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Infecção por Retrovírus em Felinos e Humanos

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Infecção por Retrovírus em Felinos e Humanos
Suelen Mendonça Soares
Universidade de Passo Fundo
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária
Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária
Disciplina de Imunopatogenia das doenças infecciosas
Estrutura, classificação e propriedades do vírion
Família Retroviridae
Vírions envelopados;
2 moléculas de ácido ribonucleico – RNA – fita simples, polaridade positiva;
Retrovirus: Transcrição reversa
Presença de Transcriptase reversa (RT)
Core/núcleo: nucleoproteína (NC)
Protease (PR) e integrase (IN)
Capsídeo de forma esférica (CA)
Núcleocapsídeo envolto por proteínas da matriz (MA)
MA envolta por um envelope com glicoproteínas transmembrana (TM) e de superfície (SU)
Diâmetro: 80 – 120 nm
13 kb
LTR: transcrição do genoma viral; integração do DNA viral no genoma celular do hospedeiro; local de ligação para fatores de transcrição do hospedeiro;
gag: proteínas do nucleocapsídeo e matriz;
pol: enzimas transcriptase, protease e integrase;
env: proteínas revestimento viral
Outros genes: proteínas acessórias com funções regulatórias
Subfamílias
Orthoretrovirinae
Spumaretrovirinae
Leucose aviária
Leucose bovina
Pneumonia progressiva dos ovinos
Adenomatose pulmonar ovina
Interação do vírion com a célula hospedeira
Família Retroviridae
Receptores envolvidos:
FIV/HIV: CD4+ CCR5+ - Células TCD4, macrófagos e células dendríticas
FeLV: Flvcr – Feline Leukemia Virus Subgroup C Receptor – transporte de íons 
HTLV: GLUT-1 - Glucose Transporter Type 1 – todas as células
CD4: diferenciação – liga no MHCII
Procurar sobre Flvcr??
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Interação do patógeno com sistema imune
Família Retroviridae
Resposta imune é importante na fase aguda da doença, entretanto não é eficaz na eliminação do patógeno. Fatores importantes:
 Resposta imune pode ser deletéria para o hospedeiro – questão da infecção de células;
 Anticorpos contra o vírus: importante para os testes sorológicos;
 Desenvolvimento de vacinas.
Resposta imune inata:
Defensinas
Células NK
Células dendríticas – IFN
Sistema complemento
Como a célula NK age
O IFN como funciona no vírus
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Resposta específica: citocinas secretadas por TCD8 podem inibir competitivamente o vírus – RANTES, MIP-1 α e β (CCR5)
Evasão do resposta imune:
Alta taxa de mutação do vírus
Inibição da apresentação de antígeno via MHC-I
Inversão da população Th1/Th2: aumento da resposta Th2 e inibição da resposta Th1
Patogenia da infecção
Família Retroviridae
HIV – Human Immunodeficiency Virus
Família Retroviridae
Histórico
1981 – EUA – CDC: AIDS - Pneumonia por Pneumocystis jirovecii em homossexuais masculinos
Usuários de drogas injetáveis (UDI) ambos os sexos, hemofílicos e receptores de transfusões sanguíneas, parceiras de homens com AIDS e lactentes nascidos de mães com AIDS/UDI
1983 – HIV isolado de um paciente com linfadenopatia
1984 – comprovou-se que HIV era o agente etiológico da AIDS
1985 – ELISA para HIV
Classificação
Diagnóstico de AIDS: adolescentes e adultos infectados pelo HIV + afecções clínicas associadas à infecção pelo vírus e contagem de linfócitos TCD4
Qualquer indivíduo infectado pelo HIV com contagem de células TCD4 <200/µL possui AIDS por definição (500-1200)
Chipanzés e gorilas: HIV-1
Sooty mangabey: HIV-2
HIV no Mundo
Mortes em 2015: 
Mundial: 1.1 milhão
América latina e Caribe: 50000
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HIV no Brasil
734000 pessoas vivendo com HIV, novas infecções ocorreram com 44000 pessoas e houve um total de 16000 mortes decorrentes da AIDS (2014). 
HIV no Brasil
Uma meta-análise dos estudos de acompanhamento também demonstrou risco pequeno de transmissão heterossexual, mesmo sem antirretrovirais: nos países desenvolvidos, a percentagem estimada foi de 0,04% para a transmissão da mulher ao homem e de 0,08% do homem para a mulher. Nessa análise, os índices de transmissão das mulheres aos homens e dos homens às mulheres nos países de baixa renda eram mais altos (0,38 e 0,30% por relação sexual, respectivamente), mesmo que não houvesse relato de prostituição.
