Buscar

Higiene e Segurança no Trabalho Material Didático Unidades I à IV

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 1 
 
 
MEC – SETEC 
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL 
IFPA – CAMPUS BELÉM 
CURSO DE ENGENHARIA DOS MATERIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIGIENE E 
SEGURANÇA NO 
TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes 
Belém – Pará 
2014 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 2 
 
SUMÁRIO 
UNIDADE I: INTRODUÇÃO 
1.1 - Apresentação 
1.2 - Considerações Gerais 
1.3 - Dados Históricos 
1.4 - Conceitos Básicos 
1.5 - Exercícios Propostos 
UNIDADE II: ACIDENTES DO TRABALHO E DOENÇAS PROFISSIONAIS 
2.1 - Conceito Legal e Conceito Prevencionista 
2.2 - Causas 
2.3 - Conseqüências 
2.4 - Analises e Legislação 
2.5 - Exercícios Propostos 
UNIDADE III: EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA 
3.1 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 
3.2 - Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) 
3.3 - Exercícios Propostos 
UNIDADE IV: RISCOS AMBIENTAIS 
4.1 - Riscos Físicos 
4.2 - Riscos Químicos 
4.3 - Riscos Biológicos 
4.4 - Riscos Ergonômicos 
4.5 - Riscos de Acidentes 
4.6 - Mapa de Riscos 
4.7 - Elaboração de artigo 
UNIDADE V: NORMAS REGULAMENTADORAS 
5.1 - NR 5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 
5.2 - NR 18: Condições e meio ambiente de trabalho na industria da construção 
5.3 - NR 23: Proteção contra incêndios 
5.4 - NR 25: Resíduos Industriais 
5.5 - NR 26: Sinalização de segurança 
5.6 - Elaboração de artigo 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14280. Cadastro de 
Acidente do Trabalho.&nbsp. Rio de Janeiro:ABNT, 2001. 
ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. São Paulo: Atlas, 2006 
COUTO, Hudson A. Ergonomia Aplicada ao Trabalho. Belo Horizonte: Ergo Editora, 1995. 
FUNDACENTRO. Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho. São Paulo, 1981. 
MORAES, G. A. Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional. Rio de Janeiro: Gerenciamento 
Verde Editora e Livraria Virtual, 2007. 
SALIBA, Tuffi. Curso Básico de Segurança e Higiene Ocupacional. São Paulo: LTR, 2004. 
464pg. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 3 
 
UNIDADE I – INTRODUÇÃO 
 
1.1 - APRESENTAÇÃO 
 
 Os ambientes de trabalho das engenharias de requer conhecimentos de higiene e segurança no 
trabalho. Para tanto, esta disciplina tem como objetivo a formação inicial dos materiais trabalhados e 
desenvolvidos para o curso de engenharia de materiais do Instituto Federal do Pará na preparação da 
disciplina higiene e segurança no trabalho. Sendo os discentes os primeiros destinatários, a temática 
abordada e a forma integrada como é apresentada (bibliografia, legislação, entre outras informações), 
podem também constituir um instrumento de trabalho relevante quer para aquisição de 
conhecimentos, quer para a publicação de artigos científicos nesta área do conhecimento. O Instituto 
Federal do Pará passa, assim, a disponibilizar estas anotações, os quais serão periodicamente 
atualizados de forma a manter e reforçar o interesse da sua publicação. 
 
1.2 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
 A segurança e a saúde do trabalhador deverá encarada como qualidade de vida, onde 
verifica-se que o direito de viver e trabalhar em um ambiente sadio deve ser considerado um dos 
direitos fundamentais do homem. 
 Num mundo onde se busca a qualidade de produto e qualidade humana, nada mais certa do 
que falar em qualidade de vida do trabalhador, associando-a aos fatores de saúde e da preservação da 
integridade física no ambiente de trabalho. 
 Não se sabe ao certo quando o homem começou a se preocupar com acidentes e doenças 
relacionadas com o trabalho. Já no século IV a C., eram feitas referências à existência de moléstias 
entre mineiros e metalúrgicos. Mas foi com a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, no final do 
séc. XVIII e com o aparecimento das máquinas de tecelagem, movido a vapor, que a ocorrência de 
acidentes aumentaram. 
 A produção, que antes era artesanal e doméstica, passa a ser realizadas em fábricas mal 
ventiladas, com ruídos altíssimos e em máquinas sem proteção. Mulheres, homens e principalmente 
crianças foram as grandes vítimas. 
 A primeira legislação no campo de proteção ao trabalhador, a “Lei das Fábricas”, surgiu na 
Inglaterra em 1833, determinando limites de idade mínima e jornada de trabalho (por jornada de 
trabalho entende-se o tempo que o funcionário, por determinações das convenções coletivas e por 
Lei, ou ainda pelo próprio contrato de trabalho, deve permanecer à disposição da empresa para 
realizar a tarefa determinada). 
 No Brasil a industrialização tomou impulso a partir da 2° Guerra Mundial, a situação dos 
trabalhadores não foi diferente: nossas condições de trabalho mataram e mutilaram mais pessoas que 
a maioria dos países industrializados do mundo. 
 Com o objetivo de melhorar as condições de saúde e trabalho no Brasil, a partir da década de 
30, várias leis sociais foram criadas; dentre elas, ressalta-se a obrigatoriedade da formação da CIPA 
– Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que se tornou eletiva em 1944. 
 A partir desta data, a CIPA sofreu várias regulamentações, mas a preocupação com a 
Segurança e Saúde do trabalhador ainda é pequena. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 4 
 
 Na divulgação das primeiras estatísticas de Acidentes do Trabalho pelo então instituto de 
Previdência Social tomou-se conhecimento da gravidade da situação da Segurança do Trabalho no 
Brasil – 16,75% de trabalhadores acidentados no ano de 1970. 
 Diante desses dados, umas séries de medidas foram tomadas para tentar reverter à situação. 
Dentre elas, ressaltamos: 
1 – Obrigatoriedade da existência de Serviços de Medicina do Trabalho e Engenharia de Segurança 
nas Empresas. (1972). 
2 – Alterações no capítulo V da CLT modificando a Legislação Prevencionista (1977) e 
Regulamentação das 28 normas de Segurança e Medicina do Trabalho, favorecendo uma atuação 
mais efetiva da CIPA nas Empresas. 
3 – Amplo programa de formação de profissionais nas áreas de Segurança e Medicina do Trabalho. 
4 – Desenvolvimento de programa de orientação à prevenção de acidentes e de formação de 
CIPEIROS (obrigatório a partir de 1978). 
 E, mais recentemente, o aparecimento de um empresariado progressista, com uma visão 
Prevencionista que associa a qualidade de produtos e serviços à qualidade de vida do trabalhador. 
 Estas medidas têm colaborado para a redução do número de acidentes e doenças do trabalho 
oficialmente divulgado. Porém, a complexidade das questões, relativas ao registro de acidentes e 
doenças profissionais, torna difícil precisar o índice dessa redução, pois uma quantidade muito 
grande de trabalhadores não é registrada e, portanto, seus acidentes e doenças não são comunicados 
ao INSS e à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego. 
 Diante da persistência de elevados índices de acidentes do trabalho, com grandes perdas 
humanas e econômicas, é que surge o Mapa de Riscos Ambientais, o PPRA (Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais) e o PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional). 
 Estes instrumentos representam uma tentativa inédita no Brasil, de comprometer e envolver 
os trabalhadores e também os empresários, na solução de um problema que interessa a todos superar. 
 
