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DIREITO EMPRESARIAL III, Prof. Gerson

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DIREITO EMPRESARIAL III
Anotações da aula do Prof. Gerson
O Link para DOWNLOAD deste arquivo em formato WORD está no final do texto.
PARTE 1	3
1	Aula 05/08/2016	3
Fenômeno da Crise da Empresa	3
Perfis de Empresa	4
2	Aula 12/08/2016	4
História do Direito Falimentar	4
Lei 11.101/2005	6
Lei 13.043/14 e Lei Complementar 147/14	6
3	Aula 19/08/2016	8
Verificação de Créditos	8
Pluralidade de Devedores	9
4	Aula 26/08/2016	10
Órgão da Falência e Recuperação Judicial	10
5	Aula 02/09/2016	11
6	Aula 23/09/2016	11
Meios de Recuperação Judicial	11
7	Aula 30/09/2016	12
Afastamento dos Administradores e do Devedor	12
Plano Especial de Recuperação Judicial	13
Plano de Recuperação Extrajudicial	13
SOBRE A PROVA QUE FOI APLICADA NA OUTRA TURMA	13
8	Reelaboração da P1 para aumentar 1,0 ponto na prova	14
PARTE 2	22
9	Aula 14/10/2016	22
Falências	22
Responsabilidade dos Sócios	22
10	Aula 21/10/2016	23
Classificação dos Créditos	23
11	Aula 04/11/2016	25
Falência requerida por terceiro	25
Meios de defesa do processo de falência	26
Legitimidade para o pedido de falência	26
12	Aula Extra 1	27
Meios de defesa	27
Formulação do pedido	28
Autofalência	28
Arrecadação	28
Bens impenhoraveis e regimes especiais	28
Avaliação dos bens	29
Lacração	29
Efeitos da falência sobre as obrigações do devedor	31
13	Aula Extra 2	34
Hipóteses de Liquidação	34
Ineficácia e ação revocatória	35
Ação revocatória	37
14	Aula Extra 3	38
Pagamento aos credores	38
Encerramento da falência	42
Extinção das obrigações do falido	43
PARTE 1
Aula 05/08/2016
P1: 23/09/2016
P2: 25/11/2016
Recuperação: substitui uma das provas (conteúdo de toda a matéria e não reduz a nota).
Provas SEM consulta.
Trabalho (como todo mundo foi mal...)=> refazer a prova considerando toda a prova dissertativa, indicando doutrina, etc. Depois postar no Moodle (prazo de 15 dias).
Bibliografia:
Spinelli;
Fábio Ulhoa Coelho - Comentários à Lei de Falências...;
Sheila Christina Neder Cerezetti - Recuperação Judicial de Sociedade por Ações.
https://prezi.com/1rrlphcbiirx/recuperacao-judicial/#
https://prezi.com/kgco0kwwoczp/mapa-da-falencia/
Fenômeno da Crise da Empresa
Lei 11.101/2005 - Baseada na lei de falências dos EUA, preservando-se a tradição brasileira. Realidades sociais e culturais distintas.
Normas residuais de fechamento das regras do Direito das Obrigações. Farol para a sociedade sobre o risco de empreender (1- o empreendedor deverá vender seus bens para arcar com o prejuízo; 2- o empreendedor não perde mais do que investir; 3- o empreendedor pode emprestar o dinheiro, sem se comprometer com a empresa).
Sentido pejorativo brasileiro - insucesso, fracasso, cometeu fraudes, etc.
Disciplina momentos de crise => conformação da sociedade, políticas públicas para lidar com a crise.
Ordenamento dos EUA, permite a solvência de pessoas físicas (entrega todos os seus bens e volta para o mercado, as dívidas são resolvidas). No Brasil, a insolvência civil (de pessoas naturais), na prática não existe (as pessoas passam os bens para o nome de laranjas, etc.).
PROBLEMAS técnico-jurídico e cultural brasileiros.
A lei de 2015 ainda tem alguns problemas.
Refresh/restart => descharg (extinção das obrigações por 5 anos - retirar a pessoa do mercado).
No caso empresarial, há uma reorganização da empresa (Recuperação Judicial), o devedor deve apresentar uma certidão negativa de débitos tributários (na prática, é muito difícil, pois os tributos são pagos depois dos empregados, etc.).
Recuperação Judicial => ocorre com a empresa ainda em funcionamento (a empresa não para suas atividades), em respeito à função social da empresa. Pode ser usada para frear as atividades gradativamente, para depois ser declarada a falência (atenua os efeitos da crise).
Viabiliza a venda: a compra da empresa em recuperação judicial tem maior segurança de que os débitos da empresa em crise não passem para a compradora (as penhoras são canceladas e os produtos da venda do bem são passados para os credores dessas penhoras, com prioridade dos empregados, etc.).
Perfis de Empresa
Subjetivo: o empresário, a pessoa jurídica, a sociedade [deve ser substituído - em movimento].
Funcional: realização da atividade econômica organizada [precisa ser preservada].
Objetivo: complexo organizado dos bens para o Perfil Subjetivo desenvolver o Perfil Funcional.
Crises Econômica, Patrimonial e Financeira
Econômica: problema estrutural da empresa; prejuízos sucessivos;
Patrimonial: insuficiência de bens no seu ativo para atender o passivo, pouco capital para operações muito grandes (insolvência - tem menos bens em seu patrimônio do que o total de suas dívidas - precisa ter patrimônio compatível com o passivo);
Financeira: o setor financeiro não renova o crédito da empresa em virtude da falta de confiança no mercado; falta de caixa para honrar os compromissos da empresa.
Crise definitiva => Falência (realização rápida e efetiva dos ativos - se esperar muito depois da empresa parar o patrimônio de degradará).
Crise Provisória => Recuperação Judicial (o devedor das atividades continua na ativa).
Ver art. 47 e 75 da Lei 11.101/2005.
Aula 12/08/2016
História do Direito Falimentar
=> A Lei 11.101/2005 foi desenvolvida para proteger os bancos e o fisco (não participam do instituto).
Roma: caráter punitivo, a vida não tinha um sentido espiritual que tem hoje, então, se um devedor não pagava seus débitos, seu corpo (vida de modo concreto) era esquartejado e dividido entre os credores.
Distinção entre contratus (celebrado diante de um Pretor) e nuda-pacta (não tinham obrigações formais - não podiam ser executados -, apenas naturais).
Alta Idade Média: surgimento do feudalismo (modo de produção rural) e proeminência do Direito de Família.
Baixa Idade Média: saques às cidades do oriente, comércio ganha destaque. O direito relacionado ao direito canônico (não viam o comércio com bons olhos - tinha juros e os judeus lidavam com bancos -, tinha uma nova casta dos comerciantes que não tinham relações com a Igreja) e o direito romano (não servia mais).
Tribunais Consulares (organizado pelos comerciantes): Direito Falimentar para os empresários. Punição (afastamento da vida comercial), seguros de falência e requisitos de operação, como os livros comerciais.
Direito Português: Alvará de 1756, devido a um grande incêndio em Lisboa em que os comerciantes quebraram. Determinou que quando houvesse a decretação da falência, o comerciante morria civilmente, mas se colaborasse com a distribuição de seus bens entre os credores, era como se tivesse ressuscitado.
Código Comercial de 1850: 
=> De 1530 a 1808 foi uma treva para o Brasil, pois eram proibidas as universidades e o comércio. O único comércio permitido era o negreiro e roupas e alimentos para os escravos.
Com o código de 1850, a criação de uma empresa não precisava mais de aval do Imperador.
A falência se dava quando havia cessação de pagamentos (quando o comerciante fugia ele era considerado falido).
Moratória: alguém pedia prazo para pagar suas dívidas (mediante aprovação da maioria dos credores).
Concordata: poderia obter redução no valor da dívida.
Administração da falência: contrato entre os credores para um deles administrar por um “contrato de união” - como se fosse um síndico.
Lei 1890 => Presume-se falido quem não paga suas obrigações (a inadimplência caracteriza a falência).
“Falência por atos e fatos”: o comerciante liquida todo o estoque para fugir com o dinheiro. Antes disso deve-se decretar a falência do mesmo. Mudar o endereço da sede para fugir dos credores é um caso que justifica a falência por atos e fatos.
Lei 1902 => Os síndicos (administradores da massa falida) não tinham experiência. Então as Juntas Comerciais passaram a indicar os síndicos e o juiz aprovar.
Lei 1908 => Falência com a continuidade do negócio. Ex. estradas de ferro americanas.
Lei 1929 => Há uma mudança sobre o quórum da concordata. Quanto maior o deságio (desconto na dívida) maior é a proporção decredores que concordem.
Lei 1945 => Vale para falências ocorridas anteriormente ao ano de 2005. Mudou o conceito de concordata, agora era um valor legal. Debate entre o poder dos credores e o poder do juiz, que foi aumentado (podia conceder, legalmente a concordata, com pouca probabilidade de embargo à concordata).
Lei 11.101/2005
Influência do direito norte americano, como uma “necessidade de modernização do direito em todo o mundo”.
Recuperação Judicial (RJ)
Final dos anos 90 (os bancos Nacional, Econômico e Bamerinos quebraram): necessidade de redução do Risco Brasil, através de medidas recomendadas pelo FMI. Quando a inflação desapareceu, uma série de empresas que se baseavam na inflação acabaram falindo, o Brasil injetou vários bilhões de reais no Banespa; o Brasil “quebrou”. Então, o FMI injetou dinheiro e fez imposições para melhorar a saúde financeira dos bancos (só foram aprovadas em 2005, depois de reeditado o conceito de medidas provisória).
