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Avaliação Física 1 - Avaliação da Aptidão Física

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
LEONARDO DE ARRUDA DELGADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luis 
2004 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
2
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 
2 APTIDÃO: SIGNIFICADOS E APLICAÇÕES................................................... 6 
3 CONCEITOS BÁSICOS................................................................................. 13 
3.1 Testes ..................................................................................................... 13 
3.2 Protocolos ............................................................................................... 14 
3.3 Medidas .................................................................................................. 14 
3.4 Análise .................................................................................................... 16 
3.5 Avaliação ................................................................................................ 16 
4 TIPOS DE AVALIAÇÕES............................................................................... 18 
4.1 Avaliação diagnóstica ............................................................................. 18 
4.2 Avaliação formativa................................................................................. 18 
4.3 Avaliação somativa ................................................................................. 19 
5 PRINCÍPIOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES.............................................. 20 
6 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO......................................... 23 
6.1 Técnicas de avaliação............................................................................. 23 
6.1.1 Observação...................................................................................... 23 
6.1.1.1 Anedotário ................................................................................ 24 
6.1.1.2 Lista de checagem.................................................................... 25 
6.1.1.3 Escala de classificação............................................................. 26 
6.1.2 Inquirição ......................................................................................... 26 
6.1.2.1 Questionário ............................................................................. 27 
6.1.2.2 Entrevista.................................................................................. 28 
6.1.2.3 Sociograma............................................................................... 28 
6.1.3 Testagem......................................................................................... 29 
7 PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO DA AVALIAÇÃO............................. 30 
7.1 Fase de preparação ................................................................................ 31 
7.1.1 Avaliar o que?.................................................................................. 31 
7.1.2 Avaliar quem?.................................................................................. 33 
7.1.3 Avaliar com o que? .......................................................................... 35 
7.1.4 Para que avaliar? (objetivos) ........................................................... 37 
7.1.5 Quando e onde avaliar?................................................................... 39 
7.1.6 Como avaliar?.................................................................................. 41 
7.1.6.1 Critérios para a seleção dos testes........................................... 41 
7.1.6.2 Conhecimento do teste............................................................. 42 
7.1.6.3 Precisão das medidas .............................................................. 42 
7.1.6.4 Preparação das fichas de registro ............................................ 44 
7.2 Fase de aplicação dos testes.................................................................. 44 
7.2.1 Estruturação da avaliação funcional ................................................ 45 
7.2.1.1 Avaliação médica...................................................................... 46 
7.2.1.1.1. Exame médico ......................................................................... 46 
7.2.1.1.2. Exames complementares......................................................... 47 
7.2.2 Avaliação da aptidão física .............................................................. 48 
7.3 Fase de análise....................................................................................... 49 
8 AVALIAÇÃO DO RISCO CORONARIANO .................................................... 50 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
3
8.1 Fatores de risco ...................................................................................... 52 
8.2 Fatores influenciáveis primários.............................................................. 54 
8.2.1 Tabagismo ....................................................................................... 54 
8.2.2 Hiperlipidemia .................................................................................. 56 
8.2.2.1 Níveis de colesterol total........................................................... 56 
8.2.2.2 Níveis de HDL........................................................................... 57 
8.2.2.3 Níveis de LDL e triglicérides ..................................................... 58 
8.2.3 Pressão arterial................................................................................ 58 
8.2.4 Inatividade física .............................................................................. 62 
8.2.5 Baixo condicionamento cardiorrespiratório ...................................... 63 
8.2.6 Diabetes........................................................................................... 65 
8.3 Fatores de risco influenciáveis secundários............................................ 67 
8.3.1 Obesidade ....................................................................................... 67 
8.3.2 Colesterol de baixíssima densidade (VLDL- Very LDL) ................... 70 
8.3.3 Tensão e estresse ........................................................................... 71 
8.4 Fatores não-influenciáveis ...................................................................... 71 
8.4.1 Hereditariedade ............................................................................... 71 
8.4.2 Idade................................................................................................ 72 
8.4.3 Sexo................................................................................................. 72 
8.4.4 Personalidade de risco .................................................................... 73 
8.4.5 Raça ................................................................................................ 74 
9 ANAMNESES................................................................................................. 76 
9.1.1 Estimativa do risco cardíaco ............................................................ 78 
9.1.2 Estimativa do nível de aptidão física................................................ 82 
Anexo I: Questionário de Estresse ........................................................................ 83 
Anexo II: Índice de Risco Cardíaco (RISKO)......................................................... 84 
Anexo III: Avaliação dos Fatores de Risco Coronariano ....................................... 85 
Anexo IV: Questionário PAR-Q .............................................................................86 
Anexo V: Questionário Sobre o Estado de Saúde(QES)....................................... 87 
Anexo VI: Avaliação do Nível de Atividade Física ................................................. 89 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 90 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
4
INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA 
1 INTRODUÇÃO 
 
 O objetivo do presente trabalho é discutir como um programa de 
medidas e avaliação pode assumir um papel de capital importância no processo 
de ensino aprendizagem, como e quando empregar técnicas e instrumentos para 
medir e avaliar determinadas características ou habilidades com precisão, 
resultando em um processo calcado em bases científicas, dando, desta forma, 
origem a um trabalho mais credível. 
 
 Com o aumento de informação sobre atividade física, cada vez mais 
pessoas descobrem que o exercício é um meio saudável, para ajudar a evitar 
doenças hipocinéticas (coronarianas, hipertensão arterial, diabetes, osteoporose e 
etc), se obter o máximo das capacidades mentais e se sentir bem, energético, 
alegre e etc. 
 
 A Avaliação da Aptidão Física vem sendo amplamente estudada, tanto 
para fornecer informações e/ou classificações e, como forma de desenvolver uma 
melhor análise dos efeitos de treinamento com particular atenção ao crescimento 
e desenvolvimento do ser humano através da determinação dos índices de 
Aptidão Física Geral. Com a nossa pesquisa aplicada à avaliação da aptidão 
física, procuramos selecionar dentre os inúmeros protocolos, testes e medidas, 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
5
aqueles que pelas suas características tivessem uma maior adequação às 
condições de trabalho dos profissionais de educação física. 
 
 Para uma boa avaliação física temos de analisar muitas variáveis: 
antropométricas; composição corporal; análise postural; avaliações metabólicas e 
neuromusculares; avaliações nutricionais, psicológica e social. Estas duas últimas 
são essenciais para que um programa de treinamento tenha pleno sucesso, 
porque nos dão acesso aos hábitos e à personalidade da pessoa. 
 
 Uma avaliação bem feita é aquela em que utiliza critérios e protocolos 
bem selecionados, fornecendo dados quantitativos e qualitativos que indique, 
através de análises e comparações, a real situação em que se encontra o 
avaliado. Em meio a tanto conhecimento técnico-científico, não se pode mais 
permitir a utilização do protocolo do "achismo", ainda empregado por alguns 
profissionais em suas avaliações. Só é possível fazer um programa de exercícios 
com qualidade e segurança com uma avaliação física em que se utilize 
metodologia, protocolos e critérios de avaliação adequados. 
 
 Além disso, as avaliações devem ser periódicas e sucessivas, 
permitindo uma comparação para que possamos acompanhar o progresso do 
avaliado com precisão, sabendo se houve evolução positiva ou negativa. Dessa 
forma, é possível reciclar o programa de treinamento e estabelecer novas metas. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
6
2 APTIDÃO: SIGNIFICADOS E APLICAÇÕES 
 
 
 De acordo com FERNANDES FILHO (2003, p.231) desde o surgimento 
dos conceitos de habilidade motora e de aptidão, nos anos 20, ênfases diversas 
vêm sendo dadas ao assunto, conforme a visão de homem, de aptidão e do 
próprio sentido que a educação física e o movimento vêm tendo ao longo dos 
anos. 
 
 Na década de 40, a aptidão foi inicialmente qualificada como física, e 
significativa tão somente à capacidade de se realizar esforços com um mínimo de 
gasto de energia e de fadiga. 
 
 Nesta linha, a aptidão foi e é usada, tendo como meta a afirmação 
política de nações e a supremacia de raças e ideologias, seja na área militar, seja 
na esportiva. 
 
 Na área militar os testes de aptidão, sobretudo os cardiovasculares, 
desenvolveram-se a partir da necessidade dos combatentes da Segunda Guerra 
Mundial (1939-1945), onde os soldados deveriam estar preparados o combate e 
na utilização da performance nos esportes de alto rendimento, como fator de 
afirmação política das nações e visão de homem como ser dual: corpo e mente, 
devendo as performances máximas, absolutas, deriva sobretudo de um 
treinamento, com técnicas e táticas que lhes são impostam para um melhor 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
7
rendimento; é máquina de resultados, engrenagem substituível no mecanismo do 
triunfo esportivo nacional. 
 
