 
receber parte em uma 
prestação e parte em 
outra. 
§ 2o Quando a obrigação 
for de prestações 
periódicas, a faculdade de 
opção poderá ser 
exercida em cada 
período. 
§ 3o No caso de 
pluralidade de optantes, 
não havendo acordo 
unânime entre eles, 
decidirá o juiz, findo o 
prazo por este assinado 
para a deliberação. 
§ 4o Se o título deferir a 
opção a terceiro, e este 
não quiser, ou não puder 
exercê-la, caberá ao juiz a 
escolha se não houver 
acordo entre as partes. 
 
comisso. São compostas de várias opções/alternativas para que haja o cumprimento. 
VISA FAVORECER O CREDOR, mas não quer dizer que vai desfavorecer o devedor, 
porque garantem, a TODO CUSTO, o cumprimento da obrigação. A credor de B que é 
vendedor de carros e motos. A resolveu comprar um carro, e se interessou pelo carro 
X e pela moto Y. A e B convencionaram que pelo valor Z, A poderia levar, na data do 
vencimento, ou o carro, ou a moto. Se ninguém convencionar quem vai escolher (JÁ 
QUE É UMA OBRIGAÇÃO VINCULADA À ESCOLHA) a lei determina que é o devedor 
(mas pode ser o credor, o devedor ou até mesmo um terceiro). A escolha transforma a 
prestação em objeto. O carro e a moto podem até ter preços diferenciados, e se, por 
exemplo, A pagar 20 mil e a escolha for a moto, que vale 15 mil, não há prejuízo na 
visão da lei (porque é um contrato convencionado, as partes escolheram e aceitaram 
as condições). Se, por exemplo, for furtada a moto, a obrigação será cumprida com o 
outro objeto. Se furtarem todas as opções do contrato, o mesmo se extingue. 
5- Únicas e múltiplas: únicas – são aquelas em que há unidade de sujeitos nas duas 
polaridades da obrigação. Múltiplas – são aquelas em que há pluralidade de sujeitos 
em qualquer das modalidades da obrigação. BASE: só observar quantos sujeitos há nas 
polaridades da obrigação. A----B (única). A e B ------ C e D; A ------ B e C; A e B -------- C 
(múltiplas). As múltiplas se dividem em divisíveis, indivisíveis e solidárias. 
6- Divisíveis e indivisíveis: divisíveis – são aquelas suscetíveis de cumprimento parcelado 
em quantos forem os credores ou devedores. Previsto no art. 257, CC. será SEMPRE 
cumprida por quotas (analisa o contrato, se não houver disposto no contrato, a lei 
determina que as quotas sejam iguais). Indivisíveis – são aquelas que não admitem 
divisão do objeto entre os sujeitos, por sua natureza, por motivo de ordem econômica 
ou dada a razão determinando do negócio jurídico. Previsto no art. 258, CC, SEMPRE, 
obrigatoriamente, serão cumpridas na totalidade (a lei que determina). BASE: analisa o 
objeto frente aos vários sujeitos da determinada obrigação. Visando sempre a 
capacidade de utilização e/ou valor econômico do objeto. Por exemplo: A, B e C 
compram carro de D (indivisível). A empresta três mil para C, D e E (divisível) – ambos 
pela natureza. 
 
Causas de indivisibilidade: motivo de ordem econômica (razões inseridas pela lei que visam 
estabilizar a economia interna do país). Ex: terreno divisível e módulo rural. Terreno normal 
pode dividir, módulo rural não, porque a lei acredita que é o espaço mínimo para garantir a 
moradia e a subsistência. Então, far-se-á a escritura no nome dos tantos quantos forem os 
sujeitos, ao invés de fazer várias escrituras, uma para cada. Razão determinante do negócio 
jurídico (acordo de vontade). Ex: A emprestou dinheiro para B, C e D. até então é divisível, 
porém, na hora do contrato, A disse que queria, no vencimento, cobrar TUDO de qualquer um 
dos três. B, C e D concordaram, então, pelo acordo, o que era divisível tornou-se indivisível. E, 
por último, pela natureza (que analisa se não vai ferir a utilização nem o valor econômico do 
bem). 
 
7- Solidárias: Dentre várias pessoas designadas como sujeitos ativos ou passivos, uma 
será escolhida para pagar ou para receber, embora garantido o direito de reversão 
para os demais. É solidária a obrigação se expressa em lei, ou no contrato. 
Solidariedade é um vínculo interno que gera reflexos externos, que coloca os 
indivíduos em pé de igualdade, como se forrem um só. Um caso típico é o fiador. 
Geralmente, quando se tem uma cobrança, cobra-se do devedor, executa, se não 
pagar que vai para o fiador, porém, no caso de fiador solidário, o credor pode ir cobrar 
diretamente nele, sem nem passar pelo devedor antes. Não há relevância de divisível 
ou indivisível, se for solidária, jamais seja divisível ou indivisível. A lei 8009 diz que, 
para a dívida do bem de família para com o Estado, de alimentos e de fiança, pode sim 
Art. 257. Havendo 
mais de um 
devedor ou mais 
de um credor em 
obrigação divisível, 
esta presume-se 
dividida em tantas 
obrigações, iguais 
e distintas, quantos 
os credores ou 
devedores. 
Art. 258. A 
obrigação é 
indivisível quando 
a prestação tem 
por objeto uma 
coisa ou um fato 
não suscetíveis de 
divisão, por sua 
natureza, por 
motivo de ordem 
econômica, ou 
dada a razão 
determinante do 
negócio jurídico. 
 
atacar o bem da família. Mas o STF acredita que só pode pegar o bem da família se 
estiver expresso no contrato o bem em questão. 
8- De meio e de resultado: de meio – são aquelas em que o devedor se compromete à 
boa execução do meio sem garantias do resultado pretendido. Busca um resultado, 
mas não há garantia do mesmo. Ex: o exercício de um advogado, ele pode garantir a 
boa execução do meio, uma boa argumentação, base jurídica, etc, que se não for bem 
cumprida, ele tem que pagar indenização, porém ele não pode garantir/assegurar o 
ganho da causa. De resultado – são aquelas em que o devedor se compromete pelas 
particularidades da obrigação, a alcançar o resultado pretendido independentemente 
da execução do meio escolhido. Alcançar o resultado pretendido é o que realmente 
importa. BASE: observa se o resultado tem que ser necessariamente alcançado ou não. 
Um cirurgião plástico, por exemplo, para fazer a cirurgia de um nariz, pode e tem 
como garantir o resultado, portanto é obrigação de resultado, porém, em uma cirurgia 
de emergência, de acidente de trânsito, em que o sujeito ficou todo desfigurado, ele 
não tem como garantir um resultado, portanto é obrigação de meio. Se for uma 
obrigação de meio e não alcançar o resultado, não gera reparação, mas se não tiver 
feito os meios da melhor maneira possível, gera. Se for obrigação de resultado e não 
alcançar o mesmo, gera indenização. 
9- Puras e simples: é uma espécie só, ocorre quando sua eficácia fica subordinada a 
qualquer das modalidades dos atos jurídicos. É a REGRA dos tipos obrigacionais, não 
possuem nem modo, nem termo, nem encargo... 
10- Condicionais: é uma das exceções, ocorre quando dependentes de acontecimento 
futuro e incerto que pode se verificar ou não. Art. 234 e 332, CC. há uma condição (no 
caso suspensiva – que são as que geram efeitos, em obrigações não trabalharemos as 
resolutivas). 
11- Modais: mais uma das exceções, ocorrem quando se impõe um ônus ao devedor 
beneficiado com determinada liberalidade (aceitar ou não a doação). Há o encargo. 
Art. 553, CC. 
12- Líquidas e ilíquidas: líquidas – são certas quanto a sua existência e determinadas 
quanto ao seu objeto. Ilíquidas – ao contrário, são as que dependem de prévia 
apuração visto ser incerto o montante da prestação. BASE: verifica a liquidez, a 
precisão quanto ao seu objeto, a ponto de poder auferir valor econômico. REGRA: só 
se pode cumprir uma obrigação se ela for líquida. Se for ilíquida tem que converter em 
uma obrigação líquida. Ex: A credor de B com um cheque de mil reais – líquido. A 
credor de B com um carro específico – líquido. A credor de B com qualquer carro – 
ilíquido. João credor de Maria por responsabilidade de danos de 1,500 reais – líquido. 
Maria credora de João com reconvenção [réu entra com ação contra autor no mesmo 
processo] de indenização de danos morais – ilíquido. Enquanto a contadoria do 
tribunal não auferir o preço da indenização, João não pode pagar Maria, portanto não 
pode cumprir a obrigação, somente será cumprida quando for convertida em líquida. 
13- De garantia: é aquela que visa eliminar um risco que pesa sobre o credor com todas as 
suas consequências. Ex: avalista, fiador, seguradoras, hipoteca, penhor... 
14- De execução diferida: ocorrem quando o cumprimento deve ser realizado em um só 
ato, mas em momento futuro, num momento posterior. É semelhante à instantâneano quesito de se dar em um só ato, porém difere-se que a de execução diferida ocorre 
posteriormente e a instantânea é de forma imediata. 
15- Civis e naturais: civis – são aquelas disciplinadas pelo direito positivo reunindo todos 
os elementos indispensáveis à configuração do vínculo jurídico. Possuem vínculo 
jurídico PERFEITO, quer dizer que a obrigação possui debitum e obligatio. Naturais – a 
obrigação se diz natural quando se funda num mero dever de ordem moral ou social 
cujo cumprimento não é juridicamente exigível correspondendo a um dever de justiça. 
Sua principal característica consiste no fato de que seu inadimplemento não dá ensejo 
Art. 234. Se, no 
caso do artigo 
antecedente, a 
coisa se perder, 
sem culpa do 
devedor, antes da 
tradição, ou 
pendente a 
condição 
suspensiva, fica 
resolvida a 
obrigação para 
ambas as partes; 
se a perda resultar 
de culpa do 
devedor, 
responderá este 
pelo equivalente e 
mais perdas e 
danos. 
Art. 332. As 
obrigações 
condicionais 
cumprem-se na 
data do 
implemento da 
condição, cabendo 
ao credor a prova 
de que deste teve 
ciência o devedor. 
Art. 553. O donatário é 
obrigado a cumprir os 
encargos da doação, caso 
forem a benefício do 
doador, de terceiro, ou do 
interesse geral. 
Parágrafo único. Se desta 
última espécie for o 
encargo, o Ministério 
Público poderá exigir sua 
execução, depois da 
morte do doador, se este 
não tiver feito. 
 
