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Manual de Análise de Custos e Benefícios de Investimentos

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Prévia do material em texto

Preparado por:
Unidade responsável 
pela avaliação
DG Política Regional
Comissão Europeia
Manual de análise de custos e benefícios
dos projectos de investimento(Fundos estruturais - FEDER,
Fundo de Coesão 
e ISPA)
2003
2
Acrónimos
ACB Análise dos custos e benefícios
AIA Análise de impacte ambiental
C/B Rácio custos-benefícios
BEI Banco Europeu de Investimento
FC Fundo de Coesão
fc Factor de conversão
FCP Factor de conversão padrão
FE Fundos estruturais
FEDER Fundo Europeu de
Desenvolvimento Regional 
ISPA Instrumento Estrutural de 
Pré-Adesão
IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado
PPP Princípio do poluidor-pagador
SIAA Serviço integrado de abastecimento
de água
TIRE Taxa (interna) de rentabilidade
económica
TIRF Taxa (interna) de rentabilidade
financeira
TIRF/C Taxa (interna) de rentabilidade
financeira calculada sobre o custo
do investimento
TIRF/K Taxa (interna) de rentabilidade
financeira calculada sobre os fundos
próprios
VALE Valor actual líquido económico
VALF Valor actual líquido financeiro
No quadro do programa de estudos e de assistência técnica no domínio das políticas regionais
traçadas pela Comissão, foi constituída uma equipa encarregada de preparar uma nova edição
do anterior Manual de Análise dos Custos e Benefícios dos Grandes Projectos, publicado em 1997.
Esta equipa, coordenada pelo Professor Massimo Florio, era ainda composta por Ugo Finzi,
Mario Genco (análise de riscos, distribuição e tratamento de água), François Levarlet (gestão
de resíduos), Silvia Maffii (transportes), Alessandra Tracogna (coordenação do texto do capí-
tulo 3, anexo sobre a taxa de actualização e bibliografia) e Silvia Vignetti (coordenação do tex-
to).
Manual de análise de custos e benefícios
dos projectos de investimento
Acrónimos 2
Índice 4
Preâmbulo 6
Linhas gerais da nova edição 
do manual 7
Capítulo 1: Avaliação dos projectos 
no quadro dos Fundos estruturais,
do Fundo de Coesão e do ISPA 10
Enquadramento 10
1.1 Âmbito e objectivos 10
1.2 Definição do projecto 11
1.3 Responsabilidade pela avaliação ex ante 12
1.4. Informações necessárias 13
Capítulo 2: Plano para o avaliador 
do projecto 16
Enquadramento 16
2.1 Definição de objectivos 16
2.2 Identificação do projecto 18
2.2.1 Projectos claramente identificados 18
2.2.2 Limiar financeiro 18
2.2.3 Definição dos projectos 19
2.3 Análise de viabilidade e opções 20
2.4 Análise financeira 21
2.4.1 O horizonte temporal 22
2.4.2 Determinação dos custos totais 26
2.4.3 Receitas geradas pelo projecto 27
2.4.4 Valor residual do investimento 27
2.4.5 Contabilização da inflação 28
2.4.6 Viabilidade financeira (quadro 2.4) 28
2.4.7 Determinação da taxa de actualização 28
2.4.8 Determinação dos indicadores de 
desempenho 29
2.4.9 Determinação da taxa de 
co-financiamento 30
2.5 Análise económica 30
2.5.1 Fase 1 – Correcções fiscais 31
2.5.2 Fase 2 – Correcção das externalidades 33
2.5.3 Fase 3 – Dos preços do mercado 
aos preços fictícios 35
2.5.4 Actualização 38
2.5.5 Cálculo da taxa interna de 
rentabilidade económica 39
2.6 Análise multicritérios 39
2.7 Análise de sensibilidade e risco 42
2.7.1 Prever as incertezas 42
2.7.2 Análise de sensibilidade 42
2.7.3 Análise de cenário 43
2.7.4 Análise de probabilidade do risco 44
Capítulo 3: Linhas gerais da análise de
projectos por sector 46
Enquadramento 46
3.1 Tratamento de resíduos 47
Introdução 47
3.1.1 Definição dos objectivos 47
3.1.2 Identificação do projecto 48
3.1.3 Análise de viabilidade e opções 49
3.1.4 Análise financeira 52
3.1.5. Análise económica 52
3.1.6 Outros critérios de avaliação 55
3.1.7 Análise de sensibilidade e risco 56
3.1.8 Estudo de caso: investimento numa
incineradora com recuperação 
de energia 57
3.2 Distribuição e depuração da água 59
Introdução 59
3.2.1. Definição dos objectivos 59
3.2.2 Identificação do projecto 61
3.2.3 Análise de viabilidade e opções 61
3.2.4 Análise financeira 64
3.2.5 Análise económica 65
3.2.6 Outros critérios de avaliação 66
3.2.7 Análise de sensibilidade e risco 67
3.2.8 Estudo de caso: a infra-estrutura de 
gestão do serviço integrado de 
abastecimento de água (SIAA) 67
3.3 Transportes 77
3.3.1 Definição dos objectivos 78
3.3.2 Identificação do projecto 78
3.3.3 Viabilidade e análise das diferentes
alternativas 79
3.3.4 Análise financeira 83
3.3.5 Análise económica 83
3.3.6 Outros critérios de avaliação 86
3.3.7 Análises de sensibilidade,
de cenários e de risco 86
3.3.8 Estudo de caso: investimento 
numa auto-estrada 87
3.4 Transporte e distribuição de energia 92
3.4.1 Definição dos objectivos 92
3.4.2 Identificação do projecto 92
3.4.3 Análise de viabilidade e opções 93
3.4.4 Análise financeira 93
3.4.5 Análise económica 93
3.4.6 Outros critérios de avaliação 93
3.4.7 Análise de sensibilidade e risco 93
3.5 Produção de energia 93
3.5.1 Definição dos objectivos 93
3.5.2 Identificação do projecto 94
3.5.3 Análise de viabilidade e opções 94
3.5.4. Análise financeira 94
3.5.5 Análise económica 95
3.5.6 Outros elementos de avaliação 95
3.5.7 Análise de sensibilidade e risco 95
3.6 Portos, aeroportos e redes de infra-estruturas 96
3.6.1 Definição dos objectivos 96
Índice
4
5
Índice
3.6.2 Identificação do projecto 96
3.6.3 Análise de viabilidade e opções 96
3.6.4 Análise financeira 96
3.6.5 Análise económica 97
3.6.6 Outros elementos de avaliação 97
3.6.7 Análise de sensibilidade e risco 98
3.7 Infra-estruturas de formação escolar 
e profissional 98
3.7.1 Definição dos objectivos 98
3.7.2 Identificação do projecto 98
3.7.3 Análise de viabilidade e opções 98
3.7.4 Análise financeira 99
3.7.5 Análise económica 99
3.7.6 Outros elementos de avaliação 100
3.7.7 Análise de sensibilidade e risco 100
3.8 Museus e parques arqueológicos 100
3.8.1 Definição dos objectivos 100
3.8.2 Identificação do projecto 100
3.8.3 Análise de viabilidade e opções 100
3.8.4 Análise financeira 101
3.8.5 Análise económica 101
3.8.6 Outros elementos de avaliação 101
3.8.7 Análise de sensibilidade e risco 101
3.9 Hospitais e outras infra-estruturas 
no domínio da saúde 101
3.9.1 Definição dos objectivos 101
3.9.2 Identificação do projecto 102
3.9.3 Análise de viabilidade e opções 102
3.9.4 Análise financeira 102
3.9.5 Análise económica 102
3.9.6 Outros elementos de avaliação 103
3.9.7 Análise de sensibilidade e risco 103
3.10 Florestas e parques 103
3.10.1 Definição dos objectivos 103
3.10.2 Identificação do projecto 104
3.10.3 Análise de viabilidade e opções 104
3.10.4 Análise financeira 105
3.10.5 Análise económica 105
3.10.6 Outros elementos de avaliação 105
3.10.7 Análise de sensibilidade e risco 105
3.11 Infra-estruturas de telecomunicações 105
3.11.1 Definição dos objectivos 105
3.11.2 Identificação do projecto 106
3.11.3 Análise de viabilidade e opções 107
3.11.4 Análise financeira 107
3.11.5 Análise económica 107
3.11.6 Outros elementos de avaliação 107
3.11.7 Análise de sensibilidade e risco 107
3.12 Parques industriais e parques tecnológicos 108
3.12.1 Definição dos objectivos 108
3.12.2 Identificação do projecto 108
3.12.3 Análise de viabilidade e opções 108
3.12.4 Análise financeira 108
3.12.5 Análise económica 109
3.12.6 Outros elementos de avaliação 109
3.12.7 Análise de sensibilidade e risco 109
3.13 Indústrias e outros investimentos produtivos 110
3.13.1 Definição dos objectivos 110
3.13.2 Identificação do projecto 110
3.13.3 Análise de viabilidade e opções 110
3.13.4 Análise financeira 111
3.13.5 Análise económica 111
3.13.6 Outros elementos de avaliação 111
3.13.7 Análise de sensibilidade e risco 111
Anexos 113
Anexo A Indicadores de desempenho dos projectos 113
A.1 Valor actual líquido (VAL) 113
A.2 Taxa interna de rentabilidade 115
A.3 Relação custo-benefício 115
Anexo B Escolha da taxa de actualização 117
B.1 Taxa de actualizaçãofinanceira 117
B.2 Taxa de actualização social 118
Anexo C A determinação da taxa de 
co-financiamento 121
C.1 Quadro regulamentar 121
C.2 Regras para a modulação 121
C.2.1 Cálculo da taxa interna de 
rentabilidade financeira com base 
no custo de investimento total 
(antes da intervenção comunitária) 122
C.2.2 Cálculo da taxa interna de 
rentabilidade financeira sobre o capital 
nacional (após a subvenção comunitária) 123
C.2.3 Cálculo da taxa de rentabilidade económica 123
Anexo D Análise de sensibilidade e risco 124
Anexo E Avaliação monetária dos serviços 
ambientais 127
E.1 Porque se avalia o ambiente? 127
E.2 Avaliação dos impactes ambientais 
nos projectos de desenvolvimento 127
E.3 O que se faz ao medir os benefícios 
monetários? 129
E.4 As diferentes etapas de uma análise 
custos-benefícios 134
Anexo F Capacidade para pagar e avaliação 
do impacte distributivo 135
Anexo G Quadro sintético de um estudo 
de viabilidade 137
A.1 Síntese 137
A.2 Contexto socioeconómico 137
A.3 Oferta e procura dos produtos do projecto 137
A.4 Outras tecnologias e plano de produção 137
A.5 Recursos humanos 137
A.6 Localização 138
A.7 Execução 138
A.8 Análise financeira 138
A.9 Análise socioeconómica 138
A.10 Análise dos riscos 138
Glossário Alguns termos chaves 
para a análise dos projectos 139
Glossário básico 139
Análise financeira 140
Análise económica 142
Outros elementos de avaliação 143
Bibliografia
Generalidades 145
Agricultura 145
Água 146
Energia 146
Ambiente 147
Formação 147
Projectos industriais 148
Saúde 148
Turismo e tempos livres 149
Transportes 149
Addendum 151
A análise dos custos e benefícios (ACB) dos
projectos de investimento é explicitamente
exigida pelos novos regulamentos da União
Europeia (UE) que regem os Fundos estrutu-
rais (FE), o Fundo de Coesão (FC) e o Instru-
mento Estrutural de Pré-Adesão (ISPA) no
caso de projectos cujos orçamentos excedam,
respectivamente, 50, 10 e 5 milhões de euros.