 Nos anos do pós 2a Guerra Mundial, sobretudo a partir da segunda 
metade dos anos 50, a ênfase na aptidão física voltada para a saúde, numa 
dimensão profilática de patologias classificadas como hipocinéticas, ganhou 
incremento nos países do primeiro mundo, por questões meramente econômicas: 
a hipocinesia, gerada pelos avanços da tecnologia e da maquinaria, gerou 
prejuízos às nações desenvolvidas, que precisaram ser prevenidos e superados 
pela atividade. Enfatizaram-se a aptidão física, mesmo entre não atletas, surgindo 
diferentes movimentos em todo o mundo, que conduziriam a esta direção. 
 
 Entrou em jogo um novo fator: a busca da aptidão qualificada, física ou 
fisiológica, e que ganhou terreno entre nós a partir de 1968 quando COOPER 
publicou o livro “Aeróbics”, traduzido para o português com o título “Aptidão Física 
em Qualquer Idade”, onde ele desafia as pessoas a tomarem conta de seus estilos 
de vida para combater as doenças coronarianas, a obesidade e os estresses da 
vida moderna. 
 
 Após a Copa do Mundo do México, em 1970, coincidindo com a 
publicação por COOPER do livro “Capacidade Aeróbica” que deu origem a 
impulso inicial ao movimento de aptidão física que se alastrou pelo mundo e a 
difusão da palavra aeróbica, representada pela corrida de longa distância, que 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
8
geram marcações dos percursos em praias e parques, sobretudo nos grandes 
centros. 
 
 Correr havia virado panacéia: era bom para tudo. Todos corriam mesmo 
quem não podia, por contra-indicação médica, resultando deste hábito, em abusos 
e mortes desnecessárias. A indispensável avaliação médica era esquecida em 
troca de uma pretensa aptidão. Corriam o sedentário, o atleta e o doente. Era a 
época do “mexa-se“, do “esporte para todos”, dos circuitos, das corridas de longa 
distância e etc., explorados pelo regime político então vigente. A avaliação 
concentrou-se no VO2Max, que passou a ser considerado índice mágico. Quanto 
maior melhor, e para melhorá-lo, valia tudo em matéria de esforço, aeróbico e 
anaeróbico. 
 
 Era a época do boom das Escolas de Educação Física, do crescimento 
das academias, da ênfase, nas equipes, da figura do chamado “Preparador Físico 
ou Instrutor de Condicionamento Físico”, que surgiu na seleção Brasileira de 
Futebol em 1968, na Copa da Suécia, mas que, nos anos 70, foi assumida por 
todas as equipes de futebol, e mesmo de outros esportes. O mercado de trabalho 
do profissional de educação física atingiu até as clínicas, onde se fazia a 
recuperação e a prevenção dos coronariopatas. 
 
 Em 1968, a então “Associação Americana para Saúde, Educação Física 
e Recreação” (AAHPER), citada por BARROW E McGEE (1971,p.131) apud 
FERNANDES FILHO (op. cit.,p.234), definiu a aptidão como total, afirmando que 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃOFÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
9
“é a aptidão implica a habilidade de cada pessoa viver efetivamente em seu 
ambiente” e esclarece: “Aptidão implica a habilidade de cada pessoa viver mais 
efetivamente com o seu potencial”. Usava-se o conceito da totalidade do homem 
que tinha, por sua vez, e em decorrência, uma aptidão também total. 
 
 COOPER publicaria ainda o livro “Saúde Total” em 1979, 
acrescentando mais conhecimentos sobre a revolução da aptidão física. Ainda na 
década de 70, aproveitando a popularização da atividade aeróbica, Jacki 
Sorensen, numa tentativa de popularizar a dança, criou a Dança Aeróbica e foi 
seguida por Jane Fonda, Phyllis Jacobson, Richard Simon com outros programas 
de condicionamento físico. 
 
 No Brasil, esse movimento chegou no início da década de 80, com o 
nome de “Ginástica Aeróbica”, e sua prática aumentou de maneira jamais vista em 
qualquer atividade física. Centenas de academias foram abertas, e sua prática 
atingiu principalmente a população jovem. Aparelhos de ginástica, antes restritos 
aos clubes, passaram a ser produzido em séries, podendo ser comprados e 
levados para casa. O agasalho de ginástica e o tênis, antes restritos aos atletas, 
passaram a fazer parte da moda, subitamente se tornaram coisas de prestígio. 
 
 Como observamos em BARBANTI (1990, p. 5-14), na década de 80 os 
conceitos de aptidão estão todos relacionados a questão física, no entanto, 
iniciava-se um movimento de compreensão de homem como ser “uno”. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
10
 Na década de 90, de acordo com FERNANDES FILHO (op.cit., p.235) o 
movimento humano passa então a ser cada vez mais valorizado, de modo 
pessoal, dele resultando as adaptações estruturais, mas também emocionais, 
intelectuais e sociais, fatores de construção do “eu”. O mundo é encarado como o 
ambiente que me cerca, e no qual vive o meu “eu”, em convívio com outros “eus”. 
Gera-se, no mundo, uma cultura que a tudo influencia inclusive o próprio 
movimento em suas diferentes expressões pessoais e sociais. Não há mais 
espaços para limitações ou fracionamentos do homem apto. 
 
 BOUCHARD (1990), na linha da aptidão relacionada á saúde, nos 
mostrou onde o bem-estar também se faz presente. Progressivamente, dá-se 
importância a ludicidade, ao prazer, em substituição à exaustão, ao sofrimento. A 
atividade física não existe para trazer sofrimento, mas para ser prazerosa e 
fortalecer a saúde; a “aptidão para a saúde” dos canadenses (SHEPHARD, 
BOUCHARD e outros) está intimamente ligada ao “bem estar”. 
 
 A Organização Mundial de saúde define “saúde” como ”estado de 
completo bem estar bio-psico-social” (multidimensional, portanto). Saúde não é 
higidez-ausência de doença, mas ultrapassa este conceito. O simples “prevenir 
doenças”, como se posicionou durante algum tempo ser um objeto da atividade 
física, fica aquém do estado de saúde. O movimento humano, hoje, é meio para 
se atingir saúde e bem-estar, combatendo os efeitos do estresse da vida moderna 
e suas repercussões patológicas no organismo, gerando o prazer de viver. É 
recurso profilático e que deve ser bem usado. 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
11
 
 Talvez seja no ambiente educacional, não só no esportivo, sejam eles 
recreativos ou profissionais, lúdicos ou competitivos, mas inclusive na educação 
para a vida, na escolaridade, na educação, quando ela se fizer necessária, que os 
reflexos da aptidão total sejam sentidos. O ser apto é o sujeito de sua existência 
de si mesmo, em pleno gozo de sua liberdade responsável. Ora, educação é 
“posicionamento diante da vida em que se está buscando o essencial em todas as 
situações, de modo a que pela real capacidade de opção possa o sujeito 
autodeterminar-se” como disse WEINECK (1994, p.54). Este conceito difere dos 
modernos conceitos de aptidão? WEINECK (op.cit) disse mais: que a educação só 
é justificável “como meio de levar o ser humano a melhor realizar-se como tal”. É 
assim que o homem torna-se capaz de construir sua vida através do seu próprio 
escalonamento de valores. 
 
 Aptidão, bem-estar, saúde e educação não são “coisas” que se tem; 
são “valores” que se vive, através de uma vida ativa, em seus múltiplos aspectos, 
inclusive e a partir do motor. Sem a aptidão não existe mudança consciente do 
sócio-econômico-cultural, pois o intelecto da pessoa não se modifica e os 
problemas externos são assimilados passivamente por ela. 
 
 Ser apto é lutar pela qualidade de vida; melhorar as condições pessoais 
e sociais; encontrar seu lugar na sociedade para o trabalho e qualidade de vida; 
prevenir-se é lutar contra a doença hipocinética, mas é, acima de tudo, manter a 
saúde, em seu contexto multifatorial; é gerar seres que ainda que portadores de 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
12
limitações (os que nós rotulamos como deficientes, em seus diversos tipos e 
graus, fatores que, de algum modo, todos temos) sejam pessoas aptas, e 
socialmente ativas no mundo do trabalho, combatendo-se a verdadeira deficiência 
e a exclusão, sobretudo a social. 
 
 Quando se pensa e se acompanha a aquisição e a manutenção da 
aptidão, com este enfoque atual, mais do que nunca se abre espaço e se encontra 
valor para sua avaliação. 
 
 Se nos enfoques antigos, quando importava a performance, a aptidão 
dita física, a avaliação já era importante para que o treinamento não se 
transformasse em fator agressivo, com os aspectos hoje entendidos, quando ser 
apto é, em última análise, ter boa qualidade de vida, avaliar para melhorar com 
segurança, para manter ou mesmo para readquirir a aptidão, quando se perde por 
doença ou outra causa, a avaliação e o acompanhamento adequado do processo 
de sua recuperação tornam-se elementos fundamentais. 
 
