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DIREITO CIVIL

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DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES – SEGUNDA PROVA
CESSÃO DE CRÉDITO: modo de transmissão de obrigação.
Conceito: é o instrumento que permite ao credor transferir o seu crédito a um terceiro. Basta que tenha vontade, é sempre contratual, sempre resulta de acordo de vontades, não há cessão de crédito importa por lei. 
Sujeitos
Cedente: credor primitivo que cede seu crédito a terceiros. 
Cessionário: sempre o terceiro que se torna o novo credor.
Cedido: sempre o devedor.
Espécies
Onerosa: ocorre quando há pagamento do cessionário ao cedente.
Gratuita: ocorre quando não há pagamento do cessionário ao cedente.
O CC geralmente não prevê e nem permite vantagem econômica. Mas se tratando de cessão de crédito o CC prevê vantagem econômica, é o efeito especulativo.
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1
o
 do art. 654.
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.Notificação do devedor: pode ser simples, como uma simples ciência, mas nunca pode ser verbal, sempre escrita. As condições objetivas não são alteradas com a cessão de crédito. Não necessitando, portanto, da anuência do devedor, mas ele necessita ser notificado, necessita ter ciência, conhecimento da cessão, para saber para quem tem que pagar. Art. 290, CC. A cessão é válida independente ou não da notificação do devedor. Mas se não for notificada ela se torna ineficaz. Não está escrito no CC, mas na doutrina é dever do cedente notificar o cedido. O cessionário PODE, mas quem DEVE notificar é o cedente, a jurisprudência segue a linha da doutrina.
Forma
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.
§ 1
o
 O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi 
passado, a qualificação do outorgante
 e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.Verbal: é válida também. A cessão verbal é válida, mas ineficaz em relação a terceiros.
Escrita: é plenamente válida também. Necessita ser na forma do art. 288, CC. A cessão escrita frente a terceiros é válida e eficaz.
Instrumento público: termo – documento que vai externar a cessão.
Instrumento particular: termo – documento que vai externar a cessão. Art. 654, § 1º, CC – trata da procuração, que vai ser utilizada para o termo da cessão também. Tem que ter uma forma especial, dar um mínimo de condições para trazer de forma clara o que está sendo cedido, requisitos mínimos. 
Ex: Situação 1 – A é credor de B em um imóvel, A cede seu crédito para C, ao meso tempo D entra com uma execução contra A por uma obrigação vencida e não paga. D pede para penhorar o imóvel de A, porque está devendo para ele. C sofre o prejuízo e pode pedir desconstituição da penhora provando a cessão a partir do termo (se for na forma escrita). Com a cessão verbal seria diferente, se não tem termo a prova tem que ser testemunhal, mas pode parecer fraude contra o credor. A cessão verbal, portanto, é válida, mas é ineficaz, então não tem o poder de desconstituir a penhora. 
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios.Situação 2 – A é credor de B, onde B tem que entregar um objeto x para A, com um imóvel de garantia. A cede seu crédito para C. A garantia é transferida juntamente com o crédito, de acordo com o art. 287, CC. tudo vinculado ao crédito é transferido, salvo disposição em contrario, contida no termo da cessão. C, portanto, pode exigir o imóvel de B, se B não lhe entregar x, isso tudo se C averbar no cartório que a hipoteca (garantia) de A foi transferida a ele. Art. 289, CC.
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.Exceção de cessão de crédito. Art. 286, CC.
Natureza: Maria é credora de João no objeto de dois mil reais, Maria é filha de João e o crédito é de natureza alimentícia (que serve para subsistência), porém é um direito indispensável e não pode ser cedido.
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.Lei: Maria é incapaz (RI ou AI, tanto faz), Carlos é seu curador/tutor. Carlos tem que assinar também qualquer cessão que Maria faça, se o cessionário for o Carlos (representante legal) a cessão é nula de pleno direito. 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.Convenção das partes: vai ser gerada uma cláusula proibitiva no contrato. Maria sem se importar com a cláusula cede para Carlos, entregando-lhe o termo e o contrato, quando entrega o contrato Carlos sabe da existência da cláusula proibitiva, tornando-o de má fé. João não paga nada para Carlos, se Carlos sofrer prejuízo não pode entrar contra Maria, porque estava de má fé, porque a cláusula proibitiva era escrita. No caso da cláusula proibitiva verbal, Maria cede para Carlos com o termo e o contrato, mas Carlos não tem como saber da cláusula proibitiva, sendo, portanto, de boa fé, se ele for cobrar de João tem que pagar, porque João assumiu o risco de um negócio jurídico mal feito.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito cedido.Pluralidade de cessões: MUITA ATENÇÃO. O CC tem preocupação de gerar segurança jurídica para o cedido. Primeira regra: uma cessão, art. 290, CC = notificação. Segunda regra: pluralidade de cessões, art. 291, CC = contrato (forma mais segura que externa a cessão de crédito). A pessoa que apresentar o contrato é o apto a receber, quando houver a pluralidade. Porque se está com o contrato quer dizer que alguém cedeu para ele e que ele não cedeu para ninguém, porque se tivesse cedido não estaria com o contrato. Aqui o legislador não se preocupa com a notificação.
Art. 292, CC – quando o cessionário paga o credor primitivo sem saber da cessão, ele extingue sua obrigação frente aos dois, porque foi de boa fé. Terceira regra: pluralidade de cessões e mais de uma notificada, art. 292, CC = paga para quem apresentar o contrato e o termo, independente da notificação. O devedor ignora as notificações e paga para quem tem contrato e termo de cessão. Aqui o CC restringe a cessão verbal. Quando tiver escritura pública (quando for imóvel), não importa se foi um só ou várias cessões, despreza tudo e paga seguindo a notificação. Quarta regra: artigo 292, CC = notificação. Porque aqui exige ato formal.
Pode ser:analisa a relação do cedente frente ao cessionário.
