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45
Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert
Controle químico e mecânico de placa
bacteriana
Mauro Pessoa Gebran (Mestre)
Curso de Odontologia - Universidade Tuiuti do Paraná
Ana Paula Oliveira Gebert (Mestre)
Curso de Odontologia - Universidade Tuiuti do Paraná
46
Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Controle químico e mecãnico de placa bacteriana
Resumo
A placa bacteriana tem sido considerada o principal fator etiológico da cárie dentária e das doenças periodontais.
A prevenção ou tratamento destas patologias deve estar baseado no seu controle. O controle da placa bacteriana
pode ser realizado por meios mecânicos, químicos ou pela associação de ambos. Atualmente, o Controle
Mecânico de Placa Bacteriana representa o método mais valioso utilizado na prevenção e remoção da mesma.
Este método é baseado na escovação, no fio dental e nas escovas interproximais. O profissional pode reco-
mendar o uso de substâncias químicas para redução ou eliminação da placa em casos de pacientes com
dificuldades operacionais (frente ao controle mecânico), os quais são incorporados em dentifrícios ou soluções
para bochechos. O rigoroso controle de placa pode ser realizado por meio de agentes mecânicos associados
ou não a agentes químicos de acordo com a necessidade de cada paciente. Deve-se levar em conta também a
sua motivação.
Palavras-chave: placa bacteriana, controle químico, controle mecânico.
Abstract
The bacterial plaque has been considered the principal etiologic factor of dental caries and periodontal deseases.
The prevencion and treatment of these pathologies must be based on their control . The bacterial plaque
control can be get by mechanic ways or even by the association of both. Nowadays, the Bacterial Plaque
Mechanic Control represents the most valuable method used in its prevention and remotion. Such method is
based on brushing, dental floss and interproximal brushes. The professional may recommend the utilization of
chemical substances for the plaque reduction and elimination to patients with operational difficulties (face to
mechanic control); that are incorporated in dentifricies or solutions for mouthfuls. The bacterial plaque severe
control can be get by mechanic agents associated or not to chemic agents according to each patient necessity. It
is also necessary to consider the patient’s motivation.
Key words: bacterial plaque, chemical control, mechanical control.
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Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert
Introdução
A gengivite, bem como a periodontite e a cárie são
doenças infecciosas causadas por bactérias que colo-
nizam a superfície dos dentes, formando a placa den-
tal. Por este motivo a placa bacteriana é o fator
etiológico primordial para o desencadeamento do
processo inflamatório e das cáries.
A placa bacteriana é uma massa densa, não
calcificada, constituída por microrganismos envolvi-
dos numa matriz rica em polissacarídeos extracelulares
bacterianos e glicoproteínas salivares, firmemente
aderida aos dentes, cálculos e outras superfícies da ca-
vidade bucal. Na maioria das vezes a placa se desen-
volve sobre a película adquirida, que é um biofilme
derivado da saliva que reveste toda a cavidade bucal
(Lascala, 1997).
A chave principal para a prevenção das doenças
gengivoperiodontais e dentárias é o Controle de Placa
Bacteriana, podendo ser mecânico, químico ou a as-
sociação de ambos. Este é básico para a prática
odontológica, sem ele, a higiene bucal não pode ser
alcançada nem preservada, e nem os resultados da
terapêutica odontológica assegurados.
A prevenção na Odontologia tem como finalida-
de manter a dentição natural por meio da perpetua-
ção do estado de saúde bucal e de suas estruturas bucais
(Tunes & Rapp, 1999).
Revisão da Literatura
Controle Mecânico de Placa Bacteriana
Hoje o método mais valioso para controle de placa
bacteriana, atuando na sua prevenção e remoção, é o
Controle Mecânico de Placa Bacteriana.
O Controle Mecânico de Placa é uma técnica sim-
ples constituída por vários dispositivos de limpeza dos
dentes, porém suas armas mais poderosas, por serem
mais eficientes, são as escovas dentais e os meios de
limpeza interproximal, isto é, as escovas interproximais
e os fios dentais.
Escovas Dentais
As escovas dentais são o recurso mais universal e im-
portante utilizadas para higienização dental. São en-
contradas no mercado vários tipos de escovas dentais,
as quais se diferenciam pela dureza, altura das cerdas,
número e distribuição de seus tufos, formas das cabe-
ças, angulação dos cabos.