Sendo os Estados-Membros responsáveis
pela apreciação ex ante dos projectos propos-
tos, compete à Comissão avaliar a qualidade
desta apreciação antes de aprovar o co-finan-
ciamento e de determinar a respectiva taxa.
Há muitas diferenças entre os investimentos
em infra-estruturas e os investimentos
produtivos, assim como entre as regiões e os
países, entre as teorias e os métodos de avali-
ação e ainda, entre os processos de gestão dos
três fundos.
Contudo, a maior parte dos projectos apre-
senta determinados aspectos comuns, e é
conveniente utilizar uma mesma linguagem
na formulação da sua apreciação.
Para além dos aspectos metodológicos gerais,
esta verificação dos custos e benefícios cons-
titui um instrumento útil que estimula o diá-
logo entre os parceiros, os Estados-Membros
e a Comissão, os autores de projectos, os
funcionários e os consultores: em suma, tra-
ta-se de um instrumento de decisão colec-
tiva. Além disso, torna mais transparentes os
processos de selecção dos projectos e as deci-
sões financeiras.
Para cumprir as obrigações que lhe incum-
bem em matéria de apreciação dos projectos
que os Estados-Membros lhe apresentam no
quadro da política regional, a Comissão (DG
Política Regional) utiliza um manual de aná-
lise dos custos e benefícios dos grandes pro-
jectos. Três anos depois da sua última actua-
lização, o contexto político, jurídico e técnico
evoluiu consideravelmente, a ponto de tor-
nar necessária uma nova edição revista.
A presente versão actualizada oferece aos
funcionários europeus, aos consultores exter-
nos e a todas as partes interessadas um guia
para a avaliação de projectos. O texto destina-
se especialmente aos funcionários da União,
mas contém igualmente indicações úteis aos
autores de projectos sobre as informações
específicas de que a Comissão necessita.
Na presente edição do manual propõe-se:
• Integrar no documento a evolução das
políticas comunitárias, dos instrumentos
financeiros e da análise dos custos e bene-
fícios.
• Contribuir para a reflexão da Comissão
sobre a modulação das taxas de co-finan-
ciamento dos projectos.
• Fornecer ao leitor uma forma de apoio téc-
nico.
Preâmbulo
6
O manual está dividido em capítulos, com a
seguinte estrutura:
• Capítulo 1: avaliação dos projectos no
quadro dos Fundos estruturais, do Fundo
de Coesão e do ISPA
• Capítulo 2: plano para o avaliador do pro-
jecto
• Capítulo 3: linhas gerais de análise dos
projectos, por sector
• Anexos
• Glossário
• Bibliografia
Cada capítulo contém:
A) Um texto
C) Quadros e figuras
D) Caixas.
As caixas são de dois tipos:
• As que se referem a regulamentos, onde
são recordados os principais aspectos dos
regulamentos relativos aos FE, ao FC e ao
ISPA.
• As que fornecem exemplos, qualitativos e
quantitativos, de questões específicas refe-
ridas no corpo do texto.
Em alguns casos, as caixas e os quadros
contêm informações essenciais, pelo que
sugerimos ao leitor que dedique algum tem-
po à sua análise.
Capítulo 1: Avaliação dos projectos no
quadro dos Fundos estruturais, do Fundo
de Coesão e do ISPA
Este capítulo constitui uma introdução aos
objectivos, ao âmbito de aplicação e às for-
mas de utilização do manual, bem como às
principais questões nele tratadas. Com base
nos regulamentos relativos ao FEDER, ao
FC e ao ISPA, aqui são expostas as disposi-
ções jurídicas a respeitar no processo de
avaliação dos projectos e nas decisões de
co-financiamento.
O elemento essencial deste capítulo consis-
te em que, não obstante as diferenças de
procedimentos e de métodos entre os três
fundos, a lógica da análise e o método
seguido devem ser homogéneos.
1.1. Âmbito e objectivos. Esta secção refe-
re-se aos objectivos e instrumentos do
FEDER, do FC e do ISPA. Aqui se indicam,
com base nos regulamentos, os principais
domínios abrangidas pelos Fundos.
1.2. Definição dos projectos. Esta secção
define os projectos aos quais se aplica o
processo de avaliação nos casos do FEDER,
do FC e do ISPA. Indica ainda os principais
sectores de aplicação dos Fundos, os limites
financeiros a respeitar na avaliação dos pro-
jectos e as diferenças entre as taxas de co-
financiamento.
1.3. Responsabilidade da avaliação ex ante.
Esta secção define, para cada um dos três
fundos, a responsabilidade da avaliação ex
ante dos projectos. Destaca igualmente as
principais diferenças introduzidas nesta
matéria pelos novos regulamentos.
1.4. Informações requeridas. Esta secção
enuncia uma lista das informações reque-
ridas para a preparação e avaliação dos pro-
jectos.
Linhas gerais da nova edição 
do manual
7
Capítulo 2: Plano para o avaliador do
projecto
Este capítulo fornece instrumentos práticos
que servem, ao mesmo tempo, para a prepa-
ração e para a avaliação dos projectos: cada
secção considera o ponto de vista do autor
do projecto e o ponto de vista do avaliador. A
estrutura é claramente orientada para a exe-
cução do projecto e a informação é igual-
mente apresentada sob a forma de listas de
verificação, questões recorrentes e erros fre-
quentes a evitar.
O texto contém as seguintes secções:
2.1. Definição dos objectivos. Esta secção diz
respeito à definição clara, em cada projecto,
dos principais objectivos a atingir e dos
resultados esperados. Explica como destacar
as variáveis socioeconómicas que o projecto
pode influenciar a forma de as medir, a fim
de avaliar o impacte socioeconómico espe-
rado e o grau de coerência dos objectivos
específicos do projecto com as políticas de
desenvolvimento comunitárias.
2.2. Identificação do projecto. Esta secção
contém indicações sobre a forma de definir a
concepção geral do projecto e o quadro lógi-
co no qual este deve ser realizado, de acordo
com as recomendações mais frequentes da
análise ACB, com os limites financeiros e
com a definição dos projectos quefiguram
nos regulamentos.
2.3. Estudo de viabilidade e opções. As reco-
mendações práticas são ilustradas por exem-
plos concretos, nomeadamente no que se
refere à análise das opções, sendo feita uma
distinção entre as alternativas modais, tecno-
lógicas, geográficas e cronológicas. O anexo
G propõe o esquema-tipo sintético de um
estudo de viabilidade.
2.4. Análise financeira. Contém informações
sobre a forma de realizar uma análise finan-
ceira. A partir de quadros de base, esta secção
explica como conduzir o estudo e, em segui-
da, define os principais pontos a inscrever nos
quadros até ao cálculo da TIRF e do VALF
(tanto para o investimento como para os fun-
dos próprios). A abordagem é puramente
processual, sendo dados alguns exemplos sob
a forma de estudos de casos (em caixa).
As principais questões técnicas a resolver na
realização da análise são:
• escolha da perspectiva temporal;
• determinação do custo total;
• determinação das receitas totais;
• determinação do valor residual no fim do
ano;
• tratamento da inflação;
• viabilidade financeira;
• escolha da taxa de actualização apropriada
(ver também o anexo B);
• forma de calcular as taxas de rentabilidade
financeira e de as utilizar na apreciação do
projecto (ver também anexo A).
2.5. Análise económica. A partir da análise
financeira e do quadro dos fluxos finan-
ceiros, o objectivo é o de adoptar um método
normalizado aplicável às três fases da defi-
nição do quadro final destinado à análise
económica:
• a correcção dos aspectos fiscais;
• a correcção das externalidades;
• a determinação dos factores de conversão.
Esta secção refere-se aiende à forma de cálcu-
lo dos custos e dos benefícios sociais de um
projecto e à maneira como estes podem
influenciar o resultado final. Fornece uma
orientação sobre a forma de calcular a taxa
de rentabilidade económica e ajuda a
compreender o significado económico desta
taxa para a apreciação do projecto.
2.6. Análise multicritérios. Esta secção é
dedicada às situações em que a taxa de renta-
bilidade não constitui um indicador de
impacte suficiente e em que é necessária uma
análise complementar.
8
Linhas gerais da nova edição do manual
2.7. Análise de sensibilidade e risco. Indica-
se, em linhas gerais, a forma de tratar os casos
de incerteza nos projectos de investimento. O
anexo D constitui um instrumento de apli-
cação desta técnica.
Capítulo 3: Linhas gerais da análise dos
projectos por sector
Este capítulo descreve mais detalhadamente
as técnicas da ACB por sector. Estão em cau-
sa os seguintes sectores:
1. Tratamento da água
2. Abastecimento de água e saneamento
3. Transportes
É ainda proposta uma descrição menos deta-
lhada do exercício de ACB para os seguintes
sectores:
4. Transporte e distribuição de energia
5. Produção de energia
6. Portos, aeroportos e infra-estruturas em
rede
7. Infra-estruturas de formação
8. Museus e parques arqueológicos
9. Hospitais
10. Florestas e parques
11. Infra-estruturas de telecomunicações
12. Parques industriais e parques tecnoló-
gicos
13. Indústrias e outros investimentos produ-
tivos
Anexos
Esta secção analisa algumas questões técnicas
e formula recomendações para melhorar a
eficácia do método de apreciação.
