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DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: períodos arcaicos com figuras de Estado e sociedades sem muita organização. 1- Direito romano: nosso código civil é baseado no direito romano. A) Jus civile: a sociedade tinha relações comerciais sem interferência do Estado, que viu dois problemas com isso: não tinha controle dessas relações e não podia tributar, já que não participava, com isso não lucrava. Surgiu então a ius civile, que é um conjunto de normas que visava regulamentar as relações comerciais entre os particulares. É relevante para nós hoje em dia porque foi o primeiro registro de criação de direito civil. Mas não tinha cunho obrigatório, era facultativo e tinha a intenção de ser atrativo. Se, por exemplo, A e B optassem por comercializar com o ius civile quem fazia cumprir as normas eram os representantes estatais (pretores ou sacerdotes). Os representantes estatais primeiramente faziam um contrato formal (simplesmente pelo registro e fácil controle do Estado). A negociação era feita TOTALMENTE com intervenção estatal, não mais pelo particular, não tinha nenhuma possibilidade de autonomia se escolhesse o ius civile. Até então não havia nenhum atrativo. O Estado começou a tribular sobre os negócios dos particulares, cobrando pela sua atuação. B) Nexum: é a execução forçada garantida pelo Estado com a incidência do vínculo sobre a pessoa devedora. Esse era o grande atrativo, era a grande vantagem do ius civile, o nexum era uma lei que fazia parte do ius civile. Nexum = atar/ligar. O Estado ligava a pessoa devedora à dívida. O Estado fazia um registro dando início à execução forçada, por período vitalício a pessoa devedora virava escravo para compensar o eventual prejuízo que proporcionou ao credor. Porém, havia situações que o Estado tomava decisões parciais, se a pessoa inadimplente fosse, por exemplo, um destaque na sociedade ou um poderio, o nexum não era aplicado para ele. Foi percebendo isso que a sociedade começou a deixar de lado o ius civile, porque não havia total garantia, e como era optativo, caiu em desuso. O Estado procurou o legislador para tornar o ius civile atrativo novamente. C) Lei papiria poetelia: para trazer de volta a atração da ius civile, essa lei foi criada, com objetivo de pôr fim ao nexum. Manteve a execução forçada, mas com base na constrição patrimonial. É o exemplo do cheque que volta duas vezes e vai para a execução patrimonial, hoje em dia, porque na época da lei papiria o representante estatal simplesmente ia na casa do inadimplente e pegava o bem que ele achava necessário para pagar a dívida. Com isso a sociedade voltou a usar o ius civile mais satisfeita. 2- Direito germânico: tinha seus valores calcados no cumprimento da palavra. Copiou muita coisa do direito romano e inovou no seguinte: se houvesse um devedor inadimplente o mesmo pecou duas vezes, tem que responder duas vezes, pagar a dívida E também pagar pela quebra da palavra. Punia o devedor frente ao credor pelo prejuízo e frente à sociedade pela quebra da palavra. Responsabilidade civil X penal: são as duas responsabilidades que o devedor responde. Civil = dever de pagar por eventuais danos causado pelo descumprimento de sua palavra, de seu contrato. Penal = o dever de responder pela sua conduta ilícita, eram penas de extrema barbárie. Essa divisão de civil e penal de hoje foi copiada do direito germânico. 3- Legislação francesa: tem origem do direito romano. Já tinha o direito civil dividido em ramos, não como é hoje, mas tinha uma tendência de reconhecimento de contratos formais, porém tutelava os contratos informais também. Somente o patrimônio respondia pela dívida. O Estado também lucrava com as relações, mas trouxe o que é primordial para nós hoje, o diferencial dele... Autonomia de vontades X intervencionismo estatal: o Estado não intervém nos dias de hoje, porque há a autonomia de vontades no cunha de relações puramente patrimoniais (que versam sobre direito disponível). Direito das obrigações também pode ser conhecido como direito pessoal, porque a relação jurídica constitui-se para unir duas vontades de dois sujeitos (que é o objeto primordial para o direito das obrigações). Tudo isso veio da legislação francesa, que pôs fim ao intervencionismo estatal e criou o código com base na autonomia de vontades dos sujeitos. Afastou o Estado somente na CRIAÇÃO da obrigação, na EXECUÇÃO FORÇADA o Estado vem intervir. Autonomia = criação. Intervenção = execução. 4- CC, 2002: pode ser formal ou verbal, mas há tendências em contratos formais, que surgem sempre pela autonomia de vontades, trabalha com a responsabilidade civil, o Estado não é necessário, mas aparece se a obrigação não for cumprida espontaneamente, a execução forçada é exclusivamente para constrição patrimonial (só no patrimônio). 5- Figuras híbridas: é um instituto que pertence a dois ou mais ramos do direito, no nosso caso só do direito civil. São classificados com uma espécie de obrigação, são denominados obrigação propter rem (em prol da coisa) ou ob rem (que é abreviação de propter rem). 6- Distinções fundamentais entre direitos reais e direitos pessoais: são os ramos em que nossas figuras híbridas vão oscilar. Pessoais = obrigacionais e reais = das coisas (propriedade de bem imóvel). As características a seguir são todas de direito real, que são exceção e que diferem do direito pessoal que é a regra. A relação jurídica no direito real liga uma lei a um bem, a relação jurídica no direito pessoal liga as vontades de dois ou mais sujeitos. Tudo aquilo que é propriedade ou que surge da propriedade em razão da lei é direito real. Ex: IPTU pode ser direito real porque liga uma obrigação de pagar bem imóvel, uma obrigação que vem da imposição da lei pelo Estado. Mas também pode ser direito pessoal, que pode ter uma cláusula no contrato de locação que diz que o inquilino que deve pagar o IPTU enquanto mora na casa alugada, porque a cláusula surgiu em razão do acordo de vontades do locador e do locatário (mas não há a possibilidade de, se o inquilino não pagar, a proprietária mostrar o contrato de aluguel, porque são institutos diferentes, são duas relações jurídicas distintas. A) Legalidade ou tipicidade: os direitos reais somente existem se a respectiva figura estiver prevista em lei. Só é direito real o que estiver previsto em lei, pode ser muito parecido, mas se não for exatamente igual o disposto em lei, não será direito real. Direito pessoal não precisa de lei, porque surge a partir da vontade das partes. B) Taxatividade: a enumeração legal dos direitos reais é taxativa (numerus clausus), ou seja, não admite ampliação pela simples vontade das partes. É uma consequência da legalidade, só é ampliado em rigor da lei (nem ordem judicial, SOMENTE lei). Direitos pessoais não são taxativos, porque sempre pode haver um tipo novo obrigacional criado pela vontade das partes, tem rol exemplificativo (numerus apertus). C) Publicidade: primordialmente para os bens imóveis por se submeterem a um sistema formal de registro que lhes imprime essa característica. Só geram efeitos se revestido de publicidade, todo direito real tem que ter assentamento no registro civil, é primordial para o direito real. No direito pessoal não é necessário isso, não precisa ter registro em cartório, pode, mas não é obrigado. D) Eficácia erga omnes: os direitos reais são oponíveis a todos indistintamente, tem efeito contra todos! Inclusive contra o Estado. No direito pessoal os efeitos gerados são somente entre as partes. E) Inerência ou aderência: o direito real adere à coisa, acompanhando-a em todas as suas mutações. F) Sequela: como consequência da característica anterior o titular de um direito real poderá perseguir a coisa afetada para buscá-la onde se encontre e em mãos dequem quer que seja. G) Ex de inerência e sequela: A hipoteca a casa para B porque tem uma dívida com ele, A vende a casa da C, que vende para D, etc... a hipoteca acompanha a casa, A não paga sua dívida a B, então B procura a casa até chegar a D, para recuperar a hipoteca. Mesmo D não tendo relação jurídica com B e mesmo se D não soubesse que a casa era hipotecada, porque hipoteca é pública, se D pesquisasse saberia. 