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.Pro soluto: é a regra na cessão. Nesse caso o cedente só se responsabiliza frente ao cessionário pela existência e validade do crédito cedido. Admitida na cessão verbal e escrita. No silencio do contrato usa-sea regra. Garante ao cessionário que a cessão é válida e existente, ou seja, garante que não há vício. Não analisa se há boa ou má fé. Ex: A é credor de B em um dívida de 10 mil, A cede seu crédito a C, é uma cessão onerosa. B não paga C porque alega e prova haver vício no NJ, portanto C pode cobrar de A o valor que pagou para estar no seu lugar. Ab initio do art. 295, CC. João é credor de Carlos cujo objeto da obrigação é um terreno. João cede seu crédito para Maria, gratuitamente. O NJ do terreno tem um vício, João tem culpa, ele é negligente. O NJ entre João e Carlos é declarado nulo. Por sua negligência João não garantiu existência e validade da cessão para Maria. A cessão, portanto, é nula. Porém, Maria sofreu um prejuízo, João não tem que pagar o prejuízo para Maria, é o que diz o art. 295, CC, in fine.
Se a cessão não existir ou for inválida ela é anulada.
Pro solvendo: é a exceção da cessão. Nesse caso o cedente se responsabiliza frente ao cessionário não só pela existência e validade do credito cedido como também pela solvência da dívida. Tem que indicar expressamente no termo da cessão que é uma cessão pro solvendo, porque a responsabilidade do cedente é ampliada, garante, além da validade e da existência, a solvência da dívida (se o devedor não pagar, o credor/cedente se compromete a pagar ao cessionário), por isso não admite cessão verbal. Art. 297, CC. o art. 296, CC é a ressalva, dizendo que tem que ser expressamente escrita, sempre. Ex: mesmo exemplo anterior, mas C pode cobrar de A o que pagou para estar em seu lugar, mais juros, mais despesas que teve (que geralmente é o valor que pagou para publicar em cartório a cessão, por exemplo), mais despesas com cobrança da dívida (despesas comprovadas). Parece com fiador, mas não vira fiador porque se o valor total ultrapassar 10 mil (que era o valor da obrigação inicial) o cedente é obrigado a pagar mesmo assim, coisa que, na fiança, o fiador fica obrigado somente ao valor da obrigação, não podendo passar disso. No direito brasileiro não se admite cessão gratuita pro solvendo, somente pro soluto. 
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.
Art. 2
94. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
Art. 293, CC – medidas que visam resguardar um direito são atos conservatórios. Ex: A é credor de B cujo objeto da obrigação é um carro, que deve ser entregue dentro do prazo de 30 dias. A cede seu crédito para C, não houve notificação, sendo a cessão, portanto, ineficaz. C entra com ato conservatório contra B, PODE SIM, porque mesmo o devedor não sabendo da cessão, ela é VÁLIDA, sendo C, portanto, credor agora.
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.Art. 294, CC – A é credor de B cujo objeto da obrigação é X, A cede onerosamente seu crédito a C. na obrigação entre A e B houve coação moral de A perante B. B pode opor tanto a A quando a C uma defesa pela coação moral. Porque, mesmo mudando o sujeito ativo, o vício ainda existe, porque reside em B. provando-se o vício o NJ é anulado. O cessionário tem o direito de cobrar ressarcimento do cedente, porque é uma obrigação pro soluto, e não houve garantia da existência e validade, porque havia o vício.
Art. 298, CC – A é credor de B cujo objeto da obrigação é um imóvel, paralelamente C é credor de A cujo objeto é uma obrigação X vencida e não paga. C pede para penhorar o imóvel de A, a partir do momento que tem conhecimento da penhora, não pode mais ceder o crédito a ninguém. Se B não for intimado formalmente pelo juiz, B pode e até deve pagar a A, A tem que aceitar. Extingue-se a obrigação de B perante a A, porém A tem que pagar para C.
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
Art. 299. É facultado 
a
 terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.Conceito: é o instrumento que permite aos sujeitos transferirem a dívida a um terceiro. Não é necessariamente um prejuízo para os sujeitos. É sempre contratual, tem natureza jurídica de NJ, sempre contratual. Não há lei que obrigue assunção de dívida. Vem do direito romano, porém não há no Brasil o terceiro que intermédia, mas sim o um terceiro que negocia, portanto, assunção de dívida é a mesma coisa que cessão de débito. Admite forma escrita e verbal. 
Espécies: são formas negociadas, são acordo de vontades.
Por expromissão: é sempre exclusão, alguém vai ser excluído do acordo de vontade. Ou seja, se dá entre o credor e o terceiro. O devedor é quem teve a vontade excluída. Não é proibido pelo CC.
Por delegação: transferência. Acordo entre devedor e terceiro, com consentimento EXPRESSO do credor. É a regra do CC. art. 299, CC.
O credor sempre participa da assunção de dívida, porque é de seu interesse direito, apesar do devedor ser sempre o beneficiado.
1ª situação: João é credor de Maria cujo objeto são 5 mil reais que deve ser entregue no prazo de 60 dias. Carlos é filho de Maria e quer assumir sua dívida. João não é obrigado a aceitar Carlos querendo assumir a dívida de sua mãe Maria. Se João aceitar Maria sai e Carlos entra em seu lugar, ou seja, há expromissão.
2ª situação: a financeira é credora de João em 60 parcelas que João já pagou 12. João quer vender seu carro para Maria, e lhe transferir a dívida. Portanto é delegação, mas a financeira tem que aceitar Maria como nova devedora. Maria entra no lugar de João. Os efeitos são os mesmo que a expropriação! Ou seja, se necessário, João voltará. Sua dívida não foi EXTINTA.
Efeitos
É mera forma de transmissão não gerando extinção da obrigação. João sai, porém há duas hipóteses, que se necessário, ele volta. Art. 299, CC, in fine. Portanto, João sai, salvo se Maria for insolvente no tempo da assunção e a financeira não sabia (= ignorava), mas tinha como saber. Em tese, quando a financeira for cobrar Maria não receberá, podendo, portanto, cobrar de João. Por isso é exoneração e não extinção.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.§ único, art. 299, CC – só se refere à delegação. Qualquer das partes pode informar a assunção ao credor. O credor tem que se manifestar expressamente (não há prazo para sua manifestação expresso em lei). Dentro do prazo há 3 possibilidades. 1- aceitação, 2- recusa e 3- silêncio. Aqui o silêncio quer dizer recusa, porque a lei não quer presumir um novo credor sem saber se é ou não vantagem para o credor. 