Mais especificamente, os anexos abordam as
seguintes matérias:
A Indicadores de desempenho dos projectos
B Escolha da taxa de actualização
C Determinação da taxa de co-financiamento
D Análise de sensibilidade e risco
E Avaliação monetária dos serviços ambien-
tais
F Avaliação dos impactes em matéria de
redistribuição
G Esquema sintético de um estudo de viabi-
lidade
Glossário
O glossário contém as palavras-chave no
contexto da análise de projectos. Inclui uma
lista dos termos técnicos frequentemente
mais utilizados na ACB dos projectos de
investimento.
Bibliografia
Esta secção propõe referências seleccionadas
para um estudo aprofundado das técnicas
mais utilizadas na ACB.
A bibliografia está estruturada da seguinte
forma:
• Generalidades
• Agricultura
• Água
• Energia
• Ambiente
• Formação
• Projectos industriais
• Saúde
• Turismo e lazer
• Transportes
9
Linhas gerais da nova edição do manual
Enquadramento
O presente capítulo constitui uma intro-
dução aos objectivos, ao âmbito e ao modo
de utilização do manual, bem como às prin-
cipais questões nele tratadas. Tendo por base
os regulamentos do FEDER, do FC e do
ISPA, o capítulo centra-se nas disposições
regulamentares aplicáveis ao processo de
avaliação dos projectos e à decisão de co-
financiamento.
Este capítulo aborda o quadro regulamentar
que rege o processo de preparação, de avaliação
e de co-financiamento de um projecto de
investimento. Mais concretamente, refere-se:
• ao âmbito e aos objectivos do fundo;
• à definição do projecto com vista ao pro-
cesso de avaliação;
• à responsabilidade da avaliação ex ante;
• às informações requeridas para a avaliação
ex ante.
O elemento essencial deste capítulo consiste
em que, não obstante as diferenças de proce-
dimentos e métodos entre os três fundos, a
lógica económica da análise e o método
seguido devem ser homogéneos.
1.1 Âmbito e objectivos
Os projectos de investimento co-financiados
pelos FE, pelo FC, e pelo ISPA constituem os
instrumentos de implementação da política
regional da UE.
O presente manual tem por objecto os gran-
des projectos realizados no quadro dos
Fundos estruturais, nomeadamente no
FEDER (Regulamento 1260/1999), no
Fundo de Coesão, (Regulamento 1264/1999
e 1164/94) e no ISPA (Regulamento
1267/1999).
Avaliação dos projectos no quadro
dos Fundos estruturais, do Fundo
de Coesão e do ISPA
Capítulo 1:
10
Caixa 1.1. Âmbito e objectivos dos fundos
FE: artigo 1º do Regulamento 1260/1999 (defi-
nição e objectivos): 
Os Fundos estruturais, o BEI e os demais instru-
mentos financeiros contribuirão, cada um da
forma apropriada, para a realização dos três
objectivos prioritários seguintes: 1) promoção do
desenvolvimento e do ajustamento estrutural das
regiões menos desenvolvidas, a seguir designado
„objectivo nº 1“; 2) apoio à reconversão econó-
mica e social das áreas com dificuldades estru-
turais, a seguir designado „objectivo nº 2“; 3)
apoio à adaptação e modernização das políticas
e sistemas de educação, de formação e de
emprego, a seguir designado „objectivo nº 3“.
FC: financia projectos no domínio do ambiente
(aquedutos, barragens e irrigação; estações de
depuração, instalações de tratamento de águas e
outras obras de carácter ambiental, incluindo
reflorestação, controlo da erosão, conservação
do ambiente natural e protecção das praias), mas
também as redes transeuropeias de infra-estru-
turas de transportes (vias férreas, aeroportos,
estradas, auto-estradas, portos) nos Estados-
Membros cujo PIB per capita é inferior a 90% da
média comunitária e que adoptem um programa
com o objectivo de cumprir os critérios de
convergência económica estabelecidos na alínea
c) do artigo 104º do Tratado da UE (Grécia,
Irlanda, Portugal e Espanha).
ISPA: artigo 1º do Regulamento 1267/1999 (defi-
nição e objectivos): 
O ISPA prestará assistência no quadro da prepa-
ração da adesão à UE dos seguintes países
candidatos: Bulgária, Eslováquia, Eslovénia,
Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Repú-
blica Checa e Roménia, a seguir designados „paí-
ses beneficiários“, em matéria de coesão econó-
mica e social, no que refere às políticas do ambi-
ente e dos transportes, nos termos do presente
regulamento.
Nos termos destes regulamentos, os investi-
mentos em infra-estruturas e os investi-
mentos produtivos podem ser financiados
através de um ou vários instrumentos finan-
ceiros da Comunidade – essencialmente, as
subvenções semgarantia (FE, Fundo de
Coesão), mas também os auxílios não reem-
bolsáveis, no caso do ISPA, empréstimos e
outros instrumentos financeiros (Banco
Europeu de Investimento, Fundo Europeu de
Investimento).
Os Fundos estruturais da União Europeia
podem financiar projectos extremamente
diversificados, tanto do ponto de vista do
sector em questão como do da dimensão
financeira do investimento.
Enquanto o FC e o ISPA financiam projectos
unicamente nos domínios dos transportes e
do ambiente, os FE, em especial o FEDER,
podem financiar igualmente projectos no
domínio da energia, da indústria e do sector
dos serviços.
1.2 Definição do
projecto
Os regulamentos relativos aos Fundos estru-
turais definem a dimensão financeira dos
projectos avaliados pela Comissão: o seu cus-
to não deve ser inferior a 50 milhões de
euros.
Por outro lado, os regulamentos relativos ao
Fundo de Coesão e ao ISPA, que indicam o
limiar financeiro a ter em consideração (10
milhões de euros no caso do Fundo de
Coesão e 5 milhões no caso do ISPA) para
evitar uma excessiva fragmentação dos pro-
jectos e garantir que os fundos são utilizados
de forma integrada e sistemática, definem
detalhadamente os termos “projecto” e “fase
de projecto”. Podem ser financiadas pelo
Fundo de Coesão e pelo ISPA, nos termos
dos respectivos regulamentos, os tipos de
medidas a seguir definidos:
• um projecto é uma série de acções indivi-
síveis no plano económico, associadas a
uma função técnica específica e dotadas de
objectivos identificáveis;
• uma fase de projecto é técnica e financei-
ramente independente e tem a sua efici-
ência própria;
• um grupo de projectos é um conjunto de
projectos que preenchem as três condições
seguintes:
- estão localizados na mesma área geográ-
fica ou situados num mesmo eixo de tran-
sportes;
- inserem-se num plano geral relativo a esta
área ou eixo;
- são supervisionados pelo um organismo,
responsável pela sua coordenação e pelo
seu acompanhamento.
Em relação a cada um destes projectos, seja
qual for a sua dimensão financeira, o autor
1.2 Definição do projecto
Caixa 1.2. Limiares financeiros 
FE – artigo 25º do Regulamento 1260/1999: Os Fundos podem
financiar, no âmbito de uma intervenção, despesas decorrentes
de grandes projectos, ou seja, projectos: a) que englobem um
conjunto de trabalhos economicamente indivisíveis com uma
função técnica precisa e visem objectivos claramente identifi-
cados, e b) cujo custo total tomado em consideração para deter-
minar o montante da participação dos Fundos seja superior a 50
milhões de euros.
FC – nº 3 do artigo 10º do Regulamento 1164/94: Os pedidos de
concessão de apoio para projectos abrangidos pelo nº 1 do artigo
3º serão apresentados pelos Estados-Membros interessados. Os
projectos e grupos de projectos inter-relacionados deverão ter
dimensão suficiente para produzirem um impacte significativo
nos domínios da protecção do ambiente ou da melhoria das redes
transeuropeias de infra-estruturas de transportes. O custo total
de um projecto ou grupo de projectos não poderá, em princípio,
ser inferior a 10 milhões de euros. Em casos devidamente justifi-
cados, poderão ser aprovados projectos ou grupos de projectos
de valor inferior.
ISPA: nº 2, alínea b), do artigo 2º do Regulamento 1267/1999: As
medidas deverão ter uma dimensão suficiente para produzirem
um impacte significativo no domínio da protecção do ambiente ou
na melhoria das redes de infra-estruturas de transportes. O custo
total de cada medida não deverá, em princípio, ser inferior a 5
milhões de euros. Em casos excepcionais e devidamente justifi-
cados, tendo em conta as circunstâncias específicas em causa, o
custo total de uma determinada medida poderá ser inferior a 5
milhões de euros.
deve efectuar uma análise de custos e benefí-
cios que tenha em conta os seus efeitos direc-
tos e indirectos sobre o emprego, eventual-
mente completada por outros métodos de
avaliação no caso de projectos realizados no
domínio do ambiente.
No que se refere aos limiares financeiros, são
de referir as seguintes características:
a) A principal variável económica é o custo
total do investimento. A avaliação deste
montante não deve basear-se nas fontes de
financiamento (por exemplo, apenas um
financiamento público ou apenas um co-
financiamento comunitário), mas sim no
valor económico global do investimento em
infra-estruturas ou produtivo proposto.
b) No caso de todos os custos de investi-
mento serem repartidos por vários anos,
deve ter-se em consideração a soma de todos
os custos anuais.
c) Se houver que considerar apenas os custos
do investimento, excluindo as despesas
correntes, recomenda-se que se inclua no cál-
culo o custo de todas as despesas excepcio-
nais efectuadas na fase de arranque, nomea-
damente as despesas de contratação e for-
mação do pessoal, os estudos preliminares,
os estudos de planeamento e outros estudos
técnicos, a revisão dos preços, a repartição do
capital de exploração, etc.
d) Nas situações en que existam vários
pequenos projectos estreitamente ligados
entre si é melhor considerá-los como um
único grande projecto (por exemplo, cinco
troços de uma mesma auto-estrada, cada um
com um custo de 6 milhões de euros, podem
ser considerados um único grande projecto
de 30 milhões de euros).
1.3 Responsabilidade
pela avaliação ex ante
Nos termos do artigo 26º do Regulamento
1260/1999 relativo aos FE, a Comissão tem
a responsabilidade de efectuar a avaliação
ex ante dos grandes projectos com base em
informações fornecidas pelo autor.
