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Considerações sobre Conexões Elétricas Pablo Mourente Miguel Rio de Janeiro, 6 de junho de 2005 Sobre o autor Pablo Mourente Miguel, nascido 1951, é engenheiro eletricista formado pela Escola de Engenharia da UFRJ em 1975. Obteve o grau de mestre em ciências pela COPPE-UFRJ em 1981 e o de doutor em ciências também pela COPPE-UFRJ em 1984. Desde 1987 mantém a Mourente Engenharia e Consultoria Ltda., escritório especializado em consultoria em engenharia elétrica. As principais áreas de atuação são consultoria em análise de sistemas de potência e estudos de coordenação de isolamento. i Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Índice 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................1 2 CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS USADOS EM CONEXÕES ELÉTRICAS .................................................2 2.1 COBRE.............................................................................................................................................................2 2.1.1 DUCTILIDADE ..............................................................................................................................................2 2.1.2 RESISTÊNCIA À CORROSÃO ..........................................................................................................................2 2.1.3 LIGAS .........................................................................................................................................................2 2.1.3.1 LATÃO ................................................................................................................................................2 2.1.3.2 BRONZE..............................................................................................................................................2 2.1.3.3 COBRE-CROMO ...................................................................................................................................2 2.1.3.4 COBRE-BERILIO...................................................................................................................................2 2.2 ALUMÍNIO.........................................................................................................................................................3 2.2.1 DUCTILIDADE ..............................................................................................................................................3 2.2.2 RESISTÊNCIA À CORROSÃO ..........................................................................................................................3 2.2.3 EFEITOS DE ARCO ELÉTRICO ........................................................................................................................3 2.2.4 AÇÃO GALVÂNICA ........................................................................................................................................3 2.2.5 COMPATIBILIDADE COM MATERIAIS ISOLANTES ..............................................................................................3 2.2.6 COMPARAÇÃO COM O COBRE .......................................................................................................................3 2.3 PANTAL............................................................................................................................................................4 2.4 BRONZE ...........................................................................................................................................................4 2.5 AÇO.................................................................................................................................................................4 2.6 DADOS CARACTERÍSTICOS DOS PRINCIPAIS MATERIAIS CONDUTORES .................................................................4 2.7 OXIDAÇÃO DOS MATERIAIS CONDUTORES ..........................................................................................................5 2.8 CORROSÃO DOS CONDUTORES..........................................................................................................................6 2.8.1 CORROSÃO GALVÂNICA ...............................................................................................................................6 2.8.2 CORROSÃO POR CAVIDADES (“CREVICE”)......................................................................................................6 2.9 DILATAÇÃO DOS CONDUTORES..........................................................................................................................7 2.10 RECOZIMENTO DOS CONDUTORES .....................................................................................................................7 2.11 ACABAMENTO DAS SUPERFÍCIES DE CONTATO ...................................................................................................7 2.11.1 ANODIZAÇÃO DO ALUMÍNIO.......................................................................................................................8 2.11.2 PREPARAÇÃO DAS SUPERFÍCIES DE CONTATO...........................................................................................8 2.11.2.1 LIMPEZA .............................................................................................................................................8 2.11.2.2 REMOÇÃO DE IRREGULARIDADES .........................................................................................................8 2.11.2.3 REMOÇÃO DA CAMADA DE ÓXIDO..........................................................................................................8 2.11.2.3.1 VASELINA OU PETROLATUM ............................................................................................................................8 2.11.2.3.2 COMPOSTOS PARA JUNÇÕES ELÉTRICAS COBRE-ALUMÍNIO .................................................................................8 2.12 EFEITO DA TEMPERATURA NA RESISTÊNCIA MECÂNICA .......................................................................................9 3 CÁLCULO DA AMPACIDADE DE BARRAMENTOS ...................................................................................11 3.1 BARRAMENTOS RÍGIDOS .................................................................................................................................13 3.2 BARRAMENTOS FLEXÍVEIS...............................................................................................................................20 4 EFEITO ELETRODINÂMICO..................................................................................................................22 5 EXPANSÃO LONGITUDINAL DE BARRAMENTOS ....................................................................................24 6 JUNTAS APARAFUSADAS...................................................................................................................25 6.1 FURAÇÕES PADRONIZADAS .............................................................................................................................28 6.2 CONEXÕES APARAFUSADAS COM CONECTORES EM BRONZE OU ALUMÍNIO ........................................................30 ii Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 6.3 PROCEDIMENTO PARA APERTO DOS PARAFUSOS..............................................................................................30 6.4 FERRAMENTAS PARA APERTO DOS PARAFUSOS ...............................................................................................31 6.4.1 TORQUIMETROS ........................................................................................................................................31 6.4.2 CHAVES....................................................................................................................................................317 JUNTAS PREFORMADAS ....................................................................................................................32 8 JUNTAS POR COMPRESSÃO ...............................................................................................................34 9 JUNTAS SOLDADAS...........................................................................................................................35 9.1 JUNTAS SOLDADAS EM COBRE ........................................................................................................................35 9.2 JUNTAS DE ALUMÍNIO SOLDADAS.....................................................................................................................35 10 MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIA DE CONTATO............................................................................................36 11 MEDIÇÃO DE TEMPERATURA DE CONEXÕES........................................................................................37 11.1 ETIQUETAS SENSÍVEIS À TEMPERATURA...........................................................................................................37 11.2 TINTAS SENSÍVEIS À TEMPERATURA.................................................................................................................37 11.3 