Gera exoneração do devedor primitivo.
Jamais cria uma nova obrigação.
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
Art. 300, CC – A é credor de B na quantia de 100 mil, com um imóvel de garantia. B faz assunção de dívida para C. toda vez que há uma assunção de dívida, seja por expropriação ou por delegação, não é obrigado garantir a dívida alheia com seu patrimônio. Portanto, se B não expressar contrariamente, extingue-sea garantia. 
Art. 301, CC – A é credor de B na quantia de 100 mil reais, com um imóvel de garantia. B faz assunção de dívida para C (que é RI e não estava com seu assistente). É possível que a assunção venha a ser anulada, daí volta-se ao estado inicial. Retornando todas as suas garantias juntamente com a dívida. Daí a garantia volta. Salvo as garantias prestadas por terceiros. Por exemplo, se o imóvel da garantia não fosse de posse de B e sim de sua irmã, ou pela hipótese de um fiador. Portanto, quanto a cessão for anulada, se o imóvel é de B, volta para a obrigação como garantia. Se for de terceiro ou de fiador, permanece extinta. Final do artigo: mesmo exemplo, porém B tinha um fiador. Ao ceder para C, o fiador some. A cessão é anulada pela questão da incapacidade de C, se o fiador sabia do vício e não se manifestou, é configurado má fé, portanto, pune-se a má fé mantendo a garantia do terceiro. Na prática é difícil comprovar a má fé.
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.Art. 302, CC – A é credor de B no objeto X, B faz assunção de dívida para C. C descobre que B foi vítima de coação e nunca alegou. C não pode se negar a pagar A pelo vício, porque é um vício pessoal, que atinge B e não é transferido para C. 
Art. 303, CC – João é credor de Maria em uma dívida de 100 mil reais, que vence em 6 meses, e tem como garantia um imóvel. Maria quer vender seu imóvel para Carlos e transferir-lhe uma dívida. O imóvel tem preço de mercado de 400 mil. Maria informa que o imóvel está hipotecado. Carlos combina com Maria em pagar-lhe 300 mil e assumir sua dívida. É delegação. Vão informar ao João para ele se manifestar expressamente. Nessa hipótese os sujeitos têm que conceder ao credor um prazo de 30 dias para se manifestar pela assunção. EM NENHUMA OUTRA HIPÓTESE HÁ PRAZO PARA ESSA MANIFESTAÇÃO. Transcorrendo os 30 dias o credor pode ACEITAR (onde Maria é exonerada e Carlos fica em seu lugar), RECUSAR (onde Carlos não pode assumir a dívida de Maria, mas ela ainda pode vender a casa, só acordarem os termos) e SILENCIAR (aqui o silencio quer dizer aceitação porque a lei presume que o credor vai aceitar, porque o direito de propriedade de Carlos tem mais relevância do que o direito de crédito de João).
NÃO IREMOS ESTUDAR CESSÃO DE CONTRATOS!
FORMAS DE EXTINÇÃO DE OBRIGAÇÃO
Conceito: é a forma direta (porque não tem intermediação, o devedor entrega diretamente ao credor) da extinção das obrigações. 
Elementos: que permitem os pagamentos
Sujeitos do pagamento: são duas polaridades 
Quem deve pagar: DEVEDOR. Mas nem sempre é o devedor que vai pagar. Nomenclatura que a doutrina dá para quem paga a dívida é : SOLVENS (aquele que dá solvência à dívida, que realiza o pagamento), independente de ser ou não o devedor.
Terceiro: sujeito que nem é credor e nem é devedor. Não ocupa condição de sujeito, não ocupa nenhuma das polaridades.
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.Interessado: é o indivíduo que possui INTERESSE JURÍDICO na extinção da obrigação. Ex: fiador (que é um caso típico, mas não é o único) é mero garantidor, não é credor, nem devedor. Ele tem interesse de extinguir a dívida para poder se desvincular da obrigação. Toda vez que o terceiro interessado fizer pagamento há sub-rogação (art. 346, III, CC). A é credor de B, F1 e F2 em uma dívida de 5 mil reais. A cobra de B, não recebe, cobra de F1 que paga a totalidade, F1, portanto, torna-se credor de B e F2 na obrigação de 5 mil reais.
Não interessado: é o indivíduo que possui interesse na extinção da dívida, MAS ESSE INTERESSE NÃO É JURÍDICO. Interesse afetivo, emocional, de outro cunho. Ex: pai que paga a dívida de um filho que é capaz civilmente. Segundo as normas de pagamento, o terceiro não interessado JAMAIS se sub-roga, os interessados podem convencionar diferente no contrato, mas por lei, jamais se sub-rogará, porque é prerrogativa do interessado, por lei. Por ele não se sub-rogar, não quer dizer que não irá ser ressarcido. O terceiro não interessado pode pagar a dívida em nome próprio ou em nome do devedor, isso que vai nos dizer se o terceiro irá ou não ser ressarcido. Ex: Maria, irmã de João, paga sua dívida, o credor emite um recibo.
Em nome próprio: em nome do terceiro não interessado (Maria), esse terceiro tem direito ao ressarcimento. 
Em nome do devedor: em nome do devedor (João) não tem direito ao ressarcimento. 
ESSAS HIPÓTESES ACONTECEM SEMPRE! NÃO HÁ EXCEÇÃO. NEM POR IGNORÂNCIA, DESCONHECIMENTO A LEI, NADA!
A quem se deve pagar: CREDOR: ou a quem de direito é seu representante. Mas nem sempre é feito o pagamento ao credor. Se houver pagamento mal feito, paga de novo. O sujeito que recebe o pagamento, seja quem for, é chamado de ACCIPIENS, aquele que aceita o pagamento. 
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.Credor putativo: é aquele indivíduo que dá a real aparência de ser o credor, mas não é! É uma pessoa que você acha que é o credor ou que está habilitado a receber por ele. Art. 309, CC – paga mal, mas se for de boa fé ele é válido frente ao credor legítimo. Boa fé = senso comum. A boa fé tem que ser do devedor, o credor putativo pode estar de boa ou má fé. Ex: dona Maria costureira – pedido – empresa – rapaz que recebe o pagamento – demitido – dona Maria paga mal – o prejuízo fica entre a empresa e o rapaz. Também pagamento feito para irmão gêmeo. 
