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TEXTO DE PROCESSO CIVIL PUBLICADO NA REVISTA ÂMBITO JURÍDICO

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Revista Âmbito JurídicoRevista Âmbito Jurídico
Nº 109 - Ano XVI - FEVEREIRO/2013 - ISSN - 1518-0360
S E P A R A T A
		Incentivo a pragmática dos princípios de
direito material e processual na realização da
garantia do processo justo: o avançar da
ontologia para epistemologia
		
		Jorge Luiz Barbosa Alves Junior
		
Revista Âmbito Jurídico
Incentivo a pragmática dos princípios de direito
material e processual na realização da garantia do
processo justo: o avançar da ontologia para
epistemologia
Jorge Luiz Barbosa Alves Junior
Resumo: A institucionalização do devido processo legal é possível com a realização da
pragmática. O presente trabalho pretende a realização da garantia do processo justo a partir
do avanço da práxis de uma perspectiva ontológica para a perspectiva epistemológica de
análise relacional dos valores constitucionais. 
 	
 		 Palavras-chave: ontologia, epistemologia, pragmática. 	
 		 Abstract: The institutionalization of due process is possible with the realization of the
pragmatics. This work aims the implementation of the guarantee of a fair trial from the
advancement of the practice of an ontological perspective to the epistemological perspective
of relational analysis of constitutional values 	
 		 Keywords: ontology, epistemology, pragmatics. 	
 		 Sumário: 1. Introdução. 2. Correlação entre devido processo legal material e procedimental
para integralidade do sistema jurídico. 3. Perspectiva ontológica do princípio do devido
processo legal. 4. Perspectiva epistemológica do devido processo legal. 5 Conclusão. 	
 		 1 INTRODUÇÃO 	
 		O devido processo legal é princípio constitucional explícito no art. 5º, inciso LIV, da
Constituição da República. Em termos claros, significa impedir o abuso do Estado contra o
cidadão, sendo uma proteção procedimental e material à ação do Estado em benefício do
jurisdicionado no caso concreto. 	
 		Os princípios de Direito Material e Processual, juntos, tem o potencial de tornar efetivo e
concreto o devido processo legal, ou seja, a pragmática da realização do direito de justiça
tutelado, consubstanciado na contenção da arbitrariedade na condução do processo pelas
partes e Estado, em contraposição à mera ideia abstrata da proteção legislativa. 	
 		As garantias do processo justo podem ser definidas sistematicamente em substantive due
process of law e procedural due process of law. O primeiro faz referência à índole material da
garantia do devido processo legal que, de maneira geral, significa o dever do Estado de
submeter a sociedade somente à leis razoáveis. O segundo, que em processo judicial ou
administrativo, é devido garantia de efetividade material das regras que constituem o devido
processo legal procedimental, encerrando amplo acesso à justiça aos administrados. 	
 		 2 CORRELAÇÃO ENTRE DEVIDO PROCESSO LEGAL MATERIAL E PROCEDIMENTAL
PARA INTEGRALIDADE DO SISTEMA JURÍDICO 	
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12803
Revista Âmbito Jurídico
 		A noção de correlação entre devido processo legal material e procedimental como garantia
de amplo acesso à justiça para realização de processo justo, nas palavras de Alexandre
Câmara, significa que: 	
 		“[...] ‘acesso à justiça’, para que se torne clara a visão aqui manifestada do princípio do
devido processo legal [...] frise-se antes de mais nada, não pode ser tido como uma garantia
formal, em que se afirmasse de forma hipócrita que todos podem demandar, provocando a
atividade do Judiciário, bastando para tal que se contrate um advogado e que se adiante as
custas do processo. Tal garantia seria inútil, ineficaz e conseguintemente uma falsa garantia”
[1]. 	
 		Para Kazuo Watanabe a garantia do devido processo legal deve ser entendida como
garantia de ‘acesso à ordem jurídica justa’[2]. Nesse passo, torna-se sistemática a questão do
devido processo legal, pois o direito e garantia de processo justo regula o sistema jurídico
como um todo, conferindo maior relevância ao conceito pela noção de abrangência,
generalidade e universalidade com que se impõe. 	
 		Ordem jurídica significa o “sistema legal adotado para assegurar a existência do Estado e a
coexistência pacífica dos indivíduos em sociedade”[3]. Portanto, a abrangência e
generalidade da garantia do devido processo legal transcende a ciência jurídica para figurar
como pressuposto da Teoria Geral do Direito, com ganho de importância para a sociedade
civil, a ponto de não se poder falar em presença do Direito se não garantido o devido
processo legal. 	
 		 3 PERSPECTIVA ONTOLÓGICA DO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 	
 		A concepção de princípios representa automática diferenciação das regras de direito, que
juntos compõem o ordenamento jurídico: princípios não são regras, e segundo Alexy são
“mandamentos de otimização”. Regras são normas de aplicação imediata sem margem para
valoração, porque explicitam o conteúdo da norma diretamente do texto da lei, como, por
exemplo, a previsão do prazo decadencial de seis meses para representação do ofendido em
matéria penal ou o prazo de quinze dias para contestar em âmbito civil. 	
 		A ideia de princípios como “mandamentos de otimização” leva à crença que princípios,
dentre eles o princípio do devido processo legal, “são normas que ordenam que algo seja
realizado na maior medida possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes”[4].
	
