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RESUMO P1 LEITES QUESTÕES DE PROVA 2014 Explique os mecanismos de síntese de carboidrato, gordura e proteínas do leite. Quais os fatores íntrinsecos e extrínsecos que afetam a composição do leite? Explique o que é mastite, quais alterações que ela provoca no leite e por que essas alterações ocorrem. Qual a importância do resfriamento do leite após a ordenha? Qual o impacto do resfriamento na qualidade microbiológica, físico-química e no perfil enzimático do leite? A adição de água oxigenada ao leite cru é uma fraude comum que visa conservação durante o armazenamento refrigerado. Explique o mecanismo envolvido no processo de conservação do leite cru. As principais proteínas do leite são caseínas e proteínas do soro( proporção 80/20). Explique a estrutura, a composição e a estabilidade da micela de caseína. Compare as proteínas do soro e as caseínas em relação a origem, forma em que apresentam no leite, solubilidade em pH 4,6, coagulação por quimosina e resistência ao tratamento térmico. Os principais sais do leite são sódio, potássio, cloreto, cálcio, magnésio e fosfato. Explique como são distruibuídos no leite e como o resfriamento e aquecimento afetam o equilíbrio salino do leite. Em relação ao glóbulo de gordura: caracterize sua composição e estabilidade no leite; explique o que é aglutinação pelo frio. AULA 1- INTRODUÇÃO A CADEIA PRODUTIVA DO LEITE A1) CADEIA PRODUTIVA DO LEITE Inocuidade: caracteristíca ou propriedade dos alimentos de não causar dano à saúde do consumidor Qualidade: é a totalidade de atributos e caracteristícas de um produto para satisfazer necessidades declaradas implícitas( qualidade higiênica, composicional, nutricional, sensorial e tecnológica) → conceito mais amplo que inocuidade Mercado Informal: menor segurança alimentar, leite cru( não pasteurizado) pode transmitir vários tipos de doença → é permitido, contudo, produzir queijo com leite cru, pois para a produção de queijo há adição de sal, abaixamento de pH e diminuição do teor de água, o que torna o ambiente menos favorável para o crescimento de microrganismos Importância da refrigeração do leite→ inibe o crescimento de microrganismos presentes no leite→ evita a alteração das características de qualidade do leite, como fermentação da lactose e degradação da proteína e gordura. A2) COMPOSIÇÃO DO LEITE Composição do leite: 85% água, 9% SNG, 5% lactose, 4% gordura Leite pode ser descrito como: emulsão de glóbulos de gordura( engloba as vitaminas lipossolúveis); suspensão coloidal de micelas de caseína( proteína+ cálcio+ fosfato+ citrato+ água), proteínas globulares e partículas lipoproteícas; solução de lactose, proteínas solúveis, minerais, vitaminas, ácidos e enzimas Proteínas do leite: caseína( 80%) + proteínas do soro( principalmente albumina- 20%) Caseína: micelas unidas por fosfato de cálcio coloidal; dividas em alfaS1, alfaS2, beta( ß) e kappa; contém resíduos de prolina( aminoácido responsável pelo entortamento da cadeia proteíca→ inibe formação da hélice) Gordura do leite: encontrada na forma de glóbulos, com núcleo de triacilgliceróis e membrana lipoproteica Soro do leite: parte solúvel dos componentes do leite: carboidratos( principalmente lactose), minerais, vitaminas, proteínas e compostos nitrogenados não proteícos Sais do leite: sódio, cloro e potássio→ manutenção do equilíbrio osmótico entre o leite e a glândula mamária; cálcio e fosfato→ formação das micelas de caseína( unidas pelo fosfato de cálcio coloidal) A3) FISIOLOGIA DA BIOSSÍNTESE E SECREÇÃO DO LEITE Leite é produzido no úbere da vaca, especificamente dentro do lóbulo ( lúmen+ células secretoras) O lóbulo do leite está em contato com a corrente sanguínea, de forma que algumas substâncias presentes no leite vem direto do sangue enquanto que outras são produzidas dentro do lóbulo pelas células secretoras Lúmen: onde o leite é liberado Caminho do leite na vaca até a secreção: lóbulo→ ducto menor→ ducto maior→ cisterna( armazena um pouco de leite) → esfíncter Plasmina: enzima presente no sangue que passa do sangue diretamente para o leite; enzima proteolítica; quando há muita