1.3 - DADOS HISTÓRICOS 
 
 O marco inicialda moderna industrialização teve origem com o aparecimento da 1° máquina 
de fiar na Inglaterra, na época da Revolução Industrial (1760/1830). 
 A mão-de-obra era constituída por homens, mulheres e crianças sem quaisquer restrições 
quanto à saúde e a segurança do trabalhador. 
 Outro aspecto importante era o excesso de mão-de-obra desqualificada, gerando a 
improvisação na indústria, e conseqüentes riscos. 
 Nessa época os trabalhadores tiveram que suportar sem nenhum amparo as conseqüências dos 
acidentes e das doenças ocupacionais. 
 Os primeiros problemas ocupacionais eram: 
 Máquinas sem proteção; 
 Ambientes sem ventilação; 
 Ruído; 
 Trabalhos sem limites de horas. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 5 
 
 A primeira preocupação com Segurança deu-se quando o Parlamento Britânico aprovou a 1° 
Lei de Proteção aos Trabalhadores, que estabeleceu, entre outras coisas, a “Lei de Saúde Moral dos 
Aprendizes”, que alterava sobre: 
 O limite de 12 horas de trabalho por dia; 
 Proibição de trabalho noturno; 
 A obrigação dos patrões de lavar as paredes das fábricas duas vezes ao ano; 
 A obrigatoriedade da ventilação. 
 Em 21 de junho de 1958, na 42° Conferência Internacional do Trabalho em Genebra foi 
estabelecido o Serviço de Saúde Ocupacional. 
 Extra – oficialmente, o Brasil mantinha, na década de 40, instituída por decreto, a CIPA, hoje 
regulamentada pela Lei n° 3.214, de 08/06/1978, do Ministério do Trabalho. 
 
1.4 - CONCEITOS BÁSICOS: 
 
ACIDENTE DE TRABALHO - CONCEITO LEGAL (LEI Nº6367/76 e Nº 8.213/91) 
 
Art. 19 -“Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, 
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causa a morte ou perda, ou redução 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. 
 
Art. 20 - Equiparam-se ao acidente do trabalho, para os fins desta lei: A doença profissional ou do 
trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar a determinado ramo de atividade e constante da 
relação organizada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. 
 
Art. 21 - O acidente, que ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído 
diretamente para a morte, ou perda, ou redução da capacidade para o trabalho; 
 
 O acidente sofrido pelo funcionário no local e no horário de trabalho em conseqüência de: 
a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro, inclusive colega de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; 
c) ato de imprudência, negligência ou de imperícia de terceiro, inclusive colega de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação ou incêndio; 
f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior. 
 A doença proveniente da contaminação acidental de pessoa da área médica, no exercício de 
sua atividade; 
 O acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho: 
a) Na execução de ordem ou realização de serviço sob autoridade da empresa; 
b) Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcional 
proveito; 
c) Em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo 
de propriedade do empregado; 
d) No percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela; 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 6 
 
 
Parágrafo 1º- Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de 
outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado será considerado 
a serviço da empresa; 
 
ACIDENTE NO EXERCÍCIO DO TRABALHO À SERVIÇO DA EMPRESA 
 
 Para que uma lesão ou moléstia seja considerada acidente do trabalho é necessário que haja 
entre o resultado e o trabalho uma ligação, ou seja, que o resultado danoso tenha origem no trabalho 
desempenhado e em função de serviço. 
 Assim por exemplo, se um empregado for assistir a um jogo de futebol e cair da arquibancada 
onde sentou não se tratará de acidente do trabalho. Todavia, se com ele cai o empregado do clube 
que estava a efetuar a limpeza da arquibancada, a legislação referida protegerá o funcionário do 
clube. 
 São dois elementos que caracterizam o acidente: a Lesão Corporal e a Perturbação Funcional. 
 
Lesão Corporal: Por Lesão Corporal deve ser entendido qualquer dano anatômico, por exemplo, 
uma fratura, um machucado e até mesmo a perda de um membro. 
 
Perturbação Funcional: Por Perturbação Funcional deve ser entendido o prejuízo como uma 
perturbação mental devida a alguém ficar atrapalhando tanto verbal, visual e físico. 
 
1.5 - Exercícios Proposto 
 
1. A Revolução industrial começou em que século? 
(a) Século XVIII 
(b) Século XVII 
(c) Século XXI 
2. Em que ano se tornou obrigatoriedade da existência de Serviços de Medicina do Trabalho e 
Engenharia de Segurança nas Empresas? 
(a) Em 1972 
(b) Em 1982 
(c) Em 1962 
3. De o significado das siglas PPRA e PCMSO. 
PPRA: 
PCMSO: 
4. Coloque Verdadeiro (V) ou Falso (F). 
a. ( ) Acidente do trabalho é todo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho realizado em casa 
nos finais de semana. 
b. ( ) Para ser considerado acidente do trabalho é necessário que haja entre o resultado e o trabalho 
uma ligação, ou seja, que o resultado danoso tenha origem no trabalho desempenhado e em função 
do serviço. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 7 
 
c. ( ) Se um empregado for assistir à um jogo de futebol e cair da arquibancada onde se sentou, não 
se trata de um acidente do trabalho, mas do mesmo modo se cair junto com ele o empregado do clube 
que estava efetuando a limpeza da arquibancada na hora do jogo se trata. 
d. ( ) Entende-se por lesão corporal qualquer dano anatômico. 
e. ( ) Entende-se por perturbação funcional o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou 
sentido. 
 
5. Faça um breve comentário (redação de no mínimo 5 linhas) sobre a Unidade I: Introdução sobre 
Higiene e Segurança no Trabalho. 
 
 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 8 
 
 
UNIDADE II: ACIDENTES DO TRABALHO E DOENÇAS PROFISSIONAIS 
 O que é acidente? Se procurarmos a resposta em um dicionário, encontraremos: 
acontecimento imprevisto, casual ou não; ou então: acontecimento infeliz que resulta em ferimento, 
dano, estrago, prejuízo, avaria, ruína, etc. 
 Nesse sentido, é muito importante observar que um acidente não é simples obra do acaso e 
pode trazer consequências indesejáveis. Em outras palavras: acidentes podem ser previstos. E, se 
podem ser previstos, podem ser evitados. 
 Quem se dedica à prevenção sabe que nada acontece por acaso no universo, muito menos o 
que costumamos chamar de acidente. Todo acidente tem uma causa definida, por mais imprevisível 
que pareça ser. Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores, entre eles, 
falhas humanas e falhas materiais. Vale lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. 
Podem acontecer em casa, no lazer, no ambiente de trabalho e nas inúmeras deslocações que 
fazemos de um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias. 
 Quanto aos acidentes no local de trabalho, o que se pode dizer é que grande parte deles ocorre 
porque os trabalhadoresencontram-se despreparados para enfrentar certos riscos. 
 A finalidade deste capítulo é levar-te a refletir sobre as consequências do acidente do trabalho 
para a vítima, para a família, para a empresa e para a sociedade. Ao terminar o estudo dos assuntos 
aqui tratados, ficarás sabendo o que a legislação entende por acidente do trabalho (conceito legal) e o 
que se considera acidente do trabalho numa lógica de prevenção. 
 
2.1 - Conceito Legal e Conceito Prevencionista 
 
CONCEITO LEGAL 
 Numa sociedade democrática, as leis existem para delimitar os direitos e os deveres dos 
cidadãos. Qualquer pessoa que sentir que seus direitos foram desrespeitados pode recorrer à Justiça 
para tentar obter reparação, por perdas e danos sofridos em consequência de atos ou omissões de 
terceiros. 
 As decisões da Justiça são tomadas com base nas leis em vigor. É bom que o trabalhador 
também tenha algum conhecimento sobre as leis que foram elaboradas para proteger seus direitos. 
Por isso, é importante saber o que a legislação entende por acidente de trabalho. 
 Segundo a definição dada pelo Decreto Lei nº 2127 de Março de 1965, acidente de trabalho 
é todo o que ocorre no tempo e no local de trabalho e que produza, direta ou indiretamente 
lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte morte ou redução na 
capacidade de ganho do trabalhador. Ou seja, qualquer acidente que ocorrer com um trabalhador, 
estando ele a serviço de uma empresa, é considerado acidente do trabalho. 
 Para entender melhor a definição anterior, é necessário saber também que: 
 Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por 
exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro. 
 Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por 
exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma 
perturbação funcional. 
 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 9 
 