 		Como assevera Edmundo Husserl, “nas profundidades [é que] residem as obscuridades e,
nas obscuridades, os problemas”[5]. Admitindo-se que devido processo legal é princípio e que
princípios são normas de otimização aplicadas na maior medida do possível dentro das
possibilidades jurídicas e fáticas do caso concreto, é forçoso o reconhecimento de ser
admitido no Estado de Direito eventual não aplicação do devido processo legal, caindo por
terra o conceito da Administração Pública de ordem jurídica como “sistema legal adotado para
assegurar a existência do Estado e a coexistência pacífica dos indivíduos em sociedade”[6]. 	
 		 4 PERSPECTIVA EPISTEMOLÓGICA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 	
 		Solução da controvérsia trouxe Ana Paula de Barcellos com o estudo intitulado “As regras
têm preferência sobre os princípios constitucionais”, onde observa que o núcleo dos princípios
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12803
Revista Âmbito Jurídico
constitucionais possui estrutura de regra, que não deve ser submetida à ponderação[7]. 	
 		O Direito é um fenômeno social e requer aplicabilidade, ou melhor, em linguagem usual,
efetividade. Assim, a ordem jurídica como sistema legal adotado para assegurar a existência
do Estado e a convivência pacífica dos cidadãos deve ser concreta, ou seja, não deve ser
concebida como um ídolo abstrato e funcionalizado. Para tanto, como advertido por
Habermas, é necessário consciência de que: 	
 		‘[...] como todo domínio político é exercido sob a forma de direito, também aí existem ordens
jurídicas em que o poder político ainda não foi domesticado sob a forma do Estado de Direito.
E da mesma forma há Estados de Direito em que o poder governamental ainda não foi
democratizado”[8]. 	
 		O devido processo legal é direito fundamental com estrutura de regra de direito que não
deve ser ponderada e requer aplicação efetiva e concreta. Tal efetividade e concretude,
inobstante, depende da medida e forma com que os cidadãos se relacionam com o Estado e
meio social[9]. 	
 		Os direitos fundamentais na qualidade de princípios têm estrutura nuclear de regra com a
superfície sujeita a valoração realizada pelo interprete da norma e por isso com admissão de
inúmeras conclusões - vale lembrar que o Direito é um fenômeno social. 	
 		 5 CONCLUSÃO 	
 		Para que os princípios do Direito material e Processual tornem efetivo e concreto o devido
processo legal e garantamo processo justo, não basta somente conhecê-los na realização
ontológica, é preciso ação para requerer seu exercício e implementação com vistas à
institucionalização, em perspectiva epistemológica. 	
 		As garantias do processo justo são liberdades de matriz em ideais desenvolvidos nas
revoluções burguesas, marco do fim do regime absolutista típicos do sistema feudal, e como
toda liberdade, busca-se institucionalização. “Uma vez institucionalizadas enquanto
liberdades, seu exercício normalmente pode ignorar seus motivos originais. [...] Dessa forma a
sociedade torna-se objeto do seu próprio mecanismo jurídico [...]”[10]. 	
 		Entretanto, o conhecimento específico dos princípios de Direito material e Processual se faz
imprescindível (ontologia) para a luta mais difícil de exercício efetivo que segue
(epistemologia). 	
 		 	