7- Conceito: É UMA RELAÇÃO JURÍDICA (QUE AFASTA MORAL/RELIGIÃO) ENTRE UM SUJEITO ATIVO E UM SUJEITO PASSIVO, DE CUNHO PATRIMONIAL, PROVISÓRIO, CUJO O OBJETO É EXIGIVEL ESPONTÂNEA OU COATIVAMENTE (COERCITIVAMENTE). ESTRUTURA DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL 1- Sujeitos: elemento primário da obrigação. É o indivíduo que pactua (vincula diretamente) e faz surgir o acordo de vontades. São duas polaridades. Só consegue definir o sujeito da obrigação quando define quem é o sujeito do objeto. Tem que ser determinado, mas há exceção. A) Ativo: é o indivíduo que tem o direito de exigir o objeto da obrigação, é o credor da obrigação. B) Passivo: é sempre o indivíduo que tem que entregar o objeto da obrigação, é o devedor da obrigação. Determinável: é a exceção. É aquele que, num primeiro momento (na formação do contrato) não será devidamente identificado; mas, caso a obrigação seja cumprida, posteriormente o sujeito será identificado. Permite a possibilidade futura de identificação. Ex: atos unilaterais – é a publicidade da manifestação da vontade, não há vontade de duas partes, somente de uma, mas ainda sim há a obrigação. Recompensa para animal perdido que é objeto de recompensa, o dono do animal é passivo e quem encontrar o animal é ativo, por exemplo. 2- Objeto: é tudo aquilo que é pactuado e que motiva o surgimento da obrigação, pode ser, portanto, qualquer coisa. A doutrina divide em duas espécies. Ex: João contrata Maria. João e Maria são sujeitos. João é ativo e Maria é passivo, levando em conta que o contrato de serviço é o objeto. O dinheiro que Maria irá receber de João é CONTRAPRESTAÇÃO (valor a ser pago pelo objeto da obrigação, é um elemento da obrigação, mas é secundário). Portanto, João é credor e Maria é devedora da obrigação, que é o serviço. A) Direto ou imediato: é tudo aquilo que primeiro se faz na obrigação e que visa o seu cumprimento. O CC chama de prestação. B) Indireto ou mediato: é tudo aquilo que se faz em caráter secundário e que encerra a obrigação. O CC chama de objeto (objeto propriamente dito). Ex: Ana contrata um marceneiro. Ana é credora, o marceneiro é devedor, o armário é o objeto. Prestação – momento de confecção do armário. Objeto – entrega do armário pronto. | prestação e objeto – aulas (porque, neste caso, o objeto é imaterial, não tem como distinguir. São distintos, mas coincidem num mesmo elemento). Prestação possível, lícita e determinável: a prestação e o objeto são tutelados se em consonância com o direito. Possível = é aquela prestação que pode ser cumprida juridicamente. Lícita = aquela que não contraria disposição em lei. Determinável = é aquela em que o seu objeto será identificado por suas condições genéricas (a lei chama de coisa incerta) – art. 243, CC. condições genéricas = gênero [espécie] e quantidade. Ex: um carro Wolksvagem, pode ser qualquer Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. carro, desde que seja wolksvagem, não é seguro contratar assim, mas é possível existir obrigação só com isso. 3- Provisoriedade: TODAS as obrigações são provisórias, terão início e fim definidos pelo contrato ou pela lei. Não quer dizer que será cumprido em um curto espaço de tempo, mas que não será vitalício. Art. 331, CC. quando não tiver vencimento as obrigações serão exigíveis imediatamente. Para a obrigação não contrariar o aspecto da provisoriedade. Maria empresta dinheiro para Ana hoje e não estipula vencimento, a lei autoriza Maria a cobrar hoje mesmo. 4- Vínculo jurídico: é a possibilidade de se aferir valores econômicos na orbigação. É identificado em três elementos/momentos distintos: objeto (apresenta cunho patrimonial normalmente); contraprestação (se a coisa for imaterial, por exemplo) e indenização (toda obrigação, sem execução está ligada a um eventual descumprimento com dever de indenização/perdas e danos). É o elemento que torna a obrigação exigível. É a ligação de dois sujeitos judicialmente. É necessária a presença de dois elementos para haver o vínculo. A) Debitum (Schuld): débito ou dívida da obrigação, ou seja, o OBJETO da obrigação. B) Obligatio (Haftung): a doutrina denomina de responsabilidade. É o poder de exigir o debitum de forma coativa(ou coercitiva – é o poder de levar a pessoa à justiça, com intervenção do Estado). CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS OBRIGAÇÕES: são gerais porque têm por base os elementos da obrigação. São as espécies que vamos estudar no código ao longo do semestre. 1- Positivas e negativas: positivas – são aquelas que consistem na prática de determinada conduta feita pelo devedor em favor do credor. Realiza algo, faz algo. Se vende o carro, tem que praticar o ato de entregar o carro para cumprir a obrigação. Negativas – são aquelas que consistem na abstenção pela prática de determinada conduta feita pelo devedor em prol do credor. É diferente de omissão, porque é vontade declarada. Por lei poderia praticar, mas por força contratual o devedor se declara a não fazer. BASE: prestação de obrigação. Há três tipos bases de obrigação: dar, fazer e não fazer. As outras espécies surgem dessas. 2- Simples e conjuntas/cumulativas: simples - ocorre quando a prestação recai em uma só coisa, singular ou coletiva. Conjuntas/cumulativas – ocorre quando o objeto recai sobre muitas coisas e todas devem ser pagas ou cumpridas. BASE: tem que analisar o objeto da obrigação para classificar. Por exemplo: A credor de B que deve um boi – SIMPLES. A credor de B que deve um boi e um cavalo – CUMULATIVO. A credor de B que deve 100 bois, sendo 50 nelore e 50 x – CUMULATIVO (porque houve descriminação de espécie no contrato). 3- Instantâneas e periódicas/de execução continuada: instantâneas – são aquelas que se exaurem em um só ato ou em um só fato. Não quer dizer que é imediato, pode ate ser, mas não necessariamente. Ex: ato de ENTREGA de uma compra é um momento único. Periódicas/de execução continuada: solve-se a obrigação em trato sucessivo ou continuado num espaço de tempo mais ou menos longo. É cumprido por etapas, se realizará de período em período. Ex: aluguel, que paga mensalmente, mora, paga, mora, paga, etc. PORÉM tem que analisar direitinho as condições do contrato, porque o aluguel pode ser tanto periódico como instantâneo (quando for contrato por temporada, por exemplo, que paga o período todo de uma só vez). BASE: analisa a forma de cumprimento das obrigações. 4- Alternativas/disjuntivas: embora exista pluralidade de prestações o devedor só está distrito (vinculado) a uma delas. Art. 252, CC – ainda vamos trabalhar mais a fundo Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. § 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. § 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. § 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. § 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. comisso. São compostas de várias opções/alternativas para que haja o cumprimento. VISA FAVORECER O CREDOR, mas não quer dizer que vai desfavorecer o devedor, porque garantem, a TODO CUSTO, o cumprimento da obrigação. A credor de B que é vendedor de carros e motos. A resolveu comprar um carro, e se interessou pelo carro X e pela moto Y. A e B convencionaram que pelo valor Z, A poderia levar, na data do vencimento, ou o carro, ou a moto. Se ninguém convencionar quem vai escolher (JÁ QUE É UMA OBRIGAÇÃO VINCULADA À ESCOLHA) a lei determina que é o devedor (mas pode ser o credor, o devedor ou até mesmo um terceiro). A escolha transforma a prestação em objeto. O carro e a moto podem até ter preços diferenciados, e se, por exemplo, A pagar 20 mil e a escolha for a moto, que vale 15 mil, não há prejuízo na visão da lei (porque é um contrato convencionado, as partes escolheram e aceitaram as condições). Se, por exemplo, for furtada a moto, a obrigação será cumprida com o outro objeto. Se furtarem todas as opções do contrato, o mesmo se extingue. 5- Únicas e múltiplas: únicas – são aquelas em que há unidade de sujeitos nas duas polaridades da obrigação. Múltiplas – são aquelas em que há pluralidade de sujeitos em qualquer das modalidades da obrigação. BASE: só observar quantos sujeitos há nas polaridades da obrigação. A----B (única). A e B ------ C e D; A ------ B e C; A e B -------- C (múltiplas). As múltiplas se dividem em divisíveis, indivisíveis e solidárias. 