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r Metodos e criterios de _decisao ... I 37 Metodos e criterios de decisao na anal ise e aval ia~ao de 2investimentos de capital o processo de identifica,<ao, analise e sele,<ao de oportunidades de investimento de capital recebe 0 nome de or<;amentar;iio de capital. Esse processo inclui urn conjunto l6gico de ideias economicas muito refinadas e, ao fim dele, 0 or,<amento de capital da empresa passani a englobar urn grupo aceitiivel de projetos que, individual e coletiva mente, segundo se espera, dani urn retorno economico coerente com as metas da admi nistra,<ao no longo prazo, bern como com 0 objetivo de gerar valor para a empresa. 0 processo envolve, assim, uma inter-rela,<ao economica consciente entre a exposi,<ao a condi,<oes adversas potenciais e a rentabilidade esperada do investimento. Como regra geral, rentabilidade mais alta implica risco maior. Alem disso, a escolha entre alternativas nas quais investir os fundos limitados disponiveis envolve, invariavel mente, custos de oportunidade, porque 0 comprometimento com urn investimento pode significar a rejei,<ao de outros e, talvez, a desistencia da oportunidade de obter mais lucros com maior risco. A analise de investimentos de capital requer, portanto, urn grau justo de raciocinio economico e proje,<ao das condi,<oes futuras, 0 que vai alem do uso das demonstra,<oes financeiras normais. Com esse fim, existem varias tecnicas, metodos, con ven,<oes e criterios comumente utilizados na analise e no processo decis6rio. o valor de urn projeto depende da sua capacidade de gerar fluxos de caixa futuros, ou seja, do seu potencial de gerar renda economica. Assim, as alternativas de investimen to podem ser comparadas apenas se as consequencias monetarias forem medidas em urn ponto comum no tempo, e, uma vez que as opera,<oes de investimento ou financiamento se caracterizam por urn espa,<amento dos flux os de caixa ao longo do tempo, os criterios de avalia,<ao economica devem considerar sua atualiza,<ao. Neste capitulo, discutiremos e apresentaremos os metodos atuariais mais usados e aceitos para medir a rentabilidade e analisar a viabilidade economica das alternativas de investimento. Principalmente, focaremos 0 valor presente liquido, a taxa interna de retorno, o payback descontado, 0 indice custo-beneficio, a anuidade e 0 custo anual equivalente. 2.1 Metodo do valor presente Hquido (VPl) o nll!todo do valor presente liquido (VPL) tern como finalidade calcular, em termos de valor presente, 0 impacto dos eventos futuros associados a uma alternativa de inves timento. Em outras palavras, ele mede 0 valor presente dos fluxos de caixa gerados pelo projeto ao longo de sua vida uti!. Se nao houver restri,<ao de capital, argumenta-se que esse criterio leva a escolha 6tima, pois maximiza 0 valor da empresa. A seguinte expres sao define 0 VPL: n FC, VPL = - 1+8 (1 + K)' Criterio de decisao: se VPL > 0 =? projeto economicamente viavel FC, representa 0 fluxo de caixa no t-esimo periodo, leo investimento inicial, K e 0 custo do capital e 0 simbolo !, somat6rio, indica que deve ser realizada a soma da data 1 ate a data n dos fluxos de caixa descontados ao periodo inicia!. A regra decis6ria a ser seguida ao aplicar 0 VPL e: empreenda 0 projeto se 0 VPL for positivo. o objetivo do VPL e encontrar alternativas de investimento que valham mais do que custam para os patrocinadores - alternativas que tenham urn valor presente liquido positivo. Seu calculo reflete as preferencias entre consumo presente e consumo futuro e a incerteza associada aos fluxos de caixa futuros. 0 processo por meio do qual os fluxos de caixa sao ajustados a esses fatores chama-se desconto, e a magnitude desses fatores reflete-se na taxa de desconto usada (custo do capital). 0 processo de desconto converte os fluxos de caixa futuros em valores presentes, pois fluxos de epocas diferentes nao podem ser comparados nem agregados enquanto nao forem convertidos para valores de uma mesma epoca. Por exemplo, considerando que uma alternativa de investimento requeira urn desembolso inicial de $ 200.000, que venha a gerar fluxos de caixa de $ 75.000 par ana durante 5 anos, 0 VPL calculado a urn custo do capital de 15% ao ana sera 0 seguinte: VPL= -$ 200.000+ $75.000 + $75.000 + ... + $ 75.00.0 = $ 51.412 >0 (1,15) (1,15)2 (1,15)' o VPL e positivo, 0 que indica a viabilidade economica da alternativa. 0 investi mento inicial de $ 200.000 sera recuperado em 5 anos, proporcionando uma prote,<ao adicional equivalente a 51.412 unidades de valor presente, prote,<ao esta que pode ser esperada se as estimativas do fluxo de caixa estiverem corretas e a alternativa completar seu prazo. Assim, a prote,<ao implicita de $ 51.412 e realmente urn lucro de valor econo mico, que excede 0 padrao de ganhos minimos exigidos -15% ao ano. 2.2 Metodo da taxa interna de retorno (TIR) o metodo da taxa interna de retorno (TIR) nao tern como finalidade a avalia,<ao da rentabilidade absoluta a determinado custo do capital (processo de atualiza,<ao). como 0 VPL; mas objetiva encontrar uma taxa intrinseca de rendimento. Por defini,<ao. a TIR e a taxa de retorno do investimento. Matematicamente, a TIR e uma taxa hipotetica que anula 0 VPL. ou seja. e aquele valor de i' que satisfaz a seguinte equa,<ao: r 38 I Engenharia economica I Metodos e criterios de decisao ... I 39 VPL=-I+ t~=O [=!(I+i'j' Criterio de decisao: se i* > K =? projeto economicamente viavel A Figura 2.1 a seguir mostra 0 VPL em fun<;ao da taxa de desconto. Nele, a TIR e dada pela intersec<;ao entre a curva que representa 0 polinomio do VPL e 0 eixo das abscissas, ou seja, 0 ponto em que 0 VPL e igual a zero. VPLt TIR taxa de desconto Fig u ra 2.1 VPl em fun~ao da taxa de desconto. A regra decis6ria a ser seguida no metodo da TIR e: empreenda 0 projeto de inves timento se a TIR exceder 0 custo de oportunidade do capital. Essencialmente, 0 metodo pergunta: A taxa de retorno esperada sobre 0 projeto de investimento excede a taxa de retorno requerida? 0 projeto criara valor? A principio, parece a mesma coisa que a regra do VPL, mas, como veremos nas se<;6es seguintes, isso nem sempre e verdadeiro. 0 apelo intuitivo do metodo da TIR, provavelmente, responde por seu uso generalizado; as pessoas, em geral, tendem a tomar decis6es fazendo compara<;6es em termos de porcentagens. Tomando 0 mesmo exemplo anterior, a TIR da alternativa de investimento sera: $ 75.000 $ 75.000 VPL=-$200.000+ ! + ... + _ =0 =?TIR=25,41 0Yo a.a. (1+ TIR) (1 + TIRr A TIR (25,41 %) e maior que 0 custo do capital (15%),0 que indica a viabilidade economica da alternativa. 2.3 Metodo do payback descontado (PB) Muitas vezes precisamos saber 0 tempo de recupera<;ao de um investimento, ou seja, quantos anos decorrerao ate que 0 valor presente dos fluxos de caixa previstos se iguale ao investimento inicial. Se I representa 0 investimento inicial, FC[ 0 fluxo de caixa no periodo t e K 0 custo do capital, 0 metodo do payback descontado consiste. basicamente. em determinar 0 valor de T na seguinte equa<;ao: T 1= L FC[ ,=! (I+K)' Esse indicador e utilizado em conjunto com outros metodos, como 0 VPL ou a TIR. No exemplo anterior, podemos encontrar 0 payback descontado resolvendo a seguinte igualdade para T: $ 200.000 = $ 75.000 + $ 75.000 + ... + $ 75.000 se T=3 =;. VP = $ 171.242} =;.T=4(1.15)[ (1,15)' (1,15)T {Se T=4 =;. VP = $ 214.123 VP o investimento ($ 200.000) sera recuperado em, no minimo, 4 anos. 2.4 Metodo do custo-beneflcio (C/B) o indice custo-beneficio (ClB) e urn indicador que resulta da divisao do valor atual dos beneficios pelo valor atual dos custos do projeto, incluido 0 investimento inicial. Permite saber a viabilidade economica de urn empreendimento, bastando, para isso, observar se 0 indicee maior que 1. o indice CIB nao reflete necessariamente a maior ou a menor conveniencia de urn projeto em rela<;ao a outros. Pode ocorrer que dois projetos com diferentes rentabilidades (TIR) tenham 0 mesmo indice custo-beneficio. 0 indice pode ser expresso da seguinte forma: C/B =t b' /t~ ,=0 (1 +K )[ ,=0 (1 +K onde: C/B = fndice custo-beneficio: b, =beneficios do periodo t; c, = custos do periodo t; n = horizonte do planejamento; K =custo do capital. No exemplo anterior, 0 indice custo-beneficio pode ser calculado da seguinte forma: $75.000 $75.000 $75.000 ---+ , + ... + 00= 1,15 (1,15t (1,15)' =$251.412=1.26>1 $ 200.000 $ 200.000 Urn indice ClB maior que 1 indica que 0 projeto e economicamente viavel; entre tanto, 0 indice esta sujeito a urn problema de dimensiio. pois depende da forma como e calculado. Esse problema sera mostrado no Exemplo 2.2. r 40 I Engenharia economica 2.5 Metodo da anuidade uniforme equivalente (AE) E essencial que qualquer estudo sobre aplica<;ao de capital seja realizado dentro de urn horizonte de planejamento uniforme, ou seja, para que os projetos possam ser objeto de compara<;ao, e necessario que sejam comparaveis. Embora seja uma ferramenta util para avaliar alternativas de investimento, 0 VPL nao responde a todas as perguntas sobre a vantagem economica de uma alternativa em rela<;ao a outra que tenha dura<;ao previs ta diferente. Podemos ilustrar 0 problema analisando duas alternativas de prazos diferentes, como mostrado no Quadro 2.1, em que A e B poderiam ser tipos de equipamentos que executam a mesma tarefa, tendo A vida util de urn ano, e B, de tres anos: • Fluxo de caixa de duas alternativas com prazos diferentes Fluxo de caixa ($) -10 13 30,00% 1,82 -10 5 5 5 23,38% . 