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Projeto de ensino Letras

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CENTRO DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS E SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS- 2015.2
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
ATIVIDADE portfólio
Ipirá/bahia
2015
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
PROJETO DE ENSINO
Produção textual interdisciplinar individual – Projeto de Ensino - apresentado ao Curso de Graduação em Letras pela Universidade Norte do Paraná – UNOPAR – como requisito avaliativo pelos professores das disciplinas do 7º Semestre.
 
Ipirá/bahia
2015
RESUMO
Nos últimos anos, pesquisadores da área de linguagem vêm desenvolvendo investigações científicas com o intuito de identificar, descrever e analisar fenômenos de variação linguística. Aborda-se aqui, como tema deste Projeto, “O ensino da língua portuguesa na educação básica: abordando variação linguística, gênero no discurso”. A metodologia utilizada é uma pesquisa bibliográfica qualitativa a qual resultará de um embasamento teórico. Sendo assim, na presente pesquisa, propomos apurar de forma bibliográfica as concepções sobre a variação linguística no ensino de língua portuguesa, procurando fundamentar teoricamente em alguns autores. Enquanto pesquisa bibliográfica o objetivo pelo qual foi definir e/ou mais precisamente aprender sobre as concepções dos Linguistas, no que se refere a distinguir o que é variação linguística e erro no ensino de língua Portuguesa. Em posse de alguns livros pode-se constatar que o erro, para muitos dos profissionais de língua materna, deve dar lugar ao que alguns alunos denominam desvio da norma ou transgressão. É certo que a Língua Portuguesa usada no Brasil não é uniforme, pois é constituída de muitas variedades. Assim, o ensino da variação linguística na escola é importante para que o aluno consiga identificar nas práticas sociais as regularidades das diferentes variedades do português, reconhecendo os valores sociais implicados. Utilizou-se para embasamentos neste projeto de alguns teóricos como: BAGNO (1997, 1999, 2003, 2002, 2001); Cagliari (2000); Soares (2001); Terra (2005) entre outros.
Palavras-chave: Linguística aplicada; Variação linguística; Gênero textual; Ensino de língua Portuguesa. 
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................. 03
1. TEMA ................................................................................................................... 05
2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 05
3. SÉRIE/ANO PARA O QUAL O PROJETO SE DESTINA ................................... 11
4. OBJETIVOS ......................................................................................................... 11
5. PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................................... 12
6. CONTEÚDOS CURRICULARES ........................................................................ 13
7. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO (METODOLOGIA) ............................... 13
8. TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO .................................................... 14
9. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS ............................................................. 14
10. AVALIAÇÃO ...................................................................................................... 15
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 16
1. TEMA
O ensino da língua portuguesa na educação básica: abordando variação linguística, gêneros do discurso.
2. JUSTIFICATIVA
Compreende-se de extrema importância a realização deste projeto, devido ao tema que é de evidente relevância: “O ensino da Língua Portuguesa na Educação Básica: abordando variação linguística, gênero do discurso”.
O objeto central para análise deste trabalho é sobre a importância da aceitação do uso da variação linguística social enquanto modalidade válida de comunicação. Tendo por base as análises de diversos linguistas, por isso, tornou-se possível discutir aspectos relevantes sobre o tema investigado. 
É preciso lembrar que, muitas vezes, o ensino de língua materna está associado à concepção de “erro”, o que na verdade deveria ser revisto sob a ótica da adequação às circunstâncias de uso. A linguística textual é a ciência que toma o texto como objeto de estudo. Pode parecer óbvio. No entanto, essa área vem se desenvolvendo em torno das diferentes concepções de texto que a linguística como um todo tem abrigado ao longo do tempo.
A linguística não se compara ao estudo tradicional da gramática; ao observar a língua em uso o linguista procura descrever e explicar os fatos: os padrões sonoros, gramaticais são lexicais que estão sendo usados, sem avaliar aquele uso em termos de outro padrão: moral, estético ou crítico. 
Há décadas pesquisadores da área de linguagem vêm desenvolvendo pesquisas científicas com o objetivo de identificar, descrever e analisar fenômenos de variação linguística, e o preconceito linguístico, pois sabe-se que a língua portuguesa utilizada no brasil não é uniforme, ao constitui-se de muitas variedades estas questões têm como foco a variação linguística.