6- Divisíveis e indivisíveis: divisíveis – são aquelas suscetíveis de cumprimento parcelado em quantos forem os credores ou devedores. Previsto no art. 257, CC. será SEMPRE cumprida por quotas (analisa o contrato, se não houver disposto no contrato, a lei determina que as quotas sejam iguais). Indivisíveis – são aquelas que não admitem divisão do objeto entre os sujeitos, por sua natureza, por motivo de ordem econômica ou dada a razão determinando do negócio jurídico. Previsto no art. 258, CC, SEMPRE, obrigatoriamente, serão cumpridas na totalidade (a lei que determina). BASE: analisa o objeto frente aos vários sujeitos da determinada obrigação. Visando sempre a capacidade de utilização e/ou valor econômico do objeto. Por exemplo: A, B e C compram carro de D (indivisível). A empresta três mil para C, D e E (divisível) – ambos pela natureza. Causas de indivisibilidade: motivo de ordem econômica (razões inseridas pela lei que visam estabilizar a economia interna do país). Ex: terreno divisível e módulo rural. Terreno normal pode dividir, módulo rural não, porque a lei acredita que é o espaço mínimo para garantir a moradia e a subsistência. Então, far-se-á a escritura no nome dos tantos quantos forem os sujeitos, ao invés de fazer várias escrituras, uma para cada. Razão determinante do negócio jurídico (acordo de vontade). Ex: A emprestou dinheiro para B, C e D. até então é divisível, porém, na hora do contrato, A disse que queria, no vencimento, cobrar TUDO de qualquer um dos três. B, C e D concordaram, então, pelo acordo, o que era divisível tornou-se indivisível. E, por último, pela natureza (que analisa se não vai ferir a utilização nem o valor econômico do bem). 7- Solidárias: Dentre várias pessoas designadas como sujeitos ativos ou passivos, uma será escolhida para pagar ou para receber, embora garantido o direito de reversão para os demais. É solidária a obrigação se expressa em lei, ou no contrato. Solidariedade é um vínculo interno que gera reflexos externos, que coloca os indivíduos em pé de igualdade, como se forrem um só. Um caso típico é o fiador. Geralmente, quando se tem uma cobrança, cobra-se do devedor, executa, se não pagar que vai para o fiador, porém, no caso de fiador solidário, o credor pode ir cobrar diretamente nele, sem nem passar pelo devedor antes. Não há relevância de divisível ou indivisível, se for solidária, jamais seja divisível ou indivisível. A lei 8009 diz que, para a dívida do bem de família para com o Estado, de alimentos e de fiança, pode sim Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. atacar o bem da família. Mas o STF acredita que só pode pegar o bem da família se estiver expresso no contrato o bem em questão. 8- De meio e de resultado: de meio – são aquelas em que o devedor se compromete à boa execução do meio sem garantias do resultado pretendido. Busca um resultado, mas não há garantia do mesmo. Ex: o exercício de um advogado, ele pode garantir a boa execução do meio, uma boa argumentação, base jurídica, etc, que se não for bem cumprida, ele tem que pagar indenização, porém ele não pode garantir/assegurar o ganho da causa. De resultado – são aquelas em que o devedor se compromete pelas particularidades da obrigação, a alcançar o resultado pretendido independentemente da execução do meio escolhido. Alcançar o resultado pretendido é o que realmente importa. BASE: observa se o resultado tem que ser necessariamente alcançado ou não. Um cirurgião plástico, por exemplo, para fazer a cirurgia de um nariz, pode e tem como garantir o resultado, portanto é obrigação de resultado, porém, em uma cirurgia de emergência, de acidente de trânsito, em que o sujeito ficou todo desfigurado, ele não tem como garantir um resultado, portanto é obrigação de meio. Se for uma obrigação de meio e não alcançar o resultado, não gera reparação, mas se não tiver feito os meios da melhor maneira possível, gera. Se for obrigação de resultado e não alcançar o mesmo, gera indenização. 9- Puras e simples: é uma espécie só, ocorre quando sua eficácia fica subordinada a qualquer das modalidades dos atos jurídicos. É a REGRA dos tipos obrigacionais, não possuem nem modo, nem termo, nem encargo... 10- Condicionais: é uma das exceções, ocorre quando dependentes de acontecimento futuro e incerto que pode se verificar ou não. Art. 234 e 332, CC. há uma condição (no caso suspensiva – que são as que geram efeitos, em obrigações não trabalharemos as resolutivas). 11- Modais: mais uma das exceções, ocorrem quando se impõe um ônus ao devedor beneficiado com determinada liberalidade (aceitar ou não a doação). Há o encargo. Art. 553, CC. 12- Líquidas e ilíquidas: líquidas – são certas quanto a sua existência e determinadas quanto ao seu objeto. Ilíquidas – ao contrário, são as que dependem de prévia apuração visto ser incerto o montante da prestação. BASE: verifica a liquidez, a precisão quanto ao seu objeto, a ponto de poder auferir valor econômico. REGRA: só se pode cumprir uma obrigação se ela for líquida. Se for ilíquida tem que converter em uma obrigação líquida. Ex: A credor de B com um cheque de mil reais – líquido. A credor de B com um carro específico – líquido. A credor de B com qualquer carro – ilíquido. João credor de Maria por responsabilidade de danos de 1,500 reais – líquido. Maria credora de João com reconvenção [réu entra com ação contra autor no mesmo processo] de indenização de danos morais – ilíquido. Enquanto a contadoria do tribunal não auferir o preço da indenização, João não pode pagar Maria, portanto não pode cumprir a obrigação, somente será cumprida quando for convertida em líquida. 13- De garantia: é aquela que visa eliminar um risco que pesa sobre o credor com todas as suas consequências. Ex: avalista, fiador, seguradoras, hipoteca, penhor... 14- De execução diferida: ocorrem quando o cumprimento deve ser realizado em um só ato, mas em momento futuro, num momento posterior. É semelhante à instantâneano quesito de se dar em um só ato, porém difere-se que a de execução diferida ocorre posteriormente e a instantânea é de forma imediata. 15- Civis e naturais: civis – são aquelas disciplinadas pelo direito positivo reunindo todos os elementos indispensáveis à configuração do vínculo jurídico. Possuem vínculo jurídico PERFEITO, quer dizer que a obrigação possui debitum e obligatio. Naturais – a obrigação se diz natural quando se funda num mero dever de ordem moral ou social cujo cumprimento não é juridicamente exigível correspondendo a um dever de justiça. Sua principal característica consiste no fato de que seu inadimplemento não dá ensejo Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor. Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito. à pretensão de uma execução ou de um ressarcimento e pela circunstancia de que seu cumprimento espontâneo é válido não gerando repetição. São previstas no CC em seus artigos 882, 814 e 883 (vínculo jurídico não somente por obrigação civil, mas por natural também, essas são as exceções, pois a regra é que as obrigações sejam civis). As naturais não são necessariamente ilícitas, mas são as exceções. O que não se encaixar em natural, é civil. A doutrina chama de obrigações morais e de vínculo jurídico IMPERFEITO, porque tem o debitum (é previsto em lei, nos artigos), mas não existe obligatio (porque a lei não permite que haja a cobrança). Dívidas naturais são: DÍVIDAS DE JOGO (essa é ilícita) e DÍVIDAS PRESCRITAS. São chamadas pela doutrina de obrigações morais porque são moralmente espontâneas, uma obrigação natural JAMAIS gera repetição de indébito. Por exemplo, se João for cobrar de Maria um cheque prescrito, Maria paga, depois descobre que estava prescrito, não pode ir à justiça, porque é obrigação moral de Maria pagar ou não, agora que já prescreveu sua dívida, não gera direito à repetição indébito nem muito menos à devolução. Repetição indébito é a via que permite ao sujeito a devolução, em dobro, por aquilo que pagou indevidamente. É um dos atos unilaterais. Também chamada de ação in rem verso. Há três requisitos: 1- necessariamente um pagamento indevido. 2- pagamento resultante de uma cobrança indevida e 3- má fé (só que é implícita, porque toda cobrança indevida insinua má fé). Tem que pagar o dobro, mesmo a empresa provando que não houve a má fé, tendo os dois outros requisitos já configura. O dobro existe para indenizar pelo dano, por isso não cabe uma ação de indenização de danos materiais juntos, pois já é “inclusa”. OBRIGAÇÕES DE DAR: primeiro tipo obrigacional, é um tipo obrigacional base. 1- Conceito: é aquela que consiste na entrega de coisa feita pelo devedor em favor do credor. Para o CC correspondem a um ato só. Sempre serão cumpridas a um tradição (que é a entrega). O bem imóvel também admite a tradição, mas a doutrina chama de tradição simbólica. O DUT ou a escritura, apesar de serem obrigatórias, são obrigações secundárias, se entregar a chave do carro ou da casa já cumpriu a obrigação primária. A obrigação de dar simplesmente cumpre-se pela entrega, que é chamada de tradição. 