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FARMACOLOGIA CLÍNICA – PROFº PÉRICLES AULA 01 – ANTIBIÓTICOS 1 – Uso racional Há infecção? Anamnese, exame físico e dados laboratoriais são essenciais. É bacteriana? Qual o sítio infeccioso? Conhecendo-se a localização de uma infecção ou a sua porta de entrada pode-se reduzir consideravelmente o número de possíveis agentes etiológicos, o que permite a escolha mais racional de antimicrobianos. Essencial lembrar que o ATB deve atingir o local onde está a infecção. Logo, a localização do processo infeccioso influencia na escolha do antimicrobiano, sua dose e via de administração. Aminoglicosídeos pouco penetram o SNC, enquanto as cefalosporinas de 3ª geração o fazem eficientemente. Qual a idade do paciente? Possui comorbidades? Indivíduo previamente hígido com uma doença infecciosa que não seja grave, raramente necessita de imediato de ATB. Pelo contrário, o início precipitado pode mascarar o quadro clínico ou impossibilitar o esclarecimento de um diagnóstico etiológico. Por outro lado, em situações envolvendo pacientes gravemente enfermos, o uso de ATB empírico é plenamente justificável. Quais os agentes etiológicos potencialmente envolvidos? Quais exames complementares poderão ser usados para elucidar o caso? Quais as opções terapêuticas? Necessita de terapias adjuvantes? Características do antibiótico adequado: não existe todas!! atividade antimicrobiana efetiva e seletiva, sem toxicidade para o hospedeiro; bactericida; não altera a microbiota saprófita; não indutor de resistência em organismos inicialmente sensíveis; penetração uniforme e constante em todos os órgãos e tecidos; eficácia não diminuída por condições locais, tais como pH, potencial de oxirredução, etc; estável em solução; biodisponibilidade semelhante quando administrado por via oral ou parenteral; meia-vida prolongada, diminuindo a necessidade de administração frequente; baixo custo. Por que insistir no uso racional? 50-75% das prescrições é inadequada Uso excessivo ligado à emergência de cepas multi-resistentes Efeitos adversos Custos Fatores que predispoem ao uso inadequado de antimicrobianos: Desconhecimento da terapêutica por parte da classe médica Existência de mais de 20 classes de ATB Existência de 300 agentes antimicrobianos Desejo do médico de oferecer o “melhor” tratamento com drogas de última geração Crença de que altas doses e tratamento mais prolongados são mais efetivos Uso de múltiplos antimicrobianos para cobrir germes improváveis Uso inapropriado de identificação microbiológica 2 – Classificação das bactérias Morfológica: cocos, bastonetes e espiroquetas. Tintoriais (gram): positivo ou negativo Tolerância ao O2: aeróbios, anaeróbios e anaeróbios facultativos Bactérias que não se enquadram nestes critérios de classificação: Mycoplasma Chlamydia Legionella Mycobacterium Actionomyces Nocardia Cocos gram positivos aeróbios: Staphylococcus aureus, S. Epidermidis, S. Saprophyticus Streptococcus pyogenes, S. Agalactiae, S. pneumonia Enterococcus faecalis, E. faecium Cocos gram negatives aeróbios Neisseria meningitides, Neisseria gonorrhoeae, Moraxella catarrhalis Bastonetes gram positivos aeróbios Corynebacterium, Bacillus anthracis Bastonetes gram negativos aeróbios Escherichia coli, Salmonella, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Haemophilus influenzae Espiroquetas Treponema pallidum, Leptospira interrogans Bactérias anaeróbias Clostridium tetani, Clostridium botulinum, Bacterioides