2,43 Observa-se nesse quadro que as indica<;oes da TIR e do VPL sao contradit6rias. Pela TIR, deveriamos selecionar a alternativa A e, pelo VPL, a alternativa B. Se conside rarmos 0 VPL como criterio 6timo de escolha, a alternativa B sera selecionada; contudo, vale lembrar que a solu<;ao valida s6 sera encontrada se as alternativas forem levadas para urn horizonte economico comurn. Para isso, seria necessario admitir que a maquina A possa ser substituida uma ou mais vezes ao fim de sua vida util por outra identica, ate que seu horizonte economico seja igualado ao da alternativa B. Esse procedimento cha ma-se regra da cadeia. Os horizontes economicos das duas alternativas sao igualados em alguma data futura, correspondente ao minimo mUltiplo comum dos prazos das duas. No presente exemplo, os horizontes se igualam no terceiro ana ap6s duas sUbstitui<;oes do equipamento A. $13 o Quais as conseqiiencias aqui? I3 Alternativa A $10 $5 ··..·· ..·_;1o 11" ················~t_· Alternativa B $1O[ J-rnr--- I Metodos e criterios de decisao ... I 41 Fluxo de caixa da alternativa A, considerando as substitui.;oes para "'N'W igualar seu horizonte economico ao da alternativa B 'MtilIRDI'MiifiDlI,ii,u'.lG:tI'-ii,uiU!)] .. Fluxo da alternativa A Primeira substitui(,:ao de A Segunda substitui(,:ao de A Fluxo de caixa Ifquido 3 4,97 Observe que, igualados os horizontes economicos das duas alternativas por meio da repeti<;ao sucessiva da alternativa de menor dura<;ao, a alternativa A passa a ser preferi vel, dado que 0 VPL de A, com suas duas substitui<;oes, torna-se superior ao VPL de B ($ 4,97 > $ 2,43). Assim, vemos que, na compara<;ao de alternativas de dura<;ao diferente, a aplica<;ao direta do metoda do VPL como criterio de sele<;ao, sem igualar previamente os horizontes economicos das alternativas, pode resultar em decisoes inconsistentes com a maximiza<;ao do valor da empresa. Como os horizontes economicos das alternativas sao igualados em urn periodo igual ao minimo mtlltiplo comum de seus prazos, seria uma tarefa muito cansativa apli car esse raciocfnio se, por exemplo, a dura<;ao da alternativa A fosse 18 anos e a de B fosse 42 anos, pois os horizontes economicos seriam igualados somente no 126Q ano, 0 que resultaria em sete repeti<;oes sucessivas para A e tres para B. Urn metoda alterna tivo, mais pr<itico que 0 de substitui<;oes ou repeti<;oes sucessivas, e 0 da anllidade uni forme equivalente (AE). Esse valor ou indicador mostra de que modo a renda econo mica gerada pelo projeto seria distribuida se tal distribui<;ao fosse eqilitativa para cada ano, 0 que equivale a repartir 0 VPL ao longo da vida util do projeto, transformando-o em uma serie uniforme equivalente, que pode ser legitimamente comparada entre pro jetos de dura<;ao diferente. A anuidade equivalente (AE) pode ser calculada por meio da seguinte expressao: AE= VPL a;;lk% onde: (l+k)"-1 a;;lk% = fator de valor presente de serie uniformes = (1 +k)" xk AE =anuidade equivalente; k = custo do capital; n =prazo da alternativa. o Quadro 2.2 apresenta 0 fluxo de caixa da altemativa A, ja considerando as substi tUi<;oes consecutivas necessarias para igualar seu horizonte economico ao da alternativa B. r I Melodos e crilerios de decisao .. I 4342 I Engenharia economica No presente exemplo, as AEs das alternativas A e B sao as seguintes: Calculo do CAE das alternativas VPLA _ $1,82 = $ 2,00/ano AEA=-a--[ (110)1- 1 ]1110% ----'---'-----;-'-__ (i,10y xO,1O VPLB $2, 43 = $ 0,98/ano AEB =--= r 3 1 ' a3l1U % (1,10) (l,lOt xO.10 Como AEA e maior que AEB, conclui-se que a alternativa A e preferivel. A AE representa, assim como 0 VPL, cria~ao de valor. Escolhe-se a alternativa que cria mais valor por unidade de tempo. 0 metodo da AE nao repete explicitamente as alternativas, como 0 processo de substitui~6es sucessivas, mas 0 faz implicitamente. Em outras pala vras,o metodo sup6e que as alternativas serao substituidas por outras identicas ao termi 1~ no de seu prazo. Essa suposi~ao pode ser razoavel, e tera alguma consistencia, se a dina i mica das mudan~as tecnol6gicas do equipamento for lenta e as demais condi~6es I permanecerem estaveis. . 2.6 Metodo do custo anual equivalente (CAE) Em determinados projetos ou servi~os, os beneffcios ou receitas dificilmente podem ser quantificados em termos monetarios; entretanto, os custos podem se-lo. Se existirem alternativas que produzam 0 mesmo servi~o, quantificavel ou nao, mas a custo diferente. a receita ou 0 beneficio pode ser conhecido ou desconhecido, uma vez que, como e urn fator comum a todas as alternativas, sera irrelevante em uma analise incremental. Assim, nesses casos, bastaria conhecer os custos das alternativas e selecionar aquela com os menores custos anualizados. Muitas vezes, sobretudo em problemas de engenharia economica, e mais facil deter minar os fluxos de custos do que os de receitas. Por exemplo, se 0 problema for selecionar entre dois geradores de eletricidade que difiram unicamente no tipo de combustivel usado (gas natural ou energia eletrica). sera mais facillevantar os custos do metro cubico de gas natural e do quilowatt/hora do que estimar as receitas, que dificilmente poderia mos traduzir em valores monetarios. Como traduzir monetariamente beneffcios, tais como 0 provavel aumento da produtividade do pessoal devido ainstala~ao de urn sistema de ar-condicionado central ou a satisfa~ao geral dos empregados? o Cllsto anual eqllivalente (CAE) e basicamente urn rateio uniforme, por unidade de tempo, dos custos de investimento, de oportunidade e operacionais das alternativas. Imaginemos uma empresa que pretenda adquirir urn equipamento e, no mercado. haja disponibilidade de duas marcas diferentes desse equipamento: A e B. 0 equipamento A custa $ 13.000 e tern uma vida utiI de 12 anos. enquanto 0 equipamento B custa $ 11.000 e sua vida util e de 8 anos. Qualquer que seja 0 equipamento comprado, A ou B, 0 bene ficio sera 0 mesmo: $ 7.000/ano.0 custo do capital da empresa e de 4% ao ano. $11.000$13.000 CAE = r 1 = $ 1.633, 81/ano CAE A = r = $ 1.385, 18/ano B (1,04)12_ 1 1 (1,04t- 1 (l,04t xO,04l(1,04( xO,04 Como os beneffcios das duas alternativas sao iguais, a sele~ao pode ser realizada comparando-se 0 CAE - nesse casa, seria selecionado 0 equipamento A. 0 CAE da alternativa A e menor, porque, mesmo exigindo urn investimento maior, esse investimen to sera repartido economicamente em urn periodo maior. Exemplo 2.1 Calcule 0 VPL e a TIR de urn projeto que requer urn investimento inicial de $ 30.000 e produz urn fluxo de caixa de $ 5.000/ano durante 12 anos. Considere urn custo do capital de 8% ao ano. • VPL = -$ 30.000 + $ 5.000 x a = - $ 30.000 + $ 5.000 x 7,536078 = WS % $ 7.680,40> 0 • Calculo da TIR: VPL = -$ 30.000 + $5.000 x awTIR = 0 Para determinar a TIR manualmente, deve-se aproxima-la por meio de uma interpola ~ao linear. Esse processo consiste em tentar duas taxas de desconto que resultem em VPLs de sinal contrario, de modo que seja possivel efetuar a interpola~ao: VPL(12%)=-$30.000 + $5.000xa % = -$30.000+ $5.000x6,194374= W12 + $ 971,87 VPL(13%)=-$30.000+ $5.000xaW13 % -$30.000+ $5.000 x 5,917647 = + $ 411,77 Por proporcionalidade: 971,87 411,77 =} TIR = 12,70% > 8% TIR-12 13- TIR Com alguma experiencia, 0 leitor percebera que, normalmente, nao mais de duas tentati vas serao necessarias, porque 0 sinal do primeiro VPL indicara a dire~ao da taxa de des conto apropriada para a segunda tentativa. Urn VPL positivo pede uma taxa de desconto maior, enquanto urn VPL negativo requer uma taxa menor. ----- 44 i Engenharia economica I Melodos e criterios de decisao ... I 45 Exemplo 2.2 Determine 0 fndice custo-beneffcio para urn custo do capital de 10% ao ano, conforme dados apresentados no Quadro 2.3. -12.100 1 550 1.65050 Dados relativos ao Exemplo 2.2 -=_5_0__--' -' ~ • C/B calculado sobre custos e beneffcios: t~ C/B= ,=0 (l+K)' t c t t~O (1 +K)' $50+ $1.650 + $14.520 1, 10 (l.lO)2 $100+ $1.100 + $12.100 = 1,10 (1,10)2 14.520 2.420 _ 1,22 > 1 • C/B calculado sobre 0 fluxo de caixa Ifquido: $550 $2.420 -+ --7 1,lO (1,10)- = 50 > 1CIB $50 Podemos comprovar que, conforme dissemos, 0 fndice C/B esta sujeito a urn problema de dimensao, pois depende da forma como e calculado. Os resultados mostram que 0 fndice calculado dividindo-se 0 valor presente dos beneffcios pelo valor presente dos custos (1,22) e diferente daquele calculado dividindo-se 0 valor presente dos fluxos de caixa pelo investimento inicial (50). De todo modo, urn C/B maior que 1 indica que 0 projeto e economicamente viavel. Exemplo 2.3 Considerando urn custo do capital de 10% ao ano, compare os projetos de invest i mento apresentados no Quadro 2.4, usando 0 fndice custo-beneffcio e 0 VPL como