TERMOPARES.................................................................................................................................................37 11.4 SENSORES RESISTIVOS DE TEMPERATURA (RTD) ............................................................................................38 11.5 TERMÔMETROS INFRAVERMELHOS ..................................................................................................................38 11.5.1 RESOLUÇÃO ÓTICA DO TERMÔMETRO .....................................................................................................38 11.5.2 EMISSIVIDADE DA SUPERFÍCIE ................................................................................................................39 11.6 PLANEJAMENTO DA MEDIÇÃO DE TEMPERATURA DE CONEXÕES........................................................................39 11.7 IMAGEM TÉRMICA............................................................................................................................................40 11.7.1 FAIXA DE COMPRIMENTO DE ONDA DE 2 A 5 µM.......................................................................................40 11.7.2 FAIXA DE COMPRIMENTO DE ONDA DE 7 A 14 µM. ....................................................................................40 11.7.3 RESOLUÇÃO ÓTICA................................................................................................................................40 11.7.4 AJUSTE DE EMISSIVIDADE ......................................................................................................................40 11.8 PLANEJAMENTO DA MEDIÇÃO POR IMAGEM TÉRMICA ........................................................................................40 12 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................43 1 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 1 Introdução As conexões elétricas apresentam grande importância nas instalações elétricas. Uma conexão defeituosa pode provocar falhas com graves conseqüências, tais como a ruptura de um condutor ou mesmo um curto-circuito. Um dos principais problemas detectados nas conexões elétricas defeituosas decorre da elevação de temperatura excessiva. Essa elevação de temperatura decorre de vários motivos: • Corrosão devido à exposição a agentes climáticos, • Corrosão devido à escolha indevida de materiais, • Afrouxamento devido à dilatação durante os devidos ciclos térmicos. Cada um desses motivos pode ser evitado no projeto e confecção da conexão ou pelo menos ter seus efeitos mitigados e controlados. É importante que seja escolhido um tipo de conexão adequado, para isso os materiais envolvidos devem ser selecionados de modo a evitar a corrosão. A oxidação deve ser evitada pela proteção da conexão através de compostos selantes compatíveis com os materiais existentes na conexão. O aperto dos parafusos deve ser feito com torque suficiente para não permitir o afrouxamento devido aos ciclos térmicos. Ao mesmo tempo deve-se evitar produzir fendas ou rachaduras nos materiais condutores, o que poderia propiciar o aparecimento de corrosão por “crevice”. Além dos cuidados no projeto e na confecção se faz a cada dia mais importante o acompanhamento do estado das conexões. O acompanhamento pode ser realizado com o uso de: • Intervenções invasivas, tais como a medição direta da resistência de contato, reaperto periódico das conexões; • ou por meio de verificações não invasivas, tais como a medição da temperatura por meio de termômetros infravermelhos ou imagem térmica; Com esses cuidados o estado das conexões pode ser acompanhado e evitar dessa forma a ocorrência de um ponto aquecido que leve a uma falha mais grave. 2 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 2 Características dos materiais usados em conexões elétricas 2.1 Cobre O cobre apresenta o aspecto de um material avermelhado, de fácil processamento. Devido a abundância e a facilidade de processamento o cobre já foi o material condutor mais usado. Mas redução na disponibilidade na natureza e aumentos de preço levaram a que fosse substituído em parte pelo alumínio. 2.1.1 Ductilidade Pode ser manuseado das seguintes formas: • Fundido; • Forjado; • Laminado; • Trefilado; • Usinado; O cobre sofre um endurecimento quando trabalhado mecanicamente, mas um processo de recozimento (forte aquecimento seguido de um resfriamento natural) restaura as condições de maleabilidade. 2.1.2 Resistência à corrosão O cobre quando aquecido sofre oxidação, que vai penetrando mais e mais profundamente. O cobre oxidado não é um bom condutor elétrico e assim a temperatura tende a aumentar, até que ocorre a ruptura do material. Em temperaturas acima de 88 °C o cobre sofre oxidação mesmo com ar seco. A presença de amônia também provoca oxidação no cobre. O cobre é afetado também pelo dióxido de enxofre. 2.1.3 Ligas O cobre forma ligas com: manganês, níquel, zinco, estanho e alumínio – esses materiais provocam endurecimento da liga de alumínio, isto é, reduzem a ductilidade. O manganês, fósforo e estanho aumentam a resistência mecânica da liga. 2.1.3.1 Latão Liga com baixa condutividade e alta resistência mecânica. 2.1.3.2 Bronze Liga com boa condutibilidade e elevada resistência à corrosão. 2.1.3.3 Cobre-cromo Liga com 80% da condutividade do cobre puro. 2.1.3.4 Cobre-berilio Liga com 48% da condutibilidade do cobre puro. 3 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 2.2 Alumínio Dos metais condutores o alumínio é o mais abundante, porém nunca é encontrado em estado puro devido à elevada afinidade que o faz reagir com outros elementos. Essa afinidade faz com que a produção de ligas seja facilitada e assim as suas características podem ser trabalhas em função do comportamento desejado. No entanto isso faz com que os custos de refino aumentem e diminui a condutibilidade. 2.2.1 Ductilidade O alumínio é facilmente trabalhado por: • Laminação – a barra ou lingote de alumínio é submetido a roletes girando em direções opostas e sofre um processo de alongamento; • Trefilação; • Moldagem – uma placa de alumínio é feita girar e a placa vai sendo deformada por pressão exercida por uma peça de madeira, processo usado para a confecção de eletrodos com simetria cilíndrica; • Estampagem; • Fundição. 2.2.2 Resistência à corrosãoA resistência à corrosão é muito elevada, exceto quando em presença de atmosfera salina. Uma camada resistente de óxido de alumínio se forma rapidamente em qualquer superfície exposta ao ar. Essa camada é impermeável e protege o restante do objeto. Para ambientes agressivos a anodização da superfície pode ser necessária. 2.2.3 Efeitos de arco elétrico O alumínio resiste à formação de erosão pelas raízes do arco elétrico melhor do que os outros metais condutores. 2.2.4 Ação galvânica O alumínio é um dos materiais mais anódicos, isto é, doador de elétrons. Quando colocado em contato com cobre ou ferro na presença de um eletrólito (por exemplo, água) forma-se uma diferença de potencial que faz com que o alumínio ceda elétrons. Com isso ocorre erosão no alumínio, porém deixando o material catódico inalterado. 2.2.5 Compatibilidade com materiais isolantes O alumínio não exibe nenhuma das propriedades de combinação com o enxofre mostradas pelo cobre e dessa forma não produz graxas quando em contato com óleo. Os materiais isolantes não aderem à superfície do alumínio. 2.2.6 Comparação com o cobre Para a mesma ampacidade um condutor de alumínio deve ter uma seção transversal 1,66 vezes maior que a de um condutor de cobre. Nessas condições o condutor de alumínio apresenta 75% da resistência mecânica e 55% do peso, quando comparado com o condutor de cobre. As dimensões maiores fazem com que o condutor de alumínio seja melhor refrigerado e que seja reduzido o efeito corona. Para uso em cubículos e painéis as limitações de espaço devem ser consideradas. 4 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 2.3 Pantal Liga de alumínio com manganês e silício, usada quando se deseja maior resistência mecânica do condutor. Os barramentos de alumínio são fabricados a partir desta liga, sendo o material tratado essencialmente da mesma forma que o alumínio. 2.4 Bronze Liga de cobre com estanho, usada quando se requer boa condutibilidade e resistência à corrosão. 