Outras colorações e testes diagnósticos: Anaeróbios: cultura em meio próprio Chlamydia spp: imunofluorescência direta (sorologia) Legionella spp: ag urinário Mycoplasma spp: sorologia Haemophilus spp: elisa, macro e microaglutinação Micobactérias: Ziehl-Neelsen ou Kynyoun, cultura em Lowenstein-Jensen, ADA (adenosina deaminase), PCR, cito e histopatologia Rickettsia spp: sorologias e cultura em meios específicos 3 – Antimicrobianos 3.1 – Mecanismos básicos de ação Inibição da síntese da parede celular Exemplos: b-lactâmicos e glicopeptídeos Beta-lactâmicos: penicilina, cefalosporina Se ligam a PBP e fazem ativação de autolisinas que causam lise da bactéria. Atuam a nível da terceira etapa da síntese da parede celular (etapa externa – externa à membrana plasmática). Estão associados a outros componentes, por exemplo, ácido clavulânico (pois há bactérias que produzem b-lactamase). Tal componente funciona como escudo, impedindo que b-lactamase destrua o ATB. Glicopeptídeos: vancomicina (ATB de largo espectro que mata bactérias G+). Atuam se ligando ao aminoácido acil-D-alanil-D-alanina. Impede a síntese da parede celular da bactéria. Inibição da síntese de proteínas: aminoglicosídeo, tetraciclina, macrolídeo, cloranfenicol Aminoglicosídeo: atua na subunidade 30s, impedindo acoplamento à subunidade 50s (impede tradução). Também torce o RNAm, causando erro de leitura. (lesão irreversível) Tetraciclina: agem na subunidade 30s, afetando RNAt, impedindo a ligação do DNAt no sítio A da subunidade 50s. (lesão reversível) Macrolídeos: inibem transpeptidase (enzima responsável pela passagem de cadeia de um sítio para outro) e impedem deslocamento do RNAr. (lesão reversível) Cloranfenicol: também inibe transpeptidase. (lesão reversível) Inibição da síntese de ácidos nucleicos Metronidazol: possui subprodutos tóxicos à bactérias. QRST: quinolona (implede replicação do cromossomo), rifamicina, sulfonamida e trimetropim. Alteração da membrana: anfotericina B Alteração da via metabólica 3.2 – Beta-lactâmicos Penicilinas, cefalosporinas, carbapenemas, monobactâmicos, ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam (as três ultimas com pequena potência antibiótica, atuando na prática como inibidores da b-lactamase. Os carbapenemas são também inibidores destas enzimas e também potentes antibióticos). Necessitam penetrar a parede celular para atingirem a membrana interna, onde está situada as PBPs. Em G+ a penetração se dá com facilidade, enquanto que nas G- a parede celular externa possui canalículos, formados por porinas, que podem bloquear a passagem de ATBs, dependendo do tamanho, hidrofilia e carga elétrica. Penicilinas: são compostos pouco tóxicos ao paciente. Seus principais paraefeitos são reações de hipersensibilidade. Classificação: Penicilinas naturais: penicilina G (cristalina, benzatina e procaína) e penicilina V. São consideradas de primeira geração. Penicilinas semi-sintéticas: Resistente à ação das b-lactamases: oxacilina, meticilina De amplo espectro: ampicilina, amoxicilina Associação de b-lactâmico + inibidor da b-lactamase Amoxicilina + clavulanato (Clavulin) Amoxicilina + sulbactam (Unasyn) Piperacilina + tazobactam (Tazocin) Principais mecanismos de resistência bacteriana: Produção de substâncias que destroem a molécula de ATB. S. Aureus produz B-lactamase e fica resistente a penicilinas naturais. Modificação na bactéria do sítio de ligação (recepetor) do ATB. S. Pneumoniae resistente a penicilinas naturais