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EMPREENDEDORISMO PRISCILA AMORIM BARBOSA ROSANY SCARPATI RIGUETTI ADMINISTRAÇÃO GERAL FACULDADE NOVO MILÊNIO RESUMO: Empreendedorismo é o estudo acerca da figura do empreendedor, este possui características peculiares que foram sendo percebidas por vários teóricos ao decorrer das últimas décadas. Essas características são intrínsecas ao comportamento de algumas pessoas ou poderão ser desenvolvidas por intermédio de estudos e métodos desenvolvidos por entidades especializadas, como o é caso do Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Percebe-se que a conjuntura econômica de um país pode determinar o perfil do empreendedor, pois o mesmo atua de acordo com as demandas ambientais. Dados qualitativos e quantitativos revelam esse comportamento. Estudos recentes apresentam definições inovadoras como os iconoclastas, termo usado para definir pessoas que se diferenciam dos padrões sociais e criam coisas inovadoras e ousadas, tem habilidades especificas que os fazem persuadir a sociedade. Tornam-se ícones, pois são raros e únicos. Observa- se uma similaridade entre as definições de empreendedor e iconoclasta, porém os termos não devem ser usados como sinônimos. PALAVRAS-CHAVE: Empreendedorismo. Empreendedor. Iconoclastas. Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship é utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação Dolabela (1999). O empreendedor é alguém que acredita que pode colocar a sorte a seu favor, por entender que ela é produto do trabalho Dolabela (1999). Empreendedor é uma pessoa que foi bem-sucedida ao prover um negócio ou serviço. Portanto, os estudos sobre empreendedorismo seguem duas vertentes de estudos, uma comportamental e outra econômica. A linha comportamental refere-se às características do empreendedor, como ser visionário, ter lócus interno (as razões e as conseqüências dependem dele próprio), correr risco calculado, não se contentar com o pouco, tomar iniciativa, ver oportunidades ordem os outros vêem problemas e muitas outras características. Em uma visão econômica o empreendedor é o impulsionador da economia, pois gera emprego, renda, pesquisa e desenvolvimento, desenvolvimento tecnológico e até mesmo a mudança de perfil de um país de subdesenvolvido para desenvolvido. As características do comportamento empreendedor apresentam-se de várias maneiras. Pode acontecer por influência do meio, nesse caso quando o individuo nasce em uma família com características empreendedoras, sendo influenciado pela figura do empreendedor acaba se identificando com o mesmo. Ou ainda quando recebe formação com estudos direcionados ao assunto. Existe a concepção do empreendedor nato, aquele que nasce com as características necessárias para empreender com sucesso. Para que isto aconteça, exige-se um comportamento pró- ativo do indivíduo, o qual deve desejar aprender a pensar e agir por conta própria, com criatividade, liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar o seu espaço no mercado, transformando esse ato também em prazer e emoção (DOLABELA, 1999). Filon (1991) estabelece um modelo com quatro fatores fundamentais às ações empreendedoras (visão, energia, liderança e relações), visando à formação do profissional empreendedor. Destaca-se como principal característica a das relações, a qual, segundo o autor, se obtém os conhecimentos fundamentais e necessários dentro de uma estrutura de mercado (informações necessárias para a tomada de decisões e o conhecimento da realidade do mercado). No decorrer das ultimas décadas alguns teóricos perceberam características peculiares a figura do empreendedor, a saber: - Liderança, dinamismo e otimismo; - Identificar oportunidades, ser visionário; - Possuir senso de organização, ou seja, ter capacidade de utilizar recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos de forma racional. É bom não esquecer que, na maioria das vezes, a desorganização principalmente no início do empreendimento compromete seu funcionamento e seu desempenho; - Determinar seus próprios passos, abrir seus próprios