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Prévia do material em texto

Educação - 
Jogos e Brincadeiras
A criança e o brinquedo
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Pascoal Fernando Ferrari
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni 
5
• Introdução
• A Bola
• A Pipa
Nesta unidade, faremos alguns apontamentos históricos sobre o brinquedo, bem como 
sobre sua utilização na atualidade. Iremos analisar o brinquedo e suas relações com o 
desenvolvimento sensório-motor e simbólico da criança e finalizaremos com uma análise 
sobre os brinquedos eletrônicos.
Como exemplo de análise, traremos a bola, a boneca, a pipa, e faremos um estudo especial 
sobre a história das miniaturas no decorrer da história dos brinquedos. 
Quanto às atividades propostas na unidade, é importante que você realize todas com afinco 
e determinação. Avalie seus conhecimentos respondendo às questões sugeridas, observe o 
que você já sabe e o que precisa ainda saber e amplie seus conhecimentos lendo o material 
complementar e visitando os links indicados na unidade.
Tenha um bom estudo e lembre-se de que, em caso de dúvidas, estaremos à sua disposição 
através do ambiente virtual.
 · Nesta unidade, “A criança e o brinquedo”, faremos análise 
de alguns brinquedos e sua relação com o brincar. Nesse 
sentido, destacaremos alguns apontamentos históricos 
sobre o brinquedo e sua utilização na atualidade. Também 
faremos uma investigação sobre o brinquedo e suas relações 
com o desenvolvimento sensório-motor e o universo 
simbólico da criança.
A criança e o brinquedo
• A Boneca e o Boneco
• As miniaturas
• O brinquedo e a brincadeira
• O brinquedo e seus espaços
• Considerações Finais
6
Unidade: A criança e o brinquedo
Contextualização
Neste momento, sugerimos que você acesse o site Portal do Professor, do Ministério da 
Educação do Brasil. Na página específica, você encontrará uma sequência didática com o tema 
brinquedos e brincadeiras indígenas.
Obrigado e bons estudos!
Você sabia que inúmeros brinquedos vêm da tradição indígena, como a perna 
de pau, pião, peteca, entre outros? Também, no mesmo site, encontraremos 
dezenas de brincadeiras que vieram da tradição indígena brasileira.
 
 Explore
Ainda sugerimos que você visite os links indicados na sequência didática. Após visitar a página e os 
links indicados, faça uma reflexão sobre as contribuições indígenas que influenciaram nossos brin-
quedos e brincadeiras e sobre como poderíamos levar essas propostas para a sala de aula.
O endereço eletrônico do site é: 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22766
7
Introdução
Caros(as) alunos(as)!
Nesta unidade, faremos alguns apontamentos históricos sobre o brinquedo, sua utilização 
na atualidade. Também faremos uma investigação sobre o brinquedo e suas relações com o 
desenvolvimento sensório-motor e o universo simbólico da criança. Finalizaremos a unidade 
com uma análise sobre os brinquedos eletrônicos que são muito utilizados nos dias atuais.
Iniciaremos a unidade contando a história dos brinquedos. É bom lembrar que contar a 
história dos brinquedos é, certamente, contar um pouco a história do próprio homem, seu 
desenvolvimento, valores e visões de mundo que estão impregnados em alguns brinquedos 
tradicionais. Vejamos alguns exemplos:
Podemos citar, como primeiro exemplo de brinquedo, a bola. Ela é um dos brinquedos mais 
antigos. Seu surgimento data de 6.500 anos, no Japão, mas é um objeto que está presente 
em outras culturas antigas, como China, Grécia, Egito, entre outras. As bolas apareceram 
confeccionadas com diversos materiais, como couro e bexiga de animais. Hoje, a bola é um 
brinquedo que está popularizado em todas as partes do mundo. Além de ser um brinquedo, a 
bola é utilizada em inúmeras modalidades esportivas.
A bola, dependendo de sua utilização, apresenta não só diversidade do material empregado 
em sua confecção, como também diferentes tamanhos, que vão desde as bolas grandes, como 
as de exercícios terapêuticos de Pilates, até as pequenas bolas de gude. Podem ser duras, como 
as bolas de boliche, ou macias, como as que oferecemos para os bebês brincarem e morderem.