à pretensão de uma execução ou de um ressarcimento e pela circunstancia de que seu 
cumprimento espontâneo é válido não gerando repetição. São previstas no CC em seus 
artigos 882, 814 e 883 (vínculo jurídico não somente por obrigação civil, mas por 
natural também, essas são as exceções, pois a regra é que as obrigações sejam civis). 
As naturais não são necessariamente ilícitas, mas são as exceções. O que não se 
encaixar em natural, é civil. A doutrina chama de obrigações morais e de vínculo 
jurídico IMPERFEITO, porque tem o debitum (é previsto em lei, nos artigos), mas não 
existe obligatio (porque a lei não permite que haja a cobrança). Dívidas naturais são: 
DÍVIDAS DE JOGO (essa é ilícita) e DÍVIDAS PRESCRITAS. São chamadas pela doutrina 
de obrigações morais porque são moralmente espontâneas, uma obrigação natural 
JAMAIS gera repetição de indébito. Por exemplo, se João for cobrar de Maria um 
cheque prescrito, Maria paga, depois descobre que estava prescrito, não pode ir à 
justiça, porque é obrigação moral de Maria pagar ou não, agora que já prescreveu sua 
dívida, não gera direito à repetição indébito nem muito menos à devolução. Repetição 
indébito é a via que permite ao sujeito a devolução, em dobro, por aquilo que pagou 
indevidamente. É um dos atos unilaterais. Também chamada de ação in rem verso. 
Há três requisitos: 1- necessariamente um pagamento indevido. 2- pagamento 
resultante de uma cobrança indevida e 3- má fé (só que é implícita, porque toda 
cobrança indevida insinua má fé). Tem que pagar o dobro, mesmo a empresa 
provando que não houve a má fé, tendo os dois outros requisitos já configura. O 
dobro existe para indenizar pelo dano, por isso não cabe uma ação de indenização de 
danos materiais juntos, pois já é “inclusa”. 
 
OBRIGAÇÕES DE DAR: primeiro tipo obrigacional, é um tipo obrigacional base. 
 
1- Conceito: é aquela que consiste na entrega de coisa feita pelo devedor em favor do 
credor. Para o CC correspondem a um ato só. Sempre serão cumpridas a um tradição 
(que é a entrega). O bem imóvel também admite a tradição, mas a doutrina chama de 
tradição simbólica. O DUT ou a escritura, apesar de serem obrigatórias, são obrigações 
secundárias, se entregar a chave do carro ou da casa já cumpriu a obrigação primária. 
A obrigação de dar simplesmente cumpre-se pela entrega, que é chamada de tradição. 
2- Espécies:o CC classifica em duas espécies. Nos dois casos cumprem-se com a tradição. 
A) Coisa certa: é quando o objeto vem devidamente especificado no contrato. Ou 
seja, vem identificado por suas qualidades, não necessita de todas as qualidades, 
mas tanto quais possa diferenciar e identificar a coisa como determinada, não 
precisa chegar a ser infungível. 
B) Coisa incerta: é aquela identificada por suas generalidades (gênero/espécie e 
quantidade – art. 243, CC) 
3- Princípios “aliud pro allio”:é o princípio que determina que o credor só se obriga a 
receber a coisa convencionada nas condições específicas do acordo. É tão importante 
que tem previsão na lei, no art. 313, CC. 
4- Acessórios. Art. 233, CC: há uma regra quando se refera a obrigação de dar no caso de 
acessórios. Os acessórios acompanham o bem principal, mas o artigo em questão 
mostra as exceções. O artigo ab inito é a regra, in fine são as exceções, que são duas, a 
primeira – título da obrigação, que é o contrato, é o título que expressa a obrigação, 
tem que ser expresso no contrato se acompanha ou não. A segunda – circunstancias 
do caso pode indicar que o acessório não acompanha o principal, essas circunstancias 
sempre geram discussão judicial se são ou não evidentes, mas trabalharemos com a 
regra. 
5- Regra “res perito domino”: regra que tem força de princípio. Determina que o sujeito 
(devedor) tem a obrigação de zelar pela coisa até a tradição (entrega). Res = coisa, 
Art. 882. Não se pode repetir 
o que se pagou para solver 
dívida prescrita, ou cumprir 
obrigação judicialmente 
inexigível. 
Art. 883. Não terá direito à 
repetição aquele que deu 
alguma coisa para obter fim 
ilícito, imoral, ou proibido por 
lei. 
Parágrafo único. No caso deste 
artigo, o que se deu reverterá 
em favor de estabelecimento 
local de beneficência, a critério 
do juiz. 
 
Art. 814. As dívidas 
de jogo ou de aposta 
não obrigam a 
pagamento; mas não 
se pode recobrar a 
quantia, que 
voluntariamente se 
pagou, salvo se foi 
ganha por dolo, ou se 
o perdente é menor 
ou interdito. 
§ 1
o
 Estende-se esta 
disposição a qualquer 
contrato que encubra 
ou envolva 
reconhecimento, 
novação ou fiança de 
dívida de jogo; mas a 
nulidade resultante 
não pode ser oposta 
ao terceiro de boa-fé. 
§ 2o O preceito 
contido neste artigo 
tem aplicação, ainda 
que se trate de jogo 
não proibido, só se 
excetuando os jogos 
e apostas legalmente 
permitidos. 
§ 3o Excetuam-se, 
igualmente, os 
prêmios oferecidos 
ou prometidos para o 
vencedor em 
competição de 
natureza esportiva, 
intelectual ou 
artística, desde que 
os interessados se 
submetam às 
prescrições legais e 
regulamentares. 
 
