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Educação - Jogos e Brincadeiras A criança e o brinquedo Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Pascoal Fernando Ferrari Revisão Textual: Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni 5 • Introdução • A Bola • A Pipa Nesta unidade, faremos alguns apontamentos históricos sobre o brinquedo, bem como sobre sua utilização na atualidade. Iremos analisar o brinquedo e suas relações com o desenvolvimento sensório-motor e simbólico da criança e finalizaremos com uma análise sobre os brinquedos eletrônicos. Como exemplo de análise, traremos a bola, a boneca, a pipa, e faremos um estudo especial sobre a história das miniaturas no decorrer da história dos brinquedos. Quanto às atividades propostas na unidade, é importante que você realize todas com afinco e determinação. Avalie seus conhecimentos respondendo às questões sugeridas, observe o que você já sabe e o que precisa ainda saber e amplie seus conhecimentos lendo o material complementar e visitando os links indicados na unidade. Tenha um bom estudo e lembre-se de que, em caso de dúvidas, estaremos à sua disposição através do ambiente virtual. · Nesta unidade, “A criança e o brinquedo”, faremos análise de alguns brinquedos e sua relação com o brincar. Nesse sentido, destacaremos alguns apontamentos históricos sobre o brinquedo e sua utilização na atualidade. Também faremos uma investigação sobre o brinquedo e suas relações com o desenvolvimento sensório-motor e o universo simbólico da criança. A criança e o brinquedo • A Boneca e o Boneco • As miniaturas • O brinquedo e a brincadeira • O brinquedo e seus espaços • Considerações Finais 6 Unidade: A criança e o brinquedo Contextualização Neste momento, sugerimos que você acesse o site Portal do Professor, do Ministério da Educação do Brasil. Na página específica, você encontrará uma sequência didática com o tema brinquedos e brincadeiras indígenas. Obrigado e bons estudos! Você sabia que inúmeros brinquedos vêm da tradição indígena, como a perna de pau, pião, peteca, entre outros? Também, no mesmo site, encontraremos dezenas de brincadeiras que vieram da tradição indígena brasileira. Explore Ainda sugerimos que você visite os links indicados na sequência didática. Após visitar a página e os links indicados, faça uma reflexão sobre as contribuições indígenas que influenciaram nossos brin- quedos e brincadeiras e sobre como poderíamos levar essas propostas para a sala de aula. O endereço eletrônico do site é: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22766 7 Introdução Caros(as) alunos(as)! Nesta unidade, faremos alguns apontamentos históricos sobre o brinquedo, sua utilização na atualidade. Também faremos uma investigação sobre o brinquedo e suas relações com o desenvolvimento sensório-motor e o universo simbólico da criança. Finalizaremos a unidade com uma análise sobre os brinquedos eletrônicos que são muito utilizados nos dias atuais. Iniciaremos a unidade contando a história dos brinquedos. É bom lembrar que contar a história dos brinquedos é, certamente, contar um pouco a história do próprio homem, seu desenvolvimento, valores e visões de mundo que estão impregnados em alguns brinquedos tradicionais. Vejamos alguns exemplos: Podemos citar, como primeiro exemplo de brinquedo, a bola. Ela é um dos brinquedos mais antigos. Seu surgimento data de 6.500 anos, no Japão, mas é um objeto que está presente em outras culturas antigas, como China, Grécia, Egito, entre outras. As bolas apareceram confeccionadas com diversos materiais, como couro e bexiga de animais. Hoje, a bola é um brinquedo que está popularizado em todas as partes do mundo. Além de ser um brinquedo, a bola é utilizada em inúmeras modalidades esportivas. A bola, dependendo de sua utilização, apresenta não só diversidade do material empregado em sua confecção, como também diferentes tamanhos, que vão desde as bolas grandes, como as de exercícios terapêuticos de Pilates, até as pequenas bolas de gude. Podem ser duras, como as bolas de boliche, ou macias, como as que oferecemos para os bebês brincarem e