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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
- O que é o DIP? (diferenças entre direito internacional privado e relações internacionais) 
- Quais são os sujeitos do DIP? 
- Quais são as funções do DIP? 
 
O FOCO DA MATÉRIA SERÁ NO DIREITO INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO. 
 
Respostas do texto: o direito internacional em um mundo de transformação. 
 
1- Estado como titular de direitos (1075). Soberania do Estado. Imperialismo, colonialismo, 
guerras, violação aos direitos humanos, pobreza crônica. 
2- O conceito da comunidade internacional de indivíduos é ligado ao conceito de solidariedade 
e não mais ao conceito de soberania. DUDH 1948 – “jus cogens”. Princípio da jurisdição 
universal. 
3- O Estado pode ser um indivíduo de direitos. Responsabilidade do Estado e do indivíduo. 
(1102/1092). 
4- meio ambiente, erradicação da pobreza, uso de armas nucleares, corrida armamentista, 
desarmamento, informação – novas tecnologias) DUDH, desenvolvimento humano, migração, 
superação das desigualdades econômicas entre os países e interna também. 
 
Jus cogens – parte dos autores aceita existência de um corpo de regras internacionais 
obrigatórias e que, portanto, não poderiam ser contrariadas por outros tratados. Um 
tratado que viola a regra de jus cogens não é passível de convalidação, pois o tratado nasce 
nulo, ainda que desejado pelas partes. 
 
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
1- Art. 38, Estatuto Corte Internacional de Justiça (CIJ). NÃO EXISTE HIERARQUIA DAS 
FONTES NO DIREITO INTERNACIONAL. 
A) Tratados: principal fonte do DIP. 
B) Costumes: principal fonte do DIP. 
C) Princípios gerais de direito internacional: principal fonte do DIP. Tem base nos 
direitos internos. Irretroatividade da lei, princípio da legalidade, etc. 
D) Doutrina: interpreta e aplica as principais fontes do DIP. 
E) Jurisprudência: interpreta e aplica as principais fontes do DIP. 
2- Outros 
A) Atos unilaterais: atos que em determinadas circunstâncias terão valor jurídico 
obrigatórios. 
B) Resoluções de assembleia geral 
 
TRATADOS 
 
1- Conceitos: fontes de um juiz internacional utiliza para resolver um caso. São as formas 
que dão vida a determinadas organizações sociais. São SEMPRE escritos. “É um acordo 
internacional celebrado, por escrito, entre Estados ou Estados e organizações sociais, 
regido pelo direito internacional” – ou seja, Estados se submetem voluntariamente, 
sempre escrito, por exemplo, se o Brasil contrata uma empresa argentina para fazer 
asfalto, não é tratado internacional, porque uma das partes é uma empresa privada. Já 
a empresa do Paraguai e o Brasil com a usina de Itaipu é sim um tratado internacional, 
e a base da relação tem que ser o direito internacional. A compra de um terreno na 
China para embaixada não é tratado internacional, porque a base vai ser contrato de 
compra e venda, direito interno da China, por exemplo. Regula os mais variados 
temas. É um acordo internacional concluído por escrito entre Estados ou entre Estados 
e Organizações Internacionais, regido pelo direito internacional, quer conste de um 
instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua 
denominação específica. 
2- Características gerais 
A) Consensualismo: todo direito internacional tem como fundamento a autonomia 
da vontade das partes. Entre os Estados que voluntariamente irão concordar em 
ceder parte de sua soberania a outro Estado. Fundamenta-se sobre a autonomia 
da vontade dos sujeitos de direito internacional. Os próprios sujeitos definem as 
características do futuro tratado. 
B) Ausência de hierarquia: dos tratados, não dos países, porque todo país é 
soberano. Existem diferentes tratados, mas nenhum é mais importante que o 
outro. Não há hierarquia entre tratados. Cada fonte normativa, como os sistemas 
regionais de integração, Organizações Internacionais ou diferentes conjuntos de 
Estados sem qualquer ligação institucional pré estabelecida, cria normas próprias 
que não têm ligação hierárquica com outras normas existentes. Há duas exceções: 
as normas jus cogens, que é uma espécie de norma obrigatória a todos os Estados 
e que, portanto, se coloca acima dos demais tratados, que são algumas normas da 
DUDH, que são consideradas superiores na comunidade internacional e o art. 103 
da carta da ONU. 
C) Ausência de formalismo: tem que ser escrito, mas o formato, o tamanho, o tipo 
do artigo, por exemplo, não há procedimento específico exigido para esses 
aspectos. Os tratados devem ser realizados por escrito. No entanto não existem 
procedimentos específicos, rígidos para a redação dos tratados. 
3- Nomenclaturas 
A) Tratado: é igual acordo, convênio (não confundir com convenção), carta, pacto... 
todos têm o mesmo valor político/jurídico. Como espécie é utilizado para tratado 
solene. 
B) Declaração: é diferente de tratado, porque reúne princípios gerais, porque não 
existe um consenso entre os Estados sobre um determinado tema. Tem 
consequências se descumprir, mas não tem o poder, a força jurídica obrigatória. 
Mas pode chegar a se tornar um tratado. A exceção é a DUDH (que tem a força 
jurídica obrigatória). É um tratado que cria princípios gerais, mas não gera 
compromisso para os sujeitos de direito internacional. 
C) Estatuto: tem valor jurídico obrigatório, mas não é um tratado, somente regula as 
regras do mesmo. Também define os tratados que criam uma Organização 
Internacional, estabelecem suas normas gerais, os critérios de funcionamento... 
D) Protocolo: é um tipo de complemento de convenções, por exemplo, o protocolo 
das crianças armadas, que fica dentro da convenção de direito das crianças, pois 
trata um mesmo tema, em perspectiva diferente. O protocolo é como se fosse um 
novo tratado. 
E) Carta ou pacto: pode ser tanto um tratado solene ou outros tratados importantes 
que estabelecem direitos e deveres para as partes. 
F) Acordo: o uso mais comum em direito internacional é para tratados de cunho 
econômico, financeiro, comercial ou cultural. 
G) Convênio: tratado em matéria cultural ou de transporte. 
4- Tipos de tratados 
A) Bilaterais: entre dois Estados ou um estado e uma Organização Internacional. 
B) Multilaterais: entre muitos Estados e/ou Estados e Organizações Internacionais. 
5- Princípio “pact sunt servanda”: quando há poucos Estados ou Organizações 
Internacionais em negociação, o texto final precisa ser aceito por todos. Caso 
Art. 103 – No caso de conflito entre as 
obrigações dos Membros das Nações 
Unidas, em virtude da presente Carta 
e as obrigações resultantes de 
qualquer outro acordo internacional, 
prevalecerão as obrigações assumidas 
em virtude da presente Carta. 
contrário, a falta de engajamento posterior por um deles pode levar à ineficácia do 
tratado com um todo. Quando se trata de uma negociação multilateral, no entanto, 
raramente é possível chegar a um consenso sobre o texto final. Até o último momento, 
os negociadores tentam fazer valer pontos de vista na construção do texto do tratado. 
Neste sentido, a regra geral é a adoção do texto por dois terços do negociadores. A 
adesão do texto não revela compromisso algum, não há incidência do princípio pacta 
sunt servanda, que é a necessidade de agir de boa fé em relação ao texto negociado. A 
violação do princípio da boa fé no direito internacional ocorre quando o Estado 
anuncia claramente que tem a intenção de se comprometer com um tratado, 
revelando sua vontade perante a comunidade internacional, mas na prática age em 
sentido oposto. 
6- Processo de criação de tratados : 
A) Negociação: o tratado é dividido em preâmbulo (parte inicial com princípios gerais 
do tratado); dispositivo (todas as normas) e anexos (estatísticas, dados, etc.). art. 
49, CF: MRE (ministério de relações exteriores)  câmara dos deputados  
senado  presidente do senado promulga um decreto legislativo  referendointerno do congresso nacional  senado ratifica através do presidente e publica 
(que serve pra gerar efeitos internos, é um decreto executivo). Preâmbulo: é a 
introdução ao tratado, não cria compromissos às partes. Tem a função de 
identificar as partes no tratado, os motivos que levaram essas partes a redigirem 
uma norma internacional e os princípios gerais que devem ser levados em 
consideração na interpretação do tratado com um todo. O texto do preâmbulo 
não é sem valor. É certo que não tem, por si, força de obrigar as partes. No 
entanto, ele pode ser invocado para dirimir dúvidas de interpretação sobre o 
dispositivo ou mesmo sobre os anexos do tratado. Assim como na lei, no tratado 
não devem existir expressões inúteis. Dispositivo: contém os compromissos 
negociados entre as partes. As cláusulas finais determinam as disposições gerais 
do tratado, fixando os idiomas, os procedimentos para alteração do texto, a 
possibilidade ou não de reservas, as regras para assinatura e ratificação, entre 
outros. Anexos: tem como objetivo deixar o tratado mais leve, retirando do 
dispositivo detalhes, número e percentagens que dificultam sua compreensão. A 
criação de anexos é uma faculdade dos Estados e não uma obrigação. 
B) Adoção: uma vez que se negocia o tratado, ele é adotado, por votação 
geralmente. Adoção ou autenticação do texto é o ato pelo qual se reconhece a 
equivalência entre o conteúdo do texto negociado e aquele apresentado ao final 
da negociação. A autenticação do texto pode ser feita pela assinatura dos 
diplomatas presentes ao final da negociação ou ad referendum, com a assinatura 
posterior pelos representantes dos Estados. 
C) Assinatura: depois de adotado parte para assinatura, tem peso diferente de 
ratificação. Na assinatura diz que concorda com o tratado, é uma passo inicial, tem 
a consequência de que não pode o país ter nenhuma ação que vá contra a 
essência do tratado assinado, tem valor político muito forte. A assinatura é o ato 
emanado pelo representante do Estado, concordando com seu conteúdo. Cada 
Estado ou Organização Internacional tem a competência de indicar a pessoa 
responsável pela assinatura. Em geral, a assinatura é realizada pelo Chefe do Poder 
Executivo. Nos tratados bilaterais, de forma similar, raramente se aceita a 
assinatura sem ratificação, pois, se existem apenas duas partes, a simples 
assinatura não gera qualquer efeito para nenhum dos Estados. 
D) Ratificação: vem depois da assinatura, onde o Estado se obriga formalmente a 
todas as noras do tratado. Dá consentimento da aceitação do tratado. É o ato 
formal do Estado pelo qual indica seu consentimento em estar submetido a um 
determinado tratado. Também é conhecida por aceitação, aprovação ou ato 
Art. 49. É da competência exclusiva 
do Congresso Nacional: 
I - resolver definitivamente sobre 
tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem 
encargos ou compromissos 
gravosos ao patrimônio nacional; 
 