plasmina, provavelmente temos uma infecção Proteínas do leite: caseína( oriunda da glândula mamária), imunoglobulina+ albumina( transferidas pela corrente sanguínea) Secreção ocorre devido ao impulso nervoso gerado pela mão ou pela ordenhadeira mecânica→ impulso estimula produção de ocitocina pela hipófise→ ocitocina é liberada na corrente sanguínea e provoca a contração do lóbulo que expulsa o leite para o ducto menor B. AULA 2- COMPOSIÇÃO DO LEITE: VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO FÍSICO- QUÍMICA, FONTES DE CONTAMINAÇÃO E MICROBIOTA DO LEITE B1) FATORES QUE AFETAM A COMPOSIÇÃO DO LEITE espécie animal raça individualidade do animal número de partos número de ordenhas( ordenha única tem menor rendimento, portanto menor custo benefício) estágio de lactação( ex: logo após o parto é secretado o colostro, um leite bom para a cria mas não para a indústria) estado de saúde do animal→ maior preocupação é a mastite( aumenta a contagem células somáticas e diminui a qualidade do leite) resíduos de antibióticos( problemas tecnológicos+ aspectos saúde pública) conservação: refrigeração após ordenha e transporte refrigerado B2) ESTÁGIO DE LACTAÇÃO leite é produzido até 40 semanas após o parto quanto menor o volume de leite produzido/secretado, maior a concentração produção do colostro( até 5 dias após o parto): leite rico em proteínas do soro que garantem a imunidade ao recém nascido( principalmente imunoglobulina), mas pobre em caseína→ o leite industrializado deve conter cerca de 40% de caseína B3) CÉLULAS SOMÁTICAS derivadas do animal e presentes naturalmente no leite: células de descamação(devido ao processo natural de renovação do epitélio da glândula mamária) e células brancas de de defesa( macrófagos, linfócitos e leucócitos) derivados da circulação sanguínea do animal em uma animal saudável → 80% das células somáticas epiteliais para analisar condição de saúde do animal, basta ver a proporção entre os tipos celulares das células somáticas→ se apresentar alteração( células defesa > células epiteliais: sinal de mastite→ ataca o úbere) B4) MASTITE reação inflamatória da glândula mamária provocada por bactérias patogênicas(patógeno penetra pelo teto) sintomas: vermelhidão no teto doente, inchaço/ aumento da glândula mamária, aumento da temperatura do teto doente consequências: mudança dos constituintes do leite→ com a injúria do úbere, a síntese dos componentes do leite na glândula mamária fica reduzida; aumento da permeabilidade da membrana→ aumenta passagem dos componentes que são transferidos diretamente da corrente sanguínea diminuição da gordura( reduz a síntese com a mastite) aumento ou manutenção do teor proteíco total→ para detectar a mastite, é mais apropriado analisar as frações proteicas, pois embora haja redução da proteínas de caseína, aumenta-se a passagem das proteínas do sangue( não caséicas) → esse aumento nas proteínas derivadas do sangue pode compensar a diminuição da caseína dependendo da severidade da doença( quanto maior o grau da doença, maior a permeabilidade dos vasos sanguíneos) alterações dos teores de sais e lactose( diminuição das porcentagens de sólidos totais → aumento do teor de sódio e cloro → desencadeia elevação da pressão osmótica do leite→ pode ser compensado pela redução da concentração da lactose); diminuição dos teores de cálcio e potássio ( a diminuição do cálcio e da caseína estão associadas entre si, já que cerca de 70% do cálcio presente no leite está nas micelas de caseína) aumento pH e diminuição da acidez titulável aumento da concentração da plasmina e outras enzimas do leite→ os leucócitos que migram para glândula mamária para combaterem a infecção produzem enzimas proteolíticas e lipolíticas que podem alterar o perfil enzimático do leite→ alteram as caracteristícas sensoriais do leite, produzindo sabor ranço/amargo redução do rendimento emprodutos derivados do leite, devido a degradação da caseína por enzimas proteolíticas( a transformação da matéria prima em produto processado depende essencialmente da caseína) produção de queijo → com o teor reduzido de caseína e aumento do pH do leite, o tempo de coagulação