A bola é um objeto que pode ser rolado, atirado, chutado, batido, empurrado ou arremessado. 
São muitas as possibilidades de contato com uma bola; depende da brincadeira ou do jogo que 
se está praticando.
Bola de futebol Bola de Gizo Bola de Beisebol Bola de Gude
A Bola
8
Unidade: A criança e o brinquedo
Froebel atribuía grandes expectativas educacionais para a bola e a esfera. Em seus Dons, como 
vimos na unidade I, estavam presentes as bolas macias e as esferas. Segundo Kishimoto (2002), 
na esfera não existem lados, a identidade e a unidade prevalecem; as bolas satisfazem o desejo 
primitivo de exercer força e causar mudanças. Ao brincar com a bola, a criança experimenta 
movimentos e diferentes direções.
A bola é um artefato utilizado para o lazer e o brincar dos indivíduos, mas também é um 
artefato esportivo, na medida em que é utilizada em inúmeras modalidades esportivas.
Outro exemplo bastante curioso é a tradicional Pipa, também conhecida como quadrado, 
papagaio, arraia, entre outros nomes, dependendo do lugar ou época de utilização.
A Pipa não nasceu como brinquedo, mas como instrumento de guerra. Consta que, na China 
antiga, por volta de 1.200 a.C., as pipas eram utilizadas como artefato de sinalização militar. 
Uma determinada cor e o movimento que a pipa fazia no ar indicavam o movimento e a 
estratégia dos exércitos. 
Outra curiosidade é a sua utilização pelo inventor americano Benjamin Franklin, que usou 
uma pipa para investigar as descargas elétricas que vinham das nuvens e, assim, inventar o para-
raios. Empinando uma pipa em uma tempestade, provou que existia carga elétrica acumulada 
no ar e teve a ideia de capturar as descargas elétricas e devolvê-las à terra.
Com o passar do tempo, a pipa foi se transformando em um interessante brinquedo. Hoje 
encontramos pipas de todos os tamanhos e cores enfeitando os céus e divertindo inúmeras 
crianças por todo o mundo.
A Pipa
9
A boneca é um dos brinquedos mais antigos e mais populares em todo o mundo. Ela reproduz 
as formas humanas, com predomínio das formas feminina e infantil, como as bonecas bebês, 
por exemplo. 
Em várias civilizações antigas, como a chinesa e a egípcia, já se encontrava o artefato. 
Segundo pesquisadores, bonecas egípcias eram colocadas no túmulo para a criança brincar no 
mundo do além. Na Grécia Antiga, nos rituais que antecediam o casamento, as jovens noivas 
entregavam suas bonecas à deusa Ártemis, simbolizando o fim da infância.
Feitas de diversos materiais, as mais antigas eram de barro, madeira ou fibras naturais e, 
hoje, as mais modernas são de pano, plásticos e borrachas, além das mais sofisticadas, como 
as bonecas de porcelana. Essa diversidade de materiais é, também, influenciada pelas novas 
tecnologias da indústria.
As bonecas são consideradas altamente socializadoras por serem um brinquedo com 
características humanas e, assim, estimularem brincadeiras de relacionamento. Brincar com as 
bonecas estimula as crianças a entrar no universo da imaginação e do faz de conta, criando 
histórias e experimentando, mesmo que de forma imaginária, diferentes situações de vida.
A tradição da boneca iniciou-se com uma confecção caseira e familiar. Em seguida, foi 
também, confeccionada de maneira artesanal em pequena escala, mas a fabricação de bonecas, 
com objetivos comerciais, teve início na França, presumidamente no século XV. Hoje em dia, 
algumas bonecas possuem marcas registradas, são produzidas em grande escala pela indústria 
de brinquedos e consumidas por milhares de crianças em todo o planeta.
As bonecas, muitas vezes, são consideradas um brinquedo que prepara para a maternidade, 
por esse motivo as bonecas,em muitas culturas, são vistas como um brinquedo associado às 
meninas, no entanto existem versões de bonecos direcionados aos meninos.
A Boneca e o Boneco
10
Unidade: A criança e o brinquedo
Na modernidade encontramos diversos bonecos direcionados ao gênero masculino. Existem 
inúmeros bonecos com características masculinas, como os super-heróis, personagens saídos 
do cinema ou da revista em quadrinhos, os bonecos militares ou personagens de guerra e uma 
infinidade de bonecos articuláveis em geral.