morderem. A bola é um objeto que pode ser rolado, atirado, chutado, batido, empurrado ou arremessado. São muitas as possibilidades de contato com uma bola; depende da brincadeira ou do jogo que se está praticando. Bola de futebol Bola de Gizo Bola de Beisebol Bola de Gude A Bola 8 Unidade: A criança e o brinquedo Froebel atribuía grandes expectativas educacionais para a bola e a esfera. Em seus Dons, como vimos na unidade I, estavam presentes as bolas macias e as esferas. Segundo Kishimoto (2002), na esfera não existem lados, a identidade e a unidade prevalecem; as bolas satisfazem o desejo primitivo de exercer força e causar mudanças. Ao brincar com a bola, a criança experimenta movimentos e diferentes direções. A bola é um artefato utilizado para o lazer e o brincar dos indivíduos, mas também é um artefato esportivo, na medida em que é utilizada em inúmeras modalidades esportivas. Outro exemplo bastante curioso é a tradicional Pipa, também conhecida como quadrado, papagaio, arraia, entre outros nomes, dependendo do lugar ou época de utilização. A Pipa não nasceu como brinquedo, mas como instrumento de guerra. Consta que, na China antiga, por volta de 1.200 a.C., as pipas eram utilizadas como artefato de sinalização militar. Uma determinada cor e o movimento que a pipa fazia no ar indicavam o movimento e a estratégia dos exércitos. Outra curiosidade é a sua utilização pelo inventor americano Benjamin Franklin, que usou uma pipa para investigar as descargas elétricas que vinham das nuvens e, assim, inventar o para- raios. Empinando uma pipa em uma tempestade, provou que existia carga elétrica acumulada no ar e teve a ideia de capturar as descargas elétricas e devolvê-las à terra. Com o passar do tempo, a pipa foi se transformando em um interessante brinquedo. Hoje encontramos pipas de todos os tamanhos e cores enfeitando os céus e divertindo inúmeras crianças por todo o mundo. A Pipa 9 A boneca é um dos brinquedos mais antigos e mais populares em todo o mundo. Ela reproduz as formas humanas, com predomínio das formas feminina e infantil, como as bonecas bebês, por exemplo. Em várias civilizações antigas, como a chinesa e a egípcia, já se encontrava o artefato. Segundo pesquisadores, bonecas egípcias eram colocadas no túmulo para a criança brincar no mundo do além. Na Grécia Antiga, nos rituais que antecediam o casamento, as jovens noivas entregavam suas bonecas à deusa Ártemis, simbolizando o fim da infância. Feitas de diversos materiais, as mais antigas eram de barro, madeira ou fibras naturais e, hoje, as mais modernas são de pano, plásticos e borrachas, além das mais sofisticadas, como as bonecas de porcelana. Essa diversidade de materiais é, também, influenciada pelas novas tecnologias da indústria. As bonecas são consideradas altamente socializadoras por serem um brinquedo com características humanas e, assim, estimularem brincadeiras de relacionamento. Brincar com as bonecas estimula as crianças a entrar no universo da imaginação e do faz de conta, criando histórias e experimentando, mesmo que de forma imaginária, diferentes situações de vida. A tradição da boneca iniciou-se com uma confecção caseira e familiar. Em seguida, foi também, confeccionada de maneira artesanal em pequena escala, mas a fabricação de bonecas, com objetivos comerciais, teve início na França, presumidamente no século XV. Hoje em dia, algumas bonecas possuem marcas registradas, são produzidas em grande escala pela indústria de brinquedos e consumidas por milhares de crianças em todo o planeta. As bonecas, muitas vezes, são consideradas um brinquedo que prepara para a maternidade, por esse motivo as bonecas,em muitas culturas, são vistas como um brinquedo associado às meninas, no entanto existem versões de bonecos direcionados aos meninos. A Boneca e o Boneco 10 Unidade: A criança e o brinquedo Na modernidade encontramos diversos bonecos direcionados ao gênero masculino. Existem inúmeros bonecos com características masculinas, como os super-heróis, personagens saídos do cinema ou da revista em quadrinhos, os bonecos militares ou personagens de guerra e uma infinidade