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RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA NOS CRIMES AMBIENTAIS (NÃO SOU O AUTOR - ENCONTREI NA INTERNET E DECIDI COMPARTILHAR)

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RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA NOS CRIMES AMBIENTAIS 
Por Charles Pereira de Carvalho e Samyra Cristielle Dias Leão Veloso 
https://jus.com.br/artigos/56169/responsabilidade-da-pessoa-juridica-nos-crimes-ambientais (adaptado) 
 
 
 
 
 
RESUMO 
As pessoas jurídicas de direito privado, sejam elas sociedades civis, comerciais, fundações 
privadas, empresas públicas ou sociedades de economia mista, serão, segundo o princípio da 
igualdade disposto no art. 5º, caput, da CF/1988, todas imputáveis quando da prática de infrações 
penais. O meio ambiente, por ser um direito difuso, necessário para a boa qualidade de vida, 
incorporou o rol dos bens público indisponíveis, fazendo surgir mais uma perfilhação de bens à 
disposição da humanidade. Em 13 de fevereiro de 1998, surge a Lei 9.605/98, tornando-se o estatuto 
dos crimes ambientais, por ter agrupado em seu bojo, dividido em cinco grandes grupos, todos os 
crimes contra o meio ambiente: os crimes contra a Fauna, os crimes contra a Flora, a Poluição e outros 
crimes ambientais, os crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural; e os crimes 
contra a Administração Ambiental. Este estudo, qualitativo, de natureza descritiva consiste em uma 
pesquisa bibliográfica que teve como fonte as principais publicações científicas sobre o assunto 
pesquisado. Foram considerados como critérios de inclusão estabelecidos para o mesmo, artigos 
científicos, doutrinas e leis que abordam o assunto em questão. Com o desenvolvimento deste estudo 
constatou-se a importância de se responsabilizar a pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, 
bem como demonstrou que o Brasil vai ao encontro da legislação internacional, no intuito de proteger 
um dos bens mais preciosos da atualidade, o meio ambiente. 
Palavras – chave: Pessoa jurídica; crimes ambientais; Lei 9.605/98; Responsabilidade. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Legal persons of private law, whether civil, commercial companies, private foundations, 
public companies or joint stock companies, will be, according to the principle of equality provisions 
of art. 5, caput, CF / 1988, all responsible where the practice of criminal offenses. The environment, 
as a diffuse right, necessary for the good quality of life, entered the list of unavailable public goods, 
giving rise to a further profiling of goods at the disposal of mankind. On February 13, 1998, there is 
the Law 9.605 / 98, making it the status of environmental crimes, for having grouped within itself, 
divided into five groups, all crimes against the environment: crimes against fauna, crimes against 
Plant, Pollution and other environmental crimes, crimes against Urban Planning and Cultural 
Heritage; and crimes against Environmental Management. This study, qualitative, descriptive in 
nature consists of a literature search that was to supply the main scientific publications on the subject 
researched. They considered as inclusion criteria for the same, scientific articles, doctrines and laws 
that address the issue at hand. With the development of this study it was found the importance of 
responsible legal person for the commission of environmental crime and showed that Brazil meets 
international law, in order to protect one of the most precious of today, the environment. 
Keywords: Legal person; environmental crimes; Law 9.605/98; Responsibility. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
As pessoas jurídicas{C}[1] dividem-se em pessoas jurídicas de direito privado e de direito 
público. Esta por sua vez, ramifica-se em pessoa jurídica de direito público interno compreendendo 
a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios e em pessoa jurídica de direito público externo, 
englobando por sua vez, os Estados, Organismos Internacionais, Cruz Vermelha, Santa Sé etc.. As 
pessoas jurídicas de direito privado, sejam elas sociedades civis, comerciais, fundações privadas, 
empresas públicas ou sociedades de economia mista, serão, segundo o princípio da igualdade disposto 
no art. 5º, caput, da Constituição Federal de 1988, todas imputáveis quando da prática de infrações 
penais (SOUZA, 2014). 
Nesse sentido, Souza (2014) aponta que, quanto às pessoas jurídicas de direito público, tanto 
as de direito interno como as de direito externo, a imputabilidade encontra entraves para sua efetiva 
aplicação. Com relação à pessoa jurídica de direito público externo, é impossível sua viabilização, 
devido ao principal princípio que norteia as relações entre países no âmbito da esfera internacional, 
que é o princípio da soberania estatal, segundo o qual é regra a irresponsabilidade penal absoluta do 
Estado, como ente soberano perante a comunidade internacional. Já a penalização da pessoa jurídica 
de direito público interno, embora seja possível, careceria de lógica, visto que as penas são meramente 
de caráter financeiro. Seria como impor a alguém a pena de retirar dinheiro de um de seus bolsos 
para, em seguida, pô-lo em outro. 
O meio ambiente, por ser um direito difuso, necessário para a boa qualidade de vida, 
incorporou o rol dos bens público indisponíveis, fazendo surgir mais uma perfilhação de bens à 
disposição da humanidade. Até o surgimento da Constituição Federal de 1988, tinha-se latente a 
presença de dois grandes grupos de bens: os bens públicos e bens privados. O meio ambiente é 
denominado bem difuso, já que é um bem metafísico tendo utilidade tanto para o público quanto para 
o privado (FREITAS; GARCIA, 2009). 
Em 13 de fevereiro de 1998, surge a Lei 9.605/98, tornando-se o estatuto dos crimes 
ambientais, por ter agrupado em seu bojo, dividido em cinco grandes grupos, todos os crimes contra 
o meio ambiente. 
A Lei nº. 6.938/81, que trata sobre a Política Nacional do Meio Ambiente em seu Artigo 3º, 
inciso I, define Meio Ambiente como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem 
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (BRASIL, 1981) 
Antes da inserção da Lei 9.605/98 no ordenamento jurídico brasileiro, a política criminal 
referente ao setor ecológico, mostrava-se quase ineficiente, enquanto no âmbito civil a legislação 
ambiental tanto em nível constitucional quanto infraconstitucional era uma das mais avançadas. 
Pairava a latência de que a ciência criminal acompanhasse a evolução do mundo moderno, incluindo 
aí a proteção às condições naturais indispensáveis à vida, com ênfase aos seres da biota animal, 
florestal, e a proteção a não poluição dos bens ambientais (FREITAS; GARCIA, 2009). 