2- Espécies:o CC classifica em duas espécies. Nos dois casos cumprem-se com a tradição. A) Coisa certa: é quando o objeto vem devidamente especificado no contrato. Ou seja, vem identificado por suas qualidades, não necessita de todas as qualidades, mas tanto quais possa diferenciar e identificar a coisa como determinada, não precisa chegar a ser infungível. B) Coisa incerta: é aquela identificada por suas generalidades (gênero/espécie e quantidade – art. 243, CC) 3- Princípios “aliud pro allio”:é o princípio que determina que o credor só se obriga a receber a coisa convencionada nas condições específicas do acordo. É tão importante que tem previsão na lei, no art. 313, CC. 4- Acessórios. Art. 233, CC: há uma regra quando se refera a obrigação de dar no caso de acessórios. Os acessórios acompanham o bem principal, mas o artigo em questão mostra as exceções. O artigo ab inito é a regra, in fine são as exceções, que são duas, a primeira – título da obrigação, que é o contrato, é o título que expressa a obrigação, tem que ser expresso no contrato se acompanha ou não. A segunda – circunstancias do caso pode indicar que o acessório não acompanha o principal, essas circunstancias sempre geram discussão judicial se são ou não evidentes, mas trabalharemos com a regra. 5- Regra “res perito domino”: regra que tem força de princípio. Determina que o sujeito (devedor) tem a obrigação de zelar pela coisa até a tradição (entrega). Res = coisa, Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível. Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei. Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de beneficência, a critério do juiz. Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito. § 1 o Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé. § 2o O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos. § 3o Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares. Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. perito = periciar, domino = domínio. “Quem está na posse da coisa, zela por ela.” A intenção do legislador é afastar qualquer existência de possibilidade de dano. 6- Diferenças entre perecimento e deterioração, com ou sem culpa do devedor: os dois são danos. Perecimento = é a perda total da capacidade de utilização e/ou do valor econômico da coisa (objeto da obrigação). Deterioração = é a perda parcial da capacidade de utilização e/ou do valor econômico da coisa, objeto da obrigação. A utilização do objeto NA/PARA a determinada e específica OBRIGAÇÃO. Na deterioração o objeto ainda existe, no perecimento não. A doutrina equivale furto e roubo ao perecimento, mesmo que talvez não tenha ocorrido dano ao bem, mas ele não existe mais. O dolo não muda as consequências da obrigação. Só é relevante perecimento e deterioração se conjugar com a existência ou inexistência de culpa (sem cuidado devido). Porque tem que analisar uma regra absoluta, até então, toda vez que existirdano, analisa-se se esse dano se dou com ou sem culpa do devedor. Toda vez que for sem culpa, a obrigação se resolve (volta ao estado a quo – como se não existisse obrigação, se já tiver acontecido o pagamento tem que haver a devolução). Não há dever de reparação, porque aqui há uma excludente de responsabilidade (por caso fortuito e/ou força maior), que é causa legal e concentra-se no fato necessário (que é aquilo que te impede de cumprir a obrigação). Toda vez que o dano ocorrer com a culpa do devedor existe o dever de reparação (pelos danos ocasionados) por lei. Perdas e danos é uma forma de reparação de acordo com o dano sofrido. Perdas e danos são de três tipos: material, lucros cessantes e morais. O mateiral e os lucros cessantes são patrimonais e é alçadsa patrimonial. Os danos materiais são extrapatrimoniais e tem previsão no CPC. Se sofrer os três danos pode cumular, mas tem que comprovar tudo. Dano mateiral = tudo aquilo que gera diminuição no patrimônio do sujeito, OCASIONADO PELA CONDUTA CULPOSA. Lucros cessantes = correspondem a tudo aquilo que razoavelmente o sujeito deixou de lucrar – letra da lei, art. 389, CC, é uma estimativa de ganho. Em dano material e lucro cessantes o dano é suprido, porque é objetivo. Danos morais são ofensas a valores subjetivos do indivíduo. Os valores subjetivos são todos os direitos de personalidade tutelados por lei (honra, imagem...), não têm por finalidade suprir o dano, porque é subjetivo, busca somente minimizar o prejuízo. Art. 234, CC. Se o perecimento occorer antes da tradição ou pendente a condição suspensiva a obrigação se resolve. Entende-se como antes da tradição o momento em que a coisa está sob posse do devedor, que deve zelar pelo objeto, e pendente a condição suspensiva que, a obrigação não pode ser cumprida, é o mesmo que dizer antes da tradição. É a mesma coisa, o legislador só intensificou por cautela. Quando ocorrer o perecimento com culpa tem que se pagar o equivalente mais perdas e danos. Falou de culpa há perdas e danos. O equivalente sempre corresponde ao valor que foi pago pelo objeto da obrigação. Se não houver pagamento, não haveŕá equivalente. O equivalente é um dano material mas não está inserido em perdas e danos porque o legislador não quis correr o risco de que só devolvendo o dinheiro resolve a obrigação, porque não encerra a obrigatoriedade. Art. 235, CC – deterioração/dano parcial. Ainda há coisa para ser entregue, a hipótese do artigo é que a deterioração tenha ocorrido sem culpa do devedor. Não há dever de reparar, porque não há perdas e danos. Há duas possibilidades: 1- poderá o credor resolver a obrigação OU 2- aceitar a coisa no estado em que se encontra. O credor não é obrigado a ficar com o bem deteriorado pelo princípio do alliud pro allio. Caso o credor aceito o bem deteriorado pagará ao devedor com o preço do dano abatido. Art. 236, CC – deterioração COM culpa do devedor, há o dever de reparar, porque existe a presença da culpa. Paga o equivalente mais perdas e danos. O equivalente é o valor que foi Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. pago pelo objeto da obrigação. Porém a responsabilidade não se encerra pagando somente o equivalente, há a possibilidade de cumular perdas e danos também. Se o credor quiser aceitar o bem deteriorado ele pode, descontando do preço do bem o valor do dano, mas, ainda assim, pode pedir perdas e danos também. Art. 237, CC – melhoramentos = alguma modificação na coisa, são condições naturais ou de terceiros que aumentam o preço da coisa, ainda que provisoriamente. Pode até ser permanente, mas não precisa necessariamente. Melhoramento não é referência a frutos (que correspondem a tudo aquilo que, periodicamente, a coisa produz e que não lhe retira a sua substância, ou seja, rendimento de caráter periódico). Por ex: uma égua, objeto de uma obrigação de dar, que não é destinada à procriação e fica prenha antes da tradição, o filhote que está por nascer NÃO é fruto, porque não foi periódico, se a égua fosse destinada à procriação seria um fruto. É um melhoramento, porque aumenta o valor da égua. Os melhoramentos pertencem ao devedor e em razão disso ele pode pedir aumento no preço (pois tem uma permissão na lei para tal). Porém o credor não é obrigado a receber, mesmo não sendo um dano, pelo princípio do alliud pro allio, que não a égua prenha não foi o que ele acordou, daí a obrigação se resolve. § único – há duas espécies de frutos, os percebidos e os pendentes. Os percebidos são do devedor, que são aqueles em condição de seres usufruídos/colhidos. Os pendentes são do credor, que não aqueles que estão por vir, ou seja, ainda não têm condições de serem usufruídos/colhidos. O § único é uma regra, mas não impede os sujeitos de convencionarem de forma distinta. Art. 238, CC – restituir = devolver. Obrigações de restituir são cumpridas com a devolução da coisa. Só devolve o que foi dado em empréstimo. As obrigações de restituir sempre consistem em um empréstimo de coisas. Comodato e locação são espécies de empréstimo. Comodato = empréstimo gratuito, locação = empréstimo oneroso. As obrigações de restituir cumprem-se da mesma forma que as obrigações de dar, ou seja, através da tradição. Mas não são obrigações iguais. Diferenças = antes da tradição na obrigação de dar a coisa pertence ao devedor, depois da data de vencimento, após a tradição, a coisa passa a pertencer ao credor. Antes da tradição na obrigação de restituir a coisa pertence ao credor, depois da tradição, na data do vencimento, a