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Prévia do material em texto

Educação Jogos e 
Brincadeiras
Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof Ms Pascoal Fernando Ferrari
Revisão Textual:
Profa Esp Vera Lídia de Sá Cicaroni
5
• Os seres humanos são seres brincantes
• A criança e a cultura lúdica
• Na escola também se brinca
Nesta unidade, estudaremos a história dos jogos e das brincadeiras. Faremos alguns 
apontamentos, mostrando que essas atividades lúdicas foram vistas de diferentes maneiras 
no decorrer da história.
Em seguida, veremos a vida e a obra de Frederico Froebel, um autor que, na história da 
educação mundial, fez com que a criança fosse enxergada de uma maneira mais humana. 
Froebel acreditava no jogo e na brincadeira como eixos de sua pedagogia.
Ao final do texto, faremos uma reflexão a respeito dos jogos e das brincadeiras na escola, 
defendendo a ideia da importância dessas atividades lúdicas no currículo da Educação 
Infantil.
Quanto às atividades propostas na unidade, é importante que você realize todas com afinco 
e determinação. Teste seus conhecimentos respondendo às questões sugeridas, observe o 
que você já sabe e o que precisa ainda saber e amplie seus conhecimentos lendo o material 
complementar.
Tenha um bom estudo e lembre-se de que, em caso de dúvidas, estaremos à sua disposição 
através do ambiente virtual.
 · Seja bem-vindo à unidade I: Breve História dos Jogos e 
Brincadeiras. A ideia central da unidade é fazermos alguns 
apontamentos históricos sobre os Jogos e Brincadeiras. Para 
tanto, investigaremos as ideias de Frederico Froebel (1782 
– 1852), filósofo alemão do período romântico. Ainda, 
na unidade, veremos como os Jogos e Brincadeiras se 
relacionaram com a escola no decorrer dos tempos.
Breve História dos Jogos e Brincadeiras
6
Unidade: Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Contextualização
Nossa sugestão, para o momento de contextualização, é que você assista a dois vídeos: 
1) A Importância do Brincar
O vídeo é uma entrevista com a professora Tizuko Kishimoto, que fala sobre o direito de 
brincar da criança e sobre a importância do protagonismo infantil. O vídeo encontra-se no 
seguinte endereço eletrônico:
http://www.youtube.com/watch?v=HpiqpDvJ7-8
2) A importância do Brincar e Jogar
O vídeo é uma iniciativa da TV Educador e traz uma importante reflexão sobre o 
desenvolvimento infantil relacionado aos jogos e brincadeiras. O vídeo encontra-se no seguinte 
endereço eletrônico:
http://www.youtube.com/watch?v=6vHT5IX9fVM
7
Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Olá!
Sejam bem-vindos à unidade I da disciplina Educação: Jogos e Brincadeiras. Esperamos que 
gostem e que construam conhecimentos pertinentes à sua área de estudo.
Nesta unidade pretendemos investigar a história dos jogos e das brincadeiras. Faremos alguns 
apontamentos históricos sobre a Antiguidade Greco-romana, passando pela Idade Média até 
chegarmos à Modernidade histórica. Faremos uma análise mais profunda sobre a inclusão dos 
jogos e brincadeiras na educação.
Vamos iniciar nossos estudos com uma simples pergunta: Você já brincou hoje?
Os seres humanos são seres brincantes
Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem 
escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios 
estéreis, sem valor para a formação do homem.
 Carlos Drummond de Andrade
Se pensarmos na história social do homem, vamos, em muitos casos, encontrá-lo jogando e 
brincando. Parece-nos natural a brincadeira para a criança; elas brincam e ponto. E, como diz 
Drummond, brincar é ganhar tempo.
O homem é um ser complexo e alcança diversas dimensões. Podemos pensar no homo 
culturalis (que produz e é produzido pela cultura), ou no homo faber (o que faz, produz) ou 
na dimensão do homo sapiens (o que conhece e aprende), ou ainda, no homo ludens (o que 
brinca, o que cria). Esta é a dimensão humana que iremos abordar em nossa investigação.