A lei deixou os bancos de fora da falência e da concordata, de acordo com os juízes, que estavam se baseando na função social da empresa.
As operações de leasing (manutenção de equipamentos) não são submetidas à falência.
Os bancos (clientes com garantia real) e o fisco são pagos após os empregados.
Modelo KELSEN-BORJA (2015), disponível em: <https://plus.google.com/105193352569699409491/posts/co5F38SEMrY>
Tratando o conceito de propriedade pelo aspecto absoluto no tempo, Kant (XVIII), de acordo com a lógica naturalista, justifica a propriedade privada afirmando que o direito de cada um na superfície terrestre deve ser tolerado por outros, sem interferirem nesse direito. Posteriormente, Kelsen (1945, p. 16) rejeita essa definição e descreve, cientificamente, o conceito de propriedade privada como sendo histórico:
“Declarar a propriedade como um direito natural, porque é o único que corresponde à natureza, é uma tentativa de tornar absoluto um princípio especial que, historicamente, em certo tempo e sob certas condições políticas e econômicas, tornou-se Direito positivo. O socialismo também tem sido advogado pelo método específico da doutrina do Direito natural, e a propriedade privada tem sido declarada contrária à natureza.”
Atualmente, o limiar das regras legisladas a respeito da propriedade privada é definido entre os seguintes conceitos: direito à propriedade, que é derivado do princípio de liberdade de negociação da mais valia pessoal; e função social da propriedade, que é derivado do princípio de bem coletivo. Com isso, o limiar econômico pode estar inclinado mais para um ou para outro conceito. Esta variação será legítima se ocorrer na forma da Evolução Histórica de Conceitos.
Lei 13.043/14 e Lei Complementar 147/14
A nossa jurisprudência começou a interpretar a lei com ênfase mais pragmática.
Ex. Não se pode remover os bens pelo prazo de 180 dias. “Mas esse prazo pode ser prorrogado”, se não foi o devedor que deu causa e não evidenciada a negligência da parte requerente.
Natureza da Norma: trata de direito material e de direito processual.
A falência não cria, extingue ou modifica os direitos, mas altera a maneira de como são exercidos.
Os direitos materiais são vistos de maneira especial, assim como na justiça do trabalho.
Os direitos processuais são vistos de maneira diferente do código civil (Ex antigo. contra as decisões não cabe recurso; Ex. aplica-se o código de processo civil subsidiariamente). O início do processo de falência se dá com uma sentença! A falência e a recuperação judicial são processos de execução (porém os credores não participam do processo) coletiva (tutela a coletividade dos credores)!
Se o prazo diz respeito ao modo de exercício do direito, recorre-se ao CC. Se o prazo é processual vide-se a lei. Os prazos correm por edital, independente da natureza.
Mecanismo conservatório de direitos: tutela os credores (empregados, etc.).
Art. 1º: por razões históricas, somente os empresários estão sujeitos à recuperação judicial e falência (antigos comerciantes). Não estão sujeitas as Fundações (ULBRA), sociedades cooperativas (UNIMED - em uma sociedade simples, o patrimônio intangível não é tutelado aos sócios), etc.
O produtor rural pode optar por ser empresário, mas somente a partir da inscrição na junta comercial poderá ter suas dívidas submentidas a falência ou Rec. Se o produtor tiver CNPJ, então o crédito será mais difícil no banco!
Sociedade de Fato ou incomum: tem direito a Rec., mas não falência (também não podem ser réu em ação de falência).
Art. 2º: não se aplica a lei para empresas públicas, etc.
Nas sociedades autorizadas (concessionárias) - bancos (autorização do BC). Toda a empresa produz riscos para a sociedade (externalidades). Lei 6.023/74 dispõe sobre a falência de empresas do setor financeiro.
Sociedades de economia mista criada por lei. Porém, há decisão do STJ que se aplica a Lei para as que não foram criadas por lei, ou as subsidiárias das que foram.
Art. 3º: o juízo (foro competente) para decretar falência (a sede do principal estabelecimento - pode ser internacional e não afetar o outro país).
É decretada a falência em São Paulo, mas o processo deve ser aberto no local do principal estabelecimento.
Art. 4º: é importante, apesar de ter sido vetado. O MP não deve participar do processo de falência nem da Rec. (é um espaço de negociação entre os credores - não há parâmetros para se fazer uma intervenção). Somente depois da decretação da falência.
Art. 5º: Obrigações não exigíveis. Contratos gratuitos e não onerosos.
Algo gratuito pode ser interessado ou não pelo cliente. Se for interessado aplicam-se as regras dos onerosos.
Cada devedor e credor tem seu advogado e as custas judiciais são pagas pelo que perde o litígio (Ex. litígio sobre o valor de uma dívida).
Art. 6º: Deferimento da Rec. ou decretação da falência suspende-se todas as execuções individuais dos credores (não para os devedores!). Tudo vai incorrer em uma execução coletiva. Suspende-se todos os prazos prescricionais, pois os credores não podem mais ajuizar.
Na hipóteses de usucapião o prazo prescricional não é suspenso.
Nas ações contra massa falida o foro é o mesmo dos imóveis.
=> As demandas por quantia ilíquidas continuam.
Processo de conhecimento
Aula 19/08/2016
Art. 6º: Eficácia Suspensiva
Quantias Líquidas (certa, não depende do rito processual) e Ilíquidas (discutida - depois de demandado em processo diferente - ação ordinária -, quando definida, entra no processo de RJ).
Prazos prescricionais ficam suspensos, menos a de usucapião.
Créditos Trabalhistas: serão processadas por justiça especializada (justiça do trabalho), então uma certidão é trazida para o processo de RJ (onde a dívida vai ser paga).
Os fatos trabalhistas são apurados até a data da recuperação (data de deferimento da RJ), acarretando em duas situações: créditos anteriores à RJ e créditos posteriores à RJ. Ex. um guarda que está cuidando da massa falida, recebe pelo gestor da MF (administrador judicial) - créditos extraconcursais e aprovados pelo juiz (não participam do concurso de credores, os quais participam dos créditos concursais) -.
Ex. Comp.X S/A em processo falimentar (CNPJ zzzz), não tem mais poder sobre o patrimônio e Massa Falida da Comp.X (CNPJ yyyy, porém, assim como o condomínio, não tem personalidade!!!).
Créditos Fiscais: as execuções fiscais não são suspensas com a declaração de RJ.
Assim como os créditos tributários, que não participam do processo de falência ou RJ.
Porém não podem retirar bens das empresas em recuperação e nem da massa falida.
Se for o caso, o fisco pode pedir a despersonalidade da pessoa jurídica, mas em geral não interfere.
Se um juiz do trabalho (ou tributário, etc.) mandar bloquear/executar bens da massa falida, o advogado precisa pedir um conflito de competências (direto para o STJ), pois o único juiz que pode bloquear é o juiz da vara de falências (conceito de juízo universal)! Não se deve fazer Agravo de Instrumento na execução fiscal, pois irá até o STJ e não caberá!Prazo: 180 dias na RJ => Eficácia Suspensiva (STAY).
Prazo de direito material (conta dias úteis e não úteis), trata dos efeitos das obrigações. Não diz respeito a relação de direito público entre as partes (processual - dias úteis).
Suspende os efeitos dos Protestos e exime da disponibilidade de Certidões negativas (Ex. uma empresa em RJ, mesmo se não tiver certidões negativas, pode participar de certames licitatórios).
Regra da Prevenção: todos os processos relativos devem ser dirigidos ao juiz encarregado pelo processo de RJ, mesmo se não for o juiz competente. Daí então é decidido sobre o foro competente.
Verificação de Créditos
Uma para Falências e uma para Recuperação Judicial => relaciona as FASES do processo.
Falências
Verificar os créditos: pedaços do patrimônio que dará para cada um.
Arrecadação Ativa: determinar o tamanho do patrimônio.
Realização Ativa: reunir os patrimônios infungíveis e torná-los fungíveis. Bens perecíveis podem ser vendidos rapidamente.
Pagamento aos credores: os credores que necessitam de salário mínimo, assim que tiver disponibilidade de caixa.
=> As fases são concomitantes, sem preferência de ordem,
Fase administrativa
1º EDITAL: O juiz publica no diário da justiça: NOME, CLASSE E VALOR dos credores.
O administrador judicial deve mandar uma carta para cada um dos credores, comunicando os atos.
CLASSES: credores trabalhistas, credores quirografários, pequenos empresários, etc. => ordem de pagamento e voto sobre a questão do plano de RJ (em assembleia).
=> Os credores têm 15 dias para fazer as habilitações (petições querendo entrar no processo como credor) ou divergências (um credor entende que o valor de seu crédito está errado, fornecendo provas - créditos com alienação fiduciária em garantia, os bancos podem dizer que não são quirografários e podem, sim, executar fora do plano de RJ - pede para sair do quadro de credores!).
No caso, as divergências são administrativas.
=> O administrador monta um quadro provisório de credores e publica um 2º EDITAL. Abre um prazo de 10 dias (o juiz define) para impugnações ou novas habilitações (prazos materiais - prazos para o exercício do direito, não para uma comunicação com o juiz). Se o administrador não aceitar, alguém pode entrar em juízo para que seja habilitado.Obs. Agora, a execução de Nota Promissória é contra a coletividade dos credores, não mais contra o devedor inicial (deve ser feita toda uma descrição e comprovação com livros contábeis)!