O artigo 1º do Regulamento 1265/1999 do
Fundo de Coesão determina que:
Os Estados-Membros beneficiários forne-
cerão todas as informações necessárias,
previstas no nº 4 do artigo 10º, incluindo
os resultados dos estudos de viabilidade e
12
1.3 Responsabilidade pela avaliação ex ante
Caixa 1.3 Definição do projecto
FE: artigo 5º do Regulamento 2081/93 (regula-
mento-quadro dos FE)
Formas de intervenção:
“1. A intervenção financeira dos Fundos estrutu-
rais, do BEI e dos outros instrumentos financeiros
comunitários existentes processar-se-á segundo
formas de financiamento diversificadas em
função da natureza das operações.
2. No que diz respeito aos Fundos estruturais e ao
IFOP, a intervenção financeira pode assumir prin-
cipalmente uma das seguintes formas: a) Co-
financiamento de programas operacionais; (…)
d) Co-financiamento de projectos adequados; 
O presente manual destina-se tanto aos grandes
projectos industriais como aos que fazem parte
de um programa operacional.
FC: artigo 1º do Regulamento 1265/1999:
“1. A Comissão, de acordo com o Estado-Membro
beneficiário, pode agrupar projectos e delimitar
num projecto fases técnica e financeiramente
independentes para efeitos de concessão de
assistência.
2. Para efeitos do presente regulamento, são apli-
cáveis as seguintes definições: a) ‘Projecto’: um
conjunto de trabalhos, economicamente indivisí-
veis, que desempenhem uma função técnica preci-
sa e com objectivos claramente identificados que
permitem avaliar se o projecto satisfaz o primeiro
critério enunciado no nº 5, primeiro travessão, do
artigo 10º; b) ‘Fase técnica e financeiramente inde-
pendente’: fase cujo carácter operacional explicito
pode ser identificado.
3. Uma fase pode dizer igualmente respeito a
estudos preparatórios, de viabilidade e técnicos,
necessários à realização de um projecto.
4. Para que seja respeitado o critério enunciado
no nº 3, terceiro travessão, do artigo 1º, podem
ser agrupados os projectos que cumpram as três
condições seguintes: a) Estarem situados na
mesma área ou no mesmo eixo de transporte; b)
Serem efectuados em aplicação de um plano de
conjunto para essa área ou esse eixo, com objec-
tivos claramente identificados, nos termos do nº
3 do artigo 1º; c) Serem supervisados por uma
entidade responsável pela coordenaçãoe pelo
acompanhamento do grupo de projectos, se estes
forem executados por diferentes autoridades
competentes.”
das avaliações ex ante (…) para que esta
apreciação possa ser realizada o mais
eficazmente possível.
O Regulamento 1267/1999 que institui o
ISPA estipula, no anexo II (C):
Os países beneficiários fornecerão todos os
elementos necessários, referidos no anexo
I, incluindo os resultados dos estudos de
viabilidade e das apreciações, uma indi-
cação das alternativas não seleccionadas e
informações sobre a coordenação de
medidas de interesse comum situadas no
mesmo eixo de transporte, de modo a que
esta apreciação possa ser realizada o mais
eficazmente possível.
As decisões da Comissão sobre os projectos
co-financiados devem basear-se numa
avaliação aprofundada realizada, em pri-
meiro lugar, por quem propõe o projecto.
Se a avaliação apresentada pelo requerente
for declarada insuficiente ou não convin-
cente, a Comissão pode solicitar uma
revisão ou uma análise mais elaborada, ou
pode efectuar a sua própria avaliação,
recorrendo, se necessário, a uma entidade
independente (artigo 40º do Regula-
mento 1260/1999):
Por iniciativa dos Estados-Membros ou
da Comissão e após informação do
Estado-Membro interessado, podem ser
lançadas avaliações complementares,
eventualmente temáticas, para identificar
experiências transferíveis.
No caso específico considerado do Fundo
de Coesão e do ISPA, os regulamentos
dispõem que, para a avaliação dos projec-
tos, a Comissão pode recorrer, se neces-
sário, ao Banco Europeu de Investimento.
Na prática, é muito frequente recorrer-se à
experiência do BEI para a realização dos
projectos, quer estes sejam ou não co-
financiados pelo banco.
Em qualquer caso, a decisão da Comissão
deverá resultar de um diálogo e de um
compromisso assumido conjuntamente
com o autor do projecto, de modo a extrair
do investimento o melhor benefício possí-
vel. Os Estados-Membros dispõem muitas
vezes de estruturas e de procedimentos
internos para avaliar projectos de certa
dimensão, mas podem surgir dificuldades
na avaliação da qualidade. A Comissão
pode contribuir de diversas formas para
superar estas dificuldades. A assistência téc-
nica à preparação da avaliação de um pro-
jecto pode ser co-financiada pelo quadro
comunitário de apoio ou através de outros
meios apropriados.
1.4. Informações
necessárias
Os regulamentos comunitários indicam as
informações que devem figurar no formu-
lário de candidatura para que a Comissão
possa efectuar uma avaliação eficaz. O artigo
26º do Regulamento 1260/1999 enuncia as
regras aplicáveis à apresentação de um pedi-
do de co-financiamento de grandes projectos
pelos Fundos estruturais. Requer uma análi-
se dos custos e benefícios, uma avaliação dos
riscos, uma avaliação do impacte ambiental
(e a aplicação do princípio do poluidor-
pagador), bem como dos efeitos em termos
de igualdade de oportunidades e de empre-
go.
Os regulamentos relativos ao Fundo de
Coesão e ao ISPA, além de referirem que as
propostas de co-financiamento devem con-
ter uma análise dos custos e benefícios,
uma avaliação do risco e uma descrição
detalhada das soluções alternativas prete-
ridas, dão igualmente algumas indicações
sobre os critérios a aplicar para garantir a
qualidade da avaliação. No caso dos projec-
tos ambientais, e’ requerida uma análise de
custos e benefícios, completada por outros
métodos de avaliação, eventualmente de
13
1.4. Informações necessárias
O avaliador de um projecto deve considerar
quer estas regras, quer as restantes normas
regulamentares semelhantes, sobretudo
como uma indicação geral das informações
mínimas a fornecer, e não como um conjun-
to de critérios rígidos. O requerente deve for-
necer as informações necessárias, mas cabe à
Comissão verificar se estas informações são
coerentes, completas e de qualidade sufici-
ente para permitir apreciar a avaliação do
autor. Se assim não for, a Comissão solicitará
informações suplementares.
De uma maneira geral, é sempre desejável
uma análise financeira para qualquer tipo de
investimento. Como se explica na segunda
parte deste manual, é especialmente impor-
tante saber em que medida os capitais inves-
tidos no projecto serão recuperados ao longo
dos anos, pelo menos parcialmente. Esta
recuperação poderá resultar, por exemplo, da
venda de serviços, quando esta estiver previs-
ta, ou de qualquer outro mecanismo de
financiamento não transitório capaz de gerar
receitas financeiras suficientes para cobrir as
despesas de execução do projecto durante
todo o período considerado.
É igualmente importante proceder a uma
análise financeira coerente de todos os pro-
ordem quantitativa, nomeadamente, uma
análise multicritérios e o respeito do prin-
cípio do poluidor-pagador (ver nº 5 do
artigo 10º do Regulamento 1164/94 e as
alterações introduzidas pelo Conselho). As
outras informações a fornecer no pedido de
financiamento pelo FC são: uma avaliação
dos efeitos directos e indirectos na situação
do emprego; uma indicação da contri-
buição do projecto para as políticas euro-
peias em matéria de ambiente e de redes
transeuropeias de transportes; e um “plano
de financiamento, incluindo, na medida do
possível, indicações sobre a viabilidade
económica do projecto” (ver nº 4 do artigo
10º do Regulamento 1164/94).
14
1.4. Informações necessárias
Caixa 1.5 Informações requeridas pelo ISPA
ISPA: Anexo I do Regulamento 1267/1999: Conte-
údo dos pedidos [nº 3, alínea a), do artigo 7º]
Dos pedidos constarão as seguintes informações:
1. nome do organismo responsável pela exe-
cução, natureza da medida e sua descrição; 
2. custo e localização da medida, incluindo, se for
caso disso, indicações sobre a interconexão e
interoperabilidade de medidas situadas no
mesmo eixo de transporte;
3. calendário de execução dos trabalhos;
4. análise de custos e benefícios, incluindo os
efeitos directos e indirectos no emprego, que
devem ser quantificados caso sejam quantificá-
veis;
5. avaliação do impacte ambiental, similar à
avaliação prevista na Directiva 85/337/CEE do
Conselho, de 27 de Junho de 1985, relativa à
avaliação dos efeitos de determinados projectos
públicos e privados no ambiente;
6. informações sobre o cumprimento das regras
de concorrência e da regulamentação em matéria
de contratos públicos;
7. plano de financiamento, incluindo, na medida
do possível, indicações sobre a viabilidade
económica da medida e o montante total de
financiamento que o país beneficiário pretende
obter do ISPA, do BEI, incluindo o seu mecanismo
de pré-adesão, e de outras fontes comunitárias
ou dos Estados-Membros, do BERD e do Banco
Mundial;
8. compatibilidade da medida com as políticas
comunitárias;
9. informações sobre as disposições destinadas a
assegurar uma utilização e manutenção eficazes
das instalações;
10. (Medidas em matéria de ambiente) informa-
ções sobre o lugar e o grau de prioridade da
medida na estratégia nacional em matéria de
ambiente, estabelecida no programa nacional de
adopção do acervo comunitário;
11. (Medidas em matéria de transportes) infor-
mações sobre a estratégia nacional de desenvol-
vimento dos transportes e o lugar e o grau de
prioridade da medida nessa estratégia, incluindo
o grau de coerência com as orientações das
redes transeuropeias e com a política pan-euro-
peia de transportes.
Caixa 1.4 Papel do BEI 
e do Banco Mundial
FC: artigo 13º do Regulamento 1164/94 (apreciação, acompanha-
mento e avaliação)
A fim de assegurar a eficácia do apoio comunitário, a Comissão e
os Estados-Membros beneficiários deverão proceder, eventual-
mente em cooperação com o BEI, à apreciação e à avaliação
sistemáticas dos projectos.