 É nesse sentido, do movimento dosado com cuidado, como quem dosa 
uma medicação, em seus múltiplos enfoques, que deve ser entendida hoje a 
avaliação nas ciências do movimento, em seus contextos educacionais, neles 
entendida a atividade física em seus múltiplos aspectos, a reeducação motora e a 
saúde. 
 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
13
3 CONCEITOS BÁSICOS 
 
 Definiremos a seguir alguns dos conceitos básicos, relacionados à 
avaliação da aptidão física. 
 
3.1 Testes 
 
 MARINS (1998, 19) define teste como: “...instrumento, procedimento ou 
técnica usada para se obter uma informação”. Já CARNAVAL (1997, 11) diz que é 
“...uma pergunta ou um trabalho específico utilizado para aferir um conhecimento 
ou habilidade da pessoa que se mede...”. 
 
 Segundo o dicionário AURÉLIO, “teste é o conjunto de provas que se 
aplicam a indivíduos para se apreciar o seu desenvolvimento mental, aptidão e 
outras, provas que se executam para aferir a eficiência ou os outros efeitos de 
determinadas substâncias”. 
 
 Um teste pode ser considerado como tentativa para determinar o grau 
de certas qualidades ou condições que formam a base para a tomada de 
decisões. Na realidade, na nossa vida diária nós estamos constantemente 
testando ou coletando informações. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
14
 FERNANDES (op.cit, p.25) complementa as definições a levar em conta 
o fato que, para que haja um teste, há necessidade do questionamento. Qual é o 
peso? Quantotempo leva? Quantas são as repetições? Sem questionamento não 
há o teste que é um instrumento, uma ferramenta, e implica em uma resposta 
pessoal de quem esta sendo analisado ou avaliado. 
 
3.2 Protocolos 
 
 Um protocolo, qualquer que seja, descreve uma rotina operacional a ser 
cumprida e traz explicitamente uma questão, uma indagação básica. Quando se 
descreve um protocolo de uma verificação ergométrica, quando se transmite a 
técnica de HEATH-CARTER para determinar o somatotipo, e outro similar, atribui-
se erradamente a denominação de teste à descrição, esquecendo que ela sempre 
termina em um questionamento. FERNANDES (op.cit, p.25). 
 
3.3 Medidas 
“...É o processo utilizado para coletar as informações obtidas pelo teste, 
atribuindo um valor numérico aos resultados...” (MARINS, op cit). “É uma 
técnica que fornece, através de processos precisos e objetivos, dados 
quantitativos que exprimem, em bases numéricas, as qualidades que se 
deseja medir. Ela proporciona dados crus”. CARNAVAL (op cit, p.12). 
 
 Medir significa determinar a quantidade, a extensão ou grau de alguma 
coisa, tendo como base um sistema de unidades convencionais. O resultado de 
uma medida se refere sempre ao aspecto quantitativo do fenômeno a ser descrito. 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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15
 FARINATTI & MONTEIRO (2000, p193) diz que quanto maior a 
precisão da medida, maior será a segurança para sua aplicação. Daí a 
necessidade de treinamento prévio do investigador no sentido de dominar bem a 
sua técnica. Além disso, a padronização influencia diretamente nos resultados 
obtidos, e medidas que não se apresentem de forma clara, não devem ser 
utilizadas. 
 
 FERNANDES (op.cit., p.25) lembra que, há contudo, situações em que 
a resposta não se pode ser plenamente quantificada e qualificada, mas julgada, a 
partir de alguns parâmetros e categorias. Como quantificar motivação, atenção, 
liderança, conceitos estéticos, emocionais, comportamentais, e outros elementos 
deste tipo a resposta pode, contudo ser qualificada de forma gradativa: muito, 
mediana, regular, pouco ou insuficiente, a partir de um dado de referência. 
 
 Sobre essa afirmação MATHEWS (1980), apud FARINATTI & 
MONTEIRO (op. cit), enfatiza que medidas objetivas como força e velocidade são 
simples e diretas, frequentemente produzindo resultados de mais confiança do 
que aquelas que envolvem personalidade, inteligência e atitudes. 
 
 Finalizando este conceito gostaríamos de utilizar a reflexão de 
FARINATTI & MONTEIRO (op. cit), ao ressaltar que para perfeita aplicação da 
medida, deve-se conhecer a resposta para três questões básicas que são 
apresentadas a seguir: 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
16
- O que medir? 
- Por que medir? 
- Como medir? 
 
 Somente a partir destes conhecimentos poderemos delimitar com 
clareza a atuação e limitação das diversas formas de medida. 
 
3.4 Análise 
 
 São técnicas que permite visualizar a realidade do trabalho que se 
desenvolve, criando condições para que se entenda o grupo e situe-se um 
indivíduo dentro deste grupo. 
 
 São exemplos de analises comparações entre as medidas de um 
indivíduo com as medidas padrões e as medidas relativas dele com ele mesmo e 
ocasiões diferentes. 
 
3.5 Avaliação 
“É um processo pelo qual, utilizamos as medidas, se pode 
subjetivamente e objetivamente, exprimir critérios. A avaliação julga o 
quanto foi eficiente o sistema de trabalho com um indivíduo ou com um 
grupo de indivíduos.” 
(CARNAVAL, op.cit) 
 
“Determina a importância ou valor da informação coletada. Deve refletir a 
filosofia, as metas e os objetivos do profissional, faz comparações com 
algum padrão.” 
(MARINS, op.cit) 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
17
 
 De modo geral, podemos dizer que avaliação é julgar ou fazer a 
apreciação de alguém ou alguma coisa, tendo como base uma escala de valores. 
Assim sendo, avaliar consiste na coleta de dados quantitativos e qualitativos e na 
interpretação desses resultados com base em critérios previamente definidos, 
fornecendo subsídios capazes de favorecer o desenvolvimento e a aplicação de 
conhecimentos. 
 
 Para FARINATTI & MONTEIRO (op. cit, p.194) a avaliação abrange um 
aspecto qualitativo, podendo tomar dimensões de grande ou pequena 
complexidade em função de: 
 
- Objetivos propostos; 
- Condições de trabalho; 
- Seleção dos procedimentos. 
 
 O investigador experiente deve avaliar um dado sob diversos prismas e 
tentar detectar qual o caminho mais aconselhado a ser colocado em prática. 
 
 Podemos exemplificar uma avaliação quando dizemos a nota da prova 
é regular em consideração a média das notas dos alunos de uma determinada 
classe, ou que o percurso realizado pelo aluno, de acordo com o seu sexo e faixa 
etária é classificado como bom. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
Leonardo de Arruda Delgado 
18
4 TIPOS DE AVALIAÇÕES 
 
 Dependendo do objetivo, o avaliador pode lançar mão de três tipos de 
avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa. 
 
4.1 Avaliação diagnóstica 
 
 Nada mais é do que uma análise dos pontos fortes e fracos do 
indivíduo, ou da turma, em relação a uma determinada característica. 
 
 Esse tipo de avaliação, comumente efetuado no início do programa, 
ajuda o profissional a calcular as necessidades dos indivíduos e, elaborar o seu 
planejamento de atividades, tendo como base essas necessidades ou, então a 
dividir a turma em grupos (homogêneos ou heterogêneos), visando facilitar o 
processo de assimilação de tarefas propostas. 
 
4.2 Avaliação formativa 
 
 Este tipo de avaliação informa sobre o progresso dos indivíduos, no 
decorrer do processo ensino aprendizagem, dando informações tanto para os 
indivíduos quanto para os profissionais, indicando aos profissionais se ele está 
ensinando o conteúdo certo, da maneira certa, para as pessoas certas e no tempo 
certo. 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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19
 
 A avaliação é realizada quase que diariamente, quando a performance 
do indivíduo é obtida, avaliada e em seguida é feita uma retroalimentação, 
apontando e corrigindo os pontos fracos até atingir os objetivos propostos. 
 