e S. Aureus resistente a oxacilina (MRSA). Diminuição da permeabilidade da bactéria impedindo o ATB de chegar ao seu sítio de ação. Resistência natural dos BGN às penicilinas naturais. Bomba de efluxo. Bactéria bombeia o ATB para fora do sítio de ação do mesmo. Pseudomonas aeruginosa e outros BGN multirresistentes. Oxacilina: penicilina de pequeno espectro e resistente à ação da beta-lactamase produzida por S. Aureus. Principais indicações: infecções causadas por S. Aureus. Efeitos adversos: rash (alergia), leucopenia, toxicidade renal. Ampicilina e amoxicilina Modificação na molécula de penicilina natural permitiu o surgimento de ATB que ultrapassasse a membrana externa de BGN. Também é capaz de combates G+ e alguns raros bacilos G- (E. Coli, Salmonella, Proteus). Usos principais: infecções por enterococos (endocardite, ITU, etc), Listeria (sepse em RN e idosos) e estreptococos (faringite). Amoxicilina + ácido clavulânico/Ampicilina + sulbactam Indicada para infecções ondepossam estar envolvidas bactérias produtoras de b-lactamase. Amplia espectro especialmente contra: Haemophilus influenza, S. Aureus (não MRSA), Moraxella cararrhalis, Neisseria gonorrhoea, anaeróbios e alguns bastonetes G-. Pode causar alergia, diarreia, vômitos. Indicações: pneumonia em DPOC, infecções abdominais e ginecológicas leves. Haemophilus influenza: rinossinusite, OMA, meningite, pneumonia DPOC: paciente com pneumonia Amoxi + ácido clavulânico + azitro (ou claritromicina – macrolídeo + moxifloxacino – quinolona) Piperacilina+Tazobactam/Ticarcilina + ácido clavulânico Consegue resistir a diversas beta-lactamases, bombas de efluxos e modificações de permeabilidade bacteriana. Ampliou o espectro de ação principalmente para BGN resistentes. Indicados nas infecções causadas por bastonetes G- (inclusive Pseudomonas) e anaeróbios produtores de b-lactamase (inclusive Bacterioides fragilis). Atividade também contra cocos G+ (exceto MRSA e enterococo resistente a ampicilina) Principais usos: infecções hospitalares por BGN. Amplia espectro para G-. Piperacilina + Tazobactam: para Pseudomonas (pulmão) Ticarcilina + ácido clavulânico: para ITUs hospitalares ITU por pseudomonas ou choque séptico: carbapenêmicos!!! Risco de resistência aos ATB acima. Cefalosporinas: todas resultam de modificações químicas da primeira cefalosporina. São todas semi-sintéticas, manipuladas em laboratório, a partir da estrutura básica. São tradicionalmente divididas em gerações, de acordo com seu espectro. Como regra regral, o aumento de atividade contra G- foi acompanhado por diminuição da atividade, in vitro, contra G+, embora nem sempre existam evidências clínicas que comprovem a importância desse fenômeno. Esse fato é particularmente importante nas de 3ª geração como ação antipseudomonas, porém a potência sobre G+ foi resgatada na 4ª geração. A penetração em SNC também é relacionada à geração: às de 3ª e 4ª penetram melhor que as de 2ª, que por sua vez penetra melhor que as 1ª geração. Classificação: 1ª geração: cefalotina (Kefin), cefalexina (keflex) Mecanismo de ação similar ao da penicilina. Ação predominantemente contra cocos G+ (exceto enterococo e MRSA) e alguns bastonetes G-. Não penetra no líquor. 2ª geração: cefoxitina (mexofin), cefuroxima (zinacef) Mantém espectro contra G+ e amplia espectro G-. 