cri terios decis6rios. r Dados dos projetos A e B referentes ao Exemplo 2.3 '''f1IiW oo 400 I I 400-0 Beneffcios (b,l Fluxo de caixa IIquido A seguir, 0 fndice C/B e 0 VPL sao calculados. Projeto A Projeto B $10 565 $ 50 + $1.650 + $1.702. $400 + -'-7 C/B = 1, lO (1,10)" $50 + 110 (1,10)- = 91,457 C/B = $100$100 + $1.100 + $12.100 = 0,2 1, lO (1, lO)2 VPL = -$ 50 + $550 + $10.400 = $9.045 VPL = _$ 50 + $ 400 + $10.565 = $9.045 A 1,10 (1,10)2 B 1,10 (1,10)2 o C/B foi calculado dividindo-se 0 valor presente dos beneffcios pelo valor presente dos custos. Aparentemente, esse fndice indica que a alternativa B e a melhor; no entanto, vemos que as duas alternativas sao equivalentes, porque tern 0 mesmo VPL ($ 9.045). o exemplo mostra que 0 fndice custo-beneffcio nao deve ser 0 unico criterio na compa ra,<ao e na sele,<ao de alternativas mutuamente excludentes. pois nao necessariamente reflete a maior ou menor conveniencia ou a atratividade real de uma alternativa em rela,<ao a outra. Exemplo 2.4 Para urn custo do capital de 10% ao ana e com as informa,<oes disponfveis no Quadro 2.5 a seguir. qual sera 0 projeto selecionado? Qual indicador deve ser utili zado na sele,<ao? 48 I Engenharia economica J VPL y -$ 9 + $ 4 x a31l0% _ -$ 9 + $ 4 x 2,48685 = $ 0,3810/ano AEy =--= - 248685 a31 (Q% 'a 31l0% Considerando a dura~ao diferente das alternativas, a decisao deve se basear nas AEs. Logo, como AEy > AEx , a alternativa Y sera preferivel it alternativa X, pois possui a maior AE. Exemplo 2.7 Fluxo das alternativas ReS de que trata 0 Exemplo 2.7 ·"W'f"Compare as alternativas mutuamente excludentes, ReS, apresentadas no Ouadro 2.8, de dura~ao diferente, considerando que 0 custo do capital e de 10% ao ano. Dados das alternativas ReS referentes ao Exemplo 2.7 636,36Alternativa S -1.000 + Reinvestimento 636,36= FluxoT -1.000 " $ 1.800 + 0.10 x $ 1.800 Como pode ser observado, a sele~ao seria contradit6ria pelos metodos do VPL e da TIR. A seguir, as duas alternativas serao comparadas sob duas hip6teses diferentes acerca da substitui~ao da alternativa de menor dura~ao (alternativa S) ao termino de seu prazo: quando e possivel e quando nao e possivel a reposi~ao identica. VPL (10%) ($) 1.980 1.980' o 1.800 -1.800 Alternativas Alternativa R 61,80% 80,00% 735,54 636,36 1.000 1.800 1.000 -1.000 -1.000 '11 I'; Iii 11('- Quando epossivel a reposi~lio identica da alternativa S Supondo que as alternativas possam ser repostas por substitutas identicas ao termino de seu prazo, podemos selecionar por meio da compara~ao das AEs: VPLR -$ 1.000 + $ 1.000 x a21l0% _ -$ 1.000 + $ 1.000 x 1, 73554 _ AE R =-a--= a - 1,73554 2110% 2110% = $ 423,81/ano _ VPLs _ -$ 1.000 + $ 1.800/1,10 _ -$ 1.000 + $ 1.636,36 = $ 700 001AEs - - - , ana a a 0,90909UID% UIO% Como AEs> AER,o indicado seria selecionar a alternativa S. A aplica~ao do metodo da anuidade equivalente (AE) sup6e a possibilidade de as alter nativas serem substituidas por outras identicas ao termino de seu respectivo prazo. I Metodos e criterios de decisao ... I 49 Quando nlio epossivel a reposi~lio identica da alternativa S Admitindo-se que, ao termino de seu prazo, a alternativa de menor dura~ao (alternativa S) nao possa ser substituida por outra identica, 0 resultado da sele~ao das alternativas podera ser diferente daquele indicado pelas AEs. Por exemplo, diante dessa impossibi lidade, e a fim de igualar os prazos das alternativas, pode-se considerar que 0 fluxo de caixa gerado no ana 1 pela alternativa S ($ 1.800) seja reinvestido imediatamente (por urn ano) no mercado de capitais, rendendo 0 custo de oportunidade do capital (10%). o Ouadro 2.9 mostra 0 fluxo das alternativas ReS e do reinvestimento, eo fluxo T, que e 0 resultado da soma dos fluxos da alternativa S e do reinvestimento. Observa-se que, reinvestindo 0 fluxo de caixa gerado no ana 1 pela alternativa S ($ 1.800) it taxa de 10% (custo do capital), consegue-se igualar os prazos das duas alter nativas (R e S), 0 que permite 0 uso do VPL como criterio de sele~ao. Logo, analisando o VPL do fluxo resultante (fluxo T), vemos que ele e inferior ao VPL da alternativa R ($ 636,36 < $ 735,53) e concluimos, desse modo, que a alternativa R deve ser a selecio nada. Nao ha como reinvestir 0 fluxo de caixa gerado por S no primeiro ana de modo que se obtenha urn pacote de investimento (investimento em S + reinvestimento de $ 1.800) capaz de superar a alternativa R em termos de VPL. Podemos concluir dessa analise que, admitindo-se que a alternativa S possa ser substi tuida por outra identica ao terminG de sua vida utiL 0 metodo da anuidade equivalente (AE) e 0 adequado e seleciona a alternativa S. Entretanto, se nao for possivel essa subs titui~ao identica. a alternativa selecionadaseria a R. Enfim. 0 resultado da sele~ao e diferente quando nao e possivel admitir a reposi~ao identica da alternativa S. Exemplo 2.8 Considerando urn custo do capital de 10% ao ano, determine 0 tempo 6timo para a substitui~ao de urn equipamento cujo pre~o atual e de $ 7.500.0 equipamento tern 5 -- 50 I Engenharia economica I anos de vida util e gera urn fluxo de caixa operacional de $ 2.000 por ano, mas poden\. ser usado ate 0 termino da vida util ou substituido antes desse prazo por urn novo equi pamento identico e de mesmo valor. 0 Quadro 2.10 a seguir mostra os flux os de caixa operacionais e os valores de revenda nos respectivos anos para equipamentos com diversos tempos de uso. Quadro 2.10 Fluxos de caixa operacionais e valores de revenda relativos ao Exemplo 2.8 Dado que 0 equipamento pode funcionar 1, 2. 3, 4 ou 5 anos, de fato existem cinco altema tivas mutuamente excludentes de diferentes durac;6es. Logo, se admitirmos a possibilidade de substituic;ao identica, a selec;ao podera ser efetuada pela comparac;ao das anuidades equivalentes (AE) das altemativas. A analise pode ser resumida no Quadro 2.11. Quadro 2.11 Analise das alternativas mutuamente excludentes referentes ao Exemplo 2.8 2.000 0,90909 1.818 1.818 1.818 1.818 2.000 0,82645 1.653 1.653 1.653 2.000 I 0,75132 1.503 1.502 2.000 0,68301 1.366 1.818 1.653 1.502 1.366 1.242 I ~ -lJllST3A71 4.974 6.340 7.582 5.636 I 4.198 3.004 01.~ 7.454 I 7.769 7.978 I 7.843 I 7.580 -7.500 -7.500 -7.500 -7.500 I 269 478 343 80I 155,0 192,2 108,2 21,60 I Metodos e criterios de decisao ... I 51 o quadro e auto-explicativo; entretanto, como ilustrac;ao, podemos calcular a AE supondo a substituic;ao do equipamento ao terminG do segundo ana: VPL= $ 2.000 + $ 2.00~ +($ 5.20,0]_$ 7.500 (1.10) (1, lOt (1.1Ot VPL $ 269 = $ 155 = $ 1.818 + $ 1.653 + $ 4.298 - $ 7.500 = $ 269 e AE = - - = 1 73554 a21l0% ' Ao fim do terceiro ano: VPL= $ 2.000 + $ 2.000 + $ 2.000 +($ 4.00?]_$ 7.500 (1,10) (l,lOf (1,10)3 (1,10)' = $ 1.818 + $ 1.653 + $ 1.503 + $ 3.004 - $ 7.500 = $ 478 e VPL _ $ 478 = $ 192,20 AE = -- - 2 48685 a31l0% ' o quadro mostra que a AE e maximizada quando se substitui 0 equipamento ao fim do terceiro ano. E~eTlllo 2.9 ; Determine 0 tamanho 6timo de uma planta. considerando 0 Quadro 2.12, que mostra diversos tamanhos possiveis da planta, com 0 investimento necessario e a prodw;:ao para diversas escalas. Quadro 2.12 Tamanhos possiveis de planta referentes ao Exemplo 2.9 ProdUl;;ao (unidades) -IIIIBIIIJ ~__~>--__l2MOO 10.000 _ 145.000 12.000 _ 170.000 13.500 _ 180.000 15.000 __ 200.000 15.500 o prec;o unitario de venda e de $ 6/unidade. os custos operacionais sao de $ 0.8/unidade. a vida util das plantas e de 5 anos e 0 custo do capital e de 10% ao ano. 52 i Engenharia economica I o Quadro 2.13 apresenta 0 calculo do VPL incremental. Quadro 2.13 Cilculo do VPL incremental relativo ao Exemplo 2.9 Escala Investimento Produc;ao Fluxo de Fluxo de caixa Investimento I VPl (i) ($) (unidades) caixa (a) I incremental (b) incremental (c) Iincremental (d) 120.000 10000 52.000 14.42412.000 25.00062.400 10.400 13.500 70.200 4.5687.800 25.000 15.000 19.56878.000 7.800 10.000 15.500200.000 180.000 170.000 145.000 -10.14480.600 2.600 20.000 (a)($ 6 - $ 0.8) x Produ<;iio,. (b) Fluxo de caixa, - Fluxo de caixa,_" (c) Investimento i - Investimento,_I' (d) Fluxo de caixa incremental,. (~) - Investimento incremental,. (UO) xO.10 A escala 6tima e a 4, porque 0 investimento inicial de $ 180.000 apresenta 0 maior VPL incremental. Cabe ressaltar que, alternativamente, poderia tambem ser aplicado 0 metodo da anuidade equivalente (AE), 0 que nos levaria amesma conclusao. Exemplo 2.10 Dos equipamentos X e Y, especificados no Quadro 2.14 a seguir, qual emais adequado para realizar determinada opera~ao? Considere a taxa minima de atratividade igual a 10% ao ano. Quadro 2.14 Especifical.;ao dos equipamentos Xe Y 3 anas 8 anas 2,0/ana 2,5/ano 32 Cnsto annal equivalente para 0 equipamento X Custo inicial . $ 12CAE. == + Custo operaclOnallano =---+ $ 2,5 == $ 7,33/ano , a3l1O% 2A8685 1- MetodOS e criterios de decisao ... I 53 Custo anual equivalente para 0 equipamento Y Custo inicial . $ 32CAE == + Custo operaclOnal/ano == - + $ 2,0 == $ 8,0/ano y a81l0% 5,33493 Como CAE < CAE =? selecionamos X, porque possui 0 menor custo anual uniforme yxequivalente. Observe que se utilizou 0 CAE para selecionar a alternativa porque as unicas informa~6es de que se disp6e sao referentes aos custos. Exemplo 2.11 A Riolight pretende instalar um gerador de energia eletrica a urn custo de $ 10 milh6es. Os custos operacionais projetados sao de $ 80.000/mes ao longo da vida util do equipa mento, estimada em 120 meses. Ignorando impostos e considerando que a empresa requer uma rentabilidade minima de 4% ao mes, determine 0 custo mensal que deve ser repassado aos usuarios do equipamento. o custo mensal a ser repassado aos clientes para cobrir os custos operacionais e propor cionar a rentabilidade minima desejada aempresa pelo capital investido eigual ao custo operacional mensal mais uma mensalidade uniforme equivalente, calculada sobre 0 investimento inicial: 'd d'f C . 