No caso, as divergências são judiciais. Pode haver habilitações retardatárias até a formação do Quadro Geral de Credores (quadro final - 3º EDITAL), precisando pagar as custas e perdendo os créditos de rateio iniciais e o direito de voto - caso não seja empregado. Cabe pedidos de retificação e de ação rescisória - Art. 19 (para provar fraude, erro, dolo ou coação - pelo rito ordinário). Se algum credor perder o prazo de habilitação, deve esperar que termine a RJ, pois ficam suspensas as execuções (dependendo de sua classe, pode perder direitos de rateio de créditos realizados).
Pluralidade de Devedores
Várias sociedades pedem recuperação judicial no mesmo processo, pois detêm relações próximas e que não conseguiriam se recuperar individualmente. Ex. têm garantias recíprocas e se uma fosse executada, comprometeria as demais.
Se tiver um sócio ilimitadamente responsável, é preciso fazer uma massa falida individual para ele. Se não sobrar dinheiro, o restante dos credores não serão beneficiados.
=> essas modalidades são feitas a pedido de algum credor.
Aula 26/08/2016
Órgão da Falência e Recuperação Judicial
Juiz (administrador efetivo): profere as decisões que dizem respeito ao patrimônio envolvido, é uma espécie de administração. Aprecia e autoriza as requisições do Administrador Judicial. Nenhum outro juiz pode proferir comandos sobre o patrimônio em questão.
Sua decisão prevalece sobre as deliberações em Assembleia de Credores.
Administrador Judicial: não decide, mas conduz (gere). Antes era o maior detentor de patrimônio, agora é um profissional (advogado, administrador, etc., normalmente é um advogado pois atua em processos judiciais, pode haver casos de pessoas jurídicas). Poderes indelegáveis. Pode contratar empresas de auditoria, com a concordância do juiz. Tem remuneração arbitrada pelo juiz (valores praticados no mercado, complexidade do caso concreto e capacidade de pagamento da massa falida - só é pago quando entrega o relatório final, se renunciar sem culpa recebe proporcionalmente -, normalmente é um percentual sobre os bens arrecadados e realizados; pode haver combinação com o devedor, sendo homologado pelo juiz). Pode ter auxiliares, com salários fixados pelo juiz. Pode solicitar depoimentos até mesmo de forma coercitiva, com autorização do juiz.
Recuperação Judicial (em tese é no máximo 2 anos): Fiscalizar as atividades do devedor (apresentar relatório mensal ao juiz). Requerer falência no caso de descumprimento de obrigação estabelecida no plano.
Falência: comunicação aos credores sobre os livros de débito. Deve realizar perícia para o entendimento sobre as causas da falência. Administrar a massa falida (não tem personalidade jurídica). Pode contratar, sob sua responsabilidade, outros advogados para auxiliar (mediante autorização do juiz e com honorários fixados pelo Comitê de Credores). Pode abrir as correspondências endereçadas aos devedores, entregando a eles o que não dizer respeito à massa falida. Avalia os bens (pode contratar avaliador, com autorização do juiz), se alguém não concordar com o valor determinado pelo Administrador Judicial, então deverá provar em contrário.
Comitê de Credores: 
Fiscaliza as atividades do Administrador Judicial. As classes de credores elegem seus membros (trabalhistas, especiais, quirografários, micro e pequenas empresas), podendo ter de 1 a 4 membros.
Deve de manifestar sobre a venda de bens e requisitar ao juiz que convoque assembleia.
Com a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica, quando o devedor/”acionista controlador” é afastado, trabalha como se fosse um conselho de administração, podendo ser o Administrador Judicial o novo gestor - normalmente vai preferir pedir a falência, pois o gestor fica responsável por responder os processos contra a empresa em recuperação judicial.
Assembleia de Credores: 
Autonomia: cabe aos credores definir o destino do devedor (RJ ou Falência).
=> Só há assembleia se o Plano de RJ é rejeitado (Ex. o Banco do Brasil sempre rejeita a RJ).
Composição: os que tem direito de voto são os credores trabalhistas (ex-empregados; os atuais empregados tem o maior interesse na continuação da empresa). Por isso, uma estratégia é atrasar os salários antes de pedir RJ, para então os empregados se manifestarem a favor da continuação da empresa.
=> O juiz pode anular votos, caso considere abusivo (se alguém tiver motivo particular para não aprovar a RJ).
Competência: RJ e Falência.
Aula 02/09/2016
Fase Postulatória => Art. 42: Requisitos (dois anos de atividade empresarial - se a pessoa jurídica passou por fusão, etc., tendo assim mais de dois anos, há algumas decisões que dão direito a RJ; a recuperação dos créditos é diferente nessas duas fases da RJ - os créditos anteriores não ficam sujeitos à RJ, pois havia uma outra relação de confiança com credores; se a empresa estiver parada por um bom tempo, pode ser entendido que não tenha 2 últimos anos de atuação).
Não pode a empresa já ter tido RJ em menos de 5 anos.
É possível ter pluralidade de autores (as empresas de um grupo possuem conexão - uma é garantidora das outras; grupos econômicos de empresas do mesmo ramo).
A Legitimidade para pedir RJ é do acionista controlador. Da falência os sócios pode pedir.
=> Sobre a questão das garantias (da própria empresa ou empresa garantidora), não é possível executar as próprias ações ou quotas da empresa em RJ.
=> Garantias reais: penhor (bem empenhado); hipoteca (imóveis). São levados à leilão.
Garantia do pagamento do preço de compra e venda.Por reserva de domínio (lei dos registros públicos), a propriedade fica com o uso do devedor, mas ainda é do credor até que o devedor cumpra sua obrigação.
Equity Law (paralelo ao common Law inglês): compartilhamento do direito de propriedade. Surgiu a alienação fiduciária em garantia (para bens móveis e imóveis), com a transferência da propriedade para o banco (ou para particulares) como uma garantia especial (melhor do que as outras garantias).
Aula 23/09/2016
Meios de Recuperação Judicial
Art. 50: condições dispostas em lei, mas que podem dar ideias de outras formas possíveis e não previstas.
PRAZO de recuperação => prazo necessário para que o devedor possa trabalhar e pagar a conta.
O perfil das empresas modernas é que são alavancadas, ou seja, patrimônio e serviço de terceiros. Por isso, o conceito de vender patrimônio para pagar as dívidas cada vez menos é aplicável.
EQUALIZAÇÃO de encargos financeiros => tornar igual as condições para os credores.
Cisão da Empresa => deixar a parte sã pagar a recuperação judicial da parte que dava prejuízo.
Trespasse (venda do empreendimento) ou arrendamento do negócio => para pagamento aos credores.
Dação em pagamento (entregar um bem ou um crédito) => questão da liquidez da empresa.
Venda parcial dos bens => em uma recuperação judicial, não pode haver uma liquidação total da empresa.
Art. 51: Petição Inicial com causas e razões da Recuperação Judicial.
O importante é se ater aos requisitos da Petição Inicial elencados no CPC!
Art. 54: Para o pagamento dos créditos trabalhistas o plano não pode prever prazo maior que 1 ano.
Como a competência é da justiça do trabalho, normalmente não há proposta de deságio (receber uma parte antes, com algum desconto no total).
O mais comum é fazer acordo diretamente na justiça do trabalho e homologar para o plano.
A justiça tem mecanismos muito fortes de cobrança, por isso, é interessante pagar os empregados antes de pedir a falência, pois é provável que termine pagando de qualquer jeito.
Art. 64 e 65: Afastamento do devedor (acionista controlador) e dos administradores. Se praticaram atos dolosos, fraude contra credores, atitudes dissimuladas, etc. O administrador judicial assume o papel do administrador e é convocada a assembleia de credores para eleger um gestor (espécie de administrador) e um comitê de credores (espécie de conselho de administração).
Art. 66: O devedor, após aprovada a RJ, não poderá vender seu ativo permanente antes da distribuição do processo, salvo se autorizado pelo juiz em casos excepcionais (manter a atividade da empresa - pode dar em garantia para a concessão de créditos ainda que já tenha sido dado em garantia para os credores).
Aula 30/09/2016
Afastamento dos Administradores e do Devedor
Arts. 64 e 65. Situações que ensejam afastamento dos administradores ou do devedor.
Operações anti-econômicas injustificadas (Ex. arrochar os salários dos trabalhadores e manter o salário dos administradores altíssimo).
Omitir créditos propositalmente (dolosa); negar informações ao comitê; ou até mesmo se o afastamento estiver previsto no plano de recuperação (deve ser nomeado um gestor para administrar as contas do devedor).
=> Se o administrador é afastado, o(s) devedor(es) devem nomear outro administrador (via assembleia).
=> Quando o devedor é afastado (não é afastada a pessoa jurídica - massa falida), afasta-se a sociedade (núcleo de poder para a administração). Ex. no caso na VARIG, foi afastado o acionista controlador, que era a fundação Rubem Berta, dos empregados! O credor assume um papel de maior relevância na empresa.
A expressão antiga ‘síndico’ era uma denominação de alguém que atua em prol dos credores; a expressão ‘administrador judicial’ é uma denominação para alguém que atua em prol dos princípios como a função social da empresa. Já o Gestor Judicial é aquele que movimenta a conta da empresa, não possuindo requisitos como o administrador.
Norma de adjudicação => retira-se a responsabilidade do Estado, deixando os credores nomearem o Administrador.
Extinção da Recuperação Judicial => prestação de contas, relatório, etc. O juiz aprova ou não. Caso o processo se estenda por muito tempo (2 anos), o juiz pode decretar a falência, assim, todos os créditos voltam ao status quo anterior a da RJ (se houver algum pagamento indevido pode haver ação derrogatória).
Art. 74. Presumem-se validos e eficazes todos os atos praticados na RJ, salvo provem o contrário.
Plano Especial de Recuperação Judicial
Art. 70-72. É muito raro. Até as micro e pequenas empresas (optantes do simples) escolhem a RJ comum.