caminhos, ser seu próprio patrão, enfim, buscar a independência é meta importante na busca do sucesso. O empreendedor deve ser livre, evitando protecionismos que, mais tarde, possam se transformar em obstáculos aos negócios. Só assim surge a força necessária para fazer valer seus direitos de cidadão-empresário; - Tomar decisões: O sucesso de um empreendimento, muitas vezes, está relacionado com a capacidade de decidir corretamente. Assumir riscos: Arriscar conscientemente é ter coragem de enfrentar desafios, de tentar um novo empreendimento, de buscar, por si só, os melhores caminhos. É ter autodeterminação; - O otimismo é uma característica das pessoas que enxergam o sucesso, em vez de imaginar o fracasso. Capaz de enfrentar obstáculos, o empresário de sucesso sabe olhar além e acima das dificuldades. O ser humano necessita internalizar o conceito acerca de o planejamento ser uma ferramenta crucial para o êxito nos negócios e na vida como um todo. As pessoas precisam planejar e traçar metas, potencializar meios para efetivação de seios objetivos, seja qual for a natureza do mesmo. Muito do sucesso creditado às micro e pequenas empresas em estágio de maturidade está relacionado ao empreendedor que planejou corretamente o seu negócio e realizou uma análise de viabilidade criteriosa do empreendimento antes de colocá-lo em prática. Poucos empresários sabem como escrever adequadamente um bom plano de negócios. A maioria destes é composta de micro e pequenos empresários, os quais não têm conceitos básicos de planejamento, vendas, marketing, fluxo de caixa, ponto de equilíbrio e projeções de faturamento. Quando entendem o conceito, geralmente não conseguem colocá-lo objetivamente em um plano de negócios. É importante frisar que não basta ter formação ou nascer em um ambiente propício, ou ainda ter tino empresarial, termo usado equivocadamente para definir pessoas bem sucedidas nos negócios. O ideal é desenvolver a maior parte das características supracitadas, numa dosagem satisfatória, pois ter uma característica empreendedora muito desenvolvida pode inibir outra não menos importante. Se o empreendedor reúne a maior parte dessas características terá grandes chances de êxito. Quem quer se estabelecer por conta própria no mercado brasileiro e, principalmente, alçar vôos mais altos na conquista do mercado externo deve saber que clientes, fornecedores e mesmo os concorrentes só respeitam os que se mostram à altura do desafio. No Brasil a cultura empreendedora caminha a passos lentos. Este fato pode ser observado por estudos desenvolvidos por entidades especializadas no assunto como o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é o maior projeto de pesquisa sobre a atividade empreendedora, cobrindo mais de 60 países consorciados com indiscutível representatividade em termos econômicos (aproximadamente 95% do PIB mundial) e demográficos (mais de dois terços da população mundial). Os resultados que o GEM proporciona têm repercutido e influenciado de modo positivo na formulação de políticas, programas e ações institucionais que visam a apoiar o desenvolvimento da atividade empreendedora nos países. Em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), como instituição executora do Projeto GEM Brasil, tem envidado esforços para que a pesquisa ganhe maior reconhecimento de organizações públicas e privadas e tem recebidoapoios crescentes. Estão envolvidos no projeto: o SEBRAE Nacional, principal promotor da pesquisa, o SESI/PR, o SENAI/PR e a Universidade Positivo, como parceria técnica, os profissionais responsáveis pelas análises técnicas, a equipe técnica do Programa de Empreendedorismo do IBQP e os cidadãos brasileiros, que anualmente recebem os pesquisadores e fornecem as informações que norteiam os rumos do empreendedorismo no país. Segundo a pesquisa o Brasil ocupou a 13º posição no ranking mundial de empreendedorismo realizado pelo GEM em 2008. A Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA)1 brasileira foi de 12%, o que significa que de cada 100 brasileiros em idade adulta (18 a 64 anos) 12 realizavam alguma atividade