1/ lnvestimentoA ensa 1 a e um orme == ustos operactOna mes +--- M I a12O\4Q/o == $ 80.000 + $ 10.000.000 == $ 80.000 + $ 10.000.000 a % 24.77409 i2014 == $ 483.M8/mes ,.E~~..mPl~j~.~;!",~': Uma empresa estuda a implementa~ao de urn sistema de transporte de material dentro de sua planta industrial. Existem tres alternativas diferentes: 1. Sistema manual: requer a contrata~ao de uma grande equipe de trabalhadores ao custo fixe de $ 1.050.000 por ano. 2. Sistema de empilhadeiras: requer a contrata~ao de uma equipe menor de trabalha dores ao custo fixe de $ 100.000 por ano, mais a compra de 50 maquinas empilhadei ras ao custo de $ 40.000 cada. As empilhadeiras tem vida util de 4 anos com valor de recupera~ao de 10% de seu valor de aquisi~ao. Os custos operacionais anuais deste sistema sao de $ 4.000 por ana para cada empilhadeira. r 54 I Engenharia economica 3. Sistema de faixas transportadoras: 0 sistema custa $ 3.000.000, tern vida util de 7 anos com urn valor de recupera<;:ao de $ 1.000.000. Como esse sistema e bastante automa tizado, requer urn grupo muito pequeno de trabalhadores ao custo fixo de $ 50.000 por ana e gastos operacionais anuais de $ 40.000. Considerando urn custo de oportunidade do capital de 25% ao ano, e que os tres siste mas gerem beneficios anuais iguais, analise as alternativas e determine 0 sistema que devera ser selecionado. Calculo do custo anual equivalente para as tres aIternativas CAE l = Salario/ano = $ 1.050.000/ano CAE? = Custo inicial- Valor atual do valor de recupera<;:ao - a~~% + Custo operacionaVano + Salario/ano _ 50 x $ 40.000 - 0,10 x (50 x $ 40.000)/(1,25)4 2,361600 + 50 x $ 4.000 + $ 100.000 = $ 1.l12.195/ano CAE = Custo inicial- Valor atual do valor de recupera<;:ao 3 a7125 % + Custo operacional/ano + Salario/ano $ 3.000.000 - $ 1.000.000/(1,25f 3,161139 + $ 40.000 + $ 50.000 = $ 972.683/ano onde: a = (1,25)4-1 =2361600'a = (1,25)7-1 =3161139. ~25% (1,25)4 x 0,25' '7125% (1,25)7 x 0,25 ' Do ponto de vista economico, 0 sistema de faixas transportadoras deve ser 0 escolhido, porque tern 0 menor CAE. E~'~.mprp .2.:~ 3 Ha 5 anos. uma empresa comprou uma maquina ao custo de $ 360.000. Hoje, ela disp6e de duas op<;:6es: operar aquela maquina por mais 4 anos, ao terminG dos quais seu valor residual sera zero, ou substitui-la hoje por uma maquina alugada mais I Metodose criterios de decisao ... ~ moderna. Se for substituida, a maquina usada podera ser vendida no mercado de equipamentos de segunda mao por $ 200.000. Sup6e-se que a manuten<;:ao da maqui na alugada corra por conta do arrendador e disp6e-se das informa<;:6es sobre as duas op<;:6es no Quadro 2.15. Especifical;ao das 0pl;oes relativas ao Exemplo 2.13 ·"m·... Alugar maquina moderna (2) Mao-de-obra $ 300.000/ano $ 250.000/ano Custos de materiais $ 250.000/ano $ 100.000/ano Seguros 4% da valor inicial Nao ha Custo de manuten~ao $ a.OOO/ano Nao ha Aluguel Nao ha $ 260.000 Considerando urn custo de oportunidade do capital de 10% ao ano: 3" analise qual e a melhor op<;:ao para a empresa; J' calcule 0 valor de venda da maquina antiga que deixe a empresa indiferente diante das duas op<;:6es; .~ explique como 0 valor de mercado da maquina antiga influencia a decisao. o Quadro 2.16 a seguir resume os custos anuais em ambas as op<;:6es. Quadro2.16 Resumo dos custos anuais das 0pl;oes relativas ao Exemplo 2.13 Op~ao I Alugar maquina moderna (2)Custos anuais Mao-de-obra $ 300.000/ano $ 250.000/ana Materiais $ 250.000/ano $ 100.000/ana Seguras $ 14.400/ano 0 Manuten~ao $ a.OOO/ana 0 Aluguel 0 $ 260.000/ana Custo anual total $ 572.400/ano $ 610.000/ano 56 I Engenharia economica a) A melhor op~ao pode ser determinada comparando-se os CAEs das op~6es: CAEop<;'o I = Custo anual + Valor de venda = $ 572.400/ano + $ 200.000 = $ 635.494 Q 41IO % 3,169865 CAEo~,02 = Custo anual = $ 61O.000/ano Como 0 CAE da op~ao 2 e menor que 0 da op~ao 1, e melhor vender a maquina antiga e alugar a mais moderna. b) 0 valor pode ser obtido igualando-se os CAEs das duas op~6es. CAE;t",;o[ CAE,I(l';:iO! V ~ $ 572.400 1ana + 3, 169865 $ 610.0001 ana =? V = $ 119.187 Caso 0 valor de venda da maquina antiga seja igual a $ 119.187, as duas op~6es serao equivalentes. c) Para valores de venda da maquina antiga superiores a $ 119.187, a empresa deve escolher a op~ao 2 e, para valores inferiores, a op~ao 1. Exemplo 2.14 Urn equipamento com custo de aquisi~ao de $ 100.000 tern vida util de 3 anos e valor residual que depende do numero de anos de uso: $ 60.000, $ 15.000 e $ 10.000, respectiva mente, para 1 ano,2 anos e 3 anos de uso. Os custos operacionais projetados sao de $ 20.0001 ano, $ 28.000/ano e $ 42.000/ano, respectivamente, para cada ana de opera~ao. Determine 0 tempo 6timo de substitui~ao, considerando urn custo do capital de 10% ao ano. Como 0 equipamento pode funcionar por 1,2 ou 3 anos, estao implfcitas no problema tres alternativas mutuamente excludentes de diferente dura~ao. A seguir, calculamos os CAEs para as alternativas de substitui~ao do equipamento ao termino do primeiro, do segundo ou do terceiro ana de usa: CAE, = _1_ x [$100.000 + $ 20.000 $ 60.000j' = $ 70.000/ano I' ano Q 1 10 1 10 1110% " CAE,,, = _l_ x [$ 100.000 + $20.000 + $28.00,0 $15.00,OJ = $74.286/ano .- "no 1,10 (1,10t (1,10tQ 2110 % CAE =_1_ [$100000 $20.000 $28.000 $42.000 _ $10.000J=$664961 "" x,. + + , + _ _ . ana .'- "no I 1,10 (l,l0t (1,10)' (1,10rQ31I0% Como 0 menor CAE e dado no terceiro ano, sera esse 0 periodo atimo de substitui~ao do equipamento. :1 Melodos e crilerios de decisao ... , 57 Exemplo 2.15 Uma empresa de energia eletrica planeja a constru~ao de uma linha de transmissao. As informa~6es levantadas pela gerencia de obras sao mostradas no Quadro 2.17. Quadro 2.17 Informa~oes relativas ao Exemplo 2.15 300 300 30010.200 18.000 12.000 Perdas de energia U5$/ano/km 3.000 2.125 1.785 1.410 Considerando que a vida econ6mica de linhas de alta tensao e de aproximadamente 25 anos e que 0 custo do capital e de 20% ao ano, determine a linha mais adequada. Calculado 0 CAE para as quatro alternativas, como apresentado no Quadro 2.18 a seguir, tem-se que a escala atima e de 110kW, porque tern 0 menor CAE. Cilculo do CAE para as quatro alternativas de que trata 0 ·"W'f" Exemplo 2.15 4.487 4.998 4.510 5.348 3.300 2.425 2.085 1.710 8.400 10.200 12.000 18.000 Investimento "(Custos de manuten~ao + Perdas), + [ ,;' 1 (1,20)' -1 I (1,20)" x 0.20 J r 58 ! Enoenharia economica Exemplo 2.16 Uma empresa analisa a viabilidade economica de urn projeto de automa~ao de sua linha de produ~ao. 0 projeto consiste, basicamente, em instalar urn equipamento que custa $ 80.000 e propiciani uma diminui~ao de custos da ordem de $ 20.000 por ana (antes de 1R).O equipamento tern uma vida util de 5 anos, sendo depreciado integralmente nesse periodo sem valor residual. A aliquota de 1R (imposto de renda) e de 34%, eo custo do capital, 10% ao ano. Analise a viabilidade economica do projeto a partir do fluxo de caixa apresentado no Quadro 2.19. Quadro 2.19 Fluxo de caixa para a analise da viabilidade economica do projeto de que trata 0 Exemplo 2.16 Item - Investimento de capital 4.0004.0004.0004.0004.000 -1.360 I -1.3601 -1.360 I -1.360 1-1.360 -16.000 1-16.000 1-16.000 1-16.000 1-16.000 + Redu<;ao de custos 20.000 I 20.000 1 20.000 1 20.000 I 20.000 VPL = _$ 80.000 + $ 18.640 + $ 18.640 + $ 18.640 + $ 18.640 + $ 18.64.0 • (1,10) (1,10)2 (1,10)3 (LlO)4 (1,10)' = -$ 9.340 < 0 _$ 80000 $ 18.640 $ 18.640 $ 18.640 $ 18.640 $ 18.640 0 • . + + ,+ ,+ + . (1 + TIR) (1 + TIR)- (1 + TIR)" (1 + TIR)4 (1 + T1R)) =? TIR = 5,32% < 10% Por ambos os criterios, VPL e TIR 0 projeto e economicamente inviavel. 2.7 Alternativas mutuamente excludentes A maioria dos investimentos empresariais tende a ser independente, ou seja. a esco Iha de urn nao impede a escolha de outro. Contudo. existem circunstancias nas quais as alternativas competem entre si em seus prop6sitos especificos - sao as chamadas alter ; J i Metodos e criterios de decisao ... , 59 nativas mtttuamente excllldentes ou mllttlamente exclllsivas. Se uma for escolhida. as outras serao eliminadas por essa (mica decisao. 