A remuneração do administrador é baixo (no máximo 3% do passivo).
Plano de Recuperação Extrajudicial
Art. 161. É difícil de ser implementado no direito brasileiro. Elaboração de um documento, obtendo anuência dos credores (necessita unanimidade dos credores - é difícil, pois cada credor possui poderes de barganha distintos), contendo os planos previstos na RJ comum. Deve ter homologação do juiz.
A vantagem é que não fica limitado pela RJ comum no caso de necessidade de venda de ativos, ou mesmo a venda do negócio como um todo, com condições para pagamento dos credores. Outra forma é a transferência de ativos da empresa para os credores, caso aceitem.
Outra vantagem é que não provoca falência, nem possui um juízo universal.
Poderá haver mais classes do que a RJ, portanto é mais flexível (classes da lei de falências com o adicional que pode estabelecer classes para mais de um grupo de credores).
SOBRE A PROVA QUE FOI APLICADA NA OUTRA TURMA
RJ concedida independente de minutas... apartir do texto do Acórdão (moodle), explique tal e tal.
Objetiva: V ou F com explicação.
- F: Só que dispõe do patrimônio é o juízo universal da RJ.
- F: Fazer embargo não resolve em caso de conflito de competência (recurso para o STJ).
- F: agravo de instrumento não será apreciado.
- V: créditos extraconcursais.
- F: o fisco não faz habilitação.
- Caso do moodle: o juiz pode decretar a falência mesmo que os credores aprovem o plano (é falsa no caso específico - seria inexequível, mas mesmo assim não pode decretar a falência); no caso da omissão da lei de falências sobre as assembleias de credores, o subsidiário é a lei das S/A’s; cabe o juiz conceder a operação, podendo reconhecer abuso do direito de voto; VER Art. 58!
Reelaboração da P1 para aumentar 1,0 ponto na prova
Texto para a Q1 e Q2
1) Tendo a ementa acima como inspiração, disserte sobre os poderes do Juiz e a autonomia dos credores na recuperação judicial.
Regra da Prevenção: todos os processos relativos devem ser dirigidos ao juiz encarregado pelo processo de RJ, mesmo se não for o juiz competente. Daí então é decidido sobre o foro competente.
Juiz (administrador efetivo): profere as decisões que dizem respeito ao patrimônio envolvido, é uma espécie de administração. Aprecia e autoriza as requisições do Administrador Judicial. Nenhum outro juiz pode proferir comandos sobre o patrimônio em questão.
Sua decisão prevalece sobre as deliberações em Assembleia de Credores.
Comitê de Credores: 
Fiscaliza as atividades do Administrador Judicial. As classes de credores elegem seus membros (trabalhistas, especiais, quirografários, micro e pequenas empresas), podendo ter de 1 a 4 membros.
Deve de manifestar sobre a venda de bens e requisitar ao juiz que convoque assembleia.
Com a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica, quando o devedor/”acionista controlador” é afastado, trabalha como se fosse um conselho de administração, podendo ser o Administrador Judicial o novo gestor - normalmente vai preferir pedir a falência, pois o gestor fica responsável por responder os processos contra a empresa em recuperação judicial.
Assembleia de Credores: 
Autonomia: cabe aos credores definir o destino do devedor (RJ ou Falência).
=> Só há assembleia se o Plano de RJ é rejeitado (Ex. o Banco do Brasil sempre rejeita a RJ).
Composição: os que tem direito de voto são os credores trabalhistas (ex-empregados;os atuais empregados tem o maior interesse na continuação da empresa). Por isso, uma estratégia é atrasar os salários antes de pedir RJ, para então os empregados se manifestarem a favor da continuação da empresa.
=> O juiz pode anular votos, caso considere abusivo (se alguém tiver motivo particular para não aprovar a RJ).
2) A propósito do tema da questão anterior, tem-se as seguintes assertivas:
a) O Juiz NÃO poderá decretar a falência CASO haja aprovação do plano de recuperação judicial, MESMO que verifique a inexequibilidade do plano de recuperação.
Autonomia dos credores: cabe aos credores definir o destino do devedor (RJ ou Falência).
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei.
b) O exame do mérito do plano de recuperação judicial cabe à assembleia de credores e não ao Juiz.
Autonomia dos credores: cabe aos credores definir o destino do devedor (RJ ou Falência).
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei.
c) Na hipótese de omissão da Lei de Falências sobre a assembleia de credores, a matéria será regulada subsidiariamente as regras da Lei das S.A..
“o professor Erasmo Valladão acena com a aplicação subsidiária da Lei 6.404/76, a Lei das S.A., para uma Assembleia Geral de Credores”[1: BRANCO, G. L. C.Novo CPC tem efeito nos prazos materiais e processuais da recuperação judicial. Revista Conjur, jun 2016.]
d) A desaprovação do plano de recuperação judicial por uma das classes de credores NÃO é suficiente para que o juiz decrete a falência da empresa.
Nem todas as classes:
Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta.
e) A assembleia de credores NÃO é soberana: ao Juiz NÃO cabe apenas homologar sua decisão conforme o quórum legal.
Conforme disposto no Art. 45 combinado com o Art. 58, o juiz poderá não considerar a decisão da assembleia:
Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta.
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei.
f) O Juiz NÃO deverá, necessariamente, decretar a falência com a desaprovação do plano pelos credores.
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei.
        § 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei...
g) O Juiz pode deixar de decretar a falência da empresa em recuperação se identificar abuso no direito de voto dos credores e se estiver demonstrado que a empresa cumpre com sua função social.
“O juiz, ao julgar improcedente o pedido de falência, deve examinar o comportamento do requerente. Se ocorreu dolo manifesto de sua parte, quando do ajuizamento daquele, o juiz deve, na própria sentença denegatória da falência, condená-lo ao pagamento de indenização em favor do requerido.”[2: COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial. Ed. Saraiva, 2014.]
“o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por meio de acórdão proferido pela Segunda Câmara Cível, optou por contrariar o formalismo da lei, firmando decisão no sentido de evitar a decretação da falência. O Tribunal deixou de fazê-lo, sob o argumento de que deveria ser dada oportunidade ao devedor de apresentar pedido de recuperação, em atenção ao princípio da preservação da empresa e de sua função social”.[3: MENEZES, M. M. M. Função sócio-econômica da empresa em recuperação judicial. Revista Semestral de Direito Empresarial – RSDE n° 1, jul/dez 2007, pp. 49-86.]
h) O Juiz pode não decretar a falência se, entre outros requisitos, houver o voto favorável de mais da metade do valor dos créditos presentes na assembleia, houver aprovação de duas classes e nas classes que rejeitaram o plano, a rejeição não tenha sido superior a 2/3 dos votos.
Art. 46. A aprovação de forma alternativa de realização do ativo na falência, prevista no art. 145 desta Lei, dependerá do voto favorável de credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos presentes à assembléia.
i) Além das hipóteses previstas em Lei, a Jurisprudência tem entendido que pode o Juiz considerar o plano aprovado quando a rejeição deu-se em razão do voto de credores em conflito de interesses e, portanto, abusivos.
“Erasmo Valladão A. e N. França indica que em franco descompasso com a Lei de S/A (art.115, §4º), o Código Civil, subsidiariamente aplicável à Lei 11.101, não prevê a anulação das deliberações tomadas em decorrência de voto conflitante.” No entanto, há Recurso Especial que argumenta que a empresa em questão foi “levada à falência por manobras de credores que, em manifesto conflito de interesses, inviabilizaram o cumprimento[4: FRANÇA, Erasmo Valladão Azevedo e Novaes. p.80.][5: ESPINDOLA, A. V. Do abuso de direito de voto em assembléia geral de credores no processo de recuperação judicial. Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu da Faculdade de Direito Milton Campos, 2010, p. 103.][6: RECURSO ESPECIAL Nº 1.299.981 - SP (2011/0304000-4); RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI.]
tempestivo do plano” (e-STJ, fl. 1.215). Invoca a existência de nulidade nos votos
proferidos na assembleia que deliberou pela falência.
j) A falta de impugnação do plano por parte dos credores permite que o Juiz aprove o plano de recuperação judicial independentemente de assembleia de credores.
Art. 39. Terão direito a voto na assembléia-geral as pessoas arroladas no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na relação de credores apresentada pelo administrador judicial na forma do art. 7o, § 2o, desta Lei, ou, ainda, na falta desta, na relação apresentada pelo próprio devedor nos termos dos arts. 51, incisos III e IV do caput, 99, inciso III do caput, ou 105, inciso II do caput, desta Lei, acrescidas, em qualquer caso, das que estejam habilitadas na data da realização da assembléia ou que tenham créditos admitidos ou alterados por decisão judicial, inclusive as que tenham obtido reserva de importâncias, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 10 desta Lei.
3) Quais são os efeitos da recuperação judicial sobre as garantias prestadas por terceiros, tal como fianças e avais dos sócios ou familiares dos administradores da empresa devedora?
Sobre a questão das garantias da própria empresa ou empresa garantidora, não é possível executar as próprias ações ou quotas da empresa em RJ.
Conceitua Schrickel (2000), que a concessão de crédito é um ato de vontade ou disposição de uma pessoa, física ou jurídica em ceder temporariamente, parte do próprio patrimônio a um terceiro, mediante a expectativa de que este patrimônio volte integralmente, quando não em quantidade maior. Neste sentido Oliveira (1996) diz que há crédito, no ponto de vista econômico, quando há a troca de um bem presente por um bem futuro. O objetivo está na confiança que se mostra presente, pois ao entregar ao devedor o „bem presente‟ o credor acredita fielmente que receberá de volta o pagamento em prazo determinado.[7: MORETTI, B. S. Um estudo sobre concessão de crédito em uma indústria cerâmica. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de bacharel no curso de CiênciasContábeis da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. 2012.]
