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Universidade Federal Fluminense Centro Tecnológico Escola de Engenharia Departamento de Engenharia Elétrica Medidas Elétricas III Prof. Marcos Riva Suhett Aula 6 2 Conceitos Gerais em Medidas Medição: “Conjunto de operações que tem por objetivo determinar um valor de uma grandeza” 3 Conceitos Gerais em Medidas Comparar duas grandezas de mesma espécie. A grandeza que serve de comparação é denominada grandeza unitária ou padrão unitário Exemplo: Comparar a quantidade de café e um peso padrão de 1kg. 4 Conceitos Gerais em Medidas Valor Verdadeiro: Valor que seria obtido por uma medição perfeita. São, por natureza, indeterminados. Ex: 100,00 V 5 Conceitos Gerais em Medidas Valor Verdadeiro Convencional: Valor atribuído a uma grandeza tendo uma incerteza apropriada. Como, na prática, não é possível se obter o Valor Verdadeiro, utiliza-se o Valor Verdadeiro Convencional com uma incerteza aceitável. Ex: 100,00 ± 0,01 V 6 Conceitos Gerais em Medidas Exatidão (Accuracy): Grau de concordância entre o resultado de uma medição e um valor verdadeiro do mensurando. Precisão (Precision): Grau de concordância entre resultados de medição obtidos sob as mesmas condições (repetitividade). 7 Conceitos Gerais em Medidas 8 Conceitos Gerais em Medidas Rastreabilidade: Propriedade do resultado de uma medição ou de um valor padrão estar relacionado a referências estabelecidas através de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas estabelecidas. “Cadeia de Incertezas” 9 Conceitos Gerais em Medidas 10 Conceitos Gerais em Medidas Incerteza de Medição: “Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentalmente atribuídos a um mensurando”. É a dúvida que existe sobre o resultado da medição. Ex: 100,00 ± 0,01 V ( 99,99 V ≤ X ≤ 100,01 V ) Ex: 100,00 V ± 0,01% 11 Conceitos Gerais em Medidas Erro de Medição: “Resultado de uma medição menos o valor verdadeiro do mensurando”. Erro = Erro Aleatório + Erro sistemático 12 Conceitos Gerais em Medidas Erros grosseiros: Erros que ocorrem por falhas de leitura do instrumento ou operador. São facilmente detectáveis e podem ser corrigidos. 13 Conceitos Gerais em Medidas Erros Sistemáticos: Média que resultaria de um infinito número de medições do mesmo mensurando, efetuadas sob condições de repetitividade, menos o valor verdadeiro do mensurando. Podem ser corrigidos. Classificação: Erros de construção ou ajuste; Erros de leitura (paralaxe); Erros inerentes ao método; Erros devido às condições externas. 14 Conceitos Gerais em Medidas Erros Aleatórios: Resultado de uma medição menos a média que resultaria de um infinito número de medições do mesmo mensurando efetuadas sob condições de repetitividade. Erros aleatórios não podem ser corrigidos, apenas minimizados. 15 Conceitos Gerais em Medidas Um ERRO é o resultado da medição menos o valor verdadeiro (erros sistemáticos -> podem ser corrigidos); A INCERTEZA é a dúvida sobre o valor medido (composta principalmente dos erros aleatórios -> não podem ser corrigidos); 16 Conceitos Gerais em Medidas Erros Vs. Incerteza Valor Verdadeiro Erro aleatório (INCERTEZA) Erro sistemático (ERRO) 17 Conceitos Gerais em Medidas Calibração Vs Correção Vs Ajuste Calibrar = Conhecer as correções (tendência); Corrigir = Somar a correção ao resultado da medição; Ajustar = Eliminar a tendência do instrumento. 18 Conceitos Gerais em Medidas INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO TENDÊNCIA Incerteza deMedição da Calibração CORREÇÃO RESULTADO CORRIGIDO Parcela de Contribuição da Incerteza do Resultado INCERTEZA DE MEDIÇÃO 19 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Formas de Avaliação da Incerteza Tipo A Tipo B Denominações: Incerteza Padrão (u) Incerteza Padrão Combinada (uc) Incerteza Expandida (U) Fator de abrangência (k) Graus de liberdade efetivos (eff) Nível de confiança ou probabilidade de abrangência (U95, U68, U99) 20 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Incerteza Padrão (u) Incerteza do resultado de uma medição expressa como um desvio padrão. Avaliação Tipo A (da incerteza) Método de avaliação da incerteza pela análise estatística de uma série de observações. 