4.3 Avaliação somativa 
 
 Refere-se aos instrumentos que pretendem avaliar o final de um 
processo de aquisição de um conteúdo. É a soma de todas as avaliações 
realizadas no fim de cada unidade do planejamento, com o objetivo de obter um 
quadro geral da evolução do indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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20
5 PRINCÍPIOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES 
 
 Para que um programa de medidas e avaliações tenha sucesso, deve-
se ter em mente certos princípios que são fundamentais durante o processo de 
medidas e avaliações: 
 
- A avaliação é um processo contínuo e sistemático. Portanto, ela 
não pode ser esporádica, mas, ao contrário, deve ser constante e 
planejada. Nessa perspectiva, a avaliação faz parte de um sistema 
mais amplo que é o processo ensino aprendizagem, nele se 
integrando. 
- A avaliação é funcional, porque se realiza em função de objetivos, 
ou seja, para se avaliar, efetivamente, todas as medidas devem ser 
conduzidas com os objetivos do programaem mente. 
- Devem ser conduzidos e supervisionados por profissionais 
treinados. Não é qualquer pessoa que pode administrar 
efetivamente um programa de medida e avaliação, as decisões 
poderão afetar importantes aspectos da vida de um indivíduo. 
- A avaliação é integral, pois, os resultados devem ser interpretados 
em termos do indivíduo como um todo: social, mental, físico e 
psicológico; Se um indivíduo sai-se mal num teste, o profissional 
consciente irá verificar quais as razões que levaram a tal resultado 
e, na medida do possível e se necessário, prover assistência 
especial a pessoa. As razões de resultados "fracos" em um teste 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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21
físico podem ser várias; entretanto, se a razão for física, o bom 
profissional deverá descobrir qual o ponto fraco do indivíduo e dirigir 
um programa para que ele possa superar tal deficiência (Kirkendall 
et ai, 1980). 
- A avaliação é orientadora, pois não visa eliminar alunos, mas 
orientar o seu processo de aprendizagem para que possam atingir 
os objetivos propostos. 
- Tudo que existe pode ser medido, em outras palavras, qualquer 
assunto incluído em um programa de Educação Física deve ser 
medido. 
- Nenhum teste ou medida é perfeito; os profissionais, às vezes, 
depositam tanta confiança nos testes e medidas que acabam 
acreditando que eles são infalíveis. Deve-se usar sempre o melhor 
teste possível, mas ter sempre em mente que podem existir erros. 
- Não há teste que substitua o julgamento profissional, este talvez 
seja o mais importante princípio da avaliação. Como problema de 
fato, a avaliação é julgamento. Algumas vezes os profissionais 
tentam substituir medidas objetivas por julgamentos, entretanto, as 
primeiras não podem nunca tomar o lugar dos segundos. Se não 
houvesse lugar para o julgamento em medidas e avaliação, então o 
profissional poderia ser substituído por uma máquina ou por um 
técnico. Por outro lado, julgamentos feitos sem dados substanciais 
são sempre inaceitáveis. As medidas fornecem os dados que levam 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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22
o profissional a fazer um melhor julgamento ou tomar uma melhor 
decisão 
- Deve sempre existir a reavaliação para se observar o 
desempenho. Se a habilidade inicial do indivíduo não for medida, 
então não se terá conhecimento sobre o seu desempenho no 
programa de Educação Física. Não é possível reconhecer as 
necessidades do indivíduo sem se saber por onde começar, como, 
também, não se pode determinar o que os indivíduos aprenderam 
ou melhoraram, se não se souber em que nível eles estavam antes 
de começar o programa. Se a habilidade dos indivíduos for medida 
somente no fim da unidade, aula ou semestre, o teste só vai 
informar onde eles estão naquele espaço de tempo, isto é, não irá 
esclarecer nada sobre os efeitos que o programa exerceu nos 
mesmos. Em outras palavras, se não forem medidos tanto o começo 
como o final do programa, os métodos e materiais empregados 
permanecerão desconhecidos, sem que possam ser avaliados. 
- Usar os testes que mais válidos, fidedignos e objetivos e que se 
aproximam da situação da atividade. Os testes devem refletir as 
situações da atividade. Por exemplo, um jogador de futebol chuta a 
gol, tendo por objetivo que a bola entre na meta. O teste deve ser 
construído de tal maneira que, com um certo número de tentativas, o 
indivíduo deva chutar a bola a uma determinada distância e atingir 
um alvo. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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23
6 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 
 
 A Educação Física é uma disciplina que visa o desenvolvimento, ou 
aperfeiçoamento, do indivíduo na sua totalidade, isto é, nos aspectos biológicos, 
psíquicos e sociais. 
 
 Para determinar se os objetivos estão, ou não, sendo alcançados, 
diferentes técnicas e instrumentos de avaliação devem ser empregados, para se 
poder medir e avaliar o indivíduo como um todo. Assim, é conveniente conceituar 
o que é técnica e o que é instrumento. 
 
- Técnica: é o método usado para se obter as informações. 
- Instrumento: é o recurso usado para se obterem as informações: 
 
 Basicamente há três técnicas para se obterem as informações: 
observação, inquirição e testagem. 
 
6.1 Técnicas de avaliação 
6.1.1 Observação 
 
 Segundo o dicionário, observar é: olhar atentamente; examinar com 
minúcias; espreitar; estudar; cumprir, respeitar as prescrições ou preceitos de; 
obedecer a; praticar; usar; ponderar; notar. 
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24
 
 A observação é uma técnica que permite ao profissional conseguir 
informações sobre atitudes, hábitos de estudo, ajustamento social, qualidade de 
liderança e habilidades físicas, podendo ser empregada também, em menor 
escala, para se obter informações acerca de habilidades cognitivas. 
 
 Quando do contato com os indivíduos, durante as sessões de 
atividades físicas, tem-se uma excelente oportunidade para observar os 
comportamentos que não são considerados como sendo normais; estes devem 
ser registrados a fim de ser estudados e, se possível, solucionados. 
 
 Para se fazer uma análise objetiva, devem ser empregados 
instrumentos adequados para registrar o que foi observado. Entre os instrumentos 
de observação, os mais utilizados na Educação Física são: Anedotário, Lista de 
checagem, Escala de classificação. 
 
6.1.1.1 Anedotário 
 
 É uma breve descrição daquilo que ocorreu durante um certo tempo. 
Estas anotações podem formar a base e/ou prover o profissional de um 
instrumento de consulta para entender e/ou ajudar os indivíduos cujos 
comportamentos estão fora dos padrões considerados como sendo normais. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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25
Exemplo de Registro Anedotário: 
 
21/03/95 — Hoje começou nossa unidade em ginástica. Pedro, que está além do 
seu peso ideal, foi ridicularizado pelos demais elementos da equipe por não 
conseguir fazer puxadas na barra. Logo após este episódio pediu para ser 
dispensado porque estava se sentido enjoado. 
 
25/04/95 — Pela segunda vez Pedro pediu para ser dispensado, desta vez com 
uma nota de pedido de dispensa. Durante uma conversa admitiu sentir-se 
embaraçado por causa dos fracassos sucessivos diante da equipe. Ele se 
prontificou a fazer um regime. 
 
6.1.1.2 Lista de checagem 
 
 Consta, em geral, de uma série de comportamentos relacionados na 
ordem em que se espera que ocorram. O profissional marca, com um sinal 
convencionado, os comportamentos, à medida que vão ocorrendo. A lista de 
checagem pode ser construída em folhas individuais ou constituir um quadro para 
a equipe (Quadro 1.1). 
 
Comportamento/aluno Obedece regras 
Acata as 
decisões dos 
árbitros 
Não discute 
com os 
companheiros 
Não discute 
com os 
adversários 
Cláudio X X X X 
Carlos X X 
Pedro X X X 
Arnaldo X X 
 
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26
6.1.1.3 Escala de classificação 
 
 Constitui-se de uma série de características, seguidas de um contínuo, 
que descreve a maneira pela qual cada uma delas se manifesta. 
 
Exemplo de escala de classificação 
Participação dos alunos nas aulas: 
Nenhuma ( ) 
Pouca ( ) 
Razoável ( ) 
Boa( ) 
Ótima ( ) 
 
 O avaliador deve ter cuidado, ao preparar a escala de classificação, 
para que os termos usados realmente representem os diferentes pontos do 
contínuo da característica em questão. 
 
6.1.2 Inquirição 
 
 Segundo o dicionário, inquirir é: procurar informações sobre; indagar; 
investigar; pesquisar sobre; fazer perguntas a. 
 
 Esta técnica é bastante utilizada na obtenção das seguintes 
informações: 
 
a) Opinião do indivíduo sobre determinada atividade; 
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27
b) Quem o indivíduo admira; e 
c) Interesse do indivíduo. 
 
 Muitas informações sobre o domínio afetivo podem ser obtidas, 
rapidamente, através de uma inquirição sistemática. Entre os instrumentos de 
inquirição podem ser citados: Questionário, Entrevista e Sociograma. 
 
6.1.2.1 Questionário 
 
 Constitui-se de uma lista de perguntas feitas por escrito, onde o 
respondente é solicitado a dar uma resposta. É mais utilizado para se obter 
informações sobre as opiniões e as atitudes dos respondentes. 
 
 Não deve ser confundido com o conjunto de perguntas pertencentes ao 
conteúdo de diferentes disciplinas. Este tipo de instrumento pertence à testagem. 
 
 Os questionários têm aplicações e obedecem a técnicas específicas de 
construção de acordo com a sua finalidade. 
 
 Há dois tipos principais de questionário: Inventário e Escala de atitudes. 
 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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28
- Inventário: é um instrumento que se constitui de uma série de 
informações; é pedido ao respondente que assinale aquelas com as 
quais concorda. 
- Escala de atitudes: é um misto de características do inventário e da 
escala de classificação; é solicitado ao respondente sua atitude em 
relação a determinada afirmação, assinalando sua resposta dentro 
de uma escala em um contínuo. 
 