formal de confirmação. Quando o tratado já foi negociado e assinado e suas partes 
permitem que outros sujeitos o ratifiquem, diz-se que há a adesão ou acessão 
destes. Não necessariamente o tratado deve estar em vigor, mas a negociação já 
está encerrada, o texto está pronto, e as novas partes aceitam o texto construído 
pelos demais, ou seja, não participam da negociação e apenas podem aceitar o 
tratado tal como ele foi negociado. A ratificação é IRRETRATÁVEL, ou seja, o 
Estado ou Organização Internacional não pode voltar atrás em sua posição, 
mesmo se o tratado ainda não entrou em vigor ou as demais partes ainda não o 
ratificaram. Não pode retratar a ratificação depois da entrada em vigor do tratado, 
pro respeito ao princípio pacta sunt servanda. Não pode retirar a ratificação antes 
da entrada em vigor, por respeito ao principio da boa fé. Art. 49, CF. 
E) Publicação 
- Brasil 
7- Reservas: art. 2º, CVDTs 1969 (Convenção de Viena). É uma declaração unilateral do 
Estado, exclui ou modifica o efeito jurídico da disposição do tratado. Pode o Estado 
aceitar o tratado com alguma ressalva a algum ou outro termo, nem todos os tratados 
admitem reservas. Quando o Estado faz uma reserva sobre determinado artigo e não 
será obrigado a cumprir aquele artigo. Art. 19, CVDTs -> estabelece quando uma 
reserva é proibida. Em tratados bilaterais as reservas não são permitidas, porque 
significam, na prática a não aceitação de um ponto negociado anteriormente e mostra 
a necessidade de renegociação do tratado, pois pode prejudicar o equilíbrio entre as 
partes. Assim, nos tratados bilaterais, as reservas precisam ser aceitas pela parte 
contrária e têm, na prática, o efeito de modificar o tratado. Reserva é uma declaração 
unilateral, feita por um sujeito de direito internacional ao assinar, ratificar, aceitar ou 
aprovar um tratado ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito 
jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação nesse Estado ou 
Organização Internacional. Logo, a reserva pode ocorrer em diferentes momentos até 
o engajamento definitivo. Após o engajamento definitivo, as reservas somente 
poderão ser feitas com o consentimento das demais partes do tratado. Sempre é 
possível fazer reservas, exceto quanto: o tratado prevê expressamente a 
impossibilidade de reservas; o tratado prevê a possibilidade de fazer reservas apenas 
sobre determinadas questões preestabelecidas; o tratado não prevê reservas, mas 
estas se referem a questões essenciais do tratado, cuja reserva é incompatível com o 
objeto ou com a finalidade do tratado. Apenas aqueles que ratificaram o tratado 
podem fazer reservas. As reservas feitas pelos que não ratificaram servem apenas para 
informar aos demais sujeitos de direito internacional sua opinião sobre a questão, mas 
não geram quaisquer efeitos jurídicos. A reserva é sempre feita por escrito, limitam os 
efeitos jurídicos do tratado para uma das partes, em relação às demais. No Brasil, as 
reservas podem ser feitas tanto pelo legislativo quando pelo executivo. O termo 
jurídico utilizado para as reservas feitas pelo poder legislativo é a “aprovação com 
restrições”. Quando as reservas são elaboradas pelo executivo, devem ser confirmadas 
pelo legislativo. A reserva impede a entrada em vigor de parte do tratado para um 
Estado. É como se essa parte não existisse. As reservas ficam anexas ao texto do 
tratado. Os Estados podem retirar suas reservas quando considerarem ser 
conveniente. A reserva deixa de vigorar entre as partes a partir do momento em que o 
Estado recebe a notificação da retirada da reserva. 
8- Declaração interpretativa: quando o Estado ratifica um tratado, mas faz uma 
declaração para que determinados artigos sejam interpretados de outra determinada 
maneira. Mas não pode modificar a essência do tratado, só para deixar o artigo mais 
claro para aquela determinada sociedade. Uma declaração interpretativa é a 
manifestação unilateral do Estado ou da Organização Internacional, pelo qual 
concorda com o engajamento ao tratado, condicionado a que determinada parte do 
Artigo 2.º 
Definições 
1 - Para os fins da presente 
Convenção: 
d) «Reserva» designa uma 
declaração unilateral, qualquer 
que seja o seu conteúdo ou a 
sua denominação, feita por um 
Estado quando assina, ratifica, 
aceita ou aprova um tratado ou 
a ele adere, pela qual visa 
excluir ou modificar o efeito 
jurídico de certas disposições do 
tratado na sua aplicação a esse 
Estado 
 
Artigo 19.º 
Formulação de 
reservas 
Um Estado pode, no 
momento da 
assinatura, da 
ratificação, da 
aceitação, da 
aprovação ou da 
adesão a um tratado, 
formular uma 
reserva, a menos 
que: 
a) A reserva seja 
proibida pelo 
tratado; 
b) O tratado apenas 
autorize 
determinadas 
reservas, entre as 
quais não figure a 
reserva em causa; ou 
c) Nos casos não 
previstos nas alíneas 
a) e b), a reserva sejaincompatível com o 
objeto e o fim do 
tratado 
 
texto do tratado seja interpretada de uma forma particular. As declarações 
interpretativas são relevantes, sobretudo quando o texto do tratado é dúbio, podendo 
ser interpretado de diversas formas. Não se trata de uma limitação do tratado, mas de 
um engajamento condicional. Diferente das reservas, a declaração interpretativa 
aceita a vigência do tratado como um todo, mas apenas com determinada 
interpretação de seu texto. 
9- Internacionalização de tratados e valor normativo: há duas correntes de 
internacionalização de tratados. A dualista, que é mais geral, possui duas ordens 
jurídicas, a aplicação do tratado em dois aspectos, nacional e internacional. E monista, 
que não tem essa divisão. Já o valor normativo dos tratados são dois, em regra geral 
atingem força de norma infraconstitucional. Há duas possibilidades: os tratados que 
afastam a aplicação de direitos internos e os DHs que são constitucionais desde a EC 
45/2004. No Brasil, a teoria e os tribunais consideram a existência de um sistema 
dualista moderado. Existe um duplo procedimento para que o tratado seja totalmente 
válido: o engajamento internacional, pelo qual o Estado se compromete perante os 
demais Estados-partes no tratado e o engajamento nacional, com a edição de uma 
norma interna, a partir da qual o tratado obriga os nacionais. Chama-se dualismo 
moderado, porque apenas somos dualistas durante o período entre a ratificação do 
tratado e a sua promulgação. No Brasil o tratado é internalizado com a promulgação 
do decreto executivo. O decreto executivo tem três funções: a promulgação do 
tratado; a publicação oficial do seu texto; a executoriedade do ato internacional, que 
passa, então, e somente então, a vincular e a obrigar no plano do direito positivo 
interno. Para a segunda corrente, aceita pelo Supremo Tribunal Federal, há no Brasil 
um dualismo moderado. O Congresso Nacional autoriza a ratificação do tratado, 
mediante o decreto legislativo. A ratificação é então realizado pelo presidente da 
república, através do depósito do ato de ratificação junto ao depositário do tratado. A 
partir deste ato, o Brasil está vinculado às demais partes do tratado. Apenas após a 
publicação do decreto executivo, o tratado integrará também a ordem jurídica 
brasileira. Durante o período entre o depósito do instrumento de ratificação e a 
promulgação do decreto executivo, o país aceita duas ordens jurídicas, uma nas 
relações exteriores e outra nas relações domésticas. Por isso o Brasil é considerado 
dualista. O adjetivo “moderado” vem do fato de que se trata de uma situação, em 
geral, passageira, de curto período porque, após a promulgação do tratado, este passa 
a incorporar o ordenamento jurídico nacional. Na prática, o sistema dualista moderado 
é aquele efetivamente aceito. Existe um duplo engajamento do Estado: com a 
ratificação, o país engaja-se perante os demais Estados; com a promulgação 
(publicação do decreto executivo), o tratado passa a vigorar no território nacional. 
Valor normativo  no Brasil, os tratados em geral têm força de norma 
infraconstitucional. Os tratados de direitos humanos, em particular, quando aprovados 
na forma de projeto de emenda constitucional, têm força de norma constitucional. Os 
tratados em geral revogam as normas de direito interno anteriores que lhes sejam 
contrárias. Tratados de direitos humanos, ratificados de acordo com o mesmo 
procedimento para aprovação de emenda constitucional, prevalecem sobre outras 
normas internas, mesmo posteriores, e somente poderão ser modificados por outras 
emendas constitucionais ou outros tratados da mesma natureza, desde que ratificados 
de acordo com o mesmo procedimento. A força normativa do tratado em geral 
depende de seu conteúdo. 
 