A escova ideal é aquela que promove eficiente lim-
peza e apresenta um fácil acesso e manuseio pelo pa-
ciente de todas as superfícies dentais.
A escovação tem por finalidade promover: a pre-
venção de doenças periodontais; manutenção da saú-
de através da terapêutica periodontal; manutenção do
estado de saúde gengival para pacientes que foram
tratados periodontalmente e tiveram complementação
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Controle químico e mecãnico de placa bacteriana
protética e ortodôntica.
Existem várias técnicas de escovação, porém a mais
indicada é a de Bass, na qual a escova é aplicada com
um ângulo de 45º em relação ao longo eixo do dente,
pressionada contra a gengiva marginal penetrando no
sulco gengival e realizando um movimento rotatório
e vibratório (Tunes & Rapp,1999).
Segundo Daly et al. (1996), o tempo necessário para
uma escovação ideal pode variar de 24 a 60 segundos
em um adulto.
Silva et al. (1997) relatam que a troca da escova
deve ser realizada de 4 a 6 meses ou nos primeiros
sinais de deformação.
A escovação é um método muito eficaz, mas em
áreas interdentais ela é insuficiente, então conta-se com
o auxílio dos meios de limpeza interproximais.
Fios Dentais
Os fios dentais podem ser encontrados de diferentes
formas no mercado, sendo eles: encerados ou não en-
cerados, finos ou grossos, com ou sem sabor, com ou
sem flúor. Eles ocupam um lugar importante na pre-
venção e terapêutica periodontal, disputando com as
escovas a primazia de ser o recurso mais eficiente de
higiene interdentária, porém quando se domina a técni-
ca corretamente não esquecendo de realizar por meio
deste a limpeza da região subgengival (Silva et al. 1997).
Segundo Kriger (1997) o fio dental é recomenda-
do para casos onde as papilas gengivais preenchem
todo espaço interproximal.
Palitos Interdentais
Os palitos interdentais são indicados para casos onde
existem espaços entre os elementos dentários. Sua fun-
ção é a remoção de grandes porções alimentares e
depósitos moles retidos nos dentes, além de estimular
a gengiva papilar (Kriger, 1997).
Escovas Interproximais
As escovas interproximais são usadas onde existem
espaços interproximais mais amplos, normalmente
com recessão gengival associada, isto é, em casos de
pacientes submetidos a tratamento periodontal,
ortodôntico e protético (Tunes & Rapp, 1999).
Segundo Silva et al. (1997), seu uso correto é sua
introdução no espaço interdental acompanhando a
inclinação papilar por meio de em média cinco mo-
vimentos vibratórios para vestibular e cinco para
lingual.
Escovas Unitufo
As escovas unitufo são usadas para higienizar regiões
de difícil acesso por outros instrumentos de higiene
oral como: áreas de bi ou trifurcações, faces distais de
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molares, ameias muito grandes, resultantes de cirurgi-
as periodontais (Lindhe, 1992).
Estimuladores Interproximais de Borracha
São indicados em áreas interproximais não acessíveis
à escova, principalmenteem pacientes tratados por
cirurgias, porém atualmente seu uso está em decrés-
cimo devido à evolução das escovas interproximais
e pela dificuldade de obtenção deste produto.
Escovas Elétricas
Atualmente as escovas elétricas vêm se destacando
no mercado e seu consumo vem crescendo cada vez
mais. Elas surgiram em 1960 e possuíam uma
efetividade similar a das escovas manuais, pois tra-
balhavam à baixa freqüência vibratória (40Hz). Hoje
sua técnica é mais simples, pois elas realizam auto-
maticamente os movimentos desejados, sendo que o
paciente deve apenas imprimir a pressão adequada e
posicionar corretamente as cerdas sobre a margem
livre da gengiva.
Weijden et al. (1998) realizou um estudo compa-
rativo entre a escova elétrica e a manual em 35 pes-
soas e concluiu que após 4 semanas a escova elétrica
foi mais efetiva havendo 85% de redução de placa e
81% de redução de sangramento.