A ideia de diminuir o tamanho dos objetos é algo que acompanha o homem desde há muito 
tempo. Essa ideia talvez tenha surgido da necessidade do homem de manipular as coisas a seu 
bel prazer, o que sugere certo “poder”. Porém as pesquisas sobre as miniaturas são escassas, o 
que prejudica as referências históricas.
Sobre a seu uso, consta que, no início do século XII, as miniaturas eram utilizadas para simular 
situações de batalha. Era uma tecnologia empregada para determinar qual seria a estratégia 
utilizada pelas tropas de guerra. Castelos, cenários representando o espaço geográfico com rios 
e montanhas, aldeias e os soldados de chumbo representando as tropas. Os soldados vieram, 
mais tarde, no século XIX, a ser industrializados e vendidos em larga escala, ocasionando o 
barateamento de seu custo e, consequentemente, a sua popularização.
Muito populares também, as casas de bonecas são presentes na vida das crianças. Algumas 
casas de bonecas ganham ricos detalhes e alto grau de perfeição e realidade, criando ambientes 
como cozinha, sala de estar, banheiros, entre outros cômodos de uma casa. Não podemos nos 
esquecer do mobiliário dos ambientes; dentre alguns móveis e objetos, encontramos relógio, 
fogão, mesa, guarda-roupa, cama.
Veja um exemplo:
Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:DollhouseLivingRoom.jpg
As miniaturas
11
O registro das primeiras casas de bonecas consta do século XVI, quando os nobres europeus 
mandavam construir casas de bonecas para suas filhas. Assim, as casas de bonecas nasceram 
para os ricos. Hoje em dia, muitas destas miniaturas são consideradas objetos de arte e fazem 
parte de exposições artísticas por todo o mundo.
Todavia o brinquedo casa de boneca passou por uma popularização devido à sua fabricação 
em larga escala e aos preços acessíveis para uma parcela significativa da população.
Outro exemplo de miniaturização de objetos são os meios de transportes. Encontramos uma 
infinidade de carros, motos, caminhões, navios, aviões, trens e até espaçonave, miniaturizados. 
Esses brinquedos colocam em atividade a imaginação das crianças.
Meninos e meninas sonham e criam histórias com suas miniaturas. Criam passeios fantásticos 
a lugares que ainda estão por serem criados na realidade ou, também, simulam suas futuras 
profissões. O sonho de ser um piloto aviador, um caminhoneiro livre das estradas pode começar 
com uma brincadeira com miniaturas. A miniatura pode criar ou alimentar sonhos e fantasias. 
É bom lembrar que algumas realidades tiveram origem no mundo do faz de conta.
São muitas as possibilidades de miniaturas. De forma geral, qualquer objeto pode ser 
miniaturizado e tornar-se um brinquedo colecionável. Hoje vemos criar-se uma indústria das 
miniaturas colecionáveis, agregando, em seu entorno, diversas outras atividades econômicas, 
como, por exemplo, editoras de revistas, clubes e lojas especializadas em miniaturas.
Como podemos notar, existe uma infinidade de tipos e categorias de brinquedos, cada 
qual com seu objetivo e público alvo definido. São brinquedos eletrônicos, muito comuns 
na contemporaneidade, que acendem luzes, se movem e emitem sons, réplicas perfeitas do 
universo adulto. Existem os brinquedos educativos que visam ensinar algo ou desenvolver 
determinadas habilidades.
Há brinquedos únicos, feitos em casa pelos pais ou pelas crianças, com materiais diversos, 
como, por exemplo, o carrinho de rolimã. Brinquedos feitos por mestres artesãos. E até, 
brinquedos raros, com os quais ninguém mais brinca, pois estão em exposição em algum museu 
ou guardados com algum colecionador de brinquedos.
No decorrer do texto, até agora, abordamos a questão histórica, cultural e simbólica 
do brinquedo, entretanto não podemos nos esquecer da questão comercial que envolve o 
brinquedo. Através das propagandas dirigidas ao público infantil, as mídias podem incentivar 
o consumo inadequado dos brinquedos. Vejamos o que a pesquisadora Cristina Porto diz 
a respeito do tema.