Art. 243. A coisa incerta será 
indicada, ao menos, pelo 
gênero e pela quantidade. 
Art. 233. A obrigação de 
dar coisa certa abrange 
os acessórios dela 
embora não 
mencionados, salvo se o 
contrário resultar do 
título ou das 
circunstâncias do caso. 
perito = periciar, domino = domínio. “Quem está na posse da coisa, zela por ela.” A 
intenção do legislador é afastar qualquer existência de possibilidade de dano. 
6- Diferenças entre perecimento e deterioração, com ou sem culpa do devedor: os dois 
são danos. Perecimento = é a perda total da capacidade de utilização e/ou do valor 
econômico da coisa (objeto da obrigação). Deterioração = é a perda parcial da 
capacidade de utilização e/ou do valor econômico da coisa, objeto da obrigação. A 
utilização do objeto NA/PARA a determinada e específica OBRIGAÇÃO. Na 
deterioração o objeto ainda existe, no perecimento não. A doutrina equivale furto e 
roubo ao perecimento, mesmo que talvez não tenha ocorrido dano ao bem, mas ele 
não existe mais. O dolo não muda as consequências da obrigação. Só é relevante 
perecimento e deterioração se conjugar com a existência ou inexistência de culpa (sem 
cuidado devido). Porque tem que analisar uma regra absoluta, até então, toda vez que 
existirdano, analisa-se se esse dano se dou com ou sem culpa do devedor. Toda vez 
que for sem culpa, a obrigação se resolve (volta ao estado a quo – como se não 
existisse obrigação, se já tiver acontecido o pagamento tem que haver a devolução). 
Não há dever de reparação, porque aqui há uma excludente de responsabilidade (por 
caso fortuito e/ou força maior), que é causa legal e concentra-se no fato necessário 
(que é aquilo que te impede de cumprir a obrigação). Toda vez que o dano ocorrer 
com a culpa do devedor existe o dever de reparação (pelos danos ocasionados) por lei. 
Perdas e danos é uma forma de reparação de acordo com o dano sofrido. Perdas e 
danos são de três tipos: material, lucros cessantes e morais. O mateiral e os lucros 
cessantes são patrimonais e é alçadsa patrimonial. Os danos materiais são 
extrapatrimoniais e tem previsão no CPC. Se sofrer os três danos pode cumular, mas 
tem que comprovar tudo. Dano mateiral = tudo aquilo que gera diminuição no 
patrimônio do sujeito, OCASIONADO PELA CONDUTA CULPOSA. Lucros cessantes = 
correspondem a tudo aquilo que razoavelmente o sujeito deixou de lucrar – letra da 
lei, art. 389, CC, é uma estimativa de ganho. Em dano material e lucro cessantes o 
dano é suprido, porque é objetivo. Danos morais são ofensas a valores subjetivos do 
indivíduo. Os valores subjetivos são todos os direitos de personalidade tutelados por 
lei (honra, imagem...), não têm por finalidade suprir o dano, porque é subjetivo, busca 
somente minimizar o prejuízo. 
 
Art. 234, CC. Se o perecimento occorer antes da tradição ou pendente a condição suspensiva a 
obrigação se resolve. Entende-se como antes da tradição o momento em que a coisa está sob 
posse do devedor, que deve zelar pelo objeto, e pendente a condição suspensiva que, a 
obrigação não pode ser cumprida, é o mesmo que dizer antes da tradição. É a mesma coisa, o 
legislador só intensificou por cautela. Quando ocorrer o perecimento com culpa tem que se 
pagar o equivalente mais perdas e danos. Falou de culpa há perdas e danos. O equivalente 
sempre corresponde ao valor que foi pago pelo objeto da obrigação. Se não houver 
pagamento, não haveŕá equivalente. O equivalente é um dano material mas não está inserido 
em perdas e danos porque o legislador não quis correr o risco de que só devolvendo o dinheiro 
resolve a obrigação, porque não encerra a obrigatoriedade. 
 
Art. 235, CC – deterioração/dano parcial. Ainda há coisa para ser entregue, a hipótese do 
artigo é que a deterioração tenha ocorrido sem culpa do devedor. Não há dever de reparar, 
porque não há perdas e danos. Há duas possibilidades: 1- poderá o credor resolver a obrigação 
OU 2- aceitar a coisa no estado em que se encontra. O credor não é obrigado a ficar com o 
bem deteriorado pelo princípio do alliud pro allio. Caso o credor aceito o bem deteriorado 
pagará ao devedor com o preço do dano abatido. 
 
Art. 236, CC – deterioração COM culpa do devedor, há o dever de reparar, porque existe a 
presença da culpa. Paga o equivalente mais perdas e danos. O equivalente é o valor que foi 
Art. 234. Se, no caso do 
artigo antecedente, a coisa 
se perder, sem culpa do 
devedor, antes da tradição, 
ou pendente a condição 
suspensiva, fica resolvida a 
obrigação para ambas as 
partes; se a perda resultar 
de culpa do devedor, 
responderá este pelo 
equivalente e mais perdas e 
danos. 
Art. 235. Deteriorada 
a coisa, não sendo o 
devedor culpado, 
poderá o credor 
resolver a obrigação, 
ou aceitar a coisa, 
abatido de seu preço 
o valor que perdeu. 
 
Art. 236. Sendo 
culpado o devedor, 
poderá o credor 
exigir o equivalente, 
ou aceitar a coisa no 
estado em que se 
acha, com direito a 
reclamar, em um ou 
em outro caso, 
indenização das 
perdas e danos. 
 
pago pelo objeto da obrigação. Porém a responsabilidade não se encerra pagando somente o 
equivalente, há a possibilidade de cumular perdas e danos também. Se o credor quiser aceitar 
o bem deteriorado ele pode, descontando do preço do bem o valor do dano, mas, ainda assim, 
pode pedir perdas e danos também. 
 
Art. 237, CC – melhoramentos = alguma modificação na coisa, são condições naturais ou de 
terceiros que aumentam o preço da coisa, ainda que provisoriamente. Pode até ser 
permanente, mas não precisa necessariamente. Melhoramento não é referência a frutos (que 
correspondem a tudo aquilo que, periodicamente, a coisa produz e que não lhe retira a sua 
substância, ou seja, rendimento de caráter periódico). Por ex: uma égua, objeto de uma 
obrigação de dar, que não é destinada à procriação e fica prenha antes da tradição, o filhote 
que está por nascer NÃO é fruto, porque não foi periódico, se a égua fosse destinada à 
procriação seria um fruto. É um melhoramento, porque aumenta o valor da égua. Os 
melhoramentos pertencem ao devedor e em razão disso ele pode pedir aumento no preço 
(pois tem uma permissão na lei para tal). Porém o credor não é obrigado a receber, mesmo 
não sendo um dano, pelo princípio do alliud pro allio, que não a égua prenha não foi o que ele 
acordou, daí a obrigação se resolve. § único – há duas espécies de frutos, os percebidos e os 
pendentes. Os percebidos são do devedor, que são aqueles em condição de seres 
usufruídos/colhidos. Os pendentes são do credor, que não aqueles que estão por vir, ou seja, 
ainda não têm condições de serem usufruídos/colhidos. O § único é uma regra, mas não 
impede os sujeitos de convencionarem de forma distinta. 
 
Art. 238, CC – restituir = devolver. Obrigações de restituir são cumpridas com a devolução da 
coisa. Só devolve o que foi dado em empréstimo. As obrigações de restituir sempre consistem 
em um empréstimo de coisas. Comodato e locação são espécies de empréstimo. Comodato = 
empréstimo gratuito, locação = empréstimo oneroso. As obrigações de restituir cumprem-se 
da mesma forma que as obrigações de dar, ou seja, através da tradição. Mas não são 
obrigações iguais. Diferenças = antes da tradição na obrigação de dar a coisa pertence ao 
devedor, depois da data de vencimento, após a tradição, a coisa passa a pertencer ao credor. 
Antes da tradição na obrigação de restituir a coisa pertence ao credor, depois da tradição, na 
data do vencimento, a coisa pertence ao credor ainda. Toda vez que se fala em obrigação de 
dar consiste na transferência de propriedade, de devedor para credor. Na obrigação de 
restituir não existe transferência de propriedade, pois consiste no empréstimo da coisa de 
credor para devedor, que volta para o credor. A aluga casa para B e a casa desmorona sem 
culpa de B, B não pagará indenização e a obrigação se resolve. Direitos pré-existentes à perda 
= legislador resguarda os direitos dos devedores e credores antes da perda da coisa. 
 
Art. 239, CC – perecimento com culpa do devedor, o mesmo paga o equivalente mais perdas e 
danos, sendo o equivalente o VALOR DO OBJETO, e não o valor pago pelo objeto na obrigação. 
 
Art. 240, CC – deterioração sem culpa do devedor = a obrigação se resolve. Deterioração com 
culpa do devedor = converte em equivalente + perdas e danos. 
 
Art. 241, CC – melhoramento nas obrigações de restituir. Melhoramento feito pelo devedor 
sem que empregasse trabalho ou despesa (não contratou mão de obra nem comprou nenhum 
material) quem lucra é o credor. Se houver trabalho ou despesa não é mais melhoramento e 
sim benfeitoria. 
 