Utilizar diferentes registros, inclusive os mais formais da variedade linguística valorizada socialmente, sabendo adequá-los às circunstâncias da situação comunicativa de que participa (PCN, 2001, p.41).
Podemos constatar, a partir da citação a seguir, extraída dos PCNs, que a língua muda e que por isso o aluno deve estar preparado para identificar tais mudanças: 
 
A variação é constitutiva das línguas humanas, ocorrendo em todos os níveis. Ela sempre existiu e sempre existirá, independente de qualquer ação normativa. Assim, quando se fala em “Língua Portuguesa” está se falando 
de uma unidade que os constitui de muitas variedades. Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional, notam-se diferenças de pronúncia, de emprego de palavras, de morfologia e de construções sintáticas, as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões, como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala. (BRASIL, 1998, p. 29).
As diferenças de pronúncia, de vocabulário e de sintaxe observadas por um habitante de vários estados e regiões. A função do linguista é estudar toda e qualquer expressão linguística como um fato merecedor de descrição e explicação dentro de um quadro científico adequado.
A Língua Portuguesa, no Brasil, possui muitas variedades dialetais. Identificam-se geográfica e socialmente as pessoas pela forma como falam. Mas há preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído aos diferentes modos de falar: é muito comum considerar as variedades linguísticas de menor prestígio como inferiores ou erradas. O problema do preconceito disseminado na sociedade em relação às falas dialetais deve ser enfrentado, na escola, como parte do objetivo educacional mais amplo de educação para o Anais do SIELP. Volume 2, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2012. ISSN 2237-875812 respeito à diferença. Para isso, e também para poder ensinar Língua Portuguesa, a escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma única forma “certa” de falar – a que se parece com a escrita – e o de que a escrita é o espelho da fala – e, sendo assim, seria preciso “consertar” a fala do aluno, tratando sua comunidade como se fosse formada por incapazes, denota desconhecimento de que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum de seus dialetos, por mais prestígio que um deles tenha em um dado momento histórico. (BAGNO, 2007, p. 27) 
Cabe ressaltar que não podemos procurar impedir a variação; pelo contrário, é imprescindível abordar esse assunto em sala e apresentar a ideia da adequação de cada possibilidadelinguística a um contexto particular. 
A prioridade atribuída pelo linguista ao estudo da língua falada explica-se pela necessidade de corrigir os procedimentos de análise da gramática tradicional, que se preocupava quase exclusivamente com a língua literária, como modelo único para qualquer forma de expressão escrita ou falada. 
O prestígio e a autoridade da língua escrita em nossa sociedade, muitas vezes, são obstáculos para os principiantes nos estudos da linguística, que têm dificuldade em perceber e aceitar a possibilidade de considerar a língua falada independentemente de sua representação gráfica. 
O preconceito linguístico, como qualquer outro preconceito, resulta de avaliações subjetivas dos grupos sociais e deve ser combatido com vigor e energia. É importante que o aluno, ao aprender novas formas linguísticas, particularmente a escrita e o padrão de oralidade mais formal orientado pela tradição gramatical, entenda que todas as variedades linguísticas são legítimas e próprias da história e da cultura humana.
A linguística é uma ciência geral; estudam a principal modalidade dos sistemas sígnicos, as línguas naturais, que são a forma de comunicação mais altamente desenvolvida e de maior uso. Uma pintura, uma dança, um gesto podem expressar, mesmo que sob formas diversas, um mesmo conteúdo básico, mas só a linguagem verbal é capaz de traduzir com maior eficiência qualquer um desses sistemas semióticos. 
Os estudos linguísticos não se confundem com o aprendizado de muitas línguas: o linguista deve estar apto a falar "sobre" uma ou mais línguas, conhecer seus princípios de funcionamento, suas semelhanças e diferenças. A língua é para Saussure "um sistema de signos" - um conjunto de unidades que se relacionam organizadamente dentro de um todo. É "a parte social da linguagem", exterior ao indivíduo; não pode ser modificada pelo falante e obedece às leis do contrato social estabelecido pelos membros da comunidade.