O jogo e a brincadeira são fenômenos culturais que estão presentes na vida humana desde 
a Pré-história. Parece-nos que esses fenômenos são inatos nos seres humanos e também nos 
animais; como exemplo, o leão aprende a caçar e a lutar brincando e jogando com seus pais ou 
irmãos. É através de jogos e brincadeiras que construímos nossos conhecimentos.
 Os antigos gregos já sabiam da importância do brincar e do jogar para o desenvolvimento 
físico e mental do homem. Hoje sabemos que, além do aspecto físico e mental, o brincar favorece 
o desenvolvimento afetivo e social, o que facilita a nossa convivência em sociedade.
8
Unidade: Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Ligados ao esporte, os Jogos Olímpicos são um grande exemplo da importância dada ao 
jogo na antiguidade grega. Esses jogos consideravam a disputa entre pessoas. Pressupõe-se que 
foram iniciados em 776 a.C. e eram realizados em honra a Zeus. Observe as imagens a seguir:
 
As imagens da escultura e da cerâmica grega 
mostram como os jogos estavam presentes na 
vida grega.
http://no.wikipedia.org/wiki/Fil:SFEC_BritMus_Roman_021-2.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82nfora
Na educação grega, de caráter militar, não era diferente. Os gregos valorizavam o 
desenvolvimento mental e físico de seus aprendizes; os jogos e exercícios físicos eram usados 
como instrumentos de ensino. 
Na Idade Média, essa configuração da educação mudou; os jogos e brincadeiras foram 
afastados da escola. O conceito de ser criança era confuso na Idade Média e não era muito 
considerado pelos adultos da época. 
Vamos observar a imagem a seguir:
 
Pieter Bruegel, 1560. Museu de Viena.
Óleo sobre painel. Dimensões 118 × 161 cm.
http://en.wikipedia.org/wiki/Children’s_Games_(Bruegel)
A obra é do artista Pieter Bruegel, feita no ano de 1560. Bruegel chamou-a de Jogos Infantis. 
Mostra mais de 80 brincadeiras e jogos infantis, mas, ao olharmos mais atentamente, veremos 
que muitos personagens da pintura são jovens e adultos. A falta de clareza sobre o que era a 
condição humana de ser criança é notória na imagem.
9
No período medieval, a infância tinha pequena duração. Ao alcançar seis ou sete anos de 
idade, o indivíduo deixava de ser criança, pois, a partir dessa idade, considerava-se que a 
criança já compreendia o que os adultos falavam e, sendo assim, passava a acompanhar o 
adulto do mesmo gênero, executando, de forma parecida, as mesmas atividades da vida adulta. 
O período da adolescência dos indivíduos não era considerado, consequentemente, as crianças 
eram entendidas como adultos em miniatura e assim eram tratadas pelos adultos. Observe a 
seguir mais uma imagem medieval:
Maximiliano I e família
Bernhard Strigel , Áustria, século 15
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bernhard_Strigel_003.jpg
Observe que as roupas vestidas pelas crianças possuem padrões de adultos e suas feições 
não lembram, nem um pouco, o universo infantil.
Na chegada do século XV, uma nova concepção sobre ser criança estava em curso e trazia 
mudanças que apontavam para o entendimento da criança como ser social, ocupando um 
papel importante nas relações familiares e na comunidade onde crescia e se desenvolvia: um 
indivíduo com características e necessidades próprias, passível de ser educado através de uma 
ação pedagógica que reconhecesse suas diferenças individuais e a sua condição de ser criança.
Podemos afirmar que a concepção de infância que conhecemos hoje vem evoluindo e 
mudando com o decorrer do tempo. É no final do século XV que, de fato, podemos observar 
alguma diferença no trato e no entendimento da infância. Como exemplo, podemos citar a 
instituição escolar. A princípio, o que existiam eram salas de aula, frequentadas, ao mesmo 
tempo, por alunos de todas as idades - crianças, jovens e adultos -, geralmente do gênero 
masculino. As salas continhammuitos alunos e não havia uma distinção acentuada entre as 
classes sociais.
A partir do século XVI, as crianças adquiriram o direto de estarem mais próximas de seus pais 
graças à pressão exercida pela sociedade em função da necessidade de cuidado com as crianças 
pequenas e de se desenvolver uma atitude social de afetividade fraterna pelos filhos.
