Buscar

direito familia 2016

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Direito de Família - Civil V
- Resumo para Provas
O Direito de família é o que mais sofre influência da doutrina
e da jurisprudência. Também sofre influência dos costumes e
das mudanças da sociedade. Tem influência de todos os
institutos e dos princípios constitucionais e existe um
fenômeno da constitucionalização do direito civil.
Direito de Família: É um conjunto de normas jurídicas de ordem
privada, ou do direito social ou misto, que regulam as
relações jurídicas (pessoais e patrimoniais), entre as pessoas
unidas pelo parentesco, pelo matrimônio, pela união estável,
bem como unidos por todos os modos de constituição de família.
Regula também os institutos da tutela e da curatela.
Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas
Princípios constitucionais norteadores do Direito de Família:
1º) Princípio da dignidade da pessoa humana – art. 1º, III
CR/88: esse princípio é uma cláusula geral, serve para tudo.
Dignidade é o que a pessoa humana tem de ter para viver e
exercer sua cidadania. Abrange afeto, bem estar, respeito,
saúde, desenvolvimento, patrimônio.
 
2º) Princípio da solidariedade familiar – art. 227 e 230
CR/88: estabelece um dever da família, da sociedade e do
Estado. Estabelece uma solidariedade entre os parentes.
 
3º) Princípio da pluralidade das entidades familiares – art.
226 CR/88: O Estado tem de proteger a família em todas as suas
modalidades por meio de normas.
As principais instituições sociais são: 1) Família;
2) Instituições de ensino; 3) Instituição religiosa;
4) Instituição jurídica;
5) Instituição econômica; 6) Instituição política;
A Família faz parte do primeiro grupo social que pertencemos,
é o tipo de grupo social que tem a composição em variados
aspectos que se variam de acordo com o tempo e o espaço. Estas
variações podem estar relacionadas quanto ao tipo de família e
autoridade ou quanto à forma de casamento, por exemplo. 
3.1 Família matrimonial – originada pelo casamento civil. É o
mais solene, deve observar os requisitos do art. 1514 CC. Na
CR/88 está no art. 226, p. 1º e 2º. Vide t/b art. 1535 CC. O
casamento tem de ser realizado com portas abertas. Os
impedimentos são de ordem pública.
3.2. Família informal – formada por meio da união estável,
prevista nos artigos 1723 CC e seguintes e no art. 226, p. 3º
CR/88.
Para construir a união estável a lei exige diversidade de sexo
(está superado). A união estável é caracterizada pela
convivência pública, porém não carece de coabitação e nem de
filhos. É formada com o objetivo de um assistir o outro (ajuda
moral, material). Não carece de contrato e nem de prazo. Não
precisa de formalidade. “Provando”, surgem todos os direitos e
deveres.
Existe contrato de namoro, para ratificar que se trata apenas
de namoro para não gerar efeitos de união estável. Namoro é um
fato social, que é diferente de união estável. 
 
3.3. Família monoparental – p. 4º do art. 226 CR/88. É a mãe
solteira ou pai solteiro + filhos. Ou seja: genitor + prole.
3.4 Família homoafetiva – reconhecida pelo STJ por analogia em
2007. Reconhecida pelo STF em 2012. Há jurisprudência. As
pessoas não querem ficar à margem da lei.
3.5. Família socioafetiva – ainda não há legislação. Se
justifica pelo elemento afeto. Exemplo, entre padrasto e
enteado.
4º) Princípio da isonomia entre cônjuges (para qualquer
entidade familiar) – art. 5º, caput, inciso I e art. 226
CR/88.
5º) Princípio da isonomia entre filhos – art. 227, p. 6º
CR/88. Antes da CR/88 havia diferenças entre filhos legítimos,
filhos adotados e filhos fora do casamento. A partir da CR/88
todos os filhos tem os mesmos direitos e qualificações. Art.
1596 e 1799, CC e p. 4º do art. 1800 CC).
6º) Princípio do melhor interesse da criança e do
adolescente – art. 227 CR/88. É uma cláusula geral de proteção
da criança e do adolescente. Se aplica em razão do caso
concreto.
7º) Princípio da paternidade responsável e do livre
planejamento familiar – art. 226, p. 7º CR/88. Junto com o
livre planejamento, vem o dever da paternidade responsável.
8º) Princípio da monogamia – há controvérsia se a monogamia é
ou não um princípio – art. 1521, VI CC trás um rol de
impedimentos para o casamento e Art 1723, p. 1º CC
Separação de fato = não convive mais com o cônjuge, mas não se
separou oficialmente. A lei permite união estável em paralelo
a um casamento. 
 
Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas
Evolução do Conceito de Família:
Histórica e juridicamente, a sociedade alicerçou-se na tríade
sexo, casamento e família, moralizando o comportamento humano,
como se, por meio de ficção legal, houvesse a possibilidade de
somente reconhecer a entidade familiar concebida sob tais
cânones, independentemente da ordem dos desejos.
´Porém, é possível substituir a palavra casamento (pelo menos
o casamento civil tradicional de matriz exclusivamente
heterossexual), pela palavra afeto, que representa muito mais
do que uma finalidade, pois representa uma verdade de novos
núcleos familiares.
 
A família como base da sociedade:
A família constitui o núcleo da sociedade, devendo reconhecer
o direito, as relações estruturadas em seu bojo e
determinantes para a sua formação, em observância à dignidade
da pessoa humana.
 
Constituem direitos inerentes à família:
O reconhecimento jurídico e a proteção patrimonial 2. A1.
concessão de alimentos 3. Os efeitos sucessórios
A competência da Vara de Família 5. A condição de2.
dependente do parceiro perante o Regime de Previdência
Social
 
A família na CF/88:
A Constituição da República de 1988 trouxe significativas
transformações ao paradigma individualista e patrimonial da
família, admitindo outras formas para sua estruturação, que
não apenas pelo casamento, em decorrência da necessidade de
adequação do arcabouço constitucional às novas demandas
sociais, sob pena de seu esvaziamento prematuro e ineficácia
de seus comandos.
 
Espécies de família no ordenamento jurídico brasileiro:
Matrimonializadas; Monoparentais; ´Uniões estáveis hetero e
homoafetivas; Outras possibilidades de formação da entidade
familiar
 
Família no C.C. de 1916 Família na C.F/88
Matrimonializada Pluralizada
Patriarcal Democrática
Hierarquizada Substancialmente igualitária
Heteroparental Hetero ou homoparental
Biológica Biológica ou socioafetiva
Unidade de produção e reprodução Unidade socioafetiva
Caráter institucional Caráter instrumental
 
Princípios de Direito de Família: Da Dignidade da Pessoa
Humana; Da Solidariedade Familiar; Da Pluralidade das
Entidades Familiares; Da Isonomia entre os cônjuges e da
Isonomia entre os filhos; Do Melhor Interesse da Criança e do
Adolescente; Da Paternidade Responsável e do Livre
Planejamento Familiar; Da Monogamia
 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana:
A dignidade como autonomia envolve, em primeiro lugar, a
capacidade de autodeterminação, o direito do indivíduo de
decidir os rumos da própria vida e de desenvolver livremente
sua personalidade. Significa o poder de fazer escolhas morais
e escolhas existenciais sem imposições externas indevidas.
Decisões sobre religião, vida afetiva, trabalho, ideologia e
outras opções personalíssimas não podem ser subtraídas do
indivíduo sem violar sua dignidade.
 
Princípio da Solidariedade Familiar: Art. 1.566, CC: São
deveres de ambos os cônjuges: (I – fidelidade recíproca; II –
vida em comum, no domicílio conjugal; III – mútua assistência;
IV – sustento, guarda e educação dos filhos; V – respeito e
consideração mútuos
 
Princípio da Pluralidade das Entidades Familiares: As famíliaspodem ser recompostas, reconstituídas, monoparentais, formadas
por casais com filhos de casamentos anteriores e seus novos
filhos, por casais homossexuais, através de uniões estáveis.
A lista de pluralidade de arranjos familiares é vasta, sendo
apenas fundamental verificar se os indivíduos uniram-se
através de laços afetivos e se constituíram em entidade
familiar, que está além de um convívio superficial, merecendo
a tutela do Estado.
 
Princípio da Isonomia entre os cônjuges e da Isonomia entre os
filhos: 1. O ordenamento jurídico deixou de ser androgênico e,
desta forma, promove a igualdade substancial entre os
cônjuges, o que reflete no exercício do poder familiar.
O direito das famílias, ao receber o influxo do direito2.
constitucional, foi alvo de uma profunda transformação.
O princípio da igualdade ocasionou uma verdadeira
revolução ao banir as discriminações que existiam no
campo das relações familiares. Num único dispositivo, o
constituinte espancou séculos de hipocrisia e
preconceito. Além de alargar o conceito de família para
além do casamento, foi derrogada toda a legislação que
hierarquizava homens e mulheres, bem como a que
estabelecia diferenciações entre os filhos pelo vínculo
existente entre os pais. A Constituição Federal, ao
outorgar a proteção à família, independentemente da
celebração do casamento, vincou um novo conceito, o de
entidade familiar, albergando vínculos afetivos outros
(art. 227, § 6º, CRFB).
 