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se 
opuser,
 dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Art. 304, CC – meios conducentes = medidas jurídicas que exoneram o devedor. Ex clássico pagamento por consignação (depósito), é um pagamento judicial, pagamento indireto (direito de ação). Quem tem legitimidade para propor ação de consignação? Ana é devedora de João num contrato escrito de locação. No contrato houve uma alteração que causou conflito entre os sujeitos. a devedora entende que tem que pagar mil reais, e o credor que tem que receber mil e cem, a devedora tenta pagar e não consegue, alegando que a recusa do credor não tem justificativa. A devedora tem legitimidade para pedir a consignação. O terceiro interessado pode pedir consignação também, tem legitimidade para tal. O terceiro não interessado não tem vinculação jurídica com a obrigação, mas se parar em nome próprio, jamais pode consignar, porque a finalidade da consignação é extinguir a obrigação, e a finalidade do pagamento por terceiro não interessado em nome próprio é ser ressarcido. Porém, se o terceiro não interessado parar a dívida em nome do devedor esse pode propor a ação de consignação.
Art. 305, CC – terceiro não interessado jamais se sub-roga. Em nome próprio tem direito a ressarcimento. § único – credor só se obrigada a receber no vencimento e o devedor a pagar no vencimento. Podem convencionar diferente. Terceiro não interessado que paga em nome próprio e paga antecipadamente, só pode exigir o ressarcimento na data do vencimento da obrigação. 
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsaraquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.
Parágrafo único. Se 
se
 der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.Art. 306, CC – é uma exceção. O pagamento foi feito com desconhecimento do devedor ou com oposição do devedor somado a isso, o devedor tinha meios para ilidir (extinguir) a ação. Remissão, pagamento já efetuado, obrigação nula ou anulável, são formas de ilidir a ação. Portanto, se o terceiro não interessado pagar nessa situação acima (lembrando que os meios de ilidir a ação precisam ser devidamente comprovados) NÃO HÁ RESSARCIMENTO. 
A prescrição – para VENOSA, NÃO pode ser meio/forma de ilidir a ação. Porque não extingue a ação, ainda há o dever de pagamento, moral, mas ainda há. Portanto, se a dívida estiver prescrita e o terceiro não interessado pagar com desconhecimento ou oposição do devedor ele por ser ressarcido (porque senão configura enriquecimento sem causa para o devedor). Não há decisão unânime na doutrina, e na jurisprudência há duas correntes. O STJ, portanto tem acompanhado o entendimento de Venosa em suas últimas decisões. Será a corrente que adotaremos em sala de aula.
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, 
sob pena
 de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.Art. 307, CC – é uma redundância da lei por questão de cautela. O pagamento feito por uma coisa alienada só gera efeito se o alienador for dono da coisa. Ex: Estado dá posse de terreno para João, Carlos toma a possa ilegitimamente do terreno de João e vende para terceiro. Essa obrigação é nula, essa alienação é nula, porque não tem eficácia frente ao legítimo possuidor, que é João. Portanto, garante direito de sequela para João, é coisa infungível. Mesmo o terceiro tendo estado de boa fé. De fato existiu o pagamento de Carlos para o terceiro entregando-lhe o imóvel, porém não tem eficácia. § único: coisa fungível. Não tem direito de sequela. João deve mil reais a Carlos, furta de sua irmã Maria, paga Carlos. Carlos compra um computador com os mil reais. Não tem como Maria perseguir a coisa e pegar de Carlos, vai ter que cobrar de João. 
Art. 308, CC – Maria devia mil reais para João, foi até a casa dele para pagar e ele não se encontrava. Deixou o dinheiro com sua filha (capaz civilmente). A filha emite um recibo que recebeu os mil reais. Pagou mal, porque devia era para João e não para Maria. Paga de novo. A filha, neste caso, não representa o pai. Há ainda, possibilidades de salvar/validar o pagamento que o devedor efetuou. 1- se existir ratificação do pagamento pelo credor. Ou 2- comprovação de proveito revertido para o credor. A ratificação pode ser escrita ou verbal. Ex 2. Maria deve 100 cabeças de gado para João, vai até sua fazenda lhe entregar e ele não está em casa, Maria deixa as 100 cabeças de gado com um de seus empregados. Liga para seu João e tenta a ratificação, sem êxito. Maria tem que comprar que as 100 cabeças de gado chegaram às mãos de João. Ela consegue fotos do gado e a vizinha testemunha que a viu chegando para entregar o gado. Isso tudo não é 100% de garantia, não é certeza que vai validar o pagamento.
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.Art. 310, CC – A é credor de B, onde X é o objeto da obrigação. no momento da negociação A é incapaz relativamente, porém estava assistido dos representantes. B, na hora de pagar, tinha que pagar para A com seu representante presente, também. B vai à casa de A, os pais de A estão viajando, A ainda é relativamente incapaz, B deixa o dinheiro com A (há vício, o pagamento é anulável). Pagou mal, tem que pagar de novo. Para não ter que pagar de novo, tem que provar que em proveito do incapaz se reverteu o pagamento. Neste caso, novamente, com dinheiro não tem como comprovar. NESSE CASO NÃO É ADMITIDA A RATIFICAÇÃO, para resguardar o incapaz. Na prática, pode até acontecer, mas se for objeto de decisão judicial a ratificação é nula de pleno direito.
Art. 322. Quando o pagamento 
for em
 quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.
Presunção de pagamento: são situações que levam a crer que existiu o pagamento. São SEMPRE iuris tantum = relativa (admitem provas em contrário). Ex de um caso típico: art. 322, CC. Maria que compra uma geladeira, divide em 12 vezes, e em uma promoção ela paga a primeira parcela e a última, depois a segunda e a antepenúltima, e assim sucessivamente, no primeiro mês ela pagou a última parcela, mas não quer dizer que ela tenha pago as anteriores também. 
Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.Art. 311, CC – se houver algo que seja visível e perceptível que gera dúvida da presunção e mesmo assim o devedor pagar, pagou mal, tem que pagar de novo. 
