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SEMINÁRIO PSICOLOGIA

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1 - DISPOSIÇÕES GERAIS: ORIGEM E CONCEITO
A medida de segurança se apresenta no contexto penal como uma conseqüência deste em proteger bens e valores jurídicos fundamentais. Por isso se entende que quando uma pessoa no tempo da ação ou omissão não possuir plena faculdades mentais, ela, de acordo com o art. 26, caput, do Código Penal, “É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”.
Portanto, para esse tipo de individuo é concedida a inimputabilidade penal, e sendo adotado para esse a medida de segurança, que consiste em uma “espécie de sanção penal, de caráter preventivo e curativo, voltada ao autor de fato havido como infração penal, quando considerado inimputável ou semi-imputável, evidenciando periculosidade, para que receba tratamento adequado”. (NUCCI, 2007, p. 338)
2 - O DOENTE MENTAL: CRIME E SOCIEDADE
Para o nosso ordenamento jurídico penal, considera-se doente mental o indivíduo que não goza de suas capacidades mentais ao tempo da ação e omissão, e não tem discernimento para entender o caráter ilícito do fato ou não tem condições de se auto determinar.
No nosso ordenamento jurídico, a pessoa que comete um crime deve sofrer uma punição e a ele se aplica uma pena, muitas vezes privativa de liberdade. Aos doentes mentais se aplicam as Medidas de Segurança. Se o agente do crime não possui sua maturidade intelectual em decorrência de doença mental, é considerado inimputável e não pode ser punido da mesma forma que as pessoas sãs. As chamadas medidas de segurança, que podem ser internação em hospital de custódia ou tratamento ambulatorial, são uma forma de amparar os doentes mentais e ajudá-los em seu tratamento psíquico, e ao mesmo tempo proteger a sociedade da potencialidade criminal que este possua.
São exemplos de doenças mentais, que podem gerar inimputabilidade penal: epilepsia (acessos convulsivos ou fenômenos puramente cerebrais, com diminuição da consciência, quando o enfermo realiza ações criminosas automáticas; a diminuição da consciência chama-se ‘estado crepuscular’); histeria (desagregação da consciência, com impedimento ao desenvolvimento de concepções próprias, terminando por falsear a verdade, mentindo, caluniando e agindo por impulso); neurastenia (fadiga de caráter psíquico, com manifesta irritabilidade e alteração de humor); psicose maníaco-depressiva (vida desregrada, mudando humor e caráter alternativamente, tornando-se capaz de ações cruéis, com detrimento patente das emoções); melancolia (doença dos sentimentos, que faz o enfermo olvidar a própria personalidade, os negócios, a família e as amizades); paranóia (doença de manifestações multiformes, normalmente composta por um delírio de perseguição, sendo primordialmente intelectual; pode matar acreditando estar em legítima defesa); alcoolismo (doença que termina por rebaixar a personalidade, com freqüentes ilusões e delírios de perseguição); esquizofrenia (perda do senso de realidade, havendo nítida apatia, com constante isolamento; perde-se o elemento afetivo, existindo introspecção; mão diferencia realidade e fantasia); demência (estado de enfraquecimento mental, impossível de remediar, que desagrega a personalidade); psicose carcerária (a mudança de ambiente faz surgir uma espécie de psicose); senilidade (modalidade de psicose, surgida na velhice, com progressivo empobrecimento intelectual, idéias delirantes e alucinações). (NUCCI, 2009, p. 291/292)
Para ser comprovada a doença mental, deve ser realizado um exame técnico por peritos capacitados que no final emitem seu parecer sobre se no momento da prática do crime o réu já era doente. Após a análise desse laudo, o juiz analisará e o absolverá se incapaz, mediante a chamada sentença absolutória imprópria, impondo-lhe a medida de segurança devida, conforme veremos adiante.
2.1 - INIMPUTABILIDADE PENAL
Somente as pessoas que possuem entendimento do caráter ilícito de algumas condutas (que possuem sanidade mental e maturidade) é que podem ser consideradas Imputáveis. São considerados Inimputáveis os menores de 18 anos e os doentes mentais. Sobre o assunto, vejamos o art. 26 do nosso Código Penal:
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Segundo nosso Direito Penal, o inimputável não comete crime, mas pode sofrer sanção penal. A aplicação de medidas de segurança se baseia na periculosidade do agente, e não na sua culpabilidade. Serve para evitar que o agente inimputável que tenha praticado a infração penal, mostrando periculosidade, não cometa outro crime e receba o tratamento adequado.