Art. 242, CC – melhoramentos nas obrigações de restituir feitos pelo devedor em que 
empregou despesa ou trabalho, chamamos de benfeitorias (necessárias, úteis ou 
voluptuárias), tem que analisar se deram-se de boa ou má fé. As necessárias, mesmo de má fé, 
gera reparação, porém na proporção do gasto. E são as que visam a conservação do bem. As 
Art. 237. Até a 
tradição pertence ao 
devedor a coisa, com 
os seus 
melhoramentos e 
acrescidos, pelos 
quais poderá exigir 
aumento no preço; se 
o credor nãoanuir, 
poderá o devedor 
resolver a obrigação. 
Parágrafo único. Os 
frutos percebidos são 
do devedor, cabendo 
ao credor os 
pendentes. 
 
Art. 238. Se a 
obrigação for de 
restituir coisa certa, e 
esta, sem culpa do 
devedor, se perder 
antes da tradição, 
sofrerá o credor a 
perda, e a obrigação 
se resolverá, 
ressalvados os seus 
direitos até o dia da 
perda. 
 
Art. 239. Se a coisa se 
perder por culpa do 
devedor, responderá 
este pelo 
equivalente, mais 
perdas e danos. 
 
Art. 240. Se a coisa 
restituível se 
deteriorar sem culpa 
do devedor, recebê-
la-á o credor, tal qual 
se ache, sem direito a 
indenização; se por 
culpa do devedor, 
observar-se-á o 
disposto no art. 239. 
 
Art. 241. Se, no caso 
do art. 238, sobrevier 
melhoramento ou 
acréscimo à coisa, 
sem despesa ou 
trabalho do devedor, 
lucrará o credor, 
desobrigado de 
indenização. 
 
Art. 242. Se para o 
melhoramento, ou 
aumento, empregou 
o devedor trabalho 
ou dispêndio, o caso 
se regulará pelas 
normas deste Código 
atinentes às 
benfeitorias 
realizadas pelo 
possuidor de boa-fé 
ou de má-fé. 
Parágrafo único. 
Quanto aos frutos 
percebidos, observar-
se-á, do mesmo 
modo, o disposto 
neste Código, acerca 
do possuidor de boa-
fé ou de má-fé. 
 
úteis visam gerar melhor utilização do bem, para ser ressarcido tem que ter a autorização do 
dono da coisa, se for comprovada a má fé não tem direito a ressarcimento. As voluptuárias 
tem por objetivo o embelezamento da coisa, para ser ressarcido precisa de autorização. Se 
comprovada a má fé a coisa pertence ao dono e o possuidor tem que ressarcir. 
 
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA (entrega de coisa) 
 
 1- Conceito: são aqueles que consistem na entrega de coisa identificada por suas 
generalidades feita pelo devedor em favor do credor. Se cumprem pela tradição, igual a 
obrigação de dar coisa certa. Diferencia-se na questão de identificação que é genérica. 
 2- Generalidades: artigo 234, CC. Gênero (pelo STJ interpreta como espécie também) e 
pela quantidade. Maria é credora de João que deve 100 sacas de arroz à Maria. A coisa é 
incerta, porque não se sabe ao certo qual é o arroz, se é tipo 1 ou 2, fino, com ou sem casca, 
etc. 
 3- Momento da concentração: só existe na coisa incerta e nas coisas alternativas. É 
uma fase intermediária na obrigação que tem por objetivo transformar a coisa incerta numa 
coisa certa. Toda obrigação, quando vem a ser cumprida, tem duas fases: inicial (quando é 
acordade, constituída) e final (quando há o seu cumprimento). Mas quando for coisa incerta 
intermediariamente haverá a fase da concentração, que tem que ocorrer antes do 
cumprimento, há qualquer momento. O momento da concentração é dividido em dois atos: 
 A) ato de escolha: que, em regra, será do devedor, se o contrato não 
especificar nada. Que dará início ao momento da concentração. Onde quem for detentor do 
ato de escolha atribui qualidades à coisa incerta para torná-la líquida (senão não tem como 
cumprir a obrigação). Através do preço pode-se saber quais são as qualidades compatíveis. 
 B) ato de ciência: art. 245, CC. O sujeito que escolheu dará ciência ao outro da 
sua escolha. A ciência é o mero conhecimento. Uma vez que der a ciência ao outro sujeito a 
coisa incerta é transformada em coisa certa. Partindo do princípio da boa fé é uma ferramenta 
que funciona muito bem. O ato de ciência (não concordância, nem anuência) tem que ser de 
maneira formal (escrito), pela doutrina. Já o STJ admite, e será nosso entendimento, que deve 
ser escrito, porém admite-se que o ato seja verbal desde que devidamente comprovado. 
 
Artigo 246, CC – mesmo sabendo que o ato da escolha só é acabado quando há a ciência, 
usaremos a literalidade da letra da lei, e consideraremos após o ato de escolha, 
desconsiderando se houve ou não ciência. 
 
OBRIGAÇÕES DE FAZER (conduta) 
 
 1- Conceito: são aquelas que consistem na prestação de serviços (atividade física ou 
intelectual) feita pelo devedor em favor do credor. Sem ser de cunho trabalhista. 
 2- espécies 
 A) material ou fungível: é aquela em que o devedor não necessita cumprir a 
prestação pessoalmente. Por exemplo: contrata-se uma empresa de empreitada, a empresa 
não vai construir sua casa, é um pedreiro, que é empregado da empresa. Permite a 
contratação de terceiros, mas não exclui perdas e danos. 
 B) imaterial ou infungível / intuitu personae: é aquela em que o devedor se 
compromete, e só pode, cumprir a obrigação pessoalmente. Ex: promoter contrata a Ivete 
Sangalo para um show, não pode a Ivete mandar um substituto, a obrigação tem que ser 
cumprida pessoalmente. Não opção de contratação de terceiro, somente perdas e danos. 
 3- inadimplemento: astreintes - correspondem a uma multa judicial, arbitrada no bojo 
de uma relação processual, sempre. Vem do direito francês. Só existe no CPC, não existe no 
CC. São exclusivas do direito de fazer. Tem dois objetivos: 1- penalizar o devedor do 
inadimplemtento e 2- para minimizar os prejuízos do credor. Para atribuir efetividade às 
Art. 234. Se, no caso 
do artigo 
antecedente, a coisa 
se perder, sem culpa 
do devedor, antes da 
tradição, ou 
pendente a condição 
suspensiva, fica 
resolvida a obrigação 
para ambas as partes; 
se a perda resultar de 
culpa do devedor, 
responderá este pelo 
equivalente e mais 
perdas e danos. 
Art. 245. 
Cientificado da 
escolha o credor, 
vigorará o disposto 
na Seção 
antecedente. 
Art. 246. Antes da 
escolha, não 
poderá o devedor 
alegar perda ou 
deterioração da 
coisa, ainda que 
por força maior ou 
caso fortuito. 
 
sentenças de relação de obrigação de fazer. Para dar efetividade por exemplo: Maria é 
credora de João na obrigação de fazer tal coisa e coisa e tal, João faz só tal coisa, dona Maria 
pede para João fazer também a coisa e tal, ele não faz, vão à justiça, dona Maria ganha uma 
título executivo contra João que se ele não fizar coisa e tal no prazo estipulado no título 
entram as astreintes, que é uma espécie de multa. 
 
Art. 247 - o descumprimento gera perdas e danos sempre, porque a culpa é presumida. 
 
Art. 248 - regra geral das obrigações de fazer. inadimplemência sem culpa gera se resolve e 
com culpa gera perdas e danos. 
 
Art. 249 - CAPUT: o bem é fungível, permite que um terceiro o faça, as despesas têm que ser 
pagas pelo devedor que foi o inadimplente e também paga perdas e danos . Necessita 
autorização judicial. Por exemplo: Maria contrata João que não presta os serviços, Maria pode 
contratar Carlos, sendo que João lhe pagará os custos adicionais. § único: caráter de urgência 
(que entra no âmbito subjetivo), não necessita de autorização judicial. 
 
OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER (a partir do artigo 250, CC) - abstenção de conduta 
 
 1- Conceito: são aquelas que consistem na abstenção pela prática de determinada 
conduta feita pelo devedor em favor do credor. Obrigações negativas, porque a base da 
contratação é declarar que não vai praticar uma conduta determinada. Ex: Maria que se 
compromete perante ao João a não mexer em seu próprio muro. Declaração de vontade que 
tem por base a abstenção. Tem origem no direito romano. corresponde a um tipo obrigacional 
simples, é um dos tipo base. 
 2- Direito de vizinhança: é um ramo do direito romano civil que regulamenta as 
relações entre os vizinhos. A omissão não gera obrigação/responsabilidade/dever. É o que 
difere abstenção (vontade declarada) de omissão. 
 3- Inadimplemento: Descumprimento da obrigação. Arts. 250 e 251, CC. Ex: Maria e 
João - juntam as grades - fecham o beco, que é terreno público - a administração manda retirar 
a grade - mas Maria tinha acordado com João que não retiraria, porém ela tem que tirar - 
descumpriu a obrigação, porém sem culpa - obrigação se resolve (Art. 250). Descumprimento 
de uma obrigação de não fazer - CAPUT: o credor contrataum terceiro que desfaça, a despesa 
da contratação do terceiro vai para o devedor e pode pagar perdas e danos também. § único: 
se houver urgência não é necessária a autorizção judicial (que servirá para dar certeza de 
ressarcimento das despesas). 
 Caio Mário pensa e analisa que quando se trata de obrigação de não fazer, trata-se de 
direito de vizinhança que mexe com propriedade. o CC foi inóquo, portanto, invevitavelmente, 
em caráter de urgência ou não, terá a necessidade de autorização judicial, para não recorrer 
em ato ilícito. PORÉM, vamos seguir o que é a lei escrita, que só necessitará de autorização 
judicial se não houver caráter de urgência. 
 
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS: garantem o cumprimento da obrigação a todo custo, 
favorecendo o credor. 
 
 1- Conceito: divisor de águas, é um tipo obrigacional derivado, não é mais base, vai ser 
de entregar, fazer ou não fazer algo, porém com algumas particularidades. São aquelas em que 
há pluralidade de coisas, mas o devedor só se vincula a uma delas. Haverá uma alternativa 
quanto ao cumprimento da obrigação. Também chamada de disjuntivas (uma opção OU outra, 
nunca todas). 
Art. 247. Incorre na 
obrigação de 
indenizar perdas e 
danos o devedor que 
recusar a prestação a 
ele só imposta, ou só 
por ele exeqüível. 
 
Art. 248. Se a 
prestação do fato 
tornar-se impossível 
sem culpa do 
devedor, resolver-se-
á a obrigação; se por 
culpa dele, 
responderá por 
perdas e danos. 
 
Art. 249. Se o fato 
puder ser executado 
por terceiro, será 
livre ao credor 
mandá-lo executar à 
custa do devedor, 
havendo recusa ou 
mora deste, sem 
prejuízo da 
indenização cabível. 
Parágrafo único. Em 
caso de urgência, 
pode o credor, 
independentemente 
de autorização 
judicial, executar ou 
mandar executar o 
fato, sendo depois 
ressarcido. 
 
Art. 250. Extingue-se 
a obrigação de não 
fazer, desde que, sem 
culpa do devedor, se 
lhe torne impossível 
abster-se do ato, que 
se obrigou a não 
praticar. 
 
Art. 251. Praticado 
pelo devedor o ato, a 
cuja abstenção se 
obrigara, o credor 
pode exigir dele que 
o desfaça, sob pena 
de se desfazer à sua 
custa, ressarcindo o 
culpado perdas e 
danos. 
Parágrafo único. Em 
caso de urgência, 
poderá o credor 
desfazer ou mandar 
desfazer, 
independentemente 
de autorização 
judicial, sem prejuízo 
do ressarcimento 
devido. 
 
 2- Momento de concentração: que nem tem na obrigação de dar coisa incerta. É uma 
fase intermediária na obrigação que serve para transformar o que está disponível (prestação) 
em algo exigível (objeto). Art, 252, CC - tem dois atos, que nem a coisa incerta também. 
 A) ato de escolha: que, em regra, será do devedor. Pode ser estipulado que 
será por um terceiro ou pelo credor. Não há ato de ciência, para a regra, porque já que é o 
devedor que tem o ato da escolha, ele mesmo quem vai cumprir a obrigação, não necessita de 
informar ninguém sobre isso. Mas se o ato de escolha for do credor ou de um terceiro, 
automaticamente precisará informar ao devedor para que ele possa cumprir a obrigação. 
Porém, vamos trabalhar com a lei escrita: NÃO HÁ ATO DE CIÊNCIA. O momento da obrigação 
serve para definir o objeto da obrigação, para que o mesmo seja exigível, enquanto é 
prestação o credor não pode exigí-lo. 
 3- Inadimplemento: arts. 253 ao 256, CC - o artigo 252, § 1° é uma ressalva para esse 
determindo tipo obrigacional. O legislador não permite que seja entregue a obrigação parte 
em uma prestação e parte em outra (ex: são duas prestações, um terreno e uma quantia em 
dinheiro, não pode dar metade do terreno e metade do dinheiro), pelo princípio da 
indivisibilidade do objeto = é aquele que preceitua que o objeto deverá ser entregue em sua 
totalidade para que não haja comprometimento do fim a que se destina. Se credor e devedor 
previamente acordarem essa opção pode sim existir. § 2° prolongar-se ao tempo gera risco 
na obrigação alternativa. A cada novo período tem que ter uma nova escolha. A é credor de B 
em um arrendamento de terras, convencionaram que B pagaria em períodos anuais, por 3 
anos, 10 sacas de arroz, feijão OU milho. No primeiro ano, paga-se com arroz, no segundo ano 
tem que fazer novamente outra escolha, pode repetir, mas tem que haver o novo ato de 
escolha. § 3° possibilidade de pluralidade de optantes. A é credor de B, C e D no 
arrendamento de terras. Se há a pluralidade no campo da escolha, tem que haver uma 
unanimidade, porque senão não tem como resolver/cumprir a obrigação. Enquanto não há 
acordo, não há cumprimento da obrigação. Na esfera judicial o magistrado dá a opção da 
deliberalidade, se ainda assim não entrarem em um consenso o juiz escolherá. § 4° A é credor 
de B na entrega do objeto X ou Y, foi acordado que C que tem o poder de escolha, C pode não 
querer ou não poder escolher, neste caso quem escolha são o credor e o devedor, A e B, DE 
COMUM ACORDO, se não existir acordo vão para o judiciário, onde o magistrado novamente 
dá a opção da deliberação, que se não houver, o magistrado escolhe. 
 
Art. 253, CC - impossibilidade referente à obrigação. A impossibilidade pode ser material ou 
jurídica. Material = não puder ser objeto da obrigação, absolutamente comprometido 
(perecimento). Jurídica = tem a coisa materialmente existente, mas é inexequível (penhora ou 
impugnação - causa jurídicas para não ter o bem executado), ou seja, o objeto existe, mas não 
pode ser exigido. Exs: penhora - Carlos é credor de Maria de uma quantia X de reais, vencida e 
não paga. Carlos propôs execução na justiça, paralelamente João é credor de Maria em um 
imóvel, Carlos vai atrás de bens de Maria para penhora e acha o imóvel que Maria está prestes 
a vender para João, com a intimação de penhora Maria não consegue vender o bem para João, 
materialmente o bem existe, porém Maria não vender a casa, mesmo sendo propriedade dela, 
de posse dela. Impugnação - corresponde, no direito processual civil, a embargos (paralisação 
da realização de um ato jurídico). João é credor de Maria em um imóvel, Maria foi 
surpreendida por um terceiro, Carlos, alegando que o imóvel é dele (com as devidas 
comprovações). Independentemente de Carlos estar ou não certo, o imóvel, enquanto corre o 
processo, é de Maria e ela pode vender a qualquer momento, o que complicaria o caso de 
Carlos no caso dele ter a razão, porque teria que ir atrás de João depois para reaver sua casa, 
daí Carlos pede ao juiz que impugne/embargue a venda da casa até o fim do processo. 
 
Art. 254, CC - NÃO COMPETINDO AO CREDOR A ESCOLHA. A é credor de B sobre os objetos X 
ou Y, que perecem com culpa do devedor, B tem que pagar o equivalente mais perdas e danos, 
esse equivalente não será o preço que A pagou para B e sim o valor pecuniário do objeto que 
Art. 252. Nas obrigações 
alternativas, a escolha cabe 
ao devedor, se outra coisa 
não se estipulou. 
Art. 253. Se uma das 
duas prestações não 
puder ser objeto de 
obrigação ou se 
tornada inexeqüível, 
subsistirá o débito 
quanto à outra. 
 
Art. 254. Se, por 
culpa do devedor, 
não se puder 
cumprir nenhuma 
das prestações, não 
competindo ao 
credor a escolha, 
ficará aquele 
obrigado a pagar o 
valor da que por 
último se 
impossibilitou, mais 
as perdas e danos 
que o caso 
determinar. 
 