2.5 Aço O aço não é dos melhores condutores de eletricidade e calor, assim o seu uso em condutores elétricos é restrito à função de reforço, por exemplo: • ACSR – Aluminum Cable Steel Reinforced – cabo de alumínio com reforço de aço; • CCSR – Copper Cable Steel Reinforced – cabo de cobre com reforço de aço; • Copperweld; • Alumaweld; 2.6 Dados característicos dos principais materiais condutores As principais propriedades dos materiais condutores 1 2 estão listadas na tabela 2.1. Tabela 2.1 – Dados característicos dos principais materiais condutores Propriedade Un. Cobre eletrolítico Alumínio eletrolítico Pantal Bronze Aço galv. Densidade 3 kg dm 8,9 2,7 2,7 8,5 7,85 Condutividade a 20°C 2 m mmΩ × 56 35 30 ≅ 18 ≅ 7 Condutividade a 60°C 2 m mmΩ × 48 30 26 ≅ 16 ≅ 6 Resistividade especifica a 20°C 2 mm m Ω × 0,0178 0,0286 0,0333 ≅ 0,0555 ≅ 0,143 Coeficiente de variação da resistividade com a temperatura (entre 0 e 100 °C) 1 K 0,0038 0,0040 0,0036 0,0024 0,005 Calor especifico (entre 0 e 100 °C) cal g K 0,094 0,22 0,22 0,095 0,116 Ponto de fusão C° 1083 658 630 ≅ 912 1400 Coeficiente de dilatação com a temperatura (entre 0 e 100 °C) mm m K× 0,017 0,024 0,023 0,018 0,012 Módulo de Elasticidade GPa 110 65 70 ≅ 90 210 Limite térmico da densidade de corrente (ver nota 1) 2 A mm 154 102 89 91 - Limite de fusão da densidade de corrente (ver nota 2) 2 A mm 3060 1910 1690 1900 - Nota 1 – O limite térmico é determinado pela corrente que provoca a elevação de temperatura de 35°C para 200°C em 1 s. Nota 2 – O limite de fusão é determinado pela corrente que provoca a elevação de temperatura de 35°C até o ponto de fusão em 10 ms. 1 Bureau of Reclamation – Facilities Instructions, Standards and Techniques – Vol. 3.3 – Electrical Connections for Power Circuits – Nov. 1991 2 BBC – Switchgear Manual – Brown, Boveri & CIE – 1975 5 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas A partir desses dados pode-se estabelecer alguns termos de comparação entre os materiais, por exemplo: Tabela 2.2 - Condutores de mesma seção transversal Propriedade Cobre eletrolítico Alumínio eletrolítico Pantal Bronze Aço galv. Peso 100 30 30 95 88 Condutância 100 62,5 53,5 32 12,5 Corrente para a mesma elevação de temperatura 100 ≅ 80 ≅ 74 ≅ 57 ≅ 36 Tabela 2.3 - Condutores com a mesma condutância Propriedade Cobre eletrolítico Alumínio eletrolítico Pantal Bronze Aço galv. Peso 100 48,5 56 300 700 Seção transversal 100 160 187 310 800 Diâmetro 100 127 137 177 284 Limite térmico de corrente 100 106 122 171 - Corrente de fusão 100 100 116 180 - Tabela 2.4 - Condutores com a mesma elevação de temperatura Propriedade Cobre eletrolítico Alumínio eletrolítico Pantal Bronze Aço galv. Peso 100 42 46 204 350 Seção transversal 100 137 152 213 400 Diâmetro 100 117 123 146 200 Limite térmico de corrente 100 93 98 125 - Corrente de fusão 100 87 03 131 - 2.7 Oxidação dos materiais condutores A oxidação da superfície dos materiais condutores provoca a formação de uma camada de resistividade elevada, que afeta a resistência de contato e provoca o aquecimento nessa região. Para assegurar o contato elétrico essa camada deve ser removida, mas em poucas horas a camada de óxido já se terá formado. Assim se faz necessário o uso de compostos selantes que evitem o contato do ar com a superfície limpa do condutor. No caso do cobre a pressão de contato provoca a ruptura da cama de óxido de cobre e permite que as duas superfícies entrem em contato e se estabeleça uma conexão com baixa resistência de contato. Assim, no caso do cobre, a resistência de contato depende da pressão entre as duas superfícies. No caso do alumínio, a camada de óxido de alumínio é tão resistente que a pressão de contato não a rompe. Essa camada é praticamente invisível e assim apesar do aspecto limpo e brilhante da superfície é difícil obter uma baixa resistência de contato. A superfície deve ser escovada e lixada e imediatamente aplicado um composto selante. Figura 2.1 – Camada de óxido de alumínio 6 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 2.8 Corrosão dos condutores A corrosão é um processo eletrolítico em que um material cede elétrons. A corrosão não constitui uma preocupação para condutores de cobre ou ligas de cobre. Mas no caso de condutores de alumínio e suas ligas a umidade deve ser mantida afastada para evitar a corrosão anódica. 2.8.1 Corrosão galvânica A tabela 2.5 mostra a classificação dos metais em função do seu potencial eletrolítico. A posição relativa dos metais na lista mostra qual será corroído quando estiverem em contato através de uma solução eletrolítica (por exemplo água). Quanto mais distantes na lista, maior será a corrosão. Tabela 2.5 – Potencial eletrolitico dos metais Ânodo (lado corroído) Magnésio (-2,34) Alumínio (-1,67) Duralumínio (liga de alumínio e cobre) Zinco (-0,76) Ferro (-0,44) Cádmio (-0,40) Níquel (-0,25) Estanho (-0,14) Chumbo (-0,13) Hidrogênio (0,00) Latão (ligas de cobre e zinco) Bronze (ligas de cobre e estanho) Cobre (+0,34) Prata (+0,80) Ouro (+1,50) Platina Cátodo (lado protegido) O material localizado mais acima na lista será corroído em relação a um localizado mais abaixo, assim pode-se verificar que o alumínio será corroído quando em contato com o cobre. Assim na confecção de conectores para juntas de cobre-alumínio a parte do conector em alumínio deverá apresentar maiores dimensões,esse princípio construtivo é denominado “Eletrodo anódico massivo”. O objetivo é fazer com que a densidade de corrente seja menor na peça de alumínio e assim diminuir o efeito da corrosão. 2.8.2 Corrosão por cavidades (“crevice”) Conexão eletrolítica também pode ocorrer entre dois metais similares devido à concentração de oxigênio ou corrosão por “crevice” 3 4. Quando um metal está em contato com um eletrólito forma-se uma diferença de potencial na superfície de contato conforme a concentração de oxigênio. Nesse caso ocorre corrosão nas regiões onde existe menor concentração de oxigênio. Nas fendas, fissuras e ranhuras a superfície do metal está em contato com o ar, assim a corrosão se dá no fundo das fendas, fissuras e ranhuras aprofundando a sua profundidade e podendo levar à quebra do material. Convém utilizar um material vedante para manter a umidade fora das fissuras e ranhuras. O alumínio é muito sensível a esse tipo de corrosão, assim a superfície de contato entre dois condutores de alumínio deve ser tratada com material impermeabilizante. O cobre é menos sensível a esse tipo de corrosão, mas de todas as formas é conveniente manter a conexão impermeabilizada para prevenir a oxidação. 3 Bureau of Reclamation – Facilities Instructions, Standards and Techniques – Vol. 3.3 – Electrical Connections for Power Circuits – Nov. 1991 4 Ramanathan L. V. Corrosão e seu controle – Hemus 7 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 2.9 Dilatação dos condutores Os metais sofrem dilatação com o aumento de temperatura, assim no caso de barramentos deve ser considerado esse efeito. O coeficiente de dilatação dos principais condutores é mostrado na tabela 2.6 5. Tabela 2.6 – Coeficiente de dilatação dos metais condutores Metal αααα (nota 1) ( 1/ °C ) Aço 12 x 10-6 Ferro 12 x 10-6 Alumínio 24 x 10-6 Bronze 18 x 10-6 Níquel 11 x 10-6 Platina 13 x 10-6 Latão 19 x 10-6 Cobre 17 x 10-6 Estanho 23 x 10-6 Zinco 29 x 10-6 Chumbo 28 x 10-6 Prata 19 x 10-6 Ouro 15 x 10-6 Nota 1 – Entre 0 e 100 °C O aumento de dimensões será dada por: 2 3 l L S S V V α α α ∆ = ∆Θ ∆ = ∆Θ ∆ = ∆Θ onde α - coeficiente de dilatação linear, L – comprimento da peça antes do aquecimento, ∆Θ - elevação de temperatura, expressa em Celsius, S – área da peça antes do aquecimento, V – volume da peça antes do aquecimento. 2.10 Recozimento dos condutores O recozimento ocorre quando um metal é fortemente aquecido e deixado resfriar naturalmente, esse processo reduz a dureza do material e assim é indesejável a sua ocorrência em condutores. O efeito do recozimento é cumulativo, assim a ocorrência de sobrecargas cíclicas deve ser considerada e a temperatura deve ficar bastante abaixo do valor que provoque o recozimento. 2.11 Acabamento das superfícies de contato Todos os metais formam uma película de óxido metálico na superfície exposta. Alguns desses óxidos metálicos apresentam menor dureza e são facilmente rompidos quando duas peças metálicas são postas em contato. Outros óxidos metálicos no entanto são extremamente resistentes e se não removidos provocam um aumento considerável na resistência da conexão. Assim é comum aplicar-se na região de contato entre as partes condutoras uma camada de acabamento formada por um metal que apresente um óxido facilmente rompido. A película de óxido de prata é facilmente rompida quando submetida a pressão. Assim o prateamento da superfície de contato traz a vantagem de reduzir a resistência de contato. Alternativamente utiliza-se o estanho ou o níquel para acabamento da superfície de contato. A aplicação da camada de acabamento pode ser feita: • Em forma de tinta, por exemplo, tintas à base de prata, 5 Casillas A. L. – Máquinas Formulário Técnico - 1963 8 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas • Pela deposição de uma camada de metal fundido através da ação de calor, • Imersão em um banho de metal fundido, por exemplo estanho; • Aplicação manual, através de um maçarico aquece-se a região de contato e espalha-se pó de estanho sobre essa região aquecida, o estanho derrete e adere ao metal condutor e forma uma capa sobre a área de contato. Com esse tipo de acabamento basta o aperto das duas partes da conexão para conseguir um bom contato elétrico. 2.11.1 Anodização do alumínio A anodização é um processo eletrolítico aplicado a peças de alumínio para aumentar a resistência a corrosão e abrasão. O alumínio é imerso como eletrodo anódico em uma solução ácida diluída e assim forma-se uma camada porosa de óxido de alumínio sobre a superfície da peça. Essa camada porosa pode absorver corantes para colorir a superfície da peça e receber um processo de selagem através da hidratação do óxido de alumínio. A camada anodizada sendo formada por óxido de alumínio apresenta portanto baixa condutividade e não será empregada na região de contato. 