HERMENÊUTICA e Teoria da Interpretação

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HERMENÊUTICA E TEORIA DA INTERPRETAÇÃO
A teoria ou ciência da interpretação oferece os instrumentos que a hermenêutica precisa. A hermenêutica busca atingir a essência da norma, mas não se busca um resultado meramente técnico ou manipulativo.
Hermenêutica – ramo da filosofia que estuda a interpretação. Objeto: interpretação.
Objeto da hermenêutica jurídica: norma
HERMENÊUTICA X INTERPRETAÇÃO
Hermêutica é a Teoria Cientifica da Interpretação que busca construir um sistema que propicie a fixação do alcance e do sentido da norma jurídica
Interpretar é fixar o alcance e o sentido da norma jurídica
Aspectos Gerais
Hermeneútica tradicional – direcionamento da hermenêutica filosófica. Estuda a interpretação dos textos escritos em geral.
Hermeneútica contemporânea – houve uma ampliação do objeto da hermenêutica: não só textos escritos, mas tudo que está envolvido na interpretação (verbais, não verbais, filosofia da linguagem). Além de se curvar diante dos textos escritos também se debruça diante de todos os outros modos de comunicação.
Hermeneútica consistente – Análise de textos buscando se aprofundar em uma análise textual buscando atingir uma explicação coerente.
Hemerneútica singular – método ou vertente de interpretação. Exemplo: hermenêutica jurídica.
ORIGEM ETIMOLÓGICA
Reformulação conceitual (séc XIX) – vem da Grécia, da mitologia grega do Deus Hermes. Ele era responsável por traduzir as mensagens dos deuses. Devido a ele, surgiu o nome hermenêutica, ou seja, a capacidade de traduzir e interpretar um texto e passar para os demais. No século XIX, a hermenêutica passa a ter um status de interpretação das manifestações linguísticas.
Dicotomia Explicação x Compreensão
A explicação se da via processos intelectivos, da razão.
A compreensão se dá pela cooperação de todas as forças sentimentais.
HERMENÊUTICA JURÍDICA – tem por objeto a norma jurídica. Utiliza de todas as técnicas da hermenêutica geral e tem como campo central a norma, tentanto abstrair a compreensão. É a compreensão do conteúdo de uma norma que entra em vigor. Se não existisse a hermenêutica jurídica, cada um iria interpretar a norma como melhor lhe conviesse. A H. Traz a segurança pois assegura ao legislador uma antivisão de como será aplicada aquela norma.
 - Várias acepções:
 1. Interpretação do espírito da lei (mens legis)– toda lei ao ser criada ela tem uma finalidade. Essa finalidade ela carrega ao longo do seu tempo de vida. Tenta extrair da sua extração primeira, exegese, algo que nunca se perderá durante a sua vigência. Busca uma compreensão da mensagem que a norma tenta passar, da carga valorativa. [ JÁ CARREGA UM SENTIDO DESDE A SUA ORIGEM]
 2. Fornecedora dos elementos de interpretação dos enunciados normativos com fins de construção do sentido da norma. Essa norma é esvaziada de sentido, e a hermenêutica atribui um sentido. Essa norma jurídica não esta na lei e sim na cabeça do interprete, e vai ser aplicada de formas diferentes para os diversos casos.
 3. Uso domesticado da norma – A hermenêutica jurídica seria uma forma e pensar o direito através de dogmas permitindo antever as consequencias dessa ou daquela interpretação. Através desses dogmas permite-se um controle sobre a indicidência de casos concretos. Exemplo: ordem de despejo de uma senhora de 89 anos e de um inquilino inadimplente que tem uma vida estável.
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO – pertencem a própria hermenêutica. 
 - Autêntico: provém do legislador que redigiu a regra, demonstrand
o no texto legal qual o sentido da lei, mas é diferente o sentido da lei do sentido do legislador.
 - Doutrinário: é o método dado pela doutrina (manuais que tratam de normas).
 - Jurisprudencial: decorre do conjunto de sentenças. As sentenças não criam jurisprudência, mas os acordãos, tribunais sim, que acabam acarretando as súmulas, que é a consolidação de vários julgamentos de casos similares. 
 - Literal ou gramatical: apegada à análise sintática da norma, o texto da lei. Busca do texto normativo aquilo que expressa as suas palavras. 
 - Histórico: busca um contexto fático da norma, as razões pela qual a norma foi criada. Ela esta inserida dentro de um contexto histórico social.
 - Sistemático: a norma jurídica estaria relacionada com as demais normas. Busca-se uma harmonia e coerência entre as normas. O intérprete deve levar em conta a norma jurídica inserida dentro do contexto do ordenamento jurídico ou sistema jurídico.
Sistema Jurídico
Normas
Princípio
Regras
 - Teleológico: busca a finalidade da norma, ou seja entender para que a aquela norma foi criada, qual a sua razão. Considera os fins da norma jurídica.
 - Sociológico: visão decorrente de um certo aprimoramento das ciências sociais modernas. A norma compreendida através das ciências sociais.
 - Holístico: Transdisciplinariedade. Volta os seus olhos para vários campos de visão simultaneamente. Entende que a norma não pode estar desligada dos elementos da realidade.
- Axiológica: ciência do valores.
- Lógico – leva em consideração os instrumentos fornecidos pela lógica.
RESULTADOS HERMENÊUTICOS
 - Declarativo – declara o sentido da norma sem ampliar ou restringir. Compatibilidade do texto da norma com o seu sentido. Redundancia.
 - Restritivo - restringe o sentido e o alcance apresentado pela norma. Ocorre quando o texto da norma diz mais do que é razoável de aceitar
 - Extensivo – amplia o sentido da norma. Tenta extrair da norma o que deveria ter sido dito, mas não foi dito. O texto da lei é menos conclusivo do que deveria. Compatível com as técnicas históricas, sociologica, axiológica e holística.
IN CLARIS CESSAT INTERPRETATIO – NÃO HÁ NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO QUANDO A NORMA JURÍDICA É CLARA.
Toda norma carece de interpretação mesmo que seja clara. Na realidade, não é isso que acontece.
Em suma: normas jurídicas claras são compreedidas como linguagem natural, que, pela evidência dispensam fixação de sentido e alcance.
As que não são claras naturalmente precisam do trabalho de interpretação;