Princípio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente:
Art. 227, CRFB: É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.
 
Princípio da Paternidade Responsável e do Livre Planejamento
Familiar: Art. 226, CRFB: A família, base da sociedade, tem
especial proteção do Estado. § 7º – Fundado nos princípios da
dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o
planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao
Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o
exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por
parte de instituições oficiais ou privadas.
 
Conceito de Direito das Famílias e sua Importância:
Modernamente, é conceituado como o um conjunto de normas que
regulam as relações decorrentes do vínculo afetivo, mesmo sem
casamento, tendentes à promoção da personalidade humana,
através de efeitos pessoais, patrimoniais e assistenciais.
 
A importância do Direito das Famílias encontra-se na sua
influência em relação aos outros ramos jurídicos:
No direito obrigacional, diante da necessidade de1.
outorga do cônjuge no caso de alienação de bens imóveis
No direito real de habitação do cônjuge sobrevivente2.
 
Relações de Parentesco Conceito e Espécies: (consanguíneo, por
afinidade e civil)
Parentesco: é a relação existente não só entre pessoas que
descendem umas das outras ou de um mesmo tronco comum
(consanguíneo ou natural), mas também entre um cônjuge ou
companheiro e os parentes do outro (afinidade ou civil), entre
adotante e adotado (civil) e entre pai institucional e filho
sociafetivo (civil). Art. 1.593, CC.
 
Linhas e Graus – sua contagem
 
Linha Reta: Art. 1.591, CC: São parentes em linha reta as
pessoas que estão umas para com as outras na relação de
ascendentes e descendentes. Na linha reta inexiste qualquer
limitação para o parentesco, sendo infinito.
Os parentes em linha reta devem alimentos uns aos outros, além
de gozarem do direito à herança, prevalecendo a forma
subsidiária, na qual o parente mais próximo, exclui o mais
remoto.
 
Linha Colateral ou Transversal
Art. 1.592, CC: São parentes em linha colateral ou
transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um
só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.594, CC: Contam-se, na linha reta, os graus de
parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também
pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao
ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Limitações: 1. Os alimentos somente podem ser cobrados, entre
colaterais, até o segundo grau (irmão)
Os impedimentos matrimoniais alcançam até o terceiro2.
grau (tio e sobrinha – primos podem casar)
O direito sucessório é reconhecido aos parentes até o3.
quarto grau, de forma subsidiária (primos – tio-avó e
sobrinho-neto)
 
Contagem de graus para Parentes Colaterais:
Para contar o parentesco entre A e seu tio B, sobe-se a seu
pai W; a seguir a seu avó X; e depois, desce-se a B. Três
graus ao todo, pois a cada geração corresponde um grau. Dessa
forma, é de segundo grau o parentesco colateral entre irmãos,
de terceiro grau entre tio e sobrinho; e, de quarto grau entre
primos e entre tio-avó e sobrinho-neto.
 
Efeitos Jurídicos: A partir das relações de parentesco
resultam direitos, obrigações e restrições.
No direito de família: 1. Determinam impedimentos
matrimoniais; 2. Instauram o poder familiar; 3. Impõem a
obrigação alimentar
Determinam a regulamentação de guarda e visita4.
No direito contratual: é anulável a venda realizada entre
ascendente e descendente, sem a autorização dos demais
descendentes e do cônjuge do alienante.
No direito processual: Determinadas relações de parentesco
determinam a suspeição do juiz, do membro do MP, dos
serventuários da Justiça e peritos. Além dos parentes não
poderem servir como testemunha, a favor ou contra um outro
parente.
No direito administrativo: A nomeação de cônjuge, companheiro
ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo
em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada
na administração pública direta e indireta em qualquer dos
poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas, viola a Constituição Federal.
No direito penal: 1. São circunstâncias que sempre agravam a
pena, quando não constituem ou qualificam o crime: ter o
agente cometido o crime contra ascendente, descendente, irmão
ou cônjuge.
É isento de pena quem comete qualquer dos crimes2.
patrimoniais, em prejuízo: do cônjuge, na constância da
sociedade conjugal e de ascendente ou descendente, seja
o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou
natural.
No direito do trabalho: o empregado poderá deixar de
comparecer ao serviço sem prejuízo do salário até 2 (dois)
dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge,
ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua
carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua
dependência econômica.
 
CASAMENTO: é uma entidade familiar estabelecida entre pessoas,
merecedora de especial proteção estatal, constituída formal e
solenemente, formando uma comunhão de afetos (comunhão de
vida) e produzindo efeitos no âmbito pessoal, social e
patrimonial.
 
NATUREZA JURÍDICA: 1. Negócio Jurídico: Ato que decorre da
vontade das partes, a partir do consentimento, aproximando-se
do contrato. 2. Instituto Jurídico: Situação jurídica que
possui parâmetros preestabelecidos pelo legislador e
constituindo um conjunto de regras impostas pelo Estado. 3.
Natureza Mista ouEclética: Ato jurídico complexo constituído
por características negociais e institucionais.
 
CARACTERÍSTICAS: De acordo com a lei, doutrina e
jurisprudência 1. Caráter personalíssimo. 2. Liberdade na
escolha dos parceiros, que podem, inclusive, ser do mesmo
sexo. 3. Disciplina por meio de normas cogentes de ordem
pública. 4. Solenidade na celebração. 5. Inadmissibilidade de
termo ou condição. 6. Estabelecimento de uma comunhão de vida,
devendo ser monogâmico e passível de dissolução.
 
FINALIDADES: 1. Procriação dos filhos, como consequência
lógico natural e não essencial. 2. Legalização das relações
sexuais, uma vez que dentro da satisfação sexual, que é normal
e inerente à natureza humana, apazigua a concupiscência. 3.
Educação da prole. 4. Atribuição do nome ao cônjuge. 5.
Reparação de erros do passado.
 
FINALIDADES: Visão Civil-Constitucional: A procriação de
filhos não é requisito para o casamento, uma vez que o
planejamento familiar faz parte da autonomia do casal. Assim,
casais que não querem ou não podem conceber filhos também
devem ser considerados uma família. As relações sexuais não
devem ser legitimadas pelo direito, pois não há nada de
ilícito em realiza-las fora do casamento, pelo contrário,
encontram-se vinculadas à ordem dos desejos e estabelecidas
entre sujeitos maiores e capazes. A educação da prole pode ser
efetuada em arranjos familiares dos mais diversos, sendo o
casamento apenas mais um deles. Não há imposição legal para a
utilização do patronímico do cônjuge (art. 1.565, § 1º, CC),
além do direito à utilização ser estendido ao companheiro em
união estável (art. 57, § 2º, L. 6.015/73). A conduta sexual
fora do casamento não ser considerada um “erro”, nem,
tampouco, uma vida livre e alheia das convenções herméticas
sociais, desde que não haja prejuízo ao direito de terceiros.
Na verdade, as finalidades do casamento estão na comunhão de
vida, a partir do amor, gratificação sexual e organização de
vida.
 
Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas
Casamento Civil e Casamento Religioso:
Art. 1.512, CC: O casamento é civil e gratuita a sua
celebração.
Assim, o ordenamento brasileiro não confere validade ao
casamento religioso. Mas, nada obsta que a cerimônia de
casamento civil, com efeitos civis, seja realizada pela
autoridade eclesiástica.
 
Esponsais: Constitui o instituto conhecido como noivado, ou
seja, os noivos tornam pública sua intenção de casar.
Não segue nenhuma formalidade, não pode ser considerado um
contrato preliminar, nem existe prazo para a realização do
casamento.
Seu rompimento não gera, judicialmente, execução específica,
nem tutela indenizatória.
 
O casamento gera: 1. Dever de fidelidade. 2. Dever de
coabitação. 3. Em regra, presunção de esforço comum na
aquisição do patrimônio do casal. 4. Presunção de paternidade.
5. Parentesco por afinidade.
 
Formalidades Preliminares do Casamento:
Habilitação: Art. 1.525, CC: O requerimento de habilitação
para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de
próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador.
Art. 1.527, CC: Estando em ordem a documentação, o oficial
extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas
circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e,
obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.
 
Fases do procedimento de habilitação: 1. Fase de requerimento
e apresentação de documentos. 2. Fase dos editais de
proclamas.
Registro. 4. Expedição da certidão.3.
 
Formalidades preliminares do casamento:
Pressupostos de existência do casamento (condições mínimas
para que o casamento seja considerado relevante para o
direito):
Existência de consentimento entre os nubentes (livre1.
manifestação de vontade).
Celebração do matrimônio com a presença da autoridade.2.
 
VALIDADE DO CASAMENTO:
 
PLANO DA EXISTÊNCIA:
EXISTÊNCIA DO CONSENTIMENTO DOS NUBENTES (MANIFESTAÇÃO DE
VONTADE)
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO COM A PRESENÇA DE AUTORIDADE
 
PLANO DA VALIDADE:
NULIDADES (ART. 1.548, CC): CASAMENTO CONTRAÍDO POR PESSOA SEM
O NECESSÁRIO DISCERNIMENTO PARA OS ATOS DA VIDA CIVIL ou
QUANDO UM DOS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS FOR VIOLADO
 
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS: Art. 1.521, CC. Não podem casar:
I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco
natural ou civil; II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado
com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais
colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante; VI – as pessoas
casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou
tentativa de homicídio contra o seu consorte.
 