2.11.2 Preparação das superfícies de contato 2.11.2.1 Limpeza A preparação das superfícies de contato começa pela limpeza. A superfície deve ser liberada de restos de material isolante aderidos, poeira e resíduos de óleo. 2.11.2.2 Remoção de irregularidades Caso existam irregularidades na superfície de contato essas devem ser removidas mecanicamente, de modo a fazer com que as duas superfícies se apresentem lisas e com o encaixe o mais completo possível. 2.11.2.3 Remoção da camada de óxido Os óxidos metálicos não são bons condutores, assim devem ser removidos. Essa remoção pode ser feita com lixa ou escova de aço. A camada de óxido se forma rapidamente, assim tão logo a camada de óxido tenha sido removida a superfície de contato deve ser preparada e protegida para evitar que a camada de óxido se forme novamente. Essa proteção pode ser feita por: • Acabamento da superfície, seja por prateamento, estanhamento ou niquelamento; • Aplicação de compostos apropriados que vedam o contato da superfície metálica com o ar e com a umidade. Devido à rápida formação da camada de óxido em condutores de alumínio era recomendado que se procedesse à aplicação do composto antes da limpeza. Depois a superfície era limpa com o uso de escova de aço. Atualmente se recomenda efetuar primeiro a limpeza e imediatamente depois aplicar o composto protetor. 2.11.2.3.1 Vaselina ou Petrolatum Foi praticamente o primeiro composto a ser usado para proteção de emendas elétricas e prevenir a ocorrência de oxidação. Seu princípio de funcionamento é o de manter a superfície livre de contato direto com ar e umidade. Ainda hoje é usado na proteção de contatos de cobre e cobre estanhado. 2.11.2.3.2 Compostos para junções elétricas cobre-alumínio As junções cobre-alumínio ou alumínio-alumínio são mais críticas posto que a formação da camada de óxido no alumínio é mais rápida e resistente, assim essas junções devem ser protegidas. Para esse fim existem alguns produtos comercializados pela Alcoa 6. Esses produtos se apresentam na forma de graxas e podem ser aplicadas manualmente ou por meio de pistolas especiais. • Alcoa Filler Compound – Esse composto é recomendado para conectores de compressão, conforme o conector é apertado o composto se distribui sobre a superfície dos condutores selando o contato com ar e umidade. É usado na conexão de cabos ACSR. 6 mais informações podem ser encontradas em www.alcoa.com/afl_tele/aca/catalog/pdf/specifications 9 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas • Alcoa EJ-2 – indicado para juntas alumínio-alumínio, contém aditivos quimicos que reagem como óxido de alumínio e o removem. Deve ser evitado em conexões de cobre estanhado, pois existem informações de ação corrosiva sobre esse tipo de superfície. Também deve-se evitar a aplicação onde exista isolamento termoplástico. Se apresenta estável em temperaturas até 80°C. É usado em barramentos. • Alnox - indicado para conexões alumínio-alumínio e cobre-alumínio expostas ao tempo. Pode ser usado em superfícies de cobre estanhado e resiste a temperaturas de até 260°C. • Alnox-UG – Esse composto é adequado para conexões de cobre e alumínio, mesmo na presença de isolamentos termoplásticos. Se apresenta estável em temperaturas abaixo de 190°C Além desses existem outros produtos, tais como o: • Pentox A da Burndy - baseado em zinco; • Alcan UJC baseado em dióxido de titânio. O princípio de funcionamento é sempre o mesmo, a base é uma vaselina e misturada a essa base partículas de óxido metálico (zinco ou titânio). As partículas de óxido ao serem comprimidas quebram a camada de óxido de cobre ou de alumínio e estabelecem um contato entre as superfícies e a vaselina impede a penetração de umidade e contato com o ar, prevenindo a formação de óxido de cobre ou alumínio. 2.12 Efeito da temperatura na resistência mecânica O comportamento de um metal sujeito a esforços mecânicos é caracterizado pelo módulo de elasticidade e pelo ponto de escoamento. Ao ser submetida a esforços uma peça de metal sofre um alongamento e se o esforço for retirado a peça retorna a suas dimensões originais, essa região é denominada região elástica. Caso o esforço continue sendo aumentado, chega-se a um ponto onde depois de retirado o esforço a peça não mais retorna a suas dimensões originais. Nesse caso ultrapassou-se o limite de escoamento e entrou-se na região plástica. Aumentando ainda mais o esforço a peça se romperá. Um barramento formado por perfis metálicos deve ser dimensionado para suportar os esforços decorrentes de um curto-circuito. A suportabilidade do barramento depende basicamente da distância entre os condutores, da posição dos isoladores e pontos de apoio e do material do perfil metálico. É desejável que após o curto-circuito o barramento retorne às condições originais, assim o barramento deve ser dimensionado de modo a permanecer na região elástica mesmo durante os esforços oriundos de curto-circuitos. Figura 2.2 – Comportamento de uma peça metalica 10 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Para materiais como o cobre e o alumínio em que o ponto de ruptura não é bem definido, utiliza-se o esforço que corresponde a uma deformação permanente de 0,2 % em lugar do ponto de ruptura. A resistência mecânica de um metal varia com a temperatura, diminuindo conforme a temperatura aumenta. Essa redução é mais acentuada no alumínio do que no cobre. A temperatura dos barramentos não deve ultrapassar a: • 180°C para condutores de alumínio; • 200°C para condutores de cobre. Tabela 2.7 – Resistência mecânica do alumínio em função da temperatura Temperatura ( °C ) Módulo de Elasticidade ( GPa ) Ponto de escoamento ( Gpa ) Alongamento de ruptura (%) 20 130 120 5 100 120 110 5 160 110 100 7 250 30 30 60 11 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 3 Cálculo da Ampacidade de barramentos A temperatura dos condutores é extremamente importante, posto que a resistividade dos metais condutores varia com a temperatura. Assim a elevação de temperatura provoca um aumento na resistência dos condutores e provoca o aumento das perdas por efeito Joule. Num barramento a capacidade de condução de corrente será dada pelo equilíbrio entre o calor gerado pelas perdas e o calor dissipado por irradiação. O calor gerado depende da corrente circulando no condutor e da resistência do condutor, sendo as perdas por efeito Joule dadas por: 2 2LP R I I S ρ= = . Caso o condutor esteja em ambiente exposto há que se considerar ainda a energia absorvida por irradiação solar, dada por: SP dζ ψ= onde ζ - coeficiente de absorção da superfície do condutor (máximo =1, para superfícies escuras), ψ - radiação solar, aproximadamente 2800 W m , d – máxima dimensão transversal do condutor. A potência dissipada depende: • Da diferença de temperatura entre o condutor e o meio ambiente; • Da resistência térmica entre o condutor e o meio ambiente, assim um condutor recoberto com uma capa termoplástica dissipa menos potência; • Da emissividade da superfície, assim uma superfície fosca ou oxidada dissipa menos potência do que uma superfície pintada; • Do efeito de correntes de ar (no caso de barramentos dentro de cubículos o ar é considerado parado); Assim pode-se estabelecer um modelo que representa a troca de calor entre o condutor e o meio ambiente, sendo a resistência térmica entre o condutor e o meio ambiente a representação de todas as oposições ao fluxo de calor saindo do condutor. Figura 3.1 – Modelo simplificado da troca de calor entre o condutor e o meio ambiente 12 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas A potência dissipada por emissão através do ar, será dada por: ( ) ( )4 4273,1 273,1E L c aP K Sξ = + Θ − + Θ onde 60,105 10K −= × , ξ - coeficiente de emissividade da superfície do condutor, 0,9 – condutor pintado, 0,4 – condutor nu, 0,6 – condutor de cobre oxidado naturalmente, 0,5 – condutor de alumínio oxidado naturalmente, LS - superfície lateral do condutor, cΘ - temperatura do condutor, aΘ - temperatura do meio ambiente. No caso de condutores abrigados não se considera a irradiação solar e nem o efeito do vento. A corrente que estabelece o equilíbrio entre a potência dissipada por efeito Joule no condutor e a potência dissipada para o meio ambiente é dada por: ( ) ( )4 4273,1 273,1L c aK S S I ξ ρ + Θ − + Θ = onde ρ - resistividade do material condutor, S – área da seção reta do condutor. Para barramentos instalados dentro de cubículos 7 a temperatura ambiente é considerada 35°C e a elevação de temperatura permitida é de 30 °C para juntas aparafusadas não estanhadas e de 65 °C para juntas aparafusadas com as superfícies estanhadas. O fator de correção da ampacidade em função da temperatura do barramento e da temperatura ambiente é mostrado na figura 3.2. Figura 3.2 – Fator de correção da ampacidade em função da temperatura 7 IEEE Std C37.20.1 – IEEE Standard for Metal-Enclosed Low-Voltage Power Circuit Breaker Switchgear - 1993 13 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Para condutores instalados fora de cubículos deve ser considerado o efeito das correntes de ar na remoção de calor. A potência dissipada pelo efeito do vento e correntes de ar é empiricamente estimado por 8: ( )0,3 0,520,7 0,35 0,47 RevP d γ= + onde Re d v η = - número de Reynolds, 615,68 10η −= × - viscosidade