6.1.2.2 Entrevista 
 
 Podem ser divididas em dois tipos: Formais e Informais. 
 
- Formais: seguem um plano preestabelecido, em que o entrevistador 
segue um roteiro de perguntas anteriormente formuladas. 
- Informais: são mais livres; nelas o entrevistador vai formulando as 
perguntas de acordo com o desenrolar da entrevista. 
 
6.1.2.3 Sociograma 
 
 É um instrumento usado para revelar características sociais do 
indivíduo perante o grupo, diferenciando os populares e os rejeitados pela equipe. 
 
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6.1.3 Testagem 
 
 Segundo o dicionário, teste é: conjunto de provas que se aplicam a 
indivíduos para se apreciar o seu desenvolvimento mental, aptidão e outras; 
provas que se executam para aferir a eficiência ou os efeitos de determinadas 
substâncias. 
 
 Um teste pode ser considerado como tentativa para determinar o grau 
de certas qualidades ou condições que formam a base para a tomada de 
decisões. Na realidade, na nossa vida diária nós estamos constantemente 
testando ou coletando informações. De uma maneira geral os testes podem ser 
divididos em dois tipos: Testes de escolaridade (não serão tratados aqui por não 
constituírem o propósito deste estudo) e Testes padronizados. 
 
 Geralmente os testes padronizados são organizados em baterias de 
testes e comercialmente distribuídos. Para a escolha e aplicação dos testes há 
necessidade de pessoal especializado no campo (psicólogos, orientadores 
educacionais, profissionais de Educação Física). Dentre os testes padronizados 
encontram-se os de inteligência, os vocacionais, os de personalidade e os de 
aptidão, onde estão incluídos os antropométricos, os físicos e motores e os 
cardiorrespiratórios. 
 
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30
7 PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO DA AVALIAÇÃO 
 
 A construção de um programa de avaliação pressupõe que se tenha 
definido, a priori, alguns parâmetros básicos. Definir o plano de avaliação, sua 
filosofia, seus princípios, sua estrutura e sua finalidade, deve anteceder, sempre, 
qualquer elaboração programática. 
 
 Para que um programa de avaliação funcione adequadamente e 
forneça, a quem o utiliza, informes verdadeiros e consistentes, capazes de 
produzir dados utilizáveis, sobretudo quando se lida com a área do movimento 
humano em toda a sua potencialidade atualmente explorada, é indispensável que 
haja uma administração adequada do processo. O êxito depende de uma série de 
diferentes e cuidadosas atitudes, nas quais, havendo falha em um segmento, o 
todo fica comprometido, e que podem ser grupados em três momentos 
interdependentes e seqüenciais: Fase de preparação, Fase de aplicação dos 
testes e Fase de análise. 
 
 Sendo a avaliação um processo que pressupõe a aplicação de testes, a 
coleta dos resultados e o seu tratamento e interpretação analítica, em etapas 
periódicas, é necessária uma absoluta segurança de atuação durante todo o 
processo, mantendo-se rígidas diretrizes, passíveis de serem expressão fiel dos 
indicadores que nortearão a interpretação dos resultados, para que possam 
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31
orientar o processo de utilização, seja num contexto formativo-educativo, seja num 
de manutenção ou de recuperação ou de reeducação. 
 
7.1 Fase de preparação 
 
 Geralmente os testes padronizados são organizados em baterias e 
comercialmente distribuídos. Há perguntas que não podem deixar de ser 
respondidas: Avaliar o que? Quem avaliar? Com que avaliar? Para que? Quando 
e onde avaliar? Como? e submetê-los à aprovação segundo determinado critério. 
 
7.1.1 Avaliar o que? 
 
 Dentre as variáveis de condicionamento que podem ser treinadas na 
escola e/ou academias, podemos citar: 
 
• Variáveis Médicas 
- Histórico médico 
- Pressão arterial, freqüência cardíaca, temperatura; 
- Níveis de lipídios sanguíneos, glicose e etc 
• Variáveis Cineatropométricas 
- Composição corporal 
- Somatotipo 
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32
- Proporcionalidade 
- Estado nutricional 
- Crescimento e desenvolvimento 
• Variáveis Metabólicas (cardiopulmonares) 
- Sistema energético aeróbico 
- Sistema energético anaeróbico alático 
- Sietama energético anaeróbico lático 
• Variáveis Neuromusculares 
- Força 
- Potência 
- Resistência muscular localizada e flexibilidade 
• Variáveis Psicomotrizes 
- Velocidade 
- Coordenação 
- Ritmo 
- Agilidade 
- Equilíbrio 
- Descontração 
• Variáveis Técnicas 
- Biomecânica do movimento 
- Eficiência técnica 
• Variáveis Psíquicas 
- Ansiedade 
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33
- Motivação 
- Inteligência 
- Personalidade 
 
7.1.2 Avaliar quem? 
 
 Na área da ciência da motricidade humana o quem sempre será um 
homem que, pela sua situação atual, pode revelar diversas condições que, para o 
êxito do trabalho, devem ser consideradas. Há questões, nitidamente pessoais, 
que devem ser respondidas: se há atividade prévia ao teste que possa alterar a 
fisiologia normal; uso de medicamentos, álcool, fumo o outras drogas; hora e tipo 
da última alimentação; horas de sono normal e imediatamente anteriores ao teste, 
e outras. 
 
 É fundamental, de início, saber se: 
 
- Esse homem apresenta ou nãoalgum desvio da normalidade, capaz 
de interferir no seu agir, seja em que área este agir se posicione/ 
- Estamos diante de uma pessoa de vida ativa habitual? 
- De um sedentário? 
- De um paciente em recuperação de uma patologia? 
- De um portador de algum tipo de limite: sensorial, comportamental, 
motor, social, intelectual, cultural, ou de outro tipo? 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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34
 
 Com o objetivo de direcionar um trabalho mais coerente, GOMES 
(1995, p.6), realizou a seguinte analise do perfil do perfil das pessoas que 
praticam atividade física. 
 
 Quanto aos motivos que o levaram a procurar a atividade física, o autor 
cita os seguintes: 
 
- Social: muitos alunos inicialmente procuram a atividade, 
principalmente em academias, com a expectativa de um “saudável 
convívio social”. 
- Moda: esta na moda ter corpos malhados e com o mínimo possível 
de gordura. 
- Estético: é a busca incessante pelo corpo perfeito, valendo de tudo 
desde silicone, lipoaspiração, dietas malucas e que podem levar a 
estados patológicos como anorexia, câncer e etc. 
- Lazer: muitas pessoas procuram a atividade física como um meio 
de ocupar o seu tempo livre de maneira a lhe proporcionar o tão 
almejado prazer. 
- Clínicos: normalmente indicados pelos profissionais de saúde, 
enquadram-se aqui os portadores de vícios posturais e 
necessidades especiais e de reabilitação, cardíacos, hipertensos, 
diabéticos, obesos e etc. 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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35
- Preparação física: visando a melhora da condição física, neste 
grupo podemos definir dois trabalhos distintos a preparação física 
desportiva e o condicionamento físico para sedentários. 
 
 Quanto ao estado inicial de condicionamento físico, analisando o 
comportamento de indivíduos que nunca ou há muito tempo não praticam 
atividade física periodicamente, observamos que alguns deles, às vezes, podem 
apresentar um bom nível de aptidão inicial devido a sua carga genética. Portanto, 
para melhor compreensão, apresentaremos alguns aspectos que de alguma 
maneira, identificam um baixo nível de aptidão: 
 
- Baixa capacidade aeróbica (VO2MAX); 
- Força reduzida; 
- Amplitude articular reduzida (flexibilidade); 
- Baixo nível de coordenação. 
 
7.1.3 Avaliar com o que? 
 
 Muitos são os fatores que irão interferir para realização de uma boa 
avaliação e o primeiro passo é fazer uma boa medida. VICTOR MATSUDO (1999) 
no CD-ROM Testes em ciências do esporte, lembrar alguns aspectos que 
ajudarão bastante nesse sentido. Segundo ele, para analisarmos o nível de 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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36
aptidão física precisamos medir o maior número de suas variáveis, dentro de uma 
filosofia de trabalho que use: 
 
- Material não sofisticado 
- Técnicas não complexas 
- Métodos que possam ser aplicados a grandes grupos 
 
 Entre os principais equipamentos utilizados na avaliação podemos citar: 
Esfignomanômetro e Estetoscópio, Balança, Estadiômetro, Fita Métrica, 
Paquímetro e Compasso de Dobras Cutâneas, Colchonete, Banco de Wells, 
Cronômetro, Freqüencímetro, Ergômetro (Campo, Banco, Bicicleta Ergométrica e 
Esteira Rolante), nos parece suficiente para uma avaliação funcional em uma 
academia, sabendo que se pode ainda utilizar outros instrumentos como a 
Maquina de Lactato, Bio-impedância e etc.. 
 