 
 Explore
Visite o site do Museu virtual do brinquedo e saiba mais sobre a história dos brinquedos.
http://www.museudosbrinquedos.org.br/
12
Unidade: A criança e o brinquedo
A sociedade ocidental moderna dá ao brinquedo um lugar e uma difusão 
sem precedentes, por meio de um desenvolvimento industrial que instituiu a 
produção, a venda e o consumo sistemático desses objetos. [...] Da concepção 
à fabricação, das obrigações econômicas às tradições industriais regionais, é 
necessário conhecer o contexto que torna possíveis os brinquedos de hoje. 
Neste sentido, é extremamente importante abordar o brinquedo tal como na 
nossa sociedade de consumo. (Porto. In: Kramer e Leite, 1998, p. 179).
Ao fazermos uma análise do brinquedo, devemos considerar os fatores de produção, 
comerciais e de consumo do brinquedo. A força exercida pelas mídias, na hora da decisão de 
escolher um brinquedo para uma criança, é fundamental.
Estar de posse de um brinquedo é, de certa forma, poder manipular ou transformar a 
realidade. O brinquedo pode nos sugerir também uma reinvenção da realidade, na medida 
em que, através da imaginação e do brincar, a criança experimenta ou testa soluções para seus 
problemas do cotidiano. Veja o que Kishimoto (2005) diz a respeito do brinquedo.
[...] Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a 
criança e uma indeterminação quanto ao seu uso, ou seja, a ausência 
de um sistema de regras que organizam sua utilização.
Uma boneca permite à criança várias formas de brincadeiras, desde a 
manipulação até a realização de brincadeiras como “mamãe e filhinha”. 
O brinquedo estimula a representação e expressão de imagens que 
evocam aspectos da realidade. [...] (Kishimoto, 2005, p. 18).
A autora fornece pistas para melhor entendermos as relações íntimas e pessoais entre o 
brinquedo e a criança. O brinquedo sugere uma manipulação ou brincadeira mais aberta e 
livre de regras fixas. Essa forma espontânea de relacionar-se com o brinquedo é que abre as 
possibilidades de reinvenção da realidade imediata da criança.
Para Pensar
Se você fosse um(a) diretor(a) de uma escola de Educação Infantil e estivesse na hora de adquirir 
novos brinquedos, quais seriam os três brinquedos que não poderia faltar nessa compra? Por quê?
O brinquedo e a brincadeira
13
Para compreendermos a brincadeira, dois fatores são fundamentais: o primeiro é 
entendermos a brincadeira como conduta livre e expressiva da criança, considerando 
que a imaginação conduz a brincadeira, e o segundo é entendermos a brincadeira como 
representação da realidade imediata da criança. Imaginação e realidade são os principais 
elementos de uma brincadeira infantil.
O brinquedo é o suporte de uma brincadeira e, em última análise, ele é um portador dos 
significados culturais. Para Gilles Brougère, o brinquedo pode ser analisado sobre dois aspectos 
preliminares e distintos: o aspecto Material e o aspecto das Significações. Observe o quadro 
a seguir, sugerido por Brougère (2008, p. 44). 
Aspecto Material Aspecto das Significações
Material Representação de uma realidade
Forma/desenho Modificações induzidas nessa realidade
Cor Universo imaginário representado
Tátil Representação isolada ou que pertence a um universo
Odorífico Impacto da dimensão funcional
Produção de sons
A análise preliminarde Brougère expressa uma lógica própria do brinquedo; o brinquedo 
adquire uma característica autônoma que sugere um tipo de ação sobre ele. Porém a falta de 
regras de como brincar garante, também, a liberdade de imaginação e de criação de como e do 
que brincar com tal objeto.
Ao trabalhar com brinquedos, o educador deverá fazer essa análise preliminar do brinquedo, 
para poder planejar sua aula e garantir suas expectativas de ensino. Não podemos nos esquecer 
de que o brinquedo é, também, suporte de aprendizagens.
Brinquedos e brincadeiras são elementos que fazem parte do que Brougère denominou de 
cultura lúdica e são parte integrante do universo infantil no qual a criança se insere e através 
do qual ela aprende e se desenvolve. Inserida nessa cultura, a criança se socializa e cria a sua 
rede de relacionamentos sociais da qual a família e a escola fazem parte.