 O acidente típico de trabalho ocorre no local e durante o horário de serviço. É considerado 
como um acontecimento súbito, violento e ocasional. Mesmo não sendo a única causa, provoca, no 
trabalhador, uma incapacidade para a prestação de serviço e, em casos extremos, a morte. Pode ser 
consequência de um ato de agressão, de um ato de imprudência ou imperícia, de uma ofensa física 
intencional, ou de causas fortuitas como, por exemplo, incêndio, desabamento ou inundação. 
 Mas a legislação também enquadra como acidente de trabalho os que ocorrem nas situações 
apresentadas a seguir: 
 Acidente de trajeto (ou percurso) - Considera-se acidente de trajeto o que ocorre no 
percurso da residência para o trabalho ou do trabalho para a residência. Nesses casos, o 
trabalhador está protegido pela legislação que dispõe sobre acidentes do trabalho. Também é 
considerada como acidente do trabalho, qualquer ocorrência que envolva o trabalhador no 
trajeto para casa, ou na volta para o trabalho, no horário do almoço. Entretanto, se, por 
interesse próprio, o trabalhador alterar ou interromper seu percurso normal, uma ocorrência, 
nessas condições, deixa de caracterizar-se como acidente de trabalho. Percurso normal é o 
caminho habitualmente seguido pelo trabalhador, locomovendo-se a pé ou usando meio de 
transporte fornecido pela empresa, condução própria ou transporte coletivo urbano. 
 Acidente fora do local e horário de trabalho – Considera-se, também, um acidente de 
trabalho, quando o trabalhador sofre algum acidente fora do local e horário de trabalho, no 
cumprimento de ordens ou na realização de serviço da empresa. Se o trabalhador sofrer 
qualquer acidente, estando em viagem a serviço da empresa, não importa o meio de condução 
utilizado, ainda que seja de propriedade particular, estará amparado pela legislação que trata 
de acidentes do trabalho. 
 
 Existem também as doenças adquiridas em decorrência do exercício do trabalho em si ou das 
condições especiais em que o trabalho é realizado. Ambos os casos são consideradas como acidentes 
de trabalho, quando deles decorrer a incapacidade para o trabalho. 
 Tu já deves ter passado pela experiência de pegar uma forte gripe, de colegas de trabalho, por 
contágio. Essa doença, embora possa ter sido adquirida no ambiente de trabalho, não é considerada 
acidente de trabalho, porque não é ocasionada pelos meios de produção. 
 Mas se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem proteção auditiva 
adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado pelo trabalho executado junto a uma grande 
prensa, isso caracteriza acidente de trabalho. Ou ainda, se um trabalhador sofrer de inflamação dos 
tendões ou das articulações por exercer atividades repetitivas, que solicitam sempre o mesmo grupo 
de músculos. 
 A lista das doenças profissionais é bastante extensa e pode sofrer novas inclusões ou 
exclusões, à medida que forem mudando as relações entre o homem e o trabalho. 
 São os seguintes os principais diplomas legais na área da segurança no local de trabalho: 
 Decreto-Lei nº 441/91 
 Decreto-Lei nº 72/92 e Decreto Regulamentar nº 9/92 
 Decreto-Lei nº 128/93 e nº 348/93 e Portaria nº 988/93 
 Decreto-Lei nº 349/93 e Portaria nº 989/93 
 Decreto-Lei nº 379/93 
 Decreto-Lei nº 26/94 e Lei nº 7/95 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 10 
 
 Decreto-Lei nº 155/95 e Portaria nº 101/96 
 
IMPORTANTE: Todo acidente do trabalho, por mais leve que seja, deve ser comunicado à 
empresa. Caso contrário, o trabalhador perderá seus direitos e a empresa deverá pagar multa. 
 
 Acidente Típico do Trabalho: Ocorre no local e durante o horário do trabalho, considerado 
como um acontecimento súbito, violento e ocasional, que provoca no trabalhador incapacidade 
para a prestação do serviço. 
 Acidente de Trajeto: Ocorre na ida ou na volta do trabalho, ou ocorrido no mesmo trajeto 
quando o trabalhador efetua suas refeições em casa. Deixa de ser caracterizado o acidente 
quando o empregado tenha, por interesse próprio, interrompido ou alterado o percurso normal. 
 Ato de Terceiro: Esse ato de terceiro pode se culposo ou doloso. Será considerado culposo 
quando a pessoa que deu ensejo ao mesmo não tinha intenção de que o fato acontecesse. Foi um 
ato de imprudência, negligência, imperícia que resultou num dano de outrem. Já o ato doloso é 
consciente, e a pessoa que o pratica age de má fé com vontade dirigida para a obtenção de um 
resultado criminoso. 
 
 Assim, o legislador (pessoa que elabora as leis) estendeu o conceito de acidente aos atos 
dolosos que atingem o trabalhador proveniente da relação de emprego, tal como os casos de 
sabotagem, ofensa física levada a cabo por companheiro de serviço ou terceiro, resultante de disputa 
originada na prestação de serviço. 
 Como vemos a exclusão que se manifesta é a referente a ato doloso contra empregado, 
oriundo de terceiros ou de companheiro de serviço, não originado de disputa relativa ao trabalho. 
Assim, o ferimento sofrido por um empregado no local e horário de trabalho, por parte de outro 
colega de serviço, com origem em questão de ciúme ou mesmo de discussão sobre futebol, não se 
caracteriza como acidente do trabalho. 
 
 Acidente de Força Maior: Ocorre caso o funcionário se acidente por causa de inundação, 
incêndio e fatores que não podem ser previsíveis. (dentro do horário de trabalho). 
 Acidente fora do loca de horário de trabalho: Ocorre fora do local e horário de trabalho, 
quando no cumprimento de ordem ou na realização de serviços sob a autorização da empresa. 
Ex: Quando o empregado se acidenta realizando uma viagema serviço da empresa. 
 
CONCEITO PREVENCIONISTA 
 O acidente do trabalho no conceito legal só é caracterizado quando dele decorre uma lesão 
física, perturbação funcional ou doença, levando à morte, perda total ou parcial, permanente ou 
temporária da capacidade para o trabalho. Os prevencionistas, em especial os membros da Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, não devem se ater somente ao conceito legal, mas 
procurar conhecer o acidente do trabalho em toda a sua extensão e principalmente em suas 
possibilidades de prevenção. 
 Os acidentes que não causem ferimentos pessoais devem ser considerados acidente do 
trabalho do ponto de vista técnico – prevencionista, visando evitar os danos físicos que possam por 
eles ser provocados. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 11 
 
 Assim, o conceito prevencionista caracteriza o acidente de trabalho como “toda ocorrência 
não programada, estranha ao andamento normal do trabalho, da qual possa resultar dano 
físico e/ou funcionais, morte do trabalhador e/ou danos materiais e econômicos à empresa”. 
 Partindo dessa definição, o prevencionista se propõe a estudar os acidentes do trabalho sob 
dois aspectos: 
 Acidente-meio: é aquele que não precisa haver ferimento a alguém para se caracterizar, 
bastando somente a ocorrência de prejuízos sem mesmo envolver o elemento humano. 
Exemplo: uma pilha de sacos que desmorona sem atingir pessoas. 
 Acidente tipo: é aquele que só existe quando fere alguém. 
Exemplo: a mesma pilha de sacos que ao desmoronar provoca ferimento em alguém. 
 
“TODO ACIDENTE DEVE SER CONSIDERADO IMPORTANTE, POIS NÃO É POSSÍVEL 
PREVER SE ELE PROVOCARÁ OU NÃO LESÕES NO TRABALHADOR”. 
 
 Esta conceituação ampla leva ao registro de todos os acidentes do trabalho ocorridos, 
permitindo a exploração de suas causas e conseqüente prevenção, que caracterize a verdadeira 
atuação da CIPA. Um exemplo seria o caso de uma ferramenta que cai do alto de um andaime. 
Fica caracterizado sob o enfoque prevencionista, mesmo que este não atinja ninguém. 
 
DOENÇAS PROFISSIONAIS E DO TRABALHO 
 Doença Profissional: É entendida como produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho 
peculiar de determinada atividade. Assim o saturnismo (intoxicação provocada em quem 
trabalha com chumbo) é uma doença tipicamente profissional. 
 Doença do Trabalho: É entendida como adquirida ou desencadeada em função de condições 
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Assim, por exemplo, 
podemos citar a surdez como doença do trabalho, tendo em conta o serviço executado em local 
extremamente ruidoso. 
 
