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DIREITO PENAL II, em word

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Prof. Odone
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PRIMEIRA PARTE
Aula 03/08/2015
Crime
Conceito formal: o que está previsto em lei como sendo crime, conforme o princípio da legalidade. Difere de Concurso formal de crimes (art. 70) => o agente, mediante apenas uma ação, provoca mais de um crime (pode ser idênticos), aplica-se a apenas uma pena aumentada.
Conceito material: está ligado à danosidade social. Um crime é um fato que produz um dano importante para a sociedade. Difere de Concurso material de crimes (art. 69) => o agente, mediante várias ações, provoca mais de um crime (pode ser idênticos), soma-se as penas.
Bem Jurídico
Surgimento: se pensava em bens jurídicos individuais, depois, surgiram os coletivos transpersonalíssimos, ou difusos.
Função de Legitimação: para haver crime, deve haver um bem jurídico (deve ser legitimado pelo Poder Legislativo).
Função Sistemática: Código Penal, organiza e sistematiza os bens jurídicos.
Função Teleológica: expressa o bem jurídico protegido pela lei (o bem jurídico é descrito na justificativa para a legislação da lei).
Função de Medição da Pena: o bem jurídico serve para critério de medição da pena, para o legislativo.
Tipo Penal
Em princípio, se o fato é típico, é um indício da ilicitude.
Reúne o conteúdo mínimo da conduta. => subsunção de um fato concreto (a conduta possui tipicidade).
Política Criminal => Carl English (“concressão na ciência jurídica”, o legislador passa do concreto ao abstrato, depois o inverso; seleciona as condutas e estabelece normas para essas condutas).
Legalidade => o legislador deve escrever com precisão, mas sem regular todos os detalhes.
Funções do Tipo Penal => desempenha 4 funções muito importantes.
A tipicidade é uma projeção do princípio da legalidade (não há crime sem previsão legal).
Função Selecionadora: separa as condutas proibidas das permitidas.
Função Motivadora: o tipo penal é ameaçador para que o delinquente não faça.
Função de Garantia: somente os comportamentos com tipicidade, que se ajustam perfeitamente, são proibidos.
Função indiciária da ilicitude: é uma função processual, pois se uma norma permite análise, então a conduta pode desaparecer (por legítima defesa).
Classes de tipos (classificação de crimes), segundo os elementos do tipo.
Determinação dos elementos (Welzel): tipos fechados (detalhados, determina com precisão a conduta proibida, não é necessário outro critério adicional) e tipos abertos (precisa de uma complementação pelo juiz – crime culposo, há parágrafo adicional na norma “se o crime for culposo, então...”).
Essa concepção de tipo aberto, hoje em dia é rejeitada (Roxin).
Culposo (Art. 17, II) – imprudência, negligência ou imperícia, infração de dever de cuidado.
Doloso (Art. 17, I) – consciência e vontade, quando assume os riscos da incidência da lei.
Autonomia ou independência entre os tipos que protegem o bem jurídico. Tipos Fundamentais ou Básicos (formas elementares de descrever uma conduta típica, estão no caput no Cód. Penal; tipo matriz ou fundamental, o legislador pode construir o tipo derivado) e Tipos Derivados (ver Art. 121, qualificadoras, motivo fútil, emboscada, traição – majoração da pena – ou privilegiadores – relevante valor moral ou sob influencia de forte emoção não exclui a imputabilidade penal, art. 28, mas reduz a pena), ou Autônomos ou Suigeneris (está desvinculado dos tipos matriz, tem elementos diferentes que exigem tratamento autônomo – infanticídio, art. 123, a mãe com alterações psicológicas, sofre menor pena que o homicídio).
Princípio da Especialidade, vemos que o tipo especial sempre prepondera sob o tipo básico.
Tipos de forma livre (para ser considerado o Autor, deve ter ligação da conduta com o resultado – crime de forma causal) ou natureza vinculada (o crime só pode ser cometido de uma maneira prescrita – propagação de patógenos, art. 267).
Segundo a unidade ou pluralidade de atos típicos: tipos simples (matar, bigamia – art. 235), tipos compostos (múltiplas possibilidades de realizar a conduta típica, podem ou não ser autônomas ou ser consideradas uma só).
Tipos mistos alternativos: não há concurso de crimes. Se realizar um dos crimes prescritos, só responde por um deles. Tráfico de drogas, produção e venda...
Crime de continuidade (art. 71): não se soma a pena (vários roubos de um mesmo local, em várias ocasiões), suaviza o tratamento punitivo.
Tipos mistos cumulativos: a realização de mais de uma conduta pode haver soma das penas (há concurso de crimes). Lei de licitações, quebra de sigilo e propiciar à quebra.
Segundo resultado do crime: crime de resultado (exige a produção de resultado material naturalístico, matar alguém, está separado da conduta em uma perspectiva de tempo e espaço – conduta e resultado da conduta, deferir o tiro sendo o resultado a morte). De mera atividade ou mera conduta (crime de consumação antecipada, independente de resultado, basta a realização da conduta, não há discussão sobre a relação de causalidade, porte de arma, direção em embriaguez, falso testemunho), não exigem resultado material, mas exigem jurídico! Crime formal (há descrição do resultado típico na norma, extorsão mediante sequestro, o crime se consuma independente de receber a vantagem dinheiro).
Separação do Dolo da Culpa
Teoria da Representação/Probabilidade: elemento cognitivo (possibilidade, CULPA CONSCIENTE). Se a probabilidade for muito intensa, então assume o risco (DOLO EVENTUAL).
Teoria do Consentimento/Aceitação: há vontade de assumir o risco (alto grau de subjetividade).
Teoria da Conformidade: se conforma com o resultado (alta probabilidade e consentimento).
Teoria da vontade de evitar: no caso seria culpa consciente.
Teoria da indiferença ou do sentimento: depende do arrependimento do autor.
Teorias normativas (Indicadores do DOLO, Roxin): Situação perigosa, conhecimento do autor sobre as condições ambiente, a capacidade da pessoa de evitar o resultado.
Juízo de valor da tipicidade
Elementos normativos e subjetivos que não se confundem com o DOLO. O TIPO não é puramente descritivo:
Conteúdo valorativo: o que é móvel e o que é imóvel; o que caracteriza um funcionário público (para o crime de peculato).
Elemento subjetivo do tipo: objetivo do crime, vai além do DOLO (intenção – consciência e vontade).
Intenção da pessoa, identifica uma conduta proibida de uma não proibida. Mas o dolo não precisa estar abrangido no elemento subjetivo do tipo. Ex. Prevaricação: é crime somente se for para interesse pessoal.
Tipo Complexo
Tipo Objetivo (sujeito, conduta e tipos objetivos) e Tipo Subjetivo (dolo e tipos subjetivos).
DOLO (conhecimento e intenção/vontade) deve ter conhecimento efetivo (real, saber que está matando alguém) ou atual (no momento da conduta), mas NÃO pode ser conhecimento potencial (poderia atingir o conhecimento caso tivesse informação comum/profano/do leigo).
Elementos subjetivos do tipo:
Dolo Específico, elemento subjetivo do tipo do dolo (expressões: para satisfazer a honra...).
Dolo Indeterminado, não há uma direção segura da vontade.
Dolo Cumulativo, o autor quer diversos resultados, que são possíveis e compatíveis (tiro de espingarda).
Dolo Alternativo, já uma união de dos dolos, mas incompatíveis: ou um, ou outro (punição pelo consumado, e punição pela tentativa). Caiu no exame uma discursiva sobre a diferenciação de Dolo Cumulativo e Dolo Alternativo.
Dolo Eventual, assume o risco.