“Assim como o trabalhador assalariado tira dinheiro para o sustento de sua família, outras pessoas, mesmo sem vínculo de trabalho também o tiram, como é o caso de uma sociedade imitada formada por dois sócios somente, sendo o marido e mulher, detendo o marido 98,5% das quotas e a mulher 1,5%, pois, segundo julgou o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (Ap. Civ. 445.766-3, j. 07/04/2005), neste caso, “No regime de economia familiar, a atividade de todos os membros da família é indispensável à própria subsistência” dos sócios e de sua família.
Neste caso o Tribunal chegou a conclusão que a renda obtida na empresa é destinada à subsistência familiar, “não importando que um dos cônjuges esteja na administração isolada da empresa”.”[8: ZANETTI, R. Direito da recuperação de empresas e falências. Doctorat Droit Privé Université de Paris 1 Panthéon-Sorbonne.]
4) A propósito da ementa abaixo transcrita, marque a alternativa que melhor corresponde às regras que disciplinam a matéria.
(d) No caso de penhora ou alienação de bens da empresa em recuperação nos processos de execução fiscal é cabível conflito de competência.
“Uma vez reconhecido, pelo juízo da recuperação judicial, a responsabilidade solidária da suscitante, da mesma forma será ele competente para o prosseguimento dos atos de execução. Tem prevalecido nesta Corte a orientação no sentido de que, com a edição da Lei 11.101/05, a partir da data de deferimento da recuperação judicial “é competente o respectivo Juízo para o prosseguimento dos atos de execução, tais como alienação de ativos e pagamento de credores, que envolvam créditos apurados em outros órgãos judiciais, inclusive trabalhistas, ainda que tenha ocorrido a constrição de bens do devedor” (CC 90.160/RJ, 2ª Seção, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe 05/06/2009)”[9: CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 110.941 - SP (2010/0045530-0)]
Q5
5) Considerando que a COMPANHIA QUELUZ decidiu formular pedido de recuperação judicial, marque a alternativa verdadeira.
(d) A alienação do imóvel para obtenção de crédito é uma alternativa para financiar a recuperação, porém essa alienação depende de autorização do Juiz.
Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições, além de outras previstas nesta Lei:
II – na recuperação judicial:
c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor nas hipóteses previstas nesta Lei, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e outras garantias, bem como atos de endividamento necessários à continuação da atividade empresarial durante o período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial.
6) Cerâmica Olaria S.A. requereu sua recuperação judicial, tendo o pedido sido distribuído para a Vara de Direito Empresarial de Porto Alegre, tendo sido deferido o seu processamento. É de efeito do processamento do pedido de recuperação judicial.
(e) a suspensão das ações e execuções ajuizadas anteriormente ao pedido até a data da assembleia para exame do plano, ainda que o prazo ultrapasse os 180 dias previstos na Lei 11.101/2005.
Eficácia Suspensiva (STAY).
Prazo de direito material (conta dias úteis e não úteis), trata dos efeitos das obrigações. Não diz respeito a relação de direito público entre as partes (processual - dias úteis).
Suspende os efeitos dos Protestos e exime da disponibilidade de Certidões negativas (Ex. uma empresa em RJ, mesmo se não tiver certidões negativas, pode participar de certames licitatórios).
Conforme AgRg no CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 119.624 - GO (2011/0257631-6):
É bem de ver que o prazo de 180 dias, fixado pela lei para suspensão das ações e execuções, é um período de defesa, de modo a permitir que a empresa possa se reorganizar, sem ataques ao seu patrimônio, com intuito de viabilizar a apresentação do plano de recuperação. Nada impede, pois, que o juízo da recuperação, dada as especificidades de cada caso, amplie o prazo legal. Em regra, portanto, uma vez deferido o processamento ou, a fortiori, aprovado o plano de recuperação judicial, revela-se incabível o prosseguimento automático das execuções individuais, mesmo após decorrido o prazo de 180 dias previsto no art. 6º, § 4, da Lei 11.101/2005.
7) Seguem assertivas que melhor descrevem as hipóteses de incidência da Lei 11.101/2005.
a) A Lei 11.101/2005 incide sobre todas as falências e recuperações judiciais, com EXCEÇÃO sobre aquelas que tiveram início antes de sua vigência, motivo pelo qual as concordatas NÃO foram convertidas em recuperações judiciais.
“Para o Decreto-lei 7.661/1945 a concordata era um favor legal estipulado para os comerciantes e a eles concedido independentemente da vontade de seus credores. Com o atual diploma, a recuperação de empresas, mais ampla e profunda que a antiga concordata, inspirou-se na idéia publicista de função social da empresa, mas, paralelamente, deixa a critério do interesse privado dos credores do empresário a decisão sobre a aplicação ou não do instituto.”[10: PIMENTA, E. G. Recuperação judicial de empresas: caracterização, avanços e limites. Revista Direito GV, V. 2 N. 1, P. 151 - 166, JAN-JUN 2006.]
b) As instituições financeiras PODERÃO ter sua falência ou recuperação judicial decretadas, tendo em vista que a crise da empresa financeira é disciplinada por outras leis.
“Como bem comentado pela doutrina, ainda em momento anterior à edição da Lei nº 11.101/2005, foi-se o tempo em que a disciplina normativa da empresa em crise visava regrar a relação entre o empresário e seus devedores, na premissa de que a empresa equivaleria a patrimônio destinado exclusivamente à satisfação das dívidas do empresário. Por outro lado, o instituto da concordata era sabidamente insuficiente para os desafios por que passava a empresa em crise. Aliás, os requisitos legais para concessão da concordata não cogitavam da probabilidade de recuperação da empresa e de sua viabilidade econômico-financeira.”[11: TEPEDINO, R. A. Recuperação da Empresa em Crise diante do Decreto-lei 7.661/1945. Revista de Direito Mercantil, nº 128, p.166.]
c) Aas instituições financeiras e as sociedade cooperativas NÃO ficam sujeitas à falência na forma da lei, AINDA que a falência seja requerida pelo liquidante ou interventor.
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
        II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
d) As instituições financeiras e sociedades cooperativas NÃO ficam sujeitas à recuperação judicial na forma da lei, AINDA que o requerimento seja autorizado pelo Banco Central do Brasil.
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
        II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
e) Segundo a jurisprudência do STJ, as subsidiárias integrais de sociedades de economia mista ficam sujeitas às regras da lei de falências.
Acórdão do Superior Tribunal de Justiça (STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 729779 RJ 2005/0031473-1) que trata do regime jurídico da insolvência de subsidiária integral de sociedade de economia mista: “Falência. Subsidiária integral de sociedade de economia mista. Art. 515, § 3º, do Código de Processo Civil. Art. 242 da Lei nº 6.404/76. A subsidiária integral de sociedade de economia mista está sujeita ao regime falimentar, que só excluía as sociedades de economia controladoras criadas por lei.[12: LEITE, S. M. S. Regime jurídico da insolvência empresária. Artigo no site Ãmbito Jurídico. Disponível em: <http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13064&revista_caderno=8>.]
8) Segundo acórdão postadono moodle, a possibilidade de suspensão dos efeitos dos protestos relativos às dívidas dos empresários,
(e) pode ser deferida na decisão que determina o processamento da recuperação judicial, ficando o cancelamento definitivo condicionado a aprovação do plano de recuperação judicial, quando as dívidas serão novadas.
“Aprovado o plano pela Assembleia Geral de Credores, o Juiz proferirá a sentença concessiva, nos termos do caput do art. 58. Da Sentença concessiva da recuperação judicial caberá agravo, que, nos termos do §2º do art. 59, poderá ser interposto por qualquer credor ou pelo Ministério Público. Concedida a Recuperação Judicial haverá novação de todos os créditos sujeitos ao plano recuperacional. O devedor permanecerá em recuperação até serem cumpridas todas as obrigações previstas no plano.”[13: ESPINDOLA, A. V. Do abuso de direito de voto em assembléia geral de credores no processo de recuperação judicial. Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu da Faculdade de Direito Milton Campos, 2010, .p. 53-54.]
“A condição pode ser definida como um acontecimento futuro e incerto que subordina o início ou o fim da eficácia jurídica do negócio, podendo ser tais condições classificadas, quanto ao modo de atuação na relação obrigacional, como suspensivas ou resolutivas. A condição suspensiva é aquela que subordina o INÍCIO da eficácia jurídica do negócio (direitos e obrigações). Funciona como se fosse uma represa, ou seja, enquanto a condição não se implementa o negócio não surte efeitos. Já a condição resolutiva é aquela que RESOLVE (EXTINGUE) os efeitos jurídicos até então produzidas pelo negócio.
Dessa forma, e aqui o cerne da questão, a condição estabelecida no referido dispositivo legal (art. 61, §2º, c/c art. 59, caput, ambos da Lei nº 11.101/05) configura-se como sendo da espécie resolutiva. E isso porque a novação legal imposta no art. 59 tem seus efeitos jurídicos irradiados de imediato com a homologação do plano de recuperação, tanto que se inicia, a partir de então, o cumprimento das novas obrigações assumidas por força da novação.”[14: LPP Nº 70024857302, 2008/Cível.]
PARTE 2
Aula 14/10/2016
Falências
Na falência, o devedor (administrador) é afastado, e o administrador judicial deve formar um fundo para pagamento dos credores, alienando os bens da massa falida.
É uma forma de execução coletiva, a fim de pagamento dos credores trabalhistas, fisco, etc.