Anulabilidades: Art. 1.550, CC. É anulável o casamento:
I – de quem não completou a idade mínima para casar;
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu
representante legal;
III – por vício da vontade (coação ou erro essencial);
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo
inequívoco, o consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro
contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo
coabitação entre os cônjuges;
VI – por incompetência da autoridade celebrante.
 
PRAZOS DECADENCIAIS DAS ANULABILIDADES:
Defeito de idade: 180 dias, a partir do momento em que o menor
atingir a idade núbil
Falta de consentimento: 180 dias, a partir do momento em que o
menor atingir a maioridade
Erro essencial: 3 anos
Coação: 4 anos
Incapacidade relativa por causa psíquica: 180 dias
Revogação do mandato: 180 dias, a partir da ciência do
mandante
Incapacidade da autoridade celebrante: 2 anos
 
ERRO ESSENCIAL: Art. 1.557, CC. Considera-se erro essencial
sobre a pessoa do outro cônjuge:
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama,
sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne
insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por
sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico
irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo
contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro
cônjuge ou de sua descendência;
IV – a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental
grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em
comum ao cônjuge enganado
 
NULIDADE X ANULABILIDADE:
CASAMENTO NULO CASAMENTO ANULÁVEL
Razões de ordem pública Razões de ordem privada
Conhecido de ofício pelo juiz,
requerimento do MP
ou de qualquer interessado
Requerimento do interessado
Não é suscetível de confirmação É suscetível de confirmação
Não convalesce com o decurso do
tempo
Submete-se a prazos
decadenciais
Não produz efeitos, em regra,
pois se ambos os cônjuges
estavam de má-fé ao celebrar o
casamento, os seus efeitos
civis aos filhos aproveitarão
Produz efeitos
Ação meramente declaratória Ação desconstitutiva
Admite conversão substancial
Admite convalidação pelas
partes
 
CASAMENTO PUTATIVO: (ART. 1.561, CC)
INVALIDADE DO CASAMENTO; 2. BOA-FÉ DOS NUBENTES, OU1.
APENAS DE UM DELES
ERRO DESCULPÁVEL; 4. DECLARAÇÃO JUDICIAL2.
Efeitos jurídicos são: manutenção do nome do cônjuge, fixação
de alimentos, presunção de colaboração na aquisição
patrimonial etc.
 
CAUSAS SUSPENSIVAS: Art. 1.523, CC. Não devem casar:
I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido,
enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha
aos herdeiros;
II – a viúva,ou a mulher cujo casamento se desfez por ser
nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da
viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou
decidida a partilha dos bens do casal;
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes,
irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou
curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não
estiverem saldadas as respectivas contas.
 
Celebração, Prova e Efeitos do Casamento
 
Celebração do Casamento:
 
Formalidades – Habilitação: O casamento é um negócio jurídico
formal e solene, possuindo um procedimento de habilitação
prévio, seus requisitos encontram-se dispostos no art. 1.525,
CC e seguintes.
Pelo art. 1.526, CC apenas será necessária a homologação do
juiz nas habilitações para o casamento que forem impugnadas.
Depois da habilitação, devem ser publicados os proclamas do
casamento (art. 1.527, CC).
Caso cumpridas as formalidades dispostas em lei e verificada a
inexistência de fato obstativo, o oficial de registro extrairá
o certificado de habilitação (art. 1.531, CC).
Formalidades – Celebração do Ato:
O casamento é um ato solene, que deve ser realizado na sede do
cartório, de forma pública, com, pelo menos, duas testemunhas.
O ato poderá ser realizado em outro local, com a autorização
da autoridade celebrante, com, pelo menos, quatro testemunhas.
Assim, estando presentes os nubentes, pessoalmente ou por
procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial
do registro, o presidente do ato, após ouvir dos nubentes a
afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea
vontade, declarará efetuado o casamento.
 
Momento a partir do qual o casamento passa a produzir efeitos:
Conforme art. 1.514, CC, o casamento se realiza no momento em
que os nubentes manifestam, perante a autoridade competente, a
sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e a autoridade os
declara casados. Manifestação de vontade dos nubentes +
declaração da autoridade. O registro encontra-se no plano da
eficácia.
 
CASAMENTO EM CASO DE MOLÉTIA GRAVE: Art. 1.539, CC: No caso de
moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá
celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda
que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e
escrever. Pela jurisprudência, dispensa-se o processo de
habilitação anterior.
1o A falta ou impedimento da autoridade competente para
presidir o casamento suprir-se-á por qualquer dos seus
substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro
ad hoc, nomeado pelo presidente do ato.
2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será
registrado no respectivo registro dentro em cinco dias,
perante duas testemunhas, ficando arquivado.
 
CASAMENTO NUNCUPATIVO: Art. 1.540, CC: Quando algum dos
contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a
presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de
seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença
de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco
em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o
decidirá a autoridade competente, com recurso voluntário às
partes, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos
Casamentos, tal assento assim lavrado retrotrairá os efeitos
do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da
celebração.
Importante observar, que serão dispensadas as formalidades
legais, se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento
na presença da autoridade competente e do oficial do registro.
 
CASAMENTO POR PROCURAÇÃO: Art. 1.542, CC: O casamento pode
celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com
poderes especiais.
1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento
do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário
ou o outro contraente tivessem ciência da revogação,
responderá o mandante por perdas e danos.
 
Prova do Casamento:2.
Prova direta (art. 1.543, CC): O casamento celebrado no Brasil
prova-se pela certidão do registro.
Pelo art. 1.544, CC o casamento de brasileiro, celebrado no
estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules
brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a
contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no
cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1o
Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
Prova direta complementar ou supletória: Justificada a falta
ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra
espécie de prova (§ único, art. 1.543, CC).
Prova indireta (art. 1.545, CC): O casamento de pessoas que,
na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade,
ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole
comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que
já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento
impugnado.
 
EFEITOS DO CASAMENTO:3.
 
EFEITOS SOCIAIS: 1. Emancipação do cônjuge incapaz (art. 5º,
 II, CC). 2. Estabelecimento do vínculo de parentesco por
afinidade (art. 1.595, CC). 3. Atribuição do estado civil de
casado. 4. Presunção de paternidade (art. 1.597, CC).
 
EFEITOS PESSOAIS: 1. Comunhão de vida, com base na igualdade
de direitos e deveres dos cônjuges. 2. Possibilidade de
acréscimo do patronímico do outro cônjuge. 3. Fixação do
domicílio conjugal. 4. Estabelecimento de direitos e deveres
recíprocos.
 
DEVERES DO CASAMENTO: Art. 1.566, CC: São deveres de ambos os
cônjuges:
I – fidelidade recíproca. II – vida em comum, no domicílio
conjugal. III – mútua assistência. IV – sustento, guarda e
educação dos filhos. V – respeito e consideração mútuos.
 
I – fidelidade recíproca e V – respeito e consideração mútuos:
Segundo o STJ, o dever de fidelidade recíproca dos cônjuges é
atributo básico do casamento e não se estende ao cúmplice de
traição a quem não pode ser imputado o fracasso da sociedade
conjugal por falta de previsão legal.
O crime de adultério foi abolido do art. 240, CP. Assim,
defende-se que a fidelidade não deve ser considerada um dever
jurídico, mas como uma opção decorrente da autonomia existente
entre os cônjuges.
II – vida em comum, no domicílio conjugal: Interpretando o
dever de coabitação, afirma ter um cônjuge o direito sobre o
corpo do outro e vice-versa, daí os correspondentes deveres de
ambos, de cederem seu corpo ao normal atendimento dessas
relações íntimas, não podendo, portanto, inexistir o exercício
sexual, sob pena de restar inatendida essa necessidade
fisiológica primária, comprometendo seriamente a estabilidade
da família. Analisar os limites do débito conjugal.
Crítica: E o direito de dispor do próprio corpo como direito
da personalidade e do princípio da dignidade da pessoa humana?
 
Introdução aos Regimes de Introdução aos Regimes de Bens:
 
Bens: EFEITOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO
PODE SER CONCEITUADO COMO SENDO O CONJUNTO DE REGRAS DE ORDEM
PRIVADA RELACIONADAS COM INTERESSES PATRIMONIAIS OU ECONÔMICOS
RESULTANTES DA ENTIDADE FAMILIAR. O CÓDIGO CIVIL TRAZ, ENTRE
OS SEUS ARTS. 1.639 A 1.688, REGRAS RELACIONADAS AO CASAMENTO,
MAS QUE TAMBÉM PODEM SER APLICADAS ÀS UNIÕES ESTÁVEIS.
 