Buscando compreender a problemática relacionada à responsabilidade da pessoa jurídica em 
crimes ambientais, o presente estudo visa analisar essa responsabilidade, bem como identificar os 
grupos de crimes ambientais cometidos pela pessoa jurídica e evidenciar as formas de reparação 
quanto a esses crimes. 
A Lei de Crimes Ambientais - Lei nº 9.605/98 dividiu e agrupou os tipos penais ambientais 
em cinco temas: os crimes contra a Fauna (arts. 29 e 37); os crimes contra a Flora (arts. 38 e 53); a 
Poluição e outros crimes ambientais (arts. 54 e 61); os crimes contra o Ordenamento Urbano e o 
Patrimônio Cultural (arts. 62 a 65); e os crimes contra a Administração Ambiental (arts. 66 a 69-A) 
(JAGUARIBE, 2012). 
A supracitada Lei no que se refere ao agrupamento dos crimes contra o meio ambiente, teve 
sua exegese bem exposta pelo legislador ordinário. O legislador agrupou bem os referidos delitos ao 
empregar uma metodologia bastante didática para compreensão do tema por parte daqueles que se 
detém a manuseá-los e compreendê-los (FREITAS; GARCIA, 2009). 
Em relação ao termo crime, há na doutrina conceitos sob três diferentes pontos de vista, sendo 
eles:material, formal e analítico. 
O conceito material traz que, crime é a lesão ou exposição a perigo de bens jurídicos 
fundamentais para a vida em sociedade. Segundo o conceito formal, é a conduta abstrata 
descrita no tipo. O conceito analítico, por sua vez, traz dois entendimentos: enquanto alguns 
afirmam que crime é fato típico, antijurídico e culpável - teoria tripartida, outros entendem 
que crime é fato típico e antijurídico, enquanto a culpabilidade figura como pressuposto para 
a aplicação da pena - teoria bipartida). Esse último se amolda melhor aos crimes ambientais 
praticados pelo ente coletivo (SOUZA, 2014, p.). 
Os crimes ambientais podem ser considerados dolosos ou culposos. A letra da lei é clara: ou 
o agente dirigiu a sua vontade para conseguir o resultado, ou ele assumiu o risco de produzi-lo. Este 
último caso trata-se do dolo eventual, uma das espécies que mais ocorre em matéria de crime 
ambiental, depois apenas da culposa (SOUZA, 2014). 
Segundo o autor acima, na legislação penal brasileira, a regra são os crimes dolosos, e a 
exceção são os culposos. Sendo assim, só haverá crime culposo quando expressamente previsto em 
lei. Com relação à pessoa jurídica, deve – se ressaltar para a impossibilidade de este ente ser punido 
culposamente. 
O art. 255da CF/88 em seu§ 3º dispõe que, “[...] as condutas e atividades consideradas lesivas 
ao meio ambiente sujeitarão os infratores pessoas físicas ou jurídicas a sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.” (BRASIL, 1988). 
As sanções cabíveis à pessoa jurídica, que são de acordo com o art. 21 da Lei nº 9.605 de 
fevereiro de 1998 – o Código Penal Ambiental, que sistematizou as leis extravagantes que existiam 
sem, no entanto, revogá-las expressamente, apenas aboliu disposições em contrário, são: multa, 
restritivas de direitos e prestação de serviços à comunidade. A pena de multa está prevista no art. 18 
da Lei no 9.605/98. A aplicação de um valor justo na forma de pena de multa levará em conta o porte 
da empresa e o lucro advindo de seu ilícito penal (SOUZA, 2014). 
Freitas; Garcia (2009) evidenciam que, no passado não se admitia a prática de crimes por 
sociedade empresarial, contudo, esta concepção dogmática romana sucumbiu com a entrada em vigor 
da Constituição Federal de 05 de outubro de1988, que através do art. 225 § 3º, permite a incriminação 
da pessoa jurídica com penas diversas da privativa de liberdade, cujo fito outro não é senão a 
subsistência de um meio ambiente equilibrado para usufruto da sociedade presente de futuras 
gerações. 
A pessoa jurídica, criada de acordos com os ditames jurídicos, pode, através de seus órgãos e 
seus dirigentes, no desempenho de seus fins, lesar bens jurídicos ambientais, que podem ser 
entendidos como penais. Assim, faz-se necessário que a figura dos proprietários, dos dirigentes, ou a 
dos agentes de uma empresa, devam ser responsabilizados, inclusive penalmente, se na execução de 
suas tarefas vierem a causar danos ao meio ambiente, que ensejam a responsabilidade penal do ato 
ou dano em si (PAGANI, 2012). 
Conforme Souza (2014), em relação às penas restritivas de direitos aplicáveis à pessoa 
jurídica, tem-se: suspensão parcial ou total de atividades; interdição temporária de estabelecimento, 
obra ou atividade; proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, 
subvenções ou doações e prestação de serviços à comunidade e a liquidação forçada, que gera a 
extinção da pessoa jurídica, porque todo o seu patrimônio será considerado como instrumento de 
crime e, consequentemente, confiscado para o Fundo Penitenciário Nacional. 
A Responsabilidade penal da pessoa jurídica refere-se às consequências da conduta, sendo a 
obrigação de suportar as conseqüências jurídicas pelo crime praticado. A legislação ambiental tem 
função de tornar alguém obrigado a ressarcir o dano ou a sofrer determinada pena, por motivo daquele 
efeito a que deu causa (FREITAS; GARCIA, 2009). 
Souza (2014) observa que, as penas cabíveis ao ente personificado são a pena de multa, a 
restritiva de direitos - prestação de serviço à comunidade, a liquidação forçada e a desconsideração 
da personalidade jurídica. Porém, nenhuma delas seria cabível ao Estado. A pena de multa seria 
ilógica, pois seria como aplicar a sanção de tirar o dinheiro de um bolso para em seguida pô-lo em 
outro, e as restritivas de direito imporiam ao Estado a prestação de serviços à comunidade, algo que 
já tem como dever infraconstitucional fazer. E, é obviamente, impossível liquidar ou desconsiderar 
um Estado. 
Nesse contexto, para o autor acima, não seria possível o Estado figurar no pólo passivo de 
uma ação penal. O administrador poderia responder por eventual dano ao meio ambiente. Nesse caso, 
além das sanções previstas na Lei dos Crimes Ambientais, caberiam também as de Direito 
Administrativo. 