coisa pertence ao credor ainda. Toda vez que se fala em obrigação de dar consiste na transferência de propriedade, de devedor para credor. Na obrigação de restituir não existe transferência de propriedade, pois consiste no empréstimo da coisa de credor para devedor, que volta para o credor. A aluga casa para B e a casa desmorona sem culpa de B, B não pagará indenização e a obrigação se resolve. Direitos pré-existentes à perda = legislador resguarda os direitos dos devedores e credores antes da perda da coisa. Art. 239, CC – perecimento com culpa do devedor, o mesmo paga o equivalente mais perdas e danos, sendo o equivalente o VALOR DO OBJETO, e não o valor pago pelo objeto na obrigação. Art. 240, CC – deterioração sem culpa do devedor = a obrigação se resolve. Deterioração com culpa do devedor = converte em equivalente + perdas e danos. Art. 241, CC – melhoramento nas obrigações de restituir. Melhoramento feito pelo devedor sem que empregasse trabalho ou despesa (não contratou mão de obra nem comprou nenhum material) quem lucra é o credor. Se houver trabalho ou despesa não é mais melhoramento e sim benfeitoria. Art. 242, CC – melhoramentos nas obrigações de restituir feitos pelo devedor em que empregou despesa ou trabalho, chamamos de benfeitorias (necessárias, úteis ou voluptuárias), tem que analisar se deram-se de boa ou má fé. As necessárias, mesmo de má fé, gera reparação, porém na proporção do gasto. E são as que visam a conservação do bem. As Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor nãoanuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê- la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar- se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa- fé ou de má-fé. úteis visam gerar melhor utilização do bem, para ser ressarcido tem que ter a autorização do dono da coisa, se for comprovada a má fé não tem direito a ressarcimento. As voluptuárias tem por objetivo o embelezamento da coisa, para ser ressarcido precisa de autorização. Se comprovada a má fé a coisa pertence ao dono e o possuidor tem que ressarcir. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA (entrega de coisa) 1- Conceito: são aqueles que consistem na entrega de coisa identificada por suas generalidades feita pelo devedor em favor do credor. Se cumprem pela tradição, igual a obrigação de dar coisa certa. Diferencia-se na questão de identificação que é genérica. 2- Generalidades: artigo 234, CC. Gênero (pelo STJ interpreta como espécie também) e pela quantidade. Maria é credora de João que deve 100 sacas de arroz à Maria. A coisa é incerta, porque não se sabe ao certo qual é o arroz, se é tipo 1 ou 2, fino, com ou sem casca, etc. 3- Momento da concentração: só existe na coisa incerta e nas coisas alternativas. É uma fase intermediária na obrigação que tem por objetivo transformar a coisa incerta numa coisa certa. Toda obrigação, quando vem a ser cumprida, tem duas fases: inicial (quando é acordade, constituída) e final (quando há o seu cumprimento). Mas quando for coisa incerta intermediariamente haverá a fase da concentração, que tem que ocorrer antes do cumprimento, há qualquer momento. O momento da concentração é dividido em dois atos: A) ato de escolha: que, em regra, será do devedor, se o contrato não especificar nada. Que dará início ao momento da concentração. Onde quem for detentor do ato de escolha atribui qualidades à coisa incerta para torná-la líquida (senão não tem como cumprir a obrigação). Através do preço pode-se saber quais são as qualidades compatíveis. B) ato de ciência: art. 245, CC. O sujeito que escolheu dará ciência ao outro da sua escolha. A ciência é o mero conhecimento. Uma vez que der a ciência ao outro sujeito a coisa incerta é transformada em coisa certa. Partindo do princípio da boa fé é uma ferramenta que funciona muito bem. O ato de ciência (não concordância, nem anuência) tem que ser de maneira formal (escrito), pela doutrina. Já o STJ admite, e será nosso entendimento, que deve ser escrito, porém admite-se que o ato seja verbal desde que devidamente comprovado. Artigo 246, CC – mesmo sabendo que o ato da escolha só é acabado quando há a ciência, usaremos a literalidade da letra da lei, e consideraremos após o ato de escolha, desconsiderando se houve ou não ciência. OBRIGAÇÕES DE FAZER (conduta) 1- Conceito: são aquelas que consistem na prestação de serviços (atividade física ou intelectual) feita pelo devedor em favor do credor. Sem ser de cunho trabalhista. 2- espécies A) material ou fungível: é aquela em que o devedor não necessita cumprir a prestação pessoalmente. Por exemplo: contrata-se uma empresa de empreitada, a empresa não vai construir sua casa, é um pedreiro, que é empregado da empresa. Permite a contratação de terceiros, mas não exclui perdas e danos. B) imaterial ou infungível / intuitu personae: é aquela em que o devedor se compromete, e só pode, cumprir a obrigação pessoalmente. Ex: promoter contrata a Ivete Sangalo para um show, não pode a Ivete mandar um substituto, a obrigação tem que ser cumprida pessoalmente. Não opção de contratação de terceiro, somente perdas e danos. 3- inadimplemento: astreintes - correspondem a uma multa judicial, arbitrada no bojo de uma relação processual, sempre. Vem do direito francês. Só existe no CPC, não existe no CC. São exclusivas do direito de fazer. Tem dois objetivos: 1- penalizar o devedor do inadimplemtento e 2- para minimizar os prejuízos do credor. Para atribuir efetividade às Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. sentenças de relação de obrigação de fazer. Para dar efetividade por exemplo: Maria é credora de João na obrigação de fazer tal coisa e coisa e tal, João faz só tal coisa, dona Maria pede para João fazer também a coisa e tal, ele não faz, vão à justiça, dona Maria ganha uma título executivo contra João que se ele não fizar coisa e tal no prazo estipulado no título entram as astreintes, que é uma espécie de multa. Art. 247 - o descumprimento gera perdas e danos sempre, porque a culpa é presumida. Art. 248 - regra geral das obrigações de fazer. inadimplemência sem culpa gera se resolve e com culpa gera perdas e danos. Art. 249 - CAPUT: o bem é fungível, permite que um terceiro o faça, as despesas têm que ser pagas pelo devedor que foi o inadimplente e também paga perdas e danos . Necessita autorização judicial. Por exemplo: Maria contrata João que não presta os serviços, Maria pode contratar Carlos, sendo que João lhe pagará os custos adicionais. § único: caráter de urgência (que entra no âmbito subjetivo), não necessita de autorização judicial. OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER (a partir do artigo 250, CC) - abstenção de conduta 1- Conceito: são aquelas que consistem na abstenção pela prática de determinada conduta feita pelo devedor em favor do credor. Obrigações negativas, porque a base da contratação é declarar que não vai praticar uma conduta determinada. Ex: Maria que se compromete perante ao João a não mexer em seu próprio muro. Declaração de vontade que tem por base a abstenção. Tem origem no direito romano. corresponde a um tipo obrigacional simples, é um dos tipo base. 2- Direito de vizinhança: é um ramo do direito romano civil que regulamenta as relações entre os vizinhos. A omissão não gera obrigação/responsabilidade/dever. É o que difere abstenção (vontade declarada) de omissão. 3- Inadimplemento: Descumprimento da obrigação. Arts. 250 e 251, CC. Ex: Maria e João - juntam as grades - fecham o beco, que é terreno público - a administração manda retirar a grade - mas Maria tinha acordado com João que não retiraria, porém ela tem que tirar - descumpriu a obrigação, porém sem culpa - obrigação se resolve (Art. 250). Descumprimento de uma obrigação de não fazer - CAPUT: o credor contrataum terceiro que desfaça, a despesa da contratação do terceiro vai para o devedor e pode pagar perdas e danos também. § único: se houver urgência não é necessária a autorizção judicial (que servirá para dar certeza de ressarcimento das despesas). Caio Mário pensa e analisa que quando se trata de obrigação de não fazer, trata-se de direito de vizinhança que mexe com propriedade. o CC foi inóquo, portanto, invevitavelmente, em caráter de urgência ou não, terá a necessidade de autorização judicial, para não recorrer em ato ilícito. PORÉM, vamos seguir o que é a lei escrita, que só necessitará de autorização judicial se não houver caráter de urgência. OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS: garantem o cumprimento da obrigação a todo custo, favorecendo o credor. 