21 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Avaliação Tipo A (da incerteza) A incerteza da medição com probabilidade de 68,27% A incerteza padrão do tipo A apresenta distribuição de probabilidade Normal n xsxsxu iii )()()( Avaliação do Tipo A 22 Conceitos Básicos de Estatísticas Avaliação Tipo A (da incerteza) Incerteza padrão que corresponde a um desvio padrão. x-s x+sx 1 )( )( 1 2 n xx xs n i i i n xsxsxu iii )()()( 23 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Avaliação Tipo B (da incerteza) Método de avaliação da incerteza por outros meios que não a análise estatística de uma série de observações. Exemplos de avaliações Tipo B: Resolução Livros e Manuais Técnicos Dados técnicos de fabricantes Especificação dos instrumentos e padrões Certificados de Calibração Estimativas baseadas na experiência 24 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Exemplo: Resolução 0002 2g 2 1 3 2 2,51,5 1,5 2,52 gau 289,0 3 5,0 3 Avaliação da Incerteza Tipo B por Resolução será: 25 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Incerteza citada em Certificados de Calibração Distribuição Normal de Probabilidade A incerteza expandida (U) informada em certificados de calibração deverá ser transformada em incerteza padrão (u), dividindo a incerteza expandida pelo fator de abrangência (k). Ou seja: k Uxu i )( 26 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Copyright Fundação CERTI g k Uxu i 0483,007,2 1,0)( 27 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Incerteza Padrão (u) Definida como “um” desvio padrão. Para expressar todas as componentes de incerteza, tipo A e tipo B, correspondentes a um desvio padrão, é necessário dividir o valor de cada contribuição pelo divisor correspondente à distribuição de probabilidade atribuída: Normal 1 (incerteza do tipo A) Normal (k) k (certificado do padrão) Retangular Triangular 3 6 28 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Coeficiente de Sensibilidade (ci) Relação entre a grandeza do mensurando e a grandeza da fonte de incerteza. O ci é calculado pela derivada parcial da função (modelo matemático) em relação a variável para qual se deseja o ci, ou seja: Obs: Quando a estimativa de entrada xi estiver na mesma unidade de medida da estimativa de saída yi, considerar ci igual a 1. i i x fc 29 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Exemplo: Coeficiente de Sensibilidade (ci) Cálculo do ci para a medição do comprimento de uma peça de aço, sabendo que o comprimento medido foi de 50 mm (0,05 m) onde a temperatura ambiente foi de (20 ± 3) ºC e o coeficiente de expansão térmica linear do aço é (11 ± 1) m/m ºC. Modelo Matemático: Lfinal = Linicial + L.aço.T T T fc açoT Lc . Cmc T /55,011.05,0 fc TLc . Cmc 15,03.05,0 30 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Incerteza PadrãoCombinada (uc) Para grandezas estatisticamente não correlacionadas Raiz quadrada da soma quadrática das diversas incertezas padrão (ui) envolvidas no processo de medição. 22 1 2 3 2 2 2 1 ... nnc uuuuuu 31 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Incerteza Expandida (U) A incerteza expandida é obtida pela multiplicação do fator de abrangência (k) pela incerteza padrão combinada (uc). Caso a distribuição de probabilidade seja aproximadamente NORMAL, com graus de liberdade () tendendo ao infinito, teremos o fator de abrangência: Caso geral (k=2) – Para um nível de confiança de aprox. 95% Aplicações críticas (k=3) – Para um nível de confiança de aprox. 99% cukU . 