Devemos, ainda, lembrar que a criatividade e a inventividade da criança são fundamentais 
em sua vida; assim, uma lata pode virar um carrinho, uma panelinha para fazer comidinha 
ou uma vassoura pode transformar-se em um cavalo na imaginação da criança. As crianças 
significam e ressignificam os objetos que estão ao seu redor e podem transformá-los em 
brinquedos interessantes.
14
Unidade: A criança e o brinquedo
A criança que cresce no meio urbano, com grande concentração de pessoas, fica, cada vez 
mais, sem espaço para brincar livremente. Nos grandes centros, a rua, que era um ótimo lugar 
para se brincar e fazer novas amizades, já se transformou; hoje a criança perdeu esse espaço, 
em alguns casos, para o trânsito, em outros, para a insegurança que reina nos grandes centros.
O quintal, que também era um excelente lugar para a brincadeira, hoje desapareceu e, em 
seu lugar, surgem construções verticais, cada vez mais próximas umas das outras, e fazem do 
quintal, floreiras ou passeios para os moradores. Nos lugares mais pobres, as casas se espremem, 
em uma disputa palmo a palma pelo espaço nos morros ou nas comunidades carentes, criando 
vielas que dificultam o brincar.
As praças das cidades, que poderiam ser espaços maravilhosos para se brincar, também 
não garantem esse direito para as crianças; muitas delas são maltratadas pelo poder público, 
configurando-se como um espaço não inclusivo e inseguro para os pequenos.
Qual espaço resta para a criança brincar? A escola pode cumprir esse papel?
Como se pode notar, espaços para brincar são escassos nas regiões urbanizadas. Entretanto 
o homem cria espaços específicos para a criança brincar e conviver com outras, espaços que 
tenham características acolhedoras e inclusivas, para que a brincadeira se desenvolva e seja 
garantida a todas as crianças que frequentam esses espaços para brincar. Como exemplo, vamos 
falar dos parques infantis e das brinquedotecas de natureza pública ou privada.
Os Parques infantis
Também conhecidos como parquinho ou playground, os parques infantis são espaços 
geralmente instalados ao ar livre com intenções recreativas. É uma área pensada especialmente 
para as crianças, com o principal objetivo de estimular a atividade física e motora e promover o 
encontro das crianças para que possam brincar. Nesse sentido, é importante que seja um espaço 
inclusivo e sob a supervisão de um adulto.
 
 Explore
Você pode ampliar seu repertório de brincadeiras visitando o site Mapa do brincar. O site oferece 
várias brincadeiras e brinquedos para você conhecer e praticar com sua turma. O site fica no seguinte 
endereço eletrônico: http://mapadobrincar.folha.com.br/
O brinquedo e seus espaços
15
Apenas no século XIX pensou-se em um espaço equipado com brinquedos para as crianças 
brincarem de forma segura. Atualmente, esses espaços multiplicam-se em diferentes formas e 
são exemplos: os parques de diversão voltados às crianças e adolescentes, praças e parques 
públicos que reservam uma área para os brinquedos infantis, condomínios de moradias que 
possuem uma área para as crianças brincarem, ou casas comerciais que criam esses espaços 
para entreterem as crianças enquanto os adultos consomem objetos ou serviços. Esses parques 
também foram adaptados para as escolas de Educação Infantil e tornaram-se parte integrante 
da rotina e dos currículos escolares.
Mediadas pelo professor, as brincadeiras e atividades surgidas nesses parques podem ser 
um instrumento importante para a aprendizagem e o desenvolvimento da criança. Existe uma 
infinidade de brinquedos específicos para esses espaços. Veja alguns exemplos a seguir:
Gira-gira – São divertidos e as crianças adoram.
Gangorra – Trabalham o equilíbrio e a relação entre as crianças.
Balanços – São tradicionais nos parques infantis.
Brinquedos múltiplos que agregam diversas atividades.
São infinitas as possibilidades de brinquedos. Os materiais utilizados vão desde resina plástica 
até madeira e materiais reciclados, como pneus de carro. O importante é que esses brinquedos 
ofereçam total segurança para as crianças brincarem. Os parques infantis devem ser um espaço 
democrático e inclusivo, necessários para o desenvolvimento integral das crianças pequenas.