TRATADOS 
 
1- Entrada da vigência: art. 24, CVDTs: se não estiver no tratado a entrada em vigor, 
entra em vigor assim que todos os países participantes o ratificarem. Se um país entrar 
Artigo 24.º 
Entrada em vigor 
1 - Um tratado entra em vigor 
nos termos e na data nele 
previstos ou acordados pelos 
Estados que tenham participado 
na negociação. 
2 - Na falta de tais disposições 
ou acordo, um tratado entra em 
vigor logo que o consentimento 
em fica 
r vinculado pelo tratado seja 
manifestado por todos os 
Estados que tenham participado 
na negociação. 
3 - Quando o consentimento de 
um Estado em ficar vinculado 
por um tratado for manifestado 
em data posterior à da sua 
entrada em vigor, o tratado, 
salvo disposição do mesmo em 
contrário, entra em vigor 
relativamente a esse Estado 
nessa data. 
4 - As disposições de um tratado 
que regulam a autenticação do 
texto, a manifestação do 
consentimento dos Estados em 
ficarem vinculados pelo tratado, 
os termos ou a data da sua 
entrada em 
vigor, as reservas, as funções do 
depositário, bem como outras 
questões que se suscitam 
necessariamente antes da 
entrada em vigor do tratado, 
são aplicáveis desde a adoção 
do texto. 
 
e o tratado já estiver em vigor valerá assim que o mesmo ratificar o contrato. A 
entrada em vigor do tratado pode ocorrer em determinada data com um número de 
ratificações ou com outra condição específica. Quando inexiste regra explícita, 
presume-se que o tratado entra em vigor com a ratificação dos Estados que o 
negociaram. Esse período de vocatio legis entre a adoção do texto e a entrada em 
vigor pode ser muito longo. A entrada em vigor dos tratados multilaterais raramente 
ocorre para todos os Estados de uma só vez. Por isso, diz-se que a entrada em vigor 
dos tratados multilaterais é, geralmente, escalonada. Assim, a entrada em vigor no 
âmbito externo é condição para a exigibilidade no âmbito doméstico. 
2- Efeitos jurídicos: 
A) Cumprir de boa fé: dever de cumprir de boa fé (pacta sunt servanda); 
B) Validez territorial e temporal: princípio da irretroatividade da lei só funcionava a 
partir de quando o tratado entrasse em vigor. Se o fato acontecer antes do tratado 
entrar em vigor, não acontece nada. Só terá vínculo jurídico depois que o mesmo 
entrar em vigor. 
C) Terceiros Estados: só terá efeitos nos países que ratificarem o tratado, não atinge 
os países que não ratificarem, pode até atingir positiva ou negativamente, se 
negativamente o país pode entrar com uma ação. Terceiros estados não vão ter 
nenhuma intervenção naquele tratado, só gera obrigação nos países que o 
ratificaram. Exceção: art. 35 e 36, CVDT’s. 
3- Condição de validade: para ser válido o tratado precisa atender a três critérios 
A) Capacidade das partes: Estados e Organizações Internacionais que podem 
celebrar tratados. Representantes: diplomatas precisam ter sua competência 
reconhecida pelos demais Estados. As Organizações Internacionais também devem 
se ater à competência de acordo com o tema. Somente os sujeitos de direito 
internacional são capazes de firmar tratados. A capacidade dos Estados é analisada 
a partir do reconhecimento do Estado, de seu governo e de seus representantes 
diplomáticos. 
B) Objeto lícito: o tratado não pode violar nenhuma norma internacional e nem jus 
cogens. Nenhum Estado pode se negar a cumprir uma norma do tratado alegando 
que o mesmo fere uma norma interna, se uma norma interna for contra uma do 
tratado, o Estado tem a opção de revogar essa norma interna, criando outra, ou 
então sai do tratado. Os tratados devem ter objeto lícito em relação ao direito 
interno e ao direito internacional. No entanto, o fato do tratado violar o direito 
interno não afeta o tratado, da mesma forma como o fato do tratado violar as 
normas internacionais mais reconhecidas. Da mesma forma os Estados não podem 
invocar seu direito interno para não cumprir determinado tratado. O Estado pode 
mudar sua legislação e tornar o tratado ou parte dele sem efeito, da mesma forma 
que pode retirar-se de um tratado em vigor.C) Consentimento livre: o consentimento tem que ser livre dos Estados. Se houver 
vício (erro, dolo ou coação) não será consentimento livre. Se tratar-se de um 
tratado bilateral este será nulo, se for multilateral só será nulo para os países que 
sofreram o vício. 
4- Interpretação: existem três critérios de interpretação: objetivo, subjetivo e 
teleológico. 
A) Objetivo: sentido autêntico do tratado, expressão autêntica da vontade das 
partes. 
B) Subjetivo: busca qual era a intenção dos agentes no momento do tratado. 
C) Teleológico: busca o fim/objetivo efetivamente do tratado (geralmente presente 
no preâmbulo). A CVDTs, por exemplo, adotou a interpretação objetiva e 
teleológica. Art. 31, CVDTs 1 – sentido comum (objetivo)/contexto, objeto e fim 
Artigo 35.º 
Tratados que preveem 
obrigações para terceiros 
Estados 
Uma disposição de um 
tratado faz nascer uma 
obrigação para um terceiro 
Estado se as Partes nesse 
tratado entenderem criar a 
obrigação por meio dessa 
disposição e se o terceiro 
Estado aceitar 
expressamente por escrito 
essa obrigação. 
 
Artigo 36.º 
Tratados que preveem 
direitos para terceiros 
Estados 
1 - Uma disposição de um 
tratado faz nascer um 
direito para um terceiro 
Estado se as Partes nesse 
tratado entenderem 
conferir esse direito, por 
meio dessa disposição, ao 
terceiro Estado, ou a um 
grupo de Estados a que ele 
pertença, ou ainda a todos 
os Estados, e se esse 
terceiro Estado o consentir. 
Presume-se o 
consentimento enquanto 
não houver indicação em 
contrário, salvo se o 
tratado dispuser de outro 
modo. 
2 - Um Estado que exerça 
um direito nos termos do 
n.º 1 deve respeitar, para o 
exercício desse direito, as 
condições previstas no 
tratado ou estabelecidas 
de acordo com as suas 
disposições. 
 
Artigo 31.º 
Regra geral de 
interpretação 
1 - Um tratado deve 
ser interpretado de 
boa fé, de acordo 
com o sentido 
comum a atribuir 
aos termos do 
tratado no seu 
contexto e à luz dos 
respectivos objeto e 
fim. 
2 - Para efeitos de 
interpretação de um 
tratado, o contexto 
compreende, além 
do texto, preâmbulo 
e anexos incluídos: 
a) Qualquer acordo 
relativo ao tratado e 
que tenha sido 
celebrado entre 
todas as Partes 
quando da conclusão 
do tratado; 
b) Qualquer 
instrumento 
estabelecido por 
uma ou mais Partes 
quando da conclusão 
do tratado e aceite 
pelas outras Partes 
como instrumento 
relativo ao tratado. 
3 - Ter-se-á em 
consideração, 
simultaneamente 
com o contexto: 
a) Todo o acordo 
posterior entre as 
Partes sobre a 
interpretação do 
tratado ou a 
aplicação das suas 
disposições; 
b) Toda a prática 
seguida 
posteriormente na 
aplicação do tratado 
pela qual se 
estabeleça o acordo 
das Partes sobre a 
interpretação do 
tratado; 
c) Toda a norma 
pertinente de direito 
internacional 
aplicável às relações 
entre as Partes. 
4 - Um termo será 
entendido num 
sentido particular se 
estiver estabelecido 
que tal foi a intenção 
das Partes. 
 
(teleológico)/acordo entre as partes. 2 - conduta das partes. 3 – normas de direito 
internacional. 
5- Modificação: pode ser tácita ou expressa. Total ou parcial. Os tratados são 
modificados por vontade das partes. 
A) Tácita: se adota outro tratado que contradiz o tratado anterior. Ocorre pela 
produção de um tratado ou costume contrário ao tratado anterior. Ocorre em 
duas situações: quando as partes fazem um novo tratado, contrário ao anterior, 
mas sem referência expressa a este; quando a prática contínua dos sujeitos de 
direito internacional em desencontro ao texto acordado gera um costume 
internacional. No direito internacional os costumes podem revogar normas. 
B) Expressa: se o tratado expressamente diz que modifica o anterior. Quando as 
partes redigirem outro tratado, contrário ao anterior, revogando-o de forma clara, 
afirmando que, a partir da entrada em vigor do novo tratado, os dispositivos do 
tratado anterior não são mais aplicáveis. Exige a manifestação favorável de um 
número suficiente de Estados ou Organizações Internacionais. 
C) Total: modifica por completo o tratado. Pode ser feita por meio de um novo 
tratado, que altera completamente o anterior (revisão do tratado). 
D) Parcial: uma emenda ao tratado, é um procedimento mais flexível. Pode ser feita 
por um tratado que apenas altera uma parte do texto antes consensual (emenda 
ao tratado) 
6- Cessação da vigência e suspensão de aplicação: arts. 54 e 60, CVDTs. Cessação: 
termos previstos no tratado ou consentimento de todas as partes. Execução integral / 
caducidade ou desuso / conflitos armados / inexecução de uma das partes / denúncia 
unilateral (nem todos os tratados admitem denúncia). A cessação é um tratado inteiro 
a suspensão é um Estado em especial. Art. 60 – violação de uma norma substancial, 
execução integral. Denúncia unilateral. Alguns tratados não admitem denúncia (como 
o tratado de Direitos Humanos). Para o Estado que denuncia, o tratado perde o efeito. 
Art. 54 – a) termo previsto no tratado, b) consentimento de todas as partes. Cessação 
– tratado inteiro. Suspensão – quanto ao Estado. Art. 31, CVDT’s: 1- sentido comum, 
contexto, objetivo e fim, acordo entre as partes (teleológico). 2- condutas das partes. 
3- normas de direito internacional. 
 
Trabalho: PROTOCOLO DE QUIOTO. Eu, Júlia, Rodrigo e Leo. 
 