Art. 312, CC – pagamento com penhora ou com impugnação de terceiro. Ex 1: A tem uma promessa de compra e venda com B de um imóvel. Paralelamente C é credor de B numa dívida X vencida e não paga. C foi na justiça, propôs ação de execução, não funcionou, pediu penhora, juiz deferiu a penhora. C penhorou o imóvel de B. B é intimado tomando conhecimento que não pode alienar o imóvel a não ser que pague a dívida. B não paga a dívida e entrega a casa (mesmo sem escritura) para A. Ex 2: A tem uma promessa de compra e venda com B de um imóvel. C entra com ação contra B alegando que o imóvel é de sua propriedade. Até transitar em julgado o imóvel é de B e ele pode fazer o que quiser. Para facilitar a vida de C a lei permite que C entre com impugnação (embargo) até sair decisão. Juiz concede a impugnação e intima B para que não entregue o imóvel a A. mesmo sabendo da impugnação, sabendo que não pode, B entrega o imóvel a A. O PAGAMENTO QUE B FEZ FRENTE AO A NOS DOIS EXEPLOS NÃO VALERÁ CONTRA C. C PODERÁ REVERTER JUDICIALMENTE. B TEM QUE PAGAR UM IMÓVEL NOVO PARA A, POIS A TEVE QUE DEVOLVER SEU IMÓVEL PARA C. 
Objeto do pagamento: tudo aquilo (lícito, possível e determinável) que for convencionado entre os sujeitos. 
Prova do pagamento: toda comprovação material ou imaterial que se faz acerca do pagamento.
Material: prova documental. Recibo, quitação... todo documento que comprove que houve pagamento.
Imaterial: prova testemunhal. A testemunha é plenamente aceita aqui (mais pra frente veremos que nem todas as obrigações aceitam testemunhas).
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.Prova cabal: recibo = habitual, mais segura. É quase absoluta. Porque o recibo é a forma mais discriminada de provar o pagamento. É uma comprovação mais detalhada. Requisitos do recibo: art. 320, CC. § único: Maria entrega cavalo para João, em cidade pequena, e não pega recibo. Todos sabiam que o cavalo era de Maria e que agora está com João.
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar,em sessenta dias, a falta do pagamento.Débitos literais: são aqueles débitos representados por um título de crédito (exceção de pagamento que se comprova com recibo). Ex: entrega uma nota promissória, ou um cheque, o credor só pode cobrar se for PORTADOR do título. A quitação nos débitos literais é por devolução do título. Até pode dar/receber recibo, mas não é necessário.
Art. 324, CC – débitos literais são de presunção relativa. § único: A recebe um cheque de B e convencionaram que o cheque seria resgatado, e não depositado. No vencimento B está portando o cheque, não quer dizer que já pagou a A. o credor A tem 60 dias para comprovar que B não lhe pagou. Tem que comprovar a falta de pagamento dentro dos 60 dias. Se passar dos 60 dias não tem mais direito de cobrar. Esse prazo é decadencial, porque é um prazo para demonstrar a falta de pagamento de B frente a A, de provar que A ainda é credor. E não prazo de cobrança. 
Art. 313, CC – alliud pro allio
Art. 314, CC – princípio da indivisibilidade do objeto, a obrigação deve ser sempre cumprida na totalidade. Só se obriga a receber por partes se assim houver convencionado.
Art. 315, CC – ver art. 318 também. O 315 é a regra: as dívidas a serem pagas em território nacional tem que pagar na moeda corrente. São nulos os acordos diversos (em moeda estrangeira, em ouro...) salvo se alguma legislação amparar. 
Art. 316, CC – juros = aumento nas parcelas. Para valorizar a circulação do dinheiro.
Art. 317, CC – toda dívida financiada quer dizer que vai pagar mais naturalmente, mas o problema não é esse e sim a desproporção manifesta (desproporção gritante, evidente). Quando houver desproporção manifesta pode ir para o judiciário e juiz diminui o débito, o difícil é comprovar que houve a desproporção manifesta.
Art. 319, CC – o devedor pode segurar o pagamento até que lhe seja dado recibo/quitação. 
Art. 321, CC – débitos literais. Ex: professora dá cheque para a Rose, Rose per o cheque e não pode cobrar a dívida. Não é cômodo para o devedor, porque um terceiro pode achar e poderá cobrar. Não é cômodo para ninguém. O legislador permite então que o devedor pague a Rose sem o cheque e que a Rose tem que fazer uma declaração dizendo que recebeu e essa declaração inutiliza o título. Se um terceiro achar e dor cobrar o cheque o devedor não tem porque pagar. 
Art. 323, CC – presume que os juros estão pagos. Presunção relativa. Porque para a lei, quando é dividido em capital e juros, paga-se primeiro os juros, portanto, se houver pagamento do capital PRESUME-SE que os juros foram pagos também.
Art. 325, CC – regra = eventuais despesas com o pagamento correm por conta do devedor (permite combinação contrária). Ex: A mora na Asa Sul e é credor de B que tem que entregar o objeto X na casa de A, o frete é por conta do devedor. Daí A muda para Planaltina e o frete dobra o preço, o que acresceu é do credor. 
Art. 326, CC – arroba, hectares... parâmetros que variam de acordo com a localidade. A é de MG e é credor de B que tem que lhe entregar gado, o pagamento é em arrobas. No silêncio do contrato vai ser utilizado o local do cumprimento da obrigação (local de execução), podem acordar diferentemente. 
Lugar do pagamento: verifica as despesas do pagamento, quem está em mora. Qualquer lugar que seja convencionado pelos sujeitos da obrigação. No silêncio do contrato o lugar do pagamento é o domicílio do devedor. A doutrina nomeia os lugares
Domicílio do devedor: quérable ou quesível. Credor tem que buscar a coisa.
Domicílio do credor: pórtable ou portável. A coisa tem que ser portada até o credor.
Qualquer outro local convencionado: não tem terminologia própria. 