Intensidade e graus de conhecimento e de vontade:
Dolo Direto: o sujeito quis o resultado, independente do motivo. Pode ser de Primeiro Grau/Imediato (tiro na cabeça, intenção incondicionada de matar) ou de Segundo Grau/Consequências Necessárias (matar outras pessoas junto com o alvo, para cumprir seu objetivo).
Dolo Eventual (plano do conhecimento): para cumprir seu objetivo, aceita que inocentes morram junto (uma bomba).
Aula 10/08/2015
Formas de Conduta
Crimes comissivo => exige a realização na forma de um fazer ativo (comportamento positivo,deferir uma facada).
Crimes omissivos => infringem uma norma perceptiva (o legislador não proíbe uma conduta, mas obriga a realização de certa conduta), crime de inatividade.
Omissivos puros: omitir socorro a uma pessoa em desamparo, dever geral de solidariedade.
Comissivos por Omissão (comissivo impróprio ou impuro): Determinadas pessoas são obrigadas a agir, pois tem posição de garantia de evitar a lesão a bem jurídico (um professor de natação, um médico), deixar uma arma perto de uma criança.
Segundo o inter-criminis (caminho do crime), reação completa do tipo subjetivo (vontade), mas incompleta do tipo objetivo.
Possibilidade de fracionamento da conduta típica:
Crime uni-subsistente: não pode ser fracionado, injúria (ou disse ou não disse).
Crime pluri-subsistente (podem ser fracionados em diversos atos e admitem a tentativa), maioria dos crimes.
Segundo o Autor ou sujeito ativo do crime:
Quantidade dos autores
Crimes unisubjetivos/ monosubjetivos: basta que uma pessoa realize o crime.
Plurisubjetivos: quadrilha ou bando. Estupro (plurisubjetivo aparente).
Qualidade/condição dos autores (peculato, apenas um agente público pode cometer).
Crimes convergentes: pessoas operam em conjunto, com o mesmo objetivo.
Crimes comuns/gerais: qualquer pessoa pode cometer, não limita os possíveis sujeitos.
Crimes de própria mão => aborto, deserção, bigamia, falso testemunho.
Intensidade
Número de bens lesados
Mono/uno ofensivos: protege apenas um bem jurídico => vida, integridade física, patrimônio...
Crimes Pluriofensivos: Crime de Roubo Próprio (tipo complexo que constitui uma aglomeração de tipos penais que, individualmente, já são crimes: o furto, que admite a lesão); Extorsão mediante sequestro (liberdade da vítima e o patrimônio); Latrocínio (patrimônio e a vida).
Duração da ofensa ou lesão (duração do estado ilícito)
Crimes Instantâneos: a lesão é instantânea (ação e a produção do resultado coincidem).
Crimes Permanentes: a consumação se prolonga no tempo, até que o criminoso decida que a ação cesse (sequestro, extorsão mediante sequestro, crime de quadrilha ou bando, tráfico de drogas, crime ambiental).
Crimes Instantâneos de efeitos permanentes (delitos de estado): não dependem da vontade do sujeito. Estelionato. Crime de violação do plano diretor (parcelamento de solos).
Sujeitos da Conduta Típica
Sujeito Ativo (agente do crime);
Pessoa física (humana) que realiza uma conduta prevista no Código Penal;
Sujeito Ativo pode ser Pessoa Jurídica, que pratica crimes indicados pela lei. A pessoa física deve ter uma função atípica dentro da empresa e os atos seriam para beneficiar a empresa. No caso, o superior responde pelos subalternos. No caso dos gerentes, eles representam diretamente a empresa, então a empresa responde diretamente.
Sujeito Passivo da Conduta Típica (titular do bem jurídico protegido);
Pessoa Física, grupo de pessoas (etnia, genocídio), sociedade de pessoas (coletividade, crimes que põem em risco a saúde pública), família (bigamia, fere o bem jurídico família), bem público/estado (confusão de patrimônio com o bem público), pessoa jurídica (crime de concorrência comercial), comunidade internacional (crime de guerra ou terrorismo), menores de idade/incapazes, recém nascido (infanticídio), feto (crimes de aborto), embrião (lei de bio-segurança, fins que a lei permite).
Não podem ser sujeito passivo: morto, cadáver ou defunto (a família é o sujeito passivo), calúnia contra a pessoa morta; animais e coisas inanimadas.
Vítima (pode ser material), prejudicado/lesado (sujeito passivo):conceito civil, se morre uma vítima, os prejudicados são os dependentes, legitimidade para pedir ação civil pelo dano, vitimologia.
Objeto Material (jurídico), carro, pessoa: tem sua relação com um bem jurídico protegido (vida, honra, etc.): é a coisa ou o sujeito sob o qual recaí a ação.
Aula 17/08/2015
Concepção bi-partida do Direito Romano
Elemento Objetivo: perturbação social.
Elemento Subjetivo: consciência da ilicitude (dolus malus).
Conceito clássico de delito (Naturalista / Causalista)
Fato Típico, objetivo <=> Tipicidade, conduta ilícita => Culpabilidade subjetiva (dolus malus)
Helzer: os elementos psicológicos (subjetivos) integram a conduta.
Liszt-Beling-Radbruch: “não há crime sem culpa”, não há imputabilidade objetiva. Teoria psicológica da culpabilidade: subjetiva.
Von Liszt: o conceito de antijuricidade passa a ser material, permitindo o juízo de valor em relação ao bem jurídico lesionado.
Ernst Von Beling: introduz a tipicidade objetiva (“tipo penal” sem juízo de valor), que caracteriza um indício de que a ação seja ilícita (pode haver norma permissiva), e posteriormente a tipicidade subjetiva (“tipicidade”), que seria a correspondência entre conduta do agente e o tipo penal (não considera culpa inconsciente). Ratio Cognoscenti: há um indício que a conduta não é permitida (pode ser afastado se analisado mais detalhadamente).
Radbruch: inclui todas as ações socialmente relevantes (parte do conceito de tipicidade, para depois partir para o conceito de ação).
O estado de necessidade não excluiria a ilicitude.
Mezger: Teoria da Absoluta Dependência (“ratio essendi”): cria o conceito do tipo total do injusto. Exclui o fato típico conforme não há ilicitude. Regra e exceção (legítima defesa).
Sistema neoclássico (neokanteano)
Tipicidade (ação ou omissão) = ilicitude => culpabilidade = (culpa) + (dolo)
Reishard: culpabilidade junto com a imputação do tipo ilícito. Conduta reprovável socialmente que gere um resultado típico a um bem jurídico. Há separação do dolo (concepção normativa-psicológica).
Sistema Finalista
Causa, consciência (culpabilidade normativa, elementos objetivos) => tipo penal (dolo, vontade)
Hans Welzel: concepção ontológica (dolo natural – não era possível legislar sobre a lógica natural e a consciência da ilicitude). Finalidade humana e a causa do crime. O dolo (subjetivo) é tirado da culpabilidade e trazido para o tipo penal. A culpabilidade é puramente normativa/ descritiva.
A omissão nem delitos culposos eram incluídos em condutas delituosas, pois nesse sistema não era possível obter a finalidade ilícita do sujeito, sendo a culpabilidade puramente descritiva e objetiva.
Sistemas teleológicos (funcionais)
Tipicidade => culpabilidade
Jakobs: coloca a evitabilidade no conceito de ação. Para ele, o crime é a transgressão da norma. Esse pensamento é influenciado por Hegel, que dizia que o crime é a negação do direito. A culpa é elemento funcional do direito, não se preocupa com a imputabilidade (não há exclusão da ação/ imputabilidade por sonambulismo, epilepsia, menoridade penal, etc.).