1- Costume: práticas reiteradas do sujeito de direito internacional (os Estados). Não 
confundir com costume do direito interno, no direito internacional os costumes são 
muito fortes, têm peso grande tanto quanto tratados. Pode ser regional (praticado em 
um continente) ou universal (por todos os países). Nem todos os Estados têm que 
praticá-lo, mas basta a maioria. Se consolida quando uma maior parte obedecer, a 
menor parte que não pratica, deverá praticá-lo. Exceção = se um país, em todas as 
resoluções da ONU se mostrar contra esse costume ele não estará obrigado a cumpri-
lo. Se o Estado se opor após a sua formação, não adiantará nada, ele ainda será 
obrigado a segui-lo. Um costume é extinto quando surge um novo costume contrário 
ao anterior, ou quando se adota um novo tratado que seja contra o costume. Tem uma 
importância tão grande quanto um tratado. Em geral o costume nasce a partir da 
repetição dos atos ao longo do tempo e surge, então, o costume como fonte de 
direito. No entanto, o costume pode nascer da relação em sentido inverso. É como 
uma norma não escrita, mas que se reflete em todos os espelhos. A prova do costume 
incumbe àquele que o alega, e nem sempre é tarefa fácil, sobretudo quando se trata 
de um costume regional ou mesmo bilateral, ou seja, considerado não a partir da 
prática comum na sociedade internacional, mas apenas da prática existente entre um 
grupo pequeno de Estados. Como o costume não é criado, mas reconhecido, seu 
Artigo 54.º 
Cessação da vigência 
ou retirada de um 
tratado por força das 
suas disposições ou 
por consentimento 
das Partes 
A cessação da 
vigência de um 
tratado ou a retirada 
de uma Parte podem 
ter lugar: 
a) Nos termos 
previstos no tratado; 
ou 
b) Em qualquer 
momento, por 
consentimento de 
todas as Partes, após 
consultados os outros 
Estados Contratantes 
 
Artigo 60.º 
Cessação da vigência de um 
tratado ou suspensão da sua 
aplicação como 
consequência da sua 
violação 
1 - Uma violação substancial 
de um tratado bilateral, por 
uma das Partes, autoriza a 
outra Parte a invocar a 
violação como motivo para 
fazer cessar a vigência do 
tratado ou para suspender a 
sua aplicação, no todo ou 
em parte. 
2 - Uma violação substancial 
de um tratado multilateral, 
por uma das Partes, 
autoriza: 
a) As outras Partes, agindo 
de comum acordo, a 
suspender a aplicação do 
tratado, no todo ou em 
parte, ou a fazer cessar a 
sua vigência: 
i) Sejanas relações entre 
elas e o Estado autor da 
violação; 
ii) Seja entre todas as Partes; 
b) Uma Parte especialmente 
atingida pela violação a 
invocá-la como motivo de 
suspensão da aplicação do 
tratado, no todo ou em 
parte, nas relações entre ela 
e o Estado autor da violação; 
c) Qualquer outra Parte, 
exceto o Estado autor da 
violação, a invocar a 
violação como motivo para 
suspender a aplicação do 
tratado, no todo ou em 
parte, no que lhe diga 
respeito, se esse tratado for 
de tal natureza que uma 
violação substancial das suas 
disposições por uma Parte 
modifique radicalmente a 
situação de cada uma das 
Partes quanto ao 
cumprimento posterior das 
suas obrigações emergentes 
do tratado. 
3 - Para os efeitos do 
presente artigo, constituem 
violação substancial de um 
tratado: 
a) Uma rejeição do tratado 
não autorizada pela 
presente Convenção; ou 
b) A violação de uma 
disposição essencial para a 
realização do objeto ou do 
fim do tratado. 
4 - O disposto nos números 
anteriores não prejudica 
qualquer disposição do 
tratado aplicável em caso de 
violação. 
5 - O disposto nos 1 a 3 não 
se aplica às disposições 
relativas à proteção da 
pessoa humana contidas nos 
tratados de natureza 
humanitária, 
nomeadamente às 
disposições que proíbem 
toda a forma de represálias 
sobre as pessoas protegidas 
pelos referidos tratados. 
conteúdo não é facilmente determinável. Depende de um esforço dos juristas. O 
reconhecimento de determinada prática estável entre os Estados passa, portanto, por 
três etapas: o reconhecimento desta prática como costume, pela continuidade; a 
fixação precisa de seu conteúdo, com os pontos comuns entre as diversas formas de 
sua manifestação e a determinação entre quais sujeitos de direito internacional pode 
ser aplicada. 
A) Elementos: tem vários meios de provas, deve-se analisar a postura dos Estados, 
sobre o tema, o que ele costuma adotar na maioria dos casos. Há 2 elementos e é 
necessário que esteja presente sempre os dois. Tem vários meios de prova, deve-
se analisar a postura dos Estados, sobre o tema, o que ele costumava adotar na 
maioria dos casos, etc. 
a) Elemento material ou objetivo: repetição, uso constante de uma prática ou 
uso uniforme de uma prática. Estabelece que os Estados tenham determinada 
prática como habitual, durante um período razoável de tempo (usus ou 
diuturnitas). A prática pode ser uma ação ou uma omissão em determinadas 
situações similares. Os contornos dos atos não precisam ser exatamente os 
mesmos a cada situação; o importante é a manutenção no núcleo da prática 
ao longo do tempo. Inexiste um período de tempo mínimo para a configuração 
do costume. 
b) Elemento subjetivo: é a convicção que o Estado tem de que a prática é 
obrigatória juridicamente. Os Estados devem aceitar a prática (opinio juris sive 
necessitatis). Não haverá costume se o ato for apenas tolerado ou, menos 
ainda, se a prática for imposta por meio da força. É necessário o 
reconhecimento da opinio juris necessitatis, ou seja, os Estados ou 
Organizações Internacionais estejam convencidos de que a prática é 
necessária ou que integra o direito internacional. 
c) Elemento espacial: pode ser regional ou universal. Será regional quando for 
apenas identificável num determinado grupo de Estados. Será mundial ou 
universal quando for amplamente aceito pela comunidade internacional. Os 
costumes universalmente aceitos, no entanto, não precisam ser realmente 
aceitos por todos os Estados. Basta que a maioria da comunidade 
internacional reconheça o costume para que ele seja considerado como um 
costume geral. É possível inclusive que um costume seja reconhecido por um 
determinado ambiente jurídico e não o seja por outro. Chamamos de 
ambiente jurídico um subsistema de normas dentro do direito internacional. 
Um ambiente jurídico pode ser formado por uma Organização Internacional e 
suas normas, por um conjunto de tratados com características próprias ou 
mesmo por um ramo do direito internacional. 
B) Relação costume/tratado: há três efeitos. 
a) Declarativo: sistematiza regras internacionais. Concretiza um costume já 
existente. Para dar mais objetividade/claridade. 
b) Cristalizador: alguma parte considerável já adota essa prática para cristalizar 
um costume que estava por se consolidar. O tratado consolida o costume. Se 
tornará uma prática até para os países que não adotaram o tratado. 
c) Constitutivo: não há prática, nem costume sobre esse determinado tema, mas 
daí adota-se um tratado que gera uma sensibilização que daí gera um 
costume, é o mais difícil de ocorrer dos 3 efeitos. 
2- Princípios gerais do direito internacional: são regras amplamente aceitas pela 
sociedade internacional, consolidadas por costumes internacionais. A consolidação 
pode decorrer da repetição em tratados, ou no uso em razões de julgamento 
comumente aplicadas nos tribunais nacionais e internacionais. Os princípios gerais de 
direito internacional são identificados nos tratados, em seu dispositivo, como nos 
preâmbulos, e nas práticas dos Estados, como nos costumes. Entre os princípios gerais 
de direito internacional destacam-se: igualdade soberana; autonomia, não ingerência 
nos assuntos internos dos outros Estados; interdição do recurso à força e solução 
pacífica de controvérsias; respeito aos direito humanos; cooperação internacional. São 
reconhecidos pelas nações civilizadas (que tenham um sistema jurídico estruturado) e 
que respeite esses princípios. Utilização do direito comparado = analisa-se os 
princípios internos, comparando-os e utilizando-os. Princípio da irretroatividade da lei, 
princípio da obrigatoriedade de reparação. 
3- Atos unilaterais: manifestação de vontade de um sujeito internacional que cria vínculo 
jurídico. Cria uma obrigação jurídica para o Estado que a fez. Manifestações 
autônomas e não equívocas de uma vontade formulada publicamente por um ou 
vários Estados, endereçadas a um ou vários Estados da sociedade internacional em 
geral ou de uma Organização Internacional, com a intenção de criar obrigações 
jurídicas no plano internacional. Podemos destacar os seguintes: normas internas, 
decisões políticas, discursos dos governos, protestos e notificações relacionadas a 
fatos jurídicos internacionais e o estoppel. Para serem invocáveis como fonte de 
direito internacional, os ator unilaterais deve: emanar de um sujeito de direito 
internacional; não contrariar o direito internacional; refletir a vontade legítima de seu 
autor, portanto, sem vícios e com a intenção de cumpri-lo; dirigir-se ao público em 
geral. As principais fontes de atos unilaterais são as Organizações Internacionais e os 
Estados, cada qual com características próprias. As Organizações Internacionais 
produzem diferentes atos unilaterais. A importância dos atos depende da efetividade 
da própria organização ou do órgão que o emanou. 
A) Atos unilaterais em sentido próprio: tem como requisitos objeto lícito, capacidade 
da parte (o ato tem que vir de um órgão competente para comprometer Estado 
internacionalmente), forma (que seja pública), consentimento (que não tenha 
vício). Podem ser revogados, porém não de forma arbitrária. 
B) Estoppel: um determinado Estado adota uma ação (conduta) e um segundo 
Estado adota outra ação com base naquela do primeiro Estado. É a impossibilidade 
de uma parte alegar ou negar um fato ou exigir um direito, em detrimento de 
outra parte, em virtude de uma conduta anterior, tal como uma alegação, uma 
negação ou seu reconhecimento prévio de determinada situação. Trata-se da 
criação de uma situação de fato clara e não ambígua, voluntária, incondicional, 
autorizada, de acordo com a boa-fé que leva uma outra parte a mudar sua posição 
e sofrer um prejuízo. 
a) Ação de um Estado 
b) Conduta seguida por outro Estado 
c) Impossibilidade de alegações contráriasque lesiona as expectativas criadas 
pela ação do primeiro estado 
C) Aquiescência: silêncio, passividade de um Estado que poderia ter tomado uma 
ação, delimitação, não vai poder tomar mais nenhuma atitude posteriormente 
para mudar aquilo. 
4- Doutrina e jurisprudência: doutrina – dos juristas classificados, maiores especialistas. 
A doutrina dos internacionalistas representa o conhecimento gerado pelos estudiosos 
do direito internacional, por meio de livros e artigos que iluminam interpretações e 
abrem novos caminhos para a construção e utilização do direito. Jurisprudência – dos 
tribunais internacionais. É comum que uma corte faça referência à decisão de outras 
cortes. Não há como negar que no direito internacional as interpretações anteriores 
dos tribunais exercem uma influência importante nos julgados futuros. Primeiro: trata-
se de um ramo do direito comum a todos. Segundo: um número reduzido de normas 
há no direito internacional e muitos posicionamentos precisam ser “construídos” pelos 
tribunais. Terceiro: as Cortes Internacionais são chamadas a aportar soluções a 
questões novas. 
5- Equidade: a norma mais favorável para as partes. Interpretação da norma mais 
favorável. Não seria uma fonte em si, mas sim um elemento que ajuda na 
interpretação das normas. A equidade (ex aequo et Bono) significa a possibilidade de o 
juiz utilizar a interpretação da norma que mais favoreça a consecução da justiça. A 
equidade não é propriamente uma fonte de direito, mas uma técnica de interpretação 
judicial. Seu uso em um litígio depende da concordância das partes e em geral está 
previsto nas regras processuais dos tribunais internacionais. Se as partes não 
concordarem expressamente, a CIJ não pode usar a equidade para interpretar direito. 
6- Resolução de organização internacional: não são obrigatórias. São situações 
excepcionais. As resoluções do CIJ são as únicas obrigatórias para a ONU. Resoluções 
que englobam/consolidam princípios do direito internacional são obrigatórias. 
Resoluções soft norms é uma norma que não tem força jurídica que obrigue, pois não 
vem de costumes, nem de princípios gerais, nem de tratado. Trata sobre tema 
polêmicos e poucos Estados reconhecem. 
 
SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL 
ESTADOS (principal sujeito do direito internacional. Entre os sujeitos é o único que possui 
plena capacidade jurídica, habilidade de munir-se de direitos, poderes e obrigações). 
 
1- Princípio da soberania: todos os Estados são iguais (formalmente). E há também 
soberania real, que são países com maior influência, maior peso econômico, que terão 
maior influência automaticamente, no âmbito internacional. Princípio da igualdade 
dos Estados no âmbito internacional. Não só de ponto de vista jurídico, mas de todos. 
A priori os Estados são iguais entre si em direitos e obrigações, independentemente de 
suas qualidades; entretanto, na prática um número restrito de Estados com poderosos 
sistemas econômicos e políticos exerce maior autoridade sobre a comunidade 
internacional. 
2- Princípio da não intervenção: inclui a não intervenção armada/política/ingerência 
econômica. O direito internacional vai delimitando quais são os limites da soberania de 
acordo com os tratados. Inclui a proibição de um Estado apoiar/instigar a ação de 
grupos rebeldes dentro do Estado. A interferência da política no direito não é uma 
peculiaridade do direito internacional, porque a interferência quase sempre vem de 
fora do Estado, atinge interesses mais importantes e fere nacionalismos. 
Caso de Nicarágua X EUA = interviu nos princípios da soberania e da não intervenção. 
Nicarágua acusa os EUA, CIJ averigua os fatos; analisa qual direito foi violado, no caso foram 
os princípios da soberania, proibição do uso da força e da não intervenção; analisa qual 
fonte ou norma internacional foi violada para que possa ser condenado, que foram os 
costumes internacionais. Analisa se esses costumes eram obrigatórios para os EUA e nota 
que era sim, condenando os EUA. 
3- Características: requisitos que um Estado deve reunir. 
 Elementos 
a) Território: terra, mar, ar. É o espaço onde se exerce a soberania estatal. Ele 
determina os limites do exercício do poder do Estado. É determinado por meio 
de um processo de demarcação ou delimitação. Delimitar um território 
significa estabelecer seus limites, o que é feito por tratados ou costumes. 
Demarcar um território significa implantar marcos físicos sobre o território, 
que podem ser postes, cercas, muros, balizas, entre outros. Os limites 
territoriais podem estender-se por mar, por terra e por ar. Limite não se 
confunde com fronteira. 
b) População: povo que pertence ao território. É o elemento humano do Estado. 
Compreende o conjunto de indivíduos que têm uma relação jurídica 
determinada com o Estado, abrangendo mesmo aqueles que estão fira de seu 
território. É o conjunto de habitantes que mantêm uma ligação estável com 
um determinado Estado, por meio de um vínculo jurídico, o vínculo da 
nacionalidade. Não inclui estrangeiros residentes no território do Estado. 
c) Governo: poder estatal exercido dentro do país em relação aos seus nacionais 
e fora do país em relação a outros países. O governo do Estado deve ser 
autônomo, ou seja, sem nenhum grau de dependência jurídica. Não existem 
governos livres de qualquer ingerência internacional, nem mesmo os mais 
poderosos. O governo precisa ser reconhecido pela Comunidade Internacional. 
O reconhecimento do governo é diferente do reconhecimento do Estado. 
4- Criação de novos Estados 
A) Secessão: separação. Independência de uma parte de uma território que se separa 
e torna-se autônomo. Caso de Bangladesh, ex União Soviética. É a independência 
de parte do território, que se torna um Estado autônomo. A constituição admite a 
criação de um Estado autônomo, a partir da expressão da vontade popular. Não se 
confunde com o direito de independência das colônias porque, na secessão, trata-
se da separação em ralação a um Estado já conhecido. Trata-se de uma forma de 
composição do território. 
B) Divisão: de um Estado em dois. Ex: Alemanha que se dividiu em Alemanha 
Ocidental e Oriental. 
C) Fusão: exemplo da Itália, se originou-se da união de vários e diferentes Estados. A 
fusão ocorre com a junção completa de dois ou mais Estados para a criação de um 
outro Estado resultante. 
D) Descolonização: exemplo dos continentes asiático e africano, dos Estados Unidos 
com a Inglaterra. Por descolonização, stricto sensu, deve-se compreender o 
processo de independência das ex-colônias europeias. Evidentemente, lato sensu, 
essa categoria pode incluir ainda qualquer movimento de libertação em relação a 
uma metrópole, seja ela onde for. 
5- Reconhecimento de Estados: há duas correntes que podem ser expressas ou tácitas. O 
reconhecimento do Estado é a manifestação unilateral e discricionária de outros 
Estados ou Organizações Internacionais no sentido de aceitar a criação do novo sujeito 
de direito internacional, portanto, com direitos e obrigações. Trata-se de um ato 
unilateral porque é emanado de um único sujeito de direito internacional. Trata-se de 
ato discricionário porque os outros Estados não são obrigados a reconhecer o novo 
Estado. A teoria clássica do direito internacional relaciona a existência do Estado com a 
presença de três elementos constitutivos mais ou menos bem definidos: território, 
população e governo. No entanto, nenhum desses três elementos precisa atender a 
critérios realmente objetivos. É no equilíbrio entre a soberania do Estado e o domínio 
das Relações Internacionais pelos Estados mais poderosos que ocorre o 
reconhecimento de um novo Estado. O reconhecimento de um novo Estado é um ato 
político. 
A) Valor declarativo: a declaração do Estado já basta para ser configurado 
reconhecido. Art. 13, OEA (Organização dos Estados Americanos).A maioria dos 
doutrinadores segue esse valor. 
B) Valor constitutivo: depende da apreciação dos outros Estados. 
6- Sucessão de Estados: sucessão de Estados é a substituição de um Estado pó outro na 
responsabilidade das Relações Internacionais de um determinado território. Trata-se 
de uma situação que implica efeitos jurídicos importantes não apenas para o Estado 
que surge como também para toda a comunidade internacional. Pode ser o caso em 
que um Estado se divide e origina dois ou mais novos Estados ou, então, o contrário, 
Artigo XIII 
Esta Convenção vigorará 
indefinidamente, mas 
qualquer Estado Parte 
poderá denunciá-la. O 
instrumento de denúncia 
será depositado na 
Secretaria-Geral da 
Organização dos 
Estados Americanos. 
Decorrido um ano a partir 
da data de depósito do 
instrumento de denúncia, a 
Convenção cessará seus 
efeitos para o Estado 
denunciante, 
permanecendo em vigor 
para os demais Estados 
Partes. A denúncia não 
eximirá o Estado Parte das 
obrigações que lhe impõe 
esta Convenção com 
respeito a qualquer ação ou 
omissão ocorrida antes da 
data em que a denúncia 
tiver produzido seus efeitos. 
 
com a fusão de dois Estados que dão origem a um novo Estado. A sucessão de Estados 
dá origem à criação de novos direitos soberanos ou à expansão dos direitos soberanos 
de um Estado sobre outro território. Estado sucessor é aquele que substitui o outro no 
domínio do território com a sucessão. Estado predecessor é aquele que perdeu parte 
de seu território ou que deixou de existir. 
 
SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL 
POPULAÇÃO: 
 
1- Nacionalidade: original – territorialidade: jus solis. Familiar: jus sanguinis, pode ter 
nascido na Alemanha ou Suíça, mas se não tiver nenhum parente não tem direito a ter 
a nacionalidade, é a descendência pelo sangue. Misto: jus solis e jus sanguinis, adotado 
pelo Brasil. Também chamada de originária ou primária, relaciona-se a elos diretos 
com o Estado. Natos são os detentores de nacionalidade originária. Derivada – 
solicitada pela vontade própria individual do indivíduo. É posterior. Aqui entra a dupla 
nacionalidade. O Brasil admite a opção de dupla nacionalidade. Tendo a dupla 
nacionalidade uma só será ativa, que é a utilizada, e a outra é a passiva, não pode 
utilizar as duas ao mesmo tempo. Art. 12, CF. Também chamada de adquirida é aquela 
solicitada por vontade própria, por uma decisão do indivíduo, ocorre após um 
processo de naturalização, naturalizados sãos os detentores de nacionalidade 
derivada. Nacionalidade é o vínculo jurídico de fidelidade entre os Estados e o 
indivíduo, atribuído pelo Estado, no exercício de seu poder soberano; dela derivam 
direitos e obrigações de ambos os lados. 
2- Estrangeiros: 
A) Aspectos gerais: critério de descricionalidade do Estado que define quem é 
estrangeiro, se e como vai permitir a sua entrado no Brasil, etc. a consideração de 
um indivíduo como estrangeiro é uma liberalidade do próprios Estado. 
B) Refúgio: refugiado = pessoa que foge de seu país por sofrer uma perseguição. Ato 
comissionado das nações unidas para refugiados = ACNUR. A convenção de 
genebra sobre o estatuto dos refugiados/51 e o protocolo de nova Iorque sobre o 
estatuto dos refugiados/67 são os dois principais tratados sobre refugiados. A 
definição de refugiado encontra-se no art. 1º do PNYER. O solicitante do refúgio 
deve encontra-se fisicamente no país que solicita o refúgio. Não pode estar no país 
que sofre/sofre a perseguição. E tem que haver um temos objetivamente 
fundamentado que essa pessoa é objeto de perseguição. Os motivos que 
fundamental a perseguição são: por questões de raça, religião, nacionalidade ou 
porque pertence a um determinado grupo social ou por opiniões políticas. Tem o 
temor de ser torturado, detido arbitrariamente são questões inclusas por outros 
países também, e se for mulher que possa ser violentada ou abusada sexualmente, 
em alguns poucos países também são inclusas. Refugiado é diferente de deslocado 
interno; refugiado está fora do país em campos de refugiados ou outras 
instalações cedidas pelo governo do país. Os descolados internos são sujeitos que 
não conseguiram sair das fronteiras do país, mas saíram de seus locais de origem. 
CONARE – MJ – comissão nacional dos refugiados que é responsável por acatar os 
pedidos dos refugiados. 
C) Asilo: é a proteção concedida pelo Estado nacional ao estrangeiro perseguido por 
suas opiniões políticas, religiosas ou raciais. A proteção pode inclusive admitir 
força policial e ajuda financeira do Estado receptor. É de natureza 
predominantemente política e é um ato discricional do Estado, não precisa estar 
previsto em nenhum lugar. Há dois tipos 
a) Diplomático: quando está no país e salvo na embaixada. É concedido ao 
estrangeiro pela autoridade diplomática brasileira no exterior, ainda quando o 
ARTIGO I 
Disposições gerais 
Os Estados Partes no presente 
Protocolo obrigam-se a aplicar os 
artigos 2 a 34, inclusive, da Convenção 
aos refugiados tal como a seguir 
definidos. 
Para os efeitos do presente Protocolo, o 
termo «refugiado» deverá, excepto em 
relação à aplicação do parágrafo 3 
deste artigo, significar qualquer pessoa 
que caiba na definição do artigo 1, 
como se fossem omitidas as palavras 
«como resultado de acontecimentos 
ocorridos antes de 1 de Janeiro de 1951 
...» e as palavras «... como resultado de 
tais acontecimentos», no artigo 1-A (2). 
O presente Protocolo será aplicado 
pelos Estados Partes sem qualquer 
limitação geográfica, com a excepção 
de que as declarações existentes feitas 
por Estados já Partes da Convenção de 
acordo com o artigo 1-B (1) (a) da 
Convenção deverão, salvo se alargadas 
nos termos do artigo 1-B (2) da 
mesma, ser aplicadas também sob o 
presente Protocolo. 
 
Art. 12. São 
brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na 
República Federativa 
do Brasil, ainda que 
de pais estrangeiros, 
desde que estes não 
estejam a serviço de 
seu país; 
b) os nascidos no 
estrangeiro, de pai 
brasileiro ou mãe 
brasileira, desde que 
qualquer deles 
esteja a serviço da 
República Federativa 
do Brasil; 
c) os nascidos no 
estrangeiro de pai 
brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que 
sejam registrados 
em repartição 
brasileira 
competente ou 
venham a residir na 
República Federativa 
do Brasil e optem, 
em qualquer tempo, 
depois de atingida a 
maioridade, pela 
nacionalidade 
brasileira; 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma 
da lei, adquiram a 
nacionalidade 
brasileira, exigidas 
aos originários de 
países de língua 
portuguesa apenas 
residência por um 
ano ininterrupto e 
idoneidade moral; 
b) os estrangeiros de 
qualquer 
nacionalidade, 
residentes na 
República Federativa 
do Brasil há mais de 
quinze anos 
ininterruptos e sem 
condenação penal, 
desde que 
requeiram a 
nacionalidade 
brasileira. 
 
estrangeiro lá se encontra. Ele fica protegido na própria Embaixada, no 
Consulado do Brasil, nos acampamentos militares no exterior, assim como em 
navios ou aeronaves, sobre os quais o governo estrangeiro não tem jurisdição. 
b) Territorial: tem que ser concedido. É concedido ao estrangeiro no Brasil por 
um período de dois anos, prorrogáveis enquanto persistir o motivo que 
ensejou o asilo. O asilo diplomático pode ser convertido em asilo territorial, 
mas não há obrigatoriedade do Estado que concedeu em fazer a conversão. 
D) Extradição: é o processo/possibilidade de uma país solicitar de um sujeito 
(nacional ou não) que cometeu um crime/delito para ser julgado. Depende de 
estar disposto em um acordo bi ou multilateral entre dois ou mais países. É o envio 
de estrangeiro que cometeu um crime no exterior, para ser processado e julgado, 
ou então para lá cumprir sua pena, depois de ter sido condenado. Trata-se de um 
ato bilateral, poisdepende, de um lado, da solicitação do Estado interessado na 
extradição do estrangeiro que se encontra em território nacional e, por outro, da 
manifestação de vontade do Estado brasileiro. A extradição é realizada em geral a 
partir de tratados bilaterais entre os Estados envolvidos. Os tratados de extradição 
têm aplicação imediata, mesmo a crimes cometidos antes de sua celebração. 
E) Apátridas: pessoas que não possuem nacionalidade alguma. Artigo 15, II, DUDH. 
Os principais tratados foram Convênio de Haya sobre Apátridas e Convenção de 
Nova Iorque sobre Estatuto das Apátridas. Os apátridas são aqueles sem 
nacionalidade, ou ainda, todos aqueles que não são considerados por Estado 
algum como seus nacionais. A apatridia ocorre, sobretudo, em duas situações: 
descendentes de nacionais de Estados que não reconhecem a nacionalidade por 
laços familiares, nascidos em territórios de um Estado que não reconhece a 
nacionalidade pelo local do nascimento OU indivíduos que abdicaram de sua 
nacionalidade de origem, por razões políticas ou de perseguição. 
 
Deportação = estrangeiro em situação irregular. Condicionada a não deportar se no país de 
origem for sofrer pena de morte, tortura ou detenção arbitrária. É a retirado do território 
nacional do estrangeiro irregular no país. A irregularidade pode ocorrer em virtude de 
diversas causas. 
Expulsão = estrangeiro comete um crime fora de seu país de origem, o país onde ele cometeu 
o crime o expulsa para seu país de origem. É a retirada forçada do estrangeiro do território 
nacional, por questões de ordem criminal ou de interesse nacional. A razão não é apenas 
administrativa, como na deportação, mas criminal ou política. Trata-se de um ato unilateral 
do governo brasileiro. 
 
SUJEITO DE DIREITO INTERNACIONAL 
TERRITÓRIO 
 
1- Domínio terrestre: é o território que ocupa o Estado definido pelo processo de 
delimitação. O Estado tem plena autonomia dentro de seus limites territoriais. 
Compreende o solo e o subsolo do Estado. Vai até os limites estabelecidos em tratados 
ou pelos costumes com os Estados vizinhos. 
2- Domínio fluvial 
A) Rios nacionais: que nascem e terminam dentro do limite territorial do Estado. 
Estão inteiramente dentro do território de um Estado. Respeitando, claro, o 
princípio da livre navegação fluvial = qualquer embarcação de outro Estado tem 
direito de utilizar os rios, desde que seja para fins pacíficos e não comerciais (que 
necessitam de autorização). 
B) Rios internacionais: rio que banha mais de um Estado, compreendendo-se não 
apenas o rio que corre na superfície, mas também eventuais cursos d’água 
Artigo XV 
 1. Toda pessoa 
tem direito a uma 
nacionalidade. 
 2. Ninguém será 
arbitrariamente 
privado de sua 
nacionalidade, nem 
do direito de mudar 
de nacionalidade. 
 