2.2 - Causas 
 As causas de incapacidade “associadas” ao acidente do trabalho pode acontecer que o 
empregado já tivesse condições que facilitassem o acontecimento ou resultado. Se um indivíduo tem 
certa fraqueza óssea e sofre uma pancada que para outro traria como conseqüência apenas uma zona 
dolorida, mas para ele resulta em fratura, suas condições pessoais não afastam a aplicação da 
legislação acidentária pela totalidade do acontecimento. Se uma lesão como ferimento atinge um 
diabético, que em face de suas condições de saúde vem a sofrer amputação de uma perna ou braço, a 
legislação acidentária cobre a conseqüência total. 
 
2.3 - Conseqüências 
 Muitas vezes, pior que o acidente em si, são as suas consequências. Todos sofrem: 
 A vítima, que fica incapacitada de forma total ou parcial, temporária ou permanente para o 
trabalho; 
 A família, que tem seu padrão de vida afetado pela falta dos ganhos normais; 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 12 
 
 As empresas, com a perda de mão-de-obra, de material, de equipamentos, tempo, etc., e, 
consequentemente, elevação dos custos operacionais; 
 A sociedade, com o número crescente de inválidos e dependentes da Segurança Social; 
 O país, com todo o conjunto de efeitos negativos dos acidentes de trabalho. 
 
 Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas por 
algumas horas, o que é chamado de acidente sem afastamento. É o que ocorre, por exemplo, quando 
o acidente resulta num pequeno corte e o trabalhador retorna ao trabalho em seguida. 
 Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas atividades por 
dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador acidentado não retornar ao trabalho 
imediatamente ou até a jornada seguinte, temos o chamado acidente com afastamento, que pode 
resultar na incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial e permanente, ou, ainda, na 
incapacidade total e permanente para o trabalho. 
 A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado 
de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais. 
 A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda vida, da capacidade física 
total para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma 
vista. 
 A incapacidade total e permanente é a invalidez incurável para o trabalho. Nesse caso, o 
trabalhador não tem mais condições para trabalhar. É o que acontece, por exemplo, se um 
trabalhador perde as duas vistas em um acidente do trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta 
na morte do trabalhador. 
 Os danos causados pelos acidentes são sempre bem maiores do que se imagina à primeira 
vista. Analisa, por exemplo, a seguinte situação: 
 Um trabalhador desvia sua atenção do trabalho por uma fração de segundo, ocasionando um 
acidente sério. Além do próprio trabalhador são atingidos mais dois colegas que trabalham ao seu 
lado. O trabalhador tem de ser removido urgentemente para o hospital e os dois outros trabalhadores 
envolvidos são atendidos na enfermaria da empresa. Um equipamento de fundamental importância 
é paralisado em consequência de quebra de algumas peças. 
 Resultados imediatos: três trabalhadores afastados, paralisação temporária das atividades da 
secção, equipamento danificado, tensão no ambiente de trabalho. A análise das consequências do 
acidente poderia parar por aí. Mas, em casos como esse, é conveniente pensar também na 
potencialidade de danos e riscos que se originaram do acidente. 
 O equipamento parado é uma guilhotina que corta a matéria-prima para vários setores de 
produção. Deve, portanto, ser reparada com toda urgência possível. Nesse caso, o sector de 
manutenção precisa entrar em ação rapidamente e, justamente por isso, apresenta a tendência de 
passar por cima de muitos princípios de segurança, devido à pressa em consertar a máquina. Além 
disso, na remoção do acidentado para o hospital, novos riscos poderão ser criados. A pressa do 
motorista da ambulância, para chegar o mais rápido possível ao hospital, poderá criar condições 
desfavoráveis à sua segurança e à dos demais ocupantes do veículo e de outros veículos na rua. 
 Percebes agora como um acidente de trabalho tem, muitas vezes, uma força ainda maior do 
que simplesmente causar os danos que se observam na ocorrência do acidente em si? 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 13 
 
 Esse é mais um fator que pesa, favoravelmente, na justificativa de uma atitude prevencionista. 
Não é melhor prevenir o acidente do que enfrentar as consequências? 
 A prevenção de acidentes é uma atividade perfeitamente ao alcance do trabalhador, visto que 
uma das mais evidentes características de superioridade do ser humano sobre os demaisseres vivos é 
a sua capacidade de raciocínio e a previsão dos fatos e ocorrências que afetam o seu meio ambiente. 
 Esses aspectos, voltados para os riscos ambientais e para a prevenção de acidentes do 
trabalho, serão objeto de estudo e destaque nas próximas unidades. 
 
2.4 - Analises e Legislação 
 
2.4.1 - Razões para se analisar eventos adversos 
 Identificar o que está errado e adotar medidas de controle. Nos locais de trabalho existem 
riscos e medidas de controle que devem ser adotadas para eliminá-los ou reduzi-los a fim de prevenir 
acidentes e doenças. A ocorrência de um evento adverso indica que as medidas de controle de risco 
eram inadequadas ou insuficientes. 
 
2.4.2 - Porque analisar eventos adversos relacionados com o trabalho? 
 
 Acidentes e doenças relacionados ao trabalho causam sofrimento e problemas para os 
trabalhadores, suas famílias, outras pessoas e as empresas. 
 Acidentes e doenças relacionados ao trabalho geram custo elevado para as empresas e para a 
sociedade. 
 Análises de eventos adversos constituem importante ferramenta para o desenvolvimento e 
refinamento do sistema de gerenciamento de riscos. 
 Adequada avaliação das condições de segurança e saúde proporciona conhecimento dos riscos 
associados com as atividades laborais, contribuindo para a transformação das condições de 
trabalho. 
 Medidas de controle de risco bem planejadas, associadas com supervisão adequada, 
monitoramento e gestão efetiva de SST, podem garantir que as atividades no trabalho sejam 
seguras. 
 
Além dos motivos acima relacionados, diversas RAZÕES LEGAIS justificam a realização 
das análises: 
 
 As Normas Regulamentadoras (NR) do MTE determinam que as empresas analisem e capacitem 
os trabalhadores para realizar análises de acidentes de trabalho; 
 As Normas Regulamentadoras exigem ainda que os empregadores planejem, controlem e 
monitorem as condições de SST, inclusive fornecendo aos trabalhadores informações sobre 
riscos e medidas de controle; 
 A Previdência Social, por meio de ações regressivas, pode pleitear o ressarcimento dos 
benefícios decorrentes de acidentes e doenças do trabalho cujos fatores relacionados incluam a 
não observação das normas de segurança e saúde no trabalho; 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 14 
 
 A legislação previdenciária prevê a majoração das alíquotas do Seguro de Acidente do Trabalho 
- SAT em função da incidência de acidentes e doenças relacionados ao trabalho na empresa; 
 A Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XXVIII, estabelece indenização por danos 
decorrentes do trabalho; 
 O Código Civil prevê indenizações em certas circunstâncias, independentemente de dolo ou 
culpa por parte das empresas. 
2.4.3 - O que se ganha com uma boa análise? 
 
 A identificação das maneiras pelas quais as pessoas estão expostas a riscos que podem afetar sua 
segurança e saúde. 
 A compreensão do quê ocorreu, de como o trabalho foi realmente executado e de como e por 
que as coisas deram errado. 
 O reconhecimento de deficiências no controle de riscos no trabalho de forma a possibilitar 
alterações e melhorias da gestão de SST. 
 A possibilidade de troca de informações sobre os riscos entre empresas, fabricantes e 
fornecedores. 
 
SISTEMA DE ANÁLISE DE EVENTOS ADVERSOS 
 A necessidade da análise de um evento adverso específico já foi definida neste Guia. 
Entretanto, é importante que se organize um sistema de análise de eventos adversos no qual seja 
valorizado o conhecimento dos fatores relacionados a vários acidentes, incidentes e circunstâncias 
indesejadas ocorridos numa empresa, setor econômico, região geográfica, etc. 
 As informações decorrentes das análises de vários eventos adversos potencializam a 
capacidade de solução de problemas e ampliam a qualidade da gestão de SST. 
 