é maior, levando a uma estrutura mais frágil, prejudicando a composição e textura do produto final problema: é perigoso tratar a mastite com antibióticos, pois seus resíduos permanecem no leite mesmo após tratamentos térmicos→ possuem aspecto mutagênico, causam reações de hipersensibilidade/alergia, prejudicam o desenvolvimento das culturas lácteas( produtos fermentados) B5) MICROBIOTA VACAS E MICRORGANISMOS DO LEITE microrganismos presentes no canal e no esfincter da teta mecanismos defesa: músculos circulares no esfíncter da teta( mantém fechado); agentes bactericidas e bacteriostáticos; efeito do enxágue com a descarga de leite BACTÉRIAS LÁTICAS BACTÉRIAS ESPORULADAS BACTÉRIAS PSICOTRÓFICAS BACTÉRIAS FECAIS CARACTERÍSTICAS GRAM +, anaeróbivo facultativo ou estrito; metabolizam lactose( ácido lático) e diminuem pH produzem esporos→ estrutura de resistência se desenvolvem na tempertatura de refrigeração do leite GRAM -, formadoras de esporos, fermentam lactose INATIVAÇÃO refrigeração diminui proliferação; inativação por pasteurização não são destruídas por pasteurização→ inativados somente por UHT inativadas por tratamentos térmicos usuais da indústria láctea refrigeração inibe crescimento, mas somente pasteurização inativa IMPORTÂNCIA produção ácido lático; produção de sabor/aroma; maturação queijos; probióticos Bacillus: contaminação via ar, água e ração; deterioração do leite e produtos lácteos concentrados e enlatados Clostridium: contaminação por solo, fezes e ração; provoca rancidez em queijos produzem enzimas resistentes ao tratamento térmico→ desenvolvem ranço(quebram o triacilglicerol e as proteínas do soro e da caseína)--> as membranas do glóbulos de gordura são resistentes as lipases normais do elite, mas as enzimas bacterianas são capazes de alterar sabor e textura - C. AULA 3- RECEPÇÃO NA INDÚSTRIA E ANÁLISES DE CONTROLE FÍSICO QUÍMICO C1) RBQL( REDE BRASILEIRA DE LABORATÓRIOS DE CONTROLE DE QUALIDADE DO LEITE) forma de controle do leite do Brasil inteiro laboratórios de referência espalhados pelo Brasil seguem protocolos e padrões estabelecidos em 2005 objetivo: padronizar a qualidade do leite e dos equipamentos nas regiões do Brasil→ garantir uma comparação efetiva ajuda na organização do setor leiteiro brasileiro disponibilização dos resultados para o Ministério da Agricultura C2) ACIDEZ DO LEITE pH governa qualidade do leite acidez natural X acidez desenvolvida: o leite já possui uma acidez natural, devido aos seus ácidos orgânicos e os seus constituintes( caseína, fosfatos, albumina, CO2, citrato), enquanto que a acidez desenvolvida é devida a fermentação de lactose pelos microrganismos( produção de ácido lático, aumenta acidez, diminui pH) acidez titulável: medida em graus Dorny→ com NaOH e indicador fenolftaleína; feita na indústria no momento de recepção do leite; acidez que não consigo “separar”( não é possível saber se é natural do leite ou foi desenvolvida devido ao metabolismo das bactérias láticas) → para distinguir acidez desenvolvida de acidez natural, devemos analisar o pH( um leite com acidez natural possui pH entre 6,6 e 6,8→ se o pH for inferior a esse intervalo, podemos assumir que o há acidez desenvolvida) C3) TESTE DO ÁLCOOL/TESTE DE ALIZAROL teste do álcool→ princípio: coagulação do leite→ um leite ácido coagula( com ação do calor, ácidos e álcool) mais facilmente que um leite fresco ou não ácido→ álcool desidrata a micela de caseína→ perde estabilidade, neutraliza cargas e se unem formando um coágulo que precipita→ a coagulação ocorre por efeito da elevada acidez ou de desequílibrio salino teste do alizarol: adição do indicador de pH( alizarina) á solução de álcool+ leite--.l amarelo pardo( leite ácido fermentado), vermelho castanho( leite pouco ácido), vermelho lilás( leite normal) e violeta( leite alcalino ou fraudado) C4) DENSIDADE detecção de fraudes por adição de água no leite fraude dupla= adição de água + desnate( objetivo: manter densidade constante) média da densidade de seus componentes C5) ÍNDICE CRIOSCÓPICO ponto de congelamento do leite→ mais baixo que o da água devido a adição de solutos( lactose e sais minerais), que