3ª geração: cefotaxima (clarofan), ceftriaxona (Rocefin), ceftazidima (fortaz) 4ª geração: cefpirona (cefron), cefepima (maxcef) Monobactâmicos: AZTREONAM (Azactam). Tem ação exclusiva sobre G- aeróbias, incluindo enterobactérias resistentes às cefalosporinas de 3ª geração. Carbapenêmicos: são os antibióticos de mais amplo espectro, abrangendo G+, G-, aeróbios e anaeróbios, provocando enorme desequilíbrio na microbiota de pele e mucosas do paciente. São drogas que devem ser reservadas para infecções adquiridas em hospital. Imipenem (Tienam), Meropenem (Meronem), Ertapenem (Invanz) Meropenem é mais potente contra bacilos G-, enquanto o imipenem o é contra G+. Possui menor potencial de convulsão Imipenem é rapidamente hidrolisado pela desidropeptidade I, enzima renal, tornando-se inativo, sendo por isto administrado com cilastatina, a qual especificamente inibe tal enzima. Meropenem é mais estável diante da desidropeptidade I, dispensando a associação de cilastatina. Uma das características destes compostos é o chamado efeito pós-ATB, que significa que mesmo após a concentração da droga ter caído abaixo de níveis inibitórios, as bactérias que não haviam sido mortas não recomeçam a crescer por 2 a 4 horas. 3.3 – Glicopeptídeos Seu principal modo de ação é através da inibição da síntese da parede celular, agindo num estágio anterios dos B-lactâmicos (não havendo, portanto, competição por sítio de ligação ou resistência cruzada). Também alteram a permeabilidade da membrana celular bacteriana, além de serem capazes de inibir a síntese de RNA. São ativos exclusivamente sobre bactérias G+, cocos e bacilos, aeróbias e anaeróbias. Vancomicina (vancocina), teicoplanina (targocid) 3.4 – Aminoglicosídeos Considerados o padrão-ouro no tratamento de infecções graves por bactérias G-. Apesar de serem ATB amplamente empregados há muitos anos, houve alteração menos significativa na frequência de bactérias resistentes. Os aminoglicosídeos ligam-se irreversivelmente a ribossomas bacterianos, inibindo a síntese proteica e/ou levando à leitura incorreta do código genético. Gentamicina, tobramicina, amisacina, canamicina, netilmicina e neomicina. 3.5 – Cloranfenicol ATB de amplo espectro, com excelente atividade antianaeróbica e penetração no SNC. Age inibindo a síntese proteica a nível ribossomal. 3.6 – Quinolonas Mecanismo de ação: inibição da DNAgirase. Classificações: 1ª geração: ácido nalidíxico e ácido pipemídico. Ação exclusiva contra BGN da comunidade, sem mecanismos de resistência mais elaborados. Ampla resistência e baixo custo. 2ª geração: norfloxacino, ofloxacino e ciprofloxacino. Uso exclusivo contra BGN. Ciprofloxacino é a principal droga para tratar Neisseria gonorrhaea. 3ª geração: levofloxacino, gatifloxacino e moxifloxacino. Amplo espectro. Ação contra BGN, cocos G+, germes “atípicos”, alguns anaeróbios. Diversas cepas de Pseudomonas. Boa concentração óssea. Efeitos adversos: cefaleia, insônia, pesadelos, náuseas/vômitos, diarreia, fotossensibilidade, arritmias cardíacas, alterações na cartilagem de crescimento. 3.7 – Sulfonamidas 1º ATB moderno. Espectro de ação antibateriana: estreptococos, estafilococos, neisseria, haemofilos, salmonelas, shigela e outras enterobactérias. Em neurotoxoplasmose, sempre usar sulfa! Espectro de ação contra fungos: toxoplasma e Plasmodium spp. Associação com trimeoprim e pirimetamina eleva potência e espectro das sulfas. 