ISPA: Regulamento 1267/1999, anexo II (B)
A Comissão pode, se necessário, convidar o BEI, o BERD ou o
Banco Mundial a contribuir para a apreciação das medidas. A
Comissão examinaráos pedidos de contribuição, nomeadamente
para verificar se os mecanismos administrativos e financeiros
permitem uma execução eficaz da medida.
15
1.4. Informações necessárias
Caixa 1.6 Informações requeridas pelos FE e pelo FC
FE: artigo 26º do Regulamento 1260/99: Se o
Estado-Membro ou a autoridade de gestão enca-
rar uma participação dos Fundos num grande
projecto, durante a execução das intervenções,
informará previamente a Comissão, transmi-
tindo-lhe as seguintes informações: a) Orga-
nismo responsável pela execução; b) Natureza do
investimento e sua descrição, bem como o
respectivo envelope financeiro e a localização; c)
Calendário de execução do projecto; d) Análise
dos custos e dos benefícios, incluindo finan-
ceiros, avaliação dos riscos e indicações sobre a
viabilidade económica do projecto; e) Além disso:
- em relação aos investimentos em infra-estru-
turas, análise dos custos e dos benefícios socio-
económicos do projecto, incluindo indicação da
taxa prevista de utilização, impacte previsível no
desenvolvimento ou na reconversão da região em
causa, bem como aplicação das disposições
comunitárias relativas aos contratos públicos; -
em relação aos investimentos produtivos, análise
das perspectivas do mercado no sector em causa
e da rentabilidade prevista do projecto; f) Efeitos
directos e indirectos na situação do emprego, se
possível a nível comunitário; g) Elementos que
permitam avaliar o impacte ambiental e a apli-
cação dos princípios de precaução e acção
preventiva, de correcção - prioritariamente, na
fonte - dos prejuízos ao ambiente e do princípio
do poluidor-pagador, bem como a observância
das regras comunitárias em matéria de ambi-
ente; h) Elementos necessários à apreciação do
cumprimento das regras de concorrência, por
exemplo, em matéria de auxílios de Estado; i)
Indicação do efeito da participação dos Fundos
na realização do projecto; j) Plano de financia-
mento e montante total dos recursos financeiros
previstos para a participação dos Fundos e de
qualquer outra fonte de financiamento comuni-
tário.
FC: nº 4º do artigo 10º do Regulamento 1164/94:
Os pedidos deverão conter as seguintes informa-
ções: organismo responsável pela execução do
projecto; natureza do investimento e sua des-
crição; custos e localização, incluindo, nos casos
adequados, a indicação dos projectos de inte-
resse comum situados no mesmo eixo de tran-
sportes; calendário de execução dos trabalhos;
análise dos custos e dos benefícios, incluindo os
efeitos directos e indirectos sobre o emprego;
elementos que permitam avaliar o eventual
impacte ambiental; elementos relativos aos con-
tratos públicos; plano de financiamento, inclu-
indo, na medida do possível, indicações sobre a
viabilidade económica do projecto e o montante
total do financiamento que o Estado-Membro
pretende obter do fundo ou de qualquer outra
fonte comunitária. Os pedidos deverão igual-
mente conter todas as informações úteis para
proceder à necessária demonstração da confor-
midade dos projectos com o presente regula-
mento e com os critérios constantes do nº 5,
designadamente no que diz respeito às vanta-
gens socioeconómicas que daí resultarão, a
médio prazo, relativamente aos recursos mobili-
zados.
jectos, quer gerem ou não receitas financeiras
positivas, uma vez que esta análise está na
base da ACB e pode melhorar a qualidade da
apreciação do projecto.
A leitura do presente manual permitirá aos
interessados compreenderem melhor quais
as informações de que a Comissão necessita
para apreciar as questões referidas nos arti-
gos dos regulamentos relativos aos FE, ao FC
e ao ISPA e noutros documentos, como a
estimativa dos custos e dos benefícios socio-
económicos, a consideração do impacte no
desenvolvimento regional e no ambiente, a
avaliação dos efeitos directos e indirectos,
imediatos e permanentes na situação do
emprego, a estimativa da rentabilidade
económica e financeira, etc. Existem várias
maneiras de corresponder a esta necessidade
de informação: o manual destaca alguns ele-
mentos essenciais, os métodos a seguir e os
critérios a respeitar.
Enquadramento
O presente capítulo apresenta um breve resu-
mo das informações essenciais que é aconse-
lhável o autor de um projecto a co-financiar
incluir no seu processo de candidatura.
Fornece igualmente aos funcionários da
Comissão e aos consultores externos uma
grelha de leitura que estes poderão utilizar na
sua apreciação da análise de custos e benefí-
cios dos projectos de investimento.
O plano estrutura-se em sete pontos.
Alguns destes pontos são condições prévias
necessárias à análise de custos e benefícios:
• Definição de objectivos
• Identificação do projecto
• Análise de viabilidade e opções
• Análise financeira
• Análise económica
• Análise multicritérios
• Análise de sensibilidade e risco.
Cada secção tem uma perspectiva puramente
prática e cada problema será analisado tanto
do ponto de vista do autor do projecto como
do ponto de vista do avaliador.
2.1 Definição de
objectivos
A definição dos objectivos do projecto e do
objecto do estudo é essencial à identificação
do projecto: este é o ponto de partida da
avaliação. De uma maneira geral, a questão à
qual o processo de candidatura deve permitir
responder é a seguinte:
Quais serão os benefícios socioeconómicos
da execução do projecto?
A análise dos objectivos consiste em verificar
que:
1. O processo de candidatura ou o relatório
de avaliação determina as variáveis socioeco-
nómicas que o projecto é susceptível de
influenciar.
2. O autor do projecto indica os objectivos
específicos da política regional e da política
de coesão da UE que o projecto permitirá
Plano para o avaliador 
do projecto
Capítulo 2:
16
Erros frequentes
As variáveis socioeconómicas, como o rendimento per capita, a taxa
de emprego, o consumo per capita, etc., devem ser mensuráveis. É pre-
ciso evitar alguns erros frequentes:
• uma declaração vaga de que o projecto favorecerá o desenvolvi-
mento económico ou o bem-estar social não constitui um objectivo
mensurável;
• os hectares de novas florestas são facilmente mensuráveis, mas
não constituem um objectivo social em si: são realizações do pro-
jecto e não o seu resultado;
• o PIB por habitante numa determinada região constitui um objectivo
social mensurável, mas só os projectos muito grandes, como os que
são realizados à escala inter-regional ou nacional, podem influ-
enciá-lo de forma mensurável; no caso destes projectos, pode reve-
lar-se útil procurar prever a evolução do PIB regional global a longo
prazo, com e sem o projecto.
atingir e, mais especificamente, a forma
como o projecto, se for executado, influen-
ciará a concretização destes objectivos.
Estes objectivos devem ser variáveis socioe-
conómicas e não apenas indicadores mate-
riais. Devem ter uma ligação lógica com o
projecto e o autor deve indicar como medir o
seu grau de execução.
No que se refere à definição dos objectivos
socioeconómicos, o autor do projecto deve
poder responder às seguintes questões essen-
ciais:
Em primeiro lugar e acima de tudo: é possí-
vel dizer que o conjunto de benefícios decor-
rentes do projecto, em termos de bem-estar,
são proporcionais ao respectivo custo?
Em segundo lugar: foram tomados em
consideração todos os principais efeitos soci-
oeconómicos directos e indirectos?
Em terceiro lugar: no caso de não ser possí-
vel medir todos os efeitos sociais directos e
indirectos do projecto, por falta de dados,
foram identificados alguns valores de substi-
tuição ligados a este objectivo?
Para determinar o impacte do projecto, é
necessária uma definição clara e completa
dos objectivos socioeconómicos. No entanto,
muitas vezes é difícil prever todos os impac-
tes de um dado projecto.
Além disso, as alterações em
termos de bem-estar têm
diversas componentes: porexemplo, os dados regionais
geralmente não permitem
obter estimativas fiáveis do
impacte global de projectos
individuais sobre as trocas
com outras regiões; os efei-
tos indirectos no emprego
são difíceis de quantificar; a
competitividade pode
depender das condições do
comércio externo, das taxas
de câmbio ou da evolução dos preços rela-
tivos, variáveis para as quais uma análise por
projecto pode revelar-se demasiado onerosa.
No entanto, nestes casos, é muitas vezes pos-
sível encontrar variáveis ligadas aos objec-
tivos socioeconómicos. Por exemplo, se for
difícil determinar o aumento da produtivi-
dade e da competitividade de uma dada
região, talvez seja possível medir a evolução
das exportações.
O presente manual não propõe que se ten-
ham em conta todos os efeitos indirectos e
eventualmente longínquos de um projecto
(que podem ser numerosos e muito difíceis
de analisar e de quantificar). O procedi-
mento sugerido pelo manual baseia-se ape-
nas na análise dos custos e dos benefícios das
variáveis microeconómicas.
Se é certo que a avaliação dos benefícios
sociais de cada projecto depende dos objec-
tivos de política económica dos diferentes
parceiros, a exigência essencial, na perspec-
tiva da Comissão, é que o projecto tenha uma
ligação lógica aos principais objectivos dos
fundos envolvidos: FE, FC e ISPA. O autor
do projecto deve estar seguro de que a assis-
tência proposta é coerente com estes objec-
tivos; por seu lado, o avaliador deve verificar
que, efectivamente, existe coerência e que
esta é justificada. Nos casos dos FE, do FC e
17
2.1 Definição de objectivos
Lista de verificação para a definição dos objectivos
• O projecto tem um objectivo claramente definido em termos de variáveis socioeconómicas?
• A realização do projecto permite obter benefícios socioeconómicos?
• Os objectivos estão logicamente associados?
• O conjunto de benefícios resultantes do projecto em termos de bem-estar é proporcional
ao respectivo custo?
• Foram tidos em conta os principais efeitos socioeconómicos directos e indirectos?
• No caso de não ser possível medir todos os efeitos sociais directos e indirectos do projec-
to, foram identificados todos os valores de substituição ligados ao objectivo?
• São indicados os meios de medir o grau de consecução dos objectivos?
• O projecto é coerente com os objectivos dos fundos comunitários (definidos no artigo 25º
do Regulamento 1260/1999, no artigo 1º do Regulamento 1164/1994 e no artigo 2º do Regu-
lamento 1267/1999)?