dificultam o congelamento do leite quando há adição de água por fraudes, a crioscopia aumenta em direção a da água(0°C) C6) DETERMINAÇÃO DA GORDURA pelo Método de Gerber→ gordura é separada por centrifugação com o auxílio do álcool isoamílico( modifica a tensão superficial→ diminuição da tensão entre o glóbulo de gordura e a água, facilitando a sua separação) e ácido sulfúrico( digere os materiais orgânicos, auxiliando na separação da gordura→ destrói matéria orgânica e preserva a gordura) uso do butirômetro C7) DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNA método de Kjedahl: deteminação de nitrogênio total 1 etapa(digestão): digestão das proteínas na presença de ácido sulfúrico e catalizadores, produzindo sulfato de amônio 2 etapa(destilação): sulfato de amônio com NaOH→ libera amônia; amônia é capturada pelo ácido bórico 3 etapa( titulação): os ânions borato( da etapa anterior) são titulados com solução de HCl → determina-se teor de nitrogênio na amostra fracionamento das frações de nitrogênio: caseína+ proteínas do soro+ nitrogênio não proteico→ utilização de TCA 12% a pH 4,6→ caseína precipita e nitrogênio solúvel+nitrogênio não proteico fica no sobrenadante C8) SÓLIDOS TOTAIS método direto: evaporação da água da amostra em estufa de secagem a 105°C até peso constante método indireto: calculado com base no teor de gordura e na densidade→ ST= D/4+ 1,2G+0,26 extrato seco desengordurado(ST-SG) C9) REDUTASE/ TESTE DE AZUL DE METILENO indicação de qualidade microbiológica do leite→ depende do número de bactérias presentes príncipio: mudança de cor do azul de metileno de azul( forma oxidada) para incolor( forma reduzida) → a mudança de cor ocorre, porque os microrganismos consomem oxigênio do leite, formando substâncias redutoras( capazes de reduzir o azul de metileno, fazendo a transformação de cor) assume que quanto maior a velocidade de mudança de cor, maior a contagem de microrganismos e menor a qualidade do leite teste ineficiente( foi abolido): depende do tipo de microrganismo presente, pois alguns metabolizam o oxigênio lentamente( baixa velocidade de transformação de cor, levando a conclusão equivocada de boa qualidade do leite) C10) LACTOFERMENTAÇÃO indica o tipo de flora microbiana (análise de coágulo após a fermentação): coágulo firme, lise, uniforme, sem presença de gás: flora lática -> leite de boa qualidade coágulo quebradiço, com separação de soro e presença de gás: flora contaminante sem formação de coágulo: presença antibiótico C11) RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS ausência de antibiótico: crescimento microrganismo -> produz ácido -> mudança de cor de roxo para amarelo presença de antibiótico: crescimento inibido -> não produz ácido -> não muda cor D. AULA 4- FRAUDES EM LEITES D1) De acordo com RIISPOA Art.530, considera-se fraudado, adulterado ou falsificado o leite que: for adicionado de água; tiver sofrido subtração de qualquer um de seus componentes, exceto a gordura no caso do leite tipo “C” ou magro; for adicionado de substâncias conservadoras ou de quaisquer elementos estranhos à sua composição; for de um tipo e se apresentar rotulado como outro de uma categoria superior; estiver cru e for vendido como pasteurizado; for exposto ao consumo sem as devidas garantias de inviolabilidade D2) LEITE ALTERADO(1) X LEITE ADULTERADO(2): (1): acidez titulável elevada; CCS acima do limite; população excessiva de bactérias (2): adição de soda, reconstituintes e outrassubstâncias D3) TIPOS DE ADULTERAÇÕES E FRAUDES DO LEITE adição de água; adição de soro; adição de neutralizantes; adição de reconstituintes; adição de conservantes; adição de leite de espécies diferentes; falsificação de marca; troca da data de validade; D4) ADIÇÃO DE ÁGUA usado para aumentar o volume do leite, aumentando o rendimento da produção diminuição da densidade e aumento da crioscopia( aproximação ao ponto de congelamento da água) desnate e adição de amido aumenta a densidade( podem mascarar diluição) com a adição de água, ocorre diluição dos componentes, como proteína e gordura e assim muitas vezes comete-se uma fraude dupla como forma de mascarar a adição de água→ utilização de reconstituintes reconstituintes de densidade: soro em pó, maltodextrina, amido reconstituinte de proteína: uréia( composto nitrogenado) → pode conter formol adição de ureia para mascarar a diluição causa várias alterações no leite e uma das únicas maneiras de ser detectada é a quantificação do nitrogênio ureico no leite(NUL) reconstituinte de crioscopia( garantir a manutenção do ponto de congelamento no intervalo devido): sacarose, cloreto de sódio, etanol, soro em pó ao avaliar-se a densidade do leite adulterado, só é possível perceber se a adição de água ultrapassa 10% do volume total da amostra original, assim uma combinação de análises é sempre mais adequado D5) ADIÇÃO DE SORO propriedades físico- químicas próximas a do leite pode ser detectada com testes de crioscopia e densidade se a % de soro adicionada for muito grande método mais efetivo de detecção: uso de ácido siálico ou HPLC( cromatografia líquida) com espectrometria de massa Método do MAPA( Ministério da Agricultura): HPLC com espectrometria de massa, se CMP( caseínomacropeptídeo) > 25mg/mL D6) FRAUDES DE CONSERVAÇÃO adição de conservantes para aumentar vida de prateleira/ diminuir população bacteriana; FORMOL: produzido a partir do metanol; ao reagir com o grupo amina da proteína celular, produz efeito letal sobre as bactérias; em julho/2004, foi classificado como carcinogênico, tumorogênico e teratogêncio para humanos e animais; HIPOCLORITO DE SÓDIO: sal de ácido hipocloroso; a hidrólise espontânea do hipoclorito forma o ácido hipocloroso( alto poder oxidante); no leite, reage com a matéria orgânica e é inativado em pouco tempo→ detecção muito difícil; no organismo humano, desativa a enzima triosefosfato desidrogenase, dificultando a digestão da glicose, destruindo ao longo do tempo a eficiência de funcionamento do organismo PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO: no organismo oxida a membrana lipídica, o DNA e outros componentes celulares; usado para fraudar em concentrações próximas de 0,2%; é degradado em poucas horas, sendo impossível detectar sua presença 24h após a sua adição( melhor conservante→ não deixa resíduos); impede o crescimento de bactérias láticas( anaeróbias facultativas ou estritas), garantindo a não acidificação do leite D7) FRAUDES COM NEUTRALIZANTES usados para mascarar a acidez → provocada por microrganismos desdobram a lactose em ácido lático e ocasionam a coagulação do leite substâncias alcalinizantes: NaOH,bicarbonato de sódio e soda cáustica se a neutralização for perfeita, não se detecta a substância presença de substâncias alcalinas é na maioria das vezes detectada por meio do teste de alizarol para presença de bicarbonato de sódio pode -se utilizar uma fração do leite com a mesma fração de álcool etílico e o indicador ácido rosólico(laranja positivo, vermelho negativo) D8) CASOS: China (2008-2009): diluiam o leite com água e adicionavam melamina, um produto químico utilizado no fabrico de plásticos, adesivos e resinas sintéticas, para ficar mais ricos em proteínas. (6 crianças mortas e 300 mil doentes. Dois condenados a morte e uma prisão perpétua) Operação Ouro Branco: adição de soro de leite, sal, açúcar, soda, ácido cítrico, citrato, água oxigenada→ não é possível pegar por teste de plataforma( foi detectada por denúncia), devido a formulação “perfeita” → sal e açúcar são reconstituintes de densidade e crioscopia; ácido cítrico e água oxigenada são antimicrobianos; citrato é um estabilizante que evita formação de precipitado na caixa de leite, pois sequestra íons cálcio, além de garantir estabilidade térmica( passa na prova de álcool) E. AULA 5- COMPOSIÇÃO DO LEITE E1) GORDURA energia para recém nascido garante sabor/aroma e propriedades reológicas( viscosidade, plasticidade e elasticidade) de produtos lácteos fonte de ácidos graxos essenciais e vitaminas lipossolúveis núcleo de óleo( triacilglicerol) é estabilizado pela membrana lipídeos: substâncias ligadas aos ácidos graxos ácidos graxos: compostos formados por átomos de carbono e um grupo terminal carboxílico; para saturados( >>carbonos, >>PF) e para insaturados( dentro do mesmo número de