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Universidade Estadual de Feira de Santana – DTEC Higienização na Indústria de Alimentos PRODUTOS UTILIZADOS NA HIGIENIZAÇÃO FUNÇÕES de um detergente ideal • Saponificação: reação entre a gordura e substâncias alcalinas com formação de sabão 2) Emulsificação: capacidade de dissolver óleos e gorduras em água 3) Molhagem: capacidade de se espalhar na superfície. Ex: a água não é capaz de molhar o aço inoxidável contendo resíduos de gordura Emprega-se tensoativos para reduzir a tensão superficial da água Ex: lauril sulfato de sódio (tensoativo aniônico) 4) Suspensão: a solução deve ser capaz de manter as partículas em suspensão, mesmo as partículas insolúveis 5) Enxaguagem: As soluções devem ser facilmente removíveis das superfícies 6) Abrandamento: As soluções devem prevenir a formação de incrustações minerais, podendo atuar como complexante ou precipitante 7) Solubilidade: deve ser capaz de se dissolver rápida e completamente em água na temperatura de uso 8) Corrosividade: o detergente não deve ser corrosivo aos equipamentos 9) Segurança: não deve afetar manipuladores e alimentos 10) Baixo custo, pouco poluente Principais agentes detergentes AGENTES FUNÇÕES PRINCIPAIS Alcalinos Saponificação e solubilização de proteínas Fosfatos Saponificação, abrandamento da água, suspensão de resíduos Ácidos Controle de depósitos minerais Complexantes Abrandamento da água Tensoativos Emulsificação e molhagem 1.1. Hidróxido de sódio (Soda cáustica): Possui maior alcalinidade cáustica: libera 100% (alcalino forte) •Solução aquosa – completamente ionizado •NaOH à Na+ + OH- Tem ótima ação contra proteínas e gorduras (poder dissolvente, capacidade de emulsificação) Baixa ação de molhagem. DETERGENTE ALCALINO 1.1. Hidróxido de sódio (Soda cáustica): Nenhuma ação contra a dureza; Poder corrosivo alto, principalmente contra alumínio, cobre; Encontrado sob as formas líquida e em pó. Altamente higroscópico. É utilizado apenas em higienização automática (CIP – clean in place) pH a 1%=13 DETERGENTE ALCALINO 1.2. Carbonato de sódio (Soda “ash”): Alcalinidade cáustica 50% de cáustica e 50% de carbonato Alcalino suave (pode ser usado em lavagem manual) Tem problemas em água dura: pode formar carbonato de cálcio, que não tem atividade detergente Ação saponificante: moderada Poder corrosivo: razoável pH a 1%= 11,2 DETERGENTE ALCALINO 1.3. Silicatos de sódio derivam do óxido de sódio (Na2O) e do anidrido silícico (SiO2) em proporções variadas Metassilicato: proporção de 1:1 pH a 1%=12,0 Alcalinidade= 28% Bom poder saponificante Baixa ação contra a dureza *Proteção contra corrosão (formação de película sobre as superfícies dos metais) DETERGENTE ALCALINO Ortossilicato: proporção de 2:1 pH a 1%= 12,8 Alcalinidade ativa= 60,5% Poder corrosivo maior Sesquissilicato: proporção de 3:2 Características de detergência entre o meta e o ortossilicato pH a 1%= 12,6% Alcalinidade ativa= 36,5% 1.4. Tetraborato de sódio ou bórax: Usado em higienização manual pH a 1%= 9,1 Alcalinidade ativa= 8,4% DETERGENTE ALCALINO Ação saponificante, solubilização e abrandamento Ortofosfatos: atuam por meio de precipitação dos sais responsáveis pela dureza. Polifosfatos: complexam os sais responsáveis pela dureza. PRODUTOS FOSFATOS Função: prevenir acúmulo de depósitos minerais Os ácidos inorgânicos (fortes) • Maior poder corrosivo; • Oferecem maior risco ao operador; • São mais eficientes. •Usados para recuperar superfícies muito incrustradas. Os orgânicos •São mais caros; PRODUTOS ÁCIDOS O H+ é extremamente corrosivo para metais como o ferro galvanizado e aço inox; Os ácidos são normalmente usados na concentração