empreendedora até o momento da pesquisa. Essa taxa está relativamente próxima da média histórica brasileira, que é de 12,72%. Pela primeira vez desde que a pesquisa foi iniciada no Brasil, o país ficou fora do grupo dos dez países com maiores taxas de empreendedorismo. A Bolívia ficou em primeiro lugar, com uma TEA de 29,8%; o Peru ocupou o segundo lugar no ranking, com uma TEA de 25,6%. No outro extremo do ranking, pode-se observar que os últimos lugares foram ocupados por países europeus, como a Bélgica, em último lugar, precedida por Rússia e Alemanha. A ausência da China na pesquisa deste ano é relevante, pois pela estimativa do ano passado a sua participação representa mais da metade do total de empreendedores do mundo (GEM 2007, p. 29). Os países representados pelo G-20 apresentam uma característica que também é encontrada no conjunto total de países da pesquisa GEM 2008. Os países considerados mais desenvolvidos obtiveram taxas de empreendedorismo mais baixas que os países do grupo com desenvolvimento relativamente menor. Os Estados Unidos são a exceção, pois é desenvolvido, mas apresenta taxas de empreendedorismo semelhantes às dos países de estágio de desenvolvimento. Essa pesquisa revela dados e termos importantes em relação ao empreendedor e seu estudo. De acordo com a pesquisa os empreendedores classificam-se em: - Empreendedores Iniciais: São aqueles cujos empreendimentos têm até 42 meses de vida (três anos e meio), período que a literatura considera capital para a sobrevivência de um empreendimento (GEM, 2006). Esses empreendedores compõem uma taxa, denominada TEA e subdividem-se em dois tipos: nascentes - aqueles à frente de negócios em implantação – busca de espaço, escolha de setor, estudo de mercado, etc. – que, se chegaram a geraram remuneração, o fizeram por menos de três meses; novos - cujos negócios já estão em funcionamento e geraram remuneração por pelo menos três meses; - Empreendedores estabelecidos - são aqueles à frente de empreendimentos com mais de 42 meses de vida. Outra informação pujante revelada nessa pesquisa é a motivação para iniciar uma atividade empreendedora, principalmente para se conhecer melhor a natureza do empreendedorismo em países em desenvolvimento. A taxa de empreendedorismo por oportunidade reflete o “lado positivo” da atividade empreendedora nos países. Essa porção de empreendedores é aquela que iniciou sua atividade para melhorar sua condição de vida ao observar uma oportunidade para empreender. O outro extremo da atividade empreendedora é aquele em que as pessoas empreendem diante de uma necessidade. Nesse caso, há o empreendedorismo como “ferramenta para o desenvolvimento”. Esses estudos são coesos e disponibilizam informações quantitativas e qualitativas referentes à figura do empreendedor, como também fomentam seu desenvolvimento na cultura dos países. Oferecendo subsídios as pessoas detentoras do poder. A ação de estimular empregados a se envolverem em atividades de inovação na organização é conhecida como empreendedorismo corporativo ou intraempreendedorismo. Portanto, considera-se intraempreendedor, a pessoa empregada em tempo integral que se envolveu como líder em ambas as etapas de desenvolvimento de novas atividades empresariais. De acordo com os dados da pesquisa GEM 2008, 0,6% dos brasileiros adultos desenvolveram atividades que lhes permitiram ser classificados como intraempreendedores. Iniciativas como as do Global Entrepreneurship Monitor, juntamente como as do SEBRAE e outras entidades, são de suma importância ao desenvolvimento de um país. Salientando que a cultura empreendedora deveria ser difundida no meio social de forma efetiva, sendo introduzida nas escolas, e porque não, estar presente na grade de ensino durante toda trajetória educacional do cidadão. Porém, enquanto essa realidade não se concretiza, devemos buscar o conhecimento, e nos atualizarmos em tempo integral, pois as demandas ambientais são mutáveis. Estudos recentes nos presentearam com um conceito já existente há séculos, mas visto de uma maneira inovadora, o conceito da Iconoclastia ou Iconoclasmo. Do