cinemática do ar, v – velocidade do ar (normalmente se considera 0,5 m/s), d – maior dimensão da seção transversal do condutor. No caso de existir um outro condutor dissipando calor para o meio ambiente, a dissipação de um condutor afeta a temperatura do outro, conforme mostrado na figura 3.3. Figura 3.3 – Efeito de aquecimento mútuo entre dois condutores 3.1 Barramentos rígidos A seção reta do condutor tem uma grande importância na ampacidade do barramento, principalmente no caso de corrente alternada. Devido ao efeito pelicular a densidade de corrente não é uniforme ao longo do condutor, mas se concentra principalmente na periferia. Dessa forma o material condutor na parte central do condutor não é tão efetivo quantoo material da periferia do condutor. Daí a vantagem de utilizar condutores ocos ou tubulares e perfis, posto que esses tem o material condutor colocado na região onde a sua utilização é mais efetiva. A profundidade de penetração de corrente em um material condutor é dada por: mf µpi ρδ = onde ρ - resistividade do material, µ - permeabilidade magnética do material condutor, f - freqüência da corrente. Na freqüência industrial, tem-se: 8 Weedy B. M. – Electric Power Systems – Chapter 11 – Overhead Lines and Underground Cables – John Wiley & Sons - 1979 14 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas • Para o cobre - 6 7 0,0178 10 8,669 4 10 mm f δ pi pi − × = = × ; • Para o alumínio - 6 7 0,0286 10 10,988 4 10 mm f δ pi pi − × = = × ; • Para o Pantal - 6 7 0,0333 10 11,857 4 10 mm f δ pi pi − × = = × A distribuição de corrente em um condutor de espessura muito maior do que a profundidade de penetração vai decrescendo de forma exponencial com a distância à superfície do condutor. Figura 3.4 – Densidade de corrente em um condutor sólido com 50 mm de espessura Para distâncias da ordem de grandeza da profundidade de penetração a densidade de corrente já se reduz a 36,7% da densidade na superfície. Assim não se deve usar condutores com espessura acima da profundidade de penetração, posto que o material condutor existente na parte central teria pouca utilização na condução de corrente. Na figura 3.4 pode ser vista a variação de densidade de corrente para um condutor com espessura de 50mm, em cobre ou Pantal. Note-se que a região central do condutor é percorrida por uma densidade de corrente bastante reduzida, sendo portanto mal aproveitado. Por essa razão os condutores são construídos a partir de várias barras, cada uma com espessura não superior a 10 mm. Mas mesmo com os condutores fabricados com barras, o campo magnético entre as barras ligadas em paralelo vai afetar a distribuição de corrente entre as diversas barras. Cada barra é acoplada magneticamente com as demais barras, principalmente com as barras vizinhas. Assim as barras centrais acabam por conduzir menos corrente que as barras laterais 9. A tabela 3.1 mostra a distribuição de corrente para sete barras em paralelo, igualmente espaçadas. 9 BBC – Switchgear Manual – Brown, Boveri & CIE – 1975 15 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Tabela 3.1 – Distribuição de corrente entre 7 barras em paralelo Condutor 1 2 3 4 5 6 7 Percentual de corrente na barra 25,6 14,2 7,5 5,4 7,5 14,2 25,6 Note-se que as barras centrais são praticamente desperdiçadas, por essa razão não se utilizam mais de quatro barras em paralelo. Mesmo no arranjo com quatro barras em paralelo, existe a necessidade de espaçar as barras na região central (barras 2 e 3) de modo a reduzir o acoplamento entre elas e conseguir uma distribuição de corrente mais uniforme. O espaçamento entre as barras 2 e 3 deve ser acima de 50 mm para ser efetivo. Distâncias maiores melhoram a distribuição de corrente, mas aumentam a dimensão do barramento. Tabela 3.2 – Distribuição de corrente entre 4 barras em paralelo Condutor 1 2 3 4 Percentual de corrente na barra 26,7 23,3 23,3 26,7 Figura 3.5 – Arranjo com 4 barras Quando o arranjo com 4 barras não for suficiente deve-se adotar perfis U contrapostos, esse arranjo traz a vantagem de ter o material condutor distribuído na periferia e deixar a região central vazia. Figura 3.6 – Arranjo com perfilados U contrapostos 16 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Tabela 3.3 – Ampacidade de barras retangulares de cobre eletrolítico Ampacidade de condutores pintados (A) Ampacidade de condutores nus (A) Dimensões (mm) Área (mm2) Peso (kg/m) 1 2 3 4 1 2 3 4 12 x 2 23,5 0,209 117 192 217 103 173 205 15 x 2 29,5 0,262 141 228 248 122 201 235 15 x 3 44,5 0,396 178 300 362 154 268 343 0 0 0 0 0 0 20 x 2 39,5 0,351 180 287 297 154 251 283 20 x 3 59,5 0,529 225 374 431 194 331 409 20 x 5 99,1 0,882 295 532 692 260 475 656 20 x 10 199 1,77 472 878 1254 406 784 1121 25 x 3 74,5 0,663 273 447 499 233 391 473 25 x 5 124 1,11 365 629 797 311 557 755 0 0 0 0 0 0 30 x 3 89,5 0,796 320 517 563 271 452 536 30 x 5 140 1,33 425 722 897 360 638 851 30 x 10 299 2,66 642 1140 1587 544 1007 1406 0 0 0 0 0 0 40 x 3 119 1,05 413 657 689 348 570 656 40 x 5 199 1,77 544 904 1083 458 794 1036 40 x 10 399 3,55 808 1397 1900 2451 679 1226 1682 2166 50 x 5 249 2,22 662 1083 1264 1910 554 944 1197 1824 50 x 10 499 4,44 969 1634 2204 2803 809 1435 1938 2470 60 x 5 299 2,66 785 1264 1435 2195 654 1093 1368 2100 60 x 10 599 5,33 1121 1862 2480 3126 940 1634 2185 2755 80 x 5 399 3,55 1017 1596 1739 2689 841 1378 1663 2584 80 x 10 799 7,11 1425 2290 3012 3734 1178 2005 2651 3278 100 x 5 499 4,44 1235 1910 2043 3135 1026 1644 1948 3031 100 x 10 988 8,89 1720 2708 3534 4304 1416 2356 3097 3781 120 x 10 1200 10,7 2005 3116 4057 4874 1653 2717 3553 4275 160 x 10 1600 14,2 2565 3924 5092 6004 2109 3411 4446 5254 200 x 10 2000 17,8 3126 4722 6109 7116 2556 4095 5330 6213 Temperatura ambiente – 35 °C Temperatura do condutor – 65 °C freqüência = 60 Hz 17 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Tabela 3.4 – Ampacidade de tubos de cobre eletrolítico Ampacidade para instalação Interno Ampacidade para instalação Exterior Diâmetro externo (mm) Espessura (mm) Área (mm2) Peso (kg/m) Pintado Nu Pintado Nu 2 113 1,01 365 313 437 427 3 160 1,43 434 372 521 508 4 201 1,79 486 416 582 569 5 236 2,10 526 451 631 616 20 6 264 2,35 561 481 673 656 2 188 1,68 572 483 645 627 3 273 2,44 689 580 777 754 4 352 3,14 780 658 881 855 5 424 3,78 855 722 969 938 32 6 490 4,37 924 780 1045 1017 2 239 2,13 707 593 775 751 3 349 3,11 854 715 937 907 4 452 4,04 969 814 1064 1036 5 550 4,90 1074 897 1178 1140 40 6 641 5,72 1159 969 1273 1235 3 443 3,95 1064 882 1131 1093 4 578 5,16 1207 1007 1292 1245 5 707 6,31 1340 1112 1425 1378 6 829 7,40 1454 1207 1549 1492 50 8 1060 9,42 1615 1349 1729 1663 3 565 5,04 1321 1093 1368 1321 4 741 6,61 1511 1254 1568 1511 5 911 8,13 1672 1387 1729 1663 6 1070 9,58 1824 1511 1891 1815 63 8 1380 12,3 2043 1691 2119 2033 3 726 6,47 1663 1368 1672 1606 4 955 8,52 1910 1568 1919 1834 5 1180 10,5 2119 1729 2119 2033 6 1400 12,4 2309 1891 2318 2223 80 8 1810 16,1 2594 2128 2603 2499 3 914 8,15 2062 1682 2014 1919 4 1210 10,8 2366 1929 2309 2204 5 1490 13,3 2622 2138 2565 2451 6 1770 15,8 2869 2337 2803 2679 100 8 2310 20,6 3240 2641 3164 3021 4 1460 13,0 2822 2280 2689 2556 5 1810 16,1 3135 2537 2993 2841 6 2150 19,2 3430 2784 3268 3116 8 2820 25,1 3867 3135 3696 3515 120 10 3460 30,8 4180 3382 3981 3791 4 1960 17,5 3715 2993 3477 3297 5 2440 21,7 4133 3325 3867 3667 6 2900 25,9 4532 3648 4237 4019 8 3820 34,1 5130 4123 4798 4551 160 10 4710 42,0 5539 4456 5187 4912 5 3060 27,3 5168 4133 4760 4503 6 3660 32,6 5624 4494 5187 4902 8 4830 43,0 6365 5092 5871 5548 10 5970 53,2 6888 5510 6356 6004 200 12 7090 63,2 7230 5776 6669 6308 18 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Tabela 3.5 – Ampacidade de barras retangulares de alumínio eletrolítico Ampacidade de condutores pintados (A) Ampacidade de condutores nus (A) Dimensões (mm) Área (mm2) Peso (kg/m) 12 3 4 1 2 3 4 12 x 2 23,5 0,0633 92 152 169 80 135 160 15 x 2 29,5 0,0795 112 181 194 95 158 183 15 x 3 44,5 0,120 141 239 285 120 211 269 20 x 2 39,5 0,107 143 228 233 121 196 220 20 x 3 59,5 0,161 179 296 339 151 258 320 20 x 5 99,1 0,268 241 424 542 203 372 510 20 x 10 199 0,538 373 694 1007 314 611 895 25 x 3 74,5 0,201 217 353 391 181 306 371 25 x 5 124 0,335 290 500 623 242 437 588 0 0 0 0 0 0 30 x 3 89,5 0,242 254 410 442 211 447 419 30 x 5 140 0,403 338 576 702 280 625 664 30 x 10 299 0,808 509 908 1273 423 790 1140 40 x 3 119 0,323 329 523 541 271 447 513 40 x 5 199 0,538 433 724 853 357 625 808 40 x 10 399 1,08 643 1121 1568 2081 529 979 1387 1805 50 x 5 249 0,673 528 870 998 1501 432 747 945 1444 50 x 10 499 1,35 774 1330 1843 2413 634 1150 1625 2100 60 x 5 299 0,808 622 1017 1131 1729 506 865 1074 1663 60 x 10 599 1,62 903 1530 2090 2727 735 1321 1843 2356 80 x 5 399 1,08 808 1292 1387 2138 654 1093 1330 2071 80 x 10 799 2,16 1159 1900 2527 3287 934 1634 2261 2841 100 x 5 499 1,35 998 1568 1644 2527 804 1321 1577 2451 100 x 10 988 2,70 1406 2271 2955 3819 1131 1948 2651 3297 100 x 15 1500 4,04 1710 2765 3544 4266 1378 2375 3059 3211 120 x 10 1200 3,24 1644 2613 3363 4332 1321 2242 3040 3734 120 x 15 1800 4,86 1986 3154 4028 4788 1596 2708 3468 4133 160 x 10 1600 4,32 2109 3297 4171 5330 1691 2812 3800 4579 160 x 15 2400 6,47 2537 3933 4969 5814 