2.4.4 - Benefícios resultantes de um sistema de análise de eventos adversos 
 Prevenção de outros eventos adversos, similares ou não, que possam ter os mesmos fatores 
geradores. 
 Prevenção de danos ambientais e de impactos negativos na imagem da empresa. 
 Evitar perdas econômicas geradas pela redução da capacidade produtiva decorrentes de eventos 
adversos repetidos e por indenizações. 
 Ampliação das habilidades de solução de problemas. 
 
FATORES OU CONDIÇÕES RELACIONADOS COM A OCORRÊNCIA DE EVENTOS 
ADVERSOS 
 
 Os fatores relacionados com a ocorrência de eventos adversos são de natureza variada e 
podem interagir entre si. 
 O que geralmente é atribuído ao acaso ou azar (“estar no lugar errado na hora errada”) 
pode, durante a análise, ser evidenciado como resultado de uma rede de fatores em interação. 
 Os fatores relacionados com a ocorrência de eventos adversos podem ser: 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 15 
 
 IMEDIATOS: razões mais óbvias da ocorrência de um evento adverso, evidenciadas na 
proximidade das conseqüências. Podem ser identificados diversos fatores imediatos para um 
evento adverso. 
 SUBJACENTES: razões sistêmicas ou organizacionais menos evidentes, porém necessárias 
para que ocorra um evento adverso. 
 LATENTES: condições iniciadoras que possibilitam o surgimento de todos os outros fatores 
relacionados ao evento adverso. Frequentemente são remotas no tempo e no que se refere à 
hierarquia dos envolvidos, quando consideradas em relação ao evento. Geralmente envolvem 
concepção, gestão, planejamento ou organização. 
Exemplo: trabalhador sofre amputação traumática da mão direita em prensa hidráulica. 
Fatores imediatos: possibilidade de ingresso dos segmentos corporais na área de risco; 
inexistência de cortina de luz e comando bi-manual na prensa hidráulica; dispositivo de 
acionamento instalado em local que permite o acionamento involuntário da máquina; 
inexistência de dispositivo de parada de emergência. 
Fatores subjacentes: gestão de SST não evidencia risco elevado na operação da prensa; 
exigência de produção elevada; excesso de jornada; trabalhador com pouca experiência 
na função e sem capacitação. 
Fatores latentes: empresa define a aquisição de prensa hidráulica sem adequados 
sistemas de proteção; gerenciamento da produção inadequado nos períodos de elevada 
demanda; gestão de recursos humanos acarreta excesso de jornada e elevada rotatividade 
de empregados; inexistência de programa de capacitação continuada. 
 
2.4.5 - Quais eventos adversos devem ser analisados? 
 Tão logo se tome conhecimento da ocorrência de um evento adverso, deve ser decidido o que 
analisar e em qual nível. 
 O nível de detalhamento da análise deve ser definido levando-se em consideração, além dos 
prejuízos ou lesões ocorridos, as consequências potenciais e a probabilidade de um novo evento 
ocorrer. As perguntas que devem ser feitas são: 
 É possível que o dano gerado fosse mais sério? 
 É provável que ocorra frequentemente ou novamente? 
 A obrigatoriedade da análise dos acidentes de trabalho (com danos pessoais) está consignada 
na legislação. 
 A decisão de analisar incidentes ou circunstâncias indesejadas deve considerar a oportunidade 
de aprendizado e o potencial de ocorrência de eventos similares com lesões graves. Além disso, 
investigar eventos sem danos pessoais é mais simples do que analisar acidentes. Não há necessidade 
de se lidar com pessoas lesionadas e suas famílias, com trabalhadores preocupados e temerosos e não 
há o risco de ações judiciais civis ou criminais. As pessoas estarão mais propícias a colaborar e 
relatar todos os aspectos relacionados ao evento. 
 Tomemos como exemplo as afirmações decorrentes deeventos adversos: 
1) “Uma vez que todas as válvulas pareciam iguais, por engano abri a válvula errada que 
lançou água fervendo no chão”. 
2) “Eu não sei como a água fervendo atingiu o João”. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 16 
 
 Qual delas é a resposta provável de um incidente e qual é a de um acidente? E qual evidencia 
melhor o problema a ser resolvido? 
 
2.4.6 - Quem deve participar da análise dos eventos adversos? 
 
 É essencial que haja o envolvimento dos vários níveis hierárquicos da empresa e que seja 
valorizada a participação dos trabalhadores da base do sistema produtivo, que detêm saberes 
fundamentais para a gestão de SST. 
 Em função do porte da empresa e da natureza do evento, pode ser necessária a participação de 
diretores, gerentes, supervisores, profissionais de segurança e saúde, dos trabalhadores e de seus 
representantes. 
 O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT 
e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, quando houver, sempre devem participar, 
em virtude de seu conhecimento técnico e de suas atribuições legais. 
 O trabalho em equipe, envolvendo vários níveis hierárquicos, assegura que os conhecimentos 
práticos e gerenciais sejam amplos e que a capacidade de solução dos problemas seja elevada, 
reforçando a idéia de que a investigação é benéfica para todos. 
 Os membros da equipe devem estar familiarizados com boas práticas de SST e com as 
normas e exigências legais. 
 A equipe deve incluir pessoas que tenham habilidades para o processo de análise, que devem 
ser capacitadas para coletar informações, realizar entrevistas, avaliar situações de risco e propor 
medidas de controle. É importante que a equipe tenha tempo e recursos suficientes para executar 
uma análise adequada. É preciso, ainda, que a equipe tenha a participação de pessoas que detenham 
poder de decisão para a solução dos problemas verificados. 
 
2.4.7 - Quando a análise de eventos adversos deve começar? 
 A urgência de uma análise vai depender da magnitude dos riscos envolvidos. Um acidente 
sempre deve ser investigado prontamente, por envolver danos pessoais. 
 Outros eventos adversos devem ser analisados o mais breve possível, pois a motivação e a 
memória de fatos recentes são fatores que ajudam no desenvolvimento da análise. 
 
2.4.8 - O que a análise de eventos adversos deve abranger? 
 A análise deve abranger todos os dados disponíveis na cena do evento, os relatos das vítimas 
e de seus companheiros de trabalho, além de informações documentais, tais como avaliações de 
risco, procedimentos e instruções de trabalho. 
 Deve ainda examinar o histórico de eventos adversos no sistema de análise e também, sempre 
que possível, informações sobre outros eventos ocorridos com os mesmos equipamentos, máquinas, 
processos, etc., mesmo que em outras empresas. 
 
2.4.9 O QUE FAZ UMA ANÁLISE SER ADEQUADA? 
 
“Para se livrar das ervas daninhas, você deve cavar até a raiz. Se você cortar apenas a folhagem a 
planta se manterá viva e sempre poderá crescer novamente.” 
 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 17 
 