Raspagem Supragengival
Por fim auxiliando os demais meios de controle de
placa existe também a técnica da raspagem
supragengival realizada pelo Cirurgião-dentista com
instrumentos manuais ou ultrassônicos, sendo que os
últimos trazem melhores resultados. Ela é muito váli-
da e em pacientes com nível de limpeza ideal deve ser
realizada de seis em seis meses.
Controle Químico de Placa Bacteriana
Existem duas razões que justificam a utilização deste
método, a primeira diz respeito que tanto a cárie quanto
a doença periodontal são de origem bacteriana, e des-
te modo substâncias antibacterianas poderiam ser uti-
lizadas para combatê-las; e a segunda é pela existência
de indivíduos que possuem dificuldades no controle
mecânico de placa, e assim as substâncias antibacterianas
poderiam tentar compensar a desmotivação para uma
boa limpeza dos dentes.
Ainda existe a possibilidade de se realizar o con-
trole químico da placa através de agentes que atuam
supra ou subgengivalmente
Agentes Químicos no Controle da Placa
Supragengival
Dentifrícios
Os dentifrícios segundo Lopes, Duarte (1994);
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Controle químico e mecãnico de placa bacteriana
Wambier, Dimbarre (1995) são ineficazes para a re-
moção da placa, porém segundo Kriger (1997), são
muito usados na veiculação de flúor e outras substân-
cias que eliminam ou reduzem a placa e a cárie.
Clorexidina
A clorexidina é um detergente catiônico, uma Bis-
biguanida não tóxica disponível principalmente na for-
ma de sais de digluconato.
Segundo Vinholis et al. (1996), é considerada um
antisséptico de amplo espectro sobre as bactérias
gram positivas, gram negativas, fungos e leveduras.
Ela atua na formação da película adquirida e so-
bre microrganismos gram positivos e negativos, leva
à diminuição significativa da placa, pois há alterações
na aderência microbiana, aumento da permeabilidade
celular com rompimento da bactéria ou coagulação
e precipitação dos constituintes citoplasmáticos (Men-
des et al., 1995).
Dentre os estudos ela apresentou melhores ca-
racterísticas como: substantividade de 12 horas, efi-
ciência, estabilidade e segurança.
Pode ser utilizada como dentifrícios de 0,12 a 0,2%;
géis de 1,0 a 2,0%; dispositivos de ação lenta e verni-
zes.
Deve ser usada somente 30 segundos após a
escovação, pois os íons livres, monofosfato de sódio
e detergentes dos dentifrícios diminuem sua reten-
ção (Fishman, 1994).
Esta droga tem um potencial promissor, porém
se desconhece seu correto papel na terapia
periodontal.
Fluoretos
Os fluoretos são amplamente usados na prevenção
da cárie dental. Atualmente o flúor dos dentifrícios é
considerado a razão principal do declínio da cárie
observado em todos os países (Giorgi & Micheli,
1992).
Além de atuar como redutor do índice de cárie
(Na e MFP Na), destaca-se sua ação antimicrobiana
que parece estar relacionada ao acúmulo e metabolis-
mo das bactérias e à presença do íon estanho na com-
posição (fluoreto estanhoso). O fluoreto estanhoso é
conhecido como maior possuidor de propriedades
antiplaca.
São encontrados no mercado sob a forma de gel,
solução ou verniz. Segundo Lascala (1997), os verni-
zes com flúor são utilizados na prevenção de cárie, na
redução do acúmulo de placa e na diminuição da
hipersensibilidade dentinária.
Eles possuem alguns inconvenientes como: fluorose
até o óbito, alterações de paladar, manchas nos den-
tes, curta vida útil.
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Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert
Os fluoretos são aceitos pela AD.A como efetivos
no controle e redução das principais doenças bucais,
mas não como redutor de placa bacteriana.
Óleos Essenciais
São compostos fenólicos que agem inespecificamente
sobre bactérias, não havendo desequilíbrio nem proli-
feração de microrganismos oportunistas. O único
agente nesta categoria é o Listerine.
São largamente utilizados como desinfetantes,
antifúngicos e antissépticos, pois agem nos microrga-
nismos rompendo a parede bacteriana, inibindo os
sistemas enzimáticos e diminuindo os
lipopolissacarídeos e o conteúdo protéico da placa
bacteriana.
Os óleos essenciais são inalteráveis e possuem bai-
xa substantividade. Seus efeitos colaterais são: sensa-
ção de queimação, gosto amargo, manchas nos dentes
e injúrias no tecido bucal. Sua posologia é de bochechos
duas vezes ao dia durante 30 segundos.