O conjunto linguagem-língua contém ainda outro elemento, conforme Saussure, a fala. A fala é um ato individual; resulta das combinações feitas pelo sujeito falante utilizando o código da língua; se expressa pelos mecanismos psicofísicos (atos de fonação) necessários à produção dessas combinações. A distinção linguagem/língua/fala situa o objeto da linguística. Dela decorre a divisão do estudo da linguagem em duas partes: uma que investiga a língua e outra que analisa a fala. As duas partes são inseparáveis, visto que são interdependentes: a língua é condição para se produzir a fala, mas não há língua sem o exercício da fala. Há necessidade, portanto, de duas Linguísticas: a Linguística da língua e a linguística da fala.
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes, pois seu uso varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme, porque dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua.
Para tratar das práticas de linguagem na escola em todas as áreas, é preciso compreender as relações entre a produção oral (fala e escuta), a leitura e a produção escrita, já que as quatro habilidades linguísticas básicas (falar/ouvir; ler/escrever) estão estreitamente articuladas nas práticas de linguagem e distingui-las, muitas vezes, serve mais a um propósito didático do que propriamente às práticas em situações de uso.
Nesse processo de variações linguísticas, gênero do discurso e considerando que o perfil do aluno hoje estando na escola básica, especialmente quando se pensa nas tecnologias digitais, como a internet deve frequentar à reflexão na escola, em qualquer e toda área curricular, porque se tratam das relações entre aprender/estudar, linguagens/tecnologias, o que não se refere a uma única área curricular. 
O ensino de Língua Portuguesa passou por transformações para que fossem consideradas em sala não só a gramática normativa, mas questões referentes à interação, questões que estão na vivencia dos alunos, que fazem parte de seu repertório e que são vistas como algo a ser usado na sociedade e não apenas para aprender a língua escrita.
Enfim, falar/ouvir e ler/escrever estão entre as principais habilidades para que qualquer um de nós possa ser aprendiz de aluno, saber relacionar conteúdos nas diferentes áreas do conhecimento humano e os procedimentos de estudos.
Portanto ler e escrever, falar e ouvir não são atividades exclusivas de uma disciplina curricular, a de língua portuguesa, mas de todas; portanto ensinar é essencialmente ensinar a ler para que o aluno seja capaz de se apropriar do conhecimento com uma visão mais global da realidade onde está inserido.
Nenhum linguista que trabalhe com a língua enquanto fenômeno social desconhece o prestígio ou estigma de variantes linguísticas e também há consenso em que, nas sociedades estratificadas em classes, a(s) variante(s) não-prestigiada(s ) serão estigmatizadas e são “O arame farpado mais poderoso para bloquear o acesso ao poder” (MATTOS e SILVA, 1995, p. 13).
 
Intitulado de conceito de variação linguística, encontra-se uma descrição de algumas dimensões de variação dialetal, entre elas, a territorial, a social, a de idade, a de sexo, a de geração e a de função. Em seguida, o conceito de variação linguística social é aprofundado.
A Língua Portuguesa no Brasil caracteriza-se por grande diversidade. Há diferenças regionais e urbano - rurais, entretanto, observa-se nitidamente e de forma mais marcante a diferença linguística decorrente da classe social. 
As variações linguísticas, gênero do discurso ocorrem em várias dimensões de variação dialetal e que fatores de ordem social, política e econômica contribuem para a perpetuação do preconceito linguístico. Portanto fica evidente também a presença do preconceito linguístico na prática educativa, principalmente em escolas frequentadas por alunos egressos de comunidades rurais. 
No decorrer do estudo foram propostos caminhos a serem seguidos por professores, escolas e instituições voltadas para a educação e a cultura, no sentido de desconstruir o preconceito linguístico tão arraigado na sociedade. Uma sugestão apontada por (BAGNO, 2001, p.303) “é que haja uma valorização das variações menos prestigiadas com demonstração científica de seu funcionamento linguístico perfeitamente regulado”.
