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ELETRICIDADE FATEC Pinda – Tecnologia em Manutenção Industrial O capacitor é um componente capaz de armazenar cargas elétricas. Ele se compõe basicamente de duas placas de material condutor, denominadas de armaduras. Essas placas são isoladas eletricamente entre si por um material isolante chamado dielétrico. Sabemos, do estudo da Eletrostática que, o potencial elétrico formado na superfície de uma esfera condutora carregada é dado pela equação: Sabemos, do estudo da Eletrostática que, o potencial elétrico formado na superfície de uma esfera condutora carregada é dado pela equação: Onde: V = potencial elétrico na superfície da esfera, em Volts (V) Q = quantidade de carga, em Coulombs (C) R = raio da esfera, em Metros (m) k = constante eletrostática do meio (9 x 109 N.m2/C2, para o vácuo) Operando esta equação obtemos: Se aumentarmos a quantidade de carga Q na esfera, verificamos que o potencial elétrico V aumenta na mesma proporção, o que nos fornece a seguinte relação matemática: Esta constante C, que depende do raio da esfera e do meio ou da quantidade de carga Q e do potencial elétrico V, é chamada Capacitância. A Capacitância expressa a habilidade de um dispositivo armazenar cargas elétricas. ou A unidade de capacitância é o Farad (F), dado pela relação Coulomb por Volt. Dizemos, então, que um dispositivo tem a capacitância de 1 Farad quando uma carga de 1 Coulomb armazenada fizer estabelecer um potencial elétrico de 1 Volt. Componentes Passivos - Capacitor Tipos de Capacitores: Os capacitores são classificados, geralmente, com relação ao material do seu dielétrico. Os tipos mais comuns são: • Capacitores Cerâmicos (a) disco cerâmico, tipo “plate” e multicamadas; • Capacitores de Filme Plástico (b) de poliéster, policarbonato, polipropileno e poliestireno; • Capacitores Eletrolíticos de Alumínio (c); • Capacitores Eletrolíticos de Tântalo (d); • Capacitores Variáveis; • Etc. Componentes Passivos - Capacitor Os capacitores de cerâmica e de filme são sempre não-polarizados, enquanto os eletrolíticos podem ser ou não polarizados. Construção dos capacitores: as figuras mostram as estruturas típicas dos capacitores. a) Capacitor de Cerâmica b) Capacitor Eletrolítico de Alumínio Consideremos um capacitor conectado a uma fonte de corrente contínua. O positivo da bateria atrai os elétrons de uma placa deixando-a mais positiva (perde elétrons). Esta placa, por sua vez, atrai os elétrons do negativo da bateria para a outra placa, deixando-a mais negativa (recebe elétrons). Assim tem-se um fluxo de elétrons (corrente elétrica) no circuito, apesar de não haver a passagem de cargas elétricas através do dielétrico do capacitor. Carregamento do Capacitor As duas placas ficam carregadas com iguais quantidades de carga, porém de sinais contrários. Este processo continua até que o capacitor esteja plenamente carregado, quando então o fluxo de elétrons se interrompe. Carregamento do Capacitor Carregamento do Capacitor O Capacitor armazena energia no campo elétrico porque este forma um bipolo elétrico que estabelece uma diferença de potencial (tensão) entre as placas carregadas. Carregamento do Capacitor Comportamento dos Capacitores em Circuitos CC No instante em que a chave é fechada, há um máximo de repulsão eletrostática (fluxo de elétrons máximo) e, portanto, a corrente é máxima enquanto a tensão sobre o capacitor é nula. Carregamento do Capacitor O capacitor inicia o processo de carga e o fluxo de elétrons (corrente) tende a diminuir enquanto a tensão sobre ele se eleva. Quando o capacitor estiver completamente carregado, é como se fosse um tanque fechado (lacrado) completamente cheio e não circula mais corrente. Neste instante, a tensão sobre o capacitor é máxima e igual à tensão da fonte (bateria). Carregamento do Capacitor A tensão sobre o capacitor aumenta desde zero (completamente descarregado) até igualar-se à tensão da fonte, seguindo uma curva pré-determinada com relação ao tempo. A