 		 Referências 	
 		ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. São Paulo, Malheiros, 2008. 	
 		BARCELLOS, Ana Paula de. Alguns parâmetros normativos para a ponderação
constitucional. Item II.1 “As regras têm preferência sobre os princípios”. In: BARROSO, Luís
Roberto (Org.). A Nova Interpretação Constitucional: ponderação, direitos fundamentais e
relações privadas. 3ª ed. revista, Rio de Janeiro, Renovar, 2008. 	
 		CAMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. Vol. I, 20ª ed., Rio de
Janeiro, Lumen Iuris, 2010, p. 37. 	
 		HABERMAS, Jügen. Direito e Democracia: entre a factilidade e validade, volume I, Rio de
Janeiro, Tempo Brasileiro, 2011, p. 171. 	
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12803
Revista Âmbito Jurídico
 		HABERMAS, Jurgen. A inclusão do Outro. São Paulo: Loyola, 2002, p. 285-286. 	
 		HUSSERL, Edmund. A Ideia de Fenomenologia. Lisboa, Edições 70, 1989, p. 30. 	
 		LUHMAN, Niklas. Sociologia do Direito II. Rio de Janeiro, Edições Tempo Brasileiro, 1985,
p. 117. 	
 		MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 6ª ed., Niterói, Impetus, 2012, p. 1. 	
 		 	
 		 Notas: 
 	
 		
 			 [1] CAMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. Vol. I, 20ª ed., Rio de
Janeiro, Lumen Iuris, 2010, p. 37. 	 	
 		
 			 [2] WATANABE apud CÂMARA, ibidem, p. 38. 	 	
 		
 			 [3] MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 6ª ed., Niterói, Impetus, 2012, p. 1. 	 	
 		
 			 [4] Cf. para aprofundamento na discussão sobre a subdivisão da norma jurídica em regras
e princípios e seus conceitos. ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. São Paulo,
Malheiros, 2008. 	 	
 		
 			 [5] HUSSERL, Edmund. A Ideia de Fenomenologia. Lisboa, Edições 70, 1989, p. 30. 	 	
 		
 			 [6] MARINELA Op. cit. 	 	
 		
 			 [7] Cf. BARCELLOS, Ana Paula de. Alguns parâmetros normativos para a ponderação
constitucional. Item II.1 “As regras têm preferência sobre os princípios”. In: BARROSO, Luís
Roberto (Org.). A Nova Interpretação Constitucional: ponderação, direitos fundamentais e
relações privadas. 3ª ed. revista, Rio de Janeiro, Renovar, 2008 	 	
 		
 			 [8] HABERMAS, Jurgen. A inclusão do Outro. São Paulo: Loyola, 2002, p. 285-286. 	 	
 		
 			 [9] HABERMAS, Jügen. Direito e Democracia: entre a factilidade e validade, volume I, Rio
de Janeiro, Tempo Brasileiro, 2011, p. 171. 	 	
 		
 			 [10] LUHMAN, Niklas. Sociologia do Direito II. Rio de Janeiro, Edições Tempo Brasileiro,
1985, p. 117. 	 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12803
Revista Âmbito Jurídico
C E R T I D Ã O
 Certificamos para os devidos fins de direito e a quem interessar possa que
Jorge Luiz Barbosa Alves Junior teve o trabalho intitulado: Incentivo a pragmática dos
princípios de direito material e processual na realização da garantia do processo justo:
o avançar da ontologia para epistemologia, publicado na Revista Âmbito Jurídico,
Revista Jurídica Eletrônica Nº 109 - Ano XVI - FEVEREIRO/2013 - ISSN -
1518-0360, de 01/02/2013, editada por Âmbito Jurídico - O seu portal na Internet, em:
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12
803.
Rio Grande, RS, 07 de Outubro de 2015
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12803

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