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SLIDES DIREITO ADMINISTRATIVO PODERES2

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PODERES
Conceito 
Definição 
Poderes políticos
Poderes administrativos
Poder discricionário
Poder vinculado
Poder hierárquico
Poder disciplinar
Poder regulamentar
Poder de polícia
Referências Bibliográficas
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Para o Direito Administrativo a palavra “poder” tem vários significados, servindo tanto para designar as atividades ou encargos, como para a distinção das funções do Estado.
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“Para bem atender ao interesse público, a Administração é dotada de poderes administrativos - distintos dos poderes políticos - consentâneas e proporcionais aos encargos que lhe são atribuídos. Tais poderes são verdadeiros instrumentos de trabalho, adequados à realização das tarefas administrativas. Daí o serem considerados poderes instrumentais, diversamente dos poderes políticos, que são estruturais e orgânicos, porque compõem a estrutura do Estado e integram a organização constitucional.” (MEIRELLES, 2016, p. 137)
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Assim, Hely Lopes Meirelles, trata os poderes como poderes administrativos, sendo os que servem de instrumento para atender ao interesse público e como poderes políticos aqueles que servem à organização do estrutural do Estado. 
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São poderes políticos o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário.
Previsão legal: art. 2º da CR.
O Estado é uno, mas sua organização em poderes serve para que as funções estatais não se concentrem em uma estrutura só. “Isso produz o sistema de freios e contrapesos e permite que ‘o poder controle o próprio poder’”. (JUSTEN FILHO, 2015, p.103)
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“Os poderes administrativos nascem com a Administração e se apresentam diversificados segundo as exigências do serviço público, o interesse da coletividade e os objetivos a que se dirigem.” (MEIRELLES, 2016, p. 137)
De acordo com a liberdade com que podem ser exercidos, Hely Lopes Meirelles classifica-os como discricionários ou vinculados.
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O poder discricionário e o poder vinculado são FORMAS de exercício do poder e não poderes propriamente ditos.
Pois o ato administrativo pode ser vinculado ou discricionário.
Ressalte-se que todo poder administrativo é vinculado à lei e que a sua discricionariedade diz respeito a margens de opção delineadas na lei. Bem por isso, alguns autores os revelam como poder-dever.
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O Poder Discricionário, dentro dos limites da lei, traduz-se na margem de liberdade de escolha da Administração para a consecução de seus objetivos, levando em consideração os critérios de conveniência, oportunidade e conteúdo.
São exemplos de seu exercício: a escolha da modalidade de licitação, o período para gozo de férias de um servidor e a nomeação e exoneração de um cargo em comissão.
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Ainda sobre o poder discricionário, Hely ressalva que discricionariedade é diferente de arbitrariedade, onde:
“Discricionariedade é liberdade de ação administrativa, dentro dos limites permitidos em lei; arbítrio é ação contrária ou excedente da lei. Ato discricionário, quando autorizado é legal e válido; ato arbitrário é sempre ilegítimo e inválido.” (MEIRELLES, 2016, p. 140)
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Poder vinculado ou regrado é aquele que o Direito Positivo - a lei - confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização.” (MEIRELLES, 2016, p. 138)
O Poder Vinculado “dá a ideia de restrição, pois quando se diz que determinada atribuição da Administração é vinculada, quer-se significar que está sujeita à lei em praticamente todos os aspectos”. (DI PIETRO, 2009, p.89)
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“Dificilmente encontraremos um ato administrativo inteiramente vinculado, porque haverá sempre aspectos sobre os quais a Administração terá opções na sua realização. Mas o que caracteriza o ato vinculado é a predominância de especificações da lei sobre os elementos deixados livres para a Administração. 
Elementos vinculados serão sempre a competência, a finalidade e a forma, além de outros que a norma legal indicar para a consecução do ato.” (MEIRELLES, 2016, p. 139)
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Quanto menor a liberdade e maior o detalhamento do procedimento que deve ser adotado, identifica-se o ato de poder vinculado. 
São exemplos de exercício do poder vinculado: a homologação da licitação sem vícios ou motivos supervenientes e a portaria que trata da aposentadoria compulsória do servidor público aos 75 anos.
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“Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal.” (MEIRELLES, 2016, p. 142)
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No exercício do poder hierárquico é que se dão as ordens, a fiscalização, a delegação e a avocação. Também pelo poder hierárquico são distribuídas as funções, a gradação de autoridade e se estabelece “uma relação de coordenação e subordinação”. (DI PIETRO, 2009, p. 94)
O poder hierárquico é interno, não há hierarquia externa, ou seja, um ente não se subordina a outro. O que existe entre os entes é fiscalização e controle.
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É um pode típico do Executivo, percebido na estrutura dos órgãos onde a “hierarquia atua como instrumento de organização e aperfeiçoamento do serviço e age como meio de responsabilização dos agentes administrativos, impondo-lhes o dever de obediência”. (MEIRELLES, 2016, p. 143)
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No exercício do Poder hierárquico, quando o agente superior atribui a outro, certas prerrogativas de forma transitória e revogável, tem-se a delegação.