de bonecos articuláveis em geral. A ideia de diminuir o tamanho dos objetos é algo que acompanha o homem desde há muito tempo. Essa ideia talvez tenha surgido da necessidade do homem de manipular as coisas a seu bel prazer, o que sugere certo “poder”. Porém as pesquisas sobre as miniaturas são escassas, o que prejudica as referências históricas. Sobre a seu uso, consta que, no início do século XII, as miniaturas eram utilizadas para simular situações de batalha. Era uma tecnologia empregada para determinar qual seria a estratégia utilizada pelas tropas de guerra. Castelos, cenários representando o espaço geográfico com rios e montanhas, aldeias e os soldados de chumbo representando as tropas. Os soldados vieram, mais tarde, no século XIX, a ser industrializados e vendidos em larga escala, ocasionando o barateamento de seu custo e, consequentemente, a sua popularização. Muito populares também, as casas de bonecas são presentes na vida das crianças. Algumas casas de bonecas ganham ricos detalhes e alto grau de perfeição e realidade, criando ambientes como cozinha, sala de estar, banheiros, entre outros cômodos de uma casa. Não podemos nos esquecer do mobiliário dos ambientes; dentre alguns móveis e objetos, encontramos relógio, fogão, mesa, guarda-roupa, cama. Veja um exemplo: Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:DollhouseLivingRoom.jpg As miniaturas 11 O registro das primeiras casas de bonecas consta do século XVI, quando os nobres europeus mandavam construir casas de bonecas para suas filhas. Assim, as casas de bonecas nasceram para os ricos. Hoje em dia, muitas destas miniaturas são consideradas objetos de arte e fazem parte de exposições artísticas por todo o mundo. Todavia o brinquedo casa de boneca passou por uma popularização devido à sua fabricação em larga escala e aos preços acessíveis para uma parcela significativa da população. Outro exemplo de miniaturização de objetos são os meios de transportes. Encontramos uma infinidade de carros, motos, caminhões, navios, aviões, trens e até espaçonave, miniaturizados. Esses brinquedos colocam em atividade a imaginação das crianças. Meninos e meninas sonham e criam histórias com suas miniaturas. Criam passeios fantásticos a lugares que ainda estão por serem criados na realidade ou, também, simulam suas futuras profissões. O sonho de ser um piloto aviador, um caminhoneiro livre das estradas pode começar com uma brincadeira com miniaturas. A miniatura pode criar ou alimentar sonhos e fantasias. É bom lembrar que algumas realidades tiveram origem no mundo do faz de conta. São muitas as possibilidades de miniaturas. De forma geral, qualquer objeto pode ser miniaturizado e tornar-se um brinquedo colecionável. Hoje vemos criar-se uma indústria das miniaturas colecionáveis, agregando, em seu entorno, diversas outras atividades econômicas, como, por exemplo, editoras de revistas, clubes e lojas especializadas em miniaturas. Como podemos notar, existe uma infinidade de tipos e categorias de brinquedos, cada qual com seu objetivo e público alvo definido. São brinquedos eletrônicos, muito comuns na contemporaneidade, que acendem luzes, se movem e emitem sons, réplicas perfeitas do universo adulto. Existem os brinquedos educativos que visam ensinar algo ou desenvolver determinadas habilidades. Há brinquedos únicos, feitos em casa pelos pais ou pelas crianças, com materiais diversos, como, por exemplo, o carrinho de rolimã. Brinquedos feitos por mestres artesãos. E até, brinquedos raros, com os quais ninguém mais brinca, pois estão em exposição em algum museu ou guardados com algum colecionador de brinquedos. No decorrer do texto, até agora, abordamos a questão histórica, cultural e simbólica do brinquedo, entretanto não podemos nos esquecer da questão comercial que envolve o brinquedo. Através das propagandas dirigidas ao público infantil, as mídias podem incentivar o consumo inadequado dos brinquedos. Vejamos o que a pesquisadora Cristina Porto diz a respeito do tema. Explore Visite o site do Museu virtual do brinquedo e saiba mais sobre a história dos brinquedos. http://www.museudosbrinquedos.org.br/ 