1sso ocorre, tipicamente, quando sao ana Iisadas duas formas alternativas de resolver urn problema. Vamos supor que uma empresa esteja analisando tres alternativas de investimento: A, Be C. 0 custo do capital adequado e de 9%, e a vida utiI das alternativas e de 7 anos. Admitamos que a qualidade das estimativas e a incerteza dos resultados sejam as mes mas nos tres casos. As principais informa~6es sobre as tres alternativas sao apresentadas no Quadro 2.20. Quadro 2.20 Informa~oes sobre as alternativas de investimento A, Bee '0 0' ': 0 1,35 1,15 1,26 • $ 93 I 12,9% $192115,5%$ 204 $ 153 $ 165 $ 125 $ 620 $ 750 A primeira observa~ao e que as tres alternativas atendem a rentabilidade minima desejada (9%), conforme as T1Rs apontam, embora em graus diferentes. A questao, agora, e selecionar a melhor delas. Os metodos da TIR e do indice custo-beneffcio favo recem a alternativa A; entretanto, do ponto de vista do VPL, a alternativa C e claramente a melhor. Caso apenas uma alternativa pudesse ser escolhida, isso favoreceria a alterna tiva C, que apresenta 0 maior VPL, apesar de ser uma alternativa mais cara e de sua capacidade de gerar valor por unidade monetaria investida (fndice C/B) ser urn pouco menor que 0 da alternativa A. E consistente a escolha da alternativa C, conforme determina 0 metodo do VPL? Urn procedimento usual na sele~ao e na compara~ao dos aspectos economicos de alternativas mutuamente excludentes e examinar 0 beneficio que se obteria com uma mudan~a de investimentos menores para maiores. Em nosso exemplo, 0 investimento adi cional ou incremental de passar da alternativa A para aBe de $ 140 (de $ 480 para $ 620). mas ele reduz 0 VPL em $ 77 (de $170 para $ 93). 0 que nao e economicamentedesejavel. de modo que descartamos a alternativa B. Por outro lado, mudando da alternativa A para a C,o investimento incremental adicional necessario e de $ 270 (de $ 480 para $ 750), 0 que aumenta 0 VPL em $ 22 (de $ 170 para $ 192).0 retorno desse investimento adicional ou incremental excede a rentabilidade desejada pela empresa, pois sua T1R e de 11.16%. Caso a empresa nao disponha de outras possibilidades de aplica~ao (em igualdade de condi~6es) capazes de trazer urn retorno maior que 11.16%, a alternativa C sera a preferivel. Desse modo, podemos ver que. caso a analise se baseie na T1R do fluxo incremental resultante da mudan~a de uma alternativa a outra. entao a sele~ao sera consistente com a escolha deter minada pelo metoda do VPL. Em geral. os problemas em or~amenta~ao de capital estao 60 I Engenharia economica mais ligados a sele~ao de uma ou mais alternativas dentre urn conjunto de alternativas disponiveis, envolvendo uma compara~ao que da origem ao problema da escolha. 2.7.1 Problemas da TIR na sele~ao de alternativas mutuamente excludentes o metodo da TIR possui a vantagem de expressar os resultados em termos percen tuais facilmente comparaveis. Em rela~ao ao VPL, que fornece urn valor monetario, 0 metoda da TIR nos brinda com uma porcentagem, 0 que e mais compreensivel para a maioria dos tomadores de decisao. Contudo, a TIR apresenta uma serie de limita~oes e contradi~oes que devem ser compreendidas se quisermos usa-la corretamente como metodo decisorio na sele~ao de alternativas de investimento. A seguir, analisaremos a problematica implicita no usa desse metoda na analise de alternativas de investimento. o problema do reinvestimento Urn problema ou limita~ao da TIR e conhecido como problema do reinvestimento. No intuito de explica-Io, recorremos as alternativas ReS, apresentadas no Quadro 2.21. Quadra 2.21 Informa~oes sobre as alternativas ReS relativas ao problema do reinvestimento Alternativa In R -15 25 67% S -25 40 60% A Figura 2.2, mostra a rela~ao funcional entre 0 VPL das alternativas e 0 custo do capital. VPL $15 $ 10 Custa da capital (K) Figura 2.2 Rela~ao funcional entre 0 VPl das alternativas ReS e 0 custo do capital. 50% 60% 67% I Metodos e criterios de decisao.. I 61 o ponto em que as duas curvas se entrecortam (50%) e conhecido como taxa incremental de Fisher, em homenagem ao grande economista Irving Fisher, urn dos primeiros a abordar 0 conflito que surge quando se avaliam projetos mutuamente excludentes. Se aplicassemos 0 metodo da TIR como criterio de decisao, a alternativa R seria selecionada, pois tern a maior TIR. Entretanto, pelo criterio do VPL, a sele~ao dependera de 0 custo do capital ser maior ou menor que a taxa incremental de Fisher se for menor, 0 projeto S sera preferivel; caso contrario, 0 preferivel sera 0 projeto R. Como 0 custo do capital e de 10%,0 projeto S sera 0 escolhido, porque, para essa taxa, temos que VPLs >VPLR . Constata-se que, na ordena~ao de projetos mutuamente excludentes, a TIR pode conduzir a uma sele~ao inconsistente e contraditoria em rela~ao ao metodo do VPL. Essa divergencia se explica, entre outros motivos, porque cada metodo considera de maneira diferente_o reinvestimento dos fluxos de caixa gerados pelo projeto ao longo de sua vida util. 'b questao e: quanta renderao as entradas de caixa decorrentes do projeto ao ser subseqiientemente reinvestidas em outros projetos de risco identico? A TIR, implicitamente, considera que esses fluxos renderao a propria TIR. Ora, nao ha por que imaginar que as fluxos de caixa de urn projeto com TIR de 15% nao possam ser reinvestidos senao a 15%. Do ponto de vista da racionalidade economica, e pouco realista admitir que os fluxos de caixa gerados pelo projeto tenham de ser reinvestidos necessariamente a propria TIR. Se for corretamente estimado, 0 custo do capital pode ser usado como taxa de retor no exigida para 0 projeto, ja que as for~as competitivas assegurarao que, no longo prazo, essa taxa seja igual a taxa de retorno esperada do projeto. Assim, no longo prazo, os flu xos de caixa gerados pelo projeto renderao 0 custo de oportunidade do capital e 'nao a TIR. Podemos admitir que, pelas suposi~oes implicitas no reinvestimento dos fluxos de caixa gerados pela projeto, 0 VPL seja urn metoda mais adequado que a TIR, pois leva a crer que os fluxos renderao a custo de oportunidade do capital. Dessa maneira, a racio nalidade economica por tras da suposi~ao sabre reinvestimento e mais consistente e realista no metodo do VPL que no metodo da TIR. Por ser muito controvertida essa questao do reinvestimento implicita no metodo da TIR, que supoe que as fluxos sejam reinvestidos a propria TIR, 0 exemplo seguinte pretende esclarecer ainda mais 0 assunto. Vamos supor que uma alternativa de investimento tenha 0 fluxo de caixa liquido como apresentado no Quadro 2.22. Cuadra 2.22 Fluxo de caixa Iiquido para a analise da questaodo reinvestimento implleita no metodo da TIR "JitiIIIf;: -10.000 Receitas 15.762 I 15.762 _ I -10.000 [ -10.000 11"".1~-10.000 I 5.762 1 5.762 r 62 ! Engenharia econ6mica Podemos calcular a TIR a partir da seguinte equa"ao: _$ 10.000 + $ 5.762 + $ 5.762 = 0 =? TIR= 10% (l+TIRr (1+TIR)2 Se 0 capital aplicado ($ 10.000) render a TIR (10%), ao termino do primeiro ana teremos: $ 10.000 x 1,10 = $ lLOOO Se retirarmos 0 lucro (fluxo de caixa) ganho no primeiro ano, 0 capital remanescente sera: $ lLOOO - $ 5.762 = $ 5.238 Se esse capital remanescente ($ 5.238) continuar rendendo a TIR (10%), ao terminG do segundo ana teremos: $ 5.238xl,10=$ 5.762 Se retirarmos 0 lucro (fluxo de caixa) ganho no segundo ano. 0 novo capital rema nescente sera: $ 5.762 - $ 5.762 = 0 Esse exemplo mostra que a TIR considera somente 0 dinheiro que fica reaplicado no projeto, e esse dinheiro rende a pr6pria TIR. o problema na sele~ao de projetos mutuamente excludentes de escala diferen te: taxa incremental de Fisher o Quadro 2.23 apresenta duas alternativas mutuamente excludentes, P e Q, de mesma escala (igual investimento) e de mesma dura"ao (somente urn perfodo). Quadra 2.23 Alternativas P e Q mutuamente excludentes __ Investimento ($) ~ VP[ (10%) ($) _ -10 I 20 I 100% 8,18 _ -10 I 35 I 250% I 21,82 Calculo do valor presente liquido das alternativas VPLp = -$ 10 + $ 20/1,10 = $ 8,18 > 0 VPLo = -$ 10 + $ 35/1,10 = $ 21,82 > 0 Melodos e crilerios de decisao ... ! 