Art. 255. Quando a 
escolha couber ao 
credor e uma das 
prestações tornar-se 
impossível por culpa 
do devedor, o credor 
terá direito de exigir 
a prestação 
subsistente ou o 
valor da outra, com 
perdas e danos; se, 
por culpa do 
devedor, ambas as 
prestações se 
tornarem 
inexeqüíveis, poderá 
o credor reclamar o 
valor de qualquer 
das duas, além da 
indenização por 
perdas e danos. 
 
Art. 256. Se todas as 
prestações se 
tornarem 
impossíveis sem 
culpa do devedor, 
extinguir-se-á a 
obrigação. 
 
pereceu por último (porque é mais fácil de auferiro preço). Se ambos perecerem 
simultaneamente, a jurisprudência aprecia que o equivalente será do bem mais caro. 
 
Art. 255, CC - QUANDO A ESCOLHA É DO CREDOR. (in fine) A é credor de B sobre os objetos X 
ou Y, que perecem com culpa do devedor, B tem que pagar o equivalente mais perdas e danos, 
porém o equivalente será escolha do credor, já que a escolha, antes do perecimento, era dele 
mesmo. A é credor de B sobre um boi ou uma vaca. Ato de escolha do credor. Há um 
perecimento da vaca sem culpa, converte-se em equivalente mais perdas e danos. Mas o 
credor pode escolher entre o boi ou o equivalente mais perdas e danos. HÁ DUAS CORRENTES, 
Venosa e Carlos Roberto, que são mais legalistas, restritos, acreditam que o credor pode 
escolher entre o boi e equivalente mais perdas e danos, com argumento de que só se fala em 
perdas e danos quando se fala de perecimento, o que pereceu foi a vaca, se o credor escolher 
o boi há a finalização da obrigação, não se fala de perdas e danos. Caio Mário e Maria Helena 
Diniz são menos legalistas e afirmam que se o CC quisesse alguma restrição tinha feito 
abertamente e que o credor pode escolher boi mais perdas e danos ou equivalente mais 
perdas e danos, porque as perdas e danos geraram-se de uma atitude ilícita. O STJ pacificou 
que perdas e danos decorrem de um dano conjugado de uma conduta ilícita, culposa, que só 
alcança uma prestação, se escolher a outra prestação a obrigação é satisfeita e não tem 
porque falar em perdas e danos, porque é enriquecimento sem causa, então as opções de 
escolha do credor são boi ou equivalente (preço da coisa que pereceu) mais perdas e danos. 
 
Art. 256, CC – A é credor de B sobre x e y, se houver perecimento sem culpa a obrigação se 
resolve. 
 
OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS 
 
1- Conceito: são obrigações simples (só uma coisa como objeto singular ou coletivo) em 
que há uma faculdade à disposição do devedor. Tem uma particularidade que é a 
faculdade. É um tipo obrigacional que visa favorecer o devedor. Não é previsto em lei, 
corresponde a uma criação da doutrina que surgiu do acordo de vontades. São muito 
semelhantes às alternativas, mas não são iguais. 
2- Faculdade: é um modo diverso que o devedor tem para cumprir a obrigação. é 
EXCLUSIVA do devedor. 
3- Inadimplemento: 
Situação 1 – alternativa Situação 2 – facultativa 
A credor de B em boi OU vaca. 
 
Favorece o credor, devedor por entregar boi 
OU vaca. Há a presença da prestação 
subsidiária. Há opção de objeto. 
A credor de B sobre um boi. B pode, também, 
entregar um cavalo. 
 
Cumpre-se a obrigação entregando o boi, 
mas A aceita o cavalo, SE B escolher lhe 
entregar. Favorece o devedor, é criada pela 
doutrina. Há a presença da prestação 
facultativa. O objeto é o boi, porque a 
obrigação é simples, o cavalo é a faculdade. 
Corresponde às obrigações de dar, fazer e 
não fazer, é tutelada por esses três tipos 
obrigacionais base. 
Se o boi perecer sem culpa, a obrigação recai 
sobre a vaca, as duas coisas estão à 
disposição do credor. 
Se o boi perecer sem culpa, daí a obrigação 
se resolve. PODERÁ o devedor entregar o 
cavalo, o credor não pode exigir a faculdade, 
pois apenas uma coisa (o boi) está a 
 
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS 
 
1- Conceito: divisíveis – são aquelas suscetíveis de cumprimento parcelado em quantos 
forem os credores ou devedores. Previsto no art. 257, CC. será SEMPRE cumprida por 
quotas (analisa o contrato, se não houver disposto no contrato, a lei determina que as 
quotas sejam iguais). 
2- Obrigações múltiplas: são aquelas em que há pluralidade de sujeitos em qualquer das 
modalidades da obrigação. 
3- Princípio “concursu parts fiunt”: quando se trata de obrigações divisíveis SOMENTE, 
utilizamos esse princípio, que é exclusivo desse tipo de obrigação. preceitua que o 
concurso de sujeitos se resolverá sempre por partes do objeto. A base legal é o art. 
257, CC, ou seja, sempre serão cumpridas por quotas (que são determinação do 
princípio), que a lei presume que sejam iguais, mas se o contrato especificar diferente, 
vale o contrato. Iguais em relação às quotas e distintas em relação à responsabilidade. 
Internamente não há relação entre os acordos/responsabilidades. A, B e C emprestam 
3 mil para D, se D pagar 3 mil para A terá que pagar mil para C e mil para C porque 
pagou errado, pagou mal, o certo seria mil para A, mil para B e mil para C, porque 
pagando 3 mil para A a obrigação de D frente a A está extinta, mas frente a B e C não. 
 
OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS 
 
1- Conceito: Indivisíveis – são aquelas que não admitem divisão do objeto entre os 
sujeitos, por sua natureza, por motivo de ordem econômica ou dada a razão 
determinando do negócio jurídico. Previsto no art. 258, CC, SEMPRE, 
obrigatoriamente, serão cumpridas na totalidade (a lei que determina). 
2- Causas da indivisibilidade: fazem com que a obrigação sempre seja paga na 
totalidade. 
A) Natureza: analisa se não vai ferir a utilização nem o valor econômico do bem no 
momento de dividi-lo. 
disposição do credor. 
Há o inadimplemento culposo, a obrigação se 
converte em equivalente mais perdas e danos 
da prestação que pereceu OU recai sobre a 
prestação subsidiária. 
A previsão em lei alcança o objeto, nada é 
falado sobre faculdade, se perece o boi pede-
se equivalente mais perdas e danos. O credor 
não pode exigir a faculdade porque é 
exclusiva do devedor, segundo Venosa. 
Segundo Fábio Podesta o devedor tem que 
ter um zelo maior, não pode agir com culpa já 
que o tipo obrigacional lhe favorece. 
Portanto tem que ser punido de forma 
extremada, havendo culpa do devedor 
equivale-se as obrigação facultativas às 
alternativas, tendo o credor a opção de 
escolher entre o equivalente mais perdas e 
danos ou a faculdade. O STJ nunca se 
manifestou a esse respeito, mas o 
entendimento mais crescente é o do Podesta, 
com a lógica de que se não há previsão legal, 
segue o tipo que tem previsão legal, que é 
mais seguro. 
Art. 257. Havendo mais 
de um devedor ou mais 
de um credor em 
obrigação divisível, esta 
presume-se dividida em 
tantas obrigações, iguais 
e distintas, quantos os 
credores ou devedores. 
 
Art. 258. A obrigação é 
indivisível quando a 
prestação tem por objeto 
uma coisa ou um fato não 
suscetíveis de divisão, por 
sua natureza, por motivo 
de ordem econômica, ou 
dada a razão 
determinante do negócio 
jurídico. 
 
B) Motivo de ordem econômica: razões/causas inseridas pela lei que visam 
estabilizar a economia interna do país. Ex: terreno divisível e módulo rural. 
Terreno normal pode dividir, módulo rural não, porque a lei acredita que é o 
espaço mínimo para garantir a moradia e a subsistência. Então, far-se-á a escritura 
no nome dos tantos quantos forem os sujeitos, ao invés de fazer várias escrituras, 
uma para cada 
C) Dada a razão determinante do negócio jurídico: (acordo de vontade). Ex: A 
emprestou dinheiro para B, C e D. até então é divisível, porém, na hora do 
contrato, A disse que queria, no vencimento, cobrar TUDO de qualquer um dos 
três. B, C e D concordaram, então, pelo acordo, o que era divisível tornou-se 
indivisível. 
 