12 Unidade: A criança e o brinquedo A sociedade ocidental moderna dá ao brinquedo um lugar e uma difusão sem precedentes, por meio de um desenvolvimento industrial que instituiu a produção, a venda e o consumo sistemático desses objetos. [...] Da concepção à fabricação, das obrigações econômicas às tradições industriais regionais, é necessário conhecer o contexto que torna possíveis os brinquedos de hoje. Neste sentido, é extremamente importante abordar o brinquedo tal como na nossa sociedade de consumo. (Porto. In: Kramer e Leite, 1998, p. 179). Ao fazermos uma análise do brinquedo, devemos considerar os fatores de produção, comerciais e de consumo do brinquedo. A força exercida pelas mídias, na hora da decisão de escolher um brinquedo para uma criança, é fundamental. Estar de posse de um brinquedo é, de certa forma, poder manipular ou transformar a realidade. O brinquedo pode nos sugerir também uma reinvenção da realidade, na medida em que, através da imaginação e do brincar, a criança experimenta ou testa soluções para seus problemas do cotidiano. Veja o que Kishimoto (2005) diz a respeito do brinquedo. [...] Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e uma indeterminação quanto ao seu uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização. Uma boneca permite à criança várias formas de brincadeiras, desde a manipulação até a realização de brincadeiras como “mamãe e filhinha”. O brinquedo estimula a representação e expressão de imagens que evocam aspectos da realidade. [...] (Kishimoto, 2005, p. 18). A autora fornece pistas para melhor entendermos as relações íntimas e pessoais entre o brinquedo e a criança. O brinquedo sugere uma manipulação ou brincadeira mais aberta e livre de regras fixas. Essa forma espontânea de relacionar-se com o brinquedo é que abre as possibilidades de reinvenção da realidade imediata da criança. Para Pensar Se você fosse um(a) diretor(a) de uma escola de Educação Infantil e estivesse na hora de adquirir novos brinquedos, quais seriam os três brinquedos que não poderia faltar nessa compra? Por quê? O brinquedo e a brincadeira 13 Para compreendermos a brincadeira, dois fatores são fundamentais: o primeiro é entendermos a brincadeira como conduta livre e expressiva da criança, considerando que a imaginação conduz a brincadeira, e o segundo é entendermos a brincadeira como representação da realidade imediata da criança. Imaginação e realidade são os principais elementos de uma brincadeira infantil. O brinquedo é o suporte de uma brincadeira e, em última análise, ele é um portador dos significados culturais. Para Gilles Brougère, o brinquedo pode ser analisado sobre dois aspectos preliminares e distintos: o aspecto Material e o aspecto das Significações. Observe o quadro a seguir, sugerido por Brougère (2008, p. 44). Aspecto Material Aspecto das Significações Material Representação de uma realidade Forma/desenho Modificações induzidas nessa realidade Cor Universo imaginário representado Tátil Representação isolada ou que pertence a um universo Odorífico Impacto da dimensão funcional Produção de sons A análise preliminarde Brougère expressa uma lógica própria do brinquedo; o brinquedo adquire uma característica autônoma que sugere um tipo de ação sobre ele. Porém a falta de regras de como brincar garante, também, a liberdade de imaginação e de criação de como e do que brincar com tal objeto. Ao trabalhar com brinquedos, o educador deverá fazer essa análise preliminar do brinquedo, para poder planejar sua aula e garantir suas expectativas de ensino. Não podemos nos esquecer de que o brinquedo é, também, suporte de aprendizagens. Brinquedos e brincadeiras são elementos que fazem parte do que Brougère denominou de cultura lúdica e são parte integrante do universo infantil no qual a criança se insere e através do qual ela aprende e se desenvolve. Inserida nessa cultura, a criança se socializa e cria a sua rede de relacionamentos sociais da qual a família e a escola fazem parte. Devemos, ainda, lembrar que a criatividade e a inventividade da criança são fundamentais em sua vida; assim, uma lata pode virar um carrinho, uma panelinha para fazer comidinha ou uma vassoura pode transformar-se em um cavalo na imaginação da criança. As crianças significam e ressignificam os objetos que estão ao seu redor e podem transformá-los em brinquedos interessantes. 