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Metabolismo de proteínas Prof. Me. Diego Castro Musial PROCESSO DIGESTIVO • DIGESTÃO • Quebra dos nutrientes dos alimentos (macromóleculas) auxiliada por enzimas. • ABSORÇAO • Passagem dos nutrientes do lúmen do trato digestório para o interior das células do organismo animal. • METABOLISMO • Utilização dos nutrientes nas atividades fisiológicas de construção (anabolismo) e destruição (catabolismo) das substâncias celulares. Suco Gástrico Líquido incolor, produzido diariamente (2 litros) Constituição: Enzimas digestórias Ácido Clorídrico Pepsina Principal enzima gástrica. Função: Digerir Proteínas. proteína Peptídeos. É originada do Pepsinogênio, que em contato com o ácido clorídrico transforma-se em pepsina. Sistema Digestório Humano h tt p :/ /w w w .s o b io lo gi a. co m .b r/ co n te u d o s/ Fi si o lo gi aA n im al /d ig es ta o 2 .p h p h tt p :/ /w w w .c o le gi o va sc o d ag am a. p t/ ci en ci as 3 c/ n o n o /f is io lo gi ad ig es ti vo .h tm l DIGESTÃO DAS PROTEINAS (ENZIMAS) • Suco gástrico • pepsina • Suco pancreático • Tripsina • Quimotripsina • Carboxipeptidase • Suco intestinal • Aminopeptidase • dipeptidase Proteínas são digeridas em pequenos peptídeos ou aminoácidos As enzimas para digestão das proteínas estão inicialmente presentes como precursores inativos ou ZIMOGÊNIOS; Pepsinogênio: presente no suco gástrico, converte-se em pepsina; Tripsinogênio e quimiotripsinogênio: sintetizados pelo pâncreas, no intestino convertem-se em tripsina e quimiotripsina. Estrutura geral dos a-aminoácidos comuns encontrados em proteínas Uma exceção é a prolina, um iminoácido. A cadeia lateral fecha um anel com o grupo a amino. CH3N COO H + R Carbono a a Grupo a carboxílico Grupo a amino Cadeia lateral H2C CH2 H2N C COO H + CH2 a Cadeias laterais definem a natureza química e as estruturas dos diferentes aminoácidos Cadeias laterais alifáticas, apolares H3N C COO H + CH3 Grupo metil Alanina Cadeias ramificadas CH CH3CH3 Grupo isopropil Valina Grupo butil CH CH3CH3 CH2 Leucina H3N C COO H + H3N C COO H + H3N C COO H + CH CH3 H3C CH Isoleucina Na leucina a ramificação está no carbono g g Isoleucina a ramificação está no carbono b b H3N C COO H + SH CH2 CH3 Metionina Grupo tiol éter Cadeias laterais aromáticas Grupo fenil Fenilanina H2N C H COO + C H C C C C C H HH H CH2 Grupo fenol Tirosina H2N C H COO + CH2 Grupo indol heterocíclico Triptofano H2N C H COO + NH CC CH2 C OH C C C C C H HH H SH CH2 Cisteína Grupo tiometil (mercapto) Grupo carboxilamida Asparagina C O NH2 CH2 Grupo hidroxil Serina OH CH2 H3N C COO H + H3N C COO H + H3N C COO H + H3N C COO H + H3N C COO H + Cadeias laterais polares, não carregadas Treonina CH3 HC OH Glutamina CH2 CH2 C O NH2 D- alaninaL- alanina Carbono com quatro substituintes diferentes arranjados na configuração tetraédrica é assimétrico e existe em duas formas enantiomorfas Os resíduos de aminoácidos encontrados nas proteínas são L-estereoisomeros Estereoisomeria nos a aminoácidos Aminoácidos têm centro(s) assimétrico(s) AMINOÁCIDOS, PEPTÍDEOS E PROTEÍNAS PEPTÍDEOS E POLIPEPTÍDEOS BIOLOGICAMENTE ATIVOS OCORREM EM UMA AMPLA VARIAÇÃO DE TAMANHOS E COMPOSIÇÕES OCITOCINA (9 RESÍDUOS DE AA) – SECRETADA PELA NEURO-HIPÓFISE