• O projecto é coerente com os objectivos da UE no sector de assistência considerado?
do ISPA, especificamente, os projectos fazem
parte de programas desenvolvidos a nível
nacional ou regional (DOCUP, Programas
Operacionais e Complementos de Progra-
mação no caso do Objectivo nº 1, DOCUP
nos casos dos objectivos nº 2 e nº 3 dos FE,
plano de programa e plano nacional nos
casos do FC e do ISPA).
O projecto, que deve estar em conformidade
com os objectivos gerais dos diferentes fun-
dos, deve ser igualmente compatível com a
legislação comunitária nos domínios de
assistência em causa, essencialmente os dos
transportes e do ambiente, assim como com
os regulamentos em matéria de concor-
rência.
2.2 Identificação do
projecto
Para identificar o projecto, importa verificar
o seguinte:
1. O objecto do projecto constitui uma uni-
dade de análise claramente definida, de acor-
do com os princípios gerais da ACB;
2. O objecto da avaliação corresponde à defi-
nição de projecto formulada pelos regula-
mentos;
3. São respeitados os limiares financeiros
indicados nos regulamentos (ver caixa 1.2,
capítulo 1, Limiares financeiros).
2.2.1 Projectos claramente identificados
O projecto deve ser claramente definido
como uma unidade de análise independente.
Concretamente, as actividades previstas no
projecto devem tender para um objectivo
único e integrar um conjunto coerente e
coordenado de acções e de funções.
O mesmo se aplica aos casos em que o rela-
tório de análise se limita a apresentar as fases
iniciais do investimento, cujo êxito depende
da conclusão de todo o projecto. É preciso
insistir neste ponto, uma vez que, na prática,
o processo administrativo de decisão pode
obrigar à subdivisão do projecto em diversas
fases.
Em certos casos, pode também acontecer que
seja apresentado um projecto global mas que
apenas seja pedido co-financiamento para
uma das suas partes, sem que realmente se
saiba se as outras partes, essenciais ao projec-
to, serão realizadas.
Para identificar um projecto cuja apreciação
não é suficiente, é por vezes necessário soli-
citar ao Estado-Membro que reconsidere
determinadas partes do projecto como cons-
tituindo um único grande projecto e que for-
neça informações complementares a seu res-
peito, por exemplo, a ACB, como requerem
os regulamentos supracitados.
O autor de um projecto deve justificar a
escolha do objecto da análise e cabe ao avali-
ador ajuizar da qualidade desta escolha. Se o
objecto da análise não estiver claramente
definido, o avaliador pode solicitar ao autor
do projecto que complete o seu processo de
apresentação, sendo mais preciso na identifi-
cação do projecto.
A este respeito, ver também, no capítulo 3, os
pontos relativos à identificação dos projec-
tos.
2.2.2 Limiar financeiro
Os regulamentos citados no capítulo 1 indi-
cam o limiar financeiro inferior a respeitar
para que um projecto seja elegível (FC, ISPA)
ou considerado um grande projecto
(FEDER). Na realidade, o custo total (custo
elegível para o FEDER) dos investimentos
propostos deve ser superior aos valores indi-
cados no quadro 2.1 (sobre a distinção entre
custo elegível e custo total do investimento,
ver a secção relativa à análise financeira).
18
2.2 Identificação do projecto
2.2.3 Definição dos projectos
Sobre a definição dos projectos, convida-se o
leitor a consultar 1.2.
Para a avaliação de uma série de projectos
agrupados segundo os princípios acima
expostos, a análise não incide, geralmente,
sobre cada projecto, mas sim sobre os princi-
pais elementos da série, ou então consiste em
efectuar controlos por sondagem.
Neste caso, o controlo do avaliador consiste
em reconstituir o contexto técnico-econó-
mico que justifica a identificação do sujeito
da avaliação, o que constitui um aspecto
essencial da avaliação do projecto. No entan-
to, pode acontecer que a ACB obrigue a ir
para além das definições administrativas.
Por exemplo, para avaliar a qualidade de um
determinado projecto, o autor deve fornecer
uma avaliação ex ante apropriada, e não ape-
nas da parte do projecto que deve ser finan-
ciada com a contribuição dos FE, do FC ou
do ISPA, mas também das partes que lhe
estejam estreitamente associadas.
19
2.2 Identificação do projecto
• Um projecto de auto-estrada ligando a cidade A à cidade B,
que se justifica apenas pela perspectiva da localização de
um aeroporto próximo da cidade B e do possível aumento do
volume do tráfego entre o aeroporto e a cidade A: o projec-
to deverá ser analisado no contexto do sistema conjunto
aeroporto/auto-estrada.
• Uma central hidroeléctrica localizada em X e destinada a
servir uma nova unidade industrial, grande consumidora de
energia: se os dois objectos forem interdependentes no que
toca à avaliação dos custos e benefícios, a análise deverá
ser integrada, mesmo que o apoio dos Fundos estruturais
apenas seja solicitado para a componente de abastecimento
de energia.
• Um importante projecto de produção florestal financiado por
fundos públicos, cujo objectivo é abastecer uma empresa
privada de produção de celulose: a análise deve considerar
simultaneamente os custos e benefícios do projecto flores-
tal e da instalação industrial.
• A construção de uma estação de depuração de água, justifi-
cada pela perspectiva do desenvolvimento de um destino
turístico, comconstrução de complexos hoteleiros, só se
justifica se o sítio estiver desenvolvido.
• Uma estação de tratamento de resíduos ligada a um plano
de ordenamento urbano que prevê o desenvolvimento de
uma determinada área só justificará um auxílio no quadro
de novas fixações humanas. Em muitos casos, a unidade de
análise mais apropriada pode ser mais vasta do que as suas
componentes. É evidente que a ACB de um único elemento
produziria resultados errados. Se o avaliador receber um
processo de apreciação incompleto, deve solicitar uma aná-
lise mais completa.
Exemplos de identificação de um projecto
Figura 2.1 Limiar financeiro inferior dos
projectos elegíveis
Fundo Limiar em milhões de euros
FEDER 50
FC 10
ISPA 5
Lista de verificação para a identificação
do projecto
• O projecto constitui uma unidade de análise claramente definida?
• Trata-se de um projecto, de uma fase de projecto ou de um grupo de
projectos (na acepção do artigo 25º do Regulamento 1260/1999, do
artigo 1º do Regulamento 1265/1999 e do artigo 2º do Regula-
mento 1267/1999)?
• Trata-se de um grupo de projectos que preenchem as condições
requeridas em matéria de localização, que se inserem num plano de
conjunto e que são supervisionados por um mesmo organismo de
controlo?
• O projecto respeita os limiares financeiros previstos pelos regula-
mentos?
2.3 Análise de
viabilidade e opções
A viabilidade não se refere apenas aos aspec-
tos de engenharia, mas também, em muitos
casos, às questões de marketing, de gestão, de
análise da execução, etc. Não é raro que
adopta diferentes alternativas de um projecto
para realizar um objectivo socioeconómico.
O autor do projecto deve demonstrar que a
sua opção é a melhor de todas as alternativas
possíveis. Em alguns casos, um projecto pode
ser considerado válido do ponto de vista da
ACB, mas inferior a outras alternativas possí-
veis. Para verificar que um projecto corres-
ponde à melhor opção, é necessário respon-
der às seguintes perguntas:
Primeira: O processo de candidatura contém
uma demonstração suficiente da viabilidade
do projecto?
Segunda: O requerente apresentou provas de
terem sido devidamente ponderadas as
outras opções possíveis?
O avaliador do projecto deverá assegurar-se
de que o requerente efectuou um estudo de
viabilidade apropriado e uma análise das
alternativas possíveis. Se a demonstração não
for suficiente, o avaliador pode recomendar
que seja completada e rever o projecto em
conformidade.
Os relatórios de viabilidade clássicos relativos
às grandes infra-estruturas podem incluir
informações sobre o contexto económico e
institucional, a procura prevista (por parte
do mercado ou não), a tecnologia disponível,
o plano de produção (incluindo a taxa de
utilização da infra-estrutura), as necessi-
dades em pessoal, a escala do projecto, a sua
localização, os meios de produção materiais,
o calendário e a execução, as fases de desen-
volvimento, a planificação financeira e os
aspectos ambientais. Na maior parte dos
casos, a análise dos grandes projectos implica
estudos complementares detalhados (enge-
nharia, marketing, etc.; ver anexo G, Sumário
de um estudo de viabilidade).
Em alguns casos, um projecto pode passar o
teste da ACB mas revelar-se, em termos do
impacte social, inferior a outras alternativas.
A título de exemplo, podemos citar os pro-
jectos no domínio dos transportes, em
relação aos quais podem ser considerados
diferentes itinerários, diferentes calendários
de construção ou diferentes tecnologias;
grandes edifícios hospitalares, em oposição a
uma oferta mais difusa de espaços dedicados
aos cuidados de saúde; a localização de uma
fábrica numa área A em oposição a uma área
B; diferentes sistemas de carga máxima para
o fornecimento de energia; melhoria da efici-
ência energética, em vez da (ou em adição à)
construção de uma nova central, etc.
Para cada projecto, podem ser consideradas,
pelo menos, três opções:
• a opção de nada fazer (cenário de refe-
rência sem projecto ou statu quo);
• a opção de fazer o mínimo (cenário de
referência com intervenção mínima);
• a opção de fazer qualquer coisa (cenário
com o projecto estudado ou uma alterna-
tiva razoável, como a de um projecto base-
ado numa técnica ou num conceito de
substituição).
20
2.3 Análise de viabilidade e opções
Exemplo de alternativas
Para ligar a cidade A à cidade B, é possível consi-
derar três alternativas:
1. construir uma nova linha de caminho-de-ferro;
2. construir uma nova estrada;
3. melhorar a estrada existente (opção “fazer o
mínimo”).
Se for proposta a construção de uma nova estrada,
é necessário demonstrar que esta é preferível às
alternativas do caminho-de-ferro e da melhoria da
estrada existente, não obstante a viabilidade des-
tas opções.
A opção de nada fazer é a referência habitual
de um projecto cujo princípio básico consis-
te em comparar as situações com e sem o
projecto. A opção de nada fazer é também
designada por “cenário sem projecto”.