O Brasil é o quarto maior país do mundo em extensão territorial contínua, apresentando variedades geográficas e climáticas, onde habitam milhões de pessoas unidas pelo elemento mais forte, capaz de determinar a nacionalidade de um povo, a língua, no caso do Brasil, a Língua Portuguesa.
Precisa-se acolher e compreender as variações linguísticas, gênero do discurso presentes na sociedade e na escola, pois não há nenhuma justificativa para os preconceitos de que são vítimas algumas falas e, consequentemente, alguns sujeitos.
No interior das sociedades humanas, ocorrem diferenciações de grupos condicionados por fatores como classe social, educação, ocupação, sexo, idade. Essa diferenciação social, à medida que caracteriza experiências sociais diversas, se reflete na variação linguística: cada um dos grupos, possui características de fala que lhe são próprias e que funcionam como marcadores sociais bem específicos. (MANDRYK,1987, p.245). 
 
Numa sociedade que ainda encerra uma separação social dos sexos, há uma diferença nos falares masculinos e femininos: existem expressões e entonações mais caracteristicamente masculinas e outras mais caracteristicamente femininas. As mulheres fazem uso da língua de maneira diversa da utilizada pelos homens. Basta observar que, devido a tabus morais, a maioria das mulheres emprega bem menos palavrões que os homens. “Claro que as diferenças entre a linguagem dos homens e a linguagem das mulheres tendem a diminuir, sobretudo, nos grandes centros urbanos dados a crescente participação das mulheres em campo de atividade originalmente masculinas”. (TERRA, 2005, p.61).Os grupos etários falam diferentemente como os jovens, por exemplo, criam gírias como uma forma de afirmação e independência. Esta forma de linguagem é vista por gerações mais velhas, muitas vezes, como deturpações no uso da língua pelas novas gerações.
Alguns grupos também costumam empregar um código linguístico chamado de gíria, com o objetivo de ocultar das pessoas não pertencentes ao seu grupo de relações o verdadeiro sentido da mensagem que está sendo comunicada, evitando, assim, as ações de outros grupos sociais.
Outro tipo de gíria ocorre com maior frequência na linguagem. Trata-se de uma linguagem expressiva utilizada pelos falantes de um determinado grupo social, que a cria com algumas finalidades: mostrar-se diferente dos demais grupos (gíria dos jovens, gíria dos surfistas, etc.), impedir que pessoas de outros grupos entendam o sentido das mensagens (gíria dos malandros e presidiários). (TERRA, 2005, p.67).
As populações rurais falam diferente das populações urbanas, a exemplo do chamado dialeto caipira, que é uma variedade do português rural falado principalmente no interior do estado de São Paulo e que é bastante discriminada pelos moradores das áreas urbanas.
É interessante observar que algumas palavras utilizadas pelos chamados caipiras, e que são consideradas “erradas” por outros falantes, na verdade, são vocábulos que foram utilizados normalmente no passado, mas que caíram em desuso. Indivíduos que, por serem pertencentes a classes sociais desfavorecidas economicamente, tiveram ou têm pouco ou nenhum acesso à escola expressam-se em variedades do português diferentes daquelas utilizadas pelos indivíduos que têm acesso regular ao sistema de ensino. 
Sendo assim, o prestígio ou estigmatizarão direcionados às diferentes variedades de linguagem numa determinada comunidade, apresenta-se como um fenômeno social, em vez de linguístico, demonstrando o contraste existente entre as classes que a formam.
Do ponto de vista linguístico ou sociolinguístico, o conceito de “deficiência linguística” é um desses estereótipos, resultado de um preconceito, próprio de sociedades estratificadas em classes, segundo o qual é “superior”, “melhor” o dialeto das classes socialmente privilegiadas; na verdade essa “superioridade” não se deve a razões lingüísticas, ou a propriedades inerentes a esse dialeto, mas a razões sociais: o prestígio de que essas classes gozam, na estrutura social, é estendido a todos os seus comportamentos, sobretudo a seu dialeto. Os demais dialetos – de grupos de baixo prestígio social – são avaliados em comparação com o dialeto de prestígio, considerado a norma-padrão culta e julgados naquilo em que são diferentes dessa norma, “incorretos”, ilógicos” e até feios. (SOARES, 2001, p.41)
“A Sociolinguística veio mostrar que toda linguagem muda e varia, isto é, muda com o tempo e varia no espaço, além de variar também de acordo com a situação social do falante”. (BAGNO, 2004, p.43) 
A escola é obrigada a trabalhar com as variedades e encarar a diferença linguística como um fato normal na língua, uma vez que nenhuma língua é homogênea e todas se relacionam diretamente com a sociedade. Os objetivos são para incentivar e alimentar a prática da educação.