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Transmissão sexual
Risco maior durante relações anais passivas sem proteção (RAPSP) – homens e mulheres
Mucosa retal é fina e frágil – maiores traumatismos
Mucosa vaginal mais espessa – menos possibilidade de traumatismos
Duas modalidades de infecção:
Inoculação direta no sangue – traumas
Infecção de células-alvo susceptíveis (células de Langerhans) na camada mucosa na ausência de traumatismo
Transmissão do homem para a mulher é mais eficiente – exposição prolongada da mulher
 risco de transmissão do HIV é maior durante as relações anais passivas sem proteção (RAPSP), tanto entre os homens quanto entre as mulheres, quando comparado com o risco associado ao coito vaginal receptivo. Em uma revisão sistemática/meta-análise recente, embora existam poucas informações, o risco de transmissão por um único episódio de RAPSP foi estimado em cerca de 1,4% para os homens e mulheres. O risco de infecção por HIV associada à RAPSP provavelmente é maior que o associado às relações penianovaginais, porque apenas a mucosa retal fina e frágil separa o sêmen depositado das células potencialmente suscetíveis localizadas dentro e sob a mucosa e as relações anais podem causar traumatismos locais. As duchas anais e as práticas sexuais que traumatizam a mucosa retal também aumentam a probabilidade de infecção.  É provável que o coito anal propicie pelo menos duas modalidades de infecção: (1) inoculação direta no sangue, quando há lacerações traumáticas da mucosa; e (2) infecção das células-alvos suscetíveis (p. ex., células de Langerhans) da camada mucosa, na ausência de traumatismo. O coito anal ativo também aumenta o risco de infecção por HIV, quando comparado com as relações penianovaginais. Embora a mucosa vaginal seja mais espessa que a mucosa retal em várias camadas e tenha menos tendência a sofrer traumatismo durante as relações sexuais, o vírus pode ser transmitido aos dois parceiros durante o coito vaginal. Estudos realizados nos EUA e na Europa demonstraram que a transmissão do HIV do homem para a mulher geralmente é mais eficiente que a transmissão da mulher para o homem. As diferenças dos índices de transmissão entre homens e mulheres podem ser decorrentes, em parte, da exposição prolongada das mucosas vaginal e cervical e do endométrio (quando o sêmen entra no orifício cervical) ao líquido seminal infectado. Comparativamente, o pênis e o meato uretral ficam expostos por períodos relativamente breves à secreção vaginal infectada. O sexo oral é um mecanismo muito menos eficiente de transmissão do HIV que o coito anal ou vaginal.
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Transfusão via sangue e hemocomponentes
Sangue ou órgãos contaminados pelo HIV
Usuários de drogas injetáveis (UDI) – transmissão parenteral pode ser via subcutânea, intramuscular ou intravenosa
O HIV pode ser transmitido a indivíduos que recebem transfusões de sangue ou hemocomponentes, ou transplantes de tecido contaminados pelo HIV, bem como aos UDI expostos ao HIV enquanto compartilham utensílios de injeção como agulhas, seringas, água em que as drogas são misturadas ou o algodão com o qual elas são filtradas. A transmissão parenteral do HIV durante o uso de drogas injetáveis não requer punção intravenosa; as injeções subcutâneas (pico na pele) ou intramusculares (pico no músculo) também podem transmitir o HIV, embora estas práticas às vezes sejam erroneamente considerados de baixo risco. Hoje, nos EUA, estima-se que o risco de infecção pelo HIV por transfusão de sangue testado seja de aproximadamente uma em 1,5 milhão de doaçõe
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Transmissão de mãe para o filho
HIV pode ser transmitido durante o primeiro ou segundo trimestre de gestação 23-30%
Durante o nascimento – contato com sangue e secreções da mãe 50-65%
12-20%
A infecção pelo HIV pode ser transmitida da mãe infectada para o feto durante a gravidez e o parto, ou pelo aleitamento materno. Esse mecanismo
de transmissão da infecção pelo HIV ainda é importante em alguns países em desenvolvimento, nos quais a razão entre homens e mulheres infectados é de cerca de 1:1. Estudos virológicos dos fetos abortados indicaram que o HIV possa ser transmitido ao feto durante o primeiro ou o segundo trimestre de gestação. Entretanto, a transmissão materna para o feto ocorre mais comumente no período perinatal. Dois estudos realizados em Ruanda e no antigo Zaire indicaram que as percentagens relativas de transmissão maternoinfantil eram de 23 a 30% antes do nascimento, 50 a 65% durante o nascimento e 12 a 20% durante a amamentação. Nos países desenvolvimentos, as recomendações atuais para reduzir a transmissão perinatal do HIV incluem: teste voluntário universal para HIV e aconselhamento das mulheres grávidas; profilaxia antirretroviral com um ou mais fármacos nos casos em que a mãe não necessita