Pagani (2012) dispõe que a questão do dano ambiental envolve uma série de aspectos que 
devem ser abordados de maneira mais aproximada, para que se estude a aplicabilidade dos princípios 
regentes da responsabilidade civil e a reparação do dano ambiental. Isso se torna necessário em razão 
da importância que constituem para o melhor entendimento das situações adversas que possam vir a 
acontecer. 
Tendo em vista esses achados, o presente estudo será estruturado em três objetos: No primeiro, 
serão descritos os crimes ambientais aos quais a pessoa jurídica é passível de cometer. 
No segundo, serão identificados os grupos de crimes ambientais e discutida a responsabilidade 
da pessoa jurídica nesse conjunto de crimes. 
Posteriormente, no terceiro, serão demonstradas as penas criminais, as quais o Estado lança 
mão para punir os infratores que praticam os tipos penais trazidos pela Lei 9.605/98, norma que 
regulamentou o art. 225 da Constituição Federal e, serão ainda, evidenciadas as formas de reparação 
quanto aos crimes ambientais cometidos pela pessoa jurídica. 
Por fim, abordar-se-á a responsabilidade da pessoa jurídica nos crimes ambientais. 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMES AMBIENTAIS 
Em meados do século XX, a comunidade científica internacional observou que o planeta 
estava sofrendo uma série de alterações nos mais variados segmentos de seu desenvolvimento, 
decorrentes das atividades humanas. Como consequência, houve uma mobilização internacional com 
reflexos em diversos ramos do conhecimento. Esse movimento é denominado Clube de Roma. O 
Direito, como ciência que regula o convívio em sociedade, foi fortemente demandado desde então, 
dando ensejo ao nascimento do Direito Ambiental como ramo da ciência jurídica, classificado 
modernamente como direitos difusos (FINK, 2006). 
O poder constituinte originário, ao reconhecer o direito a um meio ambiente sadio, o fez sob 
o enfoque de se tratar de uma extensão do direito a uma vida digna, com qualidade e garantia do bem 
estar físico e mental do ser humano. Assim sendo, a proteção ao meio ambiente é tema afeto a toda a 
coletividade e a cada uma das pessoas individualmente consideradas. Daí se cuidar de um direito 
fundamental de natureza difusa e que merece proteção especial do Estado (QUEIROZ et al., 2013). 
De acordo com Vasconcelos (2014) são considerados crimes ambientais toda e qualquer ação 
que causar poluição de qualquer natureza que resulte ou possa resultar em danos à saúde ou que 
provoque a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora. Enquadram-se nesses casos: 
Tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para ocupação humana; Causar poluição atmosférica que 
provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos 
diretos à saúde da população; Causar poluiçãohídrica que torne necessária a interrupção do 
abastecimento público de água de uma comunidade; Dificultar ou impedir o uso público das praias; 
Lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou detritos, óleos ou substancias oleosas em desacordo 
com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos; Deixar de adotar, quando assim o exigir a 
autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou 
irreversível. 
Os danos contra o meio ambiente normalmente geram sanções administrativas - aplicadas por 
órgãos ambientais - e civis, porém, quando a conduta é grave tornam-se ilícitos penais. Se na esfera 
penal há um forte movimento no sentido de descriminar os fatos, isso não se aplica aos ilícitos penais, 
com relação aos quais se percebe um movimento contrário. Tudo deve ser feito para criminalizar as 
condutas nocivas ao meio ambiente, pois se trata de um bem jurídico de valor inestimável, uma vez 
que diz respeito à toda a coletividade, e de difícil reparação. Muitas vezes as sanções administrativas 
ou civis revelam-se insuficientes para proteger o meio ambiente, enquanto a sanção penal tem maior 
poder intimidatório (FREITAS, 1999). 
O fato de ser o meio ambiente um bem de uso comum do povo, conforme definição 
constitucional constante no art. 225, caput, da Constituição Federal, justifica a punibilidade pelos 
danos a ele causados. Assim sendo, conclui-seque a proteção ambiental está intimamente ligada ao 
direito à vida, tanto quanto o próprio art. 121 do Código Penal o está, bem como os diversos 
dispositivos legais vigentes que incriminam condutas lesivas à vida (CARDOSO, 2007). 
A legislação ambiental brasileira preexiste à época da colonização, eis que as Ordenações 
Afonsinas[2]de 1446 já previam o crime de desmatamento.Contudo, o Direito Ambiental só perdeu 
o caráter privatista a partir da publicação da Lei n.6938, de 31 de agosto de 1981, que instituiu a 
Política Nacional do Meio Ambiente; da vigência da Lei n. 7.347, de 24de julho de 1985, que criou 
a Ação Civil Pública; e da elevação do meio ambiente à categoria de bem jurídico constitucionalmente 
assegurado, o que se verificou com a Constituição Cidadã de 1988 (QUEIROZ et al., 2013). 
A Constituição Federal, em seu art. 225, § 3º, estabeleceu que as condutas lesivas ao meio 
ambiente sujeitem os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar danos (FREITAS, 1999). 
A novidade desse dispositivo é a possibilidade de incriminação da pessoa jurídica, o que foge 
à tradição da família do Direito Romano, à qual pertence o Direito brasileiro e demonstra a relevância 
excepcional atribuída aos delitos ambientais. Nos países da família do Common Law[3] a 
responsabilidade penal da pessoa jurídica é admitida há muito tempo (FREITAS, 1999). 
A Lei infraconstitucional, 9.605/98 veio para regular o art. 225, §3º da Constituição Federal. 
De acordo com seu art. 3º, ocorrerá a conduta quando a sociedade jurídica deliberar com seus 
membros, ou houver a decisão de seu representante legal ou contratual. Portanto, tal conduta é 
condicionada a decisão do colegiado ou do seu representante para que seja formalizada a ação 
penalmente ilícita (NERY, 2008). 
O art. 3º da Lei nº. 9.605/98, que se tornou conhecida por Lei Penal Ambiental, tornou 
expressa a responsabilidade penal da pessoa jurídica, uma alteração que rompe com tradição secular 
do Direito Penal brasileiro. Não se encontra ainda doutrina que a justifique, mas sua força reside no 
argumento de que nos crimes ambientais mais graves jamais se chega a identificar o verdadeiro 
responsável. Como a Lei n. 9.605/98 não dispõe sobre rito processual, tem-se de cumprir o rito da lei 
processual penal, ou seja, no interrogatório, deverá depor o representante legal da pessoa jurídica 
(FREITAS, 1999). 