ESTIMULA CONTRAÇÕES UTERINAS ANGIOTENSINA II (10 RESÍDUOS DE AA) VASOCONSTRITOR Estrutura tridimensional das proteínas A ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DAS PROTEÍNAS ESTÁ DIRETAMENTE RELACIONADA COM A SUA FUNÇÃO QUÍMICA OU ESTRUTURAL Estrutura secundária refere-se ao enovelamento tridimensional local da cadeia polipeptídica: as mais comuns são a a hélice e a conformação b. Estrutura terciária refere-se à estrutura tridimensional do polipeptídeo Estrutura quaternária refere-se à estrutura e às interações de associacão não covalente de subunidades numa proteína com várias subunidades Estrutura primária inclui a seqüência de aminoácidos Fibroína b-pregueada a cadeia é estendida Colágeno hélice conformação em hélice poliprolina tipo II torcida firmemente tem 3 resíduos por volta Queratina a-hélice, tem 3,6 resíduos por volta Estruturas secundárias e propriedades de proteínas fibrosas Estruturas Características Exemplos de ocorrência a-Hélice, ligações cruzadas com ponte de enxofre Conformação b Resistente, estruturas inso- lúveis protetoras, de grau variável de dureza e flexi- bilidade a-Queratina de cabelos, unhas, penas, cascos etc. Macio, filamentos flexíveis Colágeno dos tendões e da matriz óssea Colágeno tripla hélice Fibroína da seda Alta força de tensão ESTRUTURA TERCIÁRIA Descreve o dobramento final da cadeia polipeptídica por interações de regiões de estrutura regular ou de regiões sem estrutura definida. Segmentos distantes podem se aproximar e interagir por interações não- covalentes entre as cadeias laterais de resíduos de aminoácidos. Tipos de interações: • Pontes de hidrogênio: entre grupamentos R polares com ou sem carga • Interações hidrofóbicas: entre grup. R apolares • Interações eletrostáticas ou iônicas: entre grupamentos R carregados • Pontes de dissulfeto: ligação covalente entre grupamentos –SH de 2 cisteínas. Domínios: Regiões diferenciadas na estrutura terciária ESTRUTURA QUATERNÁRIA Descreve a associação de 2 ou mais cadeias polipeptídicas por interações não-covalentes Tipos de interações: • Pontes de hidrogênio: entre grupamentos R polares com ou sem carga • Interações hidrofóbicas: entre grup. R apolares • Interações eletrostáticas ou iônicas: entre grupamentos R carregados Nas a queratinas mais rígidas, como a dos chifres dos rinocerontes, até 18% dos resíduos de aminoácidos são cisteínas envolvidas em pontes dissulfeto. A queratina na conformação a só ocorre em mamíferos. Cada mamífero possui cerca de 30 variantes de queratina, cuja expressão varia de tecido para tecido. Em pássaros e reptéis a queratina ocorre na conformação b. Pontes de enxofre inter cadeia estabilizam estas estruturas. A ondulação permanente em cabelos é uma engenharia bioquímica Colágeno é a proteína mais abundante em vertebrados Da mesma forma que as a-queratinas, o colágeno evloluiu no sentido de fornecer resistência mecânica. É encontrada em tecidos conjuntivos como tendões, cartilagens, na matriz orgânica dos ossos e na córnea dos olhos. -CH-CH2-CH2-CH2-CH=N-CH2-CH-CH2-CH OH -CH-CH2-CH2-CH2-CH=N-CH2-CH-CH2-CH OH O aumento na rigidez e a inelasticidade do tecido conjuntivo, à medida que as pessoas envelhecem, resulta de um acúmulo de ligações covalentes cruzadas nas fibrilas de