10
Unidade: Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Alguns importantes pensadores de século XVII e XVIII foram, particularmente, fundamentais 
para a mudança do conceito de infância, destacando o respeito à condição de ser criança e a 
valorização da brincadeira e dos jogos na educação das crianças pequenas. Pensadores que 
romperam com a educação tradicionalista proposta pelos jesuítas. A educação adquiria um 
caráter humanista, valorizando o que se pressupunha natural e sensorial na criança, mediante 
a utilização de jogos e materiais didáticos e uma pedagogia voltada para a criança. São eles: 
No entanto, quando falamos em jogos e brincadeiras 
na educação escolar, um nome, em especial, deve ser 
lembrado: Froebel. 
Frederico Froebel é considerado um filósofo do período 
romântico; nasceu na Alemanha em 1782 e morreu 1852. Além 
de Filosofia, estudou Biologia, Matemática e Psicologia. Sua 
família pertencia à Igreja Luterana, o que influenciou fortemente 
sua obra e pensamento e também o individualismo burguês 
predominante no período. Em sua teoria, o autor discute a relação 
entre o Homem, a Natureza e Deus. Acreditava que a educação, 
desde o nascimento, traria uma unidade entre essas três forças. 
 
 Explore
Para saber mais a respeito desses pensadores, indicamos os artigos a seguir que podem ampliar seu 
referencial teórico. Entre nos sites e leia os artigos da revista Nova Escola:
Comênio, o pai da didática moderna.
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/pai-didatica-moderna-423273.shtml
Jean-Jacques Rousseau, o filósofo da liberdade como valor supremo.
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/filosofo-liberdade-como-valor-
supremo-423134.shtml
Pestalozzi, o teórico que incorporou o afeto à sala de aula.
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/teorico-incorporou-afeto-sala-
-aula-423096.shtml
11
Veja o que Kishimoto (2002) diz sobre a união dessa tríade proposta por Froebel:
Froebel mostra a unidade entre o homem, seu criador e a natureza, sua conexão 
interna, aponta como a educação pode garantir essa unidade, desde a infância por 
meio da natureza. Valoriza a individualidade do ser humano, que se completa na 
coletividade. Ao perceber a unidade ou continuidade entre a infância, juventude 
e maturidade, verifica a necessidade de educar a criança desde que nasce para 
garantir o pleno desenvolvimento do ser humano.
(Kishimoto, 2002, p. 60).
Segundo Kishimoto, Froebel indica, como caminho do desenvolvimento humano, essa 
unidade, formada entre o ser humano, o seu criador e a natureza. Diferente das ideias medievais, 
esclarece o fato de que o desenvolvimento passa por diferentes estágios, como a infância, a 
adolescência e a vida adulta. 
Froebel valorizava a livre expressão através do jogo e da brincadeira na educação, apontando 
a relevância dessas duas atividades na vida pré-escolar da criança. Com esse pensar, ele criou 
a ideia de “Jardim de Infância”. (Kindergarten, em alemão), desenvolvendo uma metodologia 
baseada nos dons e ocupações.
Froebel conheceu e trabalhou com Pestalozzi, pedagogo suíço que revolucionou e humanizou 
nosso entendimento sobre o que seja infância. A partir das ideias de Pestalozzi, ele criou o 
Jardim de infância, um lugar onde a criança poderia conviver com outras e desenvolver-se de 
forma espontânea, tendo respeitada a sua condição de ser criança.
Podemos considerar que o jardim de infância tenha sido a primeira proposta curricular escolar 
para a infância com um enfoque teórico-prático, trabalhando com tecelagem, desenho, pintura, 
recorte, colagem, entre outras atividades práticas. Dessa forma, foi concebida uma educação 
que promove a criatividade, a espontaneidade e a autorrealização da criança.