3.8 – Associações de ATB A associação de ATB é justificável em pacientes neutropênicos febris, endocardites por enterococos e infecções polimicrobianas. Neisseria meningitidis Penicilina cristalina Ceftriaxona Neisseria gonorrhoeae Ciprofloxacino Cefixima/ceftriaxona Moraxella catarrhalis e Haemophilus influenzae (infecção respiratória, especialmente crianças e DPOC) Amoxicilina + ácido clavulânico Cefuroxima Ceftriaxona Levofloxacino Espiroquetas (Treponema pallidum e Leptospira interrogans) Ceftriaxona Doxiciclina Azitromicina Anaeróbios Metronidazol Clindamicina Atípicos (Mycoplasma pneumoniae,Chlamydia, Legionella) Azitromicina ou claritomicina Levofloxacino Ciprofloxacino Doxiciclina ANOTAÇÕES DA AULA: Pneumonia em criança: pensa em pneumococo! Por ser criança, maior chance de ser sensível à penicilina. Tratamento: penicilina cristalina de 4-4h Neurolues: usar penicilina cristalina porque é a única que passa a BHE. 14 dias no mínimo. Se for a forma ocular, estender o tratamento para 21 dias. Diagnóstico: treponema no líquor Penicilinas naturais: espectro de ação -> pneumococo, Treponema pallidum, peptostreptococos, Leptospira interrogans. Pacientes em hemodiálise: fazer correção renal Paciente com HP de alergia a penicilina: ceftriaxona Obs: meningococo apenas em crianças!!! Em adultos não se trata com penicilina! Objetivos a serem alcançados: Staphylococos aureus: resistente por produção de beta-lactmase -> surgimento da oxacilina Bastonetes G- -> surgimento da ampicilina, amoxicilina, piperacilina e ticarcilina Oxacilina: para Staphylococos aureus 1ª escolha. Bacteremia: hemocultura em 3 amostras de sangue. Exemplo: RN prematuro pancitopênico. Oxacilina + aminoglicosídeo (fazer hemocultura antes. Provável quadro séptico). Provavelmente vai vir S. Aureus. Para casos mais graves (chocados): vancomicina (glicopeptídeos) – em substituição à oxacilina Ampicilina e amoxicilina: para enterococos!!!! Idoso com ITU. Associar com aminoglicosídeos porque há grande chance de endocardite séptica. Cefalosporinas: Cefazolina (1ª): para profilaxia cirúrgica Cefoxitina(2ª): para profilaxia cirúrgica no SNC (penetra bem) Cefuroxima(2ª):boa mas é cara. Bom para infecções de pele, por exemplo. Ceftazidima(3ª): bom para Pseudomonas Ceftriaxona(3ª): bom para G+. Ruim para Pseudomonas Cefepima(4ª): mais estável e resistente às bactérias produtoras de beta-lactamases que ceftriaxona. Utilizado em infecções em pacientes oncológicos graves, sempre associado com Vancomicina. Carbapenêmicos: Para infecções graves associadas a germes intra-hospitalares multirresistentes. Também é um beta-lactâmico. Não funciona com MSRA. Imipinem: baixo limiar à convulsão. Cuidar com HP de epilepsia Não dá para tratar pseudomonas. Preferir outra classe para não gastar em casos mais graves. Ertapenem: para casos leves de infecção. IM e manda pra casa. *uso quando utilizei medicação para G+, evolui bem, mas depois diminuiu estado geral (bactéria adquiriu resistência?) -> usar carbapenêmico Aminoglicosídeo: bom para gestantes 20-34ªsemana. Amicacina: bom para pseudomonas Quinolonas: Outra classe de ATB! Iniciou em 1960 (1ª geração) Usado como profilaxia de ITU (2ª geração) – 2x/dia Mecanismo de ação (PROVA): inibição da DNAgirase Grande problema atualmente é a resistÊncia Norfloxacino: não tão boa a absorção como o ciprofloxacino. Ciprofloxacino: pielonefrite não complicada e complicada, principalmente com distensão de cápsula renal (maior absorção tecidual) 3ª geração: 1x/dia. Levofloxacino. Aumento de morte morte súbita nos pacientes com DM (disglicemia). Droga mais utilizada para pulmão ou sinusopatia (1x/dia). Moxifloxacino: boa disponibilidade, inclusive VO. Boa penetraçaõ no tecido pulmonar. 