Ilicitude = (tipicidade + imputabilidade) => culpabilidade = (culpa + dolo)
Claus Roxin: modernizou a teoria (Imputação Objetiva do Resultado), a ação é a manifestação da personalidade, e a culpa é responsabilidade objetiva (culpabilidade material).
Separação da imputabilidade da culpabilidade (pode haver exclusão da culpabilidade, após a imputação do crime ao sujeito – praticou ato ilícito).
Modelo KELSEN-BORJA (2015), disponível em: <https://plus.google.com/u/0/105193352569699409491/posts/co5F38SEMrY>
Na legislação penal muito se tem sobre os costumes da sociedade e seus avanços históricos. Diante disso, o código penal é muito complexo, pois envolve aspectos subjetivos da ação e da omissão humanas, o que é de difícil representação por modelos teóricos, sejam eles científicos ou ideológicos. No entanto, o tema penal pode ser transcrito pelas ferramentas presentes no modelo Kelsen-Borja, encontrando-se interseccionado entre os planos jurídico, ideológico e histórico desse modelo.
No plano histórico, exprime os limiares de tipificação normativa dos bens jurídicos protegidos (vida, patrimônio, etc.), gerando conceitos como o homicídio e o furto. Nesse plano, os limiares são definidos no âmbito econômico e as normas são expressas de forma legal (tipificadas), sendo o crime tratado de modo objetivo. Desta forma, através de uma investigação,verifica-se a imputabilidade de um crime a um sujeito que tenha causado dano ou risco a um bem jurídico (v. g. tentativa de homicídio; beber e dirigir). Por outro lado, um sujeito pode resguardar um bem jurídico em detrimento de outro, como é o caso da legítima defesa e do devido cumprimento do dever legal (v.g., policial que arromba uma porta; médico que corta o paciente).
Após ser imputado o resultado de um crime a um sujeito, a culpa do mesmo é verificada no plano ideológico, sendo uma interpretação técnico-subjetiva. Desta forma, os limiares são baseados em códigos profissionais e em costumes (jurisprudência e doutrina). Assim, o julgamento somente poderá atribuir culpa a um sujeito depois da utilização das perícias técnicas pertinentes, além de garantir o devido processo legal.
Depois de atribuída a culpa ao sujeito, verifica-se a intenção ética do mesmo em cometer o crime, que é caracterizada pelo dolo (diferencia-se da simples intenção em realizar uma ação, sem que se preveja a ocorrência de um crime). A definição desse qualificador do crime possui alto grau de subjetividade, devendo ser trabalhado no plano jurídico do modelo Kelsen-Borja, pois há uma limitação do Estado para com esta decisão, sendo possível de ser feita através de júri popular.
Aula 24/08/2015
Elementos do crime (podem ser excluídos)
Ação, Tipicidade, Ilicitude e Culpabilidade.
A doutrina minoritária acredita que há um quinto elemento: Punibilidade.
A maior parte da doutrina diz que Culpabilidade não seria elemento do crime.
Causas de exclusão da ação
Ausência da ação: pode ser crime ou não (torna o crime inimputável, aspecto negativo).
Força física irresistível: Vis Phisica/Absoluta (quantitativo ou qualitativo), não configura uma ação uma conduta que é impulsionada por uma força física irresistível/absoluta (o sujeito é um instrumento de quem está usando a força), pode ser força da natureza, ataque de um animal (empurrão); Vis Compulsiva/moral, a obediência hierárquica exclui a culpabilidade, encostar um revólver na pessoa (coação moral).
Atos de inconsciência: desmaio (queda em outra pessoa), sono profundo, sonambulismo, epilepsia.
Atos reflexos (ou movimentos): são estímulos que se passam sem o controle da consciência (pode ser um espirro, sol nos olhos). NÃO exclui a ação: Atos automatizados (desviar de um cachorro e atropelar uma pessoa), Movimentos impulsivos ou extintivos de defesa (não exclui a ação), Atos emotivos ou passionais.
Actio libra in Causa: Se examina o momento antecedente (culpa, analisa a tipicidade e o momento da conduta); bebeu a fim de cometer um crime (dolo); bebeu e dirigiu (culpa); epilepsia (deveria tomar o remédio) – situação de exclusão da imputabilidade (aparentemente absolvido).
Momento antecedente ao crime: verificar se o sujeito agiu por dolo ou culpa (negligência precedente), então, nesses casos, irá responder.
Subsequente, momento da conduta típica: o sujeito pode estar em uma situação de exclusão da imputabilidade (mas ainda é responsável juridicamente, pois é aplicável ao sujeito uma medida de segurança penal com internação; não será admissível a reação em legítima defesa contra um sujeito sob estado de exclusão da ação; pode haver alegação de estado de extrema necessidade, para se reagir a esse sujeito).
Não é possível que outra pessoa aja como participe em conjunto com um sujeito sob exclusão da ação.
Uma pessoa sob a exclusão da ação não é contada para formar um número mínimo de delinquentes.
Não exclui a imputabilidade:
Art. 28: É isento de pena o agente que, por caso fortuito, era incapaz de entender o caráter ilícito.
Erro de proibição direto (exclusão da culpabilidade)
Erro de proibição, exclui a culpabilidade, o art. 21 exime de pena quem pratica o fato desconhecendo seu caráter ilícito (potencial consciência da ilicitude).
Falta de percepção da realidade que recaí sobre a ilicitude.
“Erro mandamental”, no caso de crime omissivo.
Erro de proibição sobre alguma causa de justificação é o INDIRETO (2ª parte da matéria).
Invencível (exclui a culpabilidade) ou vencível (reduz a culpabilidade – reduz a pena).
Potencial consciência da ilicitude (questão cultural) => pode excluir totalmente a culpa.
Inexigibilidade de conduta adversa, exclui a culpabilidade, o art. 23 exclui a pena do sujeito à que não pode exigir outra conduta.
Resultado da conduta típica
Crime de Resultado material (a consequência se separa da conduta, temporalmente – morrer um tempo depois da aplicação de um veneno).
Crimes de mera conduta: não há discussão da relação de causalidade temporal. Não há resultado material, mas ainda há lesão ou perigo de um bem jurídico.
Relação de Causalidade
Crime de Resultado material: vínculo entre a conduta ou omissão e a consequência material.
Teorias Generalizadoras: não distinguem entre causa e condição (condição = causa).
Teorias individualizadoras: deve-se saber qual é a causa, e separá-la das condições favoráveis.
Teorias individualizadoras: Causa direta, causa próxima e causa principal.
Teoria da condição quantitativamente mais eficaz: causa é a condição mais eficaz (maior peso) para a produção do resultado.
Teoria da causa eficiente (condição qualitativamente mais eficaz).
Teorias Generalizadoras
Teoria da equivalência das condições (conditio sine qua non): condições sem a qual o resultado não teria acontecido. Nos crimes omissivos (o nada, nada causa), há uma causalidade normativa. É acolhida no CP, art. 13.
Teoria da causalidade adequada: crimes qualificados por resultado, desencadeamento para um delito mais grave. Tinha a vontade de matar mas só produz um corte leve, porém, depois, por fato imprevisível, a pessoa morre em decorrência disso (a pessoa respondia por forma objetiva, independente das previsões de resultado). Essa teoria tende a corrigir esse problema (conduta típica adequada para produzir o resultado, segundo a experiência). É acolhida no CP, art. 13, parágrafo 1º.
Teoria da relevância jurídica ou típica (causalidade relevante): identifica a causa relevante (conduta típica), conforme o sentido do tipo penal. Construir a arma (não é relevante) e deferir um tiro contra alguém (é relevante).
Concausas/ Superveniência Causal
Causas absolutamente independentes: rompe o nexo causal => o resultado seria o mesmo. O sujeito responde pelos atos praticados: lesão corporais ou tentativa de homicídio.