de 0,5% e pH de 2,5 ou menor Pode-se usar inibidores de corrosão: •Para ácidos inorgânicos: metil, etil, propil ou butil aminas O H2SO4 não tem inibidores À medida que o resíduo é removido, o inibidor cobre a superfície dando uma proteção parcial contra o ataque do ácido. PRODUTOS ÁCIDOS Ácidos inorgânicos Ac. sulfúrico H2SO4 Ac. clorídrico HCl Ac. fosfórico H3PO4 Ácidos orgânicos Ac. lático CH3CHOHCOOH Ac. glucônico CH2OH(CHOH)4COOH Ac. acético CH3COOH PRODUTOS TENSOATIVOS Conhecidos como: Umidecedores, Emulsificantes, Agentes de molhagem, Detergente sintético. PRODUTOS TENSOATIVOS Classificação dos tensoativos segundo sua ionização quando em solução aquosa: a) Tensoativos aniônicos: liberam ânion b) Tensoativos catiônicos c) Tensoativos não-iônicos d) Tensoativos anfoteros TENSOATIVOS ANIÔNICOS Ex: sabão Sintéticos: não são degradados pela flora bacteriana normal existente nos rios em um período de tempo curto Ex. os de cadeia linear como o alquilbenzeno sulfonato linear (LAS) são mais facilmente degradados por bactérias. Mais utilizados: dodecilbenzeno sulfonato de sódio e o lauril sulfato de sódio Apresentam custo elevado •Usados para solucionar problemas específicos Sais sódicos do EDTA (ácido etilenodiaminotetraacético)tem custo um pouco elevado; •Mais usado •Estável a temperaturas mais elevadas •Não corrosivo e não irritante à pele NTA (ácido nitrilotriacético) Ácidos orgânicos como o glucônico e o cítrico PRODUTOS COMPLEXANTES SANIFICAÇÃO Assegura qualidade microbiológica das superfícies; Realizada – antes do uso de equipamentos: •Após limpeza – multiplicação de mo indesejável que não foi eliminado; • Recontaminação ambiental da superfície. SANIFICAÇÃO Aplicação da solução sanificante para: •Eliminação de patogênicos e redução, até níveis seguros, dos deterioradores. Podem ser físicos e químicos. SELEÇÃO SANIFICANTES Amplo espectro de ação antimicrobiana; Capazes de destruir rapidamente os mo.; Sejam estáveis sob variadas condições de uso; Possuam baixa toxicidade e corrosividade; Conhecer vantagens e desvantagens dos sanificantes para fazer a escolha. Efeito ambiental e nos efluentes. Características Apresentam níveis de eficiência diferentes; Geralmente são eficientes para formas vegetativas de bactérias, porém tem baixa eficiência contra esporos; Forma esporulada pode ser de 100 a 10000 vezes mais resistentes aos agentes químicos; A saída: •Concentração, tempo de contato, temperatura, ajuste de pH. SANIFICANTES FÍSICOS - CALOR Calor úmido: água quente e vapor e Calor seco: ar quente; Método eficaz para destruição de microrganismos; Vantagens: •não é corrosivo e não deixa resíduos indesejáveis; •penetra em fissuras; •não é seletivo para grupos de microrganismos. Desvantagens: •Custo elevado; •Provoca aderência de resíduos orgânicos nas superfícies. SANIFICANTES FÍSICOS – CALOR VAPOR Condição de uso: Aplicação direta durante 1 min sobre a superfície. Mecanismo de ação: Desnaturação protéica; Inativação de enzimas; Desorganização dos lipídeos celulares. SANIFICANTES FÍSICOS – CALOR ÁGUA QUENTE Condição de uso: Imersão, circulação ou aplicação direta sobre a superfície a 80ºC durante 5 min. Mecanismo de ação: Alteração de RNA e DNA; Alteração da permeabilidade da membrana citoplasmática, provocando extravasamento de constituintes do citoplasma; Fusão de lipídeos das membranas. SANIFICANTES FÍSICOS – CALOR AR QUENTE Condição de uso: Aplicação direta sobre a superfície a 90ºC durante 30 min. Mecanismo de ação: Oxidação de substâncias essenciais ao metabolismo microbiano. Pode ser usada para destruir microrganismos emáreas de processamento, embalagens, etc. Lâmpadas que emitem radiação