 Uma análise adequada revela a rede de fatores em interação e evidencia os fatores subjacentes 
e latentes. 
 Análises que se encerram nos fatores imediatos identificados na proximidade da ocorrência 
do evento não contribuem para evitar que outros acidentes ou incidentes ocorram. Somente com a 
identificação dos fatores subjacentes e latentes, que propiciam a existência dos fatores imediatos, 
será possível adquirir conhecimento capaz de eliminar ou controlar o risco de ocorrência de outros 
eventos adversos. 
 Lidar apenas com fatores imediatos resulta no máximo em mudanças superficiais, mas, com o 
tempo, os fatores subjacentes e latentes que não foram abordados podem gerar condições para que 
outros eventos adversos ocorram, possivelmente com consequências mais sérias. É essencial, 
portanto, que os fatores imediatos, subjacentes e latentes sejam identificados e resolvidos. 
 Os fatores latentes geradores de eventos adversos são quase invariavelmente falhas de gestão, 
organizacionais ou de planejamento. 
 Análises devem ser conduzidas para a prevenção de acidentes e não para procurar culpados. 
As pessoas se tornam defensivas e não cooperativas quando se busca, ainda que indiretamente, 
atribuir culpa. Estudos demonstram que as pessoas não são livres para escolher suas ações dentro de 
um processo de trabalho, pois essas ações são influenciadas por questões gerenciais e 
administrativas, além de cognitivas e psicológicas. 
 O importante não é identificar os erros do trabalhador, mas conhecer as razões que tornaram 
os erros possíveis. Investigações que concluem que “falhas humanas” causaram eventos adversos, 
além de óbvias, são frágeis tecnicamente, inadequadas e superficiais. Paralelamente à falha humana, 
há fatores subjacentes e latentes que criam um ambiente no qual “erros humanos” são inevitáveis. 
 O objetivo é estabelecer não apenas como os eventos adversos ocorrem, mas entender os 
fatores que possibilitaram a ocorrência. Um defeito na concepção de uma máquina, por exemplo, 
vai se perpetuar como fator gerador de eventos adversos independentemente da instalação, operação 
e manutenção da máquina serem adequadas. 
 Devem ser evitadas análises parciais e conclusões apressadas. Supor saber as respostas e 
explicações para o evento antes de completar a análise compromete o resultado. Uma análise 
adequada verificará toda a gestão de SST da empresa. 
 Por ora, procura aplicar o que aprendeu nesta unidade, resolvendo os exercícios a seguir. 
 
2.5 - Exercícios Propostos 
I - Assinale a alternativa correta 
1. O acidente de trajeto ocorre: 
(a) Quando o empregado se acidenta fazendo o seu percurso normal de ida e volta do trabalho. 
(b) Somente quando o empregado precisa usar o transporte coletivo urbano. 
(c) Quando o trajeto se dá em condições de risco. 
2. Considera-se acidente do trabalho: 
(a) Aquele que ocorre em qualquer circunstância. 
(b) Somente quando ocorre morte. 
(c) Aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa. 
3. Acidente de Força Maior. 
(a) Ocorre caso o funcionário se acidente por causa de inundação, incêndio e fatores que não 
podem ser previsíveis. (dentro do horário de trabalho). 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 18 
 
(b) Ocorre fora do local e horário de trabalho, quando no cumprimento de ordem ou na 
realização de serviços sob a autorização da empresa. 
(c) É aquele que não precisa haver ferimento a alguém para se caracterizar, bastando somente a 
ocorrência de prejuízos sem mesmo envolver o elemento humano. 
4. As causa de incapacidade associada ao acidente do trabalho é? 
(a) Pode acontecer que o empregado já tivesse condições que facilitassem o acontecimento ou 
resultado; 
(b) É entendida como produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar de 
determinada atividade. 
(c) É entendida como adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o 
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. 
5. O conceito prevencionista é? 
(a) Procurar conhecer o acidente do trabalho em toda a sua extensão e principalmente em suas 
possibilidades de prevenção. 
(b) É aquele que não precisa haver prevenção e nem estudar suas causas. 
(c) O conceito prevencionista só se preocupa em prevenção depois que ocorre os acidentes 
 
II - Responder:António é técnico em eletrotécnica e trabalha em manutenção de equipamentos eletrônicos 
em uma empresa com sede em Ponta de Pedras. O chefe do António passou-lhe uma ordem de 
serviço de manutenção, a ser realizado na máquina de um cliente, em outro conselho. Quando 
António se encontrava executando o trabalho, houve um pequeno incêndio. Na confusão que se 
seguiu, António foi ferido numa perna. Levado ao hospital, foi dispensado com a recomendação 
médica de manter-se afastado do serviço por 15 dias. No seu entender: 
 
6. O que ocorreu com o António encaixa-se na definição legal de acidente de trabalho? Porquê? 
 
7. António sofreu lesão corporal ou perturbação funcional em decorrência do acidente? 
Porquê? 
 
8. João, ao sair do trabalho, de volta para casa, resolveu passar no supermercado para comprar um 
refrigerante que estava em oferta. Na saída do supermercado foi atropelado por um carro. Consideras 
o que aconteceu com o João um caso de acidente de trajeto, que pode ser equiparado a um acidente 
do trabalho? Justifica a tua resposta. 
 
9. Teresa era secretária de uma empresa. Certo dia, sentiu-se mal e foi encaminhada ao hospital. O 
médico solicitou alguns exames e os resultados indicaram que Teresa havia contraído hepatite. O 
médico concluiu que o contágio se deu pelo uso do sanitário da empresa (já havia registo de dois 
casos anteriores). Teresa foi afastada do trabalho por um período de 2 meses. O que ocorreu com a 
Teresa foi um acidente de trabalho? Justifica a tua resposta. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 19 
 
 
10. Maria trabalhava numa oficina de costura, como cortadora de moldes. Certo dia, muito 
preocupada com os problemas domésticos, distraiu-se e fez um corte profundo no dedo com a 
tesoura. Depois de medicada na enfermaria da empresa, Maria foi mandada para casa com um 
atestado médico dispensando-a do trabalho naquele dia. Assinala o tipo de acidente que ocorreu com 
a Maria: 
( ) acidente sem afastamento; 
( ) acidente com afastamento e incapacidade temporária; 
( ) acidente com afastamento e incapacidade parcial e permanente; 
( ) acidente com afastamento e incapacidade total e permanente. 
 
11. Porquê é melhor prevenir acidentes do que remediar suas consequências? 
 
 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 20 
 
 
UNIDADE III: EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA 
Proteção Individual X Proteção Coletiva 
 As medidas de proteção coletiva, isto é, que beneficiam a todos os trabalhadores, 
indistintamente, devem ter prioridade. Os equipamentos de proteção coletiva devem ser mantidos nas 
condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que 
apresentarem qualquer deficiência. 
 Veja alguns exemplos de aplicação de equipamentos de proteção coletiva: 
 sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes do local de trabalho; 
 enclausuramento, isto é, isolamento de máquina barulhenta para livrar o ambiente do ruído 
excessivo; 
 comando bi-manual, que mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo, durante o ciclo de 
uma máquina; 
 cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a esforços, caso venham a se 
desprender. 
 
 Quando não for possível adaptar medidas de segurança de ordem geral, para garantir a 
proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, deve-se utilizar os equipamentos de 
proteção individual. 
 São considerados equipamentos de proteção individual todos os dispositivos de uso pessoal 
destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador. 
 Os equipamentos de proteção individual não evitam os acidentes, como acontece de forma 
eficaz com a proteção coletiva. Apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes. 
Veja um exemplo: Luís ia derramar metal fundido dentro de um molde, com uma concha. Ele não 
percebeu que havia um pouco de água no fundo do molde. Ao derramar o metal, este reagiu com a 
água, causando uma explosão que atingiu o rosto de Luís. Felizmente Luís estava usando um protetor 
facial. Isso impediu que seu rosto e seus olhos fossem atingidos. Graças ao uso correto do 
equipamento de proteção individual, Luís escapou sem qualquer lesão. 
 
3.1 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 
 Existem equipamentos de proteção individual para proteção de praticamente todas as partes 
do corpo. Veja alguns exemplos: 
 Cabeça e crânio: capacete de segurança contra impactos, perfurações, ação dos agentes 
meteorológicos etc. 
 
 Olhos: óculos contra impactos, que evita a cegueira total ou parcial e a conjuntivite. É utilizado 
em trabalhos onde existe o risco de impacto de estilhaços. 
 
 Vias respiratórias: protetor respiratório, que previne problemas pulmonares e das vias 
respiratórias, e deve ser utilizado em ambientes com poeiras, gases, vapores ou fumos nocivos. 
 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 21 
 
 Face: máscara de solda, que protege contra impactos de partículas, respingos de produtos 
químicos, radiação (infravermelha e ultravioleta) e ofuscamento. Deve ser utilizada nas 
operações de solda. 
 
 Ouvidos: concha, que previne contra a surdez, o cansaço, a irritação e outros problemas 
psicológicos. Deve ser usada sempre que o ambiente apresentar níveis de ruído superiores aos 
aceitáveis, de acordo com a norma regulamentadora. 
 