 
A Lei de Introdução ao Código Penal brasileiro, em seu artigo 1º, faz a seguinte definição de 
crime: 
Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção, quer 
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a 
infração a que a lei comina, isoladamente, penas de prisão simples ou de multa, ou ambas, 
alternativa ou cumulativamente (BRASIL, 1941). 
Nota - se que a lei de introdução limitou-se tão somente a distinguir crime de contravenção, 
ficando a cargo da doutrina nacional fazer a conceituação de crime (SOUZA, 2014). 
Há na doutrina conceitos de crime sob três diferentes pontos de vista: conceito material, 
conceito formal e conceito analítico. De acordo com o conceito material, crime é a lesão ou exposição 
a perigo de bens jurídicos fundamentais para a vida em sociedade. Segundo o conceito formal, é a 
conduta abstrata descrita no tipo. Quanto ao conceito analítico, há dois entendimentos: enquanto 
alguns afirmam que crime é fato típico, antijurídico e culpável - teoria tripartida, entendimento de 
Bitencourt (2011, p. 253apud SOUZA, 2014). Outros entendem que crime é fato típico e antijurídico, 
enquanto a culpabilidade figura como pressuposto para a aplicação da pena teoria bipartida – 
pensamento de Lauzid (2002, p. 82apud SOUZA, 2014). 
Para Cardoso (2007), o ramo de direito ambiental é muito recente, ainda está em solidificação 
conceitual, mas é um ramo do direito que caminha a passos largos, não se pode mais falar em direito 
ambiental de forma autônoma, sem interligá-lo a outros ramos do direito, pois de acordo com alguns 
conceitos, e, a própria Constituição Federal de 1988, é um bem comum do povo, precisa ser 
preservado para as presentes e futuras gerações. 
Na década de 70, identificam-se os primeiros passos no estudo do Direito Ambiental e no seu 
reconhecimento como ramo do Direito no Brasil e no mundo. O crescimento acelerado da população 
mundial e sua migração em massa das zonas rurais para as urbanas, com o consequente aumento da 
poluição urbana, gerou a preocupação com o planejamento populacional, como forma de proteção ao 
meio ambiente (FREITAS, 1999). 
Para Cardoso (2007), o conceito que mais se aproxima da definição correta do que seja o Meio 
Ambiente em si, é tratada pela Constituição Federal de 1988, positivada na Lei de Crimes Ambientais 
6938/81, que trata da Política Nacional de Meio Ambiente, que dispõe em seu artigo 3º Para os fins 
previstos nesta lei entende-se por: “È o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem 
física, química e biológica, que permitem, abrigam e regem a vida em todas as suas formas”. 
O avanço na Lei de Crimes Ambientais vem no sentido de tornar certas infrações que 
anteriormente eram contravenções, agora como crimes e, tentar resgatar uma lacuna que existia no 
Código Penal no referente às questões ambientais. Na metade do século, o meio ambiente encontrava-
se compartimentalizado entre fauna, flora, água, ar, aspectos culturais, etc. Hoje, temos a concepção 
do um meio ambiente como objeto de tutela jurídica, com a necessária integridade e a 
interdependência entre todas estas categorias. Isso veio a ser contemplado já na década de 80, e 
consagrado através da Constituição de 1988. É a partir daí que, efetivamente, o meio ambiente aparece 
tutelado em outra dimensão. Antes se encontrava em parte no Código Civil, de forma fragmentária, 
em parte no Código Penal, e também nos instrumentos administrativos, em suas legislações e 
regulamentações, porém sempre equivocadas (SILVA, 2011). 
Souza (2014) observa que com o advento da Revolução Industrial que começaram 
efetivamente as agressões ao ecossistema. Com o êxodo rural, os centros urbanos cresceram de forma 
desmedida, sem nenhum planejamento, o que, aliado ao fenômeno da industrialização, trouxe fortes 
agressões aomeio ambiente e a uma sadia qualidade de vida. Hoje, a degradação ambiental tem 
atingido níveis alarmantes e a destruição da flora vem provocando a extinção de inúmeras espécies. 
Podem ser listados alguns casos emblemáticos, como o grande vazamento de petróleo ocorrido no 
Alasca em 1989; o derrame na costa da Galícia espanhola; o vazamento de Bhopal na Índia, que 
matou vinte mil pessoas e deixou 150 mil com doenças graves, e, recentemente, aquele já considerado 
o maior vazamento de petróleo do mundo, ocorrido no Golfo do México, envolvendo a British 
Petroleum. 
No Brasil, a apropriação e a utilização dos recursos naturais têm ocorrido de forma 
desordenada em que muito desses recursos estão hoje em situações comprometidas devido aos 
impactos causados pela ação antrópica sem nenhum tipo de planejamento e/ou comprometimento 
com o ambiente.Em todo território brasileiro verifica -se uma gama de problemas ambientais, sendo 
comum, a destruição das florestas, a degradação das águas, principalmente em áreas de mananciais, 
a deterioração do solo devido ao grande uso de produtos químicos utilizados em diversas atividades 
agrícolas afetando também toda a água subterrânea nos locais de nascentes, o que acarreta e torna 
uma água com baixa qualidade e inadequada para o consumo humano (OLIVA JÚNIOR, 2012). 
A responsabilização penal dos entes coletivos tem sido matéria bastante controvertida há 
tempos. Todavia, esse tema chama a atenção por ser um instrumento bastante eficaz para a proteção 
do meio ambiente com relação à pessoa jurídica, sua maior degradadora (SOUZA, 2014). 
 
 
 
 
CRIMES AMBIENTAIS COMETIDOS PELA PESSOA JURÍDICA 
A doutrina traz o conceito de pessoa jurídica como sendo um ente não humano, uma ficção 
criada pela lei, possuindo a mesma aptidão dada para os homens de adquirirem direitos e obrigações. 
O Novo Código Civil segue a tendência da teoria organicista, pois dispõe, principalmente, que a 
pessoa jurídica é representada por meio de seus órgãos e administradores. È pacífico o entendimento 
de que a pessoa jurídica ao ocasionar lesões ao meio ambiente deve arcar com os danos no âmbito 
civil e administrativo. A responsabilidade civil consiste na obrigação do agente causador do dano em 
reparar o prejuízo causado, ou seja, é a obrigação de fazer ou não fazer ou ainda pelo pagamento de 
condenação em dinheiro. E ainda, se este mesmo dano tiver sido causado do descumprimento de uma 
norma administrativa, gerará a imposição de uma sanção administrativa - advertência, multa simples, 
multa diária, apreensão de instrumentos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados 
na prática delituosa, embargo de obra etc. (MANCINI, 2007). 