colágeno. CH-CH2-CH2-CH2-CH=N-CH2-CH-CH2-CH OH Desidrohidroxilisina norleucina NH C=O hidroxilisina resíduo lisina menos o e-amino grupo Hemoglobina: transporte de O2 no sangue Tetrâmero: contém 2 cadeias a (141 aminoácidos) e 2 cadeias b (146 aminoácidos) Os monômeros permanecem unidos por interações não-covalentes Hemoglobina: 4 gruposheme (1 para cada monômero) Interação do propionato do heme com o grupo imidazol de um resíduo de histidina e com moléculas de água do solvente Hemoglobina: estrutura quaternária As subunidades a e b fazem um contato extenso (interface a- b): interações não-covalentes predominantemente hidrofóbicas, mas também pontes de hidrogênio e pares iônicos Interações fortes: interface a1-b1 e a2-b2 (35 resíduos de aminoácidos hidrofóbicos) Nas interfaces a1-b2 e a2-b1 as interações são mais fracas: envolvem 19 resíduos. Permitem que os dímeros se movam um em relação ao outro. Mioglobina Hemoglobina Hemeproteínas : transporte de oxigênio Contêm grupo heme fortemente ligado: grupamento prostético Grupo pirrólico Fe+2 Heme Fe+2 é mantido no centro da molécula heme por ligações coordenadas aos quatro nitrogênios do anel de porfirina Grupo heme: estrutura Fe+2 pode formar mais duas ligações adicionais: Tanto na mioglobina quanto na hemoglobina, a quinta ligação é feita com uma molécula de histidina chamada histidina proximal. a sexta posição fica disponível para a ligação com o oxigênio, protegida pela histidina distal Hemoglobina: alterações conformacionais Forma T: o átomo de ferro esta fora do plano da porfirina (em direção à histidina proximal) e o grupo heme esta côncavo Desta forma o comprimento da ligação Fe-O2 deve ser maior e portanto, mais fraca (menor afinidade pelo O2) As pontes Fe-N são encurtadas e o heme assume forma planar O Fe move-se para o centro do heme O Fe arrasta com ele a histidina F8 A ligação com o O2 altera o estado eletrônico do heme: O2 Hemoglobina: alterações conformacionais O movimento da histidina proximal desloca a hélice F. (Estas mudanças são transmitidas às interfaces a1- b2 (e a2- b1) Rompimento de pontes salinas intercadeias e formação de novos pares (transição T R) Alterações estruturais do grupamento heme e o deslocamento da hélice F devido à ligação com O2 Desoxi Oxi Hélice F Forma T Forma R Oxigenação Hemoglobina: alterações conformacionais Transição T R: Movimento de resíduos nas interfaces a1-b2 e a2-b1 (esquerda) e rompimento de pares iônicos nas extremidades C-terminais (direita) desoxiemoglobina Portanto, a ligação do O2 em um centro heme é comunicado a partes da molécula que estão mais afastadas Ligação cooperativa do oxigênio à hemoglobina A mioglobina apresenta uma curva hiperbólica de ligação ao O2 liga o O2 com afinidade alta A hemoglobina apresenta uma curva sigmóide de ligação ao O2 transfere mais O2 para tecidos periféricos A curva sigmóide indica interação cooperativa entre os sítios de ligação A ligação do O2 a uma subunidade aumenta a afinidade das demais subunidades pelo O2 0,0 0,2 0,4 0,8 0,6 1,0 0,0 4,0 8,0 12 16 Pressão venosa Pressão arterial Hemoglobina Mioglobina pO2 (KPa) Hemoglobina: transporte de H+ e CO2 Além de transportar O2 dos pulmões para os tecidos periféricos, a hemoglobina transporta 2 produtos finais do