Mendes et al. (1995) afirma que os óleos essenciais
possuem efeitos benéficos para a gengivite por dimi-
nuírem a síntese de prostaglandinas e quimiotaxia para
neutrófilos, reduzindo os sinais clínicos de inflamação.
Em um estudo constatou que o Listerine reduziu de
20 a 34% da placa e de 28 a 34% da gengivite.
Pedrini et al. (1998) fez uma pesquisa com 32 vo-
luntários, onde metade usou Listerine e o outro grupo
um placebo. Desta forma constatou que o Listerine
não foi capaz de diminuir a freqüência de
periodontopatógenos apesar de possuir moderada
atividade antimicrobiana.
Agentes Oxidantes
O peróxido de hidrogênio e o peróxido de sódio são
agentes oxidantes na forma de solução oral. Estes atu-
am sobre microrganismos anaeróbicos, afetando a
membrana lipídica e DNA, levando à morte. Possu-
em como principais indicações: GUNA, periodontite
por tempo limitado, pois seu uso desordenado pode
causar desequilíbrio na microbiota oral (Mandel, 1994).
Apresentam como efeitos colaterais: desequilíbrio
da microbiota oral, queimaduras e irritação dos teci-
dos bucais.
Segundo Giorgi e Micheli (1992), estudos sobre
estes agentes têm trazido resultados contraditórios.
Nesta categoria não existem produtos aceitos pela A
D.A . Um exemplo de agente oxidante é o Amonsan
da Oral-B.
Compostos Quaternários de Amônia
São agentes catiônicos tensoativos, favorecendo sua
atração sobre as superfícies dos dentes e da placa e
alterando a tensão superficial. Neste grupo estão in-
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Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Controle químico e mecãnico de placa bacteriana
cluídos o cloreto de cetilpiridino (Cepacol e Scope), o
cloreto benzalcônico e o cloreto benzetônico. O
cloreto de cetilpiridino é efetivo contra gram positi-
vas, provocando o rompimento da parede celular
bacteriana.
Lascala (1997) relatou que este produto pode che-
gar a reduzir 35% a placa e 21% a gengivite. Mendes et
al. (1995) afirmou que este produto a 0,5% pode re-
duzir a formação de placa em 20 a 30%. Este produ-
to está no mercado sob a forma de soluções para
bochechos em concentrações de 0,05% ou 0,1%.
Seus efeitos colaterais são: manchas nos dentes,
queimação e ulceração da mucosa, aumento da for-
mação de cálculo e descoloração da língua.
Triclosan e Sais Minerais
É um antisséptico não iônico de baixa toxicidade e
largo espectro de ação, não provocando desequilíbrios
na cavidade bucal. Possui baixa substantividade e rápi-da liberação de sítios de ligação, devendo ser combi-
nado com produtos que aumentem sua permanência,
como é o caso de sua associação ao copolímero
Gantrez. Outras associações também têm sido reali-
zadas, isto é, com citrato de zinco que é efetivo contra
a placa e com o pirofosfato de sódio que tem efeito
antitártaro (Cury et al., 1997).
O triclosan pode se apresentar como constituinte
de dentifrícios à concentração de 0,2 a 0,5% e como
solução para bochecho à 0,03%.
Sahtler e Fischer (1996) realizou um estudo e ob-
servou que o uso do dentifrício com triclosan gera
maior redução de placa que aqueles sem triclosan.
Cury et al. (1997) fez uma pesquisa com 25 volun-
tários e constatou que a associação Triclosan-Gantrez-
Zinco-Pirofosfato reduziu em 28,8% o índice de pla-
ca e 30,4% o sangramento.
Agentes Químicos no Controle da Placa
Subgengival
O sulco gengival ou bolsa periodontal não são alcan-
çados pelos agentes químicos dos enxaguatórios e
dentifrícios, pois estes só agem na placa supragengival.
Atualmente têm sido utilizados dispositivos de li-
beração lenta que têm o objetivo de levar antibióticos
e antissépticos para o interior de bolsas mais profun-
das para tratar sítios ativos da doença periodontal lo-
calizada.