Pablo Stolze Gagliano e Rodolpho Pamplona Filho (2002, p. 191) conceituam pessoa jurídica 
como “grupo humano, criado na forma da lei, e dotado de personalidade jurídica própria, para a 
realização de fins comuns”. 
Dessa forma, a pessoa jurídica é a reunião de indivíduos ou patrimônios com o objetivo de 
atingir um fim comum, que gerará proveito para a sociedade, dotado de personalidade jurídica 
própria, com direitos e obrigações estabelecidos pela norma vigente. Essa finalidade pode apresentar 
intuitos econômicos, recreativos, de caridade, religiosos, assistenciais e outros (MANCINI, 2007). 
Alguns doutrinadores reconhecem a responsabilidade penal da pessoa jurídica como agente 
causador de dano ambiental, acreditando que contribui para a melhoria e recuperação do meio 
ambiente, do contrário não seria aceita a aplicação do direito penal nas matérias de cunho ambiental. 
Sendo assim, a pessoa jurídica poderia ser também responsabilizada penalmente quando a infração 
for por ela cometida, nas pessoas de seu representante legal, administrador, diretor, gerente, preposto 
e outros (MANCINI, 2007). 
A pessoa jurídica é responsabilizada administrativa, civil e penalmente nos casos em que a 
infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, 
no interesse ou benefício da sua entidade – Art. 3º da Lei 9.605/. Contudo, a responsabilização da 
pessoa jurídica não exclui a das pessoas físicas autoras, co-autoras ou partícipes do fato delitivo 
(MATOS, 2013). 
Crime é uma violação ao direito. Assim, será um crime ambiental todo e qualquer dano ou 
prejuízo causado aos elementos que compõem o ambiente: flora, fauna, recursos naturais e o 
patrimônio cultural. Por violar direito protegido, todo crime é passível de sanção - penalização, que 
é regulado por lei. O ambiente é protegido pela Lei n.º 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 - Leis de 
Crimes Ambientais, que determina as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e 
atividades lesivas ao meio ambiente (O ECO, 2014). 
Não há dúvida sobre a real necessidade de se estabelecer uma proteção adequada e eficiente 
para impedir a crescente degradação da natureza, tanto é verdade que inúmeras legislações, de 
diversos países, têm elevado o meio ambiente à categoria de bem juridicamente protegido. No Brasil, 
esta tendência mundial não poderia ter sido diferente. Embora, o ordenamento jurídico brasileiro, em 
se tratando de matéria ambiental, sempre se mostrou fraco e ultrapassado, aplicando sanções pouco 
severas aos delitos praticados contra a fauna e a flora e demonstrando falta de eficácia na aplicação 
destas (SOUZA, 2013). Como exemplo de leis ambientais tem-se a Lei n° 4.771/65 (Código 
Florestal), a Lei n° 5.197/67 (Código de Caça) e a Lei n° 6.938/81 (que trata sobre a Política Nacional 
do Meio Ambiente). Já a vigente Constituição Federal de 1988 trouxe, em seus artigos 173 § 5° e 225 
§ 3°, a Responsabilidade Penal das Pessoas Jurídicas pelo cometimento de delitos ambientais 
(SOUZA, 2013). 
O meio ambiente é tratado, portanto, como um direito difuso, considerado de terceira 
dimensão, é um patrimônio público, bem de uso comum do povo, que deve ser protegido para o uso 
coletivo, englobando além da natureza, outros dois aspectos, quais sejam: meio ambiente cultural 
composto pelo patrimônio histórico, arqueológico, paisagístico e turístico, ao qual se agrega especial 
valor e meio ambiente artificial resultante das transformações produzidas pelo homem no espaço 
físico em que vive (CLAUDINO, 2012). 
A Lei 9605/98 especificou, de forma clara e objetiva, a responsabilidade penal, tanto da pessoa 
física quanto da jurídica - ente coletivo. Transformou em crimes a maioria das condutas que antes 
eram tidas como simples contravenções penais. As penas estipuladas atingem, em média, de um a 
três anos. Corrigiu distorções existentes no Código de Caça. Como exemplo disso tem-se o fato de 
um simples camponês, que abate um animal silvestre para consumo, ser submetido à alta punição, em 
crime inafiançável, enquanto os latifúndios são pulverizados com agrotóxicos e ficam isentos de 
sanções penais(ZUNTI, 2014). 
Com o surgimento da Lei de Crimes Ambientais, a legislação ambiental no que toca à proteção 
ao meio ambiente é centralizada. As penas agora têm uniformização e gradação adequadas e as 
infrações são claramente definidas. Contrário ao que ocorria no passado, a lei define a 
responsabilidade das pessoas jurídicas, permitindo que grandes empresas sejam responsabilizadas 
criminalmente pelos danos que seus empreendimentos possam causar à natureza. Matar animais 
continua sendo crime, exceto para saciar a fome do agente ou da sua família; os maus tratos, as 
experiências dolorosas ou cruéis, o desmatamento não autorizado, a fabricação, venda, transporte ou 
soltura de balões, hoje são crimes que sujeitam o infrator à prisão. (O ECO, 2014). 
O tratamento constitucional dispensado ao meio ambiente traz o dever não apenas do Poder 
Público, mas também da sociedadede proteger e preservar o meio ambiente. Destarte, a incumbência 
da preservação da diversidade e integridade do patrimônio genético do País, proteção da fauna e da 
flora, proibição de práticas que causem dano ao ecossistema equilibrado ou que submetam os animais 
a castigos cruéis, provocando a extinção de espécies, cabe diretamente aos indivíduos, enquanto 
cidadãos, frente aos seus pares e ao próprio Estado (CLAUDINO, 2012). 
Além das agressões que ultrapassam os limites estabelecidos por lei, também são considerados 
crimes ambientais as condutas que ignoram normas ambientais, mesmo que não sejam causados 
danos ao meio ambiente. É o caso dos empreendimentos sem a devida licença ambiental. Neste caso, 
há a desobediência a uma exigência da legislação ambiental e, por isso, ela é passível de punição por 
multa e/ou detenção (O ECO, 2014). 