subterrâneos. Considera-se ainda como rio internacional, o rio cuja bacia é 
formada por outros rios ou nascentes que estejam em outro Estados. 
3- Domínio marítimo: abrange várias áreas. O principal tratado que regula este tema é a 
Convenção da ONU Sobre o Direito do Mar/1982 que entrou em vigor em 1994. Os 
mares e lagos internacionais são aqueles que banham mais de um Estado ou cujos 
afluentes estão em mais de um Estado. 
A) Águas/mares internos: são de domínio exclusivo do país que estão. Se passar por 
vários países todos terão direito de usa-los e seus respectivos recursos. 
B) Mar territorial: se estende desde a linha base até 12 milhas marítimas. O direito 
de passagem inocente é a exceção para essas 12 milhas, onde, de acordo com o 
art. 17 da Convenção de Direitos do Mar é a maior limitação ao princípio da 
soberania do Estado. Principais direitos: de natureza policial, regulamentação 
aduaneira, sanitária e regulamentação de navegação. Mar territorial compreende 
uma faixa de doze milhas de largura, a contar da linha de baixa-mar do litoral 
continental insular. Nessa região, o Estado exerce sua soberania de forma plena. 
C) Zona contígua:de 12 a 24 milhas marítimas. O Estado pode exercer o controle 
aduaneiro, fiscal, sanitário e sobre imigração. A zona contígua compreende uma 
faixa que se estende de doze a vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir 
das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial, não integra 
o território, mas o Estado tem a possibilidade de exercer seu poder de polícia de 
modo a garantir a segurança nacional, prevenir a entrada de clandestinos, 
fiscalizar o cumprimento de normas alfandegárias, sanitárias e ambientais. O 
Estado pode perseguir naves além desse território, desde que tenha iniciado a 
perseguição no mar territorial ou na zona contígua e as embarcações 
perseguidoras sejam militares. 
D) Zona econômica exclusiva: compreende uma faixa de água que corresponde a 200 
milhas marítimas medidas a partir da linha de base. Art. 56 da Convenção de 
Direitos do Mar. Exploração de recursos naturais (vivos ou não), exploração para 
fins econômicos, investigação científica, instalação de estruturas e preservação do 
meio marinho. A zona econômica exclusiva compreende a faixa de terra e a coluna 
d’água que se estendem a priori de doze a duzentas milhas marítimas, a zona 
contígua é parte da zona econômica exclusiva. 
E) Plataforma continental: extensão do mar até o talude continental. Pode ir até 350 
milhas. Pode usar para exploração sem que prejudique a atividade de outros 
países limítrofes e que não ocasionem dano ao meio ambiente. A plataforma 
continental é a extensão natural do solo mar adentro, até o limite do talude 
continental, o solo dentro do mar é conhecido por fundo marinho, a região de 
declividade mais acentuada é conhecida por talude continental. 
F) Canais internacionais: é uma linha de água que divide dois mares ou dois oceanos. 
Ex: canal Suez e Canal Panamá. São artificiais (naturais são os estreitos). Existe a 
possibilidade do Estado que tem sobre eles o domínio de controlar a passagem, o 
que geralmente é permitido a partir do pagamento de um valor por ele 
determinado. 
4- Domínio aéreo: principal tratado: Convenção sobre Aviação Civil Internacional, 
conhecida como Convenção de Chicago. Prevê a passagem inocente e o direito de 
desembarcar e embarcar passageiros desde que a aeronave saia e, logo em seguida 
retorne para seu país de origem (não pode haver escalas). Estende sobre todo 
território nacional, inclusive sobre o mar territorial. Trata-se de uma ficção, acordada 
em virtude dos interesses econômicos e de segurança nacional dos Estados. 
5- Espaços internacionais: são os listados abaixo, são patrimônios de todos, chamados 
patrimônio comum da humanidade. Não estão sob o domínio direto de Estado algum e 
a preservação é de interesse de toda a humanidade. 
Artigo 17.º 
Direito de passagem inofensiva 
Salvo disposição em contrário da 
presente Convenção, os navios 
de qualquer Estado, costeiro ou 
sem litoral, gozarão do direito de 
passagem inofensiva pelo mar 
territorial. 
Artigo 56.º 
Direitos, jurisdição e 
deveres do Estado 
costeiro na zona 
econômica exclusiva 
1 - Na zona 
econômica exclusiva, 
o Estado costeiro 
tem: 
a) Direitos de 
soberania para fins 
de exploração e 
aproveitamento, 
conservação e 
gestão dos recursos 
naturais, vivos ou 
não vivos, das águas 
sobrejacentes ao 
leito do mar, do leito 
do mar e seu subsolo 
e no que se refere a 
outras atividades 
com vista à 
exploração e 
aproveitamento da 
zona para fins 
econômicos, como a 
produção de energia 
a partir da água, das 
correntes e dos 
ventos; 
b) Jurisdição, de 
conformidade com 
as disposições 
pertinentes da 
presente Convenção, 
no que se refere a: 
i) Colocação e 
utilização de ilhas 
artificiais, instalações 
e estruturas; 
ii) Investigação 
científica marinha; 
iii) Proteção e 
preservação do meio 
marinho; 
c) Outros direitose 
deveres previstos na 
presente Convenção. 
2 - No exercício dos 
seus direitos e no 
cumprimento dos 
seus deveres na zona 
econômica exclusiva 
nos termos da 
presente Convenção, 
o Estado costeiro 
terá em devida conta 
os direitos e deveres 
dos outros Estados e 
agirá de forma 
compatível com as 
disposições da 
presente Convenção. 
3 - Os direitos 
enunciados no 
presente artigo 
referentes ao leito 
do mar e ao seu 
subsolo devem ser 
exercidos de 
conformidade com a 
parte VI da presente 
Convenção. 
A) Alto mar: compreende as regiões além da zona econômica exclusiva. Nessas 
regiões os Estados podem livremente navegar, sobrevoar, colocar cabos 
submarinos, construir ilhas artificiais, pescar e realizar pesquisas, sempre 
respeitando o uso sustentável dos recursos existentes e para fins pacíficos. 
B) Espaço ultraterrestre: não era problema até o homem pisar na lua e o envio dos 
primeiros satélites. A principal resolução é a de 1962 XVIII de 1963 e um tratado 
que regula a exploração e utilização do espaço ultraterrestre. Compreende a 
região ao redor da terra, numa altitude de aproximadamente 36 mil km acima do 
Equador, ideal para o posicionamento de satélites. O espaço sideral e os corpos 
celestes. 
C) Fundos oceânicos: anteriormente acreditava-se que os fundos marinhos eram 
ricos em minérios e que as riquezas extraídas deveriam beneficiar a todos os 
Estados, indistintamente. 
D) Domínio polar: convenção de Antártica/1961. Protocolo de Madri estendeu a 
vigência até 2041. A Antártica pode ser utilizada por todos os países para 
investigação científica. A Antártica ou Antártida, continente que fica no polo sul, 
pode ser utilizada somente para fins de pesquisa científica pacífica; trata-se de 
uma reserva natural dedicada à paz e à ciência. Não pode ser explorada 
economicamente ou ser palco de atividades militares. 
 
Direito de passagem inocente: é uma regra internacionalmente aceita, trata-se de um direito 
costumeiro, amplamente reconhecido. Mas o conceito é restrito, em favor do Estado que 
permite a passagem, sendo possível mesmo nas águas arquipélagicas ou nos estreitos. 
Considera-se inocente a passagem “que não é prejudicial à paz, ao bem ou à segurança do 
Estado costeiro”, que ocorre de forma contínua e rápida pelo mar territorial. A passagem 
deixa de ser inocente de acordo com o artigo 19, da Convenção da ONU sobre Direitos do 
Mar. 
 