ultravioleta na faixa de 900 a 3800 Å de comprimento de onda. Modo de ação: provoca alterações nas bases purínicas e pirimidínicas levando a mutações do DNA - letais para a célula. SANIFICANTES FÍSICOS RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA Lâmpadas utilizadas: Lâmpadas de argônio-mercúrio: indicadas para pequenas áreas Lâmpadas de mercúrio-quartzo: recomendadas para instalações maiores Obs: a radiação UV atua apenas a nível superficial SANIFICANTES FÍSICOS RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA Cloro Iodo Amônia quaternária Ácido peracético Peróxido de hidrogênio Clorhexidina SANIFICANTES QUÍMICOS SANIFICANTES QUÍMICOS CLORO Inorgânicos: Cloro gás (Cl2); hipoclorito de sódio (NaClO); hipoclorito de cálcio (CaClO2); dióxido de cloro (ClO2); Forma bactericida = ácido hipocloroso na forma não dissociada Cl2 + H2O ↔ HOCl + H + + Cl- • Na OCl ↔ Na+ + OCl- SANIFICANTES QUÍMICOS CLORO Relação do pH e atividade do ácido hipocloroso: •pH 10 = 0,3% ácido hipocloroso; •pH 5,0 = 99,7% ácido hipocloroso; SANIFICANTES QUÍMICOS CLORO Mecanismo de ação dos compostos clorados: Reage com proteínas da membrana celular, formando compostos tóxicos; Extravasamento de componentes celulares; Reage com DNA – paralisa síntese protéica; Aberrações cromossômicas. SANIFICANTES QUÍMICOS CLORO USOS: Sanitização de superfícies de paredes, pisos, tetos; Carcaças bovinas, suínas e de aves; Frutas e vegetais minimamente processados. Aplicação do cloro na indústria de alimentos Concentração de 100 mg/l de cloro residual livre Imersão ou circulação; Concentração de 300 mg/l de cloro residual livre Aspersão ou nebulização Tempo de contato: 15 ou 20 minutos; OBS.: Solução mais concentrada – resíduo orgânico - cloraminas SANIFICANTES QUÍMICOS CLORO SANIFICANTES QUÍMICOS IODÓFOROS Carreador de iodo (Latim= iodum, Grego= phorein: carreador); Formulações que: combinam o iodo + agente tensoativo + agente veiculador ácido; Detergente + sanificante Para manipulador: solução tampão (ácido acético e acetato de sódio) – não afetar mão manipulador; Equipamentos e utensílios: ácido fosfórico. m m H3C(CH2)7CH2 O(CH2CH2O)x I2 Complexo iodo-nonifenoletoxilado SANIFICANTES QUÍMICOS IODÓFOROS SANIFICANTES QUÍMICOS IODÓFOROS - VANTAGENS Boa estabilidade; Boa ação de molhagem; Eficiente contra todos os micro, com exceção de esporos e bacteriófagos; Não deve ser usado acima de 49ºC – volátil e irritante a pele. SANIFICANTES QUÍMICOS IODÓFOROS - VANTAGENS Não é afetado pela água dura; Relativamente não tóxico; Não corrosivo; Previne incrustações minerais por ser ácido; Menos sensível à matéria orgânica que o cloro. Ação bactericida se deve principalmente ao I2: iodo diatômico: Provoca danos da parede celular. Forma Atividade Reação I2: iodo diatômico muito bactericida pH neutro a ácido HIO: ácido hipoiodoso menos ativo pH neutro a ácido IO¯: íon hipoiodito muito menos ativo pH neutro a ácido SANIFICANTES QUÍMICOS IODÓFOROS SANIFICANTES QUÍMICOS IODÓFOROS Concentração de 12,5 mg/L: Imersão e circulação Concentração de 25,0 mg/L: Aspersão e nebulização Inidica pedra de leite – colore de amarelo. •Afeta a permeabilidade da membrana celular atuando na fração lipídica. •É efetiva para células vegetativas de bactérias Gram + e Gram -, fungos e leveduras. SANIFICANTES QUÍMICOS CLOROHEXIDINA É solúvel em água Pode ser precipitada por sais minerais (inativação) – sais de dureza Baixo efeito de molhagem •Pode ser adicionada de tensoativos catiônicos e não iônicos Não possui cor, odor; SANIFICANTES QUÍMICOS CLOROHEXIDINA USOS: •Redução da microbiota de manipuladores; •Sanitização de equipamentos e utensílios; •Controle microbiológico de