2024 3363 4285 5007 200 x 10 2000 5,40 2575 3971 4969 6327 2052 3382 4551 5425 200 x 15 3000 8,09 3069 4703 5928 6831 2451 4019 5102 5881 Temperatura ambiente – 35 °C Temperatura do condutor – 65 °C freqüência = 60 Hz 19 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Tabela 3.6 – Ampacidade de tubos de alumínio eletrolítico Ampacidade para instalação Interno Ampacidade para instalação Exterior Diâmetro externo (mm) Espessura (mm) Área (mm2) Peso (kg/m) Pintado Nu Pintado Nu 2 113 0,305 290 244 347 336 3 160 0,433 345 290 413 400 4 201 0,544 387 325 463 448 5 236 0,636 418 352 501 485 20 6 264 0,713 442 372 530 513 2 188 0,509 454 375 512 493 3 273 0,739 546 452 617 593 4 352 0,950 620 512 700 673 5 424 1,15 680 562 768 738 32 6 490 1,32 731 604 825 793 2 239 0,645 561 461 616 590 3 349 0,942 678 565 744 713 4 452 1,22 772 634 847 811 5 550 1,48 851 697 933 894 40 6 641 1,73 918 752 1007 969 3 443 1,20 842 684 897 855 4 578 1,56 960 838 1026 979 5 707 1,91 1064 864 1131 1083 6 829 2.24 1150 934 1226 1169 50 8 1060 2,85 1302 1055 1387 1321 3 565 1,53 1055 847 1083 1036 4 741 2,00 1207 969 1245 1178 5 911 2,46 1330 1074 1378 1311 6 1070 2,90 1444 1169 1492 1416 63 8 1380 3,73 1644 1321 1701 1615 3 726 1,96 1321 1055 1330 1254 4 955 2,58 1520 1216 1520 1435 5 1180 3,18 1682 1349 1691 1596 6 1400 3,77 1824 1463 1834 1729 80 8 1810 4,89 2090 1672 2090 1976 3 914 2,47 1634 1302 1596 1501 4 1210 3,26 1881 1492 1834 1729 5 1490 4,03 2090 1663 2043 1919 6 1770 4,78 2271 1805 2223 2090 100 8 2310 6,24 2603 2062 2537 2385 4 1460 3,94 2242 1767 2138 1995 5 1810 4,88 2489 1967 2375 2223 6 2150 5,80 2717 2138 2594 2423 8 2820 7,60 3107 2451 2964 2774 120 10 3460 9,33 3411 2689 3249 3040 4 1960 5,29 2955 2309 2765 2575 5 2440 6,57 3287 2575 3078 2860 6 2900 7,84 3591 2803 3354 3126 8 3820 10,3 4123 3221 3857 3591 160 10 4710 12,7 4522 3534 4237 3933 5 3060 8,27 4076 3164 3762 3487 6 3660 9,87 4456 3458 4104 3800 8 4830 13,0 5121 3971 4722 4370 10 5970 16,1 5624 4370 5187 4807 200 12 7090 19,1 6014 4665 5539 5130 20 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Como o alumínio possui menor resistência mecânica do que o cobre fabricam-se além das barras e tubos, perfis U. Esses perfis apresentam maior rigidez e podem ser combinados de modo a produzir um barramento mais resistente. Tabela 3.7 – Ampacidade de perfis U de alumínio eletrolítico Peso (kg/m) Área (mm2) Ampacidade de perfis pintados (A) Ampacidade de perfis nus (A) Altura (mm) Base (mm) e (mm) d (mm) 1 2 1 2 1 2 1 2 60 30 4 25 448 896 1,22 2,44 836 1710 651 1302 80 37,5 6 25 858 1720 2,32 4,64 1387 2413 1083 1900 100 37,5 8 25 1270 2540 3,47 6,94 1900 3278 1473 2565 120 45 10 30 1900 3800 5,17 10,3 2584 4465 1995 3563 140 52,5 11 35 2450 4900 6,66 13,3 3183 5510 2470 4370 160 60 12 40 3070 6140 8,34 16,7 3800 6650 2945 5130 180 67,5 13 45 3760 7520 10,2 20,4 4513 7790 3610 6080 200 75 14 50 4510 9020 12,2 24,4 5225 9025 4085 7030 Temperatura ambiente – 35 °C Temperatura do condutor – 65 °C freqüência = 60 Hz 3.2 Barramentos flexíveis Também podem ser confeccionados barramentos flexíveis com cabos ACSR. A elevação de temperatura será obtida da mesma forma, isto é, • calcula-se as perdas por efeito Joule no condutor, 2 2LP R I I S ρ= = . • Caso o condutor esteja em ambiente exposto há que considerar-se ainda a energia absorvida por irradiação solar, SP dζ ψ= onde ζ - coeficiente de absorção da superfície do condutor (máximo =1, para superfícies escuras), ψ - radiação solar, aproximadamente 2800 W m , d – diâmetro do condutor. • Calcula-se a potência dissipada por emissão através do ar, ( ) ( )4 4273,1 273,1E c aP K dξ pi = + Θ − + Θ onde 60,057 10K −= × , ξ - coeficiente de emissividade da superfície do condutor, 0,6 – condutor de cobre oxidado naturalmente, 0,5 – condutor de alumínio oxidado naturalmente, cΘ - temperatura do condutor, aΘ - temperatura do meio ambiente. • Calcula-se a potência dissipada pelo efeito do vento e correntes de ar, sendo essa potência empiricamente dada por 10: ( )0,3 0,520,7 0,35 0,47 RevP d γ= + 10 Weedy B. M. – Electric Power Systems – Chapter 11 – Overhead Lines and Underground Cables – John Wiley & Sons - 1979 21 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas onde Re d v η = - número de Reynolds, 615,68 10η −= × - viscosidade cinemática do ar, v – velocidade do ar (normalmente considera-se 0,5 m/s), d – diâmetro do condutor. • O ponto de equilíbrio será encontrado igualando as perdas por efeito Joule, assim pode-se determinar a ampacidade do cabo. • No entanto nos barramentos flexíveis os cabos são dimensionados principalmente por outros fatores e assim geralmente basta que se verifique que a potência dissipada fique acima das perdas Joule. 22 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 4 Efeito eletrodinâmico Condutores elétricos conduzindo corrente exercem uma força de atração ou repulsão entre si. Dessa forma quando a corrente de curto-circuito circula pelos barramentos e pelos equipamentos essas forças aparecem entre os condutores. Caso os condutores não sejam adequadamente suportados, podem sofrer deformações e tocarem-se ou até mesmo romper-se. Para evitar isso os barramentos e os equipamentos devem ser dimensionados para suportar os esforços produzidos pela corrente de curto-circuito. Figura 4.1 – Barramento No caso particular de dois um barramento formado por condutores paralelos a força entre os condutores será dada por 11: • Força entre os condutores Principais N a lIFH 20 2pi µ = • Força entre os subcondutores 2 0 2 T T T lIF N n a µ pi = Sendo pI - corrente de crista, expressa em Ampères; n – número de subcondutores em cada condutor principal. Como a força entre os condutores depende da amplitude da corrente, é possível perceber que o dimensionamentodeve ser feito para o maior valor de corrente de curto-circuito, ou seja para o valor de crista pI Figura 4.2 – Corrente assimétrica 11 BBC – Switchgear Manual – Brown, Boveri & CIE – 1975 23 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Assim para um barramento com corrente de curto-circuito simétrica de 40 kA e corrente dinâmica de 100kAp, tem-se que os esforços serão dados por: • Força entre os condutores Principais ( )7 22 30 4 10 1,0100 10 100002 2 0,2H lF I Naµ pipi pi −× = = × = • Força entre os subcondutores 1 2 2 3 22 7 3 0 22 7 3 0 4 10 100 10 1,0 1111 2 2 3 0,01 4 10 100 10 1,0 555,5 2 2 2 3 2 0,01 T T T T T T lIF N n a lIF N n a µ pi pi pi µ pi pi pi − − − − × × = = = × × = = = × Como existem três subcondutores a força de repulsão entre eles será dada pela soma da força de repulsão entre cada um deles, Além disso deve ser somada a força de atração existente com os outros condutores principais. Assim obtém-se uma distribuição de forças bastante complexa e que foge ao escopo deste texto 12. Assim os isoladores e suportes, assim como as juntas e conexões, deverão suportar esses esforços. Figura 4.3 – Força entre os barramentos principais 12 Mourente – Considerações sobre o dimensionamento de barramentos 24 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 5 Expansão longitudinal de barramentos A dilatação no condutor provocará o surgimento de esforços nos isoladores e pode provocar a deformação do condutor, a deformação do isolador ou até mesmo a ruptura. O esforço que surge devido à dilatação pode ser calculado igualando-se o aumento de comprimento do condutor devido à elevação de temperatura com o alongamento que é sofrido por um corpo metálico sob a ação de força de tração. F Ll L E S α ×∆ = ∆Θ = × Figura 5.1 – Esforços devido à dilatação do barramento Assim a força provocada pela dilatação do condutor será dada por: F E Sα= ∆Θ onde α - coeficiente de dilatação, E – módulo de elasticidade do material condutor, S – área da seção reta do condutor, ∆Θ - elevação de temperatura, expressa em Celsius. Os esforços no barramento aparecem no isolador, dependendo do comprimento do isolador o momento na base pode ser bastante elevado. Para evitar esforços exagerados pode-se usar um suporte deslizante no barramento, assim um lado é fixo e o outro desliza sobre o isolador. A continuidade do isolamento é garantida através de elementos flexíveis, tais como cordoalhas ou conectores de expansão. Figura 5.2 – Conector de expansão de barramento em cobre Figura 5.3 – Conector de expansão de barramento em alumínio 25 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 6 Juntas aparafusadas A superfície de um condutor por mais uniforme e lisa que possa parecer é na realidade formada por uma sucessão de picos e depressões. A altura e profundidade desses picos e depressões é da ordem de 50 a 150 µm, dependendo do grau de acabamento da superfície de contato. Assim ao colocar duas superfícies condutoras em contato a área real de contato é bastante reduzida, sendo dada apenas pelo contato entre os picos da superfície metálica. Figura 6.1 – Acabamento superficial visto em microscopio eletronico O fluxo de corrente se dá então nesses pontos de contato e assim a densidade de corrente nesses pontos será muito elevada e esses pontos podem sofrer aquecimento excessivo e oxidar. Com isso aumentam a resistência de contato e o aquecimento da conexão. Na conexão entre dois condutores é necessário então aplicar força suficiente