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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Graduação em Enfermagem Sistema Nervoso Autônomo Fábio Venâncio de Oliveira Belém/PA SISTEMA NERVOSO Umas das mais importantes funções do sistema nervoso é o processamento da informação que chega a ele (SNC), de modo que ocorram as respostas necessárias para o meio interno e externo. Tanto no meio interno quanto no externo existem receptores sensoriais que captam as informações destes meios. Estes receptores transformam energia mecânica, elástica, térmica, cinética, eletromagnética e etc... em energia elétrica para que através dos nervos periféricos estas informações possam chegar ao SNC, este processo de recepção e condução compreende o sistema nervoso periférico (SNP). Após o processamento da informação pelo SNC, o mesmo reformula uma resposta que será transmitida para o meio interno ou externo pelo sistema nervoso motor somático ou visceral, que transforma a energia elétrica em cinética (energia do movimento) para: 1. Contração musculatura esquelética. 2. Contração musculatura lisa nos órgãos internos. 3. Secreção das glândulas exócrina e endócrinas. Mais de 99% das informações sensorial são descartadas pelo cérebro como sendo irrelevantes e sem importância. Por exemplo, roupa que não sentimos após algum tempo, ruídos perpétuos do ambiente que nem percebemos e etc. Estas informações são descartadas pelo cérebro, pois seria impossível e inviável para ele processar todas elas. Divisão anatômica do sistema nervoso: Divisão funcional do sistema nervoso: Relaciona o organismo com o maio ambiente. Compreende a parte muscular voluntária ou músculo estriado esquelético. Relaciona-se com a inervação e controle de estruturas viscerais como o baço, fígado, órgãos e etc. Músculo liso. Músculo cardíaco. Glândulas. Diferenças Anatômicas entre o S. N. Somático Eferente e S. N. Visceral Eferente ou Autônomo S.N. Somático Eferente S. N. Visceral Eferente Músculos esqueléticos Músculos lisos, cardíaco, glândula Voluntário Involuntário Um neurônio ligando o SN ao efetuador Dois neurônios ligando o SNC ao órgão efetuador Fibras terminam nas placas motoras Não existe terminação Neurônios pré-gânglionares Neurônios pré e pós-ganglionares O SISTEMA NERVOSO VISCERAL EFERENTE É DENOMINADO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO. O Sistema Nervoso Autônomo é a parte do sistema nervoso que está relacionada ao controle da vida vegetativa, ou seja, controla funções como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura e digestão. No entanto, eles não se restringem a isso. Ele é o principal responsável pelo controle automático do corpo frente às diversidades do ambiente. Por exemplo, quando você entra em uma sala com um ar-condicionado que lhe dá frio, o sistema nervoso autônomo começa a agir tentando impedir uma queda de temperatura corporal. Dessa maneira, seus pelos se arrepiam (devido a contração do músculo pilo-eretor) e começa a tremer para gerar calor. Ao mesmo tempo ocorre vasoconstrição nas extremidades para impedir a dissipação deste para o meio. Essas medidas aliadas a sensação desagradável de frio, foram as principais responsáveis pela sobrevivência de espécies em condições que deveriam impedir o funcionamento de um organismo. Dessa maneira, pode-se perceber que o organismo realmente possui um mecanismo que permite ajustes corporais mantendo assim o equilíbrio do corpo, também chamado homeostasia. O sistema nervoso autônomo ajuda muito nesse controle porque é o responsável pelas respostas reflexas de natureza automática e controla a musculatura lisa, a musculatura cardíaca e as glândulas exócrinas. Dessa maneira é ele quem permite o aumento da pressão arterial, aumento da frequência respiratória, os movimentos peristálticos, a excreção de determinadas substância entre outras coisas. Apesar de se chamar sistema nervoso autônomo ele não é independente do restante do sistema nervoso. Na verdade, ele é interligado com o hipotálamo, que coordena a resposta comportamental para garantir a homeostasia. Sabe-se que o