1- Conceito: divisor de águas, é um tipo obrigacional derivado, não é mais base, vai ser de entregar, fazer ou não fazer algo, porém com algumas particularidades. São aquelas em que há pluralidade de coisas, mas o devedor só se vincula a uma delas. Haverá uma alternativa quanto ao cumprimento da obrigação. Também chamada de disjuntivas (uma opção OU outra, nunca todas). Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se- á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. 2- Momento de concentração: que nem tem na obrigação de dar coisa incerta. É uma fase intermediária na obrigação que serve para transformar o que está disponível (prestação) em algo exigível (objeto). Art, 252, CC - tem dois atos, que nem a coisa incerta também. A) ato de escolha: que, em regra, será do devedor. Pode ser estipulado que será por um terceiro ou pelo credor. Não há ato de ciência, para a regra, porque já que é o devedor que tem o ato da escolha, ele mesmo quem vai cumprir a obrigação, não necessita de informar ninguém sobre isso. Mas se o ato de escolha for do credor ou de um terceiro, automaticamente precisará informar ao devedor para que ele possa cumprir a obrigação. Porém, vamos trabalhar com a lei escrita: NÃO HÁ ATO DE CIÊNCIA. O momento da obrigação serve para definir o objeto da obrigação, para que o mesmo seja exigível, enquanto é prestação o credor não pode exigí-lo. 3- Inadimplemento: arts. 253 ao 256, CC - o artigo 252, § 1° é uma ressalva para esse determindo tipo obrigacional. O legislador não permite que seja entregue a obrigação parte em uma prestação e parte em outra (ex: são duas prestações, um terreno e uma quantia em dinheiro, não pode dar metade do terreno e metade do dinheiro), pelo princípio da indivisibilidade do objeto = é aquele que preceitua que o objeto deverá ser entregue em sua totalidade para que não haja comprometimento do fim a que se destina. Se credor e devedor previamente acordarem essa opção pode sim existir. § 2° prolongar-se ao tempo gera risco na obrigação alternativa. A cada novo período tem que ter uma nova escolha. A é credor de B em um arrendamento de terras, convencionaram que B pagaria em períodos anuais, por 3 anos, 10 sacas de arroz, feijão OU milho. No primeiro ano, paga-se com arroz, no segundo ano tem que fazer novamente outra escolha, pode repetir, mas tem que haver o novo ato de escolha. § 3° possibilidade de pluralidade de optantes. A é credor de B, C e D no arrendamento de terras. Se há a pluralidade no campo da escolha, tem que haver uma unanimidade, porque senão não tem como resolver/cumprir a obrigação. Enquanto não há acordo, não há cumprimento da obrigação. Na esfera judicial o magistrado dá a opção da deliberalidade, se ainda assim não entrarem em um consenso o juiz escolherá. § 4° A é credor de B na entrega do objeto X ou Y, foi acordado que C que tem o poder de escolha, C pode não querer ou não poder escolher, neste caso quem escolha são o credor e o devedor, A e B, DE COMUM ACORDO, se não existir acordo vão para o judiciário, onde o magistrado novamente dá a opção da deliberação, que se não houver, o magistrado escolhe. Art. 253, CC - impossibilidade referente à obrigação. A impossibilidade pode ser material ou jurídica. Material = não puder ser objeto da obrigação, absolutamente comprometido (perecimento). Jurídica = tem a coisa materialmente existente, mas é inexequível (penhora ou impugnação - causa jurídicas para não ter o bem executado), ou seja, o objeto existe, mas não pode ser exigido. Exs: penhora - Carlos é credor de Maria de uma quantia X de reais, vencida e não paga. Carlos propôs execução na justiça, paralelamente João é credor de Maria em um imóvel, Carlos vai atrás de bens de Maria para penhora e acha o imóvel que Maria está prestes a vender para João, com a intimação de penhora Maria não consegue vender o bem para João, materialmente o bem existe, porém Maria não vender a casa, mesmo sendo propriedade dela, de posse dela. Impugnação - corresponde, no direito processual civil, a embargos (paralisação da realização de um ato jurídico). João é credor de Maria em um imóvel, Maria foi surpreendida por um terceiro, Carlos, alegando que o imóvel é dele (com as devidas comprovações). Independentemente de Carlos estar ou não certo, o imóvel, enquanto corre o processo, é de Maria e ela pode vender a qualquer momento, o que complicaria o caso de Carlos no caso dele ter a razão, porque teria que ir atrás de João depois para reaver sua casa, daí Carlos pede ao juiz que impugne/embargue a venda da casa até o fim do processo. Art. 254, CC - NÃO COMPETINDO AO CREDOR A ESCOLHA. A é credor de B sobre os objetos X ou Y, que perecem com culpa do devedor, B tem que pagar o equivalente mais perdas e danos, esse equivalente não será o preço que A pagou para B e sim o valor pecuniário do objeto que Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. pereceu por último (porque é mais fácil de auferiro preço). Se ambos perecerem simultaneamente, a jurisprudência aprecia que o equivalente será do bem mais caro. Art. 255, CC - QUANDO A ESCOLHA É DO CREDOR. (in fine) A é credor de B sobre os objetos X ou Y, que perecem com culpa do devedor, B tem que pagar o equivalente mais perdas e danos, porém o equivalente será escolha do credor, já que a escolha, antes do perecimento, era dele mesmo. A é credor de B sobre um boi ou uma vaca. Ato de escolha do credor. Há um perecimento da vaca sem culpa, converte-se em equivalente mais perdas e danos. Mas o credor pode escolher entre o boi ou o equivalente mais perdas e danos. HÁ DUAS CORRENTES, Venosa e Carlos Roberto, que são mais legalistas, restritos, acreditam que o credor pode escolher entre o boi e equivalente mais perdas e danos, com argumento de que só se fala em perdas e danos quando se fala de perecimento, o que pereceu foi a vaca, se o credor escolher o boi há a finalização da obrigação, não se fala de perdas e danos. Caio Mário e Maria Helena Diniz são menos legalistas e afirmam que se o CC quisesse alguma restrição tinha feito abertamente e que o credor pode escolher boi mais perdas e danos ou equivalente mais perdas e danos, porque as perdas e danos geraram-se de uma atitude ilícita. O STJ pacificou que perdas e danos decorrem de um dano conjugado de uma conduta ilícita, culposa, que só alcança uma prestação, se escolher a outra prestação a obrigação é satisfeita e não tem porque falar em perdas e danos, porque é enriquecimento sem causa, então as opções de escolha do credor são boi ou equivalente (preço da coisa que pereceu) mais perdas e danos. Art. 256, CC – A é credor de B sobre x e y, se houver perecimento sem culpa a obrigação se resolve. OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS 1- Conceito: são obrigações simples (só uma coisa como objeto singular ou coletivo) em que há uma faculdade à disposição do devedor. Tem uma particularidade que é a faculdade. É um tipo obrigacional que visa favorecer o devedor. Não é previsto em lei, corresponde a uma criação da doutrina que surgiu do acordo de vontades. São muito semelhantes às alternativas, mas não são iguais. 2- Faculdade: é um modo diverso que o devedor tem para cumprir a obrigação. é EXCLUSIVA do devedor. 3- Inadimplemento: Situação 1 – alternativa Situação 2 – facultativa A credor de B em boi OU vaca. Favorece o credor, devedor por entregar boi OU vaca. Há a presença da prestação subsidiária. Há opção de objeto. A credor de B sobre um boi. B pode, também, entregar um cavalo. Cumpre-se a obrigação entregando o boi, mas A aceita o cavalo, SE B escolher lhe entregar. Favorece o devedor, é criada pela doutrina. Há a presença da prestação facultativa. O objeto é o boi, porque a obrigação é simples, o cavalo é a faculdade. Corresponde às obrigações de dar, fazer e não fazer, é tutelada por esses três tipos obrigacionais base. Se o boi perecer sem culpa, a obrigação recai sobre a vaca, as duas coisas estão à disposição do credor. Se o boi perecer sem culpa, daí a obrigação se resolve. PODERÁ o devedor entregar o cavalo, o credor não pode exigir a faculdade, pois apenas uma coisa (o boi) está a OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS 1- Conceito: divisíveis – são aquelas suscetíveis de cumprimento parcelado em quantos forem os credores ou devedores. Previsto no art. 257, CC. será SEMPRE cumprida por quotas (analisa o contrato, se não houver disposto no contrato, a lei determina que as quotas sejam iguais). 