 Mãos e braços: luvas, que evitam problemas de pele, choque elétrico, queimaduras, cortes e 
raspões e devem ser usadas em trabalhos com solda elétrica, produtos químicos, materiais 
cortantes, ásperos, pesados e quentes. 
 
 Pernas e pés: botas de borracha, que proporcionam isolamento contra eletricidade e umidade. 
Devem ser utilizadas em ambientes úmidos e em trabalhos que exigem contacto com produtos 
químicos. 
 
 Tronco: aventais de couro, que protegem de impactos, respingos de produtos químicos, choque 
elétrico, queimaduras e cortes. Devem ser usados em trabalhos de soldagem elétrica, 
oxiacetilênica, corte a quente etc. 
 
 As empresas devem fornecer os equipamentos de proteção individual gratuitamente aos 
trabalhadores que deles necessitarem. A lei estabelece também que é obrigação dos empregados usar 
os equipamentos de proteção individual onde houver risco, assim como os demais meios destinados a 
sua segurança. 
 O treino é uma fase importante no processo de utilização dos equipamentos de proteção 
individual. Quando o trabalhador recebe instruções sobre a maneira correta de usar o equipamento de 
proteção individual, aceita-o melhor. Sendo assim, quando tiveres dúvidas sobre a utilização de um 
equipamento de proteção individual, solicita esclarecimentos ao sector de segurança da tua empresa. 
 
CONSERVAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO 
 A conservação dos equipamentos é outro fator que contribui para a segurança do trabalhador. 
Portanto, cada profissional deve ter os seus próprios equipamentos e deve ser responsável pela sua 
conservação. 
 
 
3.2 - Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) 
 São todos dispositivos de uso coletivo, destinados a proteger as integridades física dos 
colaboradores. Deve-se: 
 Usá-los apenas para a finalidade que se destina. 
 Responsabiliza-se por sua guarda e conservação. 
 Comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para o uso. 
 Adquirir o tipo adequado a atividade do empregado. 
 Treinar o trabalhador sobre seu uso adequado. 
InstitutoFederal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 22 
 
 Tornar obrigatório seu uso. 
 Substituí-lo quando danificado ou extraviado. 
 
Exemplos de Equipamentos de Proteção Coletiva- EPC's: Extintores de incêndio; Lava-olhos; 
Capelas; Enclausuramento acústico de fontes de ruído; Exaustores para gases, névoas e vapores 
contaminantes; Ventilação dos locais de trabalho; Proteção de partes móveis de máquinas; Sensores 
em máquinas; Barreiras de proteção em máquinas e em situações de risco; Corrimão e guarda-
corpos; Fitas sinalizadoras e antiderrapantes em degraus de escada; Piso Anti-derrapante; Barreiras 
de proteção contra luminosidade e Radiação (Solda); Cabines para pintura; Redes de Proteção 
(nylon); Isolamento de áreas de risco; Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de 
advertência, ou fitas zebradas); Detectores de Tensão; Chuveiros de segurança; Primeiros socorros 
Kit de primeiros socorros, entre outros. 
 
IMPORTANTE: Se cada um de nós pensar e atuar com segurança, os acidentes praticamente 
poderão ser eliminados. 
 
3.3 - Exercícios Propostos 
1 - O teu trabalho requer o uso de equipamentos de proteção coletiva ou equipamentos de proteção 
individual? Como os utiliza? 
 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 23 
 
UNIDADE IV: RISCOS AMBIENTAIS 
 São os agentes que, dentro de certas condições, irão causar danos à saúde do trabalhador 
(Conforme NR 09). Compreendem os seguintes agentes: 
 Agentes químicos 
 Agentes físicos 
 Agentes biológicos 
 Agentes ergonômicos 
 Riscos de acidentes decorrentes do ambiente de trabalho 
 
 São capazes de causar danos à saúde e à integridade física do trabalhador em função de sua 
natureza, intensidade, suscetibilidade e tempo de exposição. 
 Sabendo de tudo que aconteceu com João e seus colegas de trabalho na oficina, nesta 
unidade, você vai precisar identificar que tipo de riscos ele correu ao circular pelo local sem atender 
às medidas de segurança e o que ele precisaria fazer para evitar os acidentes. 
 Para isso, é necessário que você aprenda a identificar os riscos de uma tarefa; perceba a 
possibilidade de existência desses riscos; quantifique-os e, por fim, aprenda como minimizá-los e 
eliminá-los do local. 
 Mas o que são riscos? Que tipo de coisas podem causar acidentes como o sofrido por João e 
os colegas de trabalho na oficina? 
 
Figura: Tipos de riscos ambientais. 
 
 De acordo com o minidicionário Houaiss, o termo risco significa probabilidade de perigo ou 
probabilidade de insucesso. Aqui, você vai aprender um pouco mais sobre os riscos ambientais 
existentes nos locais de trabalho. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 24 
 
 Os riscos ambientais são aqueles causados por agentes físicos, químicos ou biológicos que, a 
depender de sua natureza, concentração, intensidade ou tempo de exposição, podem comprometer 
a segurança e a saúde dos funcionários, bem como a produtividade da empresa. 
 Quando não são controlados ou previamente avaliados, os riscos ambientais afetam o 
trabalhador a curto, médio e longo prazo, podendo provocar acidentes com lesões imediatas e/ou 
doenças chamadas profissionais ou do trabalho, que se podem ser comparadas aos acidentes do 
trabalho. 
 Os riscos ambientais são classificados segundo a sua natureza e forma com que atuam no 
organismo humano. Dessa forma, podem ser físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de 
acidentes. 
 
4.1 - Riscos Físicos 
 São aqueles gerados por máquinas e condições físicas características do local de trabalho, que 
podem causar danos à saúde do trabalhador. 
 Todos nós, ao desenvolvermos nossos trabalhos, gastamos uma certa quantidade de energia 
para produzir um determinado resultado. Quando as condições físicas do ambiente, como, por 
exemplo, o nível de ruído e a temperatura, são agradáveis, produzimos mais com menor esforço. 
Mas, quando essas condições fogem muito dos limites de tolerância, vem o cansaço, a queda de 
produção, a falta de motivação para o trabalho, as doenças profissionais e os acidentes do trabalho. 
 
Exemplo de riscos físicos: ruídos (máquinas, explosões), vibrações (britadeiras), radiações 
ionizantes (raio x) e não ionizantes, temperatura (fornos, ar livre, motores), pressão (mergulho, 
câmeras hiperbáricas); 
RISCOS FÍSICOS CONSEQUENCIAS 
 
Ruído – As máquinas e equipamentos utilizados nas empresas produzem ruídos que podem atingir 
níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazos provocarem sérios prejuízos à saúde. 
 Dependendo do tempo de exposição, do nível sonoro e da sensibilidade individual, as 
alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 25 
 
 Quanto maior o nível do ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional. 
Efeitos à Saúde – Modificações das ondas eletroencefalográficas, fadiga nervosa, alterações mentais 
como perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar idéias, hipertensão, modificação do 
ritmo cardíaco, modificação do ritmo respiratório, perturbações gastrointestinais, diminuição da 
visão noturna, dificuldade na percepção de cores, perda temporária e definitiva da audição, atrasos na 
menstruação e impotência sexual. 
 