Preexistentes: Causalidade antecipada: o veneno (é independente) age antes do disparo com arma de fogo.
Concomitantes/ simultâneas: absolutamente independente: dois sujeitos atacam uma vítima.
Supervenientes: uma marquise desaba. Tinha veneno na comida, mas a parede desabou.
Causas Relativamente independentes: não rompem/ não excluem o nexo causal. Aplica-se a regra do caput do art. 13, CP. O resultado é imputável ao agente, se tinha conhecimento (dolo) de uma causa ou se esta era previsível (culpa). Responde por tentativa de homicídio/ lesões corp.
Preexistentes: a vítima tem uma patologia.
Concomitantes/ simultâneas: disparo e ataque cardíaco.
Supervenientes: Aplica-se a teoria da causalidade adequada, para corrigir o nexo causal, causa fora da previsão do fluxo causal normal, infecção depois de um machucado (parágrafo 1º do art. 13, CP, o resultado não é imputável ao sujeito. Responde por tentativa de homicídio ou lesão corporal. Não rompe/ exclui a relação de causalidade – ponto de vista natural –, mas o legislador diz que se rompe – ponto de vista positivo).
Aula 31/08/2015
Imputação Objetiva
Teoria de relação de causalidade natural/ontológica => quem responde por determinado resultado (teoria da equivalência das condições).
Teoria da causalidade adequada e Teoria da relevância Típica => Teorias jurídicas, mas não naturalísticas.
Karl Larenz (civil), Honig (penal) => se baseiam na obra de Hegel para formular a teoria da imputação objetiva do resultado.
É imputado quando é obra da conduta do agente.
Claus Roxin => Modernizou a teoria. Devem ser preenchidos os seguintes condições:
A conduta somenteé considerada perigosa, e é imputável, quando aumenta o risco (ex-ante, o juízo considera o momento do fato, perigo abstrato). Dirigir alcoolizado.
Se reduz ou não é perigosa, ou é permitida, então não é imputável.
Se a conduta do agente se materialize no resultado (ex-post, perigo concreto), então é imputável. Dirigir sem habilitação.
Se o resultado se inseri no âmbito de proteção da norma penal.
Causas de exclusão da Imputação Objetiva
Redução ou atraso do risco (não é imputável): favorece a situação da vítima (empurra a vítima que será atropelada, então a vítima bate a cabeça e morre; joga alguém da janela de um prédio que estava pegando fogo, mas a pessoa morre, atrasando a morte).
Risco permitido: o sobrinho recomenda o detentor de uma herança a viajar de avião (esfera de responsabilidades da própria pessoa).
Desvio do curso causal: o resultado pode não ser imputado pela conduta inicial do agente.
Âmbito de proteção da norma: o suicida se atira na frente de um carro que está acima do limite (não é imputável, pois a norma não foi feita para proteger o suicídio).
Aula 14/09/2015
Parte negativa do dolo (Erro sobre o tipo)
Erro sobre o tipo (art. 20): se não há elemento cognitivo (razão do agente). Ex. Acha que está atirando em um animal, mas está atirando sobre outro caçador.
Se há erro sobre o tipo, então se exclui o dolo, mas permite a punição por culpa.
Erro sobre o tipo Essencial (é relevante), pode ser vencível ou invencível (é um erro insuperável, também exclui a culpa).
Erro sobre o tipo Acidental, não versa sobre elementos constitutivos (causalidade, quer acertar em A, mas acerta em B), pode se relevante ou irrelevante (queria acertar no rosto nas acertou no peito).
Erro sobre objeto da ação (erro sobre a vontade, art. 20, § 3º), o agente se equivoca sobre o objeto da ação (rouba uma coisa diferente). O erro contra a identidade da pessoa não exclui a pena (a condição da pessoa visada pode dar um agravante).
Erro provocado por outra pessoa (art.20, § 2º): Quem provocou o erro sempre responde, mas o agente responde por erro vencível ou invencível.
Erro na execução (Art. 73, Aberratio ictus): pode ser com resultado simples/único (atira em A, e acerta em B, responde por um crime apenas: doloso perante A), ou resultado composto/múltiplo (acerta tanto A quanto B, há um concurso formal, doloso, de crimes: doloso+culposo).
O erro na execução pode ser concurso formal imperfeito: dolo + dolo eventual.
Erro no cometimento (Art, 74, Aberratio delicti): resultado diverso do pretendido (ocorre outro crime), responde por culpa perante o resultado cometido.
A atira no carro de C, mas atinge também a pessoa de B = dano doloso + lesão corporal culposa, em concurso formal;
A atira no carro de C, erra, atingindo a pessoa de B = responde por crime de lesão corporal culposa, pois não houve dano efetivo à coisa.
A atira no carro de C e erra, quase atingindo B = somente responde por tentativa de dano, pois não existe tentativa de crime culposo.
Erro sobre o curso causal (Aberratio causae): a pessoa achava que estava matando uma pessoa mas matou outra, responde por homicídio culposo.
Dolo generalis: dolo posterior. Causa um “duplo homicídio”na mesma pessoa (tentativa de homicídio achando que tinha matado + homicídio de fato, sem a consciência – enterrar a vítima). Pela imputação objetiva do resultado, se a primeira conduta não implicava a segunda, então responde por dois crimes. Caiu no exame uma dissertativa sobre o que é Dolo generalis.
Crime Culposo
Ligação entre a infração do dever de cuidado e o resultado. Imprudência, negligência ou imperícia.
Só pode haver punição de crime culposo se houver lei específica. O juiz fixa a violação no dever de cuidado (é aberto).
Critérios/fontes de infração do dever objetivo de cuidado: cód. de trânsito; cód. de regulação das profissões; leis de regulação das profissões.
Culpa consciente: pessoa se dá conta do perigo e realiza a ação de maneira descuidada/imprudente.
Culpa inconsciente: a pessoa não se dá conta do risco, não quer cometer a conduta típica (portanto, não há dolo).
Prova 1 – 21/09/2015 (segundo período)
Questões Prova A:
1- O infanticídio NÃO é um tipo derivado do homicídio;
2- Os comportamentos automáticos no trânsito constituem atos reflexos, mas NÃO excluem a ação;
3- Se o agente segue adiante na preferencial e colide com outro veículo que provém de via secundária, há exclusão da imputação objetiva do resultado, mas NÃO em virtude do princípio do risco permitido;
4- O neokantismo NÃO elaborou um novo conceito neoclássico de ação diverso do sistema causalista;
5- O tipo penal do art. 309 da Lei n. 9.503/97 (CTB) É um crime de perigo concreto;
6- No dolus generalis, se o sujeito age com dolo eventual, segundo a teoria de Claus Roxin, responde por dois crimes: homicídio tentado e homicídio culposo consumado, em concurso material;
7- Na concepção de tipicidade de BELING, o tipo NÃO era entendido como uma figura objetiva descritiva do fato previsto na norma penal, contendo elementos descritivos, normativos, mas sem elementos subjetivos;
8- Se a mulher pretende estrangular o marido violento enquanto ele dorme, porém o sonífero ministrado produz um choque mortal, NÃO trata-se de hipótese de dolus generalis;
9- Os neokantianos ABANDONAM a concepção psicológica da culpabilidade elaborada pelo causalismo, substituindo-a pela concepção normativa-psicológica.
Questão dissertativa: A concepção finalista da teoria do delito falhou em dois aspectos. Menciones quais são e explique-os brevemente.
A omissão nem delitos culposos eram incluídos em condutas delituosas, pois nesse sistema não era possível obter a finalidade ilícita do sujeito, sendo a culpabilidade puramente descritiva e objetiva.