3. SÉRIE/ANO PARA O QUAL O PROJETO SE DESTINA
	Este Projeto de Ensino está destinado aos alunos do Ensino Fundamental II
Do 6.º ao 9.º ano.
4. OBJETIVOS
. Possibilitar aos alunos não só entender fenômenos linguísticos, mas também vir a incorporar variantes que ainda não domina;
. Contribuir na análise da variação presente em gêneros orais e escritos, a fim de situar o aluno quanto à heterogeneidade que permeia a Língua Portuguesa;
. Contemplar a fala e a escrita em situações reais de uso para que o aluno se apropriar do conhecimento com uma visão mais global da sua realidade.
5. problematização
Com base nos dados obtidos por alguns estudiosos durante a pesquisa bibliográfica, pode-se afirmar que qualquer falante nativo de uma língua interage e se comunica com competência independentemente de tal variante pertencer ou não a um determinado padrão de linguagem. Sendo assim, não se pode falar em “erro” de português. Ocorrem, na verdade, variações ou opções de uso, em relação à norma apresentada pela gramática normativa.
O problema é que se observa, no entanto, a presença marcante do preconceito contra a fala de determinados segmentos, tornando-a alvo constante da zombaria e desprezo de pessoas que desconhecem a variabilidade da língua. 
Existem variedades que são mais prestigiadas socialmente. Vale destacar que a sociedade tende a prestigiar a fala daqueles que detêm o poder. A variedade da língua de maior prestígio social é a norma considerada “culta”. Nesta modalidade, foi escrita a maior parte do material escrito que circula socialmente, inclusive, os conhecimentos acumulados ao longo da história, o que justifica a necessidade do ensino da língua padrão na escola.
Tornou-se claro que, mesmo a escola, desconhecendo a realidade linguística dos alunos, não reconhece que eles falam a variedade do português utilizada pela sua comunidade, e que esta pode ou não ser aceita por outros grupos sociais. 
Agindo assim, a escola contribui para que os grupos de falantes das variantes estigmatizadas se sintam ainda mais discriminados. Em se tratando de alunos oriundos de comunidades rurais, percebe-se que o preconceito sofrido por eles é ainda mais flagrante. 
Torna-se necessário, por conseguinte, que a variedade lingüística de qualquer indivíduo seja respeitada. É imprescindível que a escola respeite os conhecimentos prévios do aluno, valorizando o seu cabedal lingüístico e conhecimento de mundo, contribuindo, desta forma, para o seu crescimento enquanto ser humano e elevação de sua auto-estima.
Existe possibilitar dos alunos não só entender fenômenos linguísticos, mas também vir a incorporar variantes que ainda não domina, pois a sua contribuição na análise da variação presente em gêneros orais e escritos, ele deve se situar quanto à heterogeneidade que permeia a Língua Portuguesa, sendo assim contemplando a fala e a escrita em situações reais de uso para que o aluno se apropriar do conhecimento com uma visão mais global da sua realidade.