=> Pagos 50% dos credores quirografários, cessão as obrigações do empresário falido. Também, se não cometeu crime falimentar, então após 5 anos de processo ou, 10 anos se cometeu algum crime falimentar.
A imagem da falência mudou conforme o nosso ordenamento jurídico atual, hoje em dia ela é um farol, indicando os rumos econômicos que estão sadios economicamente. Ainda, aquele que errou, pode seguir com suas atividades econômicas, ao contrário de quando a falência era muito mal vista.
Diligência: a alienação dos bens, principalmente se perecíveis, deve ser ágil. Senão o administrador judicial pode ser afastado por isso.
=> Para não empresários nem sociedades empresárias, o regime é a insolvência civil.
=>Falência não se aplica a empresa pública, mista, cooperativa, financeira, etc. Para estas há um regime especial.
Processo suigênere: começa com a decretação da falência (inicia com uma sentença).
Princípio da universalidade dos bens: juízo universal, que decide as questões de conflitos de competência.
Responsabilidade dos Sócios
Responsabilidades dos sócios que geriram a sociedade. Art. 81 e 82. Sócios de responsabilidade ilimitada (sociedade incomum - a falência é estendida aos sócios, ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos da sociedade falida) e responsabilidade limitada (a falência não extingue a limitação, dentro de sua quota, a menos no caso de alguma fraude - desconsideração da personalidade jurídica por ação revogatória), respectivamente.
Aula 21/10/2016
Classificação dos Créditos
=> Na RJ, todos são contemplados (com o tempo do acordo de recuperação), mas na Falência alguns credores podem não receber nada!
Par conditio creditorum
Princípio de caráter genérico, mas de caráter imperativo. Possui três elementos importantes.
Divisão em Classes: há classes mais importantes que as outras (somente se paga a próxima classe se a anterior foi integralmente paga).
Igualdade na classe: tratamento paritário de credores de uma mesma classe. Equalização dos créditos de cada classe, divisão em dividendos para que todos recebam.
Falido e Massa Falida: as obrigações da massa falida (surge quando é decretada a falência - a comunhão de credores vai executar o patrimônio) devem ser satisfeitas em primeiro lugar (primeiro pagam-se as obrigações da massa falida, depois divide-se o patrimônio). Isto pois as dívidas do ‘falido’ são anteriores à ‘falência’ (deve-se garantir o pagamento do administrador judicial e dos gastos pertinentes para o processo).
Créditos com prioridade absoluta (Art. 151)
Créditos de obrigações estritamente salariais (até 5 S.M. vencidos em até 3 meses antes da falência). São satisfeitos assim que tiver caixa disponível, ainda que houver dúvidas sobre os créditos (o administrador judicial não pode pagar os créditos duvidosos, mas os outros).
Se o crédito trabalhista é maior que 5 S.M., então recebe até esse valor.
Restituições
Bens de terceiros (Art. 85): tudo que está na empresa “fica”, não podendo ser retirado nada, somente os bens pessoais de cada um. Se houver dúvidas quanto a titularidade, deve ser feito um pedido no processo; Se houver uma mercadoria na empresa (Ex. conserto de carro de terceiro), então deve ser devolvida em 15 dias. A alienação fiduciária, leasing, etc. são considerados bens do banco, cabendo pedido de restituição (na RJ cabia uma busca de perda e apreensão).
Em dinheiro (Art. 86): se o bem de terceiro já foi vendido em leilão, então ele tem o direito de receber esse equivalente; Também dos adiantamentos de contrato de câmbio (ACC’s), pois considera-se que não há transferência para o devedor (o banco continua sendo titular); Os negócios realizados de má fé (presume-se má fé, por isso se foi de boa fé deve ser provado - inversão do ônus da prova) são anulados, devolvendo-se os créditos pagos serem devolvidos (se provada boa fé), se de má fé (comprou lojas de uma outra empresa em crise, para comprar mais barato) então torna-se créditos quirografários (vai para o final da fila). Há critérios objetivos para o juiz, pois o interesse social dos credores da massa falida é maior que o da outra empresa (que comprou mais barato).
=> “propriedade originária”: quem compra um bem em um leilão de falência, compra esse bem livre de qualquer passivo.
Créditos Extraconcursais
São créditos que surgem depois da decretação da falência (Ex. contratação de segurança para a propriedade; contratação de advogados; honorários do administrador judicial e seus auxiliares; dos empregados da massa falida em geral; créditos tributários - extra extraconcursal, ganho de capital em qualquer venda de bem da massa falida). Os adiantamentos que os credores fazem para a massa falida são pagos como extraconcursais (no caso de não haver dinheiro em caixa e precisar recurso para contratação de guarda para a proteção dos bens, etc.).
Concurso de Credores
Falência dos créditos concursais (é uma falência dentro de outra), pois deve-se averiguar tudo de novo, só que da massa falida.
Na prática, o administrador judicial não vai fazer Restituições ou pagamento de créditos extraconcursais antes de seu próprio honorário (Ex. ou até mesmo um guarda para manter os bens antes dos pagamentos trabalhistas até 5 S.M.).
Créditos decorrentes de acidente do trabalho e outros derivados da justiça do trabalho (até 50 S.M. - não diz respeito apenas as relações/vínculo de emprego). Créditos vindos da justiça civil, como o dano ricochete (dano moral por morte de parente trabalhador), ou pensão alimentícia, também entram nesse tópico.
Se não for provado vínculo trabalhista, se torna um créditoquirografário.
Aos créditos do FGTS aplicam-se as regras do direito tributário, mas quando se trata em ordem de recebimento, aplica-se a regra para relação trabalhista (pós-concursal).
O máximo que um empregado pode ganhar é até 150 S.M., o q restante vira crédito quirografário (antes de falir, o controlador nomeava seus filhos e amigos ganhando um salário altíssimo, justamente para entrar nessa fila). Para acidentes de trabalho não se aplica o limite de 150 S.M., pois esse limite não caberia em sua finalidade de evitar fraude.
Há uma ordem... (ver o artigo na lei).
Hipoteca vira garantia real...
Créditos com privilégios especiais (derivados de uma coisa que não está em garantia, Ex. o locatário que tem direito de retenção sobre as benfeitorias ganha crédito especial.)
Créditos com privilégios reais.
Créditos quirografários (do termo: “crédito escrito em papel”) => ver casos no artigo...
Multas tributárias ficam para o final (então, primeiro paga-se a União e autarquias federais, depois estaduais e depois municipais).
Créditos subordinados (um sócio ajuda a empresa com um empréstimo de si mesmo).
=>se chegar a pagar, depois de toda a lista, até 50% dos credores quirografários, o restante dos créditos são “varridos” (as obrigações são extintas, os 50% restante dos credores quirografários, as multas, etc.).
Créditos Pós-concursais
Vai haver incidência de juros sobre os demais créditos, depois de todas as classes serem pagas (ver... Art. 124), créditos moratórios (máx. de 1%).
Acervo
É a devolução do capital, se sobrou algum dinheiro. Devolve para a pessoa jurídica e os sócios decidem o que fazer.
Normalmente em casos de liquidação extrajudiciais (como a falência) de instituições financeiras. O dinheiro é investido, no tempo em que não é pago, então gera rendimento e pode dar superávit no final.
Aula 04/11/2016
Falência requerida por terceiro
De um modo geral, são os credores que pedem falência, mas algum sócio também pode requerir.
Art. 94, I. Hipótese da impontualidade (não paga suas dívidas - obrigação líquida, uma quantia pecuniária, não é uma obrigação de fazer - no vencimento delas): justifica um pedido de falência pois caracteriza uma insolvência implícita.
Não cabe para dívidas incertas (Ex. pagar 5% da produção, primeiro teria que apurar o valor dessa produção).
Deve haver um protesto (pedido de pagamento autenticado por tabelião), com prazo de 3 dias para pagamento (o devedor pode promover uma ação de sustação de protesto judicialmente, dentro do prazo; ou uma ação para anular o protesto caso não seja devido). Ter um protesto no nome da empresa é uma mácula, pois influenciará em suas dívidas futuras (paga mais juros).
Se quiser pedir a falência, o protesto deve ser de fim específico para se pedir a falência (identificando o nome de quem recebe - é como uma intimação). Para isso, o crédito deve ter um valor mínimo previsto em lei (vários credores podem se juntar). Em um pedido de falência, não é cabível pedir que o devedor pague o que deve sob pena de falência (na falência presume-se que o devedor não pode pagar).
Art. 94, II. Falência por Execução frustrada: o devedor não tem bens o suficiente (ou eles não têm liquidez). Se há muitas penhoras sobre um mesmo bem (o único juiz que pode cancelar a penhora de outro é o juiz da falência). Suspende-se os processo de execução e se inicia o processo de falência.
Art. 94, III. Falência por Atos e Fatos (conceito material que define o comportamento dos sócios antes da falência - responsabilização dos sócios; revogar atos praticados antes da falência; caracterizar crimes contracredores): o controlador começa a ter condutas que ensejam na falência (não considera se em processo de RJ).
A empresa começa a liquidar (vender a preço muito baixo) seus bens ou estoque para realizar pagamentos.
Frauda negócios ou transferência de seu ativo a terceiros (coloca seu patrimônio em nome de terceiros, pois já sabe que seu próprio patrimônio ficará submentido a falência).
Muda o endereço da sede da empresa para um local de difícil acesso.
Dar em garantia, diretamente para um credor, um bem livre (sem penhora). O habitual é dar os bens livres em garantia para contrair novas dívidas.