metabolismo oxidativo (H+ e CO2) dos tecidos para os pulmões e rins, onde são excretados Tecidos periféricos: Hb-O2 O2 CO2 Oxidação de compostos orgânicos O CO2 é pouco solúvel em solução aquosa e deve ser convertido em bicarbonato (Anidrase carbônica) Eritrócitos Resulta em aumento da concentração de H+: redução do pH A interconversão de CO2 em bicarbonato influencia a ligação e liberação de O2 pela hemoglobina CO2 + H2OH+ + HCO3 - Transporte de H+ e CO2: Efeito Bohr A hemoglobina transporta cerca de 20% do H+ e CO2 formado nos tecidos para os pulmões e rins A ligação do H+ e CO2 à hemoglobina, entretanto, esta inversamente relacionada com a ligação do O2 Tecidos periféricos ( pH e CO2) Pulmões: o CO2 é excretado e o pH Baixa afinidade da hemoglobina pelo O2 Alta afinidade da hemoglobina pelo O2 Libera O2 Liga H+ e CO2 Liga O2 para levar aos tecidos periféricos O2, H + e CO2 ocupam diferentes sítios de ligação na molécula de hemoglobina CO2 + H2O H+ + HCO3 - A captação de H+ estimula o transporte de CO2 porque estimula a formação de HCO3 - Pulmão MúsculoSangue Papel da hemoglobina e da mioglobina no transporte de O2 e CO2 nos pulmões e tecidos periféricos pO2 = 13,3 kPa pO2 = 4,0 kPa Respiração O2 Expiração H2O + CO2 CO2 + H2OCO2HCO3 - + H+ Hb HbH+ HbH+ O2 Inspiração CO2 H2O Anidrase carbônica HCO3 - + H+ H2O Anidrase carbônica HbO2 HbO2 O2 Hb MbO2 Mb Modulação pelo 2,3-bisfosfoglicerato Os eritrócitos apresentam altos níveis de 2,3-bisfosfoglicerato (BPG) 2,3-bisfosfoglicerato A ligação do BPG esta inversamente relacionada com a ligação do O2: diminue a afinidade da Hb pelo O2 Hb-BPG + O2 Hb-O2 + BPG O BPG é um subproduto da glicólise BPG: indica aumento no catabolismo anaeróbico Os tecidos precisam de maior aporte de O2 Liberação de O2 BPG Liga-se fracamente à oxiemoglobina Liga-se fortemente à desoxiemoglobina Regiões positivamente carregadas da subunidade b interagindo com o BPG As hélices H das subunidades b se aproximam: a concavidade é fechada e o BPG é expulso. Desoxiemoglobina O2 BPG Oxiemoglobina 1. Aumentos dos níveis de 2,3-difosfoglicerato na hipoxia crônica (enfizema pulmonar). 3. Transfusão de sangue. Adição de inosina ao meio de armazenamento previne a redução dos níveis de 2,3-difosfoglicerato. 4. Adaptação fisiológica a grandes altitudes b b b b 2. Aumentos dos níveis de 2,3-difosfoglicerato na anemia. MIOGLOBINA papel fisiológico é facilitar o transporte de oxigênio no músculo, que é o tecido que mais rapidamente respira em condições de intensa atividade. A mioglobina aumenta a solubilidade efetiva do oxigênio no músculo, aumentando a sua velocidade de difusão, e repõe eficientemente o oxigênio dos capilares para as células musculares. heme HEMOGLOBINA E MIOGLOBINA curva de saturação A curva de saturação descreve a percentagem de moléculas ligadas a O2 (eixo y) em relação a pressão parcial do gás (pO2, eixo x). Mioglobina p50 = 2.8 torr Hemoglobina p50 = 26 torr Referências Bibliográficas SILVERTHORN, DU. Fisiologia Humana. 2a edição, Manole, 2003, págs. 603-604; 611-613; 626-630. LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 2000. 839p. LOURENÇO, E.J. Tópicos de proteínas de alimentos. 1.ed. Jaboticabal: Funep, 2000. 344p.
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