14 Unidade: A criança e o brinquedo A criança que cresce no meio urbano, com grande concentração de pessoas, fica, cada vez mais, sem espaço para brincar livremente. Nos grandes centros, a rua, que era um ótimo lugar para se brincar e fazer novas amizades, já se transformou; hoje a criança perdeu esse espaço, em alguns casos, para o trânsito, em outros, para a insegurança que reina nos grandes centros. O quintal, que também era um excelente lugar para a brincadeira, hoje desapareceu e, em seu lugar, surgem construções verticais, cada vez mais próximas umas das outras, e fazem do quintal, floreiras ou passeios para os moradores. Nos lugares mais pobres, as casas se espremem, em uma disputa palmo a palma pelo espaço nos morros ou nas comunidades carentes, criando vielas que dificultam o brincar. As praças das cidades, que poderiam ser espaços maravilhosos para se brincar, também não garantem esse direito para as crianças; muitas delas são maltratadas pelo poder público, configurando-se como um espaço não inclusivo e inseguro para os pequenos. Qual espaço resta para a criança brincar? A escola pode cumprir esse papel? Como se pode notar, espaços para brincar são escassos nas regiões urbanizadas. Entretanto o homem cria espaços específicos para a criança brincar e conviver com outras, espaços que tenham características acolhedoras e inclusivas, para que a brincadeira se desenvolva e seja garantida a todas as crianças que frequentam esses espaços para brincar. Como exemplo, vamos falar dos parques infantis e das brinquedotecas de natureza pública ou privada. Os Parques infantis Também conhecidos como parquinho ou playground, os parques infantis são espaços geralmente instalados ao ar livre com intenções recreativas. É uma área pensada especialmente para as crianças, com o principal objetivo de estimular a atividade física e motora e promover o encontro das crianças para que possam brincar. Nesse sentido, é importante que seja um espaço inclusivo e sob a supervisão de um adulto. Explore Você pode ampliar seu repertório de brincadeiras visitando o site Mapa do brincar. O site oferece várias brincadeiras e brinquedos para você conhecer e praticar com sua turma. O site fica no seguinte endereço eletrônico: http://mapadobrincar.folha.com.br/ O brinquedo e seus espaços 15 Apenas no século XIX pensou-se em um espaço equipado com brinquedos para as crianças brincarem de forma segura. Atualmente, esses espaços multiplicam-se em diferentes formas e são exemplos: os parques de diversão voltados às crianças e adolescentes, praças e parques públicos que reservam uma área para os brinquedos infantis, condomínios de moradias que possuem uma área para as crianças brincarem, ou casas comerciais que criam esses espaços para entreterem as crianças enquanto os adultos consomem objetos ou serviços. Esses parques também foram adaptados para as escolas de Educação Infantil e tornaram-se parte integrante da rotina e dos currículos escolares. Mediadas pelo professor, as brincadeiras e atividades surgidas nesses parques podem ser um instrumento importante para a aprendizagem e o desenvolvimento da criança. Existe uma infinidade de brinquedos específicos para esses espaços. Veja alguns exemplos a seguir: Gira-gira – São divertidos e as crianças adoram. Gangorra – Trabalham o equilíbrio e a relação entre as crianças. Balanços – São tradicionais nos parques infantis. Brinquedos múltiplos que agregam diversas atividades. São infinitas as possibilidades de brinquedos. Os materiais utilizados vão desde resina plástica até madeira e materiais reciclados, como pneus de carro. O importante é que esses brinquedos ofereçam total segurança para as crianças brincarem. Os parques infantis devem ser um espaço democrático e inclusivo, necessários para o desenvolvimento integral das crianças pequenas. 