1ª geração: quase não utilizada hoje em dia pela alta resistência. Preferir os de segunda. 2ª geraçaõ: norfloxacino, ciprofloxacino. Ciprofloxacino atua em pseudomonas quando em dose maior! 3ª geração: bom para pseudomonas tambem. Excelente opção para infecção óssea. Boa concentração sérica tanto VO quanto EV. Efeitos adversos (PROVA): péssima para TGI!!!! Cefaleia, insonia, pesadelos, náuseas, vômitos, diarreia, fotossensibilidade, arritmias cardíacas, alteração na cartilagem de crescimento. Paciente foi vítima de acidente automobilístico há 6 meses, sendo colocado fixador na tíbia direita (fratura exposta). Há 2 meses com saída de secreção purulenta da região. Nega febre. Bacterioscopia da secreção purulenta pela coloração de Gram: cocos Gram positivos em cachos e cadeias longas. Cultura e antibiograma da secreção purulenta: Staphylococcus aureus resistente a penicilina e oxacilina. Osteomielite crônica por MRSA. Usar quinolona de 3ª geração. Glicopeptídeos: também são bons para osteomielite. Efeitos adversos: neutropenia, eosinofilia. Tratamento caro: 80 mil reais em 6 meses, 400mg/dia Pode causar flebite Grande problema é a nefrotoxicidade. Não usar na disfunçaõ renal. Paciente de 26 anos, fem., apresentando cefaléia há 3 semanas e há cerca de 48 horas com diminuição de força em dimídio D. Ao exame: Dermatite seborreica, hemiparesia à D e desvio de comissura labial para a E. Qual a conduta? Dermatite seborreica? Imunossuprimido!!!! Manifestação neurológica -> fazer sorologia AIDS associada a toxoplasmose. Tratar com sulfonamidas. Sulfonamidas: boa penetração, principalmente no SNC. Bactrim: sinergismo de drogas -> melhora mecanismo de ação e absorção Neurotoxoplasmose: usar sempre bactrim! Tetraciclinas: gestante não pode usar!! Usado muito pelos ginecos. Pegam bactérias que causam inflamação pélvica. Doxiclina: substituiu a penicilina benzatina no tratamento da sífileis por um tempo. Brucelose: doença grave. Doxiciclina tem importância no tratamento. Metronidazol: bom para abscessos. Pega SNC. Clindamicina: pega G+ e anaeróbios. Pouca penetração no SNC. Anaeróbio? Pensar em Clinda e Metronidazol. ANTIBIÓTICOS – REVISÃO Beta-lactâmicos: Descoberta pela inibição da bactéria Staphylo por Fleming (penicilina G) Penicilina: muito sensível a mutações bacterianas Estrutura bacteriana externa: PROVA: diferença entre G+ e G- (morfológica/estrutural) Estrutura bacteriana básica: parede celular é formada por um polímero de peptidoglicanos. Unidade básica: formada por dissacarídeos N-acetilglucosamina (NAG) e N-acetilmurânico (NAM) Reação de transpeptidação para polimerização do peptidoglicano é catalizada pela família de proteínas de PBPs – proteínas ligadoras de penicilina Mecanismos de ação de agentes antimicrobianos nas células bacterianas: Interferferência na síntese de parede celular Interferência nas funções da membrana Interferência na síntese proteina transferência no metabolismo de ácidos nucleicos interferência em reações enzimáticas (análogos estruturais) inibição da síntese da parece celular b-lactâmicos se ligam às PBPs impedindo as ligações cruzadas da parede celular. Causam fragilidade, possibilitando ruptura bacteriana betalactâmicos: penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos, carbapenêmicos glicopeptídeos: vancomicina, teicoplanina o que precisamos saber antes de prescrever um antibiótico? Qual o sítio de infecção? Quais os microrganismos alvo? Quais os possíveis mecanismos de resistÊncia destes