Por exemplo, para ligar duas áreas, a opção
nada fazer consiste em utilizar o antigo ser-
viço de “ferry”, a opção fazer o mínimo pode-
rá ser a de renovar ou melhorar o serviço de
“ferry” e o projecto poderá consistir em
construir uma ponte.
O cálculo dos indicadores de desempenho
financeiros e económicos deve basear-se na
diferença entre a opção fazer qualquer coisa e
a opção nada fazer ou a opção fazer o míni-
mo.
2.4 Análise financeira
O objecto da análise financeira é utilizar as
previsões do cash-flow (fluxo de tesouraria)
do projecto para calcular as taxas de rentabi-
lidade apropriadas, em especial a taxa (inter-
na) de rentabilidade financeira (TIRF), a taxa
(interna) de rentabilidade financeira calcu-
lada sobre o custo do investimento (TIRF/C)
e a taxa (interna) de rentabilidade financeira
calculado sobre fundos próprios (TIRF/K),
bem como o correspondente valor actual
líquido financeiro (VALF).
Enquanto a ACB abrange um campo mais
vasto do que a rentabilidade financeira de
um projecto, a análise financeira fornece ao
avaliador informações essenciais sobre a
relação entre os factores de produção e o pro-
duto, sobre os seus preços e sobre a estrutura
global da programação das receitas e das des-
pesas.
A análise financeira é constituída por uma
série de quadros que reúnem os fluxos finan-
ceiros do investimento, distribuídos entre o
investimento total (quadro 2.1), as despesas e
receitas de exploração (quadro 2.2), as fontes
de financiamento (quadro 2.3) e a análise do
cash-flow para a viabilidade financeira (qua-
dro 2.4).
No final, a análise financeira deve permitir
elaborar dois quadros que resumam os flu-
xos financeiros:
1. Um quadro da rentabilidade do investi-
mento (capacidade das receitas líquidas de
exploração para cobrir os custos de inves-
timento, quadro 2.5) independentemente
da forma como estes são financiados;
2. Um outro quadro para o cálculo da renta-
bilidade dos fundos próprios, nos casos
em que os custos são suportados por fun-
dos próprios do investidor privado
(quando são efectivamente pagos), a
contribuição nacional a três níveis (local,
regional e central), os créditos financeiros
no momento em que são reembolsados,
além dos custos de exploração, juros
incluídos, e as entradas que representam
receitas. Este quadro não inclui a sub-
venção comunitária. Indica a taxa de
rentabilidade do projecto tendo em conta
o seu encargo financeiro, mas indepen-
2.4 Análise financeira
Caixa 2.1 Análise das alternativas
FC - nº 2 do artigo 1º do Regulamento 1265/1999: “Os Estados-
Membros beneficiários fornecerão todas as informações necessá-
rias, previstas no nº 4 do artigo 10º, incluindo os resultados dos
estudos de viabilidade e das avaliações ex ante (...) os Estados-
Membros fornecerão igualmente, (...) se for caso disso, a indicação
das possíveis alternativasque não tenham sido adoptadas.”
Lista de verificação do estudo de 
viabilidade e da análise das opções
O processo de candidatura contém provas suficientes da viabilidade do
projecto (do ponto de vista da engenharia, do marketing, da gestão, da exe-
cução, do ambiente, etc.)?
O requerente apresentou provas de terem sido devidamente consideradas
as opções alternativas (pelo menos, as opções nada fazer e fazer o míni-
mo)?
21
dentemente dos custos de investimento
(quadro 2.6).
Para a correcta elaboração destes quadros, é
necessário ter na devida atenção os seguintes
elementos:
• o horizonte temporal;
• a determinação dos custos totais (custos
totais de investimento, rubrica 1.21, e cus-
tos totais de exploração, rubrica 2.9);
• as receitas geradas pelo projecto (vendas,
rubrica 2.13);
• o valor residual do investimento
(rubrica 1.19);
• o ajustamento correspondente à inflação;
• a verificação da viabilidade financeira
(quadro 2.4);
• a escolha da taxa de actualização apro-
priada;
• a determinação dos principais indicadores
de desempenho (quadros 2.5 e 2.6, a TIRF
e o VALF do investimento e do capital,
rubricas 5.4, 5.5, 6.4 e 6.5);
• a determinação da taxa de co-financia-
mento.
2.4.1 O horizonte temporal
Por horizonte temporal entende-se o número
máximo de anos sobre os quais são forne-
cidas previsões. As previsões relativas à evo-
lução do projecto devem ser formuladas para
um período correspondente à sua duração
de vida económica, suficientemente longo
para cobrir o eventual impacte a médio ou
longo prazo.
As previsões sobre o futuro de um projecto
devem ser feitas para um período adaptado à
sua vida economicamente útil e suficiente-
mente longo para abranger o seu impacte
provável a médio e longo prazo.
A escolha do horizonte temporal pode ter
um efeito extremamente importante nos
resultados do processo de avaliação. Mais
concretamente, esta escolha afecta o cálculo
dos principais indicadores da análise de cus-
22
2.4 Análise financeira
Fig. 2.2 Estrutura da
análise financeira
1. Investimento total
3. Fontes de financiamento 6. Cálculo da TIRF/K
5. Cálculo da TIRF/C
4. Viabilidade financeira
2. Despesas e receitas 
totais de exploração
Caixa 2.2 Horizonte temporal
FC - Orientações: “A duração de vida varia em
função da natureza dos investimentos: é mais
longa para os trabalhos de construção civil (30-40
anos) do que para as instalações técnicas (10-15
anos). No caso de um investimento misto que
inclua trabalhos de construção civil e instalações,
a duração de vida do investimento pode ser fixada
com base na duração de vida da infra-estrutura
principal (neste caso, deve ser incluído na análise
o investimento na renovação da infra-estrutura
com duração de vida mais curta). A duração de
vida pode também ser determinada tendo em conta
a natureza jurídica ou administrativa: por exemplo,
a duração de uma concessão, quando for o caso”.
Orientações do ISPA: “Os projectos de infra-estru-
turas são geralmente avaliados por um período de
20-30 anos, o que representa uma estimativa apro-
ximada da sua duração de vida económica. Embora
os seus activos físicos possam durar muito mais
tempo – por exemplo, uma ponte pode durar 100
anos – geralmente, não é útil procurar fazer previ-
sões para períodos mais alargados. No caso de
activos com uma duração de vida muito longa,
pode ser acrescentado um valor residual no final
do período de avaliação, para dar uma ideia do seu
valor potencial de revenda ou do seu valor em caso
de continuação da sua utilização”.
23
2.4 Análise financeira
Quadro 2.1 Investimentos totais – em milhares de euros
Anos
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1.1 Terreno 400
1.2 Edifícios 700 600 150
1.3 Novos equipamentos 155 74 80 91
1.4 Equipamentos usados 283 281
1.5 Manutenção excepcional 200
1.6 Activos fixos 1.100 1.038 505 80 200 0 91 0 0 0
1.7 Licenças 500
1.8 Patentes 500
1.9 Outras despesas de instalação 60
1.10 Despesas de instalação 0 60 1.000 0 0 0 0 0 0 0
1.11 Custos de investimento (A) 1.100 1.098 1.505 80 200 0 91 0 0 0
1.12 Tesouraria 26 129 148 148 148 148 148 148 148 148
1.13 Clientes 67 802 827 827 827 827 827 827 827 827
1.14 Existências 501 878 880 880 880 880 880 880 880 880
1.15 Dívidas a curto prazo 508 1.733 1.694 1.694 1.694 1.694 1.694 1.694 1.694 1.694
1.16 Fundo de maneio líquido (=1.12+1.13+1.14-1.15) 86 76 161 161 161 161 161 161 161 161
1.17 Variações do fundo de maneio (B) 86 -10 85 0 0 0 0 0 0 0
1.18 Substituição do equipamento de curta duração 200
1.19 Valor residual -1.500
1.20 Outros elementos de investimento (C) 0 0 0 0 200 0 0 0 0 -1.500
1.21. Custos totais de investimento (A)+(B)+(C) 1.186 1.088 1.590 80 400 0 91 0 0 -1.500
Quadro 2.2 Receitas e custos de exploração – em milhares de euros
Anos
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2.1 Matérias-primas 1.564 5.212 5.212 5.212 5.212 5.212 5.212 5.212 0
2.2 Mão-de-obra 132 421 421 421 421 421 421 421 0
2.3 Electricidade 15 51 51 51 51 51 51 51 0
2.4 Combustíveis 5 18 18 18 18 18 18 18 0
2.5 Manutenção 20 65 70 70 70 70 70 70 0
2.6 Custos industriais gerais 18 75 80 80 80 80 80 80 0
2.7 Custos administrativos 48 210 224 224 224 224 224 224 0
2.8 Despesas ligadas às vendas 220 1.200 1.400 1.400 1.400 1.400 1.400 1.400 0
2.9 Custos de exploração totais 2.022 7.252 7.476 7.476 7.476 7.476 7.476 7.476 0
2.10 Produto A 400 1.958 2.458 2.458 2.458 2.458 2.458 2.458 0
2.11 Produto B 197 840 1.140 1.140 1.640 1.640 1.640 1.640 0
2.12 Produto C 904 2.903 3.903 3.903 4.403 4.403 4.403 4.403 0
2.13 Vendas 1.501 5.701 7.501 7.501 8.501 8.501 8.501 8.501 0
2.14 Receitas líquidas de exploração -521 -1.551 25 25 1.025 1.025 1.025 1.025 0
Os números identificam as rubricas.
Devem ser mantidos nos quadros
seguintes.
O valor residual deve ser sempre inscrito no fim do ano (ver
também abaixo). Trata-se de uma entrada. Neste quadro, é
antecedido do sinal “menos” porque todos os outros elemen-
tos correspondem a saídas.
No primeiro ano não há receitas nem custos de exploração, mas
apenas custos de investimento (ver quadro 1).
24
2.4 Análise financeira
Quadro 2.3 Quadro das fontes de financiamento – em milhares de euros
Anos
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3.1 Fundos próprios privados 100 200 100 0 0 0 0 0 0 0
3.2 Nível local
3.3 Nível regional 200
3.4 Nível central 200 200 100
3.5 Contribuição pública nacional total (=3.2+3.3+3.4) 400 200 100 0 0 0 0 0 0 0
3.6 Subvenção da UE 1.132 1.056 1.013 532 496
3.7 Obrigações e outros recursos financeiros
3.8 Empréstimos do BEI 0 1.822
3.9 Outros empréstimos
3.10 Recursos financeiros totais (=3.1+3.5+…+3.9) 1.632 1.456 3.035 532 496 0 0 0 0 0
Um empréstimo é aqui uma entrada. É
contabilizado como recurso financeiro
proveniente de terceiros.