Questões Prova B:
1- O crime de estupro CONFIGURA um delito plurisubjetivo aparente;
2- Segundo a orientação predominante na doutrina e jurisprudência, o delito previsto no artigo 310 do Código de Trânsito Brasileiro É um crime de perigo abstrato;
3- Se a mãe da vítima de homicídio morre ao tomar conhecimento da morte do filho, o causador dos tiros NÃO responde por homicídio culposo da mencionada progenitora.
4- Se o autor dispara contra a vítima, com intenção de matá-la, causando-lhe lesões graves, mas não letais, e a vítima morre posteriormente durante um acidente de trânsito em razões da colisão da ambulância que o conduzia ao hospital, há um desvio essencial do curso causal, de modo que, desde a perspectiva da relação de causalidade, o sujeito ativo SOMENTE RESPONDE por tentativa de homicídio;
5- Para o conceito clássico de delito o conteúdo e os fundamentos dos elementos da tipicidade e da antijuridicidade eram EXCLUSIVAMENTE objetivos, enquanto o subjetivo pertencia à culpabilidade.
6- Na hipótese de aberratio ictus plurilesiva, se o sujeito também atinge, com dolo eventual, a pessoa visada, NÃO há um concurso formal perfeito de crimes, NÃO aplicando-se a regra prevista na primeira parte de art. 70 do CP;
7- O erro essencial invencível EXCLUI o tipo dolo e TAMBÉM o tipo culposo.
8- O neokantismo NÃO criou a concepção de antijuridicidade material;
9- A concepção clássica ADOTOU o conceito de dolus malus, enquanto a concepção finalista, o de dolo natural.
Questão dissertativa: Qual a concepção de ação de Claus Roxin?
Só é imputável aquele resultado que pode ser finalmente previsto e dirigido pela vontade.
SEGUNDA PARTE
Aula 21/09/2015 (primeiro período)
Combinações no Tipo
Antes da Reforma do Cód. Penal de 1984: Princípio da Responsabilidade Objetiva
Tipo simples (fundamental) + Tipo qualificado (resultado agravador) = Tipo Delitos, qualificados pelo resultado.
Constatação de consequência da realidade (basta relação de causalidade, não precisa de dolo ou culpa), responde pelo resultado mais grave (responsabilidade objetiva, sem culpa).
Depois da Reforma, a pessoa só responde se agiu, pelo menos, com culpa (Princípio da Culpabilidade).
Crime pré-intencional (ou ultra intencional/preterdolo, vai alémda intenção, DOLO + CULPA), ultrapassa a intenção, é qualificado pelo resultado: lesão corporal seguida de morte; latrocínio.
Dolo + Dolo => Dolo direto, por exemplo, dolo em relação à lesão e dolo em relação ao resultado.
Dolo + Culpa => É o delito ultraintencional, preterdoloso, preterintencional. Vai além da intenção. É o dolo no antecedente e a culpa no resultado. Exemplo: Lesão corporal seguido de morte, latrocínio; causar lesão corporal estética permanente (crime qualificado pelo resultado).
Culpa + Culpa => Responde por um único crime culposo.
Culpa + Dolo => Culpa no antecedente e dolo no resultado. Há a combinação de dois crimes, um culposo e outro doloso. Exemplo: Lesão culposa e depois não presta socorro com dolo. A doutrina majoritária diz que deve responder por dois crimes, pois não existe crime preterculposo.
Se o resultado foi decorrente de caso fortuito, o autor responde apenas pelo crime menos grave.
Causas de exclusão da tipicidade
Elementos do crime + parte positiva + parte negativa.
Ausência de elementos típicos normativos (descritivos): verificar se os elementos são essenciais na descrição do crime (produz atipicidade, exclusão de tipicidade) ou acidentais. A atipicidade pode ser absoluta ou relativa/parcial (tem alguma coisa a ver, mas responde por outro crime).
Ausência de elementos subjetivos (para manchar a honra...): dolo, culpa, preterdolo. Aqui também pode haver uma desclassificação do crime mais grave para o menos grave.
Teoria da adequação social da conduta: causa de exclusão da tipicidade pois as condutas são socialmente adequadas.
Significância social da conduta: o juiz não deve ser sobrecarregado com coisas insignificantes.
Ausência de imputação objetiva: aumento do risco. Piloto de F1.
Ilicitude com o consentimento do titular do bem jurídico: algumas vezes não é crime (por falta de tipicidade– crimes baseados na falta de consentimento da vítima, no estupro se presume que está contra a vontade – ou por falta de ilicitude – não pode ser patrimônios indisponíveis, vida).
Roxin contrariou a opinião convencional que dizia que tem dois tipos de consentimento, um que excluiria a tipicidade e outro que exclui a ilicitude, dizendo que sempre que houver consentimento a tipicidade será excluída, porque o titular do bem jurídico é quem deve dizer se aceita ou não a lesão. Mas a doutrina tradicional ainda fala em dois tipos.
Aula 28/09/2015
Ilicitude
Conduta típica (descrição normativa => tipicidade), mas pode ser uma conduta permitida pelo ordenamento jurídico. Se for ilícita (antijuridicidade), segue-se para a culpabilidade.
Condutas proibitivas (pode receber autorização de matar em legítima defesa), está protegida por uma norma permissiva (permite afastar a norma que criminaliza – causas de justificação/exclusão da ilicitude).
Fase indiciária: a tipicidade é um indício da ilicitude.
Fase da regra exceção: conduta ilícita com causa de justificação.
Ilicitude subjetiva (superado) => questão da negação do direito (contrario às normas de valoração).
O Dolo envolve questões subjetivas.
Ilicitude objetiva (atual) => relacionar a ação ou omissão com a tipicidade.
Resultado da ação e o ânimo do sujeito (desvalor da conduta para violar a norma).
Os dois devem ser levados em consideração, mesmo na tentativa de homicídio.
Antijuridicidade (a subdivisão foi superada): formal (conduta contrária as normas jurídicas) e material (a conduta é danosa/ou perigo a um bem jurídico).
Variações na magnitude da pena (legislador e juiz).
Auxilia a interpretação do tipo penal (conduta insignificante, o bem jurídico praticamente não foi lesionado materialmente).
Auxilia nas Causas de justificação (determinação do conteúdo).
Unidade do Ordenamento Jurídico (aspectos positivos, pode se originar de qualquer setor do ordenamento): pluralidade de ilicitudes (mono ou pluri): não pode ser permitida no civil e não permitida no penal (pai corrigir o filho; calúnia e difamação – o juiz não pode ser processado por criminalizar o réu).
Causas de justificação da conduta ilícita (art. 23)
A grande maioria das situações é preferível que as causas de justificação sejam positivadas, mas diferente dos tipos penais, é permitida a analogia e a utilização de causas de justificação supra-legais (não escritas na legislação).
Professor: em alguns casos não se pode utilizar da analogia: Legítima Defesa Preventiva, “matar um mês antes” (estender o ordenamento jurídico, mesmo que a favor do réu). Mas a doutrina predominante exige elementos subjetivos.
Elementos subjetivos das causas de justificação: Ex. Legítima Defesa, a conduta não era se defender, o sujeito passivo era um sádico e matou o assaltante (punição por tentativa de homicídio, por analogia, mesmo se tiver matado).
Fundamento material e sistemático das causas de justificação: Legítima defesa, Estado de Necessidade... Há dois tipos de teorias:
Unitárias/Monistas (justifica com um único fundamento), meio justo para alcançar um fim justo => a conduta é licita. A conduta é lícita quando é mais útil que danosa. A conduta é lícita quando é socialmente adequada.