Por sua vez, quando o caminho é inverso, onde o agente superior se incumbe de uma tarefa do subalterno, tem-se a avocação.
O agente superior pode, de ofício ou por provocação, revisar os atos emanados pelos seus subordinados, justifica a autotutela.
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Exemplo de organograma:
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“Poder disciplinar é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.” (MEIRELLES, 2016, p. 145)
Enquanto no pode hierárquico são organizadas e distribuídas as funções, no uso do poder disciplinar a Administração controla o desempenho das funções e a conduta interna de seus servidores, responsabilizando-os pelas faltas cometidas.
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Percebemos então que o poder hierárquico fiscaliza o ato praticado e o poder disciplinar fiscaliza quem praticou o ato.
O poder disciplinar é diferente do poder punitivo do Estado. Pois enquanto aquele se dá no ambiente interno e sob as regras de regência do órgão, este se opera através da Justiça Penal, sob as regras de direito penal.
Por isso, pode haver condenação administrativa independentemente de condenação penal e vice-versa.
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 O poder disciplinar é exercido com o objetivo de aperfeiçoar o serviço público e também pode ser aplicado a terceiros, como por exemplo, participantes de um certame licitatório ou estudantes de uma escola pública.
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É um poder exercido privativamente pelo Chefe do Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos), que serve tanto para detalhar a lei no sentido de sua execução, como para normatizar matérias de sua competência que ainda não tenham sido objeto de lei.
Alguns doutrinadores chamam-o também de poder normativo.
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Encontra-se disposto na Constituição Federal:
“ Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República:
[...]
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;”
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“No poder de chefiar a Administração está implícito o de regulamentar a lei e suprir, com normas próprias, as omissões do Legislativo que estiverem na alçada do Executivo. Os vazios da lei e a imprevisibilidade de certos fatos e circunstâncias que surgem, a reclamar providências imediatas da Administração, impõem se reconheça ao Chefe do Executivo o poder de regulamentar, através de decreto, as normas legislativas incompletas, ou
de prover situações não previstas pelo legislador, mas ocorrentes na prática administrativa.” (MEIRELLES, 2016, p. 149)
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O direito brasileiro não admite os chamados "decretos autônomos", ou seja aqueles que trazem matéria reservada à lei, porque isso fere a autonomia e competência dos Poderes Políticos e o princípio da reserva legal.
O regulamento é diferente da lei.
O poder regulamentar ou normativo, não é o poder de legislar, pois não inova mas apenas explica a forma de execução da lei.
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“Regulamento é ato administrativo geral e normativo, expedido privativamente pelo Chefe do Executivo (federal, estadual ou municipal), através de decreto, com o fim de explicar o modo e forma de execução da lei (regulamento de execução) ou prover situações não disciplinadas em lei (regulamento autônomo ou independente).” (MEIRELLES, 2016, p. 151) 
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“Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em beneficio da coletividade ou do próprio Estado.” (MEIRELES, 2016, p. 152)
Tem definição legal no art. 78 do CTN:
  Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público (...)
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Como o interesse público é vasto e “a Administração Pública exerce sobre todas as atividades e bens que afetam ou possam afetar a coletividade” (MEIRELLES, 2016, p. 151), o art. 78 do CTN enumera algumas das hipóteses de atuação do poder de polícia.
Vejamos a segunda parte do art. 78:
 (...) interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
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A regra do poder de polícia é que o Ente que detém a competência de regular a matéria pode exercê-lo, com exclusividade. 
A exceção é o seu exercício de forma concorrente em matérias de interesse simultâneo.
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	“Assim, os assuntos de interesse nacional ficam sujeitos a regulamentação e policiamento da União; os de interesse regional sujeitam-se às normas e à polícia estadual, e os de interesse local subordinam- se aos regulamentos edilícios e ao policiamento administrativo municipal.
	Todavia, como certas atividades interessam simultaneamente às três entidades estatais, pela sua extensão a todo o território nacional (v.g., saúde pública, trânsito, transportes etc.)” (MEIRELLES, 2016, p. 152)
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No campo de atuação do poder de polícia temos o alvará – que é uma autorização, a fiscalização – que visa verificar o bom uso da autorização e as sanções – decorrentes do desacordo da conduta com as normas aplicáveis.
As sanções decorrem, geralmente, de autos de infração e podem variar gradativamente em multa, interdição e fechamento de estabelecimento.
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Ainda no exercício do pode de polícia, a título de sanções, pode ocorrer a demolição da obra, o embargo administrativo da obra, a destruição de objetos, proibição de fabricação e comercialização de produtos, vedação de localização de indústria ou comércio, sendo importante destacar que o poder de polícia nunca pode perder de vista o interesse público, a saúde e a segurança, pois está sujeito ao controle de legalidade como todo ato praticado pela Administração.
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 22ª Ed. São Paulo: Atlas, 2009. P. 88-97.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 11ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. P. 103-111 e 573-583.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 42ª Ed. Atual. Até a EC 90/2015. São Paulo: Malheiros. P. 138-171

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