microrganismos? Comorbidades do paciente Farmacocinética da droga Farmacodinâmica da droga Interações medicamentosas Efeitos adversos Custo da medicação Peritonite bacteriana é causada principalmente por E. Coli Penicilinas: Penicilinas naturais: penicilina G (cristalina, benzarina, procaína), penicilina V Penicilinas resistentes a penicilinase: oxaciclina, meticilina, nafcilina Aminopenicilinas: amoxacilina, ampicilina Carboxipenicilinas: ticarcilina, carbenicilina Ureidopenicilinas: azocilina, mezlocilina, piperacilina Ureidopenicilina mais importante é a piperacilina, que pega Pseudomonas Espiroquetas: penicilinas e aminopenicilinas Penicilina: fazer ajuste de dose para doença renal (lembrar que Cefalosporina não possui excreção renal) Para enterococo: penicilina associada a gentamicina ou ampi/amoxi Glicopeptídeos causam nefrotoxicidade Aminoglicosídeos causam ototoxicidade Grandes queimados: cobrir G+, G- e pseudomonas Penicilina cristalina (EV): endocardite subaguda por streptococcos, leptospirose, neurolues Penicilina benzatina (IM): faringoamigdaline por strepto, sífilis primária/secundária, profilaxia febre reumática Oxacilina: não possui cobertura para enterococos Celulite, erisipela, linfangite, MSSA, endocardite aguda Aminopenicilinas: não ativa contra estrepto. Amoxacilina (VO): IVAS Ampicilina (EV): enterococos (ITU, sepse, endocardite) e listeria (meningite, sepse neonatal). Droga de escolha para enterococos! Carboxipenicilinas/ureidopenicilinas: piperacilina-tazobactam. Uso empírico em infecção nosocomial, tratamento de infecções nosocomiais por Pseudomonas aeruginosa e grupo CESP (Citrobacter, Enterobacter, Serratia, Providencia), neutropenia febril. Pega pseudomonas e anaeróbios! Inibidores de beta-lactamase: sem atividade antibacteriana (exceto sulbactam contra Acinetobacter). Inativam betalactamases de bacilos G- e cocos G+. Enterobactérias, Staphylococos resistentes a penicilina, H. Influenza, Moraxela Clavulanato: amoxacilina-clavulanato, ticarcilina-clavulanato Sulbactam: ativo contra Acinetobacter. Ampicilina-sulbactam, amoxacilina-sulbactam Tazobactam: piperacilina-tazobactam Pipe-tazo: ativo contra Pseudomonas Amoxacilina-clavulanato: IVAS (sinusite, otite), mordedura animal, broncoaspíração, abscesso pulmonar Ampicilina-sulbactam: infecção intrabdominal, empiema, sepse sem foco definido, infecção por Acinetobacter. Cefalosporinas: 1ª geração: cefalexina, cefadroxil, cefadrina, cefazolina,cefalotina Cocos gram+ (+- E. Coli, Proteus sp.) Cefalexina (VO): celulite, erisipela, ITU em gestantes ou crianças, infecção não grave por MSSA Cefazolina/cefalotina (IV): profilaxia cirurgia limpa 2ª geração: cefuroxime, cefaclor, cefamicinas (cefoxitina,cefotetan) Bacilos G- (E. Coli, Proteus sp., M. Catarrhalis, H. Influenza), streptococos pneumoniae Cefamicinas (cefoxitina): cobertura para anaeróbios Cefuroxima:profilaxia cirurgia potencialmente contaminadas Cefoxitima (cefamicina): sem utilidade 3ª geração: ceftriaxona, cefotaxima, ceftazidima. Pensar em G- Ceftazidima pega Pseudomonas Ceftriaxona/cefotaxima: cocos G+, bacilos g- Ceftazidima: bacilos g- e pseudomonas aeruginos Meningite, associação tratamento de PAC grave, sepse grave sem foco, peritonite bacteriana espontânea 4ª geração: cefepime. Mais resistente às beta-lactamases. Preferir para infecção hospitalar Cocos g+, bacilos g-, Pseudomonas Infecção nosocomial, infecção por Pseudomonas 5ª geração: ceftobiprole. Usado apenas para MRSA! Cobertura para MRSA