2- Obrigações múltiplas: são aquelas em que há pluralidade de sujeitos em qualquer das modalidades da obrigação. 3- Princípio “concursu parts fiunt”: quando se trata de obrigações divisíveis SOMENTE, utilizamos esse princípio, que é exclusivo desse tipo de obrigação. preceitua que o concurso de sujeitos se resolverá sempre por partes do objeto. A base legal é o art. 257, CC, ou seja, sempre serão cumpridas por quotas (que são determinação do princípio), que a lei presume que sejam iguais, mas se o contrato especificar diferente, vale o contrato. Iguais em relação às quotas e distintas em relação à responsabilidade. Internamente não há relação entre os acordos/responsabilidades. A, B e C emprestam 3 mil para D, se D pagar 3 mil para A terá que pagar mil para C e mil para C porque pagou errado, pagou mal, o certo seria mil para A, mil para B e mil para C, porque pagando 3 mil para A a obrigação de D frente a A está extinta, mas frente a B e C não. OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS 1- Conceito: Indivisíveis – são aquelas que não admitem divisão do objeto entre os sujeitos, por sua natureza, por motivo de ordem econômica ou dada a razão determinando do negócio jurídico. Previsto no art. 258, CC, SEMPRE, obrigatoriamente, serão cumpridas na totalidade (a lei que determina). 2- Causas da indivisibilidade: fazem com que a obrigação sempre seja paga na totalidade. A) Natureza: analisa se não vai ferir a utilização nem o valor econômico do bem no momento de dividi-lo. disposição do credor. Há o inadimplemento culposo, a obrigação se converte em equivalente mais perdas e danos da prestação que pereceu OU recai sobre a prestação subsidiária. A previsão em lei alcança o objeto, nada é falado sobre faculdade, se perece o boi pede- se equivalente mais perdas e danos. O credor não pode exigir a faculdade porque é exclusiva do devedor, segundo Venosa. Segundo Fábio Podesta o devedor tem que ter um zelo maior, não pode agir com culpa já que o tipo obrigacional lhe favorece. Portanto tem que ser punido de forma extremada, havendo culpa do devedor equivale-se as obrigação facultativas às alternativas, tendo o credor a opção de escolher entre o equivalente mais perdas e danos ou a faculdade. O STJ nunca se manifestou a esse respeito, mas o entendimento mais crescente é o do Podesta, com a lógica de que se não há previsão legal, segue o tipo que tem previsão legal, que é mais seguro. Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. B) Motivo de ordem econômica: razões/causas inseridas pela lei que visam estabilizar a economia interna do país. Ex: terreno divisível e módulo rural. Terreno normal pode dividir, módulo rural não, porque a lei acredita que é o espaço mínimo para garantir a moradia e a subsistência. Então, far-se-á a escritura no nome dos tantos quantos forem os sujeitos, ao invés de fazer várias escrituras, uma para cada C) Dada a razão determinante do negócio jurídico: (acordo de vontade). Ex: A emprestou dinheiro para B, C e D. até então é divisível, porém, na hora do contrato, A disse que queria, no vencimento, cobrar TUDO de qualquer um dos três. B, C e D concordaram, então, pelo acordo, o que era divisível tornou-se indivisível. Art. 259, CC – quando torna algo divisível em indivisível aumenta a responsabilidade. A credor de B, C e D com o objeto sendo 3 mil reais. A cobre de B que tem e que paga a totalidade, a obrigação de B, C e D frente a A se extingue, mas o legislador quer facilitar o recebimento de B. § único – há a presença da sub-rogação (que é a transferência de direitos, ações, garantias e privilégios do credor primitivo frente ao novo credor mediante pagamento da dívida). SÓ HÁ SUB-ROGAÇÃO NAS OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS (por enquanto, para a segunda prova isso vai mudar). Sub-rogação = sai o credor primitivo e entra outro em seu lugar. Ex: A credor de B, F1 e F2 (que são fiadores), A cobra de B que não paga. A cobra deF1 que paga, A sai e F1 entra em seu lugar, ficando assim: F1 credor de B e F2. No momento que ficar só um credor e só um devedor, não se fala mais em obrigação divisível ou não, já é uma obrigação simples, daí não há mais a sub-rogação. A sub-rogação não é uma garantia é uma facilitação de pagamento. Art. 260, CC – começa a falar de pluralidade de credores. A, B e C são credores de D na obrigação de dar um cavalo. D tem a opção de pagar conjuntamente, que é a mais segura. Se não conseguir juntar todos, algum dos credores, munido de caução de ratificação dos outros credores, pode receber o objeto, o que é seguro para o devedor. Caução de ratificação é um documento que habilita um só sujeito a receber e quitar em nome dos demais, parece, MAS NÃO É uma procuração. Porque é uma mera declaração, é menos formal que a procuração. B e C dão caução de ratificação para A que recebe o cavalo de D. a presença da caução de ratificação de todos os outros credores faz com que a obrigação se extinga frente a todos. Art. 261, CC – aqui o legislador se preocupou com as relações internas da obrigação. A,B e C são credores de D com o objeto sendo 3 mil reais. Esse objeto é indivisível porque tem um objetivo definido, uma finalidade comum definida, e foi acordado entre as partes que assim seria. Há um direito de preferência de quem está com a coisa. Extinguindo-se a obrigação de D perante todos seus credores e inexistindo acordo quanto à finalidade do objeto entre A, B e C, a lei determina que quem está com os 3 mil, por exemplo, A, que recebeu com caução dos demais, repassa mil para B e mil para C. se ao invés de três mil o objeto fosse um cavalo e existindo conflito, o cavalo permanece com A e repassa pra B e C suas respectivas partes em dinheiro. Já que não há como repartir o cavalo em 3, pois comprometerá sua finalidade. B e C não podem se sentir prejudicados por quererem o cavalo ao invés do dinheiro, porque eles deram caução de ratificação para A, então não podem reclamar. Art. 262, CC – remissão = perdão da dívida. Só credor pode perdoar dívida. Não gera vantagem econômica para o credor e sim para o devedor. Mas nosso ramo não se preocupa se gera ou não vantagem para alguém. A, B e C são credores de D com o objeto da obrigação sendo 3 mil reais divisível. C remite a dívida de C, mas remite somente até o montante dele, que é 1/3 do objeto. A obrigação de D frente a C está extinta, só existe agora obrigação de D frente a A e B. Agora na obrigação indivisível – A, B e C são credores de D em uma obrigação cujo objeto é um cavalo. C remite a dívida de D, mas só 1/3 que é a quota interna dele. A obrigação de D frente Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I - a todos conjuntamente; II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão. a C está extinta, porém D ainda tem que entregar o cavalo para A e B, e sua parte vai junto, porém não pode dividir, claro, é indivisível, aumentando a cota de A e B, D pode cobrar a mais por esse aumento de cota. Se A e B pagarem o aumento, D entrega o cavalo, se A e B não quiserem pagar o aumento, já que não são obrigados a receber o objeto assim, porque não foi o que acordaram (alliud pro allio) D devolve a parte da contraprestação de A e de B. mesmo assim D tem lucro, porque ficou com a parte da contraprestação de C e o cavalo. § único – formas de extinção das obrigações que são institutos que geram o mesmo efeito do caput. A credor de B, porém B é filho de A, A morre, B assume seus direitos em todas obrigações, inclusive na que o falecido A tinha com ele. Daí B torna-se credor e devedor ao mesmo tempo, há a confusão porque não consegue-se distinguir credor de devedor. A, B e C são credores de D na obrigação cujo objeto é um cavalo. C é pai de D, C morre, D assume, extinguindo a obrigação em 1/3 o que nos leva para a mesma conclusão do caput. Art. 263, CC – perecimento com culpa converte-se em equivalente (que todos pagam) mais perdas e danos (aquele ou aqueles que agiram com culpa). Com o perecimento o objeto perde a qualidade de indivisível, porque perece e isso afeta o objeto tirando dele a indivisibilidade. § 1º - as perdas e danos são exigíveis por quotas, porque o objeto perdeu o caráter de indivisibilidade. § 2º - perece com culpa só de uma pessoa, e o perecimento é sem culpa perante os outros. A, B e C pagam o equivalente, mas só B paga sozinho as perdas e danos. CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS Cada um dos credores só tem direito de exigir sua fração no crédito. De modo idêntico cada um dos devedores só tem que pagar a própria quota no