Vejamos o parágrafo único do art. 26, do Código Penal:
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um terço a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Esse é um sistema criado pelo Código Penal chamado sistema de culpabilidade diminuída, o que acarreta numa diminuição da pena. Veremos as outras disposições das medidas de segurança no decorrer do trabalho.
3 - APLICAÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
Como já visto anteriormente, Medidas de Segurança são tipos penais de caráter punitivo, aplicadas a agentes que no momento da prática da ação ou omissão não gozava da integridade de suas faculdades mentais.
A aplicação dessas medidas substitui a pena de reclusão convencional dada aos criminosos sãos pelo tratamento de saúde que for mais adequado ao infrator que sofra de qualquer distúrbio mental, que por sua debilidade não pode ser tratado com esse mesmo tratamento convencional, sendo a medida de segurança vista como uma forma de ampará-lo e ao mesmo tempo proteger a sociedade da potencialidade criminal que o doente mental possua.
3.1 - MEDIDAS DE SEGURANÇA EM ESPÉCIE
No Código Penal vigente no nosso ordenamento jurídico existem duas espécies de medidas de segurança. Vejamos:
Art. 96. As medidas de segurança são:
I – internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado;
II – sujeição a tratamento ambulatorial.
A distinção entre a aplicação dessas duas espécies está no tipo de crime cometido pelo agente. Se o crime praticado pelo agente for apenado com reclusão, a medida de segurança aplicável será a internação em hospital de custódia, prevista no inciso I do artigo 96 supracitado. Se o crime praticado pelo agente for apenado com detenção, a medida de segurança aplicável será a sujeição a tratamento ambulatorial, prevista no inciso II do mesmo artigo.
3.2 - PRAZO DE DURAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA
O Código Penal adotou disciplina diferente sobre o prazo de duração das medidas de segurança. Como disposto no art. 97, § 1º:
§ 1º. A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de um a três anos.
Com base nesse artigo, é de se concluir que a fixação da duração da medida de segurança é meramente enunciativa, pois a liberação ou desinternação do agente será sempre condicional. Existe um prazo mínimo (de um a três anos), que deve ser fixado pelo juiz, mas não tem prazo máximo definido.
3.4 - CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE
Como já dissemos o doente mental não sofre juízo de culpabilidade e sim de periculosidade. Enquanto for demonstrado que ele ainda representa perigo à convivência social harmoniosa, não cessa a medida de segurança.
Para constatar a cura ou o fim da periculosidade do internado, este deve ser submetido a um exame pericial. Este exame será realizado no fim do prazomínimo de duração da medida, ou a requerimento do interessado, como dizem os artigos 175 e 176 da Lei de Execuções Penais.
REFERÊNCIAS
BATISTA, Nilo. Introdução crítica ao Direito Penal brasileiro. 10.ed. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2005.
BRITO, Alexis Augusto Couto de. Execução Penal. São Paulo: Quartier Latin, 2006.
FERRARI, Eduardo Reale. Medidas de Segurança e Direito Penal no Estado Democrático de Direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.
FOUCAULT, Michel. História da Loucura na Idade Clássica. São Paulo: Editora Perspectiva, 1978.
GALEANO, Eduardo. De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso. Porto Alegre: L&PM, 2009.
GOFFMAN, Erving. Manicômios. Prisões e Conventos. São Paulo: Editora Perspectiva, 1974
GUIMARÃES, Cláudio Alberto Gabriel. Funções da pena privativa de liberdade no sistema penal capitalista. Rio de Janeiro: Reven, 2007.
MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
MARQUES, José Frederico. Tratado de Direito Penal. V. III. São Paulo: Millenium Editora. 2000.
NUCCI, Guilherme de Souza. Individualização da pena. 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal: Parte Geral e Parte Especial. 5. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.
RIBEIRO, Bruno de Morais. Medidas de Segurança. São Paulo: Livraria do Advogado, 1998.
Currículo do articulista:
Graduandos do Curso de Direito da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco - UNDB.
BIBLIOGRAFIAS
Larissa Navarro Guará; Leandro Pereira Arouche - Estudantes

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