Art. 259, CC – quando torna algo divisível em indivisível aumenta a responsabilidade. A credor 
de B, C e D com o objeto sendo 3 mil reais. A cobre de B que tem e que paga a totalidade, a 
obrigação de B, C e D frente a A se extingue, mas o legislador quer facilitar o recebimento de B. 
§ único – há a presença da sub-rogação (que é a transferência de direitos, ações, garantias e 
privilégios do credor primitivo frente ao novo credor mediante pagamento da dívida). SÓ HÁ 
SUB-ROGAÇÃO NAS OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS (por enquanto, para a segunda prova isso vai 
mudar). Sub-rogação = sai o credor primitivo e entra outro em seu lugar. Ex: A credor de B, F1 
e F2 (que são fiadores), A cobra de B que não paga. A cobra deF1 que paga, A sai e F1 entra 
em seu lugar, ficando assim: F1 credor de B e F2. No momento que ficar só um credor e só um 
devedor, não se fala mais em obrigação divisível ou não, já é uma obrigação simples, daí não 
há mais a sub-rogação. A sub-rogação não é uma garantia é uma facilitação de pagamento. 
 
Art. 260, CC – começa a falar de pluralidade de credores. A, B e C são credores de D na 
obrigação de dar um cavalo. D tem a opção de pagar conjuntamente, que é a mais segura. Se 
não conseguir juntar todos, algum dos credores, munido de caução de ratificação dos outros 
credores, pode receber o objeto, o que é seguro para o devedor. Caução de ratificação é um 
documento que habilita um só sujeito a receber e quitar em nome dos demais, parece, MAS 
NÃO É uma procuração. Porque é uma mera declaração, é menos formal que a procuração. B e 
C dão caução de ratificação para A que recebe o cavalo de D. a presença da caução de 
ratificação de todos os outros credores faz com que a obrigação se extinga frente a todos. 
 
Art. 261, CC – aqui o legislador se preocupou com as relações internas da obrigação. A,B e C 
são credores de D com o objeto sendo 3 mil reais. Esse objeto é indivisível porque tem um 
objetivo definido, uma finalidade comum definida, e foi acordado entre as partes que assim 
seria. Há um direito de preferência de quem está com a coisa. Extinguindo-se a obrigação de D 
perante todos seus credores e inexistindo acordo quanto à finalidade do objeto entre A, B e C, 
a lei determina que quem está com os 3 mil, por exemplo, A, que recebeu com caução dos 
demais, repassa mil para B e mil para C. se ao invés de três mil o objeto fosse um cavalo e 
existindo conflito, o cavalo permanece com A e repassa pra B e C suas respectivas partes em 
dinheiro. Já que não há como repartir o cavalo em 3, pois comprometerá sua finalidade. B e C 
não podem se sentir prejudicados por quererem o cavalo ao invés do dinheiro, porque eles 
deram caução de ratificação para A, então não podem reclamar. 
 
Art. 262, CC – remissão = perdão da dívida. Só credor pode perdoar dívida. Não gera vantagem 
econômica para o credor e sim para o devedor. Mas nosso ramo não se preocupa se gera ou 
não vantagem para alguém. A, B e C são credores de D com o objeto da obrigação sendo 3 mil 
reais divisível. C remite a dívida de C, mas remite somente até o montante dele, que é 1/3 do 
objeto. A obrigação de D frente a C está extinta, só existe agora obrigação de D frente a A e B. 
Agora na obrigação indivisível – A, B e C são credores de D em uma obrigação cujo objeto é um 
cavalo. C remite a dívida de D, mas só 1/3 que é a quota interna dele. A obrigação de D frente 
Art. 259. Se, havendo dois ou 
mais devedores, a prestação 
não for divisível, cada um será 
obrigado pela dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, 
que paga a dívida, sub-roga-se 
no direito do credor em 
relação aos outros 
coobrigados. 
 
Art. 260. Se a 
pluralidade for dos 
credores, poderá 
cada um destes 
exigir a dívida 
inteira; mas o 
devedor ou 
devedores se 
desobrigarão, 
pagando: 
I - a todos 
conjuntamente; 
II - a um, dando 
este caução de 
ratificação dos 
outros credores. 
 
Art. 261. Se um só 
dos credores 
receber a 
prestação por 
inteiro, a cada um 
dos outros assistirá 
o direito de exigir 
dele em dinheiro a 
parte que lhe caiba 
no total. 
Art. 262. Se um 
dos credores 
remitir a dívida, a 
obrigação não 
ficará extinta para 
com os outros; 
mas estes só a 
poderão exigir, 
descontada a 
quota do credor 
remitente. 
Parágrafo único. O 
mesmo critério se 
observará no caso 
de transação, 
novação, 
compensação ou 
confusão. 
 
a C está extinta, porém D ainda tem que entregar o cavalo para A e B, e sua parte vai junto, 
porém não pode dividir, claro, é indivisível, aumentando a cota de A e B, D pode cobrar a mais 
por esse aumento de cota. Se A e B pagarem o aumento, D entrega o cavalo, se A e B não 
quiserem pagar o aumento, já que não são obrigados a receber o objeto assim, porque não foi 
o que acordaram (alliud pro allio) D devolve a parte da contraprestação de A e de B. mesmo 
assim D tem lucro, porque ficou com a parte da contraprestação de C e o cavalo. § único – 
formas de extinção das obrigações que são institutos que geram o mesmo efeito do caput. A 
credor de B, porém B é filho de A, A morre, B assume seus direitos em todas obrigações, 
inclusive na que o falecido A tinha com ele. Daí B torna-se credor e devedor ao mesmo tempo, 
há a confusão porque não consegue-se distinguir credor de devedor. A, B e C são credores de 
D na obrigação cujo objeto é um cavalo. C é pai de D, C morre, D assume, extinguindo a 
obrigação em 1/3 o que nos leva para a mesma conclusão do caput. 
 
Art. 263, CC – perecimento com culpa converte-se em equivalente (que todos pagam) mais 
perdas e danos (aquele ou aqueles que agiram com culpa). Com o perecimento o objeto perde 
a qualidade de indivisível, porque perece e isso afeta o objeto tirando dele a indivisibilidade. § 
1º - as perdas e danos são exigíveis por quotas, porque o objeto perdeu o caráter de 
indivisibilidade. § 2º - perece com culpa só de uma pessoa, e o perecimento é sem culpa 
perante os outros. A, B e C pagam o equivalente, mas só B paga sozinho as perdas e danos. 
 
 
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS 
 
 Cada um dos credores só tem direito de exigir sua fração no crédito. 
 De modo idêntico cada um dos devedores só tem que pagar a própria quota no débito. 
 Se o devedor solver integralmente a dívida a um só credor não se desobrigará com 
relação aos demais credores. Porque as quotas são distintas quanto a 
responsabilidade. 
 O credor que recusa o recebimento de sua quota por pretender solução integral 
poderá ser constituído em mora (cumprimento retardado/fora do prazo da obrigação. 
que pode ser motivado pelo devedor (que deixa de pagar a dívida em seu vencimento, 
que é o mais comum) quanto pelo credor (quando, sem justo motivo, se recusa a 
receber o objeto da obrigação). ambos pagam juros mais multa. 
 A insolvência (o patrimônio não é suficiente para pagar suas dívidas e tem que ter 
declaração judicial) de um dos devedores não aumentará as quotas dos demais. O juiz 
abre o concurso de credores (concorrência entre os credores, onde os quirografários 
são os últimos, que, por isso, em tese, nunca recebem). 
 A suspensão da prescrição especial a um dos devedores não aproveita os demais. 
 A interrupção da prescrição para um dos devedores não beneficia aos outros, operado 
contra um dos devedores, não prejudica os demais. 
 
Art. 201 a 204, CC – prescrição pode ser interrompida (paralisa e volta a contar do zero) é 
sempre favorável ao credor. E pode também ser suspensa = paralisa e volta a contar de onde 
parou, é sempre favorável ao devedor. Ignorando o prazo do processo, na interrupção o 
credor, tem, no mínimo, mais de 5 anos para cobrar. E na suspensão continua sendo 5 anos, o 
benefício disso para o devedor é que não é desprezado o momento que o devedor esteve se 
desvinculando da dívida. Não afeta aos demais porque as quotas são distintas quanto a 
personalidade! 
 
 
 
Art. 263. Perde a 
qualidade de 
indivisível a 
obrigação que se 
resolver em perdas 
e danos. 
§ 1o Se, para efeito 
do disposto neste 
artigo, houver 
culpa de todos os 
devedores, 
responderão todos 
por partes iguais. 
§ 2
o
 Se for de um 
só a culpa, ficarão 
exonerados os 
outros, 
respondendo só 
esse pelas perdas 
e danos. 
 