63 Calculo da taxa interna de retorno das alternativas -$ 10 + $ 20/(1+TIR) =0 =? TIRp = 1,00 = 100% > 10% -$ 10 + $ 35/(1+ TIR) =0 =? TIRo = 2,50 =250% > 10% Se forem independentes e se nan houver restri"oes de capital, ambas as alternativas serao aceitas tanto pelo criterio do VPL quanta pelo da TIR, dado que os VPLs sao posi tivos e as TIRs excedem 0 custo do capital. Entretanto, como as alternativas sao mutua mente excludentes, devemos escolher somente uma delas. Vejamos qual: • Pela TIR: (TIRo = 250 %) > (TIRp = 100%) =? selecionar Q • Pelo VPL: (VPLo = $ 21,82) > (VPLp = $ 8,18) =? selecionar Q Dado que a escala e 0 timing das alternativas sao similares, os dois criterios coinci dem na escolha da alternativa Q. Entretanto, 0 uso da TIR pode levar a inconsistencias decis6rias na escolha entre alternativas mutuamente excludentes de tamanho (escala) diferente. Como a TIR tern seus resultados expressos em termos relativos (porcentagem), tende a favorecer alternativas de menor escala, que possuem rnais chances de produzir urn retorno percentual maior que as alternativas de maior escala. Para podermos obser var esse problema, 0 Quadro 2.24 mostra as alternativas P (pequeno) e G (grande) de escalas (investimento) diferentes. Alternativas PeG, em que G apresenta maior escala de investimento"'S"W Alternativa -8,18 Nota-se que, quando a escala das alternativas nao e a mesma, ocorre urn conflito entre os dois metodos de sele"ao. Pela TIR seria aceita a alternativa P, enquanto pelo VPL seria a alternativa G. De modo geral, 0 VPL e 0 metodo a seguir quando ha diferen"a de tamanho entre projetos mutuamente excludentes. Contudo, se for 0 caso de aplicar urn criterio baseado em porcentagem, uma maneira de evitar essa contradi"ao entre 0 VPL e a TIR na compara"ao de alternativas mutuamente excludentes de escala diferente seria por meio do uso da TIR do fluxo incremental (TIR do fluxo G-P). tambem chamada taxa incremental de Fisher. No presente exemplo, 0 investimento incremental (G-P) apresen ta uma taxa interna de retorno (TIRo_p) de 50% que, sendo maior que 0 custo do capital. indica que 0 projeto G (alternativa de maior escala) e preferfvel ao projeto P (alternativa de escala menor). eliminando-se, dessa maneira. a contradi"ao entre 0 VPL e a TIR. Analisemos mais explicitamente a abordagem do fluxo incremental ou da taxa incremental de Fisher: podemos considerar que 0 projeto G (projeto de maior escala) 64 I Engenharia economica I seja igual a soma do projeto P (projeto de menor escala) com urn projeto hipotetico complementar (projeto de tamanho G-P). Logo, se 0 projeto P for justificado economi camente (se for provado que TIRp > k), bastani justificar 0 complemento (provar que TIRG_p> k) para que se justifique economicamente 0 projeto de maior escala (projeto G) e, conseqUentemente, se prefira GaP. A amilise anterior mostra que a simples compara~ao entre as TIRs das alternativas individuais nos conduz a uma sele~ao inconsistente. A sele~ao devera ser feita pela ana lise da taxa interna de retorno do fluxo incremental (TIR6_p). Na prcitica, 0 processo se resume a observar se a TIRG_pe ou nao maior que 0 custo do capital. No caso de fluxos negativos iniciais seguidos de fluxos positivos (caracteristica dos projetos de investimen to), se a TIRG_p for maior que 0 custo do capital, a alternativa de maior escala sera pre ferivel; caso contrario, 0 sera a de menor escala. Para fluxos positivos iniciais seguidos de fluxos negativos (caracterfstica dos projetos de financiamento), a analise sera inversa. o problema da distribuif;ao dos f1uxos de caixa no tempo Quando os fluxos de caixa de duas alternativas mutuamente excludentes se distri buem de modo diferente no tempo, pode surgir uma contradi~ao entre os metodos do VPL e da TIR. Tal contradi~ao se deve as suposi~6es implicitas nos dois criterios em rela~ao a taxa de reinvestimento. No Quadro 2.25, as alternativas mutuamente excluden tes X e Y tern a mesma escala (investimentos iguais), mas seus fluxos de caixa sao distri bufdos de modo diferente no tempo. Em X, as entradas de caixa estao rnais concentradas no final, enquanto em Y, concentram-se mais no infcio. Quadra 2.25 Alternativas X e Y mutuamente excludentes e na mesma escala de investimento Alternativa -100,00 20,00 120,00 17,36 20,00% -100,00 I 100,00 31,25 16,74 I 25,00% _ 0,00 I -80,00 88,75 0,62 1 10,94% Observa-se que 0 VPL e a TIR levam a resultados diferentes e contradit6rios. A con tradi~ao pode ser evitada selecionando-se as alternativas por meio da TIR do fluxo incre mental. ou taxa incremental de Fisher (TIR do fluxo X-Y). Como a TIRX_ye maior que 0 custo do capital (10,94% > 10%). a alternativa X deve ser selecionada. Esse resultado e consistente com a escolha do VPL. De modo geral. a regra decis6ria do VPL e a melhor a ser seguida quando ha diferen~a na distribui~ao do fluxo de alternativas mutuamente excludentes. Entretanto. ha que se considerar que 0 VPL nao revela muita coisa a respeito da rentabilidade das alternativas. ja que duas alternativas podem ter 0 mesmo VPL e uma delas representar urn investimento substancialmente maior em rela~ao a outra. Vejamos, por exemplo, as alternativas mutuamente excludentes A e B do Quadro 2.26. I Metodos e criterios de decisao ... I 65 Quadra 2.26 Alternativas A e B mutuamente excludentes e com 0 mesmo VPl 1 VPl (10%) ($) +9,09 +9,09 20,00% 10,10% Notemos que a alternativa A requer urn investimento muito menor que a B, mas os VPLs sao os mesmos. Esse exemplo mostra que ambas terao de ser vistas e analisadas diferentemente, 0 que nos permite concluir que a aplica~ao do VPL nao da por encerra da a discussao sobre analise e sele~ao de alternativas de investimento, embora nos pro porcione urn s6lido ponto de partida. o problema das multiplas taxas internas de retorno De acordo com 0 comportamento de seu fluxo de caixa, os projetos podem ser divi didos em projetos de fluxo convencional e projetos de fluxo niio convencional. Os projetos de fluxo convencional caracterizam-se por apresentar urn fluxo negativo inicial (desem bolso inicial) seguido de urn ou mais fluxos positivos, por exemplo: - + + + +. Os de fluxo nao convencional tern fluxos positivos e negativos de maneira alternada, por exemplo: - + + - - -. Uma dificuldade com 0 metoda da TIR deriva do fato de que, ao contrario do que parece, a TIR pode nao ser tinica quando 0 fluxo de caixa e do tipo nao conven cional, porque, nesse caso, podem ocorrer mtiltiplas taxas internas de retorno, como resultado da regra cartesiana: 0 mtmero de mizes reais positivas de um polin6mio e, no maximo, igual ao numero de mudanqas de sinal verificadas na seqiiencia de coeficientes do polin6mio. Isso equivale a dizer que 0 ntimero de TIRs associadas a uma seqUencia de fluxos de caixa e, no maximo, igual ao ntimero de mudan~as de sinal verificadas nessa seqUencia. Assim, e possfvel, ate meSillO, encontrarmos fluxos de caixa que resultam em rafzes imaginarias, sem nenhuma interpreta~aoecon6mica possfvel ou valida. Lorie e Savage l foram uns dos primeiros autores a levantar esse problema com a TIR, assinalando que, dentro de certas condi~6es, 0 perfil do fluxo de caixa pode apre sentar uma evolu~ao que dificulta a aplica~ao da TIR como criterio decis6rio. Esses autores tomam como ilustra~ao 0 exemplo classico da substitui~ao de uma esta~ao de bombeamento de petr6leo atualmente em uso por outra mais potente, que permite uma extra~ao mais rapida das reservas petroliferas do campo explorado. Urn exemplo com valores poderia ser 0 seguinte: a realiza~ao da substitui~aoexigiria urn desembolso inicial de $ 1.600 e permitiria esgotar 0 len~ol do campo de petr6leo em urn tinico ano, obtendo se uma entrada liquida de caixa da ordem de $ 20.000, enquanto a nao-realiza~ao do projeto nao levaria a nenhum novo investimento, permitindo 0 esgotamento do len~ol em dois anos e proporcionando, em cada urn desses dois anos, entradas de caixa da ordem de $ 10.000 por ano. 0 Quadro 2.27 a seguir mostra as duas alternativas com seus fluxos de caixa e, tambem, 0 fluxo incremental. I LORIE. J.H. e SAVAGE.L.J. "Three problems in rationing capital". Joumal of Business. 28. 4. out. 1955. p.229-239. 66 I Engenharia economica Cuadro 2.27 Fluxo de caixa e fJuxo incremental para as alternativas com e sem substitui.;:ao da esta.;:ao de bombeamento de petroleo Como as duas alternativas, substituir e nao substituir, sao mutuamente excludentes, aparentemente qualquer divergencia e contradi«ao na sele«ao entre os metodos do VPL e da TIR seria evitada calculando-se a TIR do fluxo incremental (TIRc_)' Calculemos, s entao, essa taxa: VPL = -$ 1.600 + $ 10.000 $ 10.000 = 0 (1 + TIRc_ (1 +TIR )2s) C_S $ 1.600(1 + TIRC_S )2 - $ 10.000(1 + TIR _ )+ $ 10.000 = 0c s A forma geral dessa equa«ao quadnitica e aX" + bX + c e sua resolu«ao e a seguinte: X = (1 +TIR _ ) = -b ± .Jb" -~ = -( -10.000) ± ~( -10.000)2 - 4 x 1.600 x 10.000 c s 2a 2 x 1.600 10.000 ± 6.000 3.200 =? TIRc_s = 25% e TIRc_s = 400% Percebem-se duas taxas internas de retorno: 25% e 400%. Qualdas duas deve ser usada como TIR? Se 0 custo do capital for de 10%, podemos concluir que 0 projeto e rentavel? A primeira vista, sim, uma vez que as duas TIR sao superiores a essa taxa; entretanto, a essa taxa, 0 VPL seria -$ 773,55, indicando que 0 valor da empresa se redu ziria se 0 projeto fosse realizado. Dessa maneira, a ado«ao da TIR, mesmo do fluxo incre mental, nao parece ser muito indicada quando nos defrontamos com fluxos suscetiveis apresentando multiplas TIRs. Esse tipo de insuficiencia relativa ao criterio da TIR levou varios autores a propor pura e simplesmente a ado«ao do criterio do VPL sempre que surgir 0 caso de TIRs multiplas. Outros autores como Teichroew, Robichek e Montalbano" e Solomon3 tentaram resgatar 0 metodo da TIR nesse tipo de situa«ao, propondo deter minados procedimentos, mas a fraca racionalidade econ6mica e a grande dose de subje tividade de tais metodos desaconselham seu uso: TEICHR0EW. D.: ROBICHEK. A. e MONTALBANO. M. "MathematicnI analysis of rates of return under certainty". Mallagel11e1lt Sciellce. jan. 1965. SOLOMON. E. "The arithmetic of capital bUdgeting decisions". JOlll'llol of BlIsilless. abr. 1956. , Foi proposta a TIR modificada (TIRM). calculada trazendo-se para valor presente os fluxos negativos e para valor futuro. os positivos. Para atualizar os fluxos. esse criterio exige a estipula<;ao de taxas de financiamento e de reinvestimento que acrescentem subjetividades adicionnis a analise. 