32 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Graus de Liberdade (eff) Usar a equação de WELCH SATTETHRWAITE para calcular os graus de liberdade efetivos (eff) associados a Incerteza Combinada: n i i i c eff u u 1 4 4 Onde: ui – Representa cada uma das incertezas padrão i i – Representa os graus de liberdade de cada uma das incertezas padrão i 33 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Graus de Liberdade (eff) Como calcular os graus de liberdade “i” de cada “ui”? Tipo A: i = n – 1 (onde n é o número de medições realizadas); Certificado de calibração: i pode ser obtido diretamente do certificado ou a partir do valor de k (pela Tabela de Coeficientes de Student); Demais incertezas padrão: Se não houver conhecimento sobre os graus de liberdade, adotar valor infinito (i = ). A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Tabela de Coeficientes de Student eff 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 k 13,97 4,53 3,31 2,87 2,65 2,52 2,43 2,37 2,32 2,28 eff 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 k 2,25 2,23 2,21 2,20 2,18 2,17 2,16 2,15 2,14 2,13 eff 25 30 35 40 45 50 100 k 2,11 2,09 2,07 2,06 2,06 2,05 2,025 2,000 eff 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 k 235,8 19,21 9,22 6,62 5,51 4,90 4,53 4,28 4,09 3,96 eff 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 k 3,85 3,76 3,69 3,64 3,59 3,54 3,51 3,48 3,45 3,42 eff 25 30 35 40 45 50 100 k 3,33 3,27 3,23 3,20 3,18 3,16 3,077 3,000 Valores de k para nível de confiança de 95,45% Valores de k para nível de confiança de 99,73% 35 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Fontes de Incerteza Incerteza do Sistema de Medição (Certificado de calibração) Estabilidade do Sistema de Medição em função do tempo Estabilidade do Sistema de Medição em função das condições ambientais Resolução Tensões termoelétricas Repetitividade (tipo A) Erros de aproximação ou simplificação dos dados Efeito de temperatura sobre o mensurando 36 Propagação de IncertezasPropagação de Incertezas Propagação de Incertezas Nem sempre é possível a medição de uma grandeza diretamente. Neste caso, o valor da grandeza é determinado de forma indireta, isto é, a partir de operações matemáticas que combinem resultados previamente determinados de duas ou mais grandezas Exemplos: O volume de um paralelepípedo calculado a partir dos produtos dos lados; A velocidade de um projétil determinada pela razão entre o tempo de vôo e a distância percorrida; A potência elétrica a partir de medições de tensão e corrente. 37 Propagação de IncertezasPropagação de Incertezas Equação Geral para Propagação da Incerteza Seja a grandeza G calculada em função de diversas grandezas independentes: G = f(a,b,c,d,...) Aplicando-se a série de Taylor, eliminando os termos mais altos e reduzindo termos semelhantes: ... 2222 dcbaG Ud fU c fU b fU a fU 38 Incerteza de MediçãoIncerteza de Medição Como expressar a incerteza da medição? No processamento matemático dos dados: Arredondar somente no final Na apresentação da Incerteza Expandida (U): Usar 1 ou, no máximo 2, algarismos significativos Compatibilizar U com a resolução do instrumento Arredondar sempre para cima Fator de abrangência (k): Pegar sempre o maior valor de k na tabela de Student, em favor da segurança 39 Incerteza de MediçãoIncerteza de Medição Exercício Um multímetro foi calibrado com um padrão através de várias medições sucessivas (Padrão = 1,005 V): O padrão foi calibrado no INMETRO e, de acordo com o certificado de calibração, apresenta uma tendência de -0,05 V e uma incerteza de 0,001 V (k=2). Descreva a tendência e incerteza do multímetro (tipo b: resolução e cert. cal.): a) Usando k = 2; b) Calculando k de acordo com o n. de graus de liberdade 1,03 1,02 1,00 1,03 1,01 40 A Estimativa da Incerteza de MediçãoA Estimativa da Incerteza de Medição Exercício Fonte Tipo Valor Divisor u i Estatística A 0,00583095 1 0,00583095 4 Calibração Padrão B 0,001 2 0,0005 Resolução B 0,005 0,00288675 Incerteza Combinada 0,00652559 6,3 a) Incerteza Expandida (U) 0,01305 K=2 b) Incerteza Expandida (U) 0,01644 K=2,52 22 1 ... nc uuu cukU . Indicação do multímetro 1,018 V Valor verdadeiro 1,055 V Tendência -0,037 V 3 cukU . Resultado Final: Td. = -0,04 V Ua = 0,02 V Ub = 0,02 V
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