Art. 201. Suspensa a 
prescrição em favor de um 
dos credores solidários, só 
aproveitam os outros se a 
obrigação for indivisível. 
 
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos 
outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou 
seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. 
§ 1o A interrupção por um doscredores solidários aproveita aos outros; 
assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os 
demais e seus herdeiros. 
§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário 
não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de 
obrigações e direitos indivisíveis. 
§ 3
o
 A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. 
 
 
Art. 203. A prescrição pode 
ser interrompida por 
qualquer interessado. 
 
Art. 202. A 
interrupção da 
prescrição, que 
somente poderá 
ocorrer uma vez, dar-
se-á: 
I - por despacho do 
juiz, mesmo 
incompetente, que 
ordenar a citação, se 
o interessado a 
promover no prazo e 
na forma da lei 
processual; 
II - por protesto, nas 
condições do inciso 
antecedente; 
III - por protesto 
cambial; 
IV - pela 
apresentação do 
título de crédito em 
juízo de inventário ou 
em concurso de 
credores; 
V - por qualquer ato 
judicial que constitua 
em mora o devedor; 
VI - por qualquer ato 
inequívoco, ainda 
que extrajudicial, que 
importe 
reconhecimento do 
direito pelo devedor. 
Parágrafo único. A 
prescrição 
interrompida 
recomeça a correr da 
data do ato que a 
interrompeu, ou do 
último ato do 
processo para a 
interromper. 
 
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DAS OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS 
 
 sendo indivisível a obrigação, a prescrição aproveita todos os credores, desde que, em 
favor de um venha a ser reconhecida. 
 Sua suspensão ou interrupção aproveita ou prejudica a todos. (porque se aumentar o 
prazo para um, impossibilita o cumprimento da obrigação perante os outros se não 
lhes aumentar o prazo também, mesmo eles não sendo parte). 
 Cada um dos credores exigirá a dívida por inteiro 
 Cada um dos devedores responderá integralmente pela dívida. 
 O devedor que paga integralmente o débito a um dos vários credores desonera-se em 
ralação aos demais. Art. 260, II, mediante a apresentação de caução de ratificação. 
 
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
 
1- Conceito: Dentre várias pessoas designadas como sujeitos ativos ou passivos, uma será 
escolhida para pagar ou para receber, embora garantido o direito de reversão para os 
demais. É solidária a obrigação se expressa em lei, ou no contrato. Solidariedade é um 
vínculo interno que gera reflexos externos, que coloca os indivíduos em pé de 
igualdade, como se forrem um só. Um caso típico é o fiador. Geralmente, quando se 
tem uma cobrança, cobra-se do devedor, executa, se não pagar que vai para o fiador, 
porém, no caso de fiador solidário, o credor pode ir cobrar diretamente nele, sem nem 
passar pelo devedor antes. Não há relevância de divisível ou indivisível, se for solidária, 
jamais seja divisível ou indivisível. A lei 8009 diz que, para a dívida do bem de família 
para com o Estado, de alimentos e de fiança, pode sim atacar o bem da família. Mas o 
STF acredita que só pode pegar o bem da família se estiver expresso no contrato o 
bem em questão. São aquelas em que há vínculo interno entre os sujeitos colocando-
os em pé de igualdade, como se fossem UM SÓ. Um sujeito pode falar/pagar/receber 
por todos. 
2- Características da solidariedade 
A) Sempre possuem pluralidade de sujeitos: porque necessita vínculo, para ter 
vínculo é necessário no mínimo dois sujeitos. 
B) Sempre tem unidade de prestação: porque é como se fosse um só credor e/ou um 
só devedor, portanto o credor te DIREITO a exigir a totalidade e o devedor é 
OBRIGADO a pagar a dívida toda. É diferente da indivisível por isso (art. 258, CC), 
que na indivisível é obrigado a pagar na totalidade – art. 264 
C) Sempre haverá corresponsabilidade entre os interessados: pode fazer o que 
quiser, mas se causar prejuízo para os seus solidários, tem que indenizar. Se 
houver uma condição somente para um dos credores, por exemplo, a condição 
não alcança os demais, podendo essa obrigação se extinguir para o credor que 
houve a condição, e não para os demais. 
3- Fontes: art. 265, CC. 
A) Lei: marido e mulher 
B) Contrato: fiador (SE o contrato disser, nem todo fiador é solidário). Vontade das 
partes. Contrato verbal não admite solidariedade, por que a mesma tem que ser 
expressa. 
4- Fundamento da solidariedade: para garantir solvência na dívida. Isso no direito 
brasileiro. Mas gera praticidade também. 
5- Espécies de solidariedade 
A) Ativa: vínculo interno entre os credores 
B) Passiva: vínculo interno entre os devedores 
Art. 264. Há solidariedade, 
quando na mesma obrigação 
concorre mais de um credor, ou 
mais de um devedor, cada um 
com direito, ou obrigado, à 
dívida toda. 
 
Art. 265. A solidariedade não se 
presume; resulta da lei ou da 
vontade das partes. 
 
C) Mista: acontece muito, é uma classificação doutrinária, não tem no CC 
expressamente, porque há normas específicas para cada tipo de solidariedade. 
 
Art. 267, CC – unidade de prestação. 
 
Art. 268, CC – A, B e C credores de D. dívida vencida e não paga. Voluntariamente qualquer um 
pode cobrar e/ou receber o pagamento. Se C for antecipado, por exemplo, e cobrar 
judicialmente, D só poderá pagar para C (isso é chamado de demanda). Enquanto não houver 
demanda (cobrança judicial) o devedor D poderá pagar a qualquer um dos credores. Havendo 
a demanda, só poderá pagar para quem demandou, extinguindo a obrigação frente aos outros 
credores. Se C demandar e D pagar para A ou para B terá pago mal, e terá que pagar 
novamente. 
 
Art. 269, CC – o legislador só está destacando a questão da coobrigação. Neste artigo não há 
demanda alguma. O que pagar a um extingue frente a todos, na medida do montante pago. Ex: 
A, B e C são credores de D em 3 mil reais. D para mil reais para C, a obrigação de D frente a C, B 
e A está extinto em MIL REAIS. D ainda ficará devendo para A, B e C dois mil reais. Podendo ser 
cobrado por qualquer um. 
 
Art. 270, CC – herdeiros do credor solidário, igual ao art. 276 que trata na versão dos 
devedores. Ex: A, B e C são credores solidários de D, C morre e E e F são seus herdeiros. Os 
herdeiros não serão solidários, eles assumem somente o crédito do falecido pai, não as 
condições, porque solidariedade não pode ser presumida, tem que ser expressa, e quem 
assinou a solidariedade foi o pai, não os filhos. Internamente os herdeiros terão 1/3 de 3 mil, 
tendo E 1/6 e F 1/6. Para E e F a obrigação é indivisível. Se A ou B forem cobrar de D, podem 
cobrar a totalidade, porque são solidários. Se, porém, E ou F forem cobrar, cobram somente 
seu respectivo quinhão (1/6). Se E ou F cobrarem primeiro, D pagará seu respectivo quinhão e 
abaterá do restante para pagar a A ou B o que restar. Isso tudo quando o objeto for divisível. 
Para o objeto indivisível: E, F, A ou B, se forem cobrar, podem cobrar na totalidade, porém, A e 
B podem cobrar na totalidade porque são solidários e E e F porque o objeto da obrigação é 
indivisível, é necessário caução de ratificação se um só for receber. A pode falar em nome de B 
e vice versa. E e F não podem falar em nome do outro. 
 
Art. 271, CC – A, B e C são credores de D com objeto X que veio a perecer com culpa do 
devedor. Converte-se em perdas e danos, que, vamos supor, é o valor de 10 mil reais. 
Continua a solidariedade porque a solidariedade recai sobre os sujeitos e o que pereceu foi o 
objeto. O perecimento do objeto não modifica nada contratualmente. 
 
Art. 272, CC – A, B e C são credores solidários em 3 mil de D. PAGAMENTO = o sujeito que 
receber o pagamento responderá aos outros quanto lhes caiba. D pagou para C, extingue-se a 
dívida de D perante A, B e C. internamente, C só tem direito a mil, somente externamente que 
é credor de três mil,vai, ainda, C ter que pagar mil para A e mil para B. REMISSÃO = A, B ou C 
podem remitir a dívida no alcance de seu crédito, portanto, A, B ou C podem remitir 3 mil para 
D. se C remitir a dívida em 3 mil para D, a dívida

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