=> Créditos que não podem ser reclamados na falência (negócios gratuitos; doações), não podem ser utilizados para pedido de falência. Créditos fiscais também não podem ser usados - o Estado não pode coagir uma empresa a pedir falência (o fisco pode continuar com a execução fiscal mesmo dentro do processo de falência).
Meios de defesa do processo de falência
Possibilidade de Recuperação Judicial (Art. 95), dentro do prazo da contestação (10 dias). Se tiver feito a contestação mas ainda não tiver sido decretada a falência, então pode ainda pedir a RJ.
Contestação (Art. 96 - matérias que podem ser objeto da contestação): atos que deslegitimam a corança do título (pode invocar nulidade de crédito ou qualquer outra hipótese). Se a cessação da atividade da empresa (baixa na junta comercial) tiver mais de dois anos, não cabe mais a decretação da falência.
Depósito Elisivo (não cabe para o inciso III do Art. 94): afasta os efeitos da falência (o devedor contesta a ação de cobrança dizendo que é indevida). Se as razões do réu forem acatadas, o juiz afasta a falência, mas pode não acatar a defesa e decretar a falência.
Para se ter mais garantia, o réu pode fazer um depósito elisivo do valor da cobrança com ainda as sucumbências judiciais possíveis. Então, mesmo que o juiz não acate sua defesa, a falência será evitada.
Legitimidade para o pedido de falência
O próprio devedor (procedimento de “auto-falência”). Se o administrador pede falência, formula um “ato de verdade” (confessa a condição falimentar da sociedade), mas os outros sócios podem destituir esse administrador e colocar outro.
Empresário individual que morre, então os herdeiros poderão requerer a falência.
O cotista ou acionista do devedor, se existir disposição no contrato social ou outra hipótese de falência por requerimento de terceiro (também, neste caso, pode ser qualquer credor).
Cita a sociedade, na pessoa de seus administradores.
Para pedir RJ, precisa aprovação do acionista controlador.
Requisitos para se pedir falência
Quem pede falência e não apresenta um desses requisitos comete crime falimentar (por exemplo, o livro diário dos registros contábeis - obrigatório para fins comerciais -, a contabilidade da empresa, os créditos, os bens, a prova da condição de empresário, a indicação dos sócios e seus bens pessoais, a lista de administradores dos últimos 5 anos).
Sociedade incomum/de fato/irregular (não possui contrato social - não tem balanço, se segue o regime da propriedade civil) pode ser autora do processo de falência (antes não podia). Pode ser plausível se as dívidas estão no nome de um sócio, mas os bens dessa empresa estão no nome do outro sócio.
Arrecadação dos Bens
O administrador arrecada os bens (“Auto de Arrecadação”), e os bens de terceiros que forem arrecadados devem ser recuperados com comprovação para o juiz.
Bens que não podem ser arrecadados: bens de família, patrimônio de afetação (resposta dos legisladores à falência da Encol - os administradores judiciais podem arrecadar os bens mas eles não podem ser vendidos separadamente, ou seja, os adquirentes dos apartamentos podem requerer esses bens e continuar a obra).
Quotas de sociedade limitada (se a sociedade falida tiver essas quotas, a massa falida não pode se tornar sócia desta sociedade, mas com direito apenas patrimonial).
Avaliação dos bens pelo administrador judicial (pode ser um advogado, podendo ter autorização do juiz para contratar um avaliador, em alguns casos mais complexos). As correções devem ser feitas através de impugnações dos devedores (o próprio juiz pode reavaliar, ou até o MP).
O falido tem o dever de acompanhar e colaborar com a avaliação. Todos os presentes assinam o auto de arrecadação e o de avaliação.
Venda sumária: o administrador judicial pede autorização para o juize pode vender os bens de consumo para os próprios credores, em valores consensuais.
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Meios de defesa
Art. 95. É possível que, no prazo pra contestação (10 dias), o devedor confesse a situação falimentar, mas diga que a crise pode ser superado por meio de RJ. Pede algo que é impeditivo da decretação da falência. Existem decisões no sentido de que se pode pedir RJ desde que a falência não tenha sido decretada.
Art. 94, I e II. Depósito elisivo. Art. 98, §u: é feito pelo réu no prazo da contestação para afastar o efeito prático da falência. Deposita, assim, o dinheiro, com todas as despesas do processo (honorários, custas), e contesta a ação. Se o réu tiver razão, a ação de falência será improcedente e o juiz determina que o réu levante o depósito elisivo e possa ainda pedir perdas e danos pelo pedido de falência sem fundamento. Sendo assim, o depósito elisivo é uma ferramenta para que, na hipótese de rejeição dos argumentos de defesa, a falência não seja decretada. III do Art. 94, nesse caso existem muitos credores e o sujeito está lapidando o patrimônio, então não se enquadra no depósito elisivo. 
Art. 96. Contestação: execução de um título falso pode ser sempre invocada, bem como a prescrição. Caso em que a falsidade do título é a falsidade da própria sentença. Nem sempre são cabíveis essas defesas, devendo ser examinado o caso concreto.
A lógica é a de que se eu estou sem atuar a mais de dois anos e há a decretação de falência, viola-se o Art. 75, porque realização rápida dos ativos é a sua finalidade, e se estou parado há mais de dois anos, para que ter falência? Não há ativo que dure tudo isso, perde o valor: mesmo que eu não tenha o documento na junta mas tenha atividade empresária, sou sociedade em comum, não posso alegar essa defesa.
Formulação do pedido
Art. 97. Legitimados para formular o pedido, antes, o entendimento era de que só os comerciantes podiam pedir falência. Nos últimos anos os titulares de pedido de crédito já podiam pedir. 
O sócio remanescente, único adm, morreu também. No caso foi necessário abrir inventário deste último, aí o espólio pediu a falência da sociedade.
Autofalência
Dever do empresário, hipóteses do art. 94, como crise definitiva.
O empresário que tem condições de pedir RJ deve a pedir antes de requerer autofalência. Os acionistas minoritários que entendessem que o pedido de falência seria abusivo sem antes pedir RJ, podem invocar abuso de poder de controle, afastando o controlador para então pedir RJ.
Em sociedades de fato - isso é uma marca - porque elas têm uma característica de que o patrimônio geralmente é de um dos sócios, usado para fins comuns. Os sócios brigam e, eventualmente, quem tem as dívidas não tem os bens, e os credores perdem.
O que é a prova de condição de empresário? Demonstração de que o sujeito desenvolve atividade empresarial. Assim, se o sujeito tiver atos arquivados na Junta, tem a presunção de que é empresário. Se for de fato, descreverá a atividade para que o juiz identifique se é ou não é.
No Art. 24 diz que é dever do adm apresentar relatório com as causas e circunstâncias da falência. Aqui, pode indicar sócios e responsabilidades por esses atos.
Arrecadação
A arrecadação é um ato de desapossamento, primeiro ato de expropriação, sendo um ato adm, não judicial. É o adm judicial quem a faz. Se for bem imóvel faz termo de arrecadação e leva para o registro de imóveis, se for móvel literalmente arrecada. Penhora é ato que constringe determinado bem, e a arrecadação cumpre função muito semelhante, mas com a diferença do que na última sempre vai existir o desapossamento dos bens pelo adm jud. 
Objeto da arrecadação
Bens em poder do falido
Bens do falido em poder de terceiros
Bens impenhoraveis e regimes especiais 
Bens impenhoráveis são os que não podem ser arrecadados, em regime especial é em relação a outros bens.
Boa parte disso é aplicada aos Emp. Individuais, ou quando há extensão dos efeitos da falência a socios e administradores. Sociedade não tem bem de família, então bens de família só vão ser aplicadas ao empresário individual. São os casos previstos no CPC. Há também regimes especiais, como o patrimônio de afetação. Ex.: falência da ENCOL, que vendia aptos para as pessoas, que os compravam através de contrato particular e, quando ela faliu, parte deles foram vendidos para pagar as dívidas da empresa. Isso gerou insegurança no mercado imobiliário porque quem nele investe quer a certeza de que vai receber o bem. Ademais, é um setor chave do crescimento. Por conta desse caso foi criado o patrimônio de afetação, que estabelece regras - o dinheiro que eu paguei pelo apto não pode ser usado para outras coisas que não a construção do edifício. É uma separação patrimonial tal qual se fosse uma pessoa em separado, porém sem a criação de outra p. Jur. Assim, se houver falência de construtora, o dinheiro que foi afetado não pode ser utilizado na falência, vai ser usado para terminar aquele edifício. Assim, os recursos do patrimônio de afetação não podem ser arrecadados para a massa.
Também não podem ser arrecadados certificados de recebíveis imobiliários em regime fiduciário. A lei que os instituiu tentou criar sistema de derivativos do sistema imobiliário brasileiro, permitindo que aqueles que vendem imóveis sobre os quais fazem alienação fiduciária podem fazer circular os créditos derivados da venda dos aptos e os credores poderão executá-los. Assim, ficam nas mãos dos credores fiduciários, não podendo ser arrecadados. Ex.: sóc A constrói edifício e vende os 100 aptos para 100 pessoas diferentes, que comprometem-se em pagar em X vezes. A construtora diz “me de X milhões de reais que eu te dou o certificado de recebíveis para que tu possa cobrar direto dos compradores dos aptos”. Assim, o banco empresta dinheiro e passa a poder cobrar direto os compradores, mesmo que a construtora tenha sua falência decretada. A titularidade dos recebíveis, assim, passa para o banco - o credor fiduciário.
Quotas de sociedades Ltdas é o quinto caso. Art. 1030, §u CC - liquidação da quotas, estabelece que é uma hipótese de liquidação da quota– exigir que a sociedade pague as quotas do falido. No caso das ações, a massa falida pode virar acionista porque ela pode vender essas ações, leiloar essas ações o Código Civil estabelece que essa é uma hipótese de liquidação da quota. A quota é penhorável e justamente por isso ela é liquidada. A quota tem um regime especial. A liquidação da quota é exigir que a sociedade pague as quotas.