A subvenção da UE deve ser integrada neste qua-
dro. Figura igualmente no quadro abaixo relativo
à viabilidade financeira.
Os fundos próprios privados são a contri-
buição de um investidor privado.
Neste quadro, um empréstimo é considerado como uma
saída no momento em que é reembolsado. O empréstimo
enquanto entrada figura nos recursos financeiros (3.8).
Há viabilidade financeira se os valores desta
rubrica forem superiores ou iguais a zero em
todos os anos considerados.
O valor residual só figura neste qua-
dro se o investimento for efectiva-
mente liquidado no fim do ano. No
caso presente, não existe valor resi-
dual, uma vez que não há liquidação
nem, portanto, entrada efectiva de
dinheiro.
Os juros, as pensões de reforma, os
reembolsos de empréstimos e os
impostos são os únicos elementos que
não estão já integrados nos quadros
anteriores. Todos os outros elementos
devem manter os respectivos números
dos quadros precedentes.
Quadro 2.4 Quadro relativo à viabilidade financeira– em milhares de euros
Años
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3.10 Recursos financeiros totais 1.632 1.456 3.035 532 496 0 0 0 0 0
2.13 Vendas 0 1.501 5.701 7.501 7.501 8.501 8.501 8.501 8.501 0
4.1 Entradas totais 1.632 2.957 8.736 8.033 7.997 8.501 8.501 8.501 8.501 0
2.9 Custos de exploração totais 0 2.022 7.252 7.476 7.476 7.476 7.476 7.476 7.476 0
1.21 Custos de investimento totais 1.186 1.088 1.590 80 400 0 91 0 0 0
4.2 Juros 0 0 8 8 8 8 8 8 8 0
4.3 Pensões de reforma 0 0 0 0 0 0 0 0 0 197
4.4 Reembolso de empréstimos 0 0 0 168 189 211 237 265 300 451
4.5 Impostos 0 62 78 83 95 95 95 95 95 0
4.6 Saídas totais 1.186 3.172 8.928 7.815 8.168 7.790 7.907 7.844 7.879 648
4.7 Cash-flow total (=4.1-4.6) 446 -215 -192 218 -171 711 594 657 622 -648
4.8 Cash-flow total acumulado 446 231 39 257 86 797 1.391 2.048 2.670 2.022
Os empréstimos do BEI
vencem juros (ver 3.8) a
partir do 3º ano em que
o empréstimo é regis-
tado como entrada.
25
2.4 Análise financeira
Como indicam os números das rubricas, todos os elementos
deste quadro foram já calculados no quadro anterior. Para
preencher este quadro e o seguinte, é necessário incluir
neles todos os elementos necessários e calcular as taxas.
Quadro 2.5 Cálculo da taxa interna de rentabilidade financeira sobre o custo de investimento – em milhares de euros
Anos
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2.13 Vendas 0 1.501 5.701 7.501 7.501 8.501 8.501 8.501 8.501 0
5.1 Receitas totais 0 1.501 5.701 7.501 7.501 8.501 8.501 8.501 8.501 0
2.9 Custos de exploração totais 0 2.022 7.252 7.476 7.476 7.476 7.476 7.476 7.476 0
4.3 Pensões de reforma 0 0 0 0 0 0 0 0 0 197
1.21 Custos de investimento totais 1.186 1.088 1.590 80 400 0 91 0 0 -1.500
5.2 Despesas totais 1.186 3.110 8.842 7.556 7.876 7.476 7.567 7.476 7.476 -1.303
5.3 Cash-flow líquido (5.1-5.2) -1.186 -1.609 -3.141 -55 -375 1.025 934 1.025 1.025 1.303
5.4 Taxa interna de rentabilidade financeira (TIRF/C)
do investimento -3,16%
5.5 Valor actual líquido financeiro (VALF/C)
do investimento -2.058
Quadro 2.6 Quadro para o cálculo da taxa interna de rentabilidade financeira do capital – em milhares de euros
Anos
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2.13 Vendas 0 1.501 5.701 7.501 7.501 8.501 8.501 8.501 8.501 0
1.19 Valor residual 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.500
6.1 Receitas totais 0 1.501 5.701 7.501 7.501 8.501 8.501 8.501 8.501 1.500
2.9 Custos de exploração totais 0 2.022 7.252 7.476 7.476 7.476 7.476 7.476 7.476 0
4.2 Juros 0 0 8 8 8 8 8 8 8 0
4.3 Pensões de reforma 0 0 0 0 0 0 0 0 0 197
4.4 Reembolso de empréstimos 0 0 0 168 189 211 237 265 300 451
3.1 Fundos próprios privados 100 200 100 0 0 0 0 0 0 0
3.5 Contribuição pública nacional total 400 200 100 0 0 0 0 0 0 0
6.2 Despesas totais 500 2.422 7.460 7.652 7.673 7.695 7.721 7.749 7.784 648
6.3 Cash-flow líquido (6.1-6.2) -500 -921 -1.759 -151 -172 806 780 752 717 852
6.4 Taxa interna de rentabilidade financeira (TIRF/K) do capital 2,04%
6.5 Valor actual líquido financeiro (VALF/K) do capital -439
A taxa interna de rentabilidade financeira sobre o custo de inves-
timento calcula-se considerando os custos de investimento
totais como saídas (com os custos de exploração) e as receitas
como entradas. Deste modo, mede-se a capacidade das receitas
de exploração cobrir en os custos de investimento.
No caso dos projectos co-financiados pela UE, o
VALF/C é muitas vezes um valor negativo. Isto deve-
se ao cash-flow negativo dos primeiros anos que,
para o processo de actualização, pesa mais do que os
últimos anos positivos.
Para calcular estes valores, foi aplicada
uma taxa de actualização de 5%.
A taxa interna de rentabilidade financeira sobre o capital investido (fundos próprios dos accio-
nistas) calcula-se, no caso das saídas, com base nos fundos próprios do Estado-Membro (públi-
cos e privados) quando estes são pagos, nos empréstimos financeiros no momento em que são
reembolsados, além dos custos de exploração, incluindo juros, e, no caso das entradas, com
base nas receitas. Não tem em conta a subvenção da UE.
2.4.2 Determinação dos custos totais
O custo total de um projecto é igual à soma
dos custos de investimento (terreno, edifí-
cios, licenças, patentes, v. quadro 2.2).
Nos formulários a preencher para obter uma
contribuição do Fundo de Coesão e do ISPA,
é necessário especificar o montante dos cus-
tos elegíveis e dos custos totais. A diferença
entre os dois elementos de custos decorre
essencialmente dos seguintes factores:
1. custo do terreno 
2. pagamento do IVA
3. despesas efectuadas antes da apresentação
do pedido
4. trabalhos ou despesas conexas.
O método internacional seguido para a aná-
lise financeira de um projecto com base no
cash-flow e para o cálculo do rendimento do
investimento sugere que nos baseemos nos
custos totais do investimento (quadro 2.1)
despendidos desde a apresentação do pedido
(por outras palavras, nenhum custo previa-
mente suportado pode, normalmente, ser
considerado para determinar a TIRF ou
outros indicadores).
No entanto, em casos específicos, a Comissão
pode admitir que determinadas despesas
efectuadas antes da apresentação do pedido
sejam integradas nos custos totais (ver anexo
G sobre a determinação da taxa de co-finan-
ciamento).
No cálculo dos custos de exploração (quadro
2.2), para determinar a taxa interna de renta-
26
2.4 Análise financeira
tos e benefícios e pode repercutir-se na
fixação da taxa de co-financiamento.
O número máximo de anos para os quais são
fornecidas previsões determina a extensão de
um projecto no tempo e está ligado ao sector
de investimento considerado. No caso da
maior parte das infra-estruturas, por exem-
plo, esta perspectiva é (a título indicativo) de
pelo menos 20 anos. No caso dos investi-
mentos produtivos, e ainda a título indica-
tivo, aproxima-se dos 10 anos.
No entanto, o horizonte temporal não deve
exceder a duração da vida económica do
projecto. Este problema pode ser resolvido
com recurso a uma grelha normalizada,
diferenciada por sector e baseada em deter-
minadas práticas aceites a nível internaci-
onal, na qual são indicadas horizontes
temporais-tipo que podem ser aplicadas ao
investimento em apreço. O quadro 2.8
apresenta um exemplo.
Quadro 2.7 Horizonte temporal (anos) na
apreciação de uma amostra de 400 projectos
importantes nos períodos combinados 92-94 e
94-99
Horizonte Número*
médio de projectos
Energia 24,7 9
Água e ambiente 29,1 47
Transportes 26,6 127
Indústria 8,8 96
Outros serviços 14,2 10
Média total 20,1 289
O quadro baseia-se num inquérito ad hoc realizado em 1994 por
uma equipa da unidade “Avaliação” da Direcção-Geral da Política
Regional. Não é necessariamente representativo da vasta gama
de grandes projectos co-financiados pelos FE no período 1989-
93.
Em 1996, a unidade “Avaliação” realizou um novo inquérito a uma
amostra de 200 grandes projectos. Além da segunda geração de
projectos co-financiados pelo FEDER (1994-99), a análise esten-
deu-se aos projectos co-financiados pelo FC desde a sua criação
provisória (como “instrumento financeiro de coesão”), em 1993.
Embora os projectos do FC representem geralmente um custo de
investimento mínimo de 10 milhões de euros, para facilitar a
comparação com os projectos financiados pelo FEDER, só foram
considerados no inquérito os projectos do FC com custo de inves-
timento superior a 25 milhões de euros. Uma vez mais, a nova
amostra não é necessariamente representativa da vasta gama de
grandes projectos co-financiados pelos FE e pelo FC durante o
período em apreço.
(*) Projectos sobre os quais estão disponíveis dados comparáveis.
Quadro 2.8 Horizonte temporal médio (anos)
recomendado para o período 2000-2006
Projectos por Horizonte
sector médio
Energia 25
Água e ambiente 30
Caminhos-de-ferro 30
Estradas 25
Portos e aeroportos 25
Telecomunicações 15
Indústria 10
Outros serviços

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