0 que diminui ou anula qualquer ganho propalado por seus defensores. I Metodos e criterios de decisao ... i 67 Podemos, ainda, encontrar flux os com TIR indefinida, como, por exemplo, a TIR do fluxo +100; -200; +150: 100 _ 200· + 150 = 0 (1 +TIR) (1 +TIR)" 100(1 +TIR)" - 200(1 +TIR) +150 = 0 Fazendo X = (1 +TIR): 100X2- 200X +150 = 0 Resolvendo a equa«ao quadratica do tipo aX" + bX + C = 0, temos: X = -b±.Jb" -4ac = -( -200)±~(-200)2 -4x100x150 200 ± ')-20.000 2a 2 x 100 200 X = 1±.J-0,5 (1 +TIR) =1± .J-0,5 =? TIR =±.J-0,5 A TIR encontrada e urn numero imaginario, portanto, inconsistente para 0 prop6 sito de analise econ6mica e sele«ao de alternativas de investimento, mas 0 problema nao termina ai. Nas alternativas A e B do Quadro 2.28, presenciamos duas mudan«as d~ sinal; entretanto. encontramos somente uma TIR para cada uma delas - devemos nos lembrar de que 0 nl1mero de mudan«as de sinal no fluxo de caixa indica 0 numero maximo de TIRs, mas nao necessariamente 0 numero real de TIRs. Cuadro 2.28 Fluxo de caixa das alternativas A e B com mudan.;:a de sinal Alternativa 1.400 400 -100 400 -100 500 32,45% 8,07% Exemplo 2.17 Considerando urn custo do capital de 12% ao ano, avalie, pelos metodos do VPL, da TIR e da TIR incremental, as alternativas mutuamente excludentes de urn perfodo de dura«ao, apresentadas no Quadro 2.29. 37,98% 39,50% 80 15 I 31,87% 65 68 I ~ ~ , Avaliat,;ao pelo metodo do VPL VPL =-$10.000 + $12.000 =$71429 VPL = A 1,12' B Como VPLB > VPLA =? selecionar B Avaliat,;ao pela TIR das alternativas TIR = $ 12.000 -1 = 20% TIR = $ 17.700 1=18%A $ 10.000 B $ 15.000 Como TIRA > TIRB =? selecionar A A selec;ao pela TIR indica a dominancia da alternativa A. mas percebe-se que essa esco lha seria inconsistente e contradit6ria em relac;ao adada pelo VPL. Se a TIR for calculada sobre 0 fluxo incremental (B-A), a sele<;ao determinada pelos dois criterios, VPL e TIR, sera a mesma. A TIR do fluxo incremental e a seguinte: TIR B A = $ 5.700 -1 = 14% > (k = 12%) =? selecionar B - $ 5.000 Como a TIR do fluxo incremental (TIRB_A ) e maior que 0 custo do capital. a alternativa de escala maior (B) domina a de escala menor (A). Observe que 0 fluxo incremental pode ser visto tambem como urn projeto de investimento. pois e efetuado urn desem bolso inicial de $ 5.000 no ano 0, seguido de urn recebimento de $ 5.700 no ana 1. Assim, a TIRB_A representa a rentabilidade efetiva desse projeto de investimento. Se essa taxa for maior que 0 custo do capital, a alternativa B dominara a alternativa A. Podemos concluir que, se a analise for realizada com base na TIR do fluxo incremental, a selec;ao sera consistente com a selec;ao determinada pelo VPL. ! Engenharia economica Quadro 2.29 Alternativas A e B mutuamente excludentes de urn periodo de durar;ao relativas ao Exemplo 2.17 -$15.000 + $17.700 = $ 80357 1,12' I Melodos e crilerios de decisao... 69 Exemplo 2.18 A urn custo de oportunidade do capital de 10% ao ano, analise as alternativas de inves timento mutuamente excludentes A'e B mostradas no Quadro 2.30. Quadra 2.30 Alternativas de investimento A e B mutuamente excludentes re/ativas ao Exemplo 2.18 I VPl (10%) ($) 38,84 32,81 A selec;ao das alternativas A e B pela TIR e pelo VPL e contradit6ria. A TIR seleciona a alternativa B, e 0 VPL seleciona a A. Caso a analise seja feita com base na TIR do fluxo incremental (TIRA _B), a alternativa selecionada sera a A, pois essa taxa e maior que 0 custo do capital (31,87% > 10%). Caso a alternativa B seja selecionada, havera urn excedente de capital de $ 20. ($ 100 - $ 80) que. se aplicado, podera render 0 custo do capital (10%). Admitamos que haja tres modalidades diferentes para aplicar esse excedente de $ 20 (modalidade x, modalidade y e modalidade w) e que todas elas tenham VPL zero, como se ve no Quadro 2.31. Quadra 2.31 Tres modalidades de aplicar;ao do excedente com VPL zero I VPL (10%) ($) 0,0 0,0 0,0 10% 10% 10% o 22 11,5238 2 11,5238 22 -20 -20 -20 Se a alternativa B for somada a cada uma dessas tres modalidades e a conjunto for analisado como uma mesma combinac;ao, teremos tres combinac;6es possiveis apresen tadas no Quadro 2.32 a seguir. ---- ?f 70 I Engenharia economica I Quadro 2.32 Soma da alternativa B de que trata 0 Exemplo 2.18 a cada uma das alternativas apresentadas no Quadro 2.31 -20 I 22 I 0 I 10,0% I 0 I -100 87 Q~~ _ Ou seja, nao ha como combinar a altemativa B com as diversas modalidades de aplicar 0 excedente de $ 20 de maneira que a combina~ao resultante tenha uma rentabilidade supe rior ade A (superior a 37,98%). Condufmos, portanto, que a altemativa A e preferivel aB. Exemplo 2.19 A urn custo de oportunidade do capital de 10% ao ano, analise as alternativas mutua mente exdudentes T e U apresentadas no Quadro 2.33. Quadro 2.33 Alternativas T e U mutuamente excludentes relativas ao Exemplo 2.19 Alternativa Ano 1 ($) Ano 2 ($) -3.000 200 2.500 2.300 _ -3.000 I 0 I 0 I 5.500 200 _ a I ':3 2500 8 , • • 0 -2~ -2.500 3.200• 11'1 I Metodos e crilerios de decisao.. 71 A alternativa incremental T-U equivale a pedir urn financiamento, pois recebe-se $ 200 e $ 2.500 no primeiro e no segundo anos, respectivamente, e no terceiro ano paga-se $ 3.200 pelo financiamento tornado. Como a TIRT_u representa 0 custo efetivo desse financiamento, podemos conduir que, se essa taxa for superior ao custo do capital, U e preferivel aT. $ 200 $ 2.500 $ 3.200 = 0 TIR = 17 04°;'+ , ,=> T-U ' ° a.a. (1 + TIR _ ) (l+TIR _ )- (l+TIRT _ u )T U T u Como (TIR _ = 17,04 %) > 10% => selecionar U T U A analise tambem pode ser feita a partir do fluxo incremental U-T. Nesse caso, 0 fluxo equivale a investir, respectivamente, $ 200 e $ 2.500 no primeiro e no segundo anos e a receber no terceiro ano $ 3.200 pelos investimentos feitos. Dessa maneira. a TIRu_T representa a rentabilidade efetiva desse investimento. Se essa taxa for maior que 0 custo do capital, U sera, mais uma vez, preferivel aT: $ 200 __$ 2_.5_0_0_ $ 3.200 __ 0 TIR --1704°/ , + ,=> u-T ,/0 a.a. (1 + TIR ) (1 + TIR U _T )- (1 + TIRU_T )U_T Como(TIRu_T =17,04%) > 10% => selecionar U Como podemosver, em ambas as formas de abordar 0 problema (como financiamento ou como investimento) chega-se amesma condusao: selecionar a alternativa U. Exemplo 2.20 Usando como criterio a TIR dos fluxos incrementais, selecione a melhor alternativa entre A e B. Considere a vida util das alternativas de 5 anos, 0 custo do capital de 10% e os custos iniciais de aquisi~ao, custos operacionais anuais e valores de revenda ao termino da vida Util como apresentado a seguir. no Quadro 2.34. Quadro 2.34 Custos relacionados as alternativas de que trata 0 Exemplo 2.20 o 10 I Valor de revenda (em t =5) ($) -2 -30 Com as informa~6es fornecidas. podemos montar 0 Quadro 2.35 com os fluxos de caixa. 72 I Engenharia economica Fluxos de caixa das alternativas relativas ao Exemplo 2.20 Fluxo de caixa 16,62% 16,62% 8 16 -8 -16 6 -8 -2 -6 6 -6 -2 -8 6 -6 -2 -8 6 -6 -2 -8 24 -6 -24 -30 o fluxo B-A pode ser visto como urn projeto de investimento, uma vez que se aplica urn capital no ana zero (-$ 24), seguido de fluxos positivos posteriores. 0 fluxo A-B, por sua vez, pode ser visto como projeto de financiamento,ja que se levanta urn emprestimo no ana 0 (+$ 24), seguido de fluxos negativos posteriores. Caso a TIRB_A seja maior que 0 custo do capital, a alternativa que representa 0 minllen do sera a melhor: • (TIRB_A = 16,62%) ~ 10% ~ selecionar a alternativa B Caso a TIRA_Bseja maior que 0 custo do capital, a alternativa que representa 0 sllbtraendo sera a melhor: • (TIRA_B = 16,62%) ~ 10% ~ selecionar a alternativa B Assim, analisando as TIRs incrementais nas duas maneiras possiveis, concluimos que B e a melhor alternativa. Chegariamos a mesma conclusao usando 0 custo anual equiva lente como criterio de sele<;ao: CAEB = $ 8,28/ano < CAEA = $ 9,58/ano. 2.8 Ranking e selec;ao de alternativas de investimento: racionamento de capital A hierarquiza<;ao de urn conjunto de alternativas de investimento pode ser tratada sob duas situa<;6es: a primeira, referindo-se ao caso em que nao ha restri<;ao de capital no financiamento da carteira de projetos, e a segunda, ao caso em que existe restri<;ao na disponibilidade de capitais. No caso da nao-existencia de restri<;ao de capital, os projetos podem ser hierarquizados pelo VPL; por outro lado, havendo restri<;ao de capital ou financiamento limitado, nao e possivel usar somente esse metodo, fazendo-se necessaria alguma medida que incorpore 0 volume de investimento realizado. Nessa situa<;ao, os projetos devem ser ordenados de acordo com 0 Indice de rentabilidade, pois 0 que inte ressa, dadas as restri<;6es de capital existentes, e maximizar a rentabilidade por unidade monetaria investida. Urn modo de calcular esse indice e dividindo 0 VPL pelo investi mento inicial. Outro modo e dividindo 0 valor presente dos fluxos de caixa liquidos I Metodos e criterios de decisao ... I 73 (excluido 0 investimento inicial) pelo investimento inicial. Em qualquer caso, a regra de decisao sera pre-selecionar todos os projetos com VPL positivo e, a seguir, escolher os de maior Indice de rentabilidade. Essa regra e valida apenas para projetos independentes, ja que a existencia de rela<;6es entre elesimpora restri<;6es adicionais as de capital, as quais terao de ser analisadas em urn contexto de carteiras e de programa<;ao matematica. Exempla 2.21 o Quadro 2.36 a seguir mostra tres alternativas: A, B e C. Cuadra 2.36 Alternativas A, Bee relativas ao Exemplo 2.21 5 20 15 Selecione a melhor alternativa, considerando urn custo do capital de 10% e urn c.apital total de $ 10 disponivel para investimento. Efetue a analise sob as hip6teses de haver e de nao haver restri<;ao de capital. a) Com restri<;ao de capital o Quadro 2.37 a seguir mostra 0 VPL e 0 indice de rentabilidade das alternativas. 