carbonos, >> duplas ligações, <<PF) triglicerídeo: ésteres de ácidos graxos e glicerol fosfolípideo: parte hidrofílica e parte hidrofóbica→ interface entre água e gordura, estabilizando o sistema( equílibrio entre membrana do glóbulo de gordura e plasma) gordura é instável- desnate ocorre por separação de diferentes densidades( camada de creme/ nata sobe, tem menor densidade); coalescência parcial→ glóbulo de gordura líquida+ glóbulo de gordura cristalizada= formação d euma rede cristalina aglutinação pelo frio: Imonoglubulina( aglutina responsável); ocorre a temperaturas de refrigeração; adsorção da aglutinina na superfície do glóbulo de gordura provoca agregação→ complexo de crioglobulina e lipoproteína que facilitam a formação do creme cristalização da gordura: começa no nível da membrana→ formação de pequenos cristais→ formação de uma rede( glóbulo de gordura simples) rancidez: ácidos graxos livres devem ser solúveis para provocarem ranço( hidrólise de ácidos graxos); as lipases naturais do leite não passam pela membrana do glóbulo de gordura, somente lipases microbianas são capazes; o ranço também pode acontecer se houver mistura de leite cru com leite pasteurizado; ácido graxos de cadeia curta/ média tem sabor forte( amargo, sujo, sabão, adstringente); lipólise reduz capacidade de formar espuma quando injetado com vapor( cappuccino) enzimas microbianas→ importantes para o ranço Lipase do leite Lipase microbiana destruída por pasteurização estável à pasteurização e mesmo tratamento UHT membrana do glóbulo de gordura atua como barreira membrana não apresenta barreira efeito principalmente associado em leite fresco e creme efeito principalmente associado a produtos processados naturais do leite produzidas por bactérias psicotróficas efeito percebido na fabricação efeito percebido na estocagem lipólise espontânea: ocorre em leite que não teve outro tratamento além do resfriamento lipólise induzida: quando é ativado por substâncias físicas ou químicas→ causa danos na membrana, permite entrada da lipase no glóbulo de gordura oxidação de lipídeos: depende da presença de oxigênio; produz hiperperóxidos( compostos instáveis que se degradam com facilidade em outros compostos carbonílicos que conferem sabor/odor desagradável→ aldeídos, cetonas. álcoois e hidrocarbonetos) E2) LACTOSE dissacarídeo= glicose+ galctose principal açúcar do leite essencial para a produção de produtos lácteos fermentados( metabolismo de microrganismo: lactose → ácido lático) sintetizada na glândula mamária→ quanto mais lactose é produzida, mais água é enviada ao úbere→ funciona como uma bomba de água( define quantidade de leite) causa mudanças de cor/sabor nos produtos lácteos fermentada por bactérias láticas para produzir ácido lático e por algumas leveduras para produzir etanol favorece retenção de cálcio( previne osteoporose) leite em pó: lactose amorfa; se adicionar água, ocorre desestabilização→ formação de pedras alfa e beta lactose: quando a lactose está em solução, a sua configuração não é estável( pode alterar posição do H e do OH) → diferem em rotação específica,solubilidade, doçura e cristalização solubilidade: T<93,5ºC→ alfa lactose é menos solúvel( cristaliza como mono hidrato); T> 93,5º→ beta lactose é menos solúvel( cristaliza como anidrido) cristalização da lactose: diminuir a temperatura e aumentar a temperatura; E3) PROTEÍNAS peptídeos: formados a partir da reação de condensação de dois ou mais aminoácidos com a eliminação de uma molécula de água→ ligação peptídica proteína: sequência de peptídeos enovelada em configuração tridimensional estabilidade do leite depende da estabilidade da proteína estruturas: primária, secundária( folhas beta e alfa hélice), terciária( enovelamento) e quaternário( proteína globular) cisteína: aminoácido com grupamento SH→ formação de pontes de dissulfito→ principalmente em proteínas do soro, gerando interações proteícas divisão em dois grupos de proteínas→ análise da solubilidade em pH 4,6→ tomando um leite a pH 6,6-6,8 e adicionando ácido, a caseína( insolúvel a pH 4,6) precipita e no sobrenadante ficam as proteínas do soro( solúveis) leite bovino é