Froebel, para desenvolver sua proposta pedagógica, criou os Dons, que são materiais, 
como bola, cubo, varetas, anéis etc., que permitem atividades denominadas Ocupações. Essa 
proposta tem os jogos e as brincadeiras como eixo da pedagogia. Veja a relação dos dons:
1) seis bolas de borracha, cobertas de tecidos de várias cores; 
2) esfera, cubo e cilindro de madeira;
3) cubo dividido em oito cubinhos;
4) cubo dividido em oito partes oblongas;
5) cubo dividido em metade ou quartas partes;
6) cubo consistindo em partes oblongas, duplamente divididas;
7) tabuazinhas quadradas e triangulares para compor figuras;
8) varinhas para traçar figuras;
9) anéis e meio anéis para compor figuras;
10) material para desenho;
11) material para picar;
12) material para alinhavo;
12
Unidade: Breve História dos Jogos e Brincadeiras
13) material para recortes de papel e combinação;
14) papel para tecelagem;
15) varetas para entrelaçamentos;
16) réguas com dobradiças – (goniógrafo);
17) fitas para entrelaçamento;
18) material para dobradura;
19) material para construção com ervilhas;
20) material para modelagem.
Veja os exemplos de Dons:
A pessoa que iria cuidar das crianças e educá-las Froebel denominou de Jardineira, a qual 
seria responsável pelo desenvolvimento das atividades do Jardim da Infância. A teoria de Froebel 
indicava que as Jardineiras criariam momentos pedagógicos dirigidos, com base nos dons, e 
deixariam momentos livres em que a criança poderia escolher de qual jogo ou brincadeira 
gostaria de participar naquele momento. Assim a criança se desenvolveria de forma autônoma.
Certamente, as ideias de Froebel deram início a um novo entendimento sobre os jogos e as 
brincadeiras aplicadas e desenvolvidas no ambiente escolar infantil.
Para saber mais sobre a vida e a obra de Froebel, visite o site da revista Nova 
Escola, onde você encontrará quatro textos: 1- O formador das crianças 
pequenas; 2- Treino de habilidades; 3- Educação espontânea; 4 Biografia e 
contexto histórico. 
Site: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/formador-
criancas-pequenas-422947.shtml
13
Na contemporaneidade, os jogos e brincadeiras são vistos como fundamentais para o 
processo de ensino e aprendizagem das crianças. A resistência inicial dos educadores a incluírem 
esses tipos de atividades no currículo escolar foi se desfazendo com o tempo e a nova prática foi 
ganhando espaço no âmbito educacional.
Veja como o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) trata a questão: 
Os jogos, as brincadeiras, a dança e as práticas esportivas revelam, por seu lado, a cultura 
corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movimento 
é aprendido e significado (Brasil, 1998, p.20).
Para a criança, os momentos de jogos e brincadeiras são ricos para a sua aprendizagem e 
desenvolvimento, além de serem momentos de expressividade das crianças; são momentos 
que, segundo o RCNEI, revelam uma cultura corporal por influência do grupo social em que a 
criança está inserida.
O documento ainda ressalta a importância do jogo na escola, principalmente em relação ao 
estabelecimento de regras.
As instituições devem assegurar e valorizar, em seu cotidiano, jogos motores e brincadeiras 
que contemplem a progressiva coordenação dos movimentos e o equilíbrio das crianças. Os 
jogos motores de regras trazem também a oportunidade de aprendizagens sociais, pois, ao jogar, 
as crianças aprendem a competir, a colaborar umas com as outras, a combinar e a respeitar 
regras (Brasil, 1998, p. 35).
No documento, é claro o incentivo à apropriação dos jogos e das brincadeiras pela escola, 
inicialmente, tendoem vista o desenvolvimento físico da criança e, em seguida, pelo fato de 
esta descobrir a existência de regras estabelecidas e aprender a respeitá-las. Esse aprendizado, 
de estabelecer e respeitar as regras, se levado para além dos muros da escola, contribuirá para 
que a criança aprenda, também, a viver em uma sociedade democrática e cidadã.
Finalizamos esta breve história dos jogos e brincadeiras e de sua inserção na escola, sugerindo 
que você observe o quadro síntese a seguir, que retrata a visão dos jogos e brincadeiras em 
diferentes épocas:
14
Unidade: Breve História dos Jogos e Brincadeiras
A criança e a cultura lúdica
A dimensão lúdica do homem, que prevê o jogo, deve ser considerada para que se tenha 
um melhor entendimento do ser humano. Huizinga (1996) entende que o jogo é uma categoria 
primária da vida, surgindo antes da cultura, que se desenvolve com o próprio jogo.