Princípios aplicáveis aos regimes de bens: Princípio da
Autonomia Privada (art. 1.639, CC). Princípio da
Indivisibilidade do Regime de Bens. Princípio da Variedade do
Regime de Bens. Princípio da Mutabilidade Justificada (art.
1.639, § 2º, CC). Autorização judicial. Justo motivo.
Ausência de prejuízo a terceiros. Questão de direito
intertemporal.
 
Princípio da Variedadedo Regime de Bens:
Comunhão parcial (arts. 1.658 a 1.666, CC).
Comunhão universal (arts. 1.667 a 1.671, CC).
Separação convencional de bens (arts. 1.687 a 1.688, CC).
Participação final nos aquestos (arts. 1.672 a 1.686, CC).
 
REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL OU OBRIGATÓRIA: Art. 1.641. É
obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas
suspensivas da celebração do casamento (art. 1.523, CC);
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela
Lei nº 12.344, de 2010)
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento
judicial.
 
Art. 1.641, II, CC: Na separação obrigatória comunicam-se bens
havidos pelo esforço comum (Súmula 377, STF).
Se a súmula for cancelada a separação obrigatória será igual a
separação absoluta. Enunciado 125, I Jornada de Direito Civil:
“A norma que torna obrigatório o regime da separação absoluta
de bens em razão da idade dos nubentes não leva em
consideração a alteração da expectativa de vida com qualidade,
que se tem alterado drasticamente nos últimos anos. Também
mantém um preconceito quanto às pessoas idosas que, somente
pelo fato de ultrapassarem determinado patamar etário, passam
a gozar da presunção absoluta de incapacidade para alguns
atos, como contrair matrimônio pelo regime de bens que melhor
consultar seus interesses”.
 
NECESSIDADE DE OUTORGA PARA DETERMINADOS ATOS CIVIS: Art.
1.647, CC: Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos
cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da
separação absoluta: I – alienar ou gravar de ônus real os bens
imóveis; II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens
ou direitos; III – prestar fiança ou aval; IV – fazer doação,
não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam
integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos
filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
 
ADMINISTRAÇÃO DOS BENS: Art. 1.651, CC: Quando um dos cônjuges
não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe,
segundo o regime de bens, caberá ao outro: I – gerir os bens
comuns e os do consorte; II – alienar os bens móveis comuns;
III – alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do
consorte, mediante autorização judicial.
 
Pacto Antenupcial: Trata-se de um contrato formal e solene,
pelo qual os nubentes regulamentam as questões patrimoniais
relativas ao casamento (arts. 1.653 a 1.657, CC). Art. 1.653,
CC: É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura
pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. Art. 1.655,
CC: É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha
disposição absoluta de lei.
Art. 1.657, CC: As convenções antenupciais não terão efeito
perante terceiros senão depois de registradas, em livro
especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos
cônjuges.
 
REGIME DE BENS Resumo:
No divórcio as regras de partilha dos bens variam de acordo
com o regime de bens adotado no casamento. O regime legal, que
é o da comunhão parcial, prevê como regra geral a
comunicabilidade de todos os bens adquiridos onerosamente
durante o casamento, excluindo os bens adquiridos por doação
ou sucessão e aqueles que já eram do cônjuge antes do
casamento. Já na comunhão universal, há em regra a
comunicabilidade de todos os bens, adquiridos antes e durante
o casamento. No regime da separação convencional ou
obrigatória, que é aquela imposta por lei, por exemplo, aos
maiores de setenta anos, não há comunicabilidade de bens,
possuindo cada cônjuge seu patrimônio particular.
 
 Comunhão parcial: conceito e alcance (arts. 1.658 a1.
1.666, CC)
Trata-se do regime supletivo de vontade, dispensando a
necessidade de pacto antenupcial e prevalecendo no silêncio
das partes e na hipótese de invalidade do pacto. Comunicam-se
os bens adquiridos a título oneroso durante o casamento
(presunção absoluta de esforço comum), excluindo-se os bens
adquiridos antes das núpcias e os adquiridos durante o
casamento a título gratuito (doação e herança).
Regime aplicável à união estável (art. 1.725, CC).
 
Art. 1.659, CC: Excluem-se da comunhão: I – os bens que cada
cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na
constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-
rogados em seu lugar; II – os bens adquiridos com valores
exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação
dos bens particulares; III – as obrigações anteriores ao
casamento (aprestos); IV – as obrigações provenientes de atos
ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V – os bens de
uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI – os
proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII – as
pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
 
IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo
reversão em proveito do casal: Súmula 251 do Superior Tribunal
de Justiça: A meação só responde pelo ato ilícito quando o
credor, na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele
resultante aproveitou ao casal. Exemplos: sonegação fiscal,
desvio de finalidade empresarial (art. 50 ,CC) etc.
Caso a meação não responda pela dívida, é cabível a utilização
de embargos de terceiros (art. 1.046, CPC e Súmula 134 do
STJ).
 
Bens Comuns (art. 1.660, CC): Aquisição durante o casamento –
São considerados bens comuns do casal: 1. Os bens adquiridos
onerosamente. 2. Os bens adquiridos por fato eventual. 3. Os
frutos adquiridos de bens particulares. 4. As benfeitorias
realizadas em bens particulares. 5. Os bens adquiridos
gratuitamente por ambos os cônjuges.
 
Outros bens que se comunicam por força de entendimento
jurisprudencial: o (STJ) decidiu que o direito ao recebimento
de proventos como o salário (incluindo FGTS e verbas
trabalhistas), a aposentadoria e honorários não se comunica no
fim do casamento. No entanto, quando essas verbas são
recebidas durante o matrimônio, as mesmas se tornam bem comum,
seja em dinheiro ou os bens adquiridos com ele.
Imóvel financiado em contrato anterior ao casamento. Neste
caso os valores deverão ser apurados.
 
Efeitos Sucessórios: Segundo o STJ: O cônjuge somente terá
direito sucessório sobre os bens adquiridos onerosamente na
constância do casamento, em sentido contrário ao art. 1.829,
I, CC.
Assim, no regime da comunhão parcial, os bens exclusivos de um
cônjuge NÃO são partilhados com o outro no divórcio e, pela
mesma razão, não o devem ser após a sua morte, sob pena de
infringir o que ficou acordado entre os nubentes no momento em
que decidiram se unir em matrimônio. Acaso a vontade deles
seja a de compartilhar todo o seu patrimônio, a partir do
casamento, assim devem instituir em pacto antenupcial.
Além disso, não remanesce, para o cônjuge casado mediante
separação de bens (convencional ou obrigatória), direito à
meação, tampouco à concorrência sucessória, respeitando-se o
regime de bens estipulado, que obriga as partes na vida e na
morte. Desta forma, o cônjuge sobrevivente NÃO é herdeiro
necessário.
 
 Comunhão universal: (Arts. 1.667 a 1.671, CC):2.
Forma-se uma massa patrimonial única para o casal,
estabelecendo uma unicidade de bens, atingindo créditos
(passados e futuros) e débitos (futuros). As dívidas
provenientes de atos ilícitos entram na comunhão
universal, independentemente do proveito obtido pelo
casal. Forma-se um condomínio, tendo cada cônjuge
direito à meação a todos os bens componentes da
universalidade, independentemente de terem sido
adquiridos antes ou depois da núpcias, a título oneroso
ou gratuito. Depende de celebração de pacto antenupcial.
 
Art. 1.668,CC, São excluídos da comunhão:I – os bens doados ou herdados com a cláusula de
incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II – os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro
fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
III – as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem
de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito
comum;
IV – as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao
outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V – Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. V –
os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII –
as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas
semelhantes.
 
Entendimento Jurisprudencial: O STJ afirma que os bens
indivisíveis de propriedade comum decorrente da comunhão no
casamento, na execução podem ser levados à hasta pública por
inteiro, reservando ao cônjuge a metade do preço alcançado.
Tem-se entendido na Corte que a exclusão da meação deve ser
considerada em cada bem do casal e não na indiscriminada
totalidade do patrimônio.
 
 Separação convencional de bens: conceito e alcance3.
(arts. 1.687 a 1.688, CC): É o regime que promove um
absoluto afastamento patrimonial, obstando a comunhão de
todo e qualquer bem adquirido por cada cônjuge, antes ou
depois do casamento, seja a título oneroso ou gratuito.
Existe, pois, independência absoluta quanto aos bens e
obrigações, com apenas uma exceção. Art. 1.688, CC: Ambos os
cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal
na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens,
salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial.
 
Características: A administração dos bens caberá ao cônjuge
titular, bem como a percepção dos frutos. Liberdade de
disposição patrimonial. Responsabilidade individual pelas
dívidas e obrigações assumidas.
 
 Participação final nos aquestos: conceito e alcance4.
(arts. 1.672 a 1.686, CC): Trata-se de um regime
híbrido, pois durante a convivência conjugal o casamento
fica submetido às regras da separação convencional de
bens, porém no instante da dissolução (morte ou
divórcio), incidem as normas atinentes à comunhão
parcial de bens, comunicando-se os bens adquiridos
onerosamente por cada um durante a constância do
matrimônio.Importante esclarecer, que aquestos são bens
adquiridos onerosamente durante a sociedade conjugal.
 