para que os picos de cada superfície sejam esmagados e assim aumente a área de contato entre os dois condutores. Esse efeito de esmagamento dos picos pode ser detectado pela variação da resistência de contato com a pressão aplicada. Como a altura dos picos é da ordem de 100 µm, a força a ser aplicada deve ser suficiente para esmagar esses picos, ou seja: eF S E e ∆ = onde E – módulo de elasticidade, S – área de contato, e – espessura do condutor, e∆ - variação de espessura devido à força aplicada. Essa força pode também ser expressa em termos da pressão aplicada na conexão, F eP E S e ∆ = = Sendo a espessura da barra dependente da ampacidade do barramento, ou seja, a barra será tanto mais espessa quando maior a corrente a conduzir, tem-se que a pressão a ser aplicada depende: • Do material, quanto maior o módulo de elasticidade maior a pressão a ser aplicada, • Da deformação relativa que se necessita aplicar, ou seja, quanto maior o valor de e e ∆ , maior será a pressão requerida no contato. Como o material condutor continua submetido às leis da física, se a pressão aplicada exceder o ponto de escoamento o material condutor deixa de estar na região elástica e passa para a região plástica, quando a deformação passa a ser permanente. Caso a pressão passe do ponto de ruptura o material sofrerá fissuras e isso pode dar origem a pontos de corrosão por “crevice”. No entanto uma pressão da ordem de 2 a 5 Mpa é 26 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas suficiente para conseguir uma resistência de contato na faixa de 150 µΩ, o que fica bastante abaixo da tensão de escoamento do material condutor. Com o aquecimento os materiais condutores se dilatam e isso provoca um aumento da pressão de contato e com isso a deformação é aumentada. Estando o material na região elástica, ao ocorrer o resfriamento o material se contrai e volta exatamente às dimensões anteriores. Mas se o material entrou na região plástica ao resfriar não retorna às dimensões anteriores e a pressão na conexão diminui. Com isso aumenta a resistência de contato e o aquecimento e a cada sobrecarga a situação se repete levando a um afrouxamento da conexão. A figura 6.2 mostra a variação da resistência de contato com a pressão em uma conexão aparafusada. Pode-se notar que devido à elasticidade do material ao afrouxar a conexão a resistência de contato não segue a mesma curva do aperto da conexão. Figura 6.2 – Resistência de contato em função da pressão de contato O torque aplicado para apertar o parafuso não é um procedimento seguro para garantir a pressão de contato, posto que parte do torque é usada para vencer o atrito do parafuso com a superfície e com a porca. Assim um parafuso previamente lubrificado exercerá maior pressão de contato para o mesmo valor de torque usado no aperto. Para evitar que esse processo de afrouxamento ocorra, é utilizado nas conexões aparafusadas um dispositivo elástico que permite ao mesmo tempo um ajuste da pressão em funcionamento e uma medição da pressão aplicada durante o aperto. Trata-se de arruelas de pressão também conhecidas como molas “Belleville” Ao apertar o parafuso a força aplicada sobre a superfície do condutor é exercida em uma região pequena e assim a superfície pode sofrer deformação. Recomenda-se a colocação de uma arruela lisa entre a mola Belleville e a superfície do condutor. Os parafusos, arruelas, molas Belleville e porcas devem ser de aço inoxidável, de modo a evitar a corrosão com a superfície do material condutor. A pressão de contato na junta aparafusada será medida pela deformação das molas Belleville. A deformação recomendada da mola é abaixo de 75%, assim essas molas asseguram que mesmo durante o processo de dilatação a pressão de contato será mantida dentro da faixa necessária. 27 MourenteConsiderações sobre Conexões Elétricas Tabela 6.1 – Molas Belleville 13 Percentual de deflexão 30% 45% 75% 90% Di (mm) Esp. (mm) Altura Cone (mm) Altura Total (mm) Deflexão (mm) Força (N) Deflexão (mm) Força (N) Deflexão (mm) Força (N) Deflexão (mm) Força (N) 4,04 0,43 0,20 0,63 0,06 114 0,12 214 0,15 261 0,18 307 4,96 0,40 0,29 0,69 0,09 108 0,17 188 0,22 222 0,26 253 6,55 0,60 0,35 0,95 0,11 225 0,21 409 0,26 492 0,32 571 6,60 0,60 0,39 0,99 0,12 194 0,23 346 0,29 412 0,35 475 9,70 0,70 0,49 1,19 0,15 300 0,29 528 0,37 624 0,44 715 8,20 0,60 0,55 1,15 0,17 205 0,33 338 0,41 387 0,50 430 8,20 0,70 0,55 1,25 0,17 297 0,33 510 0,41 596 0,50 674 9,70 0,80 0,54 1,34 0,16 383 0,32 680 0,41 807 0,49 927 9,70 0,90 0,55 1,45 0,17 534 0,33 965 0,41 1156 0,50 1338 9,70 1,00 0,50 1,50 0,15 596 0,30 1110 0,38 1347 0,45 1577 9,90 0,80 0,85 1,65 0,26 502 0,51 791 0,64 884 0,77 958 9,90 0,90 0,85 1,75 0,26 655 0,51 1070 0,64 1219 0,77 1347 9,90 1,00 0,85 1,85 0,26 839 0,51 1411 0,64 1633 0,77 1831 10,20 1,22 0,75 1,97 0,23 1297 0,45 2342 0,56 2804 0,68 3243 12,20 1,50 0,55 2,05 0,17 1238 0,33 2379 0,41 2926 0,50 3464 13,00 0,90 0,85 1,75 0,26 596 0,51 973 0,64 1108 0,77 1225 Note-se que dependendo da deformação imposta às molas Belleville se varia a força aplicada à conexão. Quando uma única arruela não for suficiente para que se obtenha a força desejada pode-se efetuar associações de arruelas, conforme mostrado na figura 6.3. 13 Tabelas com dados técnicos mais detalhados das molas Belleville podem ser encontrados em www.bellevillesprings.com 28 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Figura 6.3 – Associação de molas Belleville 6.1 Furações padronizadas A pressão de contato aplicada entre as superfícies condutoras por um parafuso é maior na região do parafuso. Conforme ocorre um afastamento do eixo do parafuso a pressão de contato tende a diminuir dependendo da rigidez do material condutor. Por essa razão juntas aparafusadas devem ter mais parafusos quanto maior for a área de contato. Para barras de seção retangular a furação deve seguir a padronização mostrada na tabela 6.2. Tabela 6.2 – Furação padronizada para barras de seção retangular Largura da barra Tipo 12 a 50 mm 25 a 60 mm 60 mm 80 a 120 mm 160 a 200 mm Final de barra nota 1 nota 1 Junta em T nota 1 nota 1 b d e1 b d e1 e2 b d e1 e2 e3 b e1 e2 e3 b e1 e2 e3 12 5,5 6 25 11 12,5 30 60 14 17 26 26 80 20 40 50 160 20 40 40 15 6,6 7,5 30 11 15 30 - - - - - 100 20 40 50 200 20 40 50 20 9 10 40 14 20 40 - - - - - 120 20 40 50 - - - - 25 11 12,5 50 14 20 40 - - - - - - - - - - - - - 30 11 15 60 14 20 40 - - - - - - - - - - - - - 40 14 20 - - - - - - - - - - - - - - - - - Dim. (mm) 50 14 25 - - - - - - - - - - - - - - - - - Nota 1 – Com barras de largura igual a superior a 120 mm, ranhuras devem ser usadas. Nas barras com largura de 60 mm, os furos precisam ser desencontrados para que exista espaço para a cabeça do parafuso e para entrada da ferramenta de aperto. Com barras de largura igual ou superior a 120 mm a barra se torna muito rígida e ranhuras devem ser introduzidas. A finalidade das ranhuras é assegurar flexibilidade, de forma que a barra possa se deformar ligeiramente para que as superfícies se assentem. Considere-se uma conexão aparafusada entre duas barras de 80 mm. A sobreposição dos condutores na junta pode ser obtida da tabela 6.2 de furação e será de 1 2 1 20 40 20 80e e e mm+ + = + + = . O que significa que a área de contato será de 21 2 1( ) 80 80 6400b e e e mm× + + = × = . Para uma pressão de contato de 2 Mpa=2 N/mm2, a força de compressão necessária será de 12800 N. Sendo 4 parafusos de 12 mm, tem-se que cada uma das 8 molas Belleville deverá fornecer uma força de 1600 N, o que corresponde a uma mola Belleville com diâmetro interno de 12,20 mm, espessura de 1,50 mm e aproximadamente 40% de deformação. 29 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Da mesma forma para barramentos usando perfilados U também deve ser obedecida uma padronização na furação. Tabela 6.3 – Furação padronizada para barras em perfil U Perfil h b1 e b2 b3 e4 e5 U 60 60 30 4 50 - - - U 80 80 37,5 6 50 - - - U 100 100 37,5 8 80 - 20 40 U 120 120 45 10 80 - 20 40 U 140 140 52,5 11 100 - 25 50 U 160 160 60 12 120 60 30 60 U 180 180 67,5 13 140 50 25 45 U 200 200 75 14 160 60 30 50 h de 60 a 80 mm h de 100 a 160 mm h de 180 a 200 mm Final de Barra b4 de 12 a 50 mm h de 60 a 200 mm b4 de 60 mm h de 80 a 200 b4 de 80 a 120 mm h de 100 a 200 mm b4 de 80 a 100 mm h de 80 a 100 mm b4 12 15 20 25 30 40 50 Junta em T d 5,5 6,6 9 11 11 14 14 h de 60 a 80 mm h de 100 a 160 mm h de 180 a 200 mm Talas 30 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 6.2 Conexões aparafusadas com conectores em bronze ou alumínio No caso de conectores fundidos em bronze ou alumínio os parafusos são do mesmo material do conector e não se utilizam as molas Belleville. Assim existe a necessidade de observar o torque aplicado ao parafuso, de modo a evitar a deformação ou ruptura do parafuso e do corpo do conector. A tabela 6.4 mostra o torque que deve ser aplicado ao parafuso (previamente lubrificado). Tabela 6.4 – Torque recomendado em parafusos Torque recomendado para parafusos deDiâmetro do parafuso (mm) Bronze-Silício(N.m) Alumínio (N.m) Aço 1 2 (N.m) 6,6 8 - 12 9 14 11 40 10 23 15 55 12 48 31 100 16 68 54 245 20 88 75 480 Notas: 1 – Parafusos de aço devem sempre ser usados com molas Belleville. 