 Os instrumentos de medida deverão merecer especial atenção quanto: 
 
- Aquisição: devemos selecionar aquele equipamento que mais se 
ajuste às condições reais de trabalho. 
- Manipulação: procuraremos conhecer o uso adequado do 
equipamento antes de iniciarmos a operação dos testes 
propriamente ditos, fato que dará melhor qualidade de medida e um 
menor tempo de execução. 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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37
- Calibração: todo instrumento de medida deverá ter sua calibração 
conferida antes do inicio dos testes. Lembre-se que uma simples 
balança mal calibrada poderá por todo seu trabalho por terra. 
- Conservação: os equipamentos sempre significam um investimento 
financeiro e prolongar sua vida média de uso é um hábito que o 
avaliador deve cultivar. Assim, devemos ter atenção com: limpeza 
adequada; o uso somente por pessoa habilitada ou sob supervisão; 
manutenção em local seguro, com boas condições de ventilação. 
 
7.1.4 Para que avaliar? (objetivos) 
 
 Dentre os diversos tipos objetivos da avaliação da aptidão física, 
podemos citar: 
 
- Obter informações quanto ao estado inicial do indivíduo ao iniciar um 
programa de treinamento e ou condicionamento; 
- Determinar e acompanha o progresso do indivíduo; 
- Classificar e selecionar os indivíduos; 
- Impedir que a atividade física seja um fator de agressão; 
- Motivar no sentido de melhorar sua performance; 
- Manter padrões de performances e servir como feedback durante o 
processo de treinamento; 
- Experiência indivíduo/profissional e diretrizes para pesquisa; 
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38
 
 WEINECK (1999, p.44) distingue duas formas de avaliação: uma 
imediata e outra não-imediata. Segundo ele, a avaliação imediata examina os 
efeitos imediatos após cada sessão de treinamento. A avaliação não-imediata 
estuda os efeitos de um conjunto de sessões de treinamento, de um período de 
treinamento e seus efeitos globais. 
 
 A correlação entre avaliação imediata (ou seja, de minúcias de uma 
sessão de treinamento) e a avaliação não-imediata (ou seja, de efeitos globais) é 
de grande importância, porque os efeitos de sessões isoladas não são tão 
observáveis como o são após algum tempo de treinamento. 
 
 Os procedimentos de treinamento adotados são descritos 
objetivamente na documentação de treinamento (Carl em Rothig 1992). A 
avaliação imediata e a não-imediata do treinamento permitem esclarecer as 
seguintes questões: 
 
- Se os objetivos de uma sessão (ou bloco de sessões) de 
treinamento foram atingidos; 
- Se os objetivos correspondem ao potencial para desempenho do 
grupo ao qual se refere; 
- Se as condições locais foram utilizadas adequadamente para o 
treinamento; 
- Se os exercícios foram adequadamente escolhidos; 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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39
- Se a abrangência e intensidade dos estímulos foram avaliadas 
corretamente; 
- Se o programa e o período planejados para o treinamento foram 
respeitados; 
- Se os métodos e o programa de uma sessão (ou bloco de sessões) 
de treinamento correspondem ao objetivo preestabelecido 
(adequação ao objetivo geral do treinamento); 
- Se a relação entre o estímulo e a recuperação foi adequadamente 
avaliada. 
 
7.1.5 Quando e onde avaliar? 
 
 Este aspecto relaciona-se à questão espaço-temporal como: 
 
- Quais as condições que serão encontradas no local da avaliação? 
- De que instalações e equipamentos se dispõem? 
- Adequam-se à realidade de nosso avaliado? 
- Quando será efetuada: dia, hora? 
- Quanto tempo encontra-se disponível para um procedimento de 
avaliação? 
 
 
 
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40
 Condições adequadas para avaliação física: 
 
- Dimensão: mínima 20m² e máxima 48 m², com decoração discretae existência de um telefone e de uma pia. 
- Luz: de boa qualidade. 
- Som: o mínimo possível 
- Temperatura: 21 a 24° C 
- Condições climáticas: a umidade relativa do ar, com valores 
oscilando entre 40 e 60%. 
- Condições do solo: é importante que o piso seja firme, 
antiderrapante, sem desníveis ou imperfeições. 
- Segurança: o procedimento de segurança habitual inclui a presença 
de pelo menos dois avaliadores, sendo, preferencialmente, um deles 
médico e de equipamentos de emergência que deveram estar 
guardados em local discreto, para não assustar o avaliado. Dentre 
os equipamentos médicos podemos citar: luvas, gaze, algodão e 
materiais convencionais para curativos, soluções glicosadas, 
soluções de eletrólitos, analgésicos, antitérmicos e etc. 
- Trânsito de pessoal: é importante que durante a avaliação evitar o 
transito de pessoas no local. 
 
 Alguns testes, como o cicloergométrico em bicicleta eletromagnética, 
exigirão a presença de rede elétrica. Por outro lado, quando possível a medida de 
pressão atmosférica e umidade relativa do ar é uma prática recomendável. 
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41
7.1.6 Como avaliar? 
 
 Geralmente os testes padronizados são organizados em baterias e 
comercialmente distribuídos. Para a seleção dos testes, deve-se submetê-los à 
aprovação segundo determinado critério. 
 
7.1.6.1 Critérios para a seleção dos testes 
 
 Esta é uma das mais importantes fases do programa de medidas e 
avaliações. Para que se possa fazer uma seleção adequada dos testes que irão 
medir o que se quer eles meçam, alguns pontos importantes devem ser levados 
em consideração: 
 
• Validade: quão bem um teste mede o que se quer medir. Diz-se que 
um teste é válido quando o mesmo mede o objetivo proposto. 
• Confiabilidade ou Fidedignidade: grau de consistência dos 
resultados de um teste em diferentes testagens, utilizando-se 
sempre os mesmos sujeitos. Está ligada à consistência da medição. 
Em outras palavras podemos dizer que ao realizarmos uma 
determinada medida (por exemplo: dobra cutânea), em determinado 
indivíduo, devemos esperar que minutos depois, ao repetir a mesma 
medida, sobre as mesmas condições, está apresente resultado 
idêntico. 
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• Objetividade: grau de concordância dos resultados de um teste 
entre os testadores. Depende da técnica e habilidade dos 
avaliadores para reproduzirem resultados idênticos. As direções e 
procedimentos devem ser padronizados e rigorosamente seguidos 
para que não haja interferência nos resultados obtidos. 
 
 SAFRIT (1981) apud MARINS (op cit., 28) sugere a seguinte tabela: 
Tabela 1 Tabela de validade, fidedignidade e objetividade. 
Aceitabilidade Validade Fidedignidade Objetividade 
Excelente 0,80-1,00 0,90-1,00 0,95-1,00 
Bom 0,70-0,79 0,80-0,89 0,85-0,94 
Regular 0,50-0,69 0,60-0,79 0,70-0,84 
Fraco 0,00-0,49 0,00-0,59 0,00-0,69. 
 
7.1.6.2 Conhecimento do teste 
 
 Os testadores devem ter perfeito conhecimento da técnica e do 
procedimento de aplicação do teste. Para isto é necessário que o teste seja 
entendido também por quem a ele se submete. 
 
7.1.6.3 Precisão das medidas 
 
 A precisão das medidas depende, em primeiro lugar, da exatidão dos 
instrumentos. Quanto mais refinado ele for melhor será o resultado da medida. 
Existem dois tipos de erros comuns: Erro de Medida e Erro Sistemático. 
 
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43
 Erro de Medida: nos erros de medidas encontram-se inseridos: 
 
- Erro de Equipamentos: quando o equipamento não é aferido 
previamente; por exemplo balança não tarada, cronômetro não 
zerado, treina defeituosa e etc. 
- Erro do Medidor: quando o medidor erra ao fazer uma leitura do 
cronômetro, na contagem do número de vezes de execução, na 
leitura da trena, na leitura do instrumento pela colocação incorreta 
perante o aparelho e outros. 
- Erro Administrativo: quando existe algo errado na administração 
do teste; por exemplo, bola fora dos padrões normais de medidas, 
aquecimento prévio para a execução do teste, quando não esteja 
contido nas normas do teste, uma bateria que deveria ser aplicada 
em dois dias e o foi em apenas um dia e outros. 
 
 Erro Sistemático: como erro sistemático pode-se citar as diferenças 
biológicas; por exemplo, se a medida da estrutura de um indivíduo for realizada 
nas primeiras horas da manhã, ter-se-á uma medida, se for realizada à tarde 
haverá uma diferença na medição do mesmo indivíduo, devida a influencia da 
força da gravidade sobre o corpo, principalmente nos espaços intervertebrais; 
onde existe uma diminuição, ocasionando a diferença de estatura obtida nas duas 
medidas. 
 