Pluralistas: cada causa de justificação deve ter um fundamento. A conduta não é danosa quando não há interesse (qual é predominante, salvar a vida ou o patrimônio).
Efeitos das causas de justificação: 
Efeitos comuns: produz efeitos jurídicos.
Não existe legítima defesa recíproca.
Exclui a pena, a responsabilidade civil e administrativa.
Pode haver extensão da Legítima Defesa para um cúmplice do autor que pratica a Legítima Defesa.
Legítima Defesa (art. 25)
Torna a conduta lícita, faculdade de auto-defesa cedida pelo estado. De um lado há a conduta de injusta agressão, e de outro, a defesa necessária. Pode defender um bem jurídico seu (próprio) ou de terceiro. Precisa reagir de uma maneira moderada, usando os meios necessários para repelir a agressão.
Fundamentos (devem ser conjugados): INDIVIDUAL (necessidade de proteção de bens jurídicos atacados por injusta agressão), COLETIVO (supra-individual, o direito não pode ceder ante um injusto).
Requisitos: ação agressiva (não pode ser imaginária, putativa – modalidade de erro sobre o tipo) e reação agressiva legítima (a defesa putativa sem base real não exclui a ilicitude, base real: tinha sofrido ameaças anteriormente).
A ação deve ser atual (até a consumação, não após) ou iminente (atos preparatórios). Para agressões antecipadas/preventivas (a doutrina dominante diz que não cabe), ameaça real de morte, que não possa deixar para se defender depois.
Agressão: é um ato físico humano de acometimento, mas pode ser uma agressão verbal (devolução da injúria através de retorção imediata). Uma conduta omissiva também pode ser considerada uma agressão (omissão imprópria, quem não sabe nadar pode obrigar o professor de natação a salvar). Para omissão pura, caberia o estado de necessidade.
Agressões contra condutas insignificantes, não é legítima defesa.
Restrições ético-sociais: o direito de legítima defesa tem que ser legado em determinadas situações (restringir contra uma criança, um bêbado).
Não cabe legítima defesa ao agressor/provocador (provocação dolosa). A provocação culposa deve ser analisada.
Se uma pessoa instiga um animal contra outra, então caracteriza a legítima defesa (tanto contra o animal quanto contra a pessoa).
Contra pessoa jurídica, cabe legítima defesa via processual.
Offendículas: mecanismos predispostos para proteger o patrimônio (cerca). Deve funcionar exatamente contra o agressor e não contra inocentes.
Uso do meio menos lesivo => A uma pessoa que está sendo agredida não é exigível a fuga, mas ainda pode ser excepcionalmente o meio menos lesivo.
Os bens patrimoniais (disponíveis) são suscetíveis de legítima defesa, incluindo os bens de terceiros, ou públicos no caso de terrorismo. No caso de bem de terceiro, deve haver consentimento e não exclui a responsabilidade civil. Bem não disponível não requer consentimento e exclui as responsabilidades penal e civil.
Uso moderado dos meiosnecessários (contra um estuprador, poderá ocorrer a morte).
Claus Roxin => na grande maioria dos casos deve ser negada a legítima defesa (restrições ético-sociais). Agressões de pessoas embriagadas, de crianças, de doentes mentais, de origem familiar.
Elemento subjetivo das causas de justificação (não está escrito, mas seria necessário para reconhecer a legítima defesa). O ânimo de defesa não importa (para ficar famoso, etc.).
Excesso em legítima defesa ou estado de necessidade (art. 23, par. único): pode responder por delito doloso (não há a excedente, é condenado) ou culposo.
Excesso extensivo: se liga ao requisito da agressão atual ou eminente. Por atraso ou antecipação. É DOLOSO.
Excesso Intensivo (imoderação): em princípio, a pessoa estaria preenchendo os requisitos da legítima defesa, mas acaba se excedendo (várias facadas, pelas costas). Pode ser por DOLO, por CULPA, ou por Erro de Proibição (exclusão da culpabilidade, pânico) evitável (condenação atenuada) ou inevitável (absolvido), art. 21, parágrafo único.
Aula 05/10/2015
Estado de Necessidade (art. 24)
Exclusão da ilicitude, que cabe para ataque de animais, forças da natureza.
A maioria da doutrina ainda acha que tem de haver o ânimo de agir do agente.
Pode ser Próprio (furto famérico, ataque de algum animal) ou de Terceiro/alheio (a grande maioria). O consentimento do terceiro só é necessário quando o bem jurídico for disponível (patrimonial).
Estado de Necessidade Agressivo: o sujeito se volta contra coisa diversa daquela que provocou o perigo.
Atinge os bens jurídicos de terceiros. Bloqueia a responsabilidade penal e civil. A ponderação tem menor amplitude.
Estado de Necessidade Defensivo: o sujeito se volta contra a coisa que promana o perigo.
Atinge o bem jurídico do próprio causador do perigo. Bloqueia a responsabilidade penal, a responsabilidade civil regressa ao causador do perigo. A ponderação tem maior amplitude.
Abalo na consciência (não exclui a ilicitude, mas a CULPA, deverá responder civilmente).
Fato lesivo/ Fato necessitado/ Fato de proteção => poderá destruir um bem jurídico para salvar outro.
Conflito de Males/bens jurídicos: a pessoa pode lesionar o bem jurídico de menor valor para salvaguardar o de maior valor.
Colisão de Deveres: situação em que há duas ou mais pessoas em estado de perigo, mas não é possível salvar todas.
Ausência de interesse do estado na resolução do conflito, uma pessoa mata a outra para se salvar (bens de valores iguais). O estado protege a que se salvou (critério utilitarístico).
Teoria diferenciadora
Bens de valor idêntico: sempre exclui a cupabilidade.
Bens de valores diferentes: excluí a ilicitude.
Teoria unitária (Brasil): exclui a ilicitude.
Interesse preponderante (ponderar os valores em cada caso: patrimônio ou a vida; dano ou a lesão).
Estado de Necessidade imaginário/ putativo, é tratado como hipótese de erro, assim como a Legítima Defesa.
Perigos contínuos ou permanentes (edifício em ruínas, pessoa psicótica), não precisa esperar para que o perigo seja atual ou iminente. Estado de Necessidade Preventivo, a maioria dos autores rechaça.
Bens jurídicos suscetíveis de estado de necessidade: personalíssimos (honra, integridade física, imagem).
Alguns autores estendem do Estado de Necessidade para o âmbito civil: invasão de moradias.
Cláusula de adequação: não é permitido lesionar a dignidade humana (tortura, remover um órgão de uma pessoa para salvar outra).
Elemento subjetivo de identificação: finalidade da prática do estado de necessidade (salvar alguém, não precisa uma motivação adicional – ser herói). A doutrina diz que precisa, mas não está no código esse elemento a mais.
Aula 26/10/2015
Estrito cumprimento do dever legal
Pode ser interpretado, às vezes, como legítima defesa) => exclui a ilicitude (teses: Não Contradição; Interesse Preponderante).
O agente policial, eventualmente pode lesionar bens jurídicos (invasão de domicílio).
É invocado em relação ao Sujeito Ativo (agente de autoridade, servidor público no exercício do cargo ou função). Mas pode também ser aplicada aos particulares (no exercício de uma função pública, jurado, mesário de eleição). Os vigilantes privados também podem ser enquadrados, mas o contrato deve ser um dever específico de vigilância.
O agente deve ter a consciência de que está cumprindo um dever legal.
Norma de caráter geral (não é ordem particular ou verbal), exclusão da ilicitude. Senão é causa de exclusão da culpabilidade.
O cumprimento do dever tem que ser de forma estrita (deve ser verificada a necessidade do cumprimento do dever, abstrata se precisa usar a força, concreta analisa o grau de necessidade – que tipo de força).