2 – Usar parafusos de aço inoxidável com liga não magnética em conexões elétricas. Embora esse procedimento não garanta a pressão de contato, se for tomado o cuidado de: • lubrificar previamente o parafuso e a porca; • apertar os parafusos de forma seqüencial, consegue-se uma pressão de contato adequada. 6.3 Procedimento para aperto dos parafusos Quando existe mais de um parafuso na junta o aperto deve obedecer aos seguintes passos: • Lubrificar o parafuso e a porca; • Apertar manualmente, até onde possível; • Para parafusos de Bronze ou Alumínio, • Apertar com metade do torque recomendado, • Para parafusos de Aço, • Usar sempre molas Belleville e apertar até a metade da deformação pretendida, • Seguir a seqüência de aperto mostrada na figura 6.4, • Retornar ao primeiro parafuso da seqüência e apertar para o torque desejado (Bronze ou Alumínio) ou para a deformação desejada na mola Belleville (Aço), • Completar o aperto dos parafusos de acordo com a seqüência de aperto mostrada na figura 6.4. Figura 6.4 – Sequência recomendada para aperto dos parafusos 31 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 6.4 Ferramentas para aperto dos parafusos 6.4.1 Torquimetros O torque aplicado num parafuso não é uma indicação segura da pressão de contato exercida, posto que cerca de 90% desse torque é usado para vencer o atrito da cabeça do parafuso contra a superfície e o atrito da rosca na porca. Assim se o parafuso não for lubrificado previamente, aplica-se o torque e obtém-se uma determinada pressão de contato. Com o parafuso lubrificado e aplicando-se o mesmo torque obtém-se uma pressão de contato que pode ser até 40% maior. No entanto se o processo de lubrificação dos parafusos for sempre o mesmo, a medição do torque aplicado assegura a repetibilidade da pressão de contato nas juntas. Figura 6.5 – Torquimetros 6.4.2 Chaves O aperto das conexões elétricas geralmente é feito manualmente eexistem diversos tipos de ferramentas aplicáveis. Figura 6.6 – Chaves fixas e soquetes 32 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 7 Juntas preformadas Em barramentos flexíveis e linhas aéreas são muito empregadas as conexões preformadas. Essas conexões consistem em um conjunto de varetas previamente formadas em liga de cobre (copperweld), liga de alumínio (alumoweld) ou aço galvanizado. Esses fios tem um diametro em torno de 2,54 mm e ao serem colocados sobre o condutor aderem sobre ele. Tabela 7.1 – Varetas usadas em conexões preformadas Módulo de Elasticidade (Gpa) Diâmetro nominal da vareta (mm) Alumoweld Copperweld Aço 2,59 137 126 140 2,90 137 122 135 3.26 133 120 135 3,66 127 115 135 4,12 120 110 135 A pressão de contato é estabelecida pelo atrito entre as varetas preformadas e a superfície do condutor. Quanto mais o condutor for tracionado, maior se torna pressão de contato. Esse tipo de junta serve tanto para emenda de cabos rompidos, como para fixação em pontos de suspensão e pontos de ancoragem. No entanto as derivações de ramais para equipamentos e descidas de barramento ainda são feitas com o uso de conectores aparafusados, posto que nesse tipo de conexão não existe suficiente tração no condutor para fornecer a necessária pressão de contato. Figura 7.1 – Conector usado para descidas e derivações de barramento flexível Figura 7.3 – Conexão preformada para ponto de suspensão 33 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas Figura 7.2 – Varetas de copperweld para reparo ou emenda em cabos de cobre Nos pontos de suspensão dos cabos pelos isoladores de disco existirá uma concentração de pressão que pode provocar fissuras nos fios que compõem o condutor. Assim é usada uma conexão preformada. Essa conexão utiliza um manguito de neoprene que envolve o cabo e fornece um efeito amortecedor de vibrações e sobre esse manguito e sobre o cabo são instaladas as varetas 14. 14 Mais informações sobre conexões preformadas podem ser encontradas em www.ritz.com.br e www.saprem.com 34 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 8 Juntas por compressão As juntas por compressão consistem de uma forma de cobre ou alumínio, dependendo do tipo de condutor a conectar, onde os condutores são inseridos e depois submetidas a uma ferramenta de pressão que os comprime. Com isso consegue-se a pressão de contato desejada. Os condutores devem ser previamente limpos, tratados com composto selante adequado ao material condutor e ao efetuar a compressão o excesso de composto é forçado a penetrar no espaço entre os fios. Dessa forma se evita a corrosão por “crevice”. Figura 8.1 – Acessórios e ferramentas para juntas por compressão 35 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 9 Juntas soldadas Por juntas soldadas não se está considerando neste texto as soldas de estanho, posto que esse tipo de solda tem uma temperatura de fusão muito baixa para uso em sistemas de potência mais elevada. As juntas soldadas aqui consideradas são as que envolvem a fusão do metal dos condutores principais formando um corpo único. Na região da solda o metal condutor apresenta características diferentes do metal dos condutores principais devido ao processo de fusão e resfriamento. Pode ocorrer recozimento de pequenas regiões no condutor principal devido ao calor gerado durante a solda. Na junção é metal formado pela fusão que conduz a corrente, assim a região de solda deve ter pelo menos a mesma seção reta dos condutores principais 9.1 Juntas soldadas em cobre As juntas soldadas são realizadas com um processo de solda denominado “Thermit” que consiste na junção de condutores de cobre através da fusão de óxido de cobre derretido na presença de pó de alumínio. O pó de alumínio é altamente inflamável e uma vez iniciada a reação de redução do alumínio o óxido de cobre é fundido e o cobre se deposita numa cavidade unindo-se aos condutores que se quer juntar. Figura 9.1 – Juntas soldadas em cobre O uso das juntas soldadas é mais comum em sistemas de aterramento do que em barramentos. 9.2 Juntas de alumínio soldadas A solda do alumínio é muito usada no caso de barramentos tubulares. O alumínio é cortado de modo a produzir um chanfro com ângulo de 45° e as duas peças são limpas para remover óxido de alumínio e resíduos de óleo. A remoção do óxido de alumínio se faz necessária pois o alumínio funde a uma temperatura mais baixa do que o óxido de alumínio e assim qualquer resíduo de óxido impedirá a penetração adequada do material fundido no processo de solda. Depois da limpeza a região de solda é protegida com um jato de gás argônio e a solda elétrica é feita usando-se fios de liga de alumínio especiais. 36 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 10 Medição de Resistência de Contato O calor dissipado pelas perdas por efeito Joule é dada pelo produto da resistência pelo quadrado da corrente. Nas conexões a resistência de contato é muito mais elevada do que a resistência de um comprimento equivalente de condutor. A forma mais conveniente de avaliar uma conexão é medir diretamente a resistência de contato. No entanto a resistência de contato varia de 50 a 100 µΩ e assim a medição é bastante complexa, existindo medidores especiais para essa tarefa, o Ohmímetro Ducter 15. No Ohmímetro Ducter a resistência de contato é medida com correntes de valor relativamente alto (até 100 A em corrente continua). Como a resistência de contato é muito baixa, da ordem de 50 a 150 µΩ, a resistência de contato do próprio ohmímetro poderia levar a um erro. Por isso são utilizadas 4 pontas de prova, sendo duas de corrente e duas de potencial. As pontas de prova de corrente são ligadas por meio de um grampo C ao barramento. As pontas de prova de potencial são ligadas diretamente ao barramento, conforme mostrado na figura 10.1. Dessa forma a queda de tensão medida no microvoltímetro será apenas a queda de tensão na resistência de contato e não incluirá as quedas de tensão nas junções dos grampos C. A resolução desse ohmímetro é de 0,1 µΩ e o aparelho é capaz de medir até 600 µΩ. Figura 10.1 – Ohmímetro Ducter 16 15 Medeiros Filho, S. – Fundamentos de Medidas Elétricas – UFPb – Recife - 1979 16 Biddle DLRO - Digital Low Resistance Ohmmeters – AVO International - http://www.omnicontrols.net/Biddle-DLRO.pdf 37 Mourente Considerações sobre Conexões Elétricas 11 Medição de temperatura de conexões A finalidade de uma conexão elétrica é a de efetuar a passagem de corrente de forma quase tão satisfatória quanto o próprio condutor. No entanto a resistência de contato é superior à resistência ohmica de um trecho equivalente de condutor e assim as perdas por efeito Joule são mais elevadas. Com a área lateral é praticamente a mesma, a elevação de temperatura será maior. A área de contato da junta (ou seja o comprimento de condutores sobrepostos) é projetada de modo que esse efeito seja minimizado, de forma que a elevação de temperatura na junção acaba sendo apenas de 2 a 3 °C acima da temperatura do condutor. Como a medição da resistência de contato requer o desligamento do barramento, a medição da temperatura nas conexões acaba sendo então uma forma indireta de controlar o estado das conexões. 11.1 Etiquetas sensíveis à temperatura Etiquetas adesivas fabricadas com materiais sensíveis à temperatura podem ser
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