 
 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
1- Conceito: Elementos. Ou intergovernamentais, são pessoas jurídicas de direito 
internacional. Têm ordens jurídicas próprias, diferentes dos Estados que as integram. 
As organizações internacionais são resultado de manifestação da vontade dos sujeitos 
de direito internacional e não de sujeitos de direito interno. Desta forma, uma 
organização internacional não poderá ter como membros pessoas físicas ou jurídicas 
de direito interno, tais como indivíduos, empresas ou organizações não 
governamentais (ONG’s). 
A) Natureza interestatal: formada pelos Estados. ONG não é organização 
internacional. 
Artigo 19.º 
2 - A passagem de um navio estrangeiro será considerada prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Estado costeiro, se esse navio realizar, no mar territorial, alguma das seguintes 
actividades: 
a) Qualquer ameaça ou uso da força contra a soberania, a integridade territorial ou a independência política do Estado costeiro ou qualquer outra acção em violação dos princípios de direito 
internacional enunciados na Carta das Nações Unidas; 
b) Qualquer exercício ou manobra com armas de qualquer tipo; 
c) Qualquer acto destinado a obter informações em prejuízo da defesa ou da segurança do Estado costeiro; 
d) Qualquer acto de propaganda destinado a atentar contra a defesa ou a segurança do Estado costeiro; 
e) O lançamento, pouso ou recebimento a bordo de qualquer aeronave; 
f) O lançamento, pouso ou recebimento a bordo de qualquer dispositivo militar; 
g) O embarque ou desembarque de qualquer produto, moeda ou pessoa com violação das leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários do Estado costeiro; 
h) Qualquer acto intencional e grave de poluição contrário à presente Convenção; 
i) Qualquer actividade de pesca; 
j) A realização de actividades de investigação ou de levantamentos hidrográficos; 
k) Qualquer acto destinado a perturbar quaisquer sistemas de comunicação ou quaisquer outros serviços ou instalações do Estado costeiro; 
l) Qualquer outra actividade que não esteja directamente relacionada com a passagem. 
B) Caráter voluntário: os Estados de forma voluntária decidem ceder parte de sua 
soberania à Organização Internacional. Ex: ONU. Normalmente é criada por 
tratado, tipo a ONU ou por conferência internacional, tipo a OPEP. 
C) Sistema de órgãos permanentes: possuem uma continuidade, quando é criada já 
tem órgãos definidos que não mudam. 
D) Vontade autônoma: os Estados que a compõe, acatam as decisões, resoluções, 
ainda que sejam contrárias ao interesse de alguns países. Suas decisões são 
autônomas e devem ser acatadas. 
E) Competência própria: cada organização internacional possui limitada qual será a 
sua competência. EX: OMS – só tem competência para a saúde. 
F) Cooperação internacional: os Estados que compõe a Organização internacional 
visam esse elemento. 
A anistia internacional não é uma organização internacional, ela é uma ONG com interesse 
internacional. 
2- Classificação: 
 Critério de participação 
A) Universais: abertas a que outros Estados façam parte. Universal de 
competência geral, lida com vários temas. Ex: ONU 
B) Restritivas: restritivas a alguns Estados. Restritivas de competência especial, 
lida com um determinado tema. Ex: MERCOSUL. 
3- Órgãos: cada órgão tem sua competência e sua forma de tomar as decisões. 
A) Intergovernamentais: todos os Estados membros fazem parte e eles estão lá para 
estar de acordo com o interesse de cada país. Ex: órgãos plenários -> assembleia 
geral (geral) = representantes estatais. Órgãos restritivos -> conselho de segurança 
(restrito). 
B) Não intergovernamentais: formado por pessoas independentes, que não 
representam nenhum país, funcionários internacionais. Ex: órgãos parlamentares = 
representantes de determinados grupos não estatais. Órgãos judiciais e secretaria. 
4- Adoção de decisões: 
A) Unanimidade 
B) Votação 
a) Maioria simples 
b) Maioria absoluta (decisões mais complexas) 
c) Voto igualitário 
d) Voto ponderado (um determinado grupo vale mais) 
e) Direito de veto (um voto negativo que impede a adoção de determinada 
resolução no âmbito internacional). Não é o direito de vetar, é dar uma 
declaração negativa à resolução para impedir a adoção de uma 
determinada resolução no modo internacional. 
C) Consenso: para não expor individualmente qual país votou contra 
5- Posição da organização internacional no dia: pode celebrar tratados internacionais 
com os Estados ou com outras organizações internacionais. A carta constitutiva já 
estabelece os temas que pode estabelecer os tratados e quem poderá estabelecer. 
Subjetividade internacional = pode ser condenado e pode reclamar que seu direito foi 
violado, respondendo pelos danos causados. 
6- Nações unidas: antes da ONU, tinha uma organização chamada Sociedade das Nações, 
porém essa falhou. 
A) Criação: foi criada na conferência de São Francisco. Adotada por unanimidade e 
assinada por todos. Foi adotada juntamente com o estatuto da CIJ. A carta da ONU 
prevalece sobre todos os tratados. Art. 26 da carta. 
B) Carta e reformas. Art. 108 e 109 da carta da ONU: carta da ONU, art. 108. Art. 109 
= 2/3 dos membros da Assembleia e voto de 9 membros do conselho de 
segurança. Ratificada = 2/3 de membros da ONU mais todos os permanentes. 
C) Transformações da ONU 
D) Membros. Arts. 3º e 4º da Cartada ONU: somente os Estados, ou outras 
organizações internacionais. Art. 18, Carta da ONU – procedimento de votação 
dos 9 membros da ONU. 
a) Originários: art. 3º - 51 Estados. 
b) Admitidos: art. 4º. 
c) Requisitos para ser admitido: ser Estado, amante da paz, aceitar as obrigações 
da carta. Ser capaz de cumprir com as obrigações, estar disposto a cumprir 
com as obrigações. 
Procedimento de votação de novos membros. Art. 18, II. Conselho de Segurança (art. 29) 
recomenda a admissão de um novo Estado e a Assembleia geral vota com 2/3 dos membros 
presentes e votantes. Novos membros: hoje são 193 membros. Em 1950 eram 16 Estados; 
1956 – Japão. Anos 60 – Estados independentes. Anos 90 – países independentes. Ex: Coréia 
do Norte, Coréia do Sul, Andorra, Iugoslávia. 2000 – Suíça. 2006 – Montenegro. 2011 – Sudão 
do Sul. Expulsão de membros: conselho de segurança recomenda a Assembleia geral, por 
violar repetidamente os princípios da carta. Tem também a suspensão, não admite a retirada 
voluntária de um Estado. 
E) Estrutura institucional: principais estruturas da ONU. 
a) Assembleia geral. Art. 9º: todos os membros da ONU fazem parte. Natureza 
plenária = voto igualitário. Competência geral: art. 10º = qualquer tema que 
esteja na Carta, inclusive temas de paz e segurança internacional (se o 
Conselho de Segurança não analisou ou não está analisado). Competência 
específica: votar a entrada de novos Estados. Escolher os juízes da CIJ. 
Decisões: por votação, que terá uma resolução (que terá um valor obrigatório, 
porém sem pluralidade). Quando a resolução adota um costume, ela será 
obrigatória, pois a matéria já é de jus cogens e quando ela dá início a um 
costume, também será obrigatória. Sessões. A assembleia geral é composta 
pelo conjunto de Estados-membros, cada qual com igualdade de votos. Tem 
como funções principais realizar e analisar estudos, bem como promover a 
cooperação para a manutenção e consolidação da paz, a proteção do meio 
ambiente... hoje, considera-se que as resoluções da assembleia geral não são 
obrigatórias. 
b) Conselho de segurança: caráter intergovernamental de participação restrita. 
Responsabilidade central = manutenção da paz e da segurança internacional. 
As resoluções são de caráter obrigatório. Competência para discutir qualquer 
questão sobre a paz e a segurança. Composição: 15 membros, onde 5 são 
permanentes (China, EUA, França Reino Unido e Rússia) e 10 são não 
permanentes (5 africanos e asiáticos; 1 da Europa Oriental; 2 da Europa 
Ocidental; 2 da américa latina). Os 10 não permanentes são eleitos por 
mandato de dois anos. O quorum das decisões é de 9 favoráveis, entre os 15 
existentes. Entretanto, só os membros permanentes tem o poder do veto, o 
que significa que todas as resoluções do Conselho devem ser aprovadas por 
todos os membros permanentes, se um deles se opuser, a resolução não será 
adotada. 
c) Conselho econômico e social: ECOSOC. Órgão subsidiário da assembleia geral 
e conselho de segurança. Assuntos como pobreza, fome, etc. realizar estudos, 
elaborar projetos, sessões duas vezes ao ano. Decisões por maioria, voto 
igualitário. Tem por competência realizar estudos e propor normas à 
assembleia geral. Composto por 54 Estados, com mandato de 9 anos. 
Artigo 9º 
1-A Assembleia 
Geral será 
constituída por todos 
os membros das 
Nações Unidas. 
2-Nenhum membro 
deverá ter mais de 
cinco representantes 
na Assembleia 
Geral. 
 
Artigo 18º 
1-Cada membro da 
Assembleia Geral terá 
um voto. 
2-As decisões da 
Assembleia Geral 
sobre questões 
importantes serão 
tomadas por maioria 
de dois terços dos 
membros presentes e 
votantes. Essas 
questões 
compreenderão: as 
recomendações 
relativas à 
manutenção da paz e 
da segurança 
internacionais, a 
eleição dos membros 
não permanentes do 
Conselho de 
Segurança, a eleição 
dos membros do 
Conselho Económico 
e Social, a eleição dos 
membros do 
Conselho de Tutela de 
acordo com o nº 1, 
alínea c), do artigo 
86º, a admissão de 
novos membros das 
Nações Unidas, a 
suspensão dos 
direitos e privilégios 
de membros, a 
expulsão de 
membros, as 
questões referentes 
ao funcionamento do 
regime de tutela e 
questões 
orçamentais. 
3-As decisões sobre 
outras questões, 
inclusive a 
determinação de 
categorias adicionais 
de assuntos a serem 
debatidos por maioria 
de dois terços, serão 
tomadas por maioria 
dos membros 
presentes e votantes. 
 
Artigo 3º 
Os membros originários das Nações Unidas serão os Estados que, tendo 
participado na Conferência das Nações Unidas sobre a Organização 
Internacional, realizada em São Francisco, ou, tendo assinado 
previamente a Declaração das Nações Unidas, de 1 de Janeiro de 1942, 
assinaram a presente Carta e a ratificaram, de acordo com o artigo 110º. 
 
Artigo 4º 
1-A admissão como membro das Nações Unidas fica aberta a todos os outros Estados 
amantes da paz que aceitarem as obrigações contidas na presente Carta e que, a juízo da 
Organização, estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações. 
2-A admissão de qualquer desses Estados como membro das Nações Unidas será efetuada 
por decisão da Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança. 
 
Artigo 108º 
As emendas à presente Carta 
entrarão em vigor, para todos os 
membros das Nações Unidas, 
quando forem adotadas pelos 
votos de dois terços dos membros 
da Assembleia Geral e ratificadas, 
de acordo com os seus 
respectivos métodos 
constitucionais, por dois terços 
dos membros das Nações Unidas, 
inclusive todos os membros 
permanentes do Conselho de 
Segurança. 
 
Artigo 109º 
1-Uma Conferência Geral dos membros 
das Nações Unidas, destinada a rever a 
presente Carta, poderá reunir-se em 
data e lugar a serem fixados pelo voto 
de dois terços dos membros da 
Assembleia Geral e de nove de 
quaisquer membros do Conselho de 
Segurança. Cada membro das Nações 
Unidas terá um voto nessa Conferência. 
2-Qualquer modificação à presente 
Carta que for recomendada por dois 
terços dos votos da Conferência terá 
efeito depois de ratificada, de acordo 
com as respectivas regras 
constitucionais, por dois terços dos 
membros das Nações Unidas, inclusive 
todos os membros permanentes do 
Conselho de Segurança. 
3-Se essa Conferência não se realizar 
antes da 10ª sessão anual da 
Assembleia Geral que se seguir à 
entrada em vigor da presente Carta, a 
proposta da sua convocação deverá 
figurar na agenda da referida sessão da 
Assembleia Geral e a Conferência será 
realizada, se assim for decidido por 
maioria de votos dos membros da 
Assembleia Geral e pelo voto de sete 
membros quaisquer do Conselho de 
Segurança. 
 
Renovando-se 18 Estados por vez a cada 3 anos. Maioria de votos é o quorum 
de decisões. Coordena as atividades de diferentes agências especializadas. 
d) Conselho de tutela (não precisa detalhar na prova). Tem por objetivo 
colaborar com a gestão de territórios tutelados. (que sofreram ingerência da 
ONU ou estão em condições especiais) 
e) Corte internacional de justiça (não vamos estudar agora) 
f) Secretaria geral. Art. 7º ONU. Art. 97: funcionários internacionais da ONU, que 
não representam nenhum interesse particular de um Estado. Art. 97. 
Subsidiariedade em vários órgãos. Secretário geral = representante máximo da 
ONU. Trata-se de um órgão unipessoal, o principal órgão administrativo da 
ONU, deve ser uma pessoa íntegra, preferencialmente neutra. Pode intervir 
por iniciativa própria em situações de conflito, para tentar encontrar soluções 
pacíficas entre os Estados ou entre os grupos que ameaçam a paz 
internacional. Pode ainda chamar a atenção do conselho de segurança para 
situações litigiosas e propor soluções. Faz um relatório anualmente para a 
assembleia geral. 
F) Agências especializadas (não

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