Pode-se lançar mão dos antibióticos, porém estes
possuem problemas com efeitos colaterais e resistên-
cia microbiana. O principal grupo indicado é dos beta-
lactâmicos associados ao metronidazol, pois selecionam
colônias responsáveis por patologias periodontais. Al-
guns autores ainda indicam a eritromicina, espiramicina,
vancomicina, tetraciclina.
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Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert
Realizar controle de placa através do uso de antibi-
óticos é um método muito radical, pois induz a for-
mação de cepas bacterianas resistentes, selecionando
ainda mais estes microrganismos. A melhor opção é
realizar a raspagem subgengival e a manutenção da
saúde gengival.
Discussão
Métodos de controle de placa bacteriana têm sido
empregados para limitar os efeitos e a progressão
da cárie e doenças periodontais.
Sandrini et al. (1997) relatam que, quando a placa
bacteriana não é controlada, promove-se uma rea-
ção inflamatória, afetada por fatores extrínsecos
como a invasão bacteriana e intrínsecos como res-
posta imunológica do hospedeiro, numa progressão
do periodonto de proteção para o periodonto de
sustentação, comprometendo a entidade periodontal
e afetando os dentes.
Segundo Toledo (1995), o controle de placa tem
sido meio mais aceito por ser mais efetivo, acessível
e difundido. Esse método é representado pela
escovação e pelos agentes auxiliares de limpeza
interproximal, dentre eles os mais importantes são o
fio dental e as escovas interproximais. Alem disso
hoje as escovas elétricas, que antigamente eram
indicadas para pacientes deficientes físicos ou men-
tais, têm se destacado no mercado devido às modi-
ficações que lhes conferiram ampla eficácia
(Isaacs,1998).
Devido ao fato de que muitos pacientes não con-
seguem desenvolver a habilidade operacional ade-
quada e do uso restrito do fio dental, Sahtler e Fischer
(1996), sugerem a utilização de agentes químicos
como coadjuvantes dos mecânicos incorporados em
dentifrícios ou soluções para bochechos. As substân-
cias químicas mais usadas são os antissépticos,
enzimas, compostos quaternários de amônia,
alcalóides, Bis-biguanidas, compostos fenólicos, etc,
porém dentre os estudos realizados, a clorexidina
parece ser a substância que tem apresentado melho-
res características por possuir propriedades como
substantividade, eficiência, estabilidade e segurança
(Vinholis, 1996).
Segundo Cury et al. (1997) o controle de placa,
quer seja por métodos mecânicos ou químicos, tem
se mostrado o principal recurso na prevenção da cárie
e gengivite.
Conclusão
O controle de placa é um dos pontos principais na
prática odontológica e o uso de substâncias químicas
para redução e eliminação da mesma não deve subs-
tituir o controle mecânico pelo paciente e pelo pro-
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Controle químico e mecãnico de placa bacteriana
fissional, reconhecidamente o meio mais eficiente para
a prevenção do aparecimento das patologias
gengivoperiodontais.
Segundo esta linha de raciocínio, o profissional deve
sempre ter a preocupação com a motivação do pacien-
te, para o uso dos meios mecânicos, tornando-o um
cooperador consciente.
Quando o paciente não possuir condições de execu-
tar este controle mecânico de placa (invalidez temporária
ou permanente, falta de coordenação motora, etc) e o
profissional julgar conveniente a utilização do recurso
químico auxiliar, deve-se sempre levar em conta alguns
fatores que podem influenciar na escolha da substância
química, tais como: grau de higiene do paciente, seus efeitos
colaterais, sua eficácia, alterações ao nível de microbiota
bucal, custo e aceitação pelo paciente.
Os agentes químicos de maior eficácia no controle
de placa, via de regra, são os que possuem maior quan-
tidade de reações adversas e são geralmente encontra-
dos em soluções para bochechos (clorexidina). E as
substâncias com menos efetividade no controle de pla-
ca e com menor quantidade de reações adversas como
o triclosan associado ao citrato de zinco, gantrez ou
pirofosfato, preferencialmente são associados a denti-
frícios fluoretados.
Tendo em vista tais considerações, fica claro que
somente através de um rigoroso controle de placa
bacteriana por meio da escovação dentária e utilização
do fio dental é que conseguiremos uma boa prevenção
das doenças gengivoperiodontais e da cárie.
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Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert
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