O artigo 3º da Lei 9.605 dispõe que: 
As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o 
disposto nessa lei, em caso que a infração seja cometida por decisão de seu representante 
legal ou contratual, ou de órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade 
(BRASIL, 1998). 
Dessa forma, face às disposições legais, entenderam os legisladores que a pessoa jurídica era 
penalmente capaz de ser punida pelas infrações ambientais que lhe beneficiasse. No entanto é mister 
enfatizar que de acordo com o parágrafo único do referido artigo, a responsabilidade da pessoa física 
não é excluída com a responsabilidade da pessoa jurídica (ANDRADE, 2004). 
Conforme Claudino (2012), inicialmente, a responsabilização penal da pessoa jurídica 
suscitou discussões doutrinárias, bem como divergências jurisprudenciais quanto à aplicabilidade 
desse preceito constitucional. Apenas com o advento da Lei 9.605/98, regulamentando tal tema, que 
foi possível a utilização desse instrumento de tutela ambiental. E, apesar da aceitação da maioria da 
doutrina sobre a responsabilidade penal da pessoa jurídica pelas condutas lesivas causadas ao meio 
ambiente, ainda remanescem alguns doutrinadores que não a aceitam, aludindo ao princípio societas 
delinquere non potest[4], segundo o qual, é inadmissível a punibilidade penal dos entes coletivos, 
lhes aplicando somente a punibilidade administrativa ou civil, e alguns de seus argumentos são: 
ausência de consciência, vontade e finalidade, bem como ausência de culpabilidade. 
De acordo com a Lei 9.605/98, os crimes ambientais são classificados em cinco tipos 
diferentes: Crimes contra a fauna; Crimes contra a flora; Poluição e outros crimes ambientais; Crimes 
contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural e Crimes contra a administração ambiental 
(BRASIL, 1998). 
Os Crimes contra a fauna são tratados nos arts. 29 a 37: 
São as agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou em rota migratória, como a 
caça, pesca, transporte e a comercialização sem autorização; os maus-tratos; a realização 
experiências dolorosas ou cruéis com animais quando existe outro meio, independente do 
fim. Também estão incluídas as agressões aos habitats naturais dos animais, como a 
modificação, danificação ou destruição de seu ninho, abrigo ou criadouro natural. A 
introdução de espécimes animal estrangeiras no país sem a devida autorização também é 
considerado crime ambiental, assim como a morte de espécimes devido à poluição (BRASIL, 
1998). 
Os Crimes contra a flora estão descritos nos arts. 38 a 53 da referida lei: 
Causar destruição ou dano a vegetação de Áreas de Preservação Permanente, em qualquer 
estágio, ou a Unidades de Conservação; provocar incêndio em mata ou floresta ou fabricar, 
vender, transportar ou soltar balões que possam provocá-lo em qualquer área; extração, corte, 
aquisição, venda, exposição para fins comerciais de madeira, lenha, carvão e outros produtos 
de origem vegetal sem a devida autorização ou em desacordo com esta; extrair de florestas 
de domínio público ou de preservação permanente pedra, areia, cal ou qualquer espécie de 
mineral; impedir ou dificultar a regeneração natural de qualquer forma de vegetação; destruir, 
danificar, lesar ou maltratar plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em 
propriedade privada alheia; comercializar ou utilizar motosserras sem a devida autorização 
(BRASIL, 1998). 
Os arts. 54 a 61 da Lei 9.605/98 disciplinam sobre a Poluição e outros crimes ambientais: É 
criminosa a poluição que provoque ou possa provocar danos à saúde humana, mortandade de animais 
e destruição significativa da flora. Assim como, aquela que torne locais impróprios para uso ou 
ocupação humana, a poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público a 
não adoção de medidas preventivas em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível: 
Também se encaixam nesta categoria de crime ambiental, de acordo com a Lei 9.605/98: 
Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem autorização ou em desacordo 
com a obtida e a não-recuperação da área explorada; Produzir, processar, embalar, importar, 
exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar 
produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em 
desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos; a operação de 
empreendimentos de potencial poluidor sem licença ambiental ou em desacordo com esta; a 
disseminação de doenças, pragas ou espécies que possam causar dano à agricultura, à 
pecuária, à fauna, à flora e aos ecossistemas (BRASIL, 1998). 
Os crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural, abordados nos arts. 62 a 65 
Lei 9.605/98 traz que, ambiente é um conceito amplo, que não se limita aos elementos naturais (solo, 
ar, água, flora, fauna). Na verdade, o meio ambiente é a interação destes, com elementos artificiais - 
aqueles formados pelo espaço urbano construído e alterado pelo homem - e culturais que, juntos, 
propiciam um desenvolvimento equilibrado da vida. Dessa forma, a violação da ordem urbana e/ou 
da cultura também configura um crime ambiental (O ECO, 2014). 
Os art. 66 a 69 destacam os crimes contra a administração ambiental, que são tidos como 
condutas que dificultam ou impedem que o Poder Público exerça a sua função fiscalizadora e 
protetora do meio ambiente, seja ela praticada por particulares ou por funcionários do próprio Poder 
Público. Comete crime ambiental o funcionário público que faz afirmação falsa ou enganosa, omitir 
a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de 
licenciamento ambiental; Ou aquele que concede licença, autorização ou permissão em desacordo 
com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato 
autorizativo do Poder Público. Também comete crime ambiental a pessoa que deixar de cumprir 
obrigação de relevante interesse ambiental, quando tem o dever legal ou contratual de fazê-la, ou que 
dificulta a ação fiscalizadora sobre o meio ambiente (O ECO, 2014). 
A Lei de Crimes Ambientais disciplinou ainda, as infrações administrativas em seus arts. 70 
a 76, e foi regulamentada pelo Dec. 6.514/08. De acordo com o artigo 70, considera-se infração 
administrativa ambiental “toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, 
proteção e recuperação do meio ambiente” (BRASIL, 1998). 
Ao resguardar o meio ambiente e buscar preservar a natureza no tocante a todos os elementos 
essenciais a sadia qualidade de vida humana e manutenção do equilíbrio ecológico, a Constituição 
visa em um sentido amplo tutelar o direito fundamental da pessoa humana a uma vida saudável e 
digna (CLAUDINO, 2012). 