0 indice e calculado dividindo-se 0 VPL pelo investimento inicial efetuado no ana zero: Cuadra 2.37 VPL e fndice de rentabilidade das alternativas A, Bee de que trata 0 Exemplo 2.21 ',.•.. , .... 214% 321% 239% Quando ha restri<;ao de capitaL ou seja, quando 0 capital a ser gasto esta limitado aos recur sos disponiveis ($ 10), as altemativas devem ser ordenadas pelo indice de rentabilidade. Nesse caso, selecionamos as altemativas B e C. nessa ordem. Juntas. elas requerem urn investimento total de $ 10, que se enquadra na restri<;ao de capital ($ 10). --- -- -- 74 I Engenharia econ6mica I b) Sem restri<;ao de capital Caso as alternativas sejam mutuamente excludentes e nao exista restri<;ao de capital, 0 indice de rentabilidade nao deve ser usado na sele<;ao. Nesse caso, epossivel selecionar a combina<;ao (carteira) de alternativas que tenha 0 maior VPL. 0 seguinte Quadro 2.38 mostra tres combina<;oes possiveis, seu VPL e seu indice de rentabilidade. Quadro 2.38 Tres combina<;oes possiveis para as alternativas de que trata 0 Exemplo 2.21 Alternativa Ano 0 ($) . . ., , ..I." -$ 15 I $ 35 -$15 1$35 -$ 10 I $ 10 $ 25 $ 20 $ 35 $ 37,47 $ 33,34 $ 28,01 250% 222% 280% A combina<;ao selecionada seria A + B, que tern 0 maior VPL e requer urn investimen to inicial total de $ 15. Repare que, nessa situa<;ao, 0 usa do indice de rentabilidade nao teria sido apropriado, pois indicaria a combina<;ao B + C, que nao maximiza 0 VPL. Exemplo 2.22 Vma empresa tern urn custo do capital de 8% e considera as alternativas de investimen to apresentadas no Quadro 2.39 como candidatas a integrar sua carteira de projetos. Quadro 2.39 Alternativas candidatas a integrar a carteira de projetos de que trata 0 Exemplo 2.22 580 1.600 2.000 --l- 3.000 3.000 4.000 6.000 4.000 4.000 4.000 4.000 5.000 5.000 5.000 6.000 6.000~ I Melodos e crilerios de decisao. ~ Quadro 2.39 Continua<;ao -5.000 -6.000 1.000 2.000 4.500 2.000 3.000 3.000 Pergunta-se: a) Que projetos serao selecionados se nao houver restri<;ao de capital? b) Que projetos serao selecionados se 0 capital disponivel for de apenas $ 24.000? No Quadro 2.40 a seguir, os projetos sao ordenados pelo VPL e por seu [ndice de rentabilidade. Quadro 2.40 Projetos relativos ao Exemplo 2.22 ordenados por VPL e indice de rentabilidade Indice de Investimento rentabiJidade acumulado ($) 14,04% 9,70% - 7,38% -4,32% 35,88% $ 6.000 == 33,75% $ 14.000 32,49% $ 24.000 Ilnvestimento Projetos I a) Sem restri<;ao de capitaL somente 0 projeto F deve ser rejeitado por ter urn VPL < 0; todos os outros seriam passiveis de aceita<;ao. b) Existindo restri<;ao de capitaL os projetos devem ser selecionados de acordo com 0 indice de rentabilidade; assim, todos os projetos com indice de rentabilidade supe rior ao custo do capital (8%) podem ser aceitos. Contudo. dado que 0 capital esta limitado a $ 24.000. somente serao aceitos os projetos G. E e C. 0 indice de rentabi lidade foi calculado dividindo-se 0 VPL pelo investimento inicial e multiplicando-se o resultado por 100. 1 I Metodos e criterios de decisao... 7776 I Engenharia economica 2.9 limita~oes do VPl na analise de projetos com flexibilidades estrab~gicas e gerenciais Por sua dificuldade em capturar a flexibilidade de adaptar e revisar decisoes futuras em resposta aos cenarios futuros, 0 VPL e criticado porque assume implicitamente urn 'cenario esperado' de fluxos de caixa, presumindo urn comportamento passivo do gestor e uma estrategia operacional estatica, como iniciar urn projeto de imediato e opera-lo continuamente ate 0 final de sua vida util esperada. Esse pressuposto, porem, nao se confirma na realidade. em que existem mudan.;as, incertezas e intera.;oes competitivas. Conforme novas informa.;oes chegam ea incerteza sobre 0 mercado vai se desfazendo, a gerencia tern chances valiosas de alterar a estrategia de opera.;ao iniciaL podendo capi talizar oportunidades ou reagir para evitar perdas. E possivel, por exemplo, tomar deci soes de diferir, e'xpandir, contrair ou abandonar 0 projeto, entre outras. Alguns autores sugerem uma adapta.;ao do criterio do VPL tradicional (chamado tambem de estatico ou passivo), adicionando-lhe 0 valor das flexibilidades gerenciais. a VPL com essas adi.;oes e chamado de VPL expandido ou VPL estrategico. Na mesma dire.;ao, outros autores ressaltam a importancia da irreversibilidade e da possibilidade de adiamento na maioria dos investimentos do mundo real. Uma literatura cada vez mais extensa tern mostrado que a habilidade de adiar urn investimento irreversivel pode afetar profundamente a decisao de investir, 0 que mina a teoria do VPL tradicio nal e, conseqiientemente. 0 fundamento te6rico do padrao de modelos neoclassicos de investimento. Varios autores salientam que a possibilidade de adiar 0 momenta do investimen to acrescenta valor ao projeto: todavia. manter viva a op.;ao de investimento depende ra de valer ou nao a pena mata-la. investindo no projeto. a custo de oportunidade de investir, acrescido do valor de manter a op.;ao de investimento viva, pode ser alto, e regras ou criterios de investimento que ignorem isso podem estar errados. Como esse custo de oportunidade e altamente sensivel aincerteza sobre 0 valor futuro do projeto, se mudarem as condi.;oes econ6micas que afetam 0 risco e aumentar a volatilidade dos fluxos de caixa, isso podera ter grande impacto no dispendio do investimento, mais forte, por exemplo, que 0 de uma mudan.;a na taxa de juros ou na polftica tributaria. Tal sensibilidade diferenciada pode ajudar a explicar por que a teoria neoclassica de investimentos, que tern como base 0 VPL. tern fomecido previsoes excessivamente otimistas da efetividade da taxa de juros e de polfticas de impostos que visam estimular investimentos. A teoria classica da or.;amenta.;ao de capital manda rejeitar projetos com VPL negativo. mas. muitas vezes, as flexibilidades inerentes ao projeto podem tomar 0 VPL positivo. tomando 0 projeto atrativo. A mensura.;ao dessas f1exibilidades e as regras de investimento sao tratadas pela teoria das opc;oes reais. I j 2.10 Exerdcios propostos Pede-se:1. Calcule a taxa interna de retorno (TIR) para as seguintes alternativas: a) calcule a TIR da alternativa A: bl calcule a TIR do fluxo incremental A-B: Fluxo de caixa ($) c) calcule 0 VPL das alternativas e do fluxo incremental: d) identifique. pela analise do fluxo incre mental. qual e a alternativa preferfvel. Considere as seguintes alternativas mutua - mente excludentes: 6. -1.000 -100 700 -1.200 100 -200 150 400 - 400 -600700 -200 2. Calcule a TIR de urn projeto que requer urn investimento inicial de $ 2.000.000 e produz urn fluxo de caixa de $ 240.000/ ana durante 15 anos. 30 14040 120 -100 -100 3. A Riolux instalou urn sistema de gera,>ao de Determine a taxa de desconto que torna energia eletrica a urn custo de $ 30 milhoes. as duas alternativas igualmente atrativas Os custos operacionais do equipamento para 0 investidor.sao de $ 120.000/mes e sua vida e estima da em 15 anos. Considerando que a 7. Uma empresa estuda a possibilidade de empresa deseja obter uma rentabilidade substituir urn equipamento e disp6e minima de 12% ao meso determine 0 custo de duas alternativas mutuamente exclu mensal que deve ser repassado aos usmi dentes: 0 equipamento N e 0 equipamen rios do sistema a fim de cobrir os gastos to V. Os fluxos de caixa estimados sao os operacionais e remunerar adequadamente seguintes: o capital. 4. Uma empresa industrial estuda a viabili Fluxo de caixa ($) dade economica de urn projeto de investi mento ar,>ado em $ 981.815. Considerando que tal projeto tern dura,>ao prevista de 20 anos e que 0 estudo de viabilidade econo mico-financeira projetou fluxos de caixa liquidos de $ 100.000 por ano. calcule a TIR do projeto. 1.400300 -~ _~~ 1.000 I 200 -90 Considerando urn custo do capital de5. Considere urn custo do capital de 10% ao 10% ao ano. identifique: ana e as seguintes alternativas de investi mento mutuamente excludentes: a) a melhor escolha pela analise do fluxo incremental: bl a melhor escolha pela compara,>ao dos VPLs individuais das alternativas. Uma empresa estuda a troca de uma rnaqui na velha par uma nova. Considerando as infarma,>oes a seguir. determine se a maqui na deve ou nao ser substituida. 8.
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