de tratamento para a infecção pelo HIV; tratamento antirretroviral combinado para mulheres que necessitam de tratamento; intervenções obstétricas que procuram reduzir a exposição do lactente ao sangue e às secreções genitais maternas; e abstinência do aleitamento materno. O aleitamento materno é um mecanismo importante de transmissão da infecção pelo HIV nos países em desenvolvimento, sobretudo naqueles em que as mães continuam a amamentar por períodos longos. Os fatores de risco da transmissão maternoinfantil do HIV pelo aleitamento não estão totalmente elucidados; os fatores que aumentam a probabilidade de transmissão incluem níveis detectáveis do HIV no leite materno, presença de mastite, contagens maternas baixas de células TCD4+ e deficiência materna de vitamina A
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Sinais Clínicos
AIDS - Manifestações diversas:
Linfadenopatia e febre
Infecções oportunistas
Tumores
Demência
Acompanhadas de mal-estar e perda de peso
Diagnóstico
3 fluxogramas – Ministério da saúde:
Dois testes rápidos realizados em sequência com amostras de sangue (IC)
Dois testes rápidos: um usando fluido oral e outro usando sangue
Triagem com imunoensaio (ELISA) e teste molecular (WB) como confirmatório
Identificar indivíduos – terapia
Identificar portadores – grupos de risco
Acompanhar o curso as doença – AIDS
Avaliação da eficácia do tratamento
Tratamento
HAART: potencial menor de selecionar populações resistentes
Reduzir níveis sanguíneos do vírus próximo a zero
Reduzir a mortalidade e morbidade em pacientes avançados
Prevenção
Precauções universais para o manuseio de sangue e fluidos corporais
Equipamentos cirúrgicos descartados/esterilizados 
Superfícies:
Água sanitária doméstica: 10%
Etanol/Isopropanol: 70%
Glutaraldeído: 2%
Peróxido de hidrogênio: 6%
Lavagem de roupas com água quente e detergente
HTLV – Human T-cell Lymphotropic Virus
Família Retroviridae
HTLV: promove o crescimento celular de maneira mais indireta que vírus que codificam oncogenes
Ativam promotores de crescimento – IL-2 através de um regulador de transcrição Tax; ainda pode se integrar em regiões estimuladoras do crescimento
Origem e epidemiologia
1980 – Linfoma de células T na pele: linfoma/leucemia de células T do adulto
Estudos sorológicos: LTA mielopatia associada ao HTLV (MAH)
Transmitida pelos mesmos mecanismos do HIV
Ausência do vírus até 37%
5%
6,8%
Em comparação com o HIV, que pode ser transmitido em sua forma livre, o HTLV-I é menos infeccioso e sua transmissão geralmente requer contatos intercelulares
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Doenças associadas
Uveíte, dermatite, artrite e polimiosite
Diagnóstico, tratamento e prevenção
Lesões de pele persistentes;
Linfadenopatia;
Artropatia persistente; 
Linfocitose persistente; 
Presença de linfócitos com morfologia atípica, incluindo flower cells, células linfocitárias com núcleos polilobulados, características dessa neoplasia; 
Infiltração pulmonar intersticial; 
Hipercalcemia sem uma etiologia evidente; 
Elevação de dosagens bioquímicas; 
 Estrongiloidíase refratária a tratamento habitual. 
 
Não há vacina
Correção dos sintomas – não há cura e prognóstico ruim
FIV – Feline Immunodeficiency Virus
Família Retroviridae
Origem
1986 – Estados Unidos – imunodeficiência e outras características dos retrovírus
Isolados: A, B, C, D, e E.
Brasil
Onça-parda
Jaguatirica
Gato-do-mato
Transmissão e sinais clínicos
Saliva – Brigas; leite e sêmen
Gatos machos, com mais de um ano de idade;
Sinais clínicos
Diagnóstico
Quadros de neutropenia, trombocitopenia, anemia arregenerativa, inversão da população CD4/CD8
Testes sorológicos: ELISA, IFA e imunocromatografia de fluxo lateral
Terapia
Prevenção
Não há vacina! 
Abrigar gatos positivos – brigas, evitar infecções secundárias e disseminação da doença
Transmissão por fômites não é comum; é susceptível à maioria dos desinfetantes e se torna inviável de minutos a horas fora do hospedeiros
Lavar caixas sanitárias com água quente e detergente
Evitar que a mãe positiva amamente o filhote
FeLV – Feline Leukemia Virus
Família Retroviridae
Descoberta do FeLV: grupo de felinos com linfoma em 1964 – Reino Unido
Distribuição mundial
Prevalência em gatis e abrigos – 33%; Restante dos locais – 1%
Subgrupos: A, B, C e T – variabilidade das sequências de aminoácidos das glicoproteínas do envelope
Transmissão: saliva e secreções nasais (fômites contaminados ou contato direto), sangue e transmissão vertical
Patogênese
Relação hospedeiro/FeLV:
Sinais clínicos
Diagnóstico
Prevenção
Mesmas medidas tomadas para HIV;
Vacinação: gp70 do vírus – diferenciação dos vacinados e infectados (p27)
Também existem vacinas inativadas
Vacinar a partir de 8 semanas de idade
Início da imunidade – 2 semanas após a primovacinação
Duração da imunidade – 1 ano após a última vacinação

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