 
REPARAÇÃO QUANTO AOS CRIMES AMBIENTAISCOMETIDOS PELA PESSOA 
JURÍDICA 
Em relação à responsabilidade penal das pessoas jurídicas frente aos crimes ambientais, algo 
é certo: o legislador, ao criar a Lei de Crimes Ambientais procurou, baseado em leis de outros países, 
trazer o que há de mais moderno para a proteção do meio ambiente, demonstrando, assim, a 
preocupação do homem em preservar e proporcionar segurança, dignidade e bem -estar não só à 
geração presente, como também para garantir tai s qualidades às gerações vindouras (SOUZA, 2013). 
Sakae (2004) dispõe que a responsabilidade da pessoa jurídica foi prevista 
constitucionalmente, de modo amplo, no capítulo “Dos princípios gerais da atividade econômica”, 
em seu §5º do artigo 173: 
A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, 
estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a as punições compatíveis com sua 
natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia 
popular (BRASIL, 1988). 
O legislador constituinte deu nova ênfase, dispondo sobre a aplicação de sanções penais e 
administrativas às pessoas jurídicas que praticassem condutas e atividades consideradas lesivas ao 
meio ambiente, conforme art. 225, §3º. 
Pelos artigos acima elencados, a pessoa jurídica pode ser responsabilizada tanto no âmbito 
civil, administrativo e penal (SAKAE, 2004). 
Conforme a autora supracitada, a responsabilidade civil da pessoa jurídica na questão 
ambiental se baseia na teoria do risco da atividade e se limita ao ressarcimento dos danos, sendo a 
indenização estabelecida pela sua extensão, conforme artigo 944 do CC. Assim, independente de 
culpa, o exercício de atividade, com ou sem fins lucrativos, mesmo que não perigosa, mas que venha 
a provocar dano ao meio ambiente, é fundamento para a reparação dos prejuízos causados, desde que 
provado o nexo de causalidade. Essa responsabilidade civil se dá pela indenização, a recomposição 
do bem lesado, atribuindo-se a reparação civil tanto à pessoa física como à jurídica. A sanção visa, 
desta forma, restituir a integridade do direito lesado, então, observado um dano por violação a um 
dever jurídico, o delito fica caracterizado. 
No âmbito administrativo, trata-se da responsabilidade da pessoa jurídica frente ao poder 
público. Resulta da atuação do Estado, com o seu poder de polícia para reger, controlar e coordenar 
as atividades de todos os entes jurídicos (SAKAE, 2004). 
O art. 22 da mencionada lei disciplina que as penas restritivas de direito da pessoa jurídica 
são: 
I - suspensão parcial ou total de atividades; 
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; 
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter 
subsídios, subvenções ou doações. 
§1º- A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo as 
disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente. 
§2º-A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver 
funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação 
de disposição legal ou regulamentar. 
§3º-A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou 
doações não poderá exceder o prazo de dez anos (BRASIL, 1998). 
O art. 22 disciplina quando aquelas sanções serão aplicadas. Já o art. 23, dispõe a respeito da 
prestação de serviços à comunidade: 
A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em: 
I - custeio de programas e de projetos ambientais; 
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas; 
III - manutenção de espaços públicos; 
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas (BRASIL, 1998). 
O art. 70 da Lei 9.605/98 considera infração administrativa ambiental toda ação ou omissão 
que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. 
§3º- A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a 
promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de 
co-responsabilidade (BRASIL, 1998). 
§4º- As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o 
direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta Lei (BRASIL, 
1998). 
As infrações administrativas podem ocorrer tanto pela conduta omissiva como pela comissiva, 
uma vez que a legislação ambiental além de impor um padrão de comportamento, uma obrigação 
positiva - de fazer, pode exigir uma prestação negativa, de não praticar determinados atos que podem 
vir a prejudicar o meio ambiente (SAKAE, 2004). 
Em se tratando de prestação de serviços à comunidade, Zunti (2014) comenta que, após algum 
tempo de aplicação da Lei 9099/95, os Promotores de Justiça de várias comarcas do estado Minas 
Gerais,bem como de outras unidades da Federação, vêm entendendo ser possível a transação penal 
com o autor do fato consistente na entrega de cestas básicas a entidades necessitadas da comarca. 
Tal conclusão é centrada na possibilidade de transação penal consistente na pena de prestação 
de serviços à comunidade. Assim, ao transacionar, o Ministério Público pede a entrega de tantas 
cestas básicas a entidades beneficentes da comarca ou do município do autor do fato. Já em relação à 
pessoa jurídica, entende-se que tal procedimento não é possível, uma vez que a pena de prestação de 
serviços à comunidade possui norma específica a respeito. É a hipótese do art. 23 da Lei 9605. Logo, 
a pena de prestação de serviços à comunidade para a pessoa jurídica fica restrita às hipóteses do art. 
23, não se encontrando ali a hipótese para contribuições a entidades beneméritas. A única hipótese é 
a contribuição a entidades ambientais ou culturais, mas não parece adequada a entrega de cestas 
básicas a estas, posto que não possuem caráter assistencial(ZUNTI 2014). 
A penalidade mais grave para a pessoa jurídica, no entanto, vêm disciplinada no art. 24 da Lei 
9.605/98: 
A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, 
facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, 
seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo 
Penitenciário Nacional (BRASIL, 1998). 
Com o advento da “Lei de Crimes Ambientais”, Lei n° 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, foi 
que efetivamente se previu, pela primeira vez no ordenamento jurídico brasileiro, sanções penais e 
administrativas às condutas lesivas das pessoas jurídicas ao meio ambiente (SOUZA, 2013). 
Zunti (2014) observa, no entanto, que, as penas atribuídas à pessoa jurídica não alcançam as 
pessoas físicas integrantes da sociedade, não obstante o parágrafo único do art. 3º afirmar que “a 
responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou 
partícipes do mesmo fato”. 
Ao contrário das esferas civil e administrativa, a responsabilização penal da pessoa jurídica 
ainda é muito debatida, observando-se a corrente dos que não admitem a responsabilização penal das 
pessoas jurídicas, dos que propõem a aplicação de medidas especiais e os que consideram necessária 
a responsabilização penal (SAKAE, 2004). 