4.2 - Riscos Químicos 
 Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são lançadas no 
ambiente de trabalho, intencional ou acidentalmente. Essas substâncias podem apresentar-se nos 
estados sólido, líquido e gasoso. No estado sólido, temos poeiras de origem animal, mineral e 
vegetal, como a poeira mineral de sílica encontrada nas areias para moldes de fundição. No estado 
gasoso, como exemplo, temos o GLP (gás liquefeito de petróleo), usado como combustível nos 
fogões residenciais. No estado líquido, temos os ácidos, os solventes, as tintas e os inseticidas 
domésticos. 
 Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo do 
trabalhador por: 
 Via respiratória – essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos, porque respiramos 
continuamente, e tudo o que está no ar vai direto aos nossos pulmões. Se o produto químico 
estiver sob forma sólida ou líquida, normalmente fica retido nos pulmões e provoca, a curto ou 
longo prazo, sérias doenças chamadas pneumoconioses, como o edema pulmonar e o cancro dos 
pulmões. 
 Se estiver no ar sob forma gasosa, causa maiores problemas de saúde, pois a substância 
atravessa os pulmões, entra na corrente sanguínea e vai alojar-se em diferentes partes do corpo 
humano, como no sangue, fígado, rins, medula óssea, cérebro etc., causando anemias, leucemia, 
alergias, irritação das vias respiratórias, asfixia, anestesia, convulsões, paralisias, dores de cabeça, 
dores abdominais e sonolência. 
 Via digestiva – se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que ficaram muito 
tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas será ingerida junto com o 
alimento, atingindo o estômago e provocando sérios riscos à saúde. 
 Epiderme – essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador estiver desprotegido e 
tiver contacto com substâncias químicas, havendo deposição no corpo, serão absorvidas pela 
pele. A maneira mais comum da penetração pela pele é o manuseio e o contacto direto com os 
produtos perigosos,como arsênico, álcool, cimento, derivados de petróleo etc., que causam 
cancro e doenças de pele conhecidas como dermatoses. 
 Via ocular – alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação nos olhos e 
conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode se dar também pela vista. 
 É importante tomar cuidado com os diferentes produtos químicos empregados nas indústrias e 
até em casa. 
 
 Faz um levantamento dos produtos químicos que utilizas, lê os rótulos das embalagens e 
informa-te sobre os efeitos que podem provocar no organismo humano. 
 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 26 
 
Leite – um falso remédio 
 Quando respiras um ar cheio de produtos químicos, ele vai para os pulmões. Quando bebes 
um copo de leite, ele vai para o estômago. Daí a pergunta: o que o leite tem a ver como 
desintoxicante pulmonar por substâncias nocivas? 
Resposta: Nada! O leite pode ser considerado alimento, nunca um preventivo de intoxicação. Sua 
utilização é até prejudicial, uma vez que, acreditando no seu valor, as medidas de higiene industrial e 
os cuidados higiênicos ficam em segundo plano. 
 
Exemplos de riscos químicos: metais pesados, agrotóxicos (resíduos de embalagens), gases tóxicos 
(lixo, chaminés); 
 
4.3 - Riscos Biológicos 
 São microrganismos, ou seja, reduzidíssimos seres vivos não vistos a olho nu, presentes em 
alguns ambientes de trabalho, como hospitais, laboratórios de análises clínicas, coleta de lixo, 
indústria do couro, fossas, etc. Nessa categoria incluem-se os vírus, as bactérias, os protozoários, os 
fungos, os parasitas e os bacilos. Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, 
olhos e pele, são responsáveis por algumas doenças profissionais. Como esses microrganismos se 
adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes sujos, as medidas preventivas a tomar são: 
rigorosa higiene dos locais de trabalho, do corpo e das roupas; destruição, por processos de elevação 
da temperatura (esterilização) ou uso de cloro; uso de equipamentos individuais para evitar contacto 
direto com os microrganismos; ventilação permanente e adequada; controlo médico constante, 
e vacinação, sempre que possível. 
 A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita por meio de 
retirada de amostras de ar e de água, que serão analisadas em laboratórios especializados. 
 
Exemplos de riscos biológicos: animais peçonhentos, água contaminada (germes patogênicos), 
material hospitalar (sangue, urina, fezes), vetores de doenças (moscas, ratos, baratas); 
 
4.4 - Riscos Ergonômicos 
 Ergonomia é a ciência que busca alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu 
ambiente de trabalho. Entretanto, se não existir esse ajuste, teremos a presença de agentes 
ergonômicos que causam doenças e lesões no trabalhador. 
 Você já notou como funciona uma guilhotina manual que serve para cortar chapas de aço? A 
haste de movimentação da guilhotina, que tem contacto com as mãos do trabalhador, deve ter uma 
forma adequada, de modo a permitir que todos os dedos nela se apóiem, conforme mostra a 
ilustração abaixo. 
 
Figura: guilhotina manual. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 27 
 
 Essa forma respeita a anatomia das mãos, proporcionando conforto ao trabalhador. Os 
agentes ergonômicos presentes nos ambientes de trabalho estão relacionados com os seguintes 
fatores: 
 exigência de esforço físico intenso 
 levantamento e transporte manual de peso 
 postura inadequada no exercício das atividades 
 exigências rigorosas de produtividade 
 jornadas de trabalho prolongadas ou em turnos 
 atividades monótonas ou repetitivas 
 
 Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco produzem 
monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias, curáveis em estágios 
iniciais, mas complicadas quando não tratadas a tempo, chamadas genericamente de lesões por 
esforços repetitivos. As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga 
muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos atingidos. 
 São exemplos de inflamações causadas por esforços repetitivos: 
 inflamação da bursa, que é uma cápsula contendo líquido lubrificante em seu interior, que 
reveste algumas articulações; 
 inflamação de músculo; 
 inflamação dos tendões, que são fibras que unem os músculos; 
 inflamação dos tendões e das articulações. 
 
 Essas doenças afetam diversas categorias de profissionais: bancários, metalúrgicos, 
costureiros, pianistas, telefonistas, digitadores, empacotadores, enfim, todos os profissionais que 
realizam movimentos automáticos e repetitivos. 
 Contra os males provocados pelos agentes ergonômicos, a melhor arma, como sempre, é a 
prevenção: rodízios e descansos constantes; exercícios compensatórios frequentes para trabalhos 
repetitivos; exames médicos periódicos; evitar esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para 
mulheres; postura correta sentado, em pé, ou carregando e levantando peso, como mostra a ilustração 
a seguir. 
 
Figura: Procedimentos ergométricos adequados. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA 
Curso de Engenharia dos Materiais 
EMDP-13: Higiene e Segurança no Trabalho 
Prof. Dr. Laércio Gouvêa Gomes Página 28 
 
Exemplos de riscos ergonômicos (estrutura músculo-esquelética e psicológica): lesões por 
esforços repetitivos (ler), doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (dort), peso e postura 
incompatíveis com biótipo e tarefa, jornada (duração, ritmo, turno, controle), mobiliário 
incompatível, estresse por causas mediatas ou distantes. 
 
4.5 - Riscos de Acidentes 
 Outros fatores de risco que podem ser encontrados e devem ser eliminados dos ambientes de 
trabalho são decorrentes de: falhas de projeto de máquinas, equipamentos, ferramentas, veículos e 
prédios; deficiente sinalização; iluminação excessiva ou deficiente; uso inadequado de cores; 
probabilidade de incêndio ou explosão; armazenamento inadequado de produtos, presença de 
animais peçonhentos; etc. 
 Você acabou de ter uma visão geral dos principais fatores de risco encontrados nos ambientes 
de trabalho. Agora é importante aplicares o que aprendeu, começando por analisar o teu próprio 
ambiente de trabalho. Resolver os exercícios do item 4.8 vai ajudar nessa tarefa. 
 
4.6 - Mapa de Riscos 
Material didático anexo - PUC Minas 
 
4.7 - Elaboração de artigo 
Atividade avaliativa: Elaborar um mapa de riscos dos ambientes determinados em sala de aula. 
 
4.8 - Exercícios Propostos 
1 - As estatísticas mostram que a maior parte dos acidentes ocorre por falhas humanas. Por que, 
então, segundo Heinrich, removendo-se a causa mecânica elimina-se a causa principal dos acidentes? 
 
2 - Pesquisa, no teu ambiente de trabalho, se já houve afastamento de algum funcionário decorrente 
de doença profissional ou lesão causada por risco ambiental. 
 
3 - Analisa o teu ambiente de trabalho e faz uma lista dos fatores de risco existentes. Depois, 
classifica-os de acordo com o quadro abaixo. 
RISCOS 
FÍSICOS 
RISCOS 
QUIMÍCOS 
RISCOS 
BIOLÓGICOS 
RISCOS 
ERGONÔMICOS 
RISCOS DE 
ACIDENTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 - Faz uma lista das consequências associadas aos riscos que identificaste na questão anterior. 
5 - Pesquisa quais as medidas preventivas aplicáveis a cada um dos fatores de risco que identificaste.

Outros materiais