16
Unidade: A criança e o brinquedo
A Brinquedoteca
Constitui-se em um espaço que contém brinquedos e jogos e que é organizado para o uso livre 
dos frequentadores. Existem duas modalidades de brinquedoteca: a que permite que se brinque 
no local ou a que funciona com empréstimo de brinquedos ou jogos, como uma biblioteca. O 
tema brinquedoteca faz parte das discussões de terapeutas e educadores por todo o mundo, 
sendo incluído em diversos congressos e seminários. Veja o que Porto (In: Kramer, 1998) diz a 
respeitos das brinquedotecas:
As brinquedotecas vêm se tornando um lugar novo de convívio, onde 
o brinquedo e a brincadeira podem ser mediadores de relações em que 
os indivíduos falem sobre suas vidas e troquem experiências. (Porto, 
1998, p. 191).
As brinquedotecas tornam-se um lugar para brincar e, em especial, para conviver. É uma ideia 
nova que surgiu nos Estados Unidos na década 1930, em Los Angeles. Elas estão, cada vez mais, 
ocupando espaços alternativos. Além das escolas, elas podem estar em hospitais, conjugadas 
em bibliotecas infanto-juvenis, em parques, comunidades, entre outros, cumprindo diferentes 
papéis e objetivos. Em 1984, criou-se, no Brasil, a Associação Brasileira de Brinquedotecas 
(ABB), responsável pela organização e orientação da montagem das brinquedotecas.
Uma brinquedoteca, por ser um espaço lúdico, favorece as brincadeiras de faz de conta, por 
isso é importante que as brinquedotecas possuam peças de roupas e fantasias de personagens 
infantis, abrindo espaço para a imaginação e o simbolismo da criança, além de proporcionar o 
desenvolvimento físico e intelectual por meio das brincadeiras.
Imagens da brinquedoteca da Universidade Cruzeiro do Sul, Campus Anália Franco.
17
A estrutura básica das brinquedotecas é composta por:
 brinquedos de vários tipos e para várias idades;
 um espaço para a produção artística, com mesas, papéis, tintas e lápis;
 um espaço para descanso com tapetes e almofadas;
 um espaço para a contação de histórias e outras atividades livres;
 espelhos, que não podem faltar em uma brinquedoteca.
A existência desses objetos e equipamentos depende das instalações e da situação financeira 
da instituição propositora; também são sugestões, pois não existe rigidez nessa estrutura.
A história do brinquedo e da brincadeira acompanha a história dos homens. Brinquedo e 
brincadeira sempre estiveram presentes na sociedade. O brinquedo não pode ser considerado 
apenas um objeto para a criança se distrair e divertir; ele é um poderoso instrumento de 
aprendizagem e uma forma de conhecer o mundo em que a criança está inserida.
Brinquedos e brincadeiras oferecem asas à imaginação infantil, estabelecem convivênciassociais importantes para o desenvolvimento da criança. Através das brincadeiras, as crianças 
ressignificam as coisas e os conceitos próprios do seu mundo. 
O brinquedo é parte integrante da cultura lúdica e é um retrato fiel do universo interior da 
criança. Assim, torna-se fundamental o brinquedo e a brincadeira na vida da criança e no 
currículo das escolas.
Considerações Finais
18
Unidade: A criança e o brinquedo
Material Complementar
 
 Explore
Para complementar seus estudos, sugerimos que leia o texto “Brinquedo e Brincadeira na Brinque-
doteca”, de Cristina Porto, que se encontra no capítulo 8 do livro:
KRAMER, S. e LEITE, M. I. (Org.) Infância e produção cultural. 8ª edição. Campinas: Papirus, 1998.
O referido livro encontra-se em e-book e está disponibilizado na biblioteca virtual Pearson da Univer-
sidade Cruzeiro do Sul. Site: http://sites.cruzeirodosulvirtual.com.br/biblioteca/
19
Referências
BROUGÈRE G. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez Editora, 2008. Coleção: Questões da 
nossa época; V.43. 
KISHIMOTO, T. M. (Org.) Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 8ª edição. São Paulo: 
Cortez, 2005.
______. (Org.) O brincar e suas Teorias. São Paulo: Pioneira, 2002.
KRAMER, S. e LEITE, M. I. (Org.) Infância e produção cultural. 8ª edição. Campinas: 
Papirus, 1998.
20
Unidade: A criança e o brinquedo
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000