Art. 327, CC – a lei pode estabelecer o local do pagamento (em obrigações é difícil de ocorrer, ver art. 328, CC)
Art. 328, CC – não precisa seguir com rigor, por exemplo. Porque é cópia do código de 16, que não tinha a figura da tradição simbólica. Não precisa ir para onde está o imóvel hoje em dia, esse artigo perdeu sua eficácia. Natureza ou circunstâncias = a doutrina, pacificamente, diz ser a mesma coisa. São particularidades da obrigação. Ex: promoter contrata Ivete para carnaval fora de época em Brasília define que o pagamento é em Brasília, porque, em tese, seria na casa da Ivete. Caio Mário entende que no lugar de natureza e circunstâncias deveria o legislador ter colocado vontade das partes. § único: literalmente. Mais de uma opção, quem escolhe é o credor.
Art. 329, CC – motivo grave = para a doutrina, tudo aquilo que põe em risco a vida ou integridade física do devedor. Pode pagar em outro local desde que não gere prejuízo para o credor. O credor tem que se manifestar (escrita ou verbalmente). Ex: pagamento numa favela.
Art. 330, CC – João é credor de Maria em um contrato de locação de um imóvel, onde o pagamento deve ser no domicílio do credor. No primeiro mês Maria paga no domicílio de João, no segundo mês também, no terceiro mês Maria fica doente e pede para João ir receber o pagamento, João vai, assim acontece no quarto, quinto e sexto mês. No sétimo mês Maria espera João para receber e ele não vai, ela liga e ele diz que não foi o acordado. João diz que não mudou o local do pagamento. Daí, pela lei, Maria não paga juros de mora nem multa, porém, no mês oitavo ela tem que ir até a casa do credor realizar o pagamento.
Tempo do pagamento: mais importante. Verifica qual é o momento em que o pagamento é exigível (ou seja, no vencimento), isso é a regra. Tem que analisar, pois há dois tipos obrigacionais distintos.
Obrigações a termo: são aquelas em que há vencimento estipulado no contrato, é a regra.
Obrigações puras: são aquelas em que não há vencimento estipulado pelos sujeitos. ex: art. 331, CC – Maria empresta dinheiro para Joana e não estipula a data, a cobrança e o vencimento são imediatos, para a dívida não se tornar vitalícia.
Obrigações condicionais: art. 332, CC – a data do vencimento é a mesma do implemento da condição. Mas o credor tem que provar que o devedor sabia do implemento para configurar mora.
Exceções: cobrança antes do vencimento. Art. 333, CC – rol numerus clausus, taxativo. 
Inciso I, alínea a. onde está escrito falência puxa uma seta e escreve insolvência, aqui falência é gênero. A é credor de B cuja obrigação é a entrega de um objeto X com vencimento daqui a 6 meses, paralelamente C é credor de B em uma dívida vencida e não paga. C tenta receber e não consegue. C pede para juiz declarar insolvência de B (depois de comprovar tudo), juiz arrecada os bens para abrir concurso de credores. Com isso, em tese, A nunca vai receber. Daí o legislador permite que A vá até o juiz para antecipar o vencimento (não é ato discricionário para o juiz) permitindo que ele se habilite no concurso e credores.
Inciso II. Hipoteca (garantia de bem imóvel) é diferente de penhor (garantia de bem móvel) e consequentemente são diferentes de penhora (que é ordem judicial que gera restrição do direito de propriedade). Mesmo exemplo anterior, mas C pede para o juiz penhorar o imóvel de B. a penhora gera dois possíveis efeitos: leilão ou adjudicação (incorporação do bem ao patrimônio do credor, mas o credor fica com o que o devedor lhe devia e devolve a diferença). Quando existir a penhora do bem hipotecado A pode pedir para o juiz antecipar o vencimento. Dai o juiz vai analisar se permanece a penhora ou se retira a penhora para A receber.
Inciso III. Garantias do débito são de duas ordens
- reais: são aquelas que têm por base patrimônio do devedor
- fidejussórias: são aquelas que têm por base relação de confiança. Ex: aval, fiança...
A é credor de B em 100 mil reais. Tem como garantia um imóvel de B que vale 100 mil. É garantia real, vence daqui seis meses, o imóvel sofre uma desvalorização e passa a valer 90 mil. É possível que daqui a seis meses desvalorize mais ainda, o credor pode, portanto, intimar o devedor a reforçar a garantia, o legislador permite que o credor faça um requerimento para o juiz para antecipar o vencimento da dívida. A cobrade B, se B não pagar A pega o imóvel, mas daí falta ainda 10 mil para pagar a dívida totalmente, A pode procurar bens de B para penhorar, se não existir, é prejuízo para o credor mesmo.
A é credor de B que tem um fiador F1. Dívida de 100 mil. F1 morre, A intima B para conseguir outro fiador. B não consegue e A pede para juiz antecipar o vencimento (não há garantia), portanto, TODA dívida de fiança é transmitida aos herdeiros (no limite da herança). Então são chances para o credor cobrar no espólio do fiador. § único: A é credor de B, C e D em uma dívida de três mil que vence daqui a seis meses e os devedores são solidários. Antes do vencimento D é declarado judicialmente insolvente, não é preocupação para o credor, porque ele pode cobrar de B e C ou pode pedir antecipação de vencimento de acordo com o inciso I. se não conseguir o pagamento pode cobrar de B e C no vencimento que estaria estipulado antes (daqui a seis meses).
PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO 
Conceito: é forma indireta de extinção das obrigações. É forma indireta porque corresponde a um depósito, é feito por forma de depósito. Impossibilidade de entregar diretamente ao credor. 
Remissão. Arts. 890 a 900, CC.
Natureza jurídica: tem natureza híbrida. Quanto aos seus efeitos é instituto de direito civil com previsão nos artigos 334 a ???. quanto à sua forma é instituto de direito processual civil nos artigos 890 a 900, CC. híbrido – oscila entre direito civil e direito processual civil. 