grego eikon, "ícone", e klastein, "quebrar") é a doutrina que se opõe ao culto de ícones religiosos e outras obras, geralmente por motivos políticos ou religiosos. A iconoclastia pode acontecer com povos de religiões diferentes, mas é freqüentemente o resultado de disputas entre facções de uma mesma religião. No âmbito do cristianismo, a iconoclastia é geralmente motivada pela interpretação literal dos dez mandamentos, que proíbem os fiéis de adorar imagens. As pessoas envolvidas em tais práticas são conhecidas como iconoclastas, um termo que passou a ser aplicado a qualquer um que quebra dogmas ou convenções estabelecidas ou as desdenha. Inversamente, aqueles que reverenciam ou veneram os ícones são conhecidos como iconófilos. A iconoclastia opõe-se apenas a representação dos santos e outros seres espirituais com imagens, e não a comunhão e intercessão dos santos, dogma praticado desde o cristianismo primitivo. Foi importante na história da Igreja Ortodoxa durante o Império Bizantino, nos séculos VIII e IX. As escolas iconoclastas enfatizam a compreensão e a transformação interior. São exemplos delas: o sufismo na religião islâmica, o hassidismo e a cabala no judaísmo, o advaita ventana no hinduísmo, e o zen e o dzogchen, no budismo. Esses movimentos nunca se expandiram bastante por serem considerados suspeitos pelas hierarquias religiosas estabelecidas. Recentemente Gregory Berns afirmou que iconoclastas são pessoas que conseguem alcançar coisas que outras dizem que não podem ser feitas. Ao fazê-lo, eles superam barreiras que detém a maioria de nós. Iconoclastas reconhecem o fato de que a criação é também um ato de destruição: para criar algo, você deve por abaixo maneiras convencionais de pensar. Queira você ser um iconoclasta ou não, é fundamental para o sucesso em qualquer campo entender como a mente iconoclasta funciona. Berns acredita que existam três barreiras que a mente mediana impõe ao pensamento genuinamente inovador, a saber: percepção – constitui o fator mais importante para quem quer chegar a novas idéias. Porém o cérebro está constantemente fazendo previsões e interpretações sobre o que ele vê. O problema é que essas previsões são baseadas em grande medida em experiências passadas, impedindo de certa forma, o desenvolvimento de novas idéias. medo – o cérebro humano é muito social, evolui em ambientes sociais, e por isso condicionado a pensar em o que o outro pensa a seu respeito. Por conseguinte, quando alguém faz algo diferente, está fazendo algo fora do padrão, e a sociedade os prepara para temer e evitar. habilidades sociais (persuasão, inteligência social) – fazer as pessoas aceitarem onovo, o iconoclasta vende sua idéia “revolucionária” para outra s pessoas. Percebe-se que as características do iconoclasta são bem similares com as do empreendedor, porém eles não são iguais. Pois o empreendedor está contextualizado na sociedade e interage com a mesma a todo o momento. Percebendo suas necessidades e oferecendo–lhes inovações sempre no intuito de agradá-la. Já o iconoclasta diverge da sociedade não está preocupado em agradar, apesar de ter a habilidade de fazê-lo. São formadores de opinião, são mais eles. No meio social temos vários exemplos de iconoclastas, como: Madona, Michael Jackson, Philip Kotler, Elton Jhon, Bill Gates entre outros. REFERÊNCIAS DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001. BRITTO, Francisco; WEVER, Luiz. Empreendedores brasileiros: vivendo e aprendendo com grandes nomes. Rio de Janeiro: Campus, 2003. DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999. MARCOVITCH, Jacques. Empreendedores brasileiros. HSM Management, V. 4, n. 57, p. 27. Jul./Ago. 2006. FILION, Jacques Louis. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários- gerentes de pequenos negócios, V. 34, n. 2, p. 16. Abril./Junho1999. Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Empreendedorismo no Brasil: Relatório Executivo. Pesquisa GEM 2008. BERNS Gregory. Iconoclastas e as três diferenças. Disponível em: <http//:www.hsmmanagement.com.br>
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