Características: O direito de cada cônjuge não é sobre o
acervo patrimonial do outro, mas sim sobre o saldo
eventualmente apurado, após a compensação dos acréscimos de
bens a título oneroso na constância do casamento.
Depende de celebração de pacto antenupcial. Art. 1.656, CC: No
pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final
nos aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos
bens imóveis, desde que particulares.
 
Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas
DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO E DA UNIÃO ESTÁVEL:
Dissolução do Casamento Não há relação familiar (casamento ou
união estável) que comece pensando em sua dissolução. Porém,
mais importante do que sua manutenção com o sacrifício da
felicidade dos sujeitos, é o respeito à liberdade e às
garantias individuais.
Art. 1.571, CC. A sociedade conjugal termina: I – pela morte
de um dos cônjuges (terminativa e dissolutiva); II – pela
nulidade ou anulação do casamento (terminativa); III – pela
separação judicial; IV – pelo divórcio (terminativa e
dissolutiva).
 
Emenda Constitucional 66/2010: Superação do caráter binário do
ordenamento jurídico. Determinação de que o casamento poderá
ser dissolvido pela MORTE ou pelo DIVÓRCIO. Pois fim à
separação judicial ou em cartório.
No direito brasileiro havia a separação, que determinava um
lapso temporal para que os cônjuges se divorciassem, como
resquício do desquite e sob influência do direito canônico.
A CF/88 inaugurou uma nova agenda de valores humanitários, o
que afastou, no direito das famílias, a manutenção de um
vínculo conjugal, quando já ausente a base afetiva que
sustentava o relacionamento.
Repercussões desta Emenda: Norma de eficácia plena e imediata
(art. 226, § 6º da CRFB). Acarreta o desaparecimento da norma
infraconstitucional que regulamentava a separação, sendo
considerada não-recepcionada pelo ordenamento constitucional.
Busca de uma intervenção mínima do Estado na vida privada.
 
Separação de Corpos: Utilizada para sujeitos que pretendem
regularizar em juízo a cessação da convivência, mas ainda não
possuem a convicção necessária para o divórcio. Normalmente é
utilizada para afastar temporariamente um dos cônjuges da
morada conjugal. É possível a cumulação da separação de corpos
com medidas judiciais de distanciamento. Ver art. 22, III, a
da Lei Maria da Penha.
Trata-se de instrumento processual cautelar, podendo ser de
cunho preparatório ou incidental, que no primeiro caso, não
necessita do ajuizamento da ação de divórcio no prazo de 30
dias (art. 806, CPC/1973).
Encontra fundamentação no art. 12, CC: Pode-se exigir que
cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei.
 
Separação de Fato: Decorre da Teoria da Aparência, pois o
casal dissolve a sociedade conjugal, mas não formaliza tal
situação juridicamente. Há um reconhecimento expresso do
ordenamento jurídico à separação de fato.
Possibilidade de constituição de união estável para1.
aqueles que estejam separados de fato (art. 1.723, § 1º
do CC).
A Lei de Locação de Imóveis permite a continuidade da2.
locação em relação ao cônjuge separado de fato (art. 12,
L. 8.245/91).
Art. 1.240-A, CC. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos3.
ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m²
(duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade
divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o
lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído
pela Lei nº 12.424, de 2011)
 
Críticas ao lapso temporal para caracterização da separação de
fato: Art. 1.642, CC: Qualquer que seja o regime de bens,
tanto o marido quanto a mulher podem livremente: V –
reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou
transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que
provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum
destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco
anos. Em sentido contrário ao enriquecimento sem causa.
Art. 1.830, CC: Somente é reconhecido direito sucessório ao
cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não
estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais
de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência
se tornara impossível sem culpa do sobrevivente.
 
Divórcio: Segundo a melhor doutrina, o divórcio é medida
jurídica, obtida pela iniciativa das partes, em conjunto ou de
forma isolada, que dissolve integralmente o casamento,
fulminando, tanto a sociedade conjugal (deveres recíprocos e
regime de bens), quanto o vínculo nupcial, ou seja, a relação
jurídica estabelecida, permitindo que os ex-cônjuges possam
casar novamente.
Atualmente só existe o divórcio direto, com fundamento no
Direito de Família mínimo.
Antes existia o divórcio por conversão: 1 ano quando da
existência de separação judicial e 2 anos quando da existência
de separação de fato.
 
Características do Divórcio: 1. O divórcio dissolve apenas a
relação entre os cônjuges, mantendo-se a relação destescom
sua prole. Poder familiar, responsabilidade civil e obrigação
de alimentos. 2. A sentença de divórcio deve ser levada a
registro no cartório de pessoas naturais, no qual se assentou
o registro de casamento, a fim de que tenha aptidão para a
produção de efeitos em relação à terceiros. 3. Na ação de
divórcio não há mais discussão acerca da culpa pela ruptura da
sociedade conjugal, o que não impede o ajuizamento de uma
demanda indenizatória.
 
Efeitos Decorrentes do Divórcio: 1. Obrigação de prestar
alimentos. 2. Partilha do patrimônio comum do casal,
independente do regime de bens. 3. Guarda e regime de
visitação dos filhos. 4. Utilização ou não do patronímico do
ex-cônjuge. 5. Com a morte do ex-cônjuge depois de celebrado o
divórcio, o ex-cônjuge sobrevivente permanece com o estado
civil de divorciado. 6. Com a morte do cônjuge durante a ação
de divórcio, esta perderá o objeto, dissolvendo
automaticamente o casamento.
 
Espécies de Divórcio Direto: No divórcio litigioso, as partes
podem converter sobre matérias subjacentes à dissolução do
casamento, como guarda de filhos, regime de visitação,
partilha de bens, dentre outras.
No divórcio consensual, os divorciandos podem dispor
livremente sobre tais questões e dissolver o casamento em
juízo ou em cartório (art. 1.124-A, CPC: A separação
consensual e o divórcio consensual, não havendo filhos menores
ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto
aos prazos, poderão ser realizados por escritura pública, da
qual constarão as disposições relativas à descrição e à
partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao
acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro
ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. §
1o A escritura não depende de homologação judicial e
constitui título hábil para o registro civil e o registro de
imóveis. § 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os
contratantes estiverem assistidos por advogado comum ou
advogados de cada um deles ou por defensor público, cuja
qualificação e assinatura constarão do ato notarial. § 3o A
escritura e demais atos notariais serão gratuitos àqueles que
se declararem pobres sob as penas da lei.
 