Casos. Art. 335, CC. I – se o credor não puder receber. Ex: credor preso, internado... não é seguro pagar para os familiares. Ou sem justa causa o credor se recusa a receber. Dar quitação da forma devida – se o credor se recusar a dar o recibo. II – se o credor não estiver no lugar, tempo e condição estabelecidos por eles. OBS: art. 341, CC. se a coisa for imóvel e o credor tiver que ir ao lugar para receber, o devedor deverá fazer um requerimento em juízo, para que ele cite o credor sob pena de ir à consignação. A finalidade do artigo – intimar o credor, sobe pena de responder em juízo pelo artigo do código de 16, mas perdeu o efeito, hoje não intimida mais. Art. 342, CC – coisa incerta, escola do credor. III – credor incapaz de receber e sem representante legal. Credor desconhecido. Ex: cheque que for repassado para outras pessoas e o devedor não conhece a pessoa, o juiz irá citar no diário oficial e o dinheiro ficará disponível por 5 anos, se ele não aparecer, o dinheiro irá para os cofres públicos. Ausente – juiz vai avisar ao juiz responsável para intimar alguém, curador para receber. Lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil. IV – ex: João é credor de Carlos e Maria é sua esposa e Joana convivia com ele e o devedor não sabe pra qual das duas deve pagar. V - João tem contrato de locação com Maria e Carlos entra com ação de propriedade contra João, Carlos pede para dar ciência à Maria dessa ação, para ela pagar em consignação. A consignação é um direito e não um dever, então a dona Maria pode pagar a qualquer um dos dois, porém assumirá o risco do pagamento. Art. 344, CC. exceção do artigo 335, CC = art. 345, CC, o credor propõe a ação de consignação. Ex acima = Carlos ou João podem propor a consignação, para a Maria ser citada para pagar em juízo, é mais seguro para todos, pois quando decidir de quem é a propriedade, esse só ira sacar o dinheiro e pronto.
Requisitos. Art. 334, CC. tem os mesmos requisitos do pagamento. Art. 336, CC. ex: se a dívida tiver que ser paga no Gama, deve-se propor a ação na circunscrição do Gama. Casos e formas legais = a consignação só se dá nos casos de lei. Art. 335, CC e na forma da lei, art. 890 a 900, CC. não é feito por um simples depósito bancário. Depósito judicial ou em estabelecimento bancário – espécies judicial e extrajudicial. É considerado pagamento, pois gera a extinção da dívida.
Efeito = extinguir a obrigação. art. 337, CC. efeitos imediatos ao depósito = a dívida está em atraso, terá juros, então cessam-se os juros, porque pressupõe-se que o devedor está de boa fé e quer extinguir a obrigação (mas se o juiz declarar improcedente, os juros serão retroagidos até quando foram paralisados). Porque o devedor que deu causa ao atraso. Riscos cessados: deterioração e perecimento (porque a posse não está mais com o devedor e sim com o depositário).
Sentença: declaratória (não condena ninguém, apenas afirma a existência do direito). Pode ter procedência ou improcedência, não pode ter uma parcialmente procedente (porque o juiz só analisa se aquele é ou não objeto da obrigação).
Possibilidade de levantamento do depósito pelo devedor: levantar o depósito = pegar de volta para si a coisa depositada. Art. 338, CC – o credor foi citado, porém ele não se manifestou sobre o depósito, não disse se quer a coisa, o juiz entende que é um direito do credor de pegar a coisa de volta, e não precisa de autorização do credor, pois é como se ele não existisse. O processo será extinto e caberá ao devedor pagar as custas processuais. Art. 340, CC – se o credor se manifestar sobre o depósito, o devedor ainda pode querer o levantamento da coisa, porém nesse caso o credor tem que autorizar, se ele autorizar perde o direito de preferência sobre a coisa e as eventuais garantias extinguem-se. Art. 339, CC – mesmo se o juiz já tiver expedido a sentença procedente o devedor ainda pode fazer o levantamento, porem com a autorização do credor, dos fiadores ou outros devedores solidários. Art. 343, CC – despesas como do depósito particular.
Espécies
Judicial
Extrajudicial 
Procedimentos: extrajudiciais: em estabelecimento bancário que o credor tiver conta. Tem que ter os dados de correntista do credor. O objeto será dinheiro, se não for tem que fazer o judicial. Iniciado por meio do depósito especial (tem que preencher uma ficha e ficar com uma via), no prazo de 10 dias (a contar do momento que o banco avisa o correntista) o credor deverá se manifestar sobre o depósito. Se ele aceitar (expressa ou tacitamente) extingue a obrigação. se ele recusar o banco informa ao devedor da dívida e informa um prazo de 30 dias para que ele proponha a ação de consignação. Esse prazo de 30 dias é decadencial, esse prazo é para aproveitar o depósito feito e o juiz já cita o réu, não precisa depositar de novo. Após esses 30 dias o dinheiro é retirado da conta do credor, e fica disponível para o devedor, e se passados os 30 dias, ainda pode propor a ação de consignação, só que será mais demorado, pois o devedor deverá depositar de novo e seguir os procedimentos do judicial.
Judiciais: ação de consignação em pagamento -> 5 dias -> depósito. Se não fizer em 5 dias o processo se extingue, se fizer, anexa no processo -> citação do réu/credor para dar resposta (prazo de 15 dias) e se manifestar sobre o depósito. A manifestação pode ser: aceitação (acaba o conflito, extinguem-se obrigação e processo); impugnação (recusa, não concordância, aceitação parcial... o processo vai ter o seu curso regular até a sentença que vai gerar efeitos civis).
Sentença declaratória: não tem parte vencedora nem perdedora. O juiz julga procedente ou improcedente o DEPÓSITO. 
Procedente: o devedor seria o que sai “ganhando”.
Improcedente: o credor seria o que sai “ganhando”.
Não existe parcial!
Efeitos civis da sentença
Procedente: a obrigação é extinta. O devedor é liberado, não fica vinculado. Processo também se extingue. Se configurada a mora é do credor, o juiz o condena a pagar juros e multas em favor do devedor. Se houver despesas com depósito, essas correm por conta do credor. Sucumbência (que são despesas processuais assumidas pela parte perdedora) é do credor.
Improcedente: a obrigação permanece. O devedor não é liberado, fica vinculado com a obrigação em aberto. O processo é extinto (porque houve a manifestação do juiz pela sentença). Se houver mora é do devedor, se houver despesas com o depósito, essas correm por conta do devedor sem direito ao ressarcimento. O devedor é o sucumbente. 
PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
Conceito: é forma de extinção dasobrigações que consiste na transferência de direitos, ações, garantias e privilégios do credor primitivo para um novo credor, mediante pagamento da dívida. Art. 349, CC – transferência das relações processuais. A é credor de B em uma obrigação que D deve entregar o objeto X e B tem dois fiadores F1 e F2. F1 procura A e diz que vai realizar o pagamento da dívida de B. A sai do contrato, entra F1 em seu lugar. O A é sub-rogante e o F1 é o sub-rogado. F1 tem direito de cobrar de B, se não pagar, pode cobrar de F2 também. O pagamento da dívida é condição obrigatória para ocorrer a sub-rogação. Sem pagamento não há do que falar em sub-rogação.
Espécies de sub-rogação
Legal: art. 346, CC. sempre essa sub-rogação se opera de pleno direito, não precisa ser convencionada, é automática, basta que haja o pagamento e o sujeito se sub-roga automaticamente. 
Convencional: art. 347, CC. tem que ser negociado, mas a lei cria uma condição, tem que ser SEMPRE expresso. 
A é credor de B cujo objeto da obrigação é X. C procura A para realizar o pagamento da dívida de B. se pagar em nome próprio não há sub-rogação. Se C convencionar com A que quer se sub-rogar e A aceitar, quando C realizar o pagamento A sai e C entra em seu lugar. Não há no direito brasileiro sub-rogação verbal. 
Efeitos: independente de ser legal ou convencional vai gerar esses dois efeitos.
Liberatório: é aquele que resulta na extinção da obrigação do devedor frente ao credor primitivo.
Translativo: é aquele que resulta na transferência de direitos do credor primitivo frente ao novo credor. 
No exemplo da sub-rogação legal a dívida de B extingue-se frente a A: isso é a liberação. Os direitos de A são transferidos a F1 é o efeito translativo. O mesmo raciocínio para a sub-rogação convencional. 
Para Venosa o pagamento com sub-rogação não é forma de extinção de obrigação, ele afirma isso com base no efeito translativo, porque a dívida não se extingue, apenas se transfere a outra pessoa. O CC diz que é sim forma de extinção tomando por base o efeito liberatório. Ninguém está errado, ambos analisam de diferentes óticas, vamos seguir o CC, portanto É SIM forma de extinção de obrigação.
Art. 346, CC – I: Obrigação 1 A é credor de B cujo objeto é X numa dívida vincenda. Paralelamente C é credor de B numa dívida cujo objeto é Y garantido por um imóvel vincenda. Supondo que A tenha muito interesse no imóvel de B, A paga a dívida de B frente a C que sai e A entra em seu lugar. Aqui o legislador criou a sub-rogação para permitir a movimentação da economia. Para a doutrina não há explicação, não há causa jurídica nem questão econômica que justifique essa sub-rogação. 
II: A é credor de B numa obrigação cujo objeto é 100 mil reais garantido por um imóvel da propriedade de B. é um crédito hipotecário que ainda não chegou ao vencimento. B resolve vender seu imóvel e C resolveu comprar. B informa para C que o imóvel é hipotecado. C procura A e realiza pagamento de 100 mil a A. A obrigação de B perante A se extingue. A sai e entra C em seu lugar. C pode pedir regresso do preço a B se não tiver abatido no preço do imóvel.
João tem um contrato de locação com Maria, contrato válido por dois anos sobre o imóvel x; paralelamente o Estado é credor de João cujo objeto é IPTU vencido de dois anos anteriores ao contrato de João com Maria sobre o mesmo imóvel x. Maria descobre que João tem a dívida, mesmo sendo bem de família pode ser penhorado, porque é dívida do imóvel para com o Estado. Maria realiza o pagamento com medo de ser despejada, o Estado sai e Maria entra em seu lugar podendo cobrar de João o ressarcimento. É comum que possam consentir que João abata do aluguel de Maria. Se João não quiser aceitar Maria pode ir à justiça pedir execução fiscal. Por ser bem de família, teoricamente Maria não poderia penhorar o imóvel de João, porém como ela adquiriu os privilégios exclusivos do Estado ela pode sim penhorar o imóvel de João. 
III: caso do fiador, avalista, seguradora.
Art. 347, CC – I: mesmo exemplo anterior com o terceiro não interessado (láaaa em cima 2-B). B não pode participar e nem precisa participar da negociação entre A e C. B não pode alegar prejuízo, mesmo se C for seu desafeto declarado.
II: A é credor de B cujo objeto da obrigação é X. B sabe que não vai poder pagar e procura C (mutuante). C se interessa pelo contrato de B com A e diz que empresta o dinheiro para B se ele se sub-rogar no lugar de A. A sai e C entra em seu lugar. 
Art. 350, CC – A é credor de B cujo objeto da obrigação são 5 mil reais que vencem daqui a 90 dias e B tem um fiador F1 (o que representa sub-rogação legal). O fiador se antecipou e pagou A, mas como pagou adiantado pediu um desconto e pagou somente 4 mil. A dívida de B se extingue perante A. A sai e F1 entra em seu lugar. F1 pode cobrar de B só daqui a 90 dias e F1 só poderá cobrar 4 mil reais. O legislador faz essa ressalva para evitar o efeito especulativo.
Venosa vê impossibilidade de lucro na sub-rogação legal e convencional. Não pode haver vantagem econômica em nenhuma das duas. Diz que CC usou legal como gênero. Caio Mário acha que é sub-rogação convencional admite esse lucro, essa vantagem econômica. A jurisprudência segue Caio Mário, nós vamos seguir a jurisprudência. 
Art. 351, CC – A é credor de B cujo objeto é 50 mil de uma dívida vincenda. C é um terceiro não interessado e quer pagar a dívida de B frente a A. mas C convenciona que quer se sub-rogar e que quer pagar só 20 mil. A não sai da obrigação, o sub-rogante (A) fica com crédito de 30 mil e o sub-rogado (C) fica com crédito de 20 mil. C entra com ação de execução contra B no valor de 20 mil, C procura bens de B para penhorar, descobre um terreno no valor de 15 mil. Não é suficiente para saldar inteiramente nenhuma dívida. A lei pensa que se não dá para saldar nenhuma dívida, criou o direito de preferência (que é para quem primeiro estava na obrigação). C foi quem gastou tudo para cobrar de B, o juiz intima o A para receber o terreno, C não é restituído em nada, se o terreno valesse 20 mil para cima não haveria direito de preferência, seria de quem o penhorasse.78

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