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Sursis - Suspensão Condicional da Pena

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SURSIS – SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
 
Conceito: A suspensão condicional da pena, mais conhecida como sursis, significa a suspensão parcial da execução de certas penas privativas de liberdade, durante um período de tempo e mediante certas condições. A lei se refere ao sursis como um benefício porque, apesar da execução parcial, é mais favorável ao acusado do que a pena privativa de liberdade que substitui.
 
Natureza: O sursis não é um favor, mas um direito subjetivo do sentenciado, desde que preenchidos os requisitos legais, não pode o juiz negar sua concessão ao acusado.
Tipos: 
 
1.   SURSIS SIMPLES – ART. 77, CP.
 
1.1 Requisitos:
 
Qualidade da pena: Deve tratar-se de pena privativa de liberdade. As penas restritivas de direito e a pena de multa não permitem o sursis.
Quantidade da pena: A pena a ser suspensa não deve ser superior a dois anos.
Aplicação subsidiária: Se for indicada ou cabível a substituição por pena restritiva de direito (Art. 44, CP), deve-se proceder a substituição e não à concessão de sursis. Cumpre esclarecer, contudo, que o art. 44, I, CP faz restrição à incidência de pena substitutiva quando o crime tiver sido praticado “com violência”. Já neste art. 77, não há vedação expressa quanto a essa circunstância.
 
Não reincidência em crime doloso: Não é toda e qualquer reincidência que impede o sursis, mas tão só a reincidência em crime doloso. Condenação anterior a pena de multa não obsta ao sursis.
 
A condenação anterior por contravenção, crime militar próprio ou político não gera reincidência
Decorrido o prazo depurador de 05 (cinco) anos, a condenação anterior não mais enseja reincidência.
 
Circunstâncias Judiciais: Devem ser levadas em conta, para a concessão do benefício, as circunstâncias do Art. 59, CP. Contudo, é desnecessário que todas elas sejam plenamente favoráveis ao condenado.
 
1.2   Prazo do Sursis simples: O prazo de suspensão é de dois a quatro anos. Este prazo não pode ser delimitado de forma arbitraria. Se for superior ao mínimo legal, o aumento do prazo precisa ser fundamentado na decisão. Tais prazos são contados a partir da audiência de advertência.
 
1.3   Audiência de advertência: A audiência deve ser realizada pelo juiz, após o trânsito em julgado. À competência para presidir a audiência de sursis, tem-se entendido que é do próprio juiz da condenação, salvo se a suspensão tiver sido concedida pelo tribunal, quando então caberá ao juiz da execução.
 
1.4   Condições: Durante o prazo de suspensão condicional da pena, o condenado fica obrigado a certas condições ou exigências de natureza legal ou judicial.
 
  Condições legais diretas: Durante o primeiro ano de prova, fica o condenado obrigado a uma ou outra destas duas restrições, segundo a escolha do juiz: 1°) prestar serviços à comunidade; 2°) sujeitar-se à limitação de fim de semana.
 
  Condições legais indiretas: A ocorrência destas condições pode acarretar a revogação do sursis: 1°) ser irrecorrivelmente condenado por crime doloso; 2°) deixar de reparar o dano, injustificadamente.
 
  Condições judiciais: Quando necessário, poderá o juiz especificar outras condições. No entanto, devem elas ser adequadas ao fato e a situação pessoal do condenado.
 
2.   SURSIS ETÁRIO OU POR MOTIVO DE SAÚDE (§ 2°)
 
Diferencia-se ele do sursis simples em dois requisitos objetivos:
 
2.1 Idade ou motivo de saúde do condenado: Para receber esse sursis, o condenado deve ser maior de 70 anos de idade à data da sentença que lhe concede a suspensão, devendo-se considerar como tal data o dia da entrega da sentença pelo juiz em cartório ou, no caso de condenação imposta em grau recursal, a data do julgamento.
Independente da idade, pode ainda o condenado receber sursis por motivo de saúde que justifique a suspensão.
 
2.2. Quantidade da pena: É cabível o sursis etário ou por motivo de saúde quando a pena privativa de liberdade imposta não ultrapassar quatro anos.
 
2.3. Prazo: O período de prova é de quatro a seis anos.
 
3.   SURSIS ESPECIAL – ART. 78, § 2°
 
Constitui este um tipo de sursis mais brando, pois não inclui entre as suas condições, prestação de serviços ou limitação de fim de semana, bem como, possui outros requisitos e condições distintos do sursis simples.
 
3.1. Requisitos:
Além dos quatro primeiros requisitos do sursis simples (Qualidade da pena, Quantidade da pena, Aplicação subsidiária e não reincidência em crime doloso), são exigidas do condenado mais dois requisitos:
 
Ter reparado o dano, salvo impossibilidade.
Serem inteiramente favoráveis as circunstâncias judiciais do art. 59, CP (exceto o comportamento da vítima).
 
3.2. Condições: No sursis especial, a condição legal direta do sursis simples é substituída pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente:
 
Proibição de freqüentar certos lugares
Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização.
Comparecimento mensal a juízo, para informar e justificar suas atividades.
 
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA
 
A revogação do sursis não pode ser feita arbitrariamente. Tão só quando acontecerem as causas expressamente enumeradas no Código Penal.
 
4.1 Tipos
 
  Quando, no curso do prazo, o beneficiário é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso.
  Quando não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano. A primeira parte do inciso II, do art. 81, do CP (frustra, embora solvente a execução da pena de multa) não é causa de revogação, pois o inadimplemento da pena de multa não mais permite em conversão em pena privativa de liberdade e nesta toada deve ser tido como dívida de valor e cobrado na forma da execução fiscal.
Quando, no primeiro ano do prazo, descumprir as condições de prestar serviços a comunidade ou limitação de fim de semana.
 
5.   REVOGAÇÃO FACULTATIVA
 
A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta.
 Se é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
 
Poderá o juiz ao invés de decretar a revogação, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. Haverá ainda prorrogação do período de prova no caso do beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção.
Créditos: Professor: Luiz Augusto Reis de Azevedo Coutinho.

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