16 Unidade: A criança e o brinquedo A Brinquedoteca Constitui-se em um espaço que contém brinquedos e jogos e que é organizado para o uso livre dos frequentadores. Existem duas modalidades de brinquedoteca: a que permite que se brinque no local ou a que funciona com empréstimo de brinquedos ou jogos, como uma biblioteca. O tema brinquedoteca faz parte das discussões de terapeutas e educadores por todo o mundo, sendo incluído em diversos congressos e seminários. Veja o que Porto (In: Kramer, 1998) diz a respeitos das brinquedotecas: As brinquedotecas vêm se tornando um lugar novo de convívio, onde o brinquedo e a brincadeira podem ser mediadores de relações em que os indivíduos falem sobre suas vidas e troquem experiências. (Porto, 1998, p. 191). As brinquedotecas tornam-se um lugar para brincar e, em especial, para conviver. É uma ideia nova que surgiu nos Estados Unidos na década 1930, em Los Angeles. Elas estão, cada vez mais, ocupando espaços alternativos. Além das escolas, elas podem estar em hospitais, conjugadas em bibliotecas infanto-juvenis, em parques, comunidades, entre outros, cumprindo diferentes papéis e objetivos. Em 1984, criou-se, no Brasil, a Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABB), responsável pela organização e orientação da montagem das brinquedotecas. Uma brinquedoteca, por ser um espaço lúdico, favorece as brincadeiras de faz de conta, por isso é importante que as brinquedotecas possuam peças de roupas e fantasias de personagens infantis, abrindo espaço para a imaginação e o simbolismo da criança, além de proporcionar o desenvolvimento físico e intelectual por meio das brincadeiras. Imagens da brinquedoteca da Universidade Cruzeiro do Sul, Campus Anália Franco. 17 A estrutura básica das brinquedotecas é composta por: brinquedos de vários tipos e para várias idades; um espaço para a produção artística, com mesas, papéis, tintas e lápis; um espaço para descanso com tapetes e almofadas; um espaço para a contação de histórias e outras atividades livres; espelhos, que não podem faltar em uma brinquedoteca. A existência desses objetos e equipamentos depende das instalações e da situação financeira da instituição propositora; também são sugestões, pois não existe rigidez nessa estrutura. A história do brinquedo e da brincadeira acompanha a história dos homens. Brinquedo e brincadeira sempre estiveram presentes na sociedade. O brinquedo não pode ser considerado apenas um objeto para a criança se distrair e divertir; ele é um poderoso instrumento de aprendizagem e uma forma de conhecer o mundo em que a criança está inserida. Brinquedos e brincadeiras oferecem asas à imaginação infantil, estabelecem convivênciassociais importantes para o desenvolvimento da criança. Através das brincadeiras, as crianças ressignificam as coisas e os conceitos próprios do seu mundo. O brinquedo é parte integrante da cultura lúdica e é um retrato fiel do universo interior da criança. Assim, torna-se fundamental o brinquedo e a brincadeira na vida da criança e no currículo das escolas. Considerações Finais 18 Unidade: A criança e o brinquedo Material Complementar Explore Para complementar seus estudos, sugerimos que leia o texto “Brinquedo e Brincadeira na Brinque- doteca”, de Cristina Porto, que se encontra no capítulo 8 do livro: KRAMER, S. e LEITE, M. I. (Org.) Infância e produção cultural. 8ª edição. Campinas: Papirus, 1998. O referido livro encontra-se em e-book e está disponibilizado na biblioteca virtual Pearson da Univer- sidade Cruzeiro do Sul. Site: http://sites.cruzeirodosulvirtual.com.br/biblioteca/ 19 Referências BROUGÈRE G. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez Editora, 2008. Coleção: Questões da nossa época; V.43. KISHIMOTO, T. M. (Org.) Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 8ª edição. São Paulo: Cortez, 2005. ______. (Org.) O brincar e suas Teorias. São Paulo: Pioneira, 2002. KRAMER, S. e LEITE, M. I. (Org.) Infância e produção cultural. 8ª edição. Campinas: Papirus, 1998. 20 Unidade: A criança e o brinquedo Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000
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