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7.1.6.4 Preparação das fichas de registro 
 
 
 Procurar ter nas fichas todas as informações necessárias à 
identificação do indivíduo, (nome, sexo, idade,...) assim como dados a respeito do 
teste. 
 
7.2 Fase de aplicação dos testes 
 
 De acordo com FERNANDES FILHO (2003, p.255) o trabalho bem 
planejado é expectativa de acertos e de êxito de aplicação. Tudo estando 
previamente estruturado deve a execução acontecer com um mínimo de 
problemas, pois sempre é possível a falha de algum equipamento, a interferência 
de fatores externos como o clima. 
 
 Existem alguns aspectos que irão influenciar a aplicação do teste e que 
precisam merecer nossa atenção, tais como: 
 
1) Quanto ao número de avaliados, pois alguns testes como na maioria 
deste manual são estritamente individuais, enquanto outros podem 
ser coletivos. 
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45
2) Quanto ao número de avaliadores, da mesma forma, a maioria dos 
testes aqui descritos exige apenas um avaliador, mas há ocasiões 
que mais de um avaliador é necessário. 
3) Quanto à demonstração: que poderá ser útil e em muitos casos 
imprescindível para um perfeito entendimento do teste. 
4) Quanto à duração: que poderá estar dentro dos limites da aula, do 
período de treinamento ou de fadiga. 
5) Quanto à coleta dos dados: que deverá ser feita em folha de 
protocolo adequada e por anotador competente. 
6) Quanto à ordem: que procurará ser em uma bateria de testes a mais 
"fisiológica" possível, colocando no princípio os testes que exijam 
condições próximas às de repouso e deixando para o final os testes 
que envolvam esforço máximo. 
 
7.2.1 Estruturação da avaliação funcional 
 
 O modelo sistêmico em Avaliação Funcional tem como primeiro passo 
seu propósito. Ele é o aspecto fundamental do sistema, pois fixa suas expectativas 
e a partir dele é desenvolvido e avaliado. No propósito estão incluídos os objetivos 
de testes e a determinação das normas a serem utilizadas para sua interpretação. 
 
 Vários autores concordam que a Avaliação Funcional é composta pela 
Avaliação Médica e pela Avaliação da Aptidão Física. De acordo com POLLOCK 
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(1993, p.240-233) os procedimentos de avaliação necessários para que os 
indivíduos integrantes de um programa de atividades físicas possam dele 
participar com segurança, envolvem geralmente sua história clinica, a analise dos 
fatores de risco para o desenvolvimento de Doenças Arterial Coronária(DAC), 
além de uma avaliação do condicionamento físico do indivíduo em questão. A 
avaliação do condicionamento ou da aptidão física envolve as seguintes áreas: 
Cardiorrespiratória (capacidade funcional), composição corporal, flexibilidade, 
endurance e força muscular. 
 
7.2.1.1 Avaliação médica 
 
 A Avaliação Médica deve ser realizada por um médico, se possível com 
formação em Medicina do Esporte. Um exame clínico consta, basicamente, de 
duas partes. Na primeira é realizado o exame médico, e na segunda, serão ser 
solicitados alguns exames complementares. A ACSM recomenda a realização de 
uma rotina mínima de exames físicos e laboratoriais como parte integrante da 
avaliação médica. 
 
7.2.1.1.1. Exame médico 
 
 Nesta etapa, deverá ser realizado um exame sumário abrangendo 
aspectos cardiovasculares, pulmonares e ortopédicos, incluindo-se ai os seguintes 
tópicos: freqüência e regularidade de pulso; pressão arterial deitado, sentado e de 
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pé; ausculta pulmonar com atenção especial para a uniformidade dos sons 
respiratórios em todas as áreas (ausência de estertores, roncos e sibilos); 
palpação do impulso cardíaco apical; ausculta cardíaca com atenção especial para 
os sopros, galopes, cliques e atritos; palpação e ausculta das artérias carótidas, 
abdominais e femorais; palpação e inspeção dos membros inferiores para 
verificação de edema e de pulsos arteriais; ausência ou presença de xantomas ou 
xantelasmas; problemas ortopédicos. 
 
7.2.1.1.2. Exames complementares 
 
 Feito em consultório ou laboratório, dependendo do exame. Serve para 
confirmar ou controlar com mais precisão o perfil patológico do avaliado. Em geral, 
enquadram-se os exames: 
 
- Dentário: semestralmente ou anualmente uma visita ao dentista 
para tratamento ou para evitar futuros problemas nos dentes que 
poderão vir a afetar a saúde; 
- Otorrinolaringológico: para evitar focos nas amídalas, carne 
esponjosa obstruindo o nariz ou desvio no septo. 
- Radiológico: serve para assegurar ao médico a integridade do 
coração, pulmões e vísceras, além de controle pela comparação dos 
exames posteriores com o inicial. 
- Oftalmológico: tem por finalidade verificar a visão. 
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- Sangue: constitui-se num exame importantíssimo, pois verifica a 
quantidade de hemácias ou glóbulos vermelhos, leucócitos ou 
glóbulos braços, taxa de colesterol, glicose e etc. 
- Urina: verificam os elementos anormais, microscopia da 
sedimentação, densidade e reação; 
- Fezes: verificação da existência ou não de parasitas intestinais, 
ainda que na sua forma ovular. 
 
7.2.2 Avaliação da aptidão física 
 
 As avaliações mais utilizadas para determinação do estado inicial e de 
desenvolvimento das componentes da aptidão física relacionada com a saúde 
são: 
 
- Anamnese: entrevista inicial onde se visa recolher todas as 
informações sobre o aluno. O formulário da anamnese deve incluir 
um registro da história pessoal e familiar de coronariopatias e dos 
fatores de risco associados, a medicação e o tratamento a que está 
submetido, os hábitos alimentares e uma análise da dieta, história 
de tabagismo e os padrões atuais de atividade física. Além disso, 
quaisquer outros problemas clínicos pertinentes ou incapacidades 
físicas devem ser registrados. 
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- Análise postural: que consiste em avaliar e registrar, se possível 
através de fotografias, os desvios posturais ou atitudes erradas dos 
alunos. 
- Medidas antropométricas: são as medidas de altura, peso, 
diâmetros, circunferências e dobras cutâneas. 
- Avaliação da composição corporal: onde são determinados os 
percentuais e peso de gordura, massa corporal total e magra, peso 
ideal teórico, peso residual, peso ósseo e peso muscular. Além da 
somatotipologia. 
- Avaliação das capacidades neuromusculares: flexibilidade, força 
e RML. 
- Avaliação das Capacidades Metabólicas: resistência aeróbica e 
anaeróbica. 
 
7.3 Fase de análise 
 
 As principais tarefas desta fase são: 
 
- Comparar os resultados com classificações e padrões; 
- Comparar os resultados com resultados anteriores do próprio aluno; 
- Interpretar o resultado e estabelecer um diagnóstico; 
- Utilização dos resultados; 
 
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50
8 AVALIAÇÃO DO RISCO CORONARIANO 
 
 As doenças cardiovasculares estão em primeiro lugar entre as causas 
de morte no Brasil, vitimam 300.000 brasileiros ao ano são 820 óbitos por dia 34 
por hora um evento fatal a cada dois minutos. São a principal causa de gastos em 
assistência médica (16,22% do total), implicando 10,74 milhões de dias de 
internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
 Dentro do grupo das doenças circulatórias, o infarto do miocárdio e as 
doenças cérebro-vasculares (AVCs) são aquelas com maiores índices de 
mortalidade. Além disso, muitos que sobrevivem com esses problemas têm 
grandes limitações em suas vidas. Dentro do termo genérico - Doenças 
Cardiovasculares, estão as coronariopatias, a hipertensão, os acidentes 
vasculares cerebrais (AVCs), a insuficiência cardíaca, as valvulopatias e a 
cardiopatia reumática. 
 
 As coronariopatias quase sempre são resultantes de arterioclerose, de 
que resulta uma estenose das artérias coronarianas, ou seja, das artérias que 
irrigam o músculo cardíaco (ou miocário). 
 
 A hipertensão é a forma de doença cardiovascular mais prevalente. A 
hipertensão nada mais é do que uma condição na qual a tensão arterial encontra-
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se cronicamente elevada, acima daqueles níveis considerados desejáveis ou 
saudáveis para a idade e o tamanho da pessoa. 
 
 Nos países desenvolvidos, os índices de mortalidade em função das 
doenças cardiovasculares só começaram a cair depois que a população começou 
a se conscientizar da importância de certas medidas preventivas, o que se 
traduziu na mudança de hábitos de vida. 
 
 A epidemiologia é o ramo da medicina que estuda as relações entre os 
vários fatores que determinam as freqüências e a distribuição de uma doença. No 
que diz respeito à coronariopatia e á hipertensão, a epidemiologia tem tentado 
identificar aqueles fatores que estão associados a estas condições. Quando 
presentes estes fatores, colocam aquele indivíduo específico sob um maior risco 
para o desenvolvimento prematuro ou precoce e para a subseqüente 
manifestação da doença. 
 