sistema nervoso autônomo é constituído por um conjunto de neurônios que se encontram na medula e no tronco encefálico. Estes, através de gânglios periféricos, coordenam a atividade da musculatura lisa, da musculatura cardíaca e de inúmeras glândulas exócrinas. Mas como o SNA percebe que deve aumentar a pressão arterial, por exemplo? Na verdade, não existe um consenso em relação a isso, muitos acreditam que existem componentes específicos do sistema nervoso autônomo responsáveis apenas pela percepção de parâmetros físico-químicos, como pressão, pH, tensão, temperatura, etc. Outro grupo acredita que os sistemas sensoriais, principalmente o somestésico, são os responsáveis pela percepção dessas condições no organismo, e que posteriormente, através do sistema nervoso central essa informação é repassada ao sistema nervoso autônomo que irá agir para o controle do equilíbrio corporal. O SNP Autônomo ou Visceral contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. Um nervo motor do SNP autônomo difere de um nervo motor do SNP voluntário pelo fato de conter dois tipos de neurônios, um neurônio pré-ganglionar e outro pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pré-ganglionar fica localizado dentro do SNC e seu axônio vai até um gânglio (23 PARES), onde o impulso nervoso é transmitido sinapticamente ao neurônio pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pós-ganglionar fica no interior do gânglio nervoso e seu axônio conduz o estímulo nervoso até o órgão efetuador, que pode ser um músculo liso ou cardíaco. O SNA divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático que são constituídos basicamente por uma via motora com dois neurônios, sendo um pré-ganglionar (cujo corpo se encontra no sistema nervoso central), e outro pós-ganglionar (cujo corpo se encontra em gânglios autonômicos). De modo geral, esses dois sistemas têm funções contrárias (antagônicas). Um corrige os excessos do outro. Por exemplo, se o sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração, o sistema parassimpático entra em ação, diminuindo o ritmo cardíaco. O SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o sistema simpático é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo. Já o SNP autônomo parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes, como as reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre outras. Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e parassimpáticos é que as fibras pós-ganglionares dos dois sistemas normalmente secretam diferentes hormônios. O hormônio secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos. Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina, razão por que a maioria deles é chamada neurônios adrenérgicos. As fibras adrenérgicas ligam o sistema nervoso central à glândula suprarrenal, promovendo aumento da secreção de adrenalina, hormônio que produz a resposta de "luta ou fuga" em situações de stress. A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir outros, de maneira antagônica. Em geral, quando os centros simpáticos cerebrais se tornam excitados, estimulam, simultaneamente, quase todos os nervos simpáticos, preparando o corpo para a atividade. DIFERENÇAS ANATÔMICAS ENTRE O SIMPÁTICO E O PARASSIMPÁTICO: No sistema simpático, logo depois que o nervo espinhal deixa o canal espinal, as fibras pré-ganglionares abandonam o nervo, e passam para um dos gânglios da cadeia simpática ondefará sinapse com um neurônio pós-ganglionar. No sistema parassimpático, na maioria das vezes, as fibras pré-ganglionares normalmente seguem, sem interrupção, até o órgão que será controlado fazendo então sinapse com os neurônios pós-ganglionares. Dessa maneira percebe-se que os neurônios pré-ganglionares do simpático são curtos e os pós são longos, no parassimpático ocorre o inverso. Já o sistema nervoso entérico (rede de neurônios que inervam o sistema digestivo (trato gastrointestinal, pâncreas e vesícula biliar) apresenta seus corpos celulares na parede do trato gastrointestinal. Os neurônios pré-ganglionares do sistema simpático emergem dos segmentos tóraco-lombares (da região do peito e logo abaixo), ao passo que os do sistema parassimpático emergem dos segmentos céfalo-sacrais (da região da cabeça e logo acima dos glúteos). Sistema nervoso simpático: Sistema nervoso parassimpático: Em resumo, as diferenças Anatômicas entre o Simpático e o Parassimpático são as seguintes: Simpático Parassimpático Neurônios pré-gânglionares na medula torácica e lombar (T1 a L2) -tóraco-lombar Localizam-se no Tronco encefálico e na medula sacral (S2, S3 e S4) - crânio-sacral Gânglios longe das vísceras Neurônios próximos ou dentro das vísceras Fibra pré-gânglionar curta e pós longa Fibra pré-gânglionar longa e pós curtos Os neurotransmissores são noradrenalina e adrenalina. Sistema de alerta e fuga. O neurotransmissor é acetilcolina NEUROTRANSMISSORES: Normalmente as fibras nervosas dos sistemas simpáticos e parassimpáticos secretam principalmente dois principais neurotransmissores: noradrenalina ou acetilcolina. As fibras que secretam noradrenalina ativam receptores adrenérgicos, e as que secretam acetilcolina ativam receptores colinérgicos. Ao contrário do que se pode imaginar, não existe uma regra muito precisa de qual das duas substâncias determinado sistema emprega, no entanto pode-se fazer algumas generalizações para melhor compreensão. Podemos assim afirmar que todos os neurônios pré-ganglionares, sejam eles simpáticos ou parassimpáticos, são colinérgicos. Consequentemente, ao se aplicar acetilcolina nos gânglios, os neurônios pós-ganglionares de ambos os sistemas serão ativados. Em relação aos neurônios pós-ganglionares do sistema simpático, em sua maioria, eles liberam noradrenalina a qual excita algumas células mas inibe outras. No entanto, alguns neurônios pós-ganglionares simpáticos, são colinérgicos, como por exemplo, as que inervam a maioria das células sudoríparas. Outro exemplo são os que inervam alguns vasos que irrigam tecido muscular. Os pós-ganglionares parassimpáticos também são colinérgicos. AÇÕES DO SIMPÁTICO E DO PARASSIMPÁTICO NOS DIFERENTES ÓRGÃOS: Órgão Efeito da estimulação simpática Efeito da estimulação parassimpática Olho: Pupila Músculo ciliar Dilatada Nenhum Contraída Excitado Glândulas gastrointestinais Vasoconstrição Estimulação de secreção Glândulas sudoríparas Sudação Nenhum Coração: Músculo (miocárdio) Coronárias Atividade aumentada Vasodilatação Diminuição da atividade Constrição Vasos sanguíneos sistêmicos: Abdominal Músculo Pele Constrição Dilatação Constrição ou dilatação Nenhum Nenhum Nenhum Pulmões: Brônquios Vasos sanguíneos Dilatação Constrição moderada Constrição Nenhum Tubo digestivo: Luz Esfíncteres Diminuição dos tônus e da peristalse Aumento dos tônus Aumento dos tônus e do peristaltismo Diminuição dos tônus Fígado Liberação de glicose Nenhum Rim Diminuição da produção de urina Nenhum Bexiga: Corpo Esfíncter Inibição Excitação Excitação Inibição Ato sexual masculino Ejaculação Ereção Glicose sangüínea Aumento Nenhum Metabolismo basal Aumento em até 50% Nenhum Atividade mental Aumento Nenhum Secreção da medula suprarrenal (adrenalina) Aumento Nenhum Além do mecanismo da descarga em massa do sistema simpático, algumas condições fisiológicas podem estimular partes localizadas desse sistema. Duas das condições são as seguintes: Reflexos calóricos: o calor aplicado à pele determina um reflexo que passa através da medula espinhal e volta a ela, dilatando os vasos sanguíneos cutâneos. Também o aquecimento do sangue que passa através do centro de controle térmico do hipotálamo aumenta o grau de vasodilatação superficial, sem alterar os vasos profundos. Exercícios: durante o exercício físico, o metabolismo aumentado nos músculos tem um efeito local de dilatação dos vasos sanguíneos musculares; porém, ao mesmo tempo, o sistema simpático tem efeito vasoconstritor para a maioria das outras regiões do corpo. A vasodilatação muscular permite que o sangue flua facilmente através dos músculos, enquanto a vasoconstrição diminui o fluxo sanguíneo em todas as regiões do corpo, exceto no coração e no cérebro.
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