salmoura no processamento de queijo. SANIFICANTES QUÍMICOS CLOROHEXIDINA Produzido pela reação de ácido acético com peróxido de hidrogênio; É efetivo contra bactérias, fungos, leveduras e vírus; Mecanismo de ação: Atua oxidando componentes celulares. Condições de uso na Indústria de Alimentos: Concentração: 300-700 mg/L pH: 2-4 Tº: até 30ºC Tempo: 10-15 min. SANIFICANTES QUÍMICOS ÁCIDO PERACÉTICO Vantagens Excelente sanificante Baixo efeito residual Concentração determinada facilmente Desvantagens Irritante da pele Vapores irritantes Incompatível com ferro, cobre e alumínio É corrosivo para ligas desses elementos e borrachas Baixa estabilidade à estocagem Requer cuidados no manuseio SANIFICANTES QUÍMICOS ÁCIDO PERACÉTICO Composto inorgânico que se caracteriza por conter um par de átomos de oxigênio (-O-O-). É um forte oxidante; Atua sobre bactérias, fungos, leveduras e vírus; Utilizado na esterilização de produtos embalados assepticamente e na sanificação de equipamentos e utensílios. Mecanismo de ação Atua por oxidação dos componentes celulares. Esterilização (destruição de esporos): H2O2 a 30% SANIFICANTES QUÍMICOS PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO Condições de uso na Indústria de Alimentos: Conc: 0,3 a 30% pH: 4,0 (mais eficiente em condições ácidas) Tº: ambiente a 90ºC Contato: segundos a 20 min SANIFICANTES QUÍMICOS PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO Vantagens: Baixa toxicidade Baixo efeito residual Não requer enxaguagem Desvantagens: Corrosivo ao Cu, Zn, Fe e Bronze A baixa temperatura requer tempo de contato maior Requer precaução no manuseio e dosagem SANIFICANTES QUÍMICOS PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO Apresentam um átomo de nitrogênio ligado a 4 grupos alquil ou aril. X: pode ser um halogênio como cloreto ou brometo. N R1 R2R3 R4 + X - QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO a) Sais de alquilbenzildimetilamônio. Ex: Cloreto de benzalcônio b) de heterocíclicos alifáticos ou compostos aromáticos. Ex: Cloreto de cetilpiridínio c) de tetra alquilamônio. Ex: brometo de cetiltrimetil amônio - QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO Mecanismo de ação: - Inibição enzimática; - Desnaturação protéica; - Lesão da membrana citoplasmática; Condições de uso: Conc. para sanificação: 300 a 400 mg/L pH: 9,5 a 10,5 Temp: ambiente Contato: 10 a 15 minutos - EXEMPLOS DE PROCEDIMENTOS DE HIGIENIZAÇÃO Condição A: Equipamento: máquina de lavar bandejas Água industrial: mole Processo de higienização: automático Formação de incrustação: não Problemas microbiológicos: não EXEMPLOS DE PROCEDIMENTOS DE HIGIENIZAÇÃO Sugestão: 1º) Pré-lavagem com água a 40ºC 2º) Lavagem com detergente alcalino forte (NaOH a 1%) e Tº de 80º por 15 minutos 3º) Enxágüe com água a 80ºC até a remoção do detergente comprovada com fenolftaleina 4º) Sanificação: sanificar com vapor de água EXEMPLOS DE PROCEDIMENTOS DE HIGIENIZAÇÃO Condição B: Equipamento: máquina de lavar pratos Água industrial: dura Processo de higienização: automático Formação de incrustação: sim Problemas microbiológicos: sim EXEMPLOS DE PROCEDIMENTOS DE HIGIENIZAÇÃO Sugestão: 1º) Pré-lavagem: por um tempo maior 2º) Lavagem com detergente alcalino: na concentração de 2% de alcalinidade cáustica, adicionado de um complexante e com Tº de 80º por, no mínimo 30 minutos. 3º) Enxágüe: feito com água a 80º e comprovado com fenolftaleina 4º) Limpeza ácida: efetuada semanalmente com ácido a 2% e Tº de 80º por 15 a 30 minutos. 5º) Enxágüe:feito com água a 80º e comprovado com metilorange 6º) Sanificação: aumentar o tempo com vapor direto
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