Abstrata: desnecessária ou necessária;
Concreta: em excesso ou não.
Exercício regular do direito (faculdade de executar o direito)
Exclusão de direito (não comete crime quem age no exercício regular de direito). Teses da doutrina estrangeira: Não Contradição (italianos); Interesse Preponderante (espanhóis).
Exclusão da ilicitude (doutrina geral).
Fontes do direito (qualquer norma permissível): pode ser até direito consuetudinário.
Não pode incorrer em excesso.
Ato emulativo (não exclui a ilicitude), o sujeito tem o direito mas não executa como sendo de tal finalidade.
Atuação pró-magistratu: o cidadão pode agir se o estado não pode interferir tempestivamente. Prisão em flagrante realizada pelo particular (o policial deve, mas o particular pode ou não).
Autoajuda: alguém comete um furto, então um particular recupera a coisa ou alguém.
Direito de correção: dos pais em relação aos filhos menores (alguns autores acham que é um dever). Pode ser delegado para cuidador (na ausência dos pais um terceiro estaria habilitado, segundo a doutrina).
Offendículas, com aparatos mecânicos não há legítima defesa. É coerente tratar como exercício regular do direito. Uma morte não pode ser considerada, pois a vida é um bem jurídico maior.
Exercício de atividades profissionais: imunidade diplomática. Advogado (Constituição: inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão; Segundo estatuto da OAB, não é punível por injúria, difamação ou desacato; o STF aboliu a calúnia, sendo possível a condenação). Atividade jornalística (CF: livre expressão da atividade artística e de comunicação). Veículo de comunicação (CF: liberdade de informação). Medicina (condutas lícitas, deve se verificar se a atividade é favorável ao paciente com exclusão da ilicitude; se considerar a imputação objetiva presume-se que há consentimento para com a pessoa que é submetida à intervenção cirúrgica; ministrar a correta informação sobre os riscos; limites prescritos pela ciência médica – lex artes). Atividades Desportivas (consentimento do ofendido ou conduta regular do direito; exclui a ilicitude depende se não viola as regras do esporte ou as condutas desportivas; se tiver dentro da atividade então há punição disciplinar).
Na imputação objetiva (risco à bem jurídico) => não exclui a tipicidade (ilicitude), mas o risco é permitido.
Consentimento do ofendido
(não está prevista expressamente em lei).
Pode ser tácito (implícito)/escrito (expresso) ou presumido (situação de urgência de pessoas inconscientes). Se há acordo, então exclui a tipicidade (bens jurídicos disponíveis – aborto consentido pela mãe, ). Exclui a ilicitude quando o dissenso é que define a ilicitude (estupro consentido por menor em alguns casos).
Consentimento válido ou eficaz: a capacidade civil para consentir (não pode haver erro ou coação).
Forma de manifestação do consentimento: gestos, ou explicitamente.
Momento do consentimento: anterior ou durante o fato. Pode ser revogado a qualquer tempo.
Requisito material: disponibilidade do bem jurídico (lesão leve para a integridade física).
Aula 16/11/2015
Coação Moral (vis compulsiva)
Irresistível ou resistível: parâmetro do “homem médio”.
Se for irresistével:
Exclui a culpabilidade; não há coautoria.
Concurso de pessoas (autor imediato – usa uma criança -, ou mediato):Autoria mediata (coação moral irresistível – não é coautoria).
O coautor (que fez a coação contra o coagido) responde pelo crime do coagido e pelo constrangimento legal (alguns autores dizem que responde pelo crime de tortura; outros dizem que só responde pelo crime, mais o agravante).
Se for resistével:
Ambos respondem pelo crime praticado, tando o coator (responde pelo crime) quanto o coato (responde com uma atenuante, culpa atenuada).
Obediência à ordem de superior hierárquico (art. 22, exclui a culpabilidade).
Ordem legítima (legal): tanto o superior quanto o mandado não respondem.
Ordem manifestamente ilegal: não tem o dever de obediência.
Ordem não manifestamente ilegal (não é perceptível): o superior hierárquico responde como autor imediato (o subordinado fica isento - deve haver estrita observância da ordem pelo subordinado).
Causas supra legais: direito de desobediência civil (protesto), convicções religiosas.
A culpabilidade não é moral, mas jurídica (terrorismo).
Punibilidade e as causas de sua exclusão (extinção)
Elementos do crime: além da culpabilidade, alguns autores dizem que a punibilidade também seria um elemento do crime.
Tipicidade: deve ser checado;
Ilicitude: sempre deve se examinar se há uma norma permissiva ou não;
Dolo: deve ser analisado;
Culpabilidade: deve ser analisada;
Punibilidade: não é sempre que haverá uma punição (não é um elemento necessário), apesar de cometer um crime a pessoa pode não ser punida (causas extintivas da culpabilidade, Art. 107 CP exemplificativas, se usar outras deve estar em alguma parte do código – causa legal).
Prescrição da Pena (livra a pessoa da pena, mas os efeitos continuam – reincidência)
Causas de exclusão da punibilidade:
Morte do agente (não beneficia os demais agentes) – pessoalidade da pena. Mas ainda deve reparar o dano, até o limite da herança;
Anistia: esquecimento jurídico, para haver uma pacificação social (própria ou imprópria: antes ou depois da sentença, na qual persiste os efeitos penais – reparação do dano), crimes que são vedados à concessão de anistia (tráfico de drogas, tortura, terrorismo, e ediondos), a competência de concessão é do congresso sancionado pelo presidente, em geral é ampla geral e irrestrita (pode ter alguma determinação – anistia quem reparar o dano), indulto coletivo (para crimes comuns, decreto do executivo, pode ser comutação – diminuição -, ou substituição de pena), graça (espécie de indulto, mas é individual e tem que ser solicitada pela pessoa que pede clemência);
Descriminalização legislativa (abolitio criminis), ou jurisprudencial.
Perdão Judicial: isentar ou dispensar a pena. Casos previstos em lei (no código eleitoral, no crime de receptação de objeto proveniente de crime, homicídio culposo e lesão corporal culposa – se as consequências que atingirem o agente forem tão graves que dispensem a pena, pode haver perdão judicial estatal). É sentença declaratória da extinção da punibilidade. Poena naturalis (“pena do destino”).
Prescrição
A prova se deteriora com o passar do tempo, o sujeito se transforma com o passar do tempo, sanção para o Estado (omisso).
Prescrição da Pretenção Punitiva (PPP, prescrição da ação penal, em abstrato): varia o prazo e efeitos (ver a pena máxima como referência), o Estado perdeu, em abstrato, o direito de averiguar, processar e punir. Não pode nem examinar o mérito.
Prescrição da Pretenção Executória (PPE, prescrição da pena, em concreto): o Estado perde o direito de executar a pena, os demais efeitos persistem (reincidência).
Depois do Trânsito em Julgado da Sentença Criminal (TJSC), usa-se a pena aplicada concreta (não é a máxima...), para verificar o prazo de prescrição. Se o sujeito está foragido, o tempo da prescrição continua, mas os efeitos permanecem (reparação do dano).
Prescrição Retroativa: é calculada pela pena concretizada (não pela pena máxima), a pena não pode ser modificada e tomada como se fosse a máxima. É uma modalidade da prescrição punitiva (tem efeitos da PPP).
Prescrição Intercorrente (não é antes da sentença, como a retroativa): período posterior à sentença.
Aula 23/11/2015
Concurso de pessoas no delito
Não é crime de Concurso Pluri-Subjetivo => é necessário mais de um sujeito ativo para realização do tipo penal.