Avaliação dos bens
Avaliação individual ou em bloco
Avaliação dos bens objeto de garantia em separado
Possibilidade de contratação de avaliador pelo administrador 
O adm tem competência para avaliar os bens. Se, tecnicamente, ele não tem as melhores condições, isso pode ser discutido. Se não houver controvérsia, ele pode avaliar. Ele mesmo pode, por vontade própria, contratar um avaliador. Os bens objeto de garantia real ou alienação fiduciária devem ser avaliados separadamente, porque isso tem relevância para estabelecer o valor do cŕedito em determinada categoria.
Lacração
 Art. 109. O adm, quando faz a arrecadação, além de avaliar o bem, pode também lacrar o estabelecimento. A lacração consiste em um conceito mais ou menos aberto que pode compreender simplesmente colocar uma fita na porta impedindo que as pessoas entrem em determinado momento, ou pode ser mais profunda, como p.e.: quando a falência é decretada, o Oficial de Justiça passa fita crepe e diz para as pessoas saírem sem levar nada, lacrando cada mesa, cada gaveta. Serve não apenas para a preservação dos bens, mas tá do interesse dos credores porque pode, p.e., haver alguma irregularidade como o desvio de bens na RJ. É um conceito, assim, mais ou menos amplo de acordo com a circunstância. De qualquer modo, é algo tão violento quanto o afastamento do devedor de seus bens. É, na verdade, através dela que se afasta o devedor da adm deseus bens.
Requisitos formais: Direito e dever de acompanhamento do falido, seja para dizer onde estão as coisas, colaborar. Art. 110. O auto de arrecadação conterá inventário e laudo de avaliação. Assinatura do adm, falido, seus representantes e outras pessoas que auxiliarem no ato. É um ato complexo, precisa descrever todas as pessoas que do ato participaram, o que pode revelar pessoas que sabem onde as coisas estão é que são os verdadeiros donos ou sócios. Ex Temaky: O pessoal do grupo começou a investigar e descobriu que o sócio que pediu autofalência havia reaberto o bar no mesmo endereço com outro nome é ainda aparecendo nas mídias sociais. Se deu um ato similar a arrecadação, mas que não podia ocorrer por ser coisa de terceiro. Assim, arrolou-se os bens que estavam lá dentro, um levantamento, anotando-se o nome de todas as pessoas que lá estavam, aparecendo os donos do negócio que não estavam em contrato nenhum, as pessoas que no final das contas se obrigaram a pagar a conta da Temaky. Ocorreu que quando o sócio pediu a falência, fechou as portas e informou que devolveu o imóvel ao locador, pagou algumas dívidas e o que sobrou foi três facas, duas colheres etc. Mas de fato, apropriou-se do ponto, da clientela, da estrutura e vendeu o estabelecimento - quem compra é sucessor. Se não sabia da ilicitude, deveria saber. Assim, quem comprou, na apuração da responsabilidade, aceitou em acordo pagar a dívida descontando do valor que deveriam pagar pelo estabelecimento. É caso de ineficácia, mas o acordo foi mais benéfico para a massa falida.
Destinação dos bens arrecadados
Venda Sumária, Art. 111. Ela serve inclusive para pgto dos empregados e credores. Ex.: supermercado, produtos perecíveis que não sobrou muita. Coisa, se. Vende pelo menos para pgto dos empregados. Falências de menor porte. 
Remoção para depósito e conservação, Art. 112. 
Venda antecipada, mediante autorização judicial, ouvidos o comitê e o falido, no caso de bens perecíveis, Art. 113. Caso das empresas que vendem leite. O adm judicial liga para o advogado do falido e o juiz já determina a venda - tantas caixas de leite pelo preço X, porque o produto vence em 120 dias. É a venda antecipada, que precisa de autorização do juiz, feita a proposta para a massa falida ("ouvidos o..."). 
Arrendamento ou outro contrato que gere renda para a massa falida, Art. 114. Novidade da lei. Pode o adm arrendar a fábrica se, p.e., não for o momento para fazer a venda dos bens porque não há nem interessado na compra. Arrendamento e fruição, é uma alternativa da exploração da atividade pela própria massa, de acordo com a doutrina. Assim, a lei dificultou a atividade da massa, mas com a possibilidade de arrendar os bens e estabelecimento para terceiros. Tem, porém, algumas regras importantes.: se não existir comitê, quem verifica é o adm ou juiz. 
Lacração obrigatória e leilão somente para pessoas habilitadas a comprar substância entorpecentes e de uso controlado - espécie de licitação para que pessoas se habilitem a comprar. É o caso, p..e., de indústrias farmacêuticas, de agrotóxicos etc.
§1 e §2 do 114. Regras especiais do contrato de locação ou arrendamento de bens feitos por uma MF, quem arrendar bens da massa falida não tem muita segurança de permanecer com o bem. Ex.: massa falida arrendar por 10 anos - o prazo não precisa ser respeitado pela massa, que pode mandá-lo para leilão sem que o arrendatário tenha sequer preferência no leilão, nem possibilidade de continuar o contrato com o novo adquirente.
Efeitos da falência sobre as obrigações do devedor
Sobre todos os credores. A falência produz efeitos muito fortes. Assim, sobre as obrigações do devedor, esses efeitos são enormes, começando pelo Art. 115, sujeita todos os credores, “do fisco ao bispo”. Na RJ haviam credores que, embora sofressem os efeitos, não sujeitavam-se a ela, como o próprio fisco. O adm só pode transigir com a permissão do juiz. Há mudança de status, porque o exercício dos direitos muda. Na RJ, a negociação é livre (dentro dos parâmetros), aqui há norma de ordem pública - o credor somente pode exercer seus direitos sobre o falido na forma que a lei prescrever, é uma relação de liquidação.
Conceito no direito das obrigações: Relação de liquidação. Clovis do Couto e Silva e Rui Rosado. É uma relação que ocorre em todos os vínculos obrigacionais quando houver inadimplemento. É uma relação não mais regida pelas normas da autonomia privada - pode haver normas dessa autonomia em algumas circunstâncias que produzam efeitos, mas a liquidação, em geral, rege-se segundo a lei. Isso fica evidente apenas na falência, que trata da relação de liquidação de um conjunto de obrigações, processualizando-se em certa medida. Assim, as relações de liquidação são como um processo, e isso tem consequências como a separação dos prazos: na lei de falências os prazos que falam do procedimento dessa relação de liquidação são de direito material. Tem que analisar quando o exercício de determinado direito relaciona-se com o Art. 115, sendo prazos de direito material do CC.
Art. 126. Cláusula geral da universalidade e par conditio creditorum. O artigo mais importante depois do 75, porque outorga poderes ao juiz para que ele vá além da lei a partir de princípios. O primeiro, Juízo Universal e, o segundo, tratamento paritário de credores em iguais condições.
Eficácia suspensiva. A falência promove a suspensão de todas as obrigações:
a) O direito de retenção dos bens arrecadados será mera preferência, como já explicado. 
b) Direito de retirada ou quaisquer recebimentos por quotistas ou acionistas. É absolutamente incompatível a possibilidade de sócio de empresa em RJ receber dividendos, é crime falimentar. São créditos não exigíveis, não podendo ser cobrador. No caso da falência o efeito é ainda mais extenso: qualquer recebimento, qualquer bem deixa de poder ser retirado. As leis anteriores permitiam pagamentos. Essa possibilidade de recebimentos não existe mais. 
c) Mandato (Art. 120), ficando obrigatória a prestação de contas. Exceto: procuração em causa própria regulada e ao advogado, que vigora até a revogação. Ou seja, todo mandato ad negotian fica extinto e passa a ser exigível a prestação de contas por parte dos mandatários. No mandato a pessoa se obriga a agir em benefício de outrem, enquanto procuração permite a representação. Na lei anterior, com a falência, todas as procurações e mandatos se extinguiam. Hoje as procurações ao adv continua em vigor: o adv continua atuando em nome da empresa. Porém, o adm judicial pode revogar a qualquer momento bem como pode o adv renunciar a qualquer momento. Antes, com a decretação da falência, o processo caia no abandono, sofrendo a massa falida os prejuízos, por isso que hoje os advs podem continuar cuidando dos processos. Se renunciarem, avisarão o adm judicial e precisarão prestar contas do processo. É muito melhor, em tese, mas para o adv é um problema a não ser que negocie com a massa falida, porque trabalhará sem remuneração. Ex.: a simples circunstância de massa falida não justifica isenção de custas. É preciso mostrar ausência de condições, não há AJG. Assim, houve casos em que o adv teve de pagar as custas.
c) O inventário do falido. Art. 125. Quando ocorre falência de pessoa natural, se suspende o inventário, porque é modalidade de concurso de credores, não pode se distribuir bens dos inventários antes de acabada a falência. Só serão divididos bens pelos herdeiros em sobrando bens da falência.
Contratos bilaterais. Art. 117.
Não se resolvem pela falência - decisão do administrador em benefício da massa. 
Interpelação do adm, no prazo de 90 dias da sua nomeação, para que em 10 dias declare se cumprirá ou não o contrato. 
Ou seja, em contratos bilaterais, é necessário que o credor interpele o adm judicial para que ele decida se irá ou não cumprir o contrato, tendo em vista o benefício da massa. Ex.: credor que tinha que pagar preço pela máquina e a massa tinha que entregar. O comprador poderia notificar para dizer o seguinte:

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