Huizinga (1996) conceitua o jogo da seguinte forma:
Parece-nos que essa noção poderá ser razoavelmente bem definida nos seguintes 
termos: o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e 
determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, 
mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado 
de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da 
“vida quotidiana”. Assim definida, a noção parece capaz de abranger tudo aquilo 
a que chamamos “jogo” entre os animais, as crianças e os adultos: jogos de força 
e de destreza, jogos de sorte, de adivinhação, exibições de todo o gênero. Pareceu-
nos que a categoria de jogo fosse suscetível de ser considerada um dos elementos 
espirituais básicos da vida. (Huizinga, 1996, p. 24).
O autor entende que a existência do jogo é inegável na vida humana, um elemento básico 
da vida; demostra que há vários gêneros de jogos e que somos capazes de diferenciar entre 
uma situação de jogo e a vida real. Reconhece, também, a cultura como possuidora de um 
caráter lúdico. O jogo adquire uma função significante na vida humana, inclusive o caráter de 
competição que os jogos apresentam.
A partir dos jogos e brincadeiras, o homem cria uma cultura lúdica. Gilles Brougère, autor 
francês, propicia-nos interessantes ideias sobre essa manifestação cultural, contribuindo para 
entendermos melhor esse conceito: 
A cultura lúdica é, então, composta de um certo número de esquemas que permitem iniciar a 
brincadeira, já que se trata de produzir uma realidade diferente daquela da vida quotidiana: [...]
 A cultura lúdica compreende evidentemente estruturas de jogo que não se limitam às de 
jogos com regras. [...]
Para aprofundar o conceito de Homo Ludens sugerimos o livro de Johan 
Huizinga: Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. O livro é uma 
importante referência para compreendermos a relação entre o homem e o jogo 
do ponto de vista histórico e cultural.
15
Mas a cultura lúdica compreende o que se poderia chamar de esquemas de brincadeiras, para 
distingui-los das regras stricto sensu. Trata-se de regras vagas, de estruturas gerais e imprecisas 
que permitem organizar jogos de imitação ou de ficção. [...] (Brougère, 1998, s/p.)
Segundo Brougère (1998), a cultura lúdica também se estabelece com as brincadeiras ou 
jogos de faz-de-conta. Essas brincadeiras, como diz o autor, são portadoras de “regras vagas”. 
Nesse sentido, muitas brincadeiras e jogos não possuem regras claras, tornado, assim, uma 
regra maleável, que pode ser modificada ou retirada da ação de brincar por intencionalidade 
da criança.
A cultura lúdica torna-se uma referência para o brincar. O brincar parte da realidade imediata 
da criança, que pressupõe os brinquedos que estão ao seu alcance ou qualquer objeto que 
possa ser ressignificado (uma caixa vazia pode se transformar em um carrinho, por exemplo) e 
as suas referências vindas da cultura lúdica (tipos diferentes de brincadeira, determinadas pelo 
tempo histórico e o espaço geográfico em que a criança se insere). A criança irá, então, misturar 
em suas brincadeiras a realidade e a fantasia.
O autor lembra que é brincando que a criança constrói sua cultura lúdica; são as suas 
experiências lúdicas, iniciadas pelas primeiras brincadeiras do bebê, que irão constituir esse 
universo cultural lúdico. E mergulhada nesse universo, a criança constitui e é constituída por 
essa cultura através de suas brincadeiras e jogos.
Na escola também se brinca
Sendo uma agência socializadora e promotora de 
cultura, a escola pode ser também entendida como 
lugar privilegiado para a criança aprender a brincar e a 
jogar. Não nascemos sabendo brincar, as brincadeiras 
e jogos são aprendidos com os mediadores desses 
conhecimentos. Nesse sentido, a brincadeira pode ter 
um fim em si mesmo ou, ainda, ser um instrumento 
prazeroso de aprendizagem.
Dos 4 aos 5 anos, a criança estará, teoricamente, na 
modalidade da Educação Infantil; essa é uma idade rica 
para o aprendizado. Nesse período, as crianças estão 
desenvolvendo o autocontrole das emoções. Diante de 
situações de medo, como, por exemplo, gritos, medo 
de ficar sozinha no escuro, entre outros, que são fruto 
de uma insegurança própria da idade, a escola pode e 
deve trabalhar essas questões.