UNIÃO ESTÁVEL: Entidade familiar formada por um homem e uma
mulher, caracterizada por uma convivência pública, duradoura e
contínua, com o objetivo de estabelecimento de vida em comum”
– conceito.
– A constituição de família é que diferencia o namoro da união
estável
Previsão legal:
Divisão de patrimônio diante da existência de sociedade de
fato – Súmula 380, STF.
 CF/88: Art.226, §3º = reconhecimento da união
estável como entidade familiar.
 Lei n º8971/94: Veio regulamentar a situação do
companheiro. Condicionou a caracterização da união
estável à verificação do prazo de cinco anos de
convivência ou existência de prole comum.
Art.1º – requisitos para sua configuração.
Art.2º – direito sucessório.
Art.3° – divisão do patrimônio, comprovando-se o esforço na
aquisição.
 Lei nº 9278/96: Poderia ter resolvido a situação do
companheiro, mas não o fez completamente. Não trouxe o
direito sucessório. Neste ponto, permanecia vigente a
lei anterior (revogada parcialmente).
Adotou um conceito mais vago, omitindo os requisitos pessoais,
o tempo mínimo de convivência e a existência de prole, e
fixando a competência nas Varas de Família. Adotou um regime
semelhante ao da comunhão parcial e previu o direito real de
habitação para o companheiro.
Art.1º – alteração na configuração da união estável, não mais
se referindo ao lapso temporal.
Art.5º – direito à meação, não precisando comprovar esforço na
aquisição. Passou este a ser presumido.
Art.7º – direito real de habitação para o companheiro.
 CC/02 (arts. 1723 a 1727): Hoje temos o
tratamento do companheiro no CC, art.1723 e seguintes:
Art.1723, CC – requisitos para sua configuração. Sem exigência
de prazo mínimo
Art.1724 – efeitos pessoais.
Deveres da União Estável – Art. 1.724. Lealdade: abrange o
dever de fidelidade.
Coabitação – Súmula 382, STF.
Art.1725 – regime de bens
Art.1726 – possibilidade de conversão em casamento.
Art.1727 – concubinato.
c/c art. 1694 e sgts – alimentos
c/c 1790 – sucessão
Analogia – art. 499 CC
– Regime de bens – REGRA: comunhão parcial – art. 1725 CC –
não precisa da prova do esforço em comum.
– Exige capacidade e discernimento sob pena de nulidade – art.
104 e 166 CC.
– STF Súmula nº 382 – 03/04/1964 – Vida em Comum Sob o Mesmo
Teto “More Uxorio” – Caracterização do Concubinato “A vida
em comum sob o mesmo teto “more uxorio”, não é indispensável à
caracterização do concubinato”.
– Não exige a outorga dos companheiros por se tratar de norma
restritiva de direitos – art. 1647 CC – majoritária.
– Não se aplica o regime da separação legal obrigatória à
união estável – art. 1641 pois é norma restritiva da
autonomia da vontade. – divergente
– Na união estável o regime patrimonial obedecerá à norma
vigente no momento da aquisição de cada bem, salvo contrato
escrito em contrário.
Direitos decorrentes da união estável:
¢ Direito ao sobrenome do companheiro – art. 54, §2º. e art.
57, §3º., Lei de Registros Públicos.
¢ Estabelecimento do vínculo de parentesco por afinidade –
art. 1.595, CC.
¢ Possibilidade de adoção conjunta – art. 42, §2º., ECA.
¢ Exercício da curatela pelo companheiro na interdição e na
ausência – arts. 25 e 1.768, CC.
¢ Separação de corpos – art. 1.562, CC.
¢ Direito a alimentos – art. 1.694, CC.
¢ Direito à meação do que resultou do esforço comum – art.
1.725, CC.
¢ Escolha do regime de bens – 1725;
¢ Impenhorabilidade do bem de família – art. 1.711, CC e Lei
n. 8.009/90
¢ Direito aos benefícios previdenciários – Decreto-Lei n.
7.036/44; Lei n. 6.367/75; Lei n. 8.213/91 e Decreto n.
357/91.
¢ Sub-rogação e retomada na locação de imóvel urbano – arts.
11 e 47, III, Lei n. 8.245/91.
¢ Sucessão hereditária – art. 1.790, CC.
¢ Direito à inventariança – art. 990, CPC e art. 1.797, CC.
¢ Impedimento para testemunhar – art. 228, V, CC.
¢ CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO – art. 1726 CC
¢ Concubinato puro – união estável – sem impedimentos – Vara
de Família;
¢ Concubinato impuro – concubino – pessoas que são impedidas
de casar – art. 1727 CC – Súmula 380 STF – bens adquiridos
pelo esforço comum – Vara Cível – reconhecimento e dissolução
de sociedade de fato – não tem direito a alimentos, sucessão e
meação (não se trata de entidade familiar – divergente) Maria
Berenice Dias – reconhecimento.
¢ Com o reconhecimento constitucional, foi abraçado como
união estável o antigo concubinato puro.Logo, a denominação de
concubinato hoje é referente aos casos em que há impedimento.
¢ DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL – POR MÚTUO ACORDO PARA
HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL
POR LITÍGIO, PARA RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL
OBS: Inúmeros julgados tem atribuído o caráter de união
estável às uniões homoafetivas – Decisão STF. Existem alguns
projetos no Congresso Nacional para reconhecimento como
entidade familiar.
Nulidade do contrato de namoro que pretende afastar os efeitos
da união estável – TJRS – 7ª CC – Processo nº 70006235287.
 
FAMILIA HOMOAFETIVA: Homoafetividade e família. Casamento
civil, união estável e adoção por casais homoafetivos à luz da
isonomia e da dignidade humana
FILIAÇÃO:
 Estrutura conforme o art. 226, §5º., CF e reflexos no1.
Direito Civil.
 Presunção de paternidade2.
 Alcance da presunção ‘pater is est’3.
 Contestação de paternidade.4.
 Presunção de maternidade5.
 Maternidade de substituição6.
 Parto Anônimo7.
 Prova de filiação8.Posse do estado de filho9.
Das relações de parentesco, a mais importante é a que se
estabelece entre pais e filhos.
1) Conceito: (em sentido estrito) é a relação jurídica que
liga o filho a seus pais (parentesco em linha reta de primeiro
grau).
2) Classes: Filiação nas relações matrimoniais:
Filhos havidos dentro do casamento = presunção quanto à
paternidade.
O casamento pressupõe relações sexuais entre os cônjuges e
fidelidade (dever) = o filho que é concebido durante o
casamento tem como pai o marido de sua mãe.
O simples fato do nascimento estabelece o vínculo jurídico
entre mãe e filho.
Se a mãe for casada, esta circunstância estabelece,
automaticamente, a paternidade = o pai da criança é o marido
da mãe.
 
Presunção pater is est
1) Hipóteses: Art.1597, CC, enumera as hipóteses em que há
esta presunção:
Presunção aplicada a união estável e união homoafetiva. I e II
– prazos máximo e mínimo de gestação.
Hoje, diante da família sócio-afetiva, pai é o marido ou
companheiro da mulher que aceita paternidade do filho, ainda
que nascido antes.
Art.1598, CC: Nos incisos III, IV e V = três hipóteses de
presunção de filhos concebidos na constância do casamento,
todas elas vinculadas à reprodução assistida.
III – fecundação = fase de reprodução assistida consistente na
fertilização do óvulo pelo espermatozóide. Fertilização do
óvulo pelo espermatozóide. Fertilização in vitro (fora do
corpo humano). A fecundação ou inseminação homóloga = é
realizada com sêmen do marido. Neste caso, o material genético
pertence ao casal (tanto o óvulo quanto o sêmen), pressupondo
o consentimento de ambos.
Consentimento de casal – presunção absoluta – Enunciado 258 da
Jornada de Direito Civil – divergente pois a autorização pode
ter sido falsificada – relativa.
Jornada 104 de Direito Civil realizada no STJ: se interprete
este inciso da seguinte forma: obrigatório para haver a
presunção que a mulher ainda esteja na condição de viúva, e
haja autorização expressa do marido para que utilize seu
material genético após sua morte.
IV – há dois métodos de reprodução artificial:
 Fecundação in vitro – o óvulo e o espermatozóide
são unidos em laboratório, ocorrendo a fecundação fora
do corpo da mulher.
 Inseminação artificial – introdução do gameta
masculino, por meio artificial, no corpo da mulher,
esperando que a natureza faça a fecundação.
 O embrião fecundado fora do corpo da mulher (in
vitro) e não introduzido = é embrião excedentário.
 É admitida a concepção de embriões excedentários
se estes derivarem de concepção homóloga (de material
genético da mãe e do pai). Jornada de Direito Civil do
STJ para interpretar este artigo da seguinte forma:
somente com autorização prévia, por escrito, dos ex-
cônjuges.
 V – inseminação artificial heteróloga = quando é
utilizado sêmen de outro homem, normalmente doador
anônimo, e não o do marido.Exige-se que o marido tenha
autorizado previamente, caso em que se presume o pai.
Enunciado 258 da Jornada – inseminação artificial – com
autorização do cônjuge – presunção absoluta.
 Será o pai legal da criança (e, com o afeto,
também o pai sócio-afetivo). Alguns autores defendem que
ele depois não poderá impugnar esta paternidade (seria
antijurídico, injusto, imoral). Na reprodução assistida
heteróloga não existe vínculo de parentesco entre o
filho e o pai biológico (doador do material fecundante)
 REGRA: a presunção de paternidade do art.1597,
CC é juris tantum = relativa, admitindo prova em
contrário. Art.1600, CC:Não ilide, o adultério da
mulher, ainda que confessado. Não é aceita a prova do
adultério se o marido convivia com ela. A infidelidade
(provada ou confessada) não ilide a presunção. Não é
afastada a presunção apenas por ato da mulher. A
disciplina da filiação é moldada no interesse da
criança. Art.1602, CC = mesmo se expressamente confessar
o adultério.
 No entanto, art.1599, CC = no caso de
impotência.
 Gestação de substituição – gratuita, doadora da
família num parentesco até o 2º grau.
 Possibilidade de gestação de substituição no
caso de duas companheiras homoafetivas.
 Presunção do art. 1597, III, IV e V – deve ser
aplicada no caso de união estável.
 Enunciado 129 Jornada – maternidade presumida –
aquela que forneceu o material genético.
 Clonagem ou escolha do sexo – vedada pela lei
de biossegurança.
 Enunciado 111 – doador de material genético não
tem responsabilidade alimentar e nem o filho terá
direitos sucessórios.
 