Na teoria unitária (adotado pelo CP), não importa o número de autores, será apenas um crime (com uma pluralidade de pessoas). Todos respondem pelo mesmo crime.
Co-autoria passou a ser concurso de pessoas, na medida de sua culpabilidade (teoria monista, com brecha para as teorias pluralistas).
Então o CP abre exceções para a teoria pluralista (deve ter hipóteses previstas em lei => crime de aborto: o sujeito que provoca e a mulher que permite, penas diferentes; Uma pessoa que instiga outra a prestar falso testemunho; corrupção ativa e passiva; crime de bigamia: o casado e o solteiro consciente).
No modelo pluralista, cada autor responde por um crime separado (amarrar a vítima, matar, etc.)
Na hipótese dualista há dois crimes (autores e partícipes).
Sistema diferenciador: distingue autores partícipes.
Modelo Extensivo: toda a pessoa que concorre para o crime passa a ser autor (equipara a modalidade causal – teoria unitária).
Modelo Restritivo: separa autores de partícipes (o CP não adota esse modelo, mas concurso de pessoas, pela teoria unitária). Mesmo assim é necessário identificar autores de partícipes.
Teoria Objetiva
Autor é quem realiza a ação típica (condição principal); Participe é aquele que não realiza a ação típica (condição acessória).
Essa teoria falha quanto a autoria MEDIATA (o autor mediato não realiza diretamente a conduta típica, mas utiliza um executor irresponsável, IMEDIADO), pois não o incluí.
Teoria Subjetiva
Parte da vontade do Agente (animus auctoris); o Partícipe não participa da vontade (animus socii).
Conceito Material de Autor
Peso de participação: maior peso, Autor; menor peso, Partícipe.
Teoria do domínio do fato/ da organização (domínio final da ação), por Roxin.
Autor é quem “domina o fato” (é um conceito abstrato de controle da conduta, poder de prosseguir ou interromper a ação). Deve ser concretizado pelos domínios da ação, da vontade (emocional), dos termos funcionais e da organização.
Ação: autoria direta ou indireta;
Vontade de executar o ato:
Autoria individual e mediata (domina a vontade do instrumento – sujeito irresponsável/ inimputável, autor imediato ou indireto);
O instrumento pode ser uma pessoa responsável, isto é, uma pessoa que esteja agindo fora do Estado de Direito (máfia ou ditadura). Nesse caso o autor é fungível (mesmo se trocado, outro cometerá a ação).
Autoria funcional (co-autoria), a pessoa domina uma parte do acontecimento, que sem a qual não ocorreria. Não interessa a responsabilidade dos outros para haver concurso de pessoas.
Partícipe: não tem o domínio do fato.
Favorecimento pessoal (ajuda uma pessoa a fugir; esconde um objeto), não é co-autoria.
Co-autoria sucessiva: depois de uma autoria única, antes do crime acabar, um co-autor intervém e continua. Cada um responde pelas partes de cometimento. O primeiro pode ter agravação de pena pelos atos que praticou sozinho.
Quando não há conhecimento da ação dos partícipes, a co-autoria é acessória (colateral). Nesse caso, cada um responde separadamente (rompe-se a ideia de crime único). Ex. se não é possível saber quem foi o responsável pelo homicídio, os dois respondem por tentativa (in dubio pro reu).
Teoria da Participação (formas de participação)
Indutores/ instigadores: representam uma participação moral ou psíquica (atuam no surgimento da ideia do crime no autor).
Cúmplices: participação material.
No âmbito qualitativo existem três teorias
Acessoriedade mínima (típica): Para que o autor responda, deve ter pelo menos realizado um ato típico. Se um co-autor participa de uma legítima defesa, ele é condenado.
Acessoriedade limitada (típica e ilícita, aceita no CP): conduta do partícipe está atrelada a do autor principal, não precisa que sejaculpada (por causa de exclusão de culpabilidade).
Acessoriedade máxima (típica, ilicita, culpável e punível, não é aceita).
(In)Comunicabilidade das Circustâncias
As circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam (o co-autor não responde qualificadamente). Mas se for o elemento do próprio crime, então se comunica. Ex. Um co-autor que não seja funcionário público responde como se fosse.
Crime omissivo ou culposo
A participação é dolosa. Então não pode haver participação dolosa em crime culposo, nem culposa em crime doloso.
Na infração de dever de cuidado, por si só, seria autor, e não co-autor. Mas adota-se que cada um dos partícipes responde individualmente por culpa.
Aula 30/11/2015 (dia da prova 2)
Caminho do crime
inter criminis: Cogitação (atos que não são puníveis), preparação (atos que entram na fase externa de crime, mas também estão fora da política criminal), execução (possibilidade de punição por tentativa de crime – dolo, completa no tipo subjetivo, mas há fato externo que impede, incompleta no sentido objetivo; redução da pena – não realiza todos os elementos típicos) e consumação (jurídica, inclui todos os elementos do tipo penal – crime omissivo, instantâneo, etc.).
Consumação material (esgotamento do crime): furto com venda do objeto e obtenção do dinheiro. É irrelevante no sentido penal.
Teoria objetiva individual: combina elementos subjetivos (não é consciência, mas é para aproximar da teoria formal) e objetivos.
Desistência da execução (deve ser voluntária, art. 15): não é punível a tentativa de homicídio, mas é punível pelos atos anteriores e típicos (tentativa qualificada).
Tentativa inidônea (crime impossível, art. 17): o objeto é impróprio. Não é punível.
Idoneidade absoluta (meio e objeto impossíveis de realizar o crime) e relativa (sujeito, tentativa de peculato sem ser funcionário público, é punível – coloca a mão no bolso em que não estava a carteira).
Conhecimento ontológico (sabe se a arma está carregada) e nomológico (conhecimento de um terceiro; quem está julgando).
Recuperação 07/12/2015
Recupera a pior nota dentre a P1 e a P2 (mas caiu toda a matéria).
1- Se o ladrão estaciona seu carro diante do banco que pretende roubar, porém sem sacar as armas nem ter colocado ainda a máscara, ainda NÃO há prática de atos de execução.
2- Em casos EXCEPCIONAIS, cabe legítima defesa no caso de rixa.
3- NÃO há crime impossível, se o sujeito ativo efetua disparos com um revólver em direção ao leito da cama onde estava uma pessoa que recém se levantara para beber água na cozinha, pois só há crime impossível quando não há objeto.
4- NÃO há, ainda, tentativa, no caso de convite dirigido a uma criança para praticar um ato sexual para mais tarde em outro lugar.
5- A desistência voluntária NÃO pressupõe que o agente tenha desistido por motivos nobres ou éticos.
6- No direito brasileiro É admissível autoria mediata tanto por meio de um instrumento inimputável QUANTO mediante instrumento responsável.
7- Segundo a doutrina predominante, os agentes policiais tanto podem alegar estrito cumprimento de dever legal, QUANTO a excludente de legítima defesa.
8- Segundo a doutrina predominante, NÃO cabe legítima defesa contra agressão culposa.
9- O arrependimento eficaz NÃO é cabível na tentativa inacabada. Somente após o resultado (prestar socorro à vítima e ela não morrer).
10- Na autoria mediata, a doutrina predominante ADOTA a teoria do domínio da vontade.
11- O dolo direto e o dolo eventual PODEM apresentar-se na forma de dolo alternativo.
12- Se um empresário der instruções ao seu empregado para que realize uma atividade laboral perigosa que se encontra dentro de suas funções, com a esperança de que este sofra um acidente e morra, o que de fato realmente ocorre, o resultado morte NÃO é imputável ao empresário.
Segue o LINK para baixar o presente arquivo:
https://drive.google.com/open?id=0B_vwGsXdCzWXWjdFSVJMS0xzQWM

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