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(FICHAMENTO) Deliberacionismo e multiculturalismo [MIGUEL]

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
DISCIPLINA: Ciência Política I 
DISCENTE: Robson Felipe de Lima Junior 
 
Fichamento 
Democracia deliberativa: 
(MIGUEL, Luiz Felipe) 
• Crítica às democracias realmente existentes; 
• Decisões políticas devem ser fruto de uma ampla discussão, na qual todos tenha 
condições de participar em IGUALDADE, apresentando argumentos racionais, e ao fim 
da qual haja consenso; 
• Ao contrário da vertente liberal-pluralista, que acreditava que os interesses já eram pré-
existentes antes da entrada do agente em um grupo, esta vertente compreende que, ao 
longo do debate, as preferências de cada participante podem ser mudadas. 
• Defende que o exercício da cidadania deve ir muito além da participação eleitoral, como 
pensava a vertente anterior. 
• Baseada no discurso e na argumentação 
• “A democracia se funda no entendimento entre as pessoas” 
• Só pode discutir se houver igualdade entre as pessoas (hierarquicamente e sem relações 
de autoridade) 
• Usar argumentos que podem ser aceitos pelos participantes. 
o Ex.: em um debate não devem ser postas justificativas morais baseadas em uma 
ética, religiosa ou não, seguida por apenas uma parte dos participantes. 
Características: 
1. As preferencias são construídas e reconstruídas por meio das interações na esfera 
pública 
2. Igualdade de participação 
3. Autonomia – produção das normas pelos próprios participantes da sociedade. 
 
O ideal normativo que guia sua reflexão é a ação voltada para o entendimento 
mútuo, por intermédio do diálogo, em oposição à ação estratégica, que busca apenas o 
sucesso e utiliza caracteristicamente operadores sistêmicos como o poder e o dinheiro. 
• Debate precede decisão política 
• Legitimidade vinculada à qualidade do debate exercido antes do processo decisório 
• Deliberação deve ocorrer em locais não somente institucionais 
• Preocupação com a qualidade do processo decisório, porém não excluindo a quantidade 
de participantes. 
O multiculturalismo 
(MIGUEL, Luiz Felipe) 
 
• “A política da diferença” 
• O multiculturalismo está mais para teoria da justiça do que da democracia: a democracia 
seria, nesse sentido, derivada. Sendo a forma mais propícia para a aplicação da justiça. 
• As sociedades contemporâneas são e serão, cada vez mais, marcadas pela convivência 
entre grupos de pessoas com estilos de vida e valores diferentes, por vezes conflitantes. 
• Problema: garantir a unidade política e a igualdade de direitos para cidadãos cujas 
origens, crenças e valores fundamentais são muito diversos. 
• Existem vieses que desqualificam sistematicamente a cultura de um determinado grupo 
• A denúncia dos preconceitos ocultos na linguagem, na mídia e no sistema educacional 
foi folclorizada na fórmula do “politicamente correto”, rótulo que evita a discussão de 
fundo sobre racismo, sexismo, homofobia etc. 
• Ao contrário do liberalismo dominante, o multiculturalismo buscar incluir os grupos 
sociais numa reflexão política que, marcada pelo individualismo, tende a excluí-los. 
• Para o liberalismo, o único sujeito de direito é o indivíduo, não os grupos. Ou seja, os 
direitos individuais sobre os direitos coletivos, estes representados nessa ideologia como 
a somatória dos diferentes direitos individuais. 
• O multiculturalismo afirma a relevância e a legitimidade dos grupos no campo político 
1. Opressão: “processos institucionais que impedem as pessoas de desenvolver 
suas capacidades” 
2. Dominação: “designa as condições institucionais que impedem as pessoas de 
participar na determinação de suas ações” (ver Nietzsche) 
• “Grupos marginalizados imputados (atribuídos, colocar culpa): aqueles que sofrem 
com padrões de desigualdade estruturados de acordo com o pertencimento de grupo 
• Mecanismos reparadores (financiamento e apoio à auto-organização) (WILLIANS, 
Melissa): 
1. Cotas eleitorais, partidárias ou parlamentares 
2. Fixação de poder de veto sobre políticas que afetem tais grupos 
• Dois eixos para realização da justiça (FRASER, Nancy): 
1. Redistribuição: para alcançar maior igualdade material entre grupos e 
indivíduos 
2. Reconhecimento: para garantir a todos os grupos o mesmo grau de respeito 
social 
• Críticas: 
1. Determinação dos grupos que merecem os direitos compensatórios 
2. Problema da diferença com a igualdade (afirmar que existem desiguais e que, de 
um lado, essa desigualdade é ruim e deve ser abolida e, de outro, outras 
desigualdades devem florescer) 
3. Acomodação entre os direitos de grupos e os direitos individuais (os grupos não 
são somente oprimidos e dominados pela sociedade; eles também podem fazer 
o mesmo com parte de seus integrantes) 
 
Referências: 
Miguel, L. Teoria Democrática Atual: Esboço de Mapeamento. Traducao . 1. ed. São Paulo: 
[s.n.]. p. 12-19, 29-32

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