RECONHECIMENTO DOS FILHOS: Art.1603, CC = prova-se a
paternidade com a certidão. Registro civil = presunção de
veracidade = presunção relativa.
Art.1604, CC Em juízo, o marido pode contestar esta
paternidade, mediante AÇÃO NEGATÓRIA ou AÇÃO CONTESTATÓRIA DE
PATERNIDADE, que é imprescritível (art.1601, CC).
 AÇÃO NEGATÓRIA OU CONTESTATÓRIA DE PATERNIDADE:
Destina-se a excluir a presunção legal de paternidade.
Legitimidade ativa é privativa do marido (art.1601, CC). Réu
será o filho.
Se o marido não ajuizou esta ação, o filho pode impugnar a
paternidade com base no art.1604, CC = erro ou falsidade.
Art.1604 = erro ou falsidade.
Art.1608 = falsidade do termo: pode ser atribuída:
 Ao oficial do registro civil
 À declaração do pai ou da mãe (induzidos por
erro por falta de cuidado dos hospitais (troca de
bebês).
Pelo pai: Ação negatória = para negar o status de filho ¹
 AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE PATERNIDADE (registro) = art.1604, CC
= ação de anulação de registro.
Pode ser que os irmãos, ascendentes possam ter interesse,
principalmente por razões patrimoniais = AÇÃO DE NULIDADE DE
REGISTRO.
AÇÃO ANULATÓRIA DE RECONHECIMENTO (art.1604, CC) = sempre que
se verificar a desconformidade. Art.113, LRP.
O PLC 16/2013, recém aprovado pelo Senado, atribui também à
mãe a obrigação de proceder ao registro.
Legitimidade para a anulatória = todos aqueles que tenham
justo interesse em contestar a ação de investigação = todas as
pessoas afetadas (direta ou indiretamente) = filho
reconhecido, mãe, os filhos e pretensos irmãos, aquele que e
diz verdadeiro pai, outros herdeiros.
Art.1608, CC = AÇÃO NEGATÓRIA DE MATERNIDADE. A falsidade do
termo de nascimento pode ser atribuída ao oficial do registro
civil, à declaração do pai ou da mãe, induzidos a erro por
falta de cuidado do hospital e maternidade (troca de bebês).
Multiparentalidade – duplo registro da criança em nome do pai
biológico e do socioafetivo. Enunciado 108 Jornada.
Prova da filiação: art.1603, CC. O registro torna público o
nascimento e estabelece presunção de veracidade das
declarações efetuadas.
Art.1605, CC – filiação pode ser comprovada pelas provas =
documentais, periciais, testemunhais, cartas, autorizações,
declaração do IR, anotações.
O registro pode ser quebrado nos casos de erro ou falsidade do
registro. Não pode ser quebrado nos casos de paternidade
socioafetiva.
Filiação nas relações extramatrimoniais (fora do casamento):
Os filhos de pais casados não precisam ser reconhecidos, pois
a paternidade decorre do casamento dos pais.
Se estes são casados e não providenciaram o registro do filho,
assegura-se a este a AÇÃO DE PROVA DE FILIAÇÃO (art.1606).
 
Reconhecimento paternidade: Art. 1614 CC – prazo decadencial
de 4 anos para impugnar o reconhecimento pelo menor.
Impugnação improcedente no caso de paternidade socioafetiva e
em decorrência da posse de estado de filhos.
O filho havido fora do casamento não é beneficiado pela
presunção legal de paternidade. Tem que ser reconhecido.
Mãe = para saber quem é: necessário o reconhecimento.Criança nasce – vai fazer o registro = declaração de nascido
vivo (DNV) = terá o nome da mãe. No entanto, como ela não é
casada, não poderá colocar o nome do pai, salvo se ele estiver
presente e consentir ou ela tiver sua procuração para tanto.
Se nasceu em casa = 2 testemunhas que atestem a gravidez e o
fato dela estar com o filho.
Pai = também é necessário o reconhecimento.
Este reconhecimento pode ser voluntário (também chamado de
perfilhação) ou forçado (coercitivo, através da AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE).
Reconhecimento voluntário: Decorre de ato de vontade.
Art.1609,CC É ato unilateral e personalíssimo. – art. 27 ECA
(8069/90)
Gera efeitos pela manifestação de vontade e o outro genitor
não pode a ele se opor. Irrevogável – art. 1610 CC
Se o filho for maior de idade = deve consentir (art.1614, CC).
Modos de reconhecimento voluntário: art.1609.
Qualquer que seja a forma, será sempre irrevogável (art.1610).
Se decorrer de vício de consentimento (ex.: coação) poderá ser
objeto de ação anulatória.
Formas: 1) no termo de nascimento (mais comum): o pai
comparece ao cartório para registrar.
2) por escritura pública
3)escrito particular. Serão averbados.
Escrito particular – deve ficar arquivado em cartório. (ex.
carta que escreve dizendo que é o pai). É recomendável a
anuência da mãe, para evitar futura impugnação, embora a lei
não exija sua oitiva.
4) testamento
5) declaração dirigida ao juiz. Qualquer depoimento em juízo
prestado pelo genitor, incidentalmente, e tomado por termo,
ainda que a finalidade do depoimento seja outra.
Ex: querendo reduzir o valor da pensão paga aos outros filhos,
diz que é pai de fulano = pode extrair as peças e expede
ofício determinando a averbação da paternidade no registro.
O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho já
concebido (art.1609, parágrafo único). Art.2° do CC.
Nascituro: um ser em potencial. O reconhecimento neste caso
ocorre, em geral, quando é provável que o pai não sobreviva ao
nascimento do filho, não querendo sujeitá-lo à uma ação de
investigação de paternidade (temor do pai de morrer antes de
nascer o filho).
Reconhecimento póstumo: o filho que haja falecido só poderá
ser reconhecido se tiver deixado descendentes.
Isto para evitar reconhecimentos post mortem por interesse (se
o filho não deixou descendentes, seus bens irão para seu
ascendente que o reconheceu).
Reconhecimento voluntário do filho maior = art.1614,
CC.Consentimento: comparecendo o filho maior ao ato.
Se menor de idade poderá impugnar o reconhecimento (AÇÃO DE
CONTESTAÇÃO OU IMPUGNAÇÃO DE RECONHECIMENTO) – para afastar a
paternidade.
Reconhecimento forçado (coercitivo ou judicial): O filho não
reconhecido voluntariamente pode obter o reconhecimento
judicial por meio da AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. É
ação de estado, de natureza declaratória e imprescritível
(Súmula 149, STF).
 
Petição de herança = prescreve em 10 anos (art.205 CC a contar
do momento em que foi reconhecida a paternidade).
Reconhecimento paternidade – Ação pessoal – foro competente
domicílio do réu (art. 94CC) se cumulada com alimentos –
domicilio do autor da investigação (100, II CPC) e se cumulada
com petição de herança – foro onde corre o inventário ou
domicílio de qualquer herdeiro caso já tenha encerrado o
inventário.
Petição herança e alimentos – domicilio do alimentando.
Gratuidade de justiça inclui exame de DNA.
Alegação da paternidade socioafetiva – somente declarará a
existência do vínculo biológico e o vínculo de paternidade
permanece.
É direito personalíssimo e indisponível (art.27 do ECA).
Efeitos da sentença que declara a paternidade (é o mesmo do
reconhecimento voluntário) = ex tunc. (retroagem à data do
nascimento, art.1616, CC).
Legitimidade ativa: é do filho (é privativa dele) em face do
suposto pai. Se menor, será representado pela mãe.
Se a mãe do investigante é menor = poderá ser representada ou
assistida por um de seus genitores (ela exerce o poder
familiar).
Possibilidade ação avoenga – neto contra avô.
Se o filho morrer ANTES de iniciá-la = seus sucessores NÃO
PODERÃO intentá-la, salvo se ele morrer menor e incapaz
(art.1606, CC).
Se já tiver INICIADO = eles continuam (art.1606, p.u,
CC).Doutrina mais moderna = legitimidade ao nascituro,
representado pela mãe.
Caráter personalíssimo = em princípio não se reconheceria aos
netos o direito de promovê-la em caso de falecimento dos pais
sem ter a iniciativa para investigação da relação avoenga.
No entanto, STJ reconheceu como válida a pretensão dos netos
(os filhos, substituindo o pai, para investigar a filiação
deste, junto ao avô, dirigindo a lide contra os herdeiros).
A lei n°8560/92 permite que seja ajuizada pelo MP (na
qualidade de parte) art.2º, §4° (legitimação extraordinária) –
averiguação oficiosa.
Legitimidade passiva: recai no suposto pai. Se o demandado já
for falecido, deverá ser dirigida contra seus herdeiros (e não
contra o espólio, que não tem personalidade jurídica, não
passa de um acervo de bens).
Se a mãe manteve relações sexuais com dois ou mais homens
naquele período, poderá o filho promover ação investigatória
contra todos, requerendo a realização do exame de DNA.
Se o filho já reconhecido por terceiro move ação contra o
suposto pai biológico, instaura-se um litisconsórcio passivo
(unitário e necessário), pois se procedente, acarretará o
cancelamento do registro de nascimento.
Sentença: é o reconhecimento coercitivo. Possui carga
declaratória = declara fato preexistente.
Filho = ingressa na família do genitor e passa a usar seu
sobrenome. O registro de nascimento deve ser alterado.
Reconhecimento = efeito erga omnes.
Art. 3º da lei 8560/92 – veda o reconhecimento de filho na ata
do casamento.
Prova mais utilizada hoje: exame de DNA (apesar da admissão de
todos os meios de prova quando não se puder realizá-lo =
documental, testemunhal).
Com o DNA é possível afirmar-se a paternidade com um grau
praticamente absoluto de certeza.
Na falta de descendentes, podem ser estudados os ascendentes
(pais e avós) e irmãos.
Outra forma seria a exumação do suposto pai e tentativa de
encontrar DNA viável para estudo. Procedimento este que deve
ser visto como exceção.
 