Carbapenêmicos: usadas para bactérias resistentes à ESBL. Drogas de escolha para cepas produtoras de ESBL (E. Coli, K. Pneumoniae). Sem ação contra intracelulares, MRSA Cobre todos aneróbios, não é bom para G+ Imipenem, meropenem, ertapenem Ertapenem: não pega Pseudomonas. Usado para tratamento do pé diabético (domiciliar) Pé diabético, úlceras infectadas, infecção intrabdominal, cepas ESBL não graves, terapia endovenosa em home care Imipenem: mais ativos contra G+ e Acinetobacter sp Meropenem: mais ativo contra G- Ertapenem: sem cobertura para Pseudomonas sp. E Acinetobacter Imipenem/meropenem: uso intrahospitalar, não respondedores a outros antimicrobianos, cepas multirresistentes, cepas ESBL Panipenem: apenas no Japão, China, Coreia. Perfil semelhante Doripenem: ITU, PAV, infecção intrabdominal, menor MIC e melhor perfil de resistência Reações adversas dos betalactâmicos (PROVA) Reação de hipersensibilidade Reação do sono (febre, urticária, artrite, edema angioneurótico) Neutropenia Nefrite intersticial (febre, rash, eosinofilia, proteinúria, hematúria):oxacilina Hipocalemia, diarreia, flebite (penicilina cristalina), diminuição do limiar convulsivo (carbapenêmicos) Carbapenêmicos X Convulsão Mecanismo de indução de convulsão induzida pelos carbapenêmicos: Bloqueio do receptor GABA A Alergia a beta-lactâmicos Classificação de Levine Imediata: até 1h (mediada por IgE): anafilaxia, hipotensão, edema laringe Acelerada: 1-72h: urticária, edema laringe Tardia: >72h: rash cutâneo, nefrite intersticial, doença do soro/febre por droga, Stevens Johnson, dermatite exfoliativa Reação cruzada de 5% com cefalosporinas em pacientes com história de alergia a penicilina Contra indicado a exposição a beta-lactâmicos se história de reação tipo I – imediata (<1h) Dessensibilização Situações em que não há alternativas terapêuticas Neurolues, sífilis na gestação, infecções por Listeria Protocolos de dessensibilização 1º tenta dessensibilizar, se não conseguir vai para Ceftriaxona (porém é menos reativa a sífilis) Farmacocinética dos beta-lactâmicos Metabolismo da droga Hepático (ceftriaxona): tem excreção biliar Principais mecanismos de resistência antimicrobiana (PROVA – vai pedir pra citar) Modificação do sítio: betalactâmicos, macrolídeos, quinolonas, glicopeptídeos Permeabilidade: bactrim Efluxo: macrolídeos, quinolonas Derivação metabólica: bactrim Degradação enzimática: betalactâmico+betalactamase, aminoglicosídeo Mecanismo de resistência aos beta-lactâmicos Inativação da droga (produção de beta-lactamases) Penicilinases: S. Aureus resistente a penicilina Oxacilina, inibidor da betalactamase, cefalexina Cefalosporinases: enterobactérias Inibidores beta-lactamase, cefalosporina de 3ª geração, carbapenêmicos ESBL: betalactamase de espectro ampliado (E. Coli/K. Pneumoniae) – são resistentes a todos os beta lactâmicos, exceto os carbapenêmicos CESP (hiperprodução de betalactamases) = Citrobacter/Enterobacter/Serratia/ Providencia Piperacilina-tazobactam/carbapenemicos/cefepime Alteração do sitio alvo (PBP) Alteração de PBP existente ou produção de novas PBP S. Pneumoniae resistente penicilina MRSA Enterococos sp resistente ampicilina Opções terapêuticas: vancomicina/teicoplanina, linezolida, daptomicina, tigeciclina Mitos sobre antimicrobianos Amplo espectro não é sinônimo de potência Antimicrobianos de última geração são mais potentes do que os antigos Medicamento genérico? Similar?
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