caseinoso e leite humano é albuminoso caseína é principal responsável pela fabricação de queijos( coagulação enzimática) CASEÍNAS: 4 tipos: alfa s1, alfa s2, beta e kappa sensibilidade das caseínas ao cálcio: quanto maior a sensibilidade, caseína precipita→ a única que não precipita é a kappa caseína, por isso é responsável pela estabilidade da micela no leite modelo recorrente para micelas de caseína: alfa s1, alfa s2 e beta no núcleo com kappa caseína na superfície, permitindo a estabilidade da caseína→ essencial para leite líquido alfa s1: responsável pelo amaciamento do queijo→ quebra da ligação 23-24 da proteína por hidrólise( dupla fenilanina) beta caseína: é hidrolisada pela plasmina( enzima do leite, aumenta com a mastite); alta concentração de prolina( aminoácido que impede formação de alfa hélice); sequência pouco usual de aminoácidos da posição 190-209, segmento que é liberado da micela com o resfriamento do leite kappa caseína: estabilização da micela devido à sua estabilidade em solução de íons cálcio; para fazer queijo é necessário desestabilizar a micela através da coagulação enzimática; para fazer iogurte deve ocorrer coagulação ácida( produção de ácido lático); liberação de glicomacropeptídeo(posição 106-169) → micela perde estabilidade, micelas se unem→ detecção de fraude por adição de soro com análise do GMP( soro aumenta GMP) estabilidade da micela: soma das cargas dos aminoácidos produzem cargas finais negativas em todas as caseínas→ repulsão eletrostática; estabilidade da kappa caseína em relaçnao ao cálcio; camada hidratável(H20); impedimento estérico( “cabelinhos” da caseína) desestabilização por congelamento→ diminui água líquida, aumenta concentração de cálcio estável a tratamento térmico e homogenização( UHT, pasteurização) leite UHT é estável devido a formação de pontes de bissulfito( ativada pelo aquecimento, que desdobra as proteínas, deixando os radicais SH livres para reação) entre a kappa caseína e a beta lactoglobulina( complexação de proteínas do soro com a micela de caseína impedem coagulação do leite) PROTEÍNAS DO SORO: principalmente alfa lactoalbumina e beta lactoglobulina proteínas globulares altamente estruturadas e fechadas→ resistem a proteólise imunoglobulina→ presente principalmente no colostro, serve de anticorpo lactoferrina: antioxidante, anti- inflamatório, antibacteriano, antiviral Caseínas Proteínas do soro coagulação por quimosina sim não termoresistência sim não origem glândula mamária corrente sanguínea(plasma) e glândula mamária solubilidade a pH 4,6 não sim estado suspensão coloidal em dissolução E4) ENZIMAS principais fontes: corrente sanguínea( plasma); citoplasma das células secretoras; membrana dos glóbulos de gordura; células somáticas( leucócitos) importância: deterioração, preservação da qualidade do leite, índices de história térmica do leite( sofreu desnaturação ou não), índice de infecção por mastite( com a mastite, aumenta-se a permeabilidade dos vasos sanguíneos e mais enzimas do plasma conseguem entrar no leite), atividade antimicrobiana plasmina: causa proteólise no leite e em produtos lácteos( principalmente durante a maturação de queijos cozidos a altas temperaturas) lipase lipoproteíca: causa rancidez hidrolítica em leite e manteiga; contribui para a maturação de queijos feitos com leite cru xantina oxidase: pró oxidante→ rancidez oxidativa em leite; redução de nitrato em nitrito( impede crescimento de clostrídios em queijos) fosfatase alcalina: associada ao glóbulo de gordura; inativada na pasteurização lactoperoxidase: agente bactericida→ usado na esterilização a frio; não é inativada na pasteurização E5) SAIS DO LEITE fosfatos, citratos, cloretos, sulfato, carbonato, potássio, cálcio e magnésio solubilidade do fosfato de cálcio é dependente da solubilidade( aumenta temperatura, diminui solubilidade) resfriamento→ aumenta concentração de fosfato solúvel aquecimento: fosfato passa de solúvel para coloidal( libera H+ e diminui pH) congelamento: aumento da concentração dos solutos na fase liquída; precipitação de fosfato( diminui pH, como no aquecimento)
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