É possível compelir alguém a fazer o exame?
2 correntes:• Sim, prevalece o direito do filho de
saber quem é o pai, podendo haver condução do suposto pai.
 Não. Prevalece a intimidade do pai. Ele não pode
ser conduzido. Pode se recusar. Até porque se tem outros
meios de provar. A recusa seria uma prova complementar,
que deve ser analisada no conjunto com outras provas.
Súmula 301, STJ = presunção relativa. STJ: “a recusa do
investigado em submeter-se ao exame de DNA, aliada à
comprovação do relacionamento sexual gera presunção de
veracidade”.
Lei 8560/92 – art. 2º – presunção relativa.
relativização da coisa julgada material – Enunciado 109 – ação
julgada improcedente e posterior prova do DNA – dignidade do
filho.
Semelhanças entre suposto pai e filho = também devem ser
levadas em conta (mas por si só não servem de prova da
paternidade).
Contestação da ação qq interessado – arf. 1615 CC
Alimentos – Sentença retroage a data da citação
 
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE MATERNIDADE: é possível, embora rara.
Efeitos do reconhecimento: O reconhecimento produz efeitos de
natureza patrimonial e de cunho moral. Estabelece a relação
jurídica de parentesco; Tem efeito ex tunc (retroage ao dia do
nascimento do filho); Tem efeito declarativo (só faz constar
o que já existe);
 
Filho: sujeita-se ao poder familiar. Pai: deveres do
art.1566, IV
O filho passa a usar o sobrenomepaterno, devendo ser alterado
o registro de nascimento; Dever alimentar
Sucessão. O reconhecimento é incondicional (art.1613, CC). Tem
validade erga omnes.
É irrevogável (art.1609, CC) = é diferente da anulação do ato
(por quem reconheceu ou seus herdeiros) = com base num defeito
como de todo ato jurídico.
AÇÃO ANULATÓRIA DE RECONHECIMENTO (art.1604, CC) = sempre que
se verificar a desconformidade. Art.113, LRP.
CRG = Legitimidade para a anulatória = todos aqueles que
tenham justo interesse em contestar a ação de investigação =
todas as pessoas afetadas (direta ou indiretamente) = filho
reconhecido, mãe, os filhos e pretensos irmãos, aquele que e
diz verdadeiro pai, outros herdeiros. Ministério Público
também.
 
PODER FAMILIAR: Poder familiar é o instituto de ordem pública
que atribui aos pais a função de criar, prover a educação de
filhos menores não emancipados e administrar eventuais bens. É
concebido como instituto de proteção e assistência à criança e
ao adolescente e não como fórmula autoritária de mando para
benefício pessoal. Não se trata apenas de um poder conferido
ao pai e à mãe, mas sim, de um dever que deve ser exercido em
igualdade de condições e no interesse dos filhos.
 
Espécies: unilateral e compartilhada
Art. 1.634 CC – função de ordem pública que não pode ser
afastada ou negligenciada pelos pais
Os deveres-poderes dos pais não se esgotam apenas no elenco do
art. 1.634, CC, abrangendo também a condução moral e
espiritual capaz de promover o desenvolvimento das
personalidades dos filhos; usufruto e administração dos bens
(arts. 1.689 a 1.693, CC), etc. Por isso, pode-se afirmar, que
é instituto personalíssimo marcado pela temporariedade (art.
1.630, CC), pela irrenunciabilidade, pela indivisibilidade da
titularidade, pela imprescritibilidade, podendo ser exercido
desde a gestação (art. 8º., ECA), uma vez que a lei não fixa
termo inicial.
O poder familiar é função (‘munus’) irrenunciável,
intransmissível e indelegável instituído em favor dos filhos
e, por isso, sujeito a fiscalização e controle do Estado.
Suspensão, modificação – Art. 1.637CC e 22 ECA- A suspensão ou
modificação do poder familiar pode ocorrer quando por ordem
judicial se priva um ou ambos os pais, temporariamente, do
exercício (total ou parcial) do poder familiar, em benefício
do filho a quem poderá ser nomeado curador especial. As
medidas de suspensão e modificação são sempre temporárias e
perdurarão enquanto durar as causas que lhe deram origem.
Além da suspensão ou destituição do poder familiar, o pai ou
mãe poderá ser condenado a pagar indenização por danos morais
aos filhos em razão de maus tratos – abuso de direito. Art.
1.589 CC
1689 CC – pais são usufrutuários dos bens dos filhos
1690 CC – representação ou assistência;
1691 CCC – venda de bens de menores só mediante autorização
judicial
Perda e extinção do poder familiar – A perda ou destituição do
poder familiar decorre de graves sanções impostas aos pais
pela quebra no correto seu exercício – estabelece
taxativamente o art. Art. 1.638 CC – divergente para Tatuce o
rol é exemplificativo.
A perda do poder familiar, em regra, é permanente e
imperativa. No entanto, tem entendido a jurisprudência que
embora permanente, não é definitiva, podendo o seu exercício
ser restabelecido, se demonstrado judicialmente a regeneração
do pai ou mãe ou o desaparecimento da causa que lhe deu
origem. Frise-se, também, que a perda do poder familiar não
exonera o destituído da obrigação alimentar.
As causas de extinção do poder familiar vêm determinadas no
art. 1.635, CC
A extinção do poder familiar não se confunde com a sua
destituição. A primeira marca o término do exercício do
direito potestativo sobre o filho, enquanto a segunda
significa o impedimento definitivo de seu exercício por
decisão judicial
 
GUARDA – art. 1583 e 1590 CC – “Atribuição dada a um ou ambos
os genitores para gerir a vida de seus filhos menores,
destinando-se à prestação de assistência material, moral e
educacional ao menor”
ESPÉCIES DE GUARDA: UNILATERAL OU EXCLUSIVA
COMPARTILHADA e ALTERNADA. OBS: A lei nº 11.698/08 instituiu
e incorporou ao Código Civil a guarda compartilhada
DA GUARDA – direito ou do dever, que compete aos pais ou a um
dos cônjuges, de ter em sua companhia ou de protegê-los, nas
diversas circunstâncias indicadas na lei civil. E ‘guarda’
neste sentido, tanto significa custódia como a proteção que é
devida aos filhos pelos pais – Art. 1.583 CC
É uma das atribuições do poder familiar e a dissolução da
sociedade e do vínculo conjugal não modifica os direitos e
deveres dos pais em relação aos filhos (art. 1.579, CC).
Filhos havidos fora do casamento (arts. 1.611 e 1.612, CC) e
quando decorrente da dissolução matrimonial (arts. 1.583 a
1.590).
Guarda Unilateral (exclusiva ou monoparental): é atribuída ao
genitor que aparente melhores condições de exercê-la,
observado o melhor interesse do filho. Embora unilateral, não
prevê a cisão ou a diminuição dos atributos do poder familiar
(art. 1.583, §3º., CC), mas acaba facilitando a degradação do
laço familiar com o genitor que não a detém, bem como,
facilita a alienação parental (Lei n. 12.318/10).
Guarda Compartilhada ou conjunta: foi instituída pela Lei n.
11.698/08, mas já era aceita e praticada pelos Tribunais
brasileiros há significativo tempo. É modalidade que
estabelece o exercício conjunto e igualitário do poder
parental, embora o menor ou incapaz permaneça residindo com
apenas um dos pais. Exige, portanto, relacionamento harmonioso
entre os genitores. Gustavo Tepedino (2009, p. 18) afirma ser
vantajosa esse tipo de guarda porque evita “a
desresponsabilização do genitor que não permanece com a
guarda, além de assegurar a continuidade da relação de cuidado
por parte de ambos os pais”, prevenindo ou impedido a prática
da alienação parental (Lei n. 12.318/10).
Qualquer das formas de guarda pode ser requerida por consenso
ou por qualquer dos genitores em ação de separação ou divórcio
ou de forma autônoma (inclusive por meio de cautelar). Não
havendo consenso, deve ser determinada pelo juiz em atenção
aos interesses e necessidades dos filhos, devendo, se
possível, optar pela guarda compartilhada – art. 1.584, CC.
1- as novas núpcias do genitor não lhe fazem perder o direito
de ter consigo os filhos (art. 1.588, CC);
2- que o direito de (ou a) visita é conferido ao genitor que
não possui a guarda, mas, para além de um direito do pai, é um
direito dos filhos em manter a convivência afetiva com o seu
genitor (art. 1.589, CC);
3- o fator determinante na fixação de qualquer das modalidades
de guarda deve ser o melhor interesse do menor ou incapaz, não
sendo decisivos fatores econômicos ou eventual culpa apurada
em processo de separação.
Art. 1583 CC- guarda decorre de dissolução do casamento
 
Lei n. 12.318/10: considera-se ato de alienação parental a
interferência na formação psicológica da criança ou do
adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos
avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua
autoridade, guarda ou vigilância, se concretiza por meio de um
processo que visa modificar a consciência dos filhos com o
objetivo de reduzir – ou mesmo eliminar – os vínculos afetivos
com o outro genitor – caso de inversão de guarda,
responsabilidade civil e em casos graves a destituição do
poder familiar (melhor interesse do menor) – art. 2º, 4º, 5º e
6º da lei alienação parental. Tramitação prioritária. Ação
autônoma ou principal. DANO AFETIVO
 
Adoção – Lei 12010/2009 – Nova Lei da adoção – revogou vários
dispositivos do CC/02 (1620 a 1629) – vínculo fictício de
filiação, trazendo para sua família na

Outros materiais