 O fato das doenças cárdio-circulatórias degenerativas, alcançarem 
proporções epidêmicas na maioria das sociedades tecnologicamente avançadas 
fizeram que os órgãos responsáveis pela saúde pública investissem em 
pesquisas, no sentido de identificar quais seriam os fatores, ou atitudes do meio 
ambiente e características corporais, que poderiam agir sobre o organismo, 
tornando-o doente. 
 
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 Esses fatores denominados de risco estão altamente relacionados ao 
desenvolvimento prematuro de doenças cardiovasculares, podendo os mesmos, 
serem então classificados e modificados ou não, segundo a possibilidade de 
intervenção preventiva, maior ou menor conforme sua importância.8.1 Fatores de risco 
 
 PY (1998, p36) define fatores de risco, como parâmetros ambientais, 
circunstanciais, constitucionais e genéticos que quando identificados indicam 
maior suscetibilidade do indivíduo a desenvolver doença cardiovascular. Dados 
epidemiológicos apresentados em trabalhos científicos e de pesquisa em todo o 
mundo revelam maior incidência das doenças do sistema cardiovascular quando 
um ou mais fatores de risco estão presentes. 
 
 Atualmente, os fatores de risco para a doença coronariana são 
classificados em duas categorias, a saber: fatores de risco primário e fatores de 
risco secundários, ou de contribuição. 
 
- Fator de risco primário: é o fator que sozinho pode causar dano ao 
órgão correspondente, ou seja, são aquelas características que 
estão altamente associadas a um problema de saúde específico, 
independentemente de outras variáveis. 
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53
- Fator de risco secundário: estão altamente associados ao 
problema de saúde somente quando outros fatores de risco estão 
presentes, ou seja, corresponde ao que o fator em combinação com 
outro pode causar de doença ao órgão. 
- Fatores de risco não influenciáveis: nos fatores de risco não 
influenciáveis, trata-se de fatores endógenos, a cuja influência todo 
homem está exposto. Entretanto, sua influência, no conjunto, é 
menor que a influenciável ou evitável (AHLHEIM 1980, 434, apud 
WEINECK, 1991, p.382). 
- Fatores de risco influenciáveis: do ponto de vista preventivo, os 
fatores de risco influenciáveis tem maior significado que os não 
influenciáveis, pois eles abrangem às pessoas possibilidades de 
influência. 
 
 De acordo com HOWLEY & FRANKS (2000, p. 20-21) uma nova 
revisão sobre os fatores de risco, concluíram que a inatividade física e a diabetes, 
que eram fatores de risco secundários, e o condicionamento cardiorrespiratório 
que nem estava listado sob nenhuma categoria de risco, são agora classificados 
como fatores de risco primários. 
 
 Outros acreditam, com base em algumas evidências, que a obesidade, 
uma dieta alta em gordura ou o fibrinogênio alto são fatores de risco primário, e 
não secundários. Logo a tabela de fatores de risco primários e secundários de 
doenças cardíacas sofreu modificações. 
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações 
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Tabela 2 Fatores de risco 
Fatores de Risco 
Não Influenciáveis Influenciáveis 
Histórico familiar 
Idade avançada 
Sexo masculino 
Personalidade de risco 
Raça 
Fatores de Risco Primário 
Fumo (Tabagismo) 
Colesterol total alto 
Colesterol de baixa densidade (LDL) alto 
Colesterol de alta densidade (HDL) baixo 
Hipertensão (pressão arterial alta) 
Inatividade física 
Condicionamento cardiorrespiratório baixo 
Diabetes 
 
Fatores Secundários 
Obesidade 
Colesterol de muito baixa densidade (VLDL) alto 
Incapacidade de lidar com o estresse e tensão 
Dieta alta em gordura 
Fibrinogênio alto 
 
 
8.2 Fatores influenciáveis primários 
8.2.1 Tabagismo 
 
 O resultado de mais de 100.000 pesquisas científicas sobre as 
conseqüências negativas do fumo sobre o organismo humano é resumido em uma 
única frase pelo OMS: 
 
“Através de nenhuma outra medida isolada puderam ser salvas mais 
vidas humanas e evitadas mais doenças do que pelo não-fumar”. 
 
 O fumo crônico de cigarros é hoje o fator de risco de longe mais 
importante para a formação de doenças cárdio-circulatórias degenerativas. 
 
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 O tabagismo pode ser um dos melhores prognósticos de coronariopatia 
e o risco está relacionado diretamente ao número de cigarros fumados. A 
probabilidade de morte por doenças cardíacas nos fumantes é quase duas vezes 
maior que nos não fumantes. 
 
 As doenças cardio-circulatórias degenerativas incidem cerca de 4 vezes 
mais freqüentemente nos fumantes que nos não fumantes. O risco de sofrer 
infarto é 7 vezes maior nos jovens fumantes, quando comparados com pessoas da 
mesma idade. 
 
 A mortalidade nos fumantes com menos de 10 cigarros por dia é cerca 
de 26% maior que a mortalidade média estatística; nos fumantes com 10-19 
cigarros por dia, 116%; e os fumantes com mais de 40 cigarros por dia, cerca de 
142%. 
 
 Em primeiro lugar das causas de morte através de tabagismo, estão as 
doenças do coração (84%), dos quais 77% somente de doenças dos vasos 
arteriais cerebrais (10%), aneurisma da aorta (4%) e outras doenças circulatórias 
(2%). 
 
 Ao parar de fumar, o risco de coronariopatia costuma igualar-se ao dos 
não fumantes. O tabagismo pode aumentar o risco de cardiopatia através de seu 
efeito sobre as lipoproteínas séricas; os indivíduos que fumam apresentam níveis 
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mais baixos de colesterol HDL, em comparação com os não-fumantes. A boa 
notícia é que, ao parar de fumar, o HDL pode retornar aos níveis normais. 
 
8.2.2 Hiperlipidemia 
 
 Um maior nível de lipídeos no sangue recebe a designação de 
hiperlipidemia ou dislipidemias. Há uma relação direta entre dislipidemias e 
aterosclerose, especialmente com relação a níveis elevados de colesterol total, 
triglicérides, LDL ou valores reduzidos de HDL. 
 
 O Conselho Brasileiro de Dislipidemias recomenda que todos os adultos 
com idade superior a 20 anos conheçam seu perfil lipídico (colesterol total, 
triglicérides, HDL e LDL). Obtendo-se um perfil desejável e na ausência de outros 
fatores de risco, as determinações laboratoriais devem ser repetidas a cada cinco 
anos. 
 
8.2.2.1 Níveis de colesterol total 
 
 Um valor do colesterol de 230 mg/dl aumenta o risco de ataque 
cardíaco para aproximadamente duas vezes aquele de uma pessoa com 180 
mg/dl, enquanto um valor de 300 mg/dl aumenta o risco quatro vezes. 
 
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 A tabela abaixo apresenta os níveis desejáveis de colesterol total 
(mg/dl) e níveis acima dos quais os adultos devem receber tratamento, de acordo 
com a National Institutes of Consensus to Prevent Heart Development Conference 
Statement, 1985, apud McARDLE (1992, 460). 
 
Tabela 3 Níveis de Colesterol sanguíneo Total e sua Classificação. Fonte SCOTT GRUNDY, 1989, 
apud DOMINGUES FILHO, 2002, 104. 
Tabela Referente aos Níveis de Colesterol Sanguíneo Total e sua Classificação 
Desejável 
Limítrofe 
Alto 
< 200 mg/dl 
200-239 mg/dl 
>240 mg/dl 
 
Tabela 4 Níveis de Colesterol Total e Risco Coronariano. Fonte: National Institutes of Consensus 
to Prevent Heart Development Conference Statement, 1985, apud McARDLE (1992, 460) 
Idade Objetivo Risco moderado Alto risco 
20-29 < 180 mg/dl 200-220 mg/dl >220 mg/dl 
30-39 < 200 mg/dl 200-240 mg/dl > 240 mg/dl 
> 40 < 200 mg/dl 240-260 mg/dl > 260 mg/dl 
 
 
8.2.2.2 Níveis de HDL 
 
 WEINECK (1991, p.390) apresenta uma tabela com os valores de 
colesterol HDL em homens e mulheres com relação ao risco coronariano. Tabela 5 
Níveis de HDL para homens e mulheres. 
 
Tabela 5 Níveis de HDL para homens e mulheres 
Fração de colesterol Prognóstico 
favorável (mg/dl) 
Risco padrão (mg/dl) Indicador de risco 
(mg/dl) 
Homens > 55 35-55 < 35 
Mulheres > 65 45-65 < 45 
 
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8.2.2.3 Níveis de LDL e triglicérides

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