Matos, (2013) corrobora com esse pensamento ao inferir que, a responsabilidade penal da 
pessoa jurídica é um tema ainda pouco desenvolvido na literatura. A melhor fonte que se encontra 
em termos de regulamentação é a Constituição Federal, que por ser a Carta Magna, de pronto indica 
a relevância e a pertinência das reflexões em torno do tema do crime cometido por pessoa jurídica, 
ou seja, há previsão expressa no artigo 173, parágrafo 5º e no artigo 225, parágrafo3º, ambos da 
Constituição Federal. 
Para Claudino (2012), a responsabilidade penal é a obrigação de um autor de um fato típico, 
ilícito e culpável de responder por este fato perante a justiça criminal, sujeitando-se aos preceitos 
sancionadores previstos na legislação penal. Para caracterizá-la é necessária a existência de três 
elementos, quais sejam: conduta dolosa ou culposa, nexo de causalidade e resultado lesivo ao bem 
jurídico. Estando presentes tais elementos, impõe-se a sanção penal, exceto se inexistir ilicitude, por 
ter havido legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal ou exercício 
regular do direito; bem como pela ausência da culpabilidade, isto é, se o agente era ao tempo da ação 
inimputável, houve erro de proibição, coação moral irresistível ou obediência hierárquica. 
Nery (2008) infere que a Constituição Federal foi feliz ao delimitar e estabelecer a 
responsabilização da pessoa jurídica nos crimes ambientais. Em razão disso, houve uma maior 
fiscalização por parte dos órgãos reguladores e ainda aplicabilidade quanto à pena restritiva de direito 
e multa. 
A necessidade de tal punição é proveniente da enorme devastação ao meio ambiente, 
provocado pelas grandes empresas, ou mesmo por seus sócios e gerentes que utilizam seu nome para 
provocar ilícitos. E o surgimento da lei 9.605/98 veio para responsabilizar tanto a empresa como os 
sócios, ou seja, existindo a punição é paralela, e ainda efetivar e regular o disposto na Carta Magna 
(NERY, 2008). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Sabe-se que o desenvolvimento, especialmente nos últimos anos, tornou-se muito intenso, 
inclusive com o surgimento de diversas corporações. Com isso, o meio ambiente, bem de direito 
difuso, já que tem utilidade tanto para o público quanto para o privado, além de ser um bem necessário 
para a boa qualidade de vida das pessoas, tem sofrido largamente as conseqüências do intenso 
desenvolvimento econômico mundial. 
No Brasil, a criação da Lei nº 9.605/98, a Lei de Crimes Ambientais pode ser considerado 
como um grande e importante instrumento utilizado para a proteção desse bem tutelado, tão 
importante e que tanto tem sofrido danos. 
Com a criação dessa Lei tornou-se possível responsabilizar proprietários, dirigentes, ou 
agentes de uma empresa, inclusive na esfera penal, se na execução de suas tarefas vierem a causar 
danos ao meio ambiente. Esses devem reparar os danos causados de diversas formas, conforme 
disposto pela Lei. 
A criação dessa Lei de proteção e reparação de danos causados pela pessoa jurídica ao meio 
ambiente é de grande relevância, portanto, já que uma das formas de reparação, inclusive, é através 
do pagamento de multas e, é possível perceber que atingir o lado econômico das pessoas jurídicas, é 
um remédio eficiente na responsabilização desses entes coletivos. 
Com o desenvolvimento deste estudo constatou-se a importância de se responsabilizar a 
pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, bem como demonstrou que o Brasil vai ao encontro 
da legislação internacional, no intuito de proteger um dos bens mais preciosos da atualidade, o meio 
ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Informação Legislativa. Ano 51, n. 201. Jan./mar. 2014, p. 251-274. 
VASCONCELOS, Terezinha Pereira de. Crime ambiental (agressões ao meio ambiente e seus 
componentes). Nova edição, maio/2014. Disponível em: 
http://www.iunib.com/revista_juridica/2014/05. 
ZUNTI, Renato Grossi. O Ente Público no Crime Ambiental. ANIMA: Revista Eletrônica do Curso 
de Direito das Faculdades OPET. Curitiba PR - Brasil. Ano VI, n. 12, jul. - dez/2014. 
 
OBSERVAÇÕES 
[1]{C}Os doutrinadores Pablo Stoleze Gagliano; Rodolfo Pamplona Filho definem pessoa jurídica 
como o grupo humano, criado na forma da lei, e dotada de personalidade jurídica própria, para a 
realização de fins comuns. 
[2]{C}Cláudio Valentim Cristiani (2003) esclarece que as Ordenações Afonsinas foram a primeira 
grande compilação das leis esparsas em vigor. Criadas no reinado de D. Afonso V, que reinou em 
2194 Portugal de 1438 a 1481, são divididas em cinco livros que tratam desde a história da própria 
necessidade daquelas leis, passando pelos bens e privilégios da Igreja, pelos direitos régios e de sua 
cobrança, pela jurisdição dos donatários, pelas prerrogativas da nobreza e pela legislação especial 
para os judeus e mouros; o livro IV trata mais especificamente do chamado direito civil; e o Livro V 
diz respeito às questões penais 
³Common Law: A primeira idéia de Common Law é de “direito comum”, nascido das sentenças 
judiciais dos Tribunais de Westminster, constituídos e subordinados ao rei, que suplantou o direito 
costumeiro e particular de cada tribo dos povos primitivos da Inglaterra, antes da Conquista 
Normanda em 1066. Mas esse direito anglo-saxônico constituído de direitos locais e costumeiros 
pouco influenciou no sistema do Common Law que hoje conhecemos, formado a partir da 
Jurisprudência (“jus scriptum”). Neste, prevalece a “teoria de que o juiz verdadeiramente cria o 
direito” e é regido pela “regra dos precedentes”. O caráter de fonte normativa de que aparecem 
revestidas as sentenças resulta no princípio do “staredecisis”, conforme o qual os juízes devem 
resolver seus casos de acordo com o decidido por juízes em casos semelhantes. Uma decisão judicial 
se constitui em regra importante, em torno da qual outras decisões decorrerão posteriormente, com 
especificações, exceções interpretativas e extensiva, criando um “leading case” (D’ALKMIN, 2006). 
{C}[4]{C}societasdelinquere non potest: princípio segundo o qual, é inadmissível a punibilidade 
penal dos entes coletivos, lhes aplicando somente a punibilidade administrativa ou civil, e alguns de 
seus argumentos são: ausência de consciência, vontade e finalidade, bem como ausência de 
culpabilidade.

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