Todavia esse é, também, um período em que os pequenos gostam de mostrar o que sabem 
fazer, suas conquistas vindas das superações dos desafios que se apresentam em seu cotidiano; é 
uma fase de curiosidades e descobertas; é quando eles experimentam o prazer de brincar junto 
com outros indivíduos, crianças ou adultos.
16
Unidade: Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Como construtora de conhecimentos, a escola pode trabalhar muitos conteúdos a partir 
de jogos e brincadeiras infantis. Recursos como contar e ouvir histórias, participar de jogos de 
regras, dançar, dramatizar, desenhar, entre outras proposições pedagógicas, constituem recursos 
prazerosos de aprendizagem e desenvolvimento físico, cognitivo e afetivo dos aprendizes.
Há muitos benefícios nas atividades lúdicas, tanto pela dimensão da diversão e prazer, como 
um fim em si mesmo, quanto pela dimensão da aprendizagem, como recurso pedagógico. 
Através dos jogos e brincadeiras, desenvolvemos inúmeras habilidades; também vivenciamos 
o ambiente e a cultura em que estamos inseridos. É jogando e brincando que as crianças 
incorporam e/ou questionam as regras e os papéis sociais que são a ela apresentados.
A brincadeira e o jogo devem ocupar um lugar de destaque na prática pedagógica; a sala 
de aula deve torna-se um lugar privilegiado para desenvolver as atividades lúdicas e a escola, 
espaço de prazer e de boas lembranças quando a criança se tornar adulta.
Porém há um mito no interior da escola que precisa ser desfeito. A brincadeira e a 
aprendizagem, em muitos casos, são consideradas processos com finalidades bastante diferentes 
e que não podem coexistir em um mesmo espaço e tempo. Muitas vezes, a criança, na escola, é 
impossibilitada de conhecer e desenvolver sua corporeidade, passando horas imobilizadas em 
uma carteira escolar, e o brincar, quando acontece, restringe-se aos intervalos entre as aulas, e 
não sendo aceito durante as aulas.
A formação dos educadores dos anos iniciais deve discutir mais cuidadosamente o brincar e 
os jogos. É importante que o professor tenha um repertório maior de brincadeiras para serem 
trabalhadas em aula. As crianças gostam de brincar com adultos; são ótimas referências, por 
exemplo, para o esclarecimento e aprendizagem de regras, para apresentar novas brincadeiras e 
jogos. O professor, como mediador de brincadeiras, é fundamental; mediar oportuniza o brincar 
juntos. Brincar juntos acentua os laços afetivos; a participação do educador na brincadeira faz 
crescer o nível de interesse da criança pela brincadeira.
Compreender e interpretar o fazer lúdico da criança é importante.Nesse sentido, a formação 
do educador deve prestigiar essa área do conhecimento, para que esses profissionais possam 
se apropriar dos jogos e das brincadeiras, a fim de utilizá-los na construção do aprendizado da 
criança.
E assim, finalizamos a unidade I. Esperamos que tenha gostado e tenha construído novos 
conhecimentos a partir da que foi proposto. 
Agora refazemos e ressignificamos a pergunta inicial, caso a resposta a ela tenha sido negativa: 
E amanhã, você irá brincar?
17
Material Complementar
Para realizar o momento de completar ou ampliar os conhecimentos, sugerimos que leia o 
seguinte livro:
Você pode ler o livro de forma virtual, pois o material encontra-se na biblioteca Pearsons da 
Universidade.
 
 Explore
A ludicidade na educação: Uma atitude pedagógica
Autora: Maria Cristina Trois Dorneles Rau
Editora: Ibpex
Série: Dimensões da Educação
Ano: 2011
O livro traz importantes informações, conceitos e práticas para a utilização do lúdico nas aulas da 
Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
18
Unidade: Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. 
Referencial curricular nacional para a educação infantil. Secretaria de Educação 
Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il.
BROUGÈRE G. A criança e a cultura lúdica. Rev. Fac. Educ. [online]. 1998, vol.24, 
n.2, pp. 103-116. ISSN 0102-2555. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-
25551998000200007. Acesso: 20/03/2013 
HUIZINGA, Johan, Homo Ludens: O Jogo Como Elemento da Cultura. São Paulo: 
Perspectiva, 1996. 
KISHIMOTO, T. M. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002.
19
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000