débito. Se o devedor solver integralmente a dívida a um só credor não se desobrigará com relação aos demais credores. Porque as quotas são distintas quanto a responsabilidade. O credor que recusa o recebimento de sua quota por pretender solução integral poderá ser constituído em mora (cumprimento retardado/fora do prazo da obrigação. que pode ser motivado pelo devedor (que deixa de pagar a dívida em seu vencimento, que é o mais comum) quanto pelo credor (quando, sem justo motivo, se recusa a receber o objeto da obrigação). ambos pagam juros mais multa. A insolvência (o patrimônio não é suficiente para pagar suas dívidas e tem que ter declaração judicial) de um dos devedores não aumentará as quotas dos demais. O juiz abre o concurso de credores (concorrência entre os credores, onde os quirografários são os últimos, que, por isso, em tese, nunca recebem). A suspensão da prescrição especial a um dos devedores não aproveita os demais. A interrupção da prescrição para um dos devedores não beneficia aos outros, operado contra um dos devedores, não prejudica os demais. Art. 201 a 204, CC – prescrição pode ser interrompida (paralisa e volta a contar do zero) é sempre favorável ao credor. E pode também ser suspensa = paralisa e volta a contar de onde parou, é sempre favorável ao devedor. Ignorando o prazo do processo, na interrupção o credor, tem, no mínimo, mais de 5 anos para cobrar. E na suspensão continua sendo 5 anos, o benefício disso para o devedor é que não é desprezado o momento que o devedor esteve se desvinculando da dívida. Não afeta aos demais porque as quotas são distintas quanto a personalidade! Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2 o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. § 1o A interrupção por um doscredores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. § 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis. § 3 o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado. Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar- se-á: I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; III - por protesto cambial; IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DAS OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS sendo indivisível a obrigação, a prescrição aproveita todos os credores, desde que, em favor de um venha a ser reconhecida. Sua suspensão ou interrupção aproveita ou prejudica a todos. (porque se aumentar o prazo para um, impossibilita o cumprimento da obrigação perante os outros se não lhes aumentar o prazo também, mesmo eles não sendo parte). Cada um dos credores exigirá a dívida por inteiro Cada um dos devedores responderá integralmente pela dívida. O devedor que paga integralmente o débito a um dos vários credores desonera-se em ralação aos demais. Art. 260, II, mediante a apresentação de caução de ratificação. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 1- Conceito: Dentre várias pessoas designadas como sujeitos ativos ou passivos, uma será escolhida para pagar ou para receber, embora garantido o direito de reversão para os demais. É solidária a obrigação se expressa em lei, ou no contrato. Solidariedade é um vínculo interno que gera reflexos externos, que coloca os indivíduos em pé de igualdade, como se forrem um só. Um caso típico é o fiador. Geralmente, quando se tem uma cobrança, cobra-se do devedor, executa, se não pagar que vai para o fiador, porém, no caso de fiador solidário, o credor pode ir cobrar diretamente nele, sem nem passar pelo devedor antes. Não há relevância de divisível ou indivisível, se for solidária, jamais seja divisível ou indivisível. A lei 8009 diz que, para a dívida do bem de família para com o Estado, de alimentos e de fiança, pode sim atacar o bem da família. Mas o STF acredita que só pode pegar o bem da família se estiver expresso no contrato o bem em questão. São aquelas em que há vínculo interno entre os sujeitos colocando- os em pé de igualdade, como se fossem UM SÓ. Um sujeito pode falar/pagar/receber por todos. 2- Características da solidariedade A) Sempre possuem pluralidade de sujeitos: porque necessita vínculo, para ter vínculo é necessário no mínimo dois sujeitos. B) Sempre tem unidade de prestação: porque é como se fosse um só credor e/ou um só devedor, portanto o credor te DIREITO a exigir a totalidade e o devedor é OBRIGADO a pagar a dívida toda. É diferente da indivisível por isso (art. 258, CC), que na indivisível é obrigado a pagar na totalidade – art. 264 C) Sempre haverá corresponsabilidade entre os interessados: pode fazer o que quiser, mas se causar prejuízo para os seus solidários, tem que indenizar. Se houver uma condição somente para um dos credores, por exemplo, a condição não alcança os demais, podendo essa obrigação se extinguir para o credor que houve a condição, e não para os demais. 3- Fontes: art. 265, CC. A) Lei: marido e mulher B) Contrato: fiador (SE o contrato disser, nem todo fiador é solidário). Vontade das partes. Contrato verbal não admite solidariedade, por que a mesma tem que ser expressa. 4- Fundamento da solidariedade: para garantir solvência na dívida. Isso no direito brasileiro. Mas gera praticidade também. 5- Espécies de solidariedade A) Ativa: vínculo interno entre os credores B) Passiva: vínculo interno entre os devedores Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. C) Mista: acontece muito, é uma classificação doutrinária, não tem no CC expressamente, porque há normas específicas para cada tipo de solidariedade. Art. 267, CC – unidade de prestação. Art. 268, CC – A, B e C credores de D. dívida vencida e não paga. Voluntariamente qualquer um pode cobrar e/ou receber o pagamento. Se C for antecipado, por exemplo, e cobrar judicialmente, D só poderá pagar para C (isso é chamado de demanda). Enquanto não houver demanda (cobrança judicial) o devedor D poderá pagar a qualquer um dos credores. Havendo a demanda, só poderá pagar para quem demandou, extinguindo a obrigação frente aos outros credores. Se C demandar e D pagar para A ou para B terá pago mal, e terá que pagar novamente. Art. 269, CC – o legislador só está destacando a questão da coobrigação. Neste artigo não há demanda alguma. O que pagar a um extingue frente a todos, na medida do montante pago. Ex: A, B e C são credores de D em 3 mil reais. D para mil reais para C, a obrigação de D frente a C, B e A está extinto em MIL REAIS. D ainda ficará devendo para A, B e C dois mil reais. Podendo ser cobrado por qualquer um. Art. 270, CC – herdeiros do credor solidário, igual ao art. 276 que trata na versão dos devedores. Ex: A, B e C são credores solidários de D, C morre e E e F são seus herdeiros. Os herdeiros não serão solidários, eles assumem somente o crédito do falecido pai, não as condições, porque solidariedade não pode ser presumida, tem que ser expressa, e quem assinou a solidariedade foi o pai, não os filhos. Internamente os herdeiros terão 1/3 de 3 mil, tendo E 1/6 e F 1/6. Para E e F a obrigação é indivisível. Se A ou B forem cobrar de D, podem cobrar a totalidade, porque são solidários. Se, porém, E ou F forem cobrar, cobram somente seu respectivo quinhão (1/6). Se E ou F cobrarem primeiro, D pagará seu respectivo quinhão e abaterá do restante para pagar a A ou B o que restar. Isso tudo quando o objeto for divisível. Para o objeto indivisível: E, F, A ou B, se forem cobrar, podem cobrar na totalidade, porém, A e B podem cobrar na totalidade porque são solidários e E e F porque o objeto da obrigação é indivisível, é necessário caução de ratificação se um só for receber. A pode falar em nome de B e vice versa. E e F não podem falar em nome do outro. Art. 271, CC – A, B e C são credores de D com objeto X que veio a perecer com culpa do devedor. Converte-se em perdas e danos, que, vamos supor, é o valor de 10 mil reais. Continua a solidariedade porque a solidariedade recai sobre os sujeitos e o que pereceu foi o objeto. O perecimento do objeto não modifica nada contratualmente. Art. 272, CC – A, B e C são credores solidários em 3 mil de D. PAGAMENTO = o sujeito que receber o pagamento responderá aos outros quanto lhes caiba. D pagou para C, extingue-se a dívida de D perante A, B e C. internamente, C só tem direito a mil, somente externamente que é credor de três mil,vai, ainda, C ter que pagar mil para A e mil para B. REMISSÃO = A, B ou C podem remitir a dívida no alcance de seu crédito, portanto, A, B ou C podem remitir 3 mil para D. se C remitir a dívida em 3 mil para D, a dívida
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