 
6. conteúdos curriculares
	Os conteúdos curriculares da língua portuguesa em variações linguística e gênero do discurso que devem ser trabalhados no ensino fundamental II são:
	. A linguagem verbal, representada pela língua materna como falante/ouvinte/leitor/escritor;
	. A linguagem não verbal;
	. Uso da língua oral e escrita leitura/escrita/produção textual);
	. Tipos textuais;
	. Gêneros textuais diversificados;
	. Modalidades da língua (multilinguismo e multiculturalismo;
	. Estruturas discursivas, na fala e na escrita;
	. Níveis da língua: semântica, lexical, morfológico, sintático e fonológico;
	. Fonemas;
	. Morfologia;
	. Classes gramaticais em estrutura sintática simples e complexas;
	. Autonomia discursiva;
	. Estrutura linguística argumentativa;
7. o processo de desenvolvimento (METODOLOGIA)
	Nas práticas cotidianas, dentro da sala de aula e fora dela, as relações que o professor deve estabelecer com a linguageprm a qual contribuem para a formatação da relação de seu aluno com a linguagem e devem ser através de elaboração de atividades sobres aspectos discursivos e linguístico do gênero selecionado; a programação dos conteúdos, partindo das possibilidades de aprendizagem presentes no gênero escolhido; o planejamento de atividade que despertem para o auto exercício da revisão das estruturas linguísticas inadequadas; a prática de construção de situações sociointerativas nos mais diversificados meios culturais e linguísticos, considerando, inclusive, as novas tecnologias; a necessidade de estabelecer relações entre os conteúdos, vivenciando uma postura reflexiva e dinâmica sobre a língua. 
A gramática deve realizar-se de forma reflexiva e contextualizada, portando relacionado um “saberfazer”, concretizando as diversas possibilidades de produção orais e escritos.
Para a realização de atividade é necessário que o professor adquira meios para modificar sua metodologia mais antiga; hoje tem a tecnologia que pode melhorar muito o processo de ensino e aprendizagem, trazendo para sala de aula atividade, mais dinâmicas, debates, muitas leituras, filmes, pesquisas, entrevistas. O empenho e a dedicação dos professores na utilização dessas poderão ocorrer há todo o momento, fazendo com que os alunos tenham mais rendimentos e curiosidade em saber mais sobre o assunto.
	Este trabalho, denominado projeto de ensino, deverá ser utilizado como um recurso para o desenvolvimento integral do indivíduo, dos alunos do 6.º ao 9.º ano, devendo proporcionar ao aluno a compreensão da natureza da linguagem. Espera-se que este projeto de ensino venha integrar os saberes propostos para aprender a ser, a fazer, a conhecer e a conviver, a partir de projetos multidisciplinares que possibilidade ao aluno desenvolver-se em suas múltiplas Inteligência. Portanto o professor deve a todo o momento desafiar os alunos.
8. TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO
O tempo necessário para a realização deste projeto de ensino é de 20(vinte) horas/aula, é um tempo razoável que não causa desinteresse dos alunos.
A grade curricular de Língua Portuguesa são 4(quatro) horas/aula por semana, cinco semanas corresponde a 20(vinte) horas aula que é a proposta deste projeto.
9. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
	Humanos: 
. Professores;
		. Alunos;
	Materiais:
		. Livro didático;
		. Pesquisas;
		. Textos;
		. DVD;
		. Filme;
		. Caneta;
		. Papel sulfite.
		. Lousa.
10. AVALIAÇÃO
Ocorrerá de forma coletiva, em todos os momentos de trabalho e pesquisa, contar-se-á com a participação nas discussões e individualmente nas atividades realizadas, bem como na compreensão dos conceitos abordados.  
11. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental: Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quatro ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolingüística. São Paulo: Contexto, 1997.
_____________. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 1999.
_____________. A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
_____________. Língua materna: letramento, variação e ensino. São Paulo: Parábola, 2002.
_____________. Dramática da Língua Portuguesa: tradição gramatical, mídia e exclusão social. Edição Loyola. São Paulo, 2001.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguem na escola, e agora?: sociolinguística & educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e lingüística. São Paulo: Editora Scipione, 2000.
CARBONI, Florence; MAESTRI, Mário. A linguagem escravizada: língua, história, poder e luta de classes. 2ª ed, São Paulo: Expressão Popular, 2005.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação. São Paulo: Cortez,1996.
LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade. 8ª ed., São Paulo: Ática, 2005. 
MANDRYK, David; FARACO, Carlos Alberto. Língua Portuguesa: Prática de redação para estudantes universitários. Petrópolis: Vozes, 2004.
SOARES, Magna. Linguagem e Escola uma perspectiva social. 17.ed. São Paulo: Ática, 2001.
TERRA, Ernani. Linguagem, língua e fala. 2ª ed. São Paulo: Scipione, 2005.

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