corrente no circuito sofre uma variação instantânea desde zero até um valor máximo (dependente da resistência do circuito) e decai a zero, enquanto o capacitor se carrega. O período entre o fechamento da chave e a estabilização da tensão é rápido, mas não instantâneo, sendo denominado “transitório”. Carregamento do Capacitor Conclusão: a) Quando o capacitor está totalmente descarregado, a fonte o “enxerga” como um curto-circuito (Xc = 0), então vc= 0 e i = I; b) Conforme as placas se carregam e a tensão vc aumenta, a fonte o enxerga como se fosse uma resistência crescente (Xc), fazendo i diminuir; c) Quando o capacitor está totalmente carregado a tensão entre as placas se iguala à fonte, vc = E, que o enxerga como um circuito aberto (Xc = ∞), e i=0. Carregamento do Capacitor A relação entre tensão vc e a corrente i, no capacitor pode ser dada por: Carregamento do Capacitor Permissividade/Constante Dielétrica Cada material dielétrico tem seu próprio valor de Permissividade, que nos dá uma noção da sua capacidade de se polarizar. Uma medida mais prática e mais conhecida é a chamada Permissividade Relativa ou Constante Dielétrica, K. “K” é a relação entre a permissividade do dielétrico do material em uso e a permissividade do vácuo. Permissividade Elétrica é a capacidade de um material dielétrico polarizar-se quando sob a ação de um Campo Elétrico. Observações: • A Constante Dielétrica K (maiúsculo); • a Permissividade Elétrica ε0 e • a Constante Eletrostática k (minúsculo) são valores relacionados entre si pelas equações: Permissividade/Constante Dielétrica Permissividade/Constante Dielétrica 1. Quanto maior a área das placas do capacitor, maior quantidade de elétrons –livres podemos obter para serem deslocados para o positivo da bateria. Portanto, mais carga será armazenada e maior a capacitância. 2. Quanto maior a distância entre as placas, maior será a camada dielétrica, menor será a influência de uma placa sobre a outra, menor a quantidade de carga armazenada e portanto, menor a capacitância. 3. Quanto maior a constante dielétrica, mais polarizável é o dielétrico e, portanto, mais carga será possível armazenar nas placas até que se estabeleça o equilíbrio de tensões entre a fonte e o capacitor. A capacitância de um capacitor depende diretamente da área das placas e do tipo de material dielétrico usado (constante dielétrica K) e inversamente da distância entre as placas. Grandezas que influem na capacitância onde: C – Capacitância, em Farad (F) K – Constante Dielétrica, adimensional A – Área das Placas, em metros quadrados (m2) d – Distância entre as placas, em metros (m) Grandezas que influem na capacitância Os demais materiais, a permissividade pode ser expressa em relação à permissividade do vácuo (ε0), conforme tabela abaixo. Grandezas que influem na capacitância Capacitores Comerciais Comercialmente, existem diversos tipos de capacitores fixos e variáveis, que abrangem uma ampla faixa de capacitâncias, desde alguns picofarads [pF] até alguns milifarads [mF]. Especificações dos Capacitores Os fabricantes de capacitores, além de seus valores nominais, fornecem várias outras especificações em seus catálogos e manuais, das quais destacamos as seguintes: Tolerância Dependendo da tecnologia de fabricação e do material dielétrico empregado, a tolerância dos capacitorespode variar. Em geral, ela está entre +/- 1% e +/- 20%. Capacitores Comerciais Tensão de Isolação É a máxima tensão que pode ser aplicada continuamente ao capacitor, indo desde alguns volts [V] até alguns quilovolts [kV]. A máxima tensão de isolação está relacionada. Principalmente, com o dielétrico utilizada na fabricação do capacitor. Uma tensão muito elevada pode gerar um campo elétrico entre as placas, suficiente para romper o dielétrico, abrindo um caminho de baixa resistência para a corrente. Quando isso ocorre, dizemos que o capacitor possui uma resistência de fuga, podendo, inclusive, entrar em curto-circuito. Capacitores Comerciais Nos capacitores cerâmicos e plásticos (poliéster, poliestireno e polipropileno), a tensão de isolação está na faixa de algumas dezenas de volts até alguns quilovolts Nos capacitores eletrolíticos (de alumínio e de tântalo), a tensão de isolação é limitada a algumas dezenas de volts. Circuito RC de Temporização Um circuito temporizador é aquele que executa uma ação após intervalo de tempo estabelecido. Constante de Tempo O tempo de carga de um capacitor alimentado diretamente por uma fonte de tensão não é instantâneo, embora seja muito pequeno. Ligando um resistor em série com o capacitor, pode-se retardar o tempo de carga, fazendo com que a tensão entre os seus terminais cresça mais lentamente. Circuito RC de Temporização Analisemos o produto entre a resistência e capacitância [R.C], considerando as seguintes unidades de medida das grandezas envolvidas: • [R] = Ω (ohm)= V/A (volt/ampere) • [C] = F (farad) = C/v (coulomb/volt) • [I] = A (ampère) = C/s (coulomb/segundo) Circuito RC de Temporização Circuito RC – Carga do Capacitor Circuito RC – Carga do Capacitor Circuito RC – Tensão no resistor Circuito RC – Tensão no resistor Circuito RC – Corrente no Circuito Componentes Passivos – Indutor Componentes Passivos – Indutor Indutor ou Bobina é um dispositivo formado por fio esmaltado enrolado em torno de um núcleo. O símbolo do indutor depende do material usado como núcleo, conforme figura. Componentes Passivos – Indutor Ao passar corrente elétrica pelas espiras, cada uma delas cria ao seu redor um campo magnético, cujo sentido é dado pela regra da mão direita. No interior do indutor, a linhas de campo se somam, criando uma concentração do fluxo magnético Φ. Os núcleos de ferro e ferrite têm objetivo de reduzir a dispersão das linhas de campo, pois apresentam baixa relutância magnética (resistência ao fluxo magnético). Pelo o sentido das linhas de campo, o indutor fica polarizado magneticamente, comportando-se como um imã artificial, denominado eletroimã. Componentes Passivos – Indutor Polaridade Magnética do Indutor Dois indutores têm a mesma polaridade quando seus fluxos magnéticos têm sentido iguais, e polaridade contrária quando seus fluxos magnéticos têm sentidos contrários. Num circuito esta polaridade é indicada por um ponto ( ) sobre uma de sua extremidade. Componentes Passivos – Indutor Indutância - L A unidade de medida de indutância é weber/ampère (Wb/A), ou simplesmente, henry ( H ). A capacidade de uma bobina com N espiras em criar o fluxo Φ com determinada corrente i que a percorre é denominada indutância, de símbolo L, cuja unidade é o henry (H). Componentes Passivos – Indutor Quando a corrente no indutor varia no tempo, o campo magnético também varia. A variação do campo magnético causa uma tensão induzida nos terminais do indutor de direção oposta à variação na corrente – Lei de Lenz –- para manter o fluxo magnético. Assim, a tensão induzida nos terminais de um indutor pode ser expressa como: A equação indica que quanto maior a indutância (L), e quanto mais rápido variar a corrente na bobina, maior a tensão induzida. Se a taxa de variação da corrente é zero, isto é, a corrente é CC, a tensão induzida é zero. A tensão induzida é diretamente proporcional ao número de espiras (N) da bobina e à taxa de variação do campo magnético. Componentes Passivos – Indutor Características Físicas do Indutor Os seguintes parâmetros estabelecem a indutância de uma bobina: permeabilidade do material do núcleo, número de espiras, comprimento do núcleo, seção transversal da área do núcleo. A permeabilidade (μ) do material do núcleo determina o grau de facilidade para se estabelecer um campo magnético. A indutância é diretamente proporcional à permeabilidade do material do núcleo. O número de espiras, o comprimento, e a área transversal do núcleo são fatores que determinam a indutância. Assim, tem-se: Componentes Passivos – Indutor Resistência da Bobina Uma bobina normalmente apresenta certa resistência por unidade de comprimento. Esta resistência inerente à bobina é denominada de resistência do enrolamento (RB). Embora a resistência seja distribuída ao longo da bobina, sua representação, é concentrada e em série com a indutância, como mostra a figura: Em muitas aplicações, a resistência pode ser bastante pequena e, portanto, ignorada, e o indutor considerado ideal. Componentes Passivos – Indutor Associação de Indutores Quando indutores são conectados em série, a indutância total, LT, é a soma das indutâncias individuais. Componentes Passivos – Indutor Associação de Indutores Quando indutores são conectados em paralelo, a indutância total é menor que a menor indutância individual. A indutância total é igual ao inverso da soma do inverso de cada indutância. Componentes Passivos – Indutor Constante de Tempo Como a ação básica de um indutor é opor-se à variação de sua corrente, segue-se que a corrente não pode variar instantaneamente em um indutor. Um dado tempo faz-se necessário para a corrente variar de um valor a outro. A taxa de variação da corrente é determinada pela constante de tempo. Em um circuito RL série, a constante de tempo é: em que: τ é medido em segundos quando a indutância (L) é dada em henries e a resistência (R) em ohms. Componentes Passivos – Indutor Ligando um resistor em série com o indutor, pode-se retardar o tempo de energização, fazendo com que a corrente cresça mais lentamente. Componentes Passivos – Indutor Em um circuito RL série, a corrente cresce para 63% de seu valor final em um intervalo de tempo equivalente a uma constante de tempo após a energização do circuito. A corrente em um indutor decresce exponencialmente de acordo com a figura (b). Componentes Passivos – Indutor Energização do Indutor Considere o circuito RL série ligado a uma fonte de tensão contínua E com uma chave S aberta, com o indutor completamente desenergizado, sendo a resistência do fio do indutor desprezível em relação a R. Pela lei de Kirchoff para tensões, a equação desse circuito, com S fechada, é: Componentes Passivos – Indutor A corrente que flui no circuito durante a energização é dada por: Energização do Indutor Ligando a chave S no instante t=0, a corrente i cresce exponencialmente até o valor máximo I = E/R e a tensão Vr no resistor, que acompanha a corrente, cresce até o valor máximo E. Assim, a tensão VL no indutor decresce exponencialmente de E até zero. Lembre-se que o retardo no crescimento da corrente i e da tensão Vr é provocado pela corrente i’ e pela tensão v’ induzidas em L Componentes Passivos – Indutor Corrente no circuito Componentes Passivos – Indutor Tensão no resistor Tensão no Indutor ComponentesPassivos – Indutor Componentes Passivos – Indutor Componentes Passivos – Indutor Componentes Passivos – Indutor A equação para a corrente e tensão em um circuito RL série é em que: VF e IF são os valores finais de tensão e corrente, Vi e Ii são os valores iniciais de tensão e corrente, e v e i são os valores instantâneos de tensão induzida ou corrente no tempo t. Para a condição em que Ii=0, o crescimento da corrente no indutor é dado por: Para IF=0, o decaimento exponencial da corrente obedece à curva: Componentes Passivos – Indutor a tensão está adiantada da corrente de 90º ou que a corrente está atrasada da tensão de 90º. Esta condição pode ser expressa na forma polar como VF∠0o e I∠-90o ou na forma retangular –jI. A tensão máxima no indutor é igual a: Componentes Passivos – Indutor O coeficiente ωL, denominado de reatância indutiva, cuja unidade é ohms [Ω], oferece oposição à corrente i(t). A reatância indutiva é, pois definida como: A Lei de Ohm aplica-se a um circuito com reatância indutiva em que R é substituído por XL. Assim Isto mostra que XL tem sempre um ângulo de +90º relacionado à sua magnitude e é escrita como XL∠90º ou jXL. A reatância indutiva depende